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Livro-Texto Unidade I

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Prévia do material em texto

Autores: Prof. Alexandre Saramelli
 Profa. Divane Alves da Silva
 Profa. Cristiane Nagai
Colaborador: Prof. Maurício Felippe Manzalli
Contabilidade Empresarial
Professores conteudistas: Alexandre Saramelli / Divane Alves da Silva / 
Cristiane Nagai
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
S243c Saramelli, Alexandre.
Contabilidade empresarial / Alexandre Saramelli, Divane Alves 
da Silva, Cristiane Nagai – São Paulo: Editora Sol, 2024.
108 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Folha de pagamento. 2. Operações financeiras. 3. Aplicações 
financeiras. I. Silva, Divane Alves. II. Nagai, Cristiane. III. Título.
CDU 657.1
Alexandre Saramelli
Doutorando em Epistemologia e História da Ciência na Universidade Nacional Três de Febrero, Argentina, mestre 
em Controladoria pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e bacharel em Controladoria pela mesma universidade. 
Atuou em empresas nacionais e internacionais de médio e grande porte como contador em áreas de custos e 
orçamentos. Também foi consultor em sistemas de controladoria da desenvolvedora alemã SAP. Hoje, trabalha como 
consultor empresarial.
Divane Alves da Silva
Mestre em Contabilidade pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1998). Possui especialização em: Controladoria e 
Contabilidade Gerencial – Faculdade Santana São Paulo (1992); e Didática do Ensino Superior – Universidade Presbiteriana 
Mackenzie (1996). Graduada em Ciências Contábeis pela Faculdade de Administração e Ciências Contábeis Tibiriçá (1990) e 
em Filosofia – bacharelado e licenciatura – pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2009). Em funções empresariais na 
área técnica, já atuou como controller, contadora, auditora e consultora. É professora de pós-graduação lato sensu e em 
diversos cursos e disciplinas correlatas à formação.
Cristiane Nagai
Mestre em Contabilidade pela Universidade de São Paulo (2012), especialista em Controladoria pela Fundação Escola 
de Comércio Álvares Penteado – Fecap (2007) e em Ensino a Distância (2011). Graduada em Direito e em Ciências Contábeis 
pela UNIP (2005). 
U519.09 – 24
Profa. Sandra Miessa
Reitora
Profa. Dra. Marilia Ancona Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Profa. Dra. Marina Ancona Lopez Soligo
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Claudia Meucci Andreatini
Vice-Reitora de Administração e Finanças
Prof. Dr. Paschoal Laercio Armonia
Vice-Reitor de Extensão
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora das Unidades Universitárias
Profa. Silvia Gomes Miessa
Vice-Reitora de Recursos Humanos e de Pessoal
Profa. Laura Ancona Lee
Vice-Reitora de Relações Internacionais
Prof. Marcus Vinícius Mathias
Vice-Reitor de Assuntos da Comunidade Universitária
UNIP EaD
Profa. Elisabete Brihy
Profa. M. Isabel Cristina Satie Yoshida Tonetto
Prof. M. Ivan Daliberto Frugoli
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Material Didático
Comissão editorial: 
 Profa. Dra. Christiane Mazur Doi
 Profa. Dra. Ronilda Ribeiro
Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista
 Profa. M. Deise Alcantara Carreiro
 Profa. Ana Paula Tôrres de Novaes Menezes
Projeto gráfico: Revisão:
 Prof. Alexandre Ponzetto Vitor Andrade
 Ana Fazzio
Contabilidade Empresarial
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................8
Unidade I
1 FOLHA DE PAGAMENTO ...................................................................................................................................9
1.1 Introdução ................................................................................................................................................9
1.2 Proventos e descontos ..........................................................................................................................9
1.2.1 Salário .............................................................................................................................................................9
1.2.2 Remuneração...............................................................................................................................................9
1.2.3 Jornada de trabalho, horas extras e reflexo das horas extras no descanso 
semanal remunerado (DSR) ........................................................................................................................... 10
1.2.4 Adicional de insalubridade .................................................................................................................. 12
1.2.5 Salário-família ......................................................................................................................................... 12
2 DESCONTOS ....................................................................................................................................................... 13
2.1 Faltas ao trabalho ................................................................................................................................. 13
2.2 Contribuição Previdenciária (INSS) e Imposto de Renda Retido na 
Fonte (IRRF) do empregado ....................................................................................................................... 14
2.3 Vale-transporte ..................................................................................................................................... 18
2.3.1 Vale-alimentação .................................................................................................................................... 19
3 CONTRIBUIÇÃO SINDICAL DOS EMPREGADOS ................................................................................... 20
3.1 Décimo terceiro salário ...................................................................................................................... 20
3.1.1 Férias ............................................................................................................................................................ 20
3.2 Encargos sociais por parte do empregador ............................................................................... 21
4 INSTRUMENTOS FINANCEIROS .................................................................................................................. 28
4.1 Introduzindo o assunto ...................................................................................................................... 28
4.2 Venda imediata (ou mantido para negociação) ....................................................................... 28
4.3 Mantido até o vencimento ............................................................................................................... 29
4.4 Venda futura (ou disponível para venda) ................................................................................... 30
Unidade II
5 OPERAÇÕES FINANCEIRAS .......................................................................................................................... 37
5.1 Duplicatas ................................................................................................................................................ 37
5.1.1 Cobrança simples .................................................................................................................................... 38
5.1.2 Exemplo de cálculo ................................................................................................................................39
5.1.3 Exercício 1 ................................................................................................................................................. 42
5.1.4 Exercício 2 ................................................................................................................................................. 43
Sumário
5.2 Desconto de duplicatas...................................................................................................................... 45
5.3 Tratamento contábil ........................................................................................................................... 46
5.3.1 Exemplo de cálculo ................................................................................................................................ 47
5.3.2 Exercício resolvido .................................................................................................................................. 52
5.4 CPC 12 – Ajuste a Valor Presente .................................................................................................. 54
6 EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS ....................................................................................................... 56
6.1 Operação prefixada .............................................................................................................................. 57
6.1.1 Exemplo de cálculo ................................................................................................................................ 58
6.1.2 Exercício resolvido .................................................................................................................................. 62
Unidade III
7 FINANCIAMENTOS PÓS-FIXADOS ............................................................................................................. 70
7.1 Diferenças entre os principais indicadores econômicos ....................................................... 70
7.1.1 IPC-Fipe ....................................................................................................................................................... 70
7.1.2 IPCA ............................................................................................................................................................. 70
7.1.3 IGP ................................................................................................................................................................. 71
7.1.4 INPC ............................................................................................................................................................ 71
7.1.5 ICV ................................................................................................................................................................ 71
7.1.6 Exemplo de cálculo ............................................................................................................................... 72
7.1.7 Exercício resolvido ................................................................................................................................. 75
8 APLICAÇÕES FINANCEIRAS – OPERAÇÕES PREFIXADAS ................................................................. 80
8.1 Exemplo de operação com taxa de juros prefixada................................................................ 80
8.1.1 Exercício resolvido .................................................................................................................................. 85
8.2 Aplicações financeiras – operações pós-fixadas ..................................................................... 92
8.2.1 Exemplo: aplicação financeira com rendimento pós-fixado ................................................ 92
8.2.2 Exercício resolvido ................................................................................................................................. 95
7
APRESENTAÇÃO
Esta disciplina trata dos problemas contábeis específicos das atividades empresariais, como o 
cálculo da folha de pagamento e sua contabilização. Além disso, aborda a avaliação dos instrumentos 
financeiros e das operações financeiras comumente realizadas pelas organizações, como desconto 
de duplicatas, aplicações financeiras e financiamentos de curto e longo prazo, com taxas pré e 
pós-fixadas e em moeda estrangeira, identificando e contabilizando os efeitos financeiros no patrimônio 
e seu resultado.
Para cumprir tais requisitos, destacam-se os seguintes objetivos gerais:
• Reunir conhecimentos teóricos e práticos para utilização e aplicação da contabilidade de modo a 
gerar informações com a qualidade necessária para atingir as disposições dos diversos usuários.
• Enfatizar a consciência ética e a responsabilidade social da contabilidade.
• Conceituar, classificar e contabilizar fatos contábeis diversos desenvolvidos nas organizações. 
• Introduzir os principais aspectos do balanço patrimonial e da Demonstração de Resultados 
do Exercício. 
Este livro-texto também se baseou em orientações da Organização das Nações Unidas (ONU), da 
Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), do Conselho Federal 
de Contabilidade (CFC), da Fundação Brasileira de Contabilidade e do Ministério da Educação 
(Resolução CNE/CES 10/2004) (Brasil, 2004). Evidentemente, consideramos as boas práticas no 
ensino a distância e aplicamos nossa experiência na área. 
Assim, mais do que proporcionar uma introdução às práticas específicas e às novidades das normas 
contábeis internacionais, faremos um estudo amplo, proporcionando ao aluno condições para estudar e 
aplicar as teorias contábeis no cotidiano. 
Ao fim do curso, você estará acostumado com os procedimentos enraizados na profissão, pois 
terá desenvolvido muito bem suas habilidades no ambiente universitário. O estudo da contabilidade 
ultrapassa suas técnicas, logo, é preciso estar preparado para quebrar hábitos. Sabe-se que diversos 
contadores estranharam a proposta que as normas internacionais trouxeram, revelando que há muitos 
profissionais que não são receptivos a mudanças. Nesse cenário, esperamos que você atue como um 
agente de transformação.
8
INTRODUÇÃO
Olá, aluno!
Esta disciplina estuda questões específicas da atividade empresarial e como o contador 
deve tratá-las. Com o conteúdo abordado, você poderá lidar com operações rotineiras no mercado, ou 
seja, terá recursos para saber as consequências das decisões dos gestores e como agir nessa conjuntura. 
É comum que estudantes de Ciências Contábeis tenham ansiedade em “como fazer” lançamentos e 
como “consertar” uma situação. Para tal, recomenda-se pensar em “por que fazer”. 
Vamos indicar como apurar e contabilizar uma folha de pagamento de organizações com 
funcionários mensalistas. Trataremos dos critérios de avaliação que devem ser aplicados em 
instrumentos financeiros. A depender da intenção da empresa ao adquirir um ativo financeiro, há três 
critérios que devem ser executados. Todos eles geram um impacto, seja no resultado do exercício, seja 
no patrimônio líquido. O contador tem grande responsabilidade em orientar, acompanhar e alertar 
a administração da empresa sobre os efeitos das decisões quanto a investimentos no resultado do 
período e, consequentemente, na distribuição de dividendos aos acionistas. 
Depois, examinaremos os cálculos, os registros e suas influências sobre o resultado do período, 
considerando os encargos financeiros oriundos das operações de empréstimos/financiamentos e os 
rendimentos decorrentes dessas aplicações. 
Basicamente, destacaremos os problemas que as instituições enfrentam em suas operações reais. 
Para o sucesso na profissão, é vital estudá-los! 
Desejamos a você um bom estudo!
9
CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Unidade I
1 FOLHA DE PAGAMENTO
1.1 Introdução 
A folha de pagamento é uma relação nominal dos funcionários de uma empresa. Nela estão 
registrados os valores referentes à remuneração de cada um, emum determinado período de trabalho, 
compreendendo vencimentos, salários, comissões, gratificações, deduções, abatimentos, descontos 
previdenciários e sociais, valores brutos e valores líquidos dos recebimentos.
Para fazer seu cálculo, é preciso aplicar conceitos específicos. Trataremos deles durante o livro-texto. 
A fim de restringir o estudo da folha de pagamento, concebemos apenas os cálculos de empregados 
mensalistas. Então, destacaremos algumas definições importantes para a compreensão de eventos que 
constam em uma folha de pagamento.
1.2 Proventos e descontos
A folha de pagamento é dividida em proventos e descontos. 
Em proventos, ficam descritas as verbas que o funcionário tem a receber, como o valor do salário 
bruto, as horas extras prestadas e os adicionais a que tem direito (por tempo de serviço, insalubridade, 
periculosidade e jornada noturna).
Na parte dos descontos, encontramos, entre outros, os valores referentes ao seguinte: contribuição 
do empregado à Previdência Social (INSS), Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), faltas, atrasos, 
adiantamentos, vale-transporte e vale-refeição.
1.2.1 Salário
É a contraprestação devida ao trabalhador pelos serviços fornecidos ao empregador, em decorrência 
do contrato de trabalho existente entre as partes.
1.2.2 Remuneração
Conforme a regra atual, descrita no artigo 457 da Consolidação das Leis do Trabalho, integram o 
salário não só a importância fixa estipulada, como também as comissões, percentagens, gratificações 
ajustadas (Brasil, 2017b). 
10
Unidade I
Entretanto, a reforma trabalhista alterou o art. 457, prescrevendo que não integrarão à remuneração 
do empregado, ainda que recebidas com habitualidade, a ajuda de custo, o auxílio-alimentação (vedado 
pagamento em dinheiro), diárias de viagem (independentemente do valor), prêmios (bens, serviços ou 
dinheiro dado por liberalidade, por desempenho superior ao esperado) e abono (Brasil, 2017b).
1.2.3 Jornada de trabalho, horas extras e reflexo das horas extras no descanso semanal 
remunerado (DSR)
Jornada de trabalho é o período no qual o empregado fica à disposição do empregador. Esse período 
é normalmente ajustado entre os contratantes. Com a reforma trabalhista, por exemplo, a jornada 
diária poderá ser de 12 horas com 36 horas de descanso. No entanto, a jornada máxima estipulada pela 
Constituição Federal é de 8 horas diárias e 44 horas semanais (Brasil, 1988, art. 7º, XIII). 
O legislador, contudo, não fixa a carga horária mensal, somente limita a diária (8 horas) e a semanal 
(44 horas). Assim, a partir dessas limitações, a carga horária mensal é fixada da seguinte forma:
44 horas semanais ÷ 6 dias = 7,333333333 (que corresponde a 7 horas e 20 minutos no relógio)
A dízima 0,333333 é a equivalência em hora de 20 minutos, ou seja, são os décimos da hora normal 
obtidos pela regra de três: 0,333333333 x 60 minutos = 19,9999999. Arredondando, temos 20 minutos.
7,333333333 x 30 (dias do mês) = 219,99999999 = 220 horas mensais
Aquilo que excede à jornada normal é considerado hora extraordinária. A Constituição Federal 
decretou que as horas excedentes devem ser remuneradas assim: no mínimo, 50% a mais ao valor da 
hora normal. Todavia, conforme a categoria profissional, o percentual a ser aplicado para as horas extras 
pode variar, mas nunca será inferior a 50% (Brasil, 1988).
Exemplo de cálculo de hora extra:
Salário/hora normal = R$ 4,00 x 50% = R$ 2,00
 R$ 4,00 + R$ 2,00 = R$ 6,00
 Hora extra = R$ 6,00
A duração normal do trabalho poderá ser prorrogada no máximo em 2 horas, respeitado o limite de 
10 horas diárias, mediante acordo escrito entre empregado e empregador, ou mediante acordo coletivo 
ou convenção coletiva de trabalho, devendo obrigatoriamente o empregador pagar, pelo menos, mais 
50% sobre a hora normal.
Exemplo:
Marcela, encarregada do setor financeiro, recebe salário mensal de R$ 2.500,00. Durante o mês de 
junho de 20X8, fez 5 horas extras. O cálculo das horas extras prestadas é feito do seguinte modo:
11
CONTABILIDADE EMPRESARIAL
R$ 2.500,00 (salário mensal) ÷ 220 horas = R$ 11,36 (salário/hora normal)
Salário/hora normal = R$ 11,36 x 50% = R$ 5,68.
 R$ 11,36+ R$ 5,68 = R$ 17,04
Hora extra = R$ 17,04
Hora extra total = R$ 17,04 x 5 horas = R$ 85,20
A cada semana trabalhada, é assegurado ao empregado um descanso remunerado de 24 horas 
consecutivas. O repouso semanal deverá coincidir com o domingo. Para a aquisição do direito ao DSR, 
é necessário que não haja falta injustificada durante a semana. Se houver, sobrevive o direito ao dia de 
descanso, mas haverá perda do direito à remuneração daquele dia.
Segundo a Lei n. 605/49, art. 7º, alínea “b”, com redação dada pela Lei n. 7.415, de 9 de dezembro de 
1985 (Brasil, 1985), computam-se no cálculo do descanso semanal remunerado as horas extraordinárias 
habitualmente prestadas.
O valor do reflexo das horas extras prestadas pelo empregado sobre seu DSR é calculado da seguinte 
maneira: DSR sobre hora extra = valor da hora extra prestada ÷ pelos dias úteis do mês x os domingos 
e feriados do mês.
Continuando no exemplo de Marcela, e considerando que o mês de junho contou com 26 dias úteis 
e quatro domingos, o valor do DSR sobre horas extras a que tem direito será calculado da forma a seguir.
Cálculo da hora extra
R$ 2.500,00 (salário mensal) ÷ 220 horas = R$ 11,36 (salário/hora normal)
Salário/hora normal = R$ 11,36 x 50% = R$ 5,68
 R$ 11,36 + R$ 5,68 = R$ 17,04
Hora extra = R$ 17,04
Hora extra total = R$ 17,04 x 5 horas = R$ 85,20
Cálculo do DSR sobre hora extra
R$ 85,20 (valor da hora extra prestada) ÷ 26 dias úteis x 4 domingos
DSR sobre hora extra = R$ 13,11
12
Unidade I
1.2.4 Adicional de insalubridade
O trabalho realizado em atividade que atente contra a saúde humana, acima dos limites toleráveis, 
é remunerado com adicional de 40%, 20% ou 10%, calculados sobre o salário mínimo (Brasil, 1943, 
art. 192), conforme a insalubridade seja classificada em grau máximo, médio ou mínimo.
Os limites de tolerância da atividade agressiva são estabelecidos por relação do Ministério do 
Trabalho. A classificação do grau de insalubridade é feita por perícia técnica.
1.2.4.1 Adicional de periculosidade
São perigosas as atividades que implicam “contato permanente com inflamáveis ou explosivos em 
condições de risco acentuado” (Brasil, 1943, art. 193). Também é reconhecida a periculosidade no setor 
de energia elétrica.
O adicional é de 30% sobre o salário básico, assim entendido aquele ainda não acrescido de outros 
adicionais. No caso dos eletricitários, o percentual é calculado sobre o salário efetivamente recebido.
1.2.5 Salário-família
É um valor pago ao empregado, inclusive ao doméstico e ao trabalhador avulso, de acordo com o 
número de filhos ou equiparados que possua. Filhos maiores de 14 anos não têm direito, exceto no caso 
dos inválidos (para quem não há limite de idade).
O salário-família, conforme Emenda Constitucional 20/98, é devido ao empregado que se enquadre 
no limite máximo de renda estipulado pelo Governo Federal. Caso o valor da remuneração mensal 
ultrapasse a faixa máxima, o trabalhador não terá direito ao salário-família (Brasil, 1998).
Considera-se remuneração mensal do segurado o valor total do respectivo salário de contribuição, 
ainda que resultante da soma dos salários de contribuição correspondentes a atividades simultâneas.
 Lembrete
Em proventos, ficam descritas as verbas que o funcionário tem a receber, 
como o valor do salário bruto, as horas extras prestadas e os adicionais 
a que tem direito (por tempo de serviço, insalubridade, periculosidade e 
jornada noturna).
 Observação
Para concessão do salário-família, a Previdência Social não exige tempo 
mínimo de contribuição.
13
CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Em 2021, os empregados cuja remuneração mensal era de até R$ 1.503,25, tinham direito a receber 
uma cota de R$ 51,27 por dependente menor de 14 anos ou inválidos de qualquer idade. Caso tivessemremuneração acima da faixa (de R$ 1.503,25), não teriam direito ao benefício.
Desde 1º de janeiro de 2023, os valores vigentes, atualizados por meio de portarias ministeriais, são 
os seguintes:
Tabela 1
Remuneração mensal Cota
Até R$ 1.754,18 R$ 59,82
Acima de R$ 1.754,18 R$ -
Fonte: INSS (2023).
Para fins didáticos, não vemos necessidade de atualizar as tabelas fornecidas pelo órgão competente. 
Contudo, deixamos registrado que tais tabelas sofrem alterações constantemente, e o aluno, futuro 
profissional da área, terá como uma de suas missões manter-se atualizado em todos os aspectos legais.
1.2.5.1 Salário-maternidade
A licença para as gestantes é de 120 dias, com direito à manutenção do emprego e ao 
salário-maternidade. A empresa paga o salário-maternidade, compensando-se depois nos recolhimentos 
ao INSS (deduções FPAS) (Brasil, 2017b).
 Observação
Cabe também licença-maternidade no caso de adoção.
2 DESCONTOS
2.1 Faltas ao trabalho
Havendo falta não justificada, o empregador está autorizado a descontar do salário os valores 
referentes ao dia da ausência e ao do descanso semanal remunerado daquela semana.
As faltas consideradas justificadas são aquelas expressamente previstas no contrato de trabalho, na 
convenção coletiva, no regulamento da empresa e na lei.
São presumidas faltas justificadas as elencadas no art. 473 da Consolidação das Leis do Trabalho. 
Vejamos algumas hipóteses:
14
Unidade I
1. Até 2 dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente 
ou descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua CTPS, viva sob sua 
dependência econômica.
2. Até 3 dias consecutivos, em virtude de casamento.
3. No caso de nascimento de filho, por 5 dias, na primeira semana (art. 10 
do ADCT da CF).
4. Por 1 dia, em cada 12 meses de trabalho, em caso de doação voluntária 
de sangue. 
5. Até 2 dias, consecutivos ou não, para alistamento ou transferência 
eleitoral (art. 48 do Código Eleitoral).
6. Para cumprir as exigências do Serviço Militar Obrigatório.
7. Para realizar exame vestibular de ingresso em estabelecimento de Ensino 
Superior. 
8. Pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo.
9. Pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante 
de entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo 
internacional do qual o Brasil seja membro (Brasil, 1943).
2.2 Contribuição Previdenciária (INSS) e Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) 
do empregado
A responsabilidade da retenção e recolhimento tanto dos encargos sociais quanto dos tributos 
oriundos das remunerações aos empregados será sempre do empregador. Este, por sua vez, atenderá à 
legislação em vigor quanto às alíquotas e bases de cálculos.
O empregador calculará e descontará do funcionário o valor do INSS e IRRF devido conforme tabelas 
progressivas expedidas pelo governo.
Em 2021, as faixas de salário de contribuição para cálculo do INSS eram as seguintes: até R$ 1.100,00 
(7,5%); de R$  1.100,01 a R$  2.203,48 (9%); de R$  2.203,49 a R$  3.305,22 (12%) e de R$  3.305,23 a 
R$ 6.433,57 (14%).
15
CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Desde maio de 2023, a tabela progressiva para cálculo do INSS é a seguinte: 
Tabela 2 
Tabela progressiva de salários de contribuição dos segurados 
empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso
Salário de contribuição (R$) Alíquota
Até R$ 1.320,00 7,5%
De R$ 1.320,01 até R$ 2.571,29 9%
De R$ 2.571,30 até R$ 3.856,94 12%
De R$ 3.856,95 até R$ 7.507,49 14%
Fonte: INSS (2023).
Vejamos um exemplo de cálculo de INSS a ser descontado de um empregado. 
Suponha que determinada empresa tenha um empregado cujo salário de contribuição é de R$ 3.500,00. 
Em primeiro lugar, é necessário verificar em qual faixa do INSS o valor de R$ 3.500,00 está enquadrado. 
Ao consultar a tabela, verifica-se que R$ 3.500,00 está na faixa 3 (de R$ 2.571,30 até R$ 3.856,94). 
Dos R$ 3.500,00, deve-se diminuir o valor do teto da faixa anterior, que, nesse caso, é o teto da faixa 2 
(R$ 2.571,29) resultando em uma base de cálculo de R$ 928,71 (R$ 3.500,00 - R$ 2.571,29). Feito isso, 
aplica-se o percentual da faixa 3, de 12%, o que nos dá o valor de R$ 111,44. A esse valor é necessário 
somar ainda os descontos das faixas anteriores. Para tanto, calcula-se:
Desconto da Faixa 1 = R$ 1.320,00 x 7,5% = R$ 99,00
Desconto da Faixa 2 = R$ 2.571,29 (-) R$ 1.320,00 = R$ 1.251,29 x 9% = R$ 112,62
O valor da contribuição ao INSS a ser descontado do empregado será de R$ 323,05 (R$ 111,44 + 
R$ 99,00 + R$ 112,62).
Há um limite máximo para o desconto do INSS. Quando o empregado ganhar um valor superior 
ao limite máximo (teto), só se poderá descontar-lhe do salário o limite estabelecido. Conforme a 
tabela anterior, o teto é de R$ 7.507,49, sendo o valor máximo de desconto de INSS igual a R$ 876,97. 
Vamos ao cálculo!
R$ 7.507,49 (-) R$ 3.856,94 = R$ 3.650,55 x 14% = R$ 511,08
Desconto da Faixa 1 = R$ 1.320,00 x 7,5% = R$ 99,00
Desconto da Faixa 2 = R$ 2.571,29 (-) R$ 1.320,00 = R$ 1.251,29 x 9% = R$ 112,62
Desconto da Faixa 3 = R$ 3.856,94 (-) R$ 2.571,29 = R$ 1.285,65 x 12% = R$ 154,28
Valor máximo de desconto de INSS do empregado = R$ 876,97
O limite máximo aplica-se apenas ao empregado segurado. A empresa recolhe a contribuição 
previdenciária sobre o total da folha de salários.
16
Unidade I
Exemplo de cálculo do INSS e IRRF
Voltando ao exemplo de Marcela, que recebe salário mensal de R$ 2.500,00 e que durante o mês de 
junho de 20X8 fez 5 horas extras (no valor de R$ 85,20) e recebeu o reflexo das horas extras sobre o DSR 
(no valor de R$ 13,11), o cálculo da sua contribuição previdenciária é feito assim:
Tabela 3 
(+) Salário 2.500,00
(+) Hora extra 85,20
(+) DSR s/ HE 13,11
(=) Salário de contribuição 2.598,31
Alíquota 12% (vide tabela anterior)
INSS (3,24 + 99,00 + 112,62) 214,86
Note que o INSS e o IRRF incidem sobre o salário, mais horas extras, adicionais de insalubridade, 
periculosidade, noturno, 13º salário e outros valores admitidos em lei pela Previdência Social.
Por sua vez, o cálculo do IRRF é feito da seguinte forma:
Tabela 4 
(+) Salário 2.500,00
(+) Hora extra 85,20
(+) DSR s/ HE 13,11
(=) Subtotal 1 2.598,31
(-) Dependentes (189,59)
(-) INSS (214,86)
(=) Base de cálculo 2.193,86
Alíquota 7,5% (vide tabela a seguir)
= Subtotal 2 164,54
(-) Parcela a deduzir (158,40)
(=) IRRF 6,14
A base de cálculo do IRRF é obtida pela soma dos proventos sobre os quais incide o IRRF (salário, 
hora extra, adicionais) menos as deduções permitidas por lei e que estão transcritas logo após a tabela 
de incidência mensal de IRRF. No exemplo apresentado, Marcela possui um dependente.
17
CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Tabela 5 
Tabela de incidência mensal de IRRF a partir do ano-calendário de maio de 2023
Base de cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a deduzir do IRPF (R$)
Até 2.112,00 – –
De 2.112,01 até 2.826,65 7,5 158,40
De 2.826,66 até 3.751,05 15 370,40
De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 651,73
Acima de 4.664,68 27,5 884,96
Fonte: Brasil (2023a).
Vejamos as deduções:
• R$ 189,59 por dependente.
• Contribuição ao INSS.
• Pensão alimentícia integral.
• Aposentado com 65 anos ou mais tem direito a uma dedução extra de R$ 1.903,98 a partir do mês 
de abril do ano-calendário de 2015 no benefício recebido da previdência pública ou privada.
 Observação
O não recolhimento das respectivas guias dos tributos citados caracteriza 
apropriação indébita do empregador, que fica sujeito as penas cominadas 
no Código Penal.
 Saiba mais
Para verificar melhor como funciona a regulamentação do imposto 
sobre a renda, especialmente quando a retenção de IRRF é menor do que 
R$ 10,00 (dez reais), leia:
BRASIL. Decreto n. 9.580, de 22 de novembro de 2018. Regulamenta 
a tributação, a fiscalização, a arrecadação e a administração do Imposto 
sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza. Brasília, 2018. 
Disponível em: https://bit.ly/3gwqiXO. Acesso em: 16 jun. 2021.
18
Unidade I
2.3 Vale‑transporteO empregado, ao ser admitido, deverá assinar declaração informando se vai usufruir ou não o 
vale-transporte. Ainda que ele não queira ser beneficiário do vale-transporte, deverá a empresa possuir 
tal declaração como meio de prova de que a opção foi do empregado, e não que ela não quis fornecê-lo, 
evitando transtornos no âmbito da fiscalização e reclamações trabalhistas.
Na declaração constará o endereço, o número de conduções utilizadas diariamente e o transporte 
usado, devendo ser atualizada anualmente ou sempre que ocorrerem alterações.
O vale-transporte constitui benefício que o empregador antecipará ao trabalhador para aplicação 
efetiva em deslocamento residência-trabalho e vice-versa, devendo ser fornecido por meio de recibo.
Não estão obrigados à concessão do vale-transporte os empregadores que proporcionem por meios 
próprios ou contratados, adequados ao transporte coletivo, o deslocamento residência-trabalho e 
vice-versa de seus empregados. Contudo, quando o transporte fornecido pelo empregador não cobrir 
integralmente os trajetos dos empregados, a empresa é obrigada a fornecer o vale-transporte para a 
cobertura dos segmentos não abrangidos pelo referido serviço.
O vale-transporte será custeado: pelo beneficiário, na parcela equivalente a 6% de seu salário básico 
ou vencimento, excluídos quaisquer adicionais ou vantagens; e pelo empregador, no que exceder a 
parcela descontada do empregado.
A empresa, portanto, poderá descontar do empregado, mensalmente, o equivalente a 6% de seu 
salário-base quando conceder-lhe o vale-transporte.
Exemplos:
1) Um empregado recebe salário mensal de R$ 600,00 e utiliza quatro conduções diárias, sendo o 
valor unitário da passagem de R$ 2,30. Durante o mês de fevereiro, trabalhou 22 dias. Logo:
• Despesa com transporte = R$ 2,30 (valor do transporte) x 4 (conduções diárias) = R$ 9,20.
• R$ 9,20 x 22 (dias trabalhados) = R$ 202,40 (total da condução do mês de fevereiro).
• Desconto do empregado = R$ 600,00 (salário mensal) x 6% = R$ 36,00.
• Parte custeada pelo empregador = R$ 202,40 – R$ 36,00 = R$ 166,40.
2) Um empregado recebe salário mensal de R$ 3.200,00 e utiliza duas conduções diárias de valor 
unitário R$ 2,30. Durante o mês de fevereiro, trabalhou 22 dias. Logo:
• Despesa com transporte = R$ 2,30 (valor do transporte) x 2 (conduções diárias) = R$ 4,60.
19
CONTABILIDADE EMPRESARIAL
• R$ 4,60 x 22 (dias trabalhados) = R$ 101,20 (total da condução do mês de fevereiro).
• Desconto do empregado = R$ 3.200,00 (salário mensal) x 6% = R$ 192,00.
Nesse caso, como os 6% do salário do empregado é um valor superior ao seu gasto com transporte, 
o empregado sofrerá desconto de R$ 101,20. O empregador não terá, portanto, custo com o vale-transporte 
desse funcionário, pois não seria viável financeiramente para este. 
2.3.1 Vale-alimentação
A alimentação constitui benefício que pode ser concedido por liberalidade da empresa ou por 
determinação contida no documento coletivo do sindicato representativo da respectiva categoria 
profissional, havendo ainda possibilidade de a entidade, para assegurá-la a seus empregados, valer-se 
das normas que regulamentam o Programa de Alimentação ao Trabalhador (PAT).
A empresa pode disponibilizar o benefício da alimentação por vontade própria. Assim, cesta básica, 
vale-refeição ou vale-alimentação se caracterizarão como verba de natureza salarial, integrando a 
remuneração do empregado para todos os efeitos legais.
Por outro lado, caso a alimentação seja conferida por imposição de convenção ou acordo coletivo, 
deverá a organização observar rigorosamente o estabelecido no documento.
A integração ou não ao salário do valor correspondente à alimentação dependerá, única e 
exclusivamente, de como ocorreu o fornecimento do benefício ao empregado. Se por liberalidade da 
empresa ou por imposição de documento coletivo de trabalho, sem a aprovação ou em desacordo com 
as normas estipuladas pelo PAT, esse benefício integrará a remuneração do empregado para todos os 
efeitos da legislação trabalhista, inclusive para fins de incidência de encargos sociais (INSS, FGTS e IRRF). 
Se, por outro lado, a concessão da alimentação se der por intermédio do PAT, seu valor não integrará a 
remuneração do trabalhador para qualquer efeito legal, sendo irrelevante a forma pela qual o benefício 
é concedido, se a título gratuito ou a preço subsidiado.
Quanto à possibilidade de desconto da alimentação do trabalhador, a Lei n. 8.860/94 (Brasil, 1994) 
autorizou ao empregador descontar até o limite de 20% do salário dos empregados beneficiados.
 Lembrete
A licença para as gestantes é de 120 dias, com direito à manutenção do 
emprego e ao salário-maternidade.
20
Unidade I
3 CONTRIBUIÇÃO SINDICAL DOS EMPREGADOS
De acordo com a regra atual, os empregadores ficam obrigados a descontar dos empregados, na 
folha de pagamento do mês de março de cada ano, a contribuição sindical equivalente a um dia de 
trabalho, desde que haja expressa autorização do empregado.
O recolhimento da contribuição sindical referente aos empregados será efetuado no mês de abril de 
cada ano aos seus respectivos sindicatos.
3.1 Décimo terceiro salário
Seu valor corresponde a 1/12 da remuneração devida em dezembro, multiplicado pelos meses de 
serviço naquele ano. Para esse cálculo, a fração igual ou superior a 15 dias de trabalho será considerada 
como mês integral. Frações inferiores são desprezadas.
Se extinto o contrato antes de dezembro, o empregado terá direito à gratificação proporcional aos 
meses trabalhados no ano e mais 1/12 pertinente ao aviso prévio trabalhado ou indenizado.
A gratificação natalina é devida em todos os casos, com exceção de dispensa do empregado por 
justa causa.
A verba deve ser paga em duas metades: a primeira entre os meses de fevereiro e novembro e a 
segunda até o dia 20 de dezembro.
3.1.1 Férias
Após cada período de 12 meses de trabalho, o empregado terá direito a descanso, que poderá ser 
dividido em até três períodos, desde que nenhum deles seja inferior a cinco dias corridos e um deles seja 
maior que 14 dias corridos.
A remuneração dos dias de férias será aquela correspondente aos dias de gozo, acrescida dos 
adicionais a que o empregado tenha direito. Sobre essa remuneração soma-se 1/3, conforme estipulado 
pela Constituição Federal (Brasil, 1988, art. 7º, XVII).
Exemplo
Elenice recebe salário mensal de R$ 2.395,00. A empresa lhe concederá férias referentes ao 
período aquisitivo de 1º/11/20X7 a 31/10/20X8, e seu período de descanso será de 30 dias. Elenice 
não possui dependentes.
21
CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Tabela 6 
Salário R$ 2.395,00 INSS (12% sobre R$ 3.193,33) R$ 286,26
Acréscimo de 1/3 R$ 798,33 IRRF** R$ 65,66
Total da remuneração R$ 3.193,33 Total de descontos R$ 351,92
Líquido de férias a receber = R$ 2.841,41
*Cálculo do INSS sobre férias = R$ 3.193,33 - R$ 2.571,29 (teto da anterior) = R$ 622,04 x 12% (alíquota
da Faixa 3 - vide tabela 2) = R$ 74,64 + R$ 99,00 (desconto da Faixa 1) + R$ 112,62 (desconto da Faixa 2).
**Cálculo do IRRF sobre férias = R$ 3.193,33 - R$ 286,26 (INSS) = R$ 2.907,07 x 15% (alíquota - vide
tabela 5) = R$ 436,06 - R$ 370,40 (parcela a deduzir). 
O pagamento da remuneração das férias será efetuado até dois dias antes do início do respectivo 
período de descanso. Caso o trabalhador opte por férias fracionadas, o pagamento pode ser feito 
proporcionalmente em cada período, respeitado o prazo de pagamento de até dois dias.
3.2 Encargos sociais por parte do empregador
A folha de pagamento de uma empresa onera sua carga tributária em uma média de 36,8%. Vejamos 
seus encargos sociais:
• FGTS: corresponde a 8% da remuneração do empregado.
• INSS: corresponde a 20% sobre a remuneração do empregado e de seus administradores que 
recebem pró-labore.
• SAT (Seguro de Acidente do Trabalho).
• Terceiros: contribuição por lei, devida a terceiros, como Sesi, Sesc, Senai.
O empregador deverá calcular e recolher em sua guia de INSS o valor correspondente,em geral 
de 20 ou 22,5%, de acordo com o enquadramento da atividade da empresa no Fundo de Previdência 
e Assistência Social (FPAS), sobre o rendimento bruto de seus empregados e administradores que 
recebem pró-labore.
Ainda sobre os rendimentos dos trabalhadores, o empregador deverá calcular um percentual 
referente ao Risco de Acidente do Trabalho (RAT), que, conforme o grau de risco ao qual estão 
submetidos seus funcionários, poderá variar entre 1%, 2% e 3% (leve, médio e alto, respectivamente). 
Trata-se de seguro obrigatório, instituído por lei, mediante uma contribuição adicional a cargo 
exclusivo da organização, que se destina à cobertura de eventos resultantes de acidente do trabalho.
Finalmente, sobre os rendimentos dos trabalhadores, o empregador deverá aplicar um percentual de 
0,2 a 7,7% a título de contribuição para terceiros (vide tabela FPAS). Esse percentual varia conforme a 
atividade da instituição. São considerados terceiros beneficiados por tais contribuições da empresa: Sesi, 
Sesc, Senai, Sebrae e Incra.
22
Unidade I
Vejamos um exemplo em um exercício. 
Com base nas informações a seguir, deve-se calcular e contabilizar a folha de pagamento do mês de 
janeiro/20X8.
Tabela 7 
Funcionário Salário Horas extras Dependentes
Álvaro 1.100,00 2 horas 1 (menor de 14 anos)
Betina 5.000,00 5 horas 2 (um deles é inválido e tem 30 anos)
Clodoaldo 8.000,00 – –
O sócio-administrador da empresa retira um pró-labore mensal no valor de R$ 3.500,00. Ele possui 
três dependentes.
Dados adicionais:
• A hora extra da empresa é de 50%.
• INSS patronal: 20%.
• Terceiros: 5,8%.
• SAT: 1%.
• FGTS: 8%.
Considere o mês comercial (30 dias), com 25 dias úteis e 5 domingos.
Tabela 8 
Tabela progressiva de salários de contribuição dos segurados empregado, 
empregado doméstico e trabalhador avulso a partir de maio de 2023
Salário de contribuição (R$) Alíquota (%)
Até R$ 1.320,00 7,5%
De R$ 1.320,01 até R$ 2.571,29 9%
De R$ 2.571,30 até R$ 3.856,94 12%
De R$ 3.856,95 até R$ 7.507,49 14%
Fonte: INSS (2023).
23
CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Tabela 9 
Tabela de incidência mensal de IRRF a partir de maio de 2023
Base de cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a deduzir do IRPF (R$)
Até 2.112,00 – –
De 2.112,01 até 2.826,65 7,5 158,40
De 2.826,66 até 3.751,05 15 370,40
De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 651,73
Acima de 4.664,68 27,5 884,96
Fonte: Brasil (2023a).
Deduções:
• R$ 189,59 por dependente.
• Contribuição ao INSS.
• Pensão alimentícia integral.
• Aposentado com 65 anos ou mais tem direito a uma dedução extra de R$ 1.903,98 a partir do mês 
de abril do ano-calendário de 2015 no benefício recebido da previdência pública ou privada.
Resolução
Tabela 10
Álvaro
Proventos Descontos
Salário 1.100,00 INSS 83,85
Hora extra 50% (2h) 15,00 – –
DSR s/ HE 3,00 – –
Salário-família 59,82 – –
Total 1.177,82 Total 83,85
Líquido a receber = 1.093,97 FGTS = 89,44
Base de cálculo do INSS Base de cálculo do IRRF
Salário 1.100,00 Salário 1.100,00
HE 15,00 HE 15,00
DSR 3,00 DSR 3,00
Subtotal 1.118,00 Subtotal 1 1.118,00
(-) INSS (83,85)
(=) INSS a ser descontado 1.118,00 x 7,5% = 83,85 (-) Dependentes (189,59)
– – Subtotal 2 844,56 = isento
24
Unidade I
Note que o empregado Álvaro, pelo fato de sua remuneração em janeiro de 20X8 ter sido de 1.118,00, 
tem direito a receber uma cota de salário-família.
Sobre o salário-família, não há incidência de INSS, FGTS e IRRF. Sua sistemática de pagamento é 
a seguinte: o empregador paga ao empregado a cota de salário-família. Todavia, por se tratar de um 
benefício devido pela Previdência Social, o empregador poderá descontar tais cotas de salário-família 
pagas aos empregados do que ele mesmo deve à Previdência Social.
Quanto ao IRRF, Álvaro está isento neste mês por não ter alcançado a faixa mínima de 2.112,01 da 
tabela de incidência mensal.
Tabela 11 
Betina
Proventos Descontos
Salário 5.000,00 INSS 554,56
Hora extra 50% (5h) 170,45 IRRF 309,20
DSR s/ HE 34,09
Total 863,76
Total 5.204,54
Líquido a receber = 4.340,78 FGTS = 416,36
Base de cálculo do INSS Base de cálculo do IRRF
Salário 5.000,00 Salário 5.000,00
HE 170,45 HE 170,45
DSR 34,09 DSR 34,09
Subtotal
5.204,54 (-) 3.856,94 =
1.347,60 x 14% = 188,66
Subtotal 1 5.204,54
(+) Desconto da Faixa 1 99,00 (-) INSS (554,56)
(+) Desconto da Faixa 2 112,62 (-) Dependentes (379,18)
(+) Desconto da Faixa 3 154,28 Subtotal 2 4.270,80
(=) INSS a ser descontado 554,56 x 22,5% = 960,93
– – (-) Parcela a deduzir (651,73)
– – = IRRF 309,20
A funcionária Betina, apesar de possuir um filho inválido de 30 anos, não recebe a cota de 
salário-família por ter ultrapassado a faixa de remuneração prevista pela Previdência Social.
Como o funcionário Clodoaldo tem salário de contribuição acima do valor máximo da tabela de 
INSS, desconta-se o denominado teto do INSS (7.507,49 (-) 3.856,94 = 3.650,55 x 14% = 511,07 + 99,00 + 
112,62 + 154,28 = 876,97).
25
CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Tabela 12 
Clodoaldo
Proventos Descontos
Salário 8.000,00 INSS 876,97
– – IRRF 1.073,87
Total 8.000,00 Total 1.950,84
Líquido a receber = 6.049,16 FGTS = 640,00
Base de cálculo do INSS Base de cálculo do IRRF
Salário 8.000,00 Salário 8.000,00
Subtotal
7.507,49 (-) 3.856,94 =
3.650,55 x 14% = 511,07
Subtotal 1 8.000,00
(+) Desconto da Faixa 1 99,00 (-) INSS (876,97)
(+) Desconto da Faixa 2 112,62 (-) Dependentes –
(+) Desconto da Faixa 3 154,28 Subtotal 2 7.123,03
(=) INSS a ser descontado 876,97 x 27,5% = 1.958,83
– – (-) Parcela a deduzir (884,96)
– – = IRRF 1.073,87
Tabela 13 
Sócio-administrador
Proventos Descontos
Pró-labore 3.500,00 INSS 385,00
– – IRRF 32,56
Total 3.500,00 Total 417,56
Líquido a receber = 3.082,44 –
Pró-labore é a remuneração do sócio que trabalha na empresa, e é por meio dela que o empresário 
pode contribuir para a Previdência.
O art. 152 da Lei n. 6.404/76 (Brasil, 1976) não determina valores específicos para a retirada 
de pró-labore.
De acordo com a Instrução Normativa do INSS 87/2003 (INSS, 2003), a contribuição previdenciária 
do sócio-administrador é de 11% sobre sua remuneração, observado o valor máximo da tabela. Mesmo 
que o valor de sua retirada esteja situado nas faixas antecedentes da tabela de INSS, o cálculo de sua 
contribuição será sempre de 11%.
26
Unidade I
Tabela 14 – Resumo da folha de pagamento
Empregados
Salários 14.100,00 INSS 1.515,38
HE 50% + DSR 222,54 IRRF 1.383,07
Salário-família 59,82
Total 14.382,36 Total 2.898,45
Líquido da folha de pagamento dos empregados = 11.483,91
Administrador
Pró-labore 3.500,00 INSS 385,00
– IRRF 32,56
Líquido da folha de pró-labore = 3.082,44
Encargos sociais do empregador
FGTS 14.322,54 x 8% = 1.145,80
INSS patronal 14.322,54 + 3.500,00 = 17.822,54 x 20% = 3.564,50
Terceiros 14.322,54 x 5,8% = 830,71
SAT 14.322,54 x 1% = 143,23
Total devido pela empresa à Previdência Social 4.538,44
(-) Benefícios da Previdência pagos pela empresa aos empregados
Salário-família (59,82)
Total a ser pago pela empresa à Previdência Social 4.478,62
(+) Contribuição dos empregados à Previdência Social 1.515,38
(+) Contribuição do sócio-administrador à Previdência Social 385,00
Total da guia de recolhimento à Previdência Social 6.379,00
 Saiba mais
Aprofunde seus conhecimentos sobre a Instrução Normativa n. 87:
INSS. Instrução Normativa n. 87. Brasília: INSS, 27 mar. 2003. Disponível 
em: https://bit.ly/3vrrt0k. Acesso em: 9 abr. 2018.
A contribuição previdenciária da empresa deve ser calculada sobre a remuneração dos empregados 
e sócios-administradores. Quanto à contribuição da empresa às entidades denominadas terceiros e ao 
SAT, o cálculo deve incidir apenas sobre a remuneração dos empregados.
Vejamos a contabilização da folha de pagamento:
D – despesas de salário = 14.322,54
C – salários a pagar = 14.322,54
27
CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Esse lançamento refere-se à soma de salários, hora extra e DSR sobre as horas extras.
D – salários a pagar = 1.515,38
C – contribuiçãoprevidenciária a recolher = 1.515,38
D – salários a pagar = 1.383,07
C – IRRF s/salários a recolher = 1.383,07
D – despesas com pró-labore = 3.500,00
C – pró-labore a pagar = 3.500,00
D – pró-labore a pagar = 385,00
C – contribuição previdenciária a recolher = 385,00
D – pró-labore a pagar = 32,56
C – IRRF s/ salários a recolher = 32,56
D – despesa com FGTS = 1.145,80
C – FGTS a pagar = 1.145,80
D – despesa com INSS = 4.538,44
C – contribuição previdenciária a pagar = 4.538,44
D – contribuição previdenciária a pagar = 59,82
C – salários a pagar = 59,82
Esse lançamento refere-se à subtração da cota de salário-família do valor devido pela empresa à 
Previdência Social.
28
Unidade I
4 INSTRUMENTOS FINANCEIROS
4.1 Introduzindo o assunto
A empresa, quando dispõe de recursos em caixa, pode fazer diversos investimentos para que seu 
dinheiro não perca valor no tempo.
Tais investimentos podem ser feitos de modo que se realizem em curto ou longo prazo. Há uma 
gama infinita de opções no mercado, por exemplo: títulos de capitalização, ações de outras companhias 
e letras do Tesouro Nacional.
A depender da intenção da organização quanto ao investimento, isto é, se ela deseja investir 
para obter rendimentos no curto ou longo prazo, o critério de avaliação que deve ser aplicado nos 
encerramentos de suas demonstrações contábeis é diferente.
Podemos destacar três intenções da empresa quanto ao investimento em ativos financeiros: venda 
imediata; manter até o vencimento; e venda futura.
A seguir, analisaremos quais são os critérios de avaliação a serem aplicados a cada uma das três 
intenções mencionadas. 
4.2 Venda imediata (ou mantido para negociação)
No caso de a instituição adquirir um investimento cuja intenção é negociar no curto prazo, o critério 
de avaliação a ser aplicado sobre esse investimento no encerramento de suas demonstrações contábeis 
é o do valor justo por meio do resultado, conhecido como VJPR.
Contudo, por que devemos aplicar esses critérios de avaliação no encerramento das demonstrações 
contábeis da companhia? Porque as demonstrações contábeis devem apresentar os ativos e passivos da 
empresa pelo valor de provável realização, isto é, pelo valor que se obteria pela venda dos ativos ou se 
desembolsaria no pagamento dos ativos na data das demonstrações contábeis.
Vamos a um exemplo. Considere que no mês de agosto/X8 a empresa X adquiriu um papel (título) 
por R$ 5.000,00, em dinheiro, cuja intenção é negociar (vender/resgatar) no curto prazo.
O registro contábil dessa operação é o seguinte:
Em agosto/X8:
D – ativos financeiros (venda imediata) = 5.000,00
C – caixa = 5.000,00
29
CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Presuma, ainda, que até o encerramento das demonstrações contábeis, o rendimento do investimento 
foi de R$ 300,00, caso em que o registro contábil a ser apresentado será:
D – ativos financeiros (venda imediata) = 300,00
C – receita financeira = 300,00
Note que o saldo da aplicação, após o reconhecimento dos rendimentos, é de R$ 5.300,00.
A fim de encerrar suas demonstrações contábeis, a empresa deverá aplicar o critério de avaliação 
VJPR sobre essa aplicação.
Supondo que o valor justo dessa aplicação seja de R$ 5.500,00 na data de encerramento das 
demonstrações contábeis, o procedimento a ser adotado será:
D – ativos financeiros (venda imediata) = 200,00
C – ganho com ajuste a valor justo de ativo financeiro = 200,00
Ao efetuarmos o lançamento em questão, o saldo da conta ativos financeiros (venda imediata) será 
de R$ 5.500,00, refletindo, portanto, o valor de provável realização desse ativo, na data do balanço.
 Observação
Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 46 – Mensuração do Valor 
Justo, a definição de valor justo é “o preço que seria recebido pela venda 
de um ativo ou que seria pago pela transferência de um passivo em 
uma transação não forçada entre participantes do mercado na data da 
mensuração” (CPC, 2013).
Nesse critério de avaliação, o ajuste do ativo a seu valor justo impacta o resultado do período.
4.3 Mantido até o vencimento
No caso de a empresa adquirir um investimento cuja intenção é mantê-lo até a data de seu 
vencimento e comprovar capacidade financeira para mantê-lo até tal data, isto é, não precisará resgatar 
antecipadamente para pagar eventuais passivos, o procedimento a ser utilizado é apenas atualizar o 
investimento pelos seus encargos e rendimentos (entendido também como atualizar pela curva do 
papel), não havendo qualquer ajuste a valor justo a ser efetuado.
Tendo em conta o mesmo exemplo utilizado, no qual a empresa, no mês de agosto/X8, tenha 
adquirido um papel (título) por R$ 5.000,00 em dinheiro, mas sua intenção seja a de manter até o 
vencimento, o registro contábil da aquisição do papel seria o mesmo:
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Unidade I
Em agosto/X8
D – ativos financeiros (mantidos até o vencimento) = 5.000,00
C – caixa = 5.000,00
Suponha também que, até o encerramento das demonstrações contábeis, o rendimento do 
investimento foi de R$ 300,00, caso em que o registro contábil a ser apresentado será:
D – ativos financeiros (mantidos até o vencimento) = 300,00
C – receita financeira = 300,00
Observe que o saldo da aplicação, após o reconhecimento dos rendimentos, é de R$ 5.300,00. Assim, 
não haverá nenhum ajuste a valor justo a ser efetuado.
Caso a empresa não comprove capacidade financeira para manter o investimento até o vencimento, 
deverá classificá-lo como venda futura (ou disponível para venda) e aplicar os procedimentos desse 
critério de avaliação.
4.4 Venda futura (ou disponível para venda)
Se a empresa adquirir um investimento cuja intenção não se encaixa na hipótese de venda imediata 
nem na intenção de manter até o vencimento (ou comprova capacidade financeira para mantê-lo 
até tal data), o critério de avaliação a ser aplicado sobre esse investimento no encerramento de suas 
demonstrações contábeis é o do valor justo com contrapartida no patrimônio líquido.
A única diferença que se apresenta entre esse critério de avaliação em relação ao VJPR é que, neste 
caso, afeta-se o patrimônio líquido, enquanto no VJPR há impacto no resultado do período.
Utilizando o mesmo exemplo, no qual a entidade, no mês de agosto/X8, tenha adquirido um papel 
(título) por R$ 5.000,00 em dinheiro, mas sua intenção não seja a de venda imediata ou de manter até 
o vencimento, o registro contábil da aquisição do papel seria o mesmo.
O registro contábil dessa operação é o seguinte:
Em agosto/X8
D – ativos financeiros (venda futura) = 5.000,00
C – caixa = 5.000,00
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CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Considerando ainda que, até o encerramento das demonstrações contábeis, o rendimento do 
investimento foi de R$ 300,00, o registro contábil a ser apresentado será:
D – ativos financeiros (venda futura) = 300,00
C – receita financeira = 300,00
Observe que o saldo da aplicação, após o reconhecimento dos rendimentos, é de R$ 5.300,00.
A fim de encerrar suas demonstrações contábeis, a empresa, neste caso, deverá aplicar para 
o investimento o critério de avaliação de ajuste a valor justo do ativo com contrapartida no 
patrimônio líquido.
Tendo em conta que o valor justo desse investimento seja de R$ 5.500,00 na data de encerramento 
das demonstrações contábeis, o procedimento a ser adotado será:
D – ativos financeiros (venda futura) = 200,00
C – ajuste de avaliação patrimonial = 200,00 (outros resultados abrangentes)
Note que nesse exemplo, ao ajustarmos o valor do investimento a seu valor justo, haverá um 
reconhecimento de um ganho de R$ 200,00 ainda não realizado (valor justo do investimento de 
R$ 5.500,00 menos o seu valor contábil de R$ 5.300,00 = R$ 200,00 de ganho). Esse ganho de R$ 200,00 
somente será realizado e tributado no momento da venda do investimento.
No entanto, na hipótese de venda desse investimento na data do balanço, a empresa transferiria 
o saldo de R$ 200,00 da conta ajuste de avaliação patrimonial para o resultado do período e teria 
um ganho tributável. Assim, quando o ajuste a valorjusto de um ativo financeiro disponível para 
venda resultar em um ganho, calcula-se o chamado imposto de renda diferido, que é reconhecido no 
passivo não circulante.
Supondo uma tributação de 34% de imposto de renda e contribuição social sobre o ganho não 
realizado de R$ 200,00, o IR diferido seria calculado e contabilizado da seguinte forma:
R$ 200,00 x 34% = 68,00
D – ajuste de avaliação patrimonial = 68,00
(outros resultados abrangentes)
C – imposto de renda diferido = 68,00
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Unidade I
 Observação
A conta ajuste de avaliação patrimonial foi introduzida na contabilidade 
brasileira pela Lei n. 11.638/07 para receber as contrapartidas de aumentos 
ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo e do passivo, em 
decorrência de sua avaliação a valor justo, enquanto não computadas no 
resultado do exercício em obediência ao regime de competência. Pode seu 
saldo ser devedor ou credor (Brasil, 2007).
33
CONTABILIDADE EMPRESARIAL
 Resumo
Esta unidade apresentou importantes elementos sobre como o 
profissional da área contábil deve tratar na contabilidade reflexos das 
decisões gerenciais (principalmente) para conquistar e manter clientes, 
como o risco de inadimplência, concessão de descontos comerciais etc. 
Relatamos exemplos sobre adicional de insalubridade e de periculosidade, 
bem como o salário-família e o salário-maternidade. 
Depois, ilustramos diversas tabelas com os devidos descontos de 
empregador e empregado em relação a itens, como imposto de renda 
retido na fonte (IRRF), contribuição previdenciária (INSS), vale-transporte 
e vale-refeição.
Concluindo nossos estudos, apresentamos os instrumentos financeiros: 
venda imediata, mantido até o vencimento e venda futura.
34
Unidade I
 Exercícios
Questão 1. Considerando o assunto folha de pagamento e seus componentes, leia as alternativas a 
seguir e assinale a correta. 
A) A carga horária mensal a ser cumprida por um funcionário está determinada no âmbito da 
Constituição Federal.
B) O exercício do descanso semanal remunerado está assegurado ao empregado mesmo em caso de 
falta sem justificativa, sem prejuízo da remuneração do dia.
C) O adicional de insalubridade deve ser pago pelo empregador ao empregado que estiver exposto 
às atividades que atentem contra a saúde humana, sendo que seu percentual está estabelecido 
para qualquer atividade, independentemente de seu grau de risco.
D) Empregado doméstico não tem direito ao salário-família.
E) Em caso de adoção, a mãe terá direito à licença-maternidade.
Resposta correta: alternativa E.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta. 
Justificativa: a Constituição Federal fixa o limite máximo de horas diárias bem como das semanais, 
sendo que a carga horária mensal a ser cumprida por um funcionário será determinada entre as 
partes contratantes.
B) Alternativa incorreta. 
Justificativa: em caso de falta sem justificativa, o funcionário tem direito ao dia de descanso, porém 
sem sua remuneração.
C) Alternativa incorreta. 
Justificativa: o percentual de insalubridade terá sua remuneração estabelecida conforme o grau 
de exposição.
D) Alternativa incorreta. 
Justificativa: o salário-família se estende a empregado doméstico como a qualquer outro que, 
conforme a lei, faz jus.
35
CONTABILIDADE EMPRESARIAL
E) Alternativa correta.
Justificativa: a licença para as gestantes é de 120 dias, com direito à manutenção do emprego e ao 
salário-maternidade, com direito à licença-maternidade estendido para o caso de adoção. 
Questão 2. A constituição das provisões para férias, décimo terceiro salário e dividendos propostos 
é uma conduta profissional que atende a qual princípio contábil?
A) Competência.
B) Consistência.
C) Continuidade. 
D) Entidade. 
E) Prudência. 
Resposta correta: alternativa A.
Análise das alternativas
A) Alternativa correta. 
Justificativa: o princípio da competência estabelece que os efeitos das transações são efetivamente 
reconhecidos nos períodos a que se referem, sem guardar, obrigatoriamente, relação direta com os 
respectivos momentos de recebimentos ou pagamentos. No parágrafo único da Resolução CFC 
n. 750/1993, alterado pela Resolução CFC n. 1.282/2010, é considerado que esse princípio admite a 
simultaneidade do confronto entre as receitas e as despesas que lhes são relacionadas.
As provisões indicadas na questão atribuem os efeitos das receitas e das despesas ao exercício/período 
contábil a que se referem, registrando as pendências de futuros recebimentos ou pagamentos de caixa.
Os salários devidos, por exemplo, pelos trabalhos dos funcionários no último mês do exercício social 
(dezembro) são acrescidos às despesas desse período, restando a provisão de seu pagamento para os 
primeiros dias do mês imediatamente posterior (janeiro).
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: o princípio da consistência considera que a entidade deve ser mantida de tal sorte que 
os usuários de suas demonstrações contábeis possam julgar sua tendência com o menor grau possível 
de dificuldade.
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Unidade I
As preocupações relacionadas com o cumprimento desse princípio não estão ligadas às providências 
sobre as respectivas receitas e despesas.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: o princípio da continuidade estabelece que a entidade normalmente tem “vida” 
indeterminada, independentemente da existência de seus fundadores ou participantes. Deve-se ressaltar 
que há situações que podem não ocorrer exatamente de acordo com essa premissa.
As preocupações relacionadas com o cumprimento desse princípio não estão ligadas às providências 
sobre as respectivas receitas e despesas.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: segundo o princípio da entidade, o patrimônio é objeto da contabilidade. Esse princípio 
estabelece a autonomia patrimonial, diferenciando um patrimônio particular dentre os patrimônios 
existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, a um conjunto de pessoas, a uma sociedade 
ou a uma instituição, com ou sem fins lucrativos. 
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: o princípio da prudência fixa que deve ser utilizado o menor valor quando se 
tratar de elementos do ativo e o maior para os do passivo, nos casos em que existam alternativas 
que possam quantificar de forma válida as mudanças de patrimônio (indicado no caput do art. 10 
da Resolução CFC n. 7 750/93).
As preocupações relacionadas com o cumprimento desse princípio não estão ligadas às providências 
sobre as respectivas receitas e despesas.

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