Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Gestão de Departamento Pessoal Tiago Mendonça Scavone Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria TIAGO MENDONÇA SCAVONE AUTORIA Tiago Mendonça Scavone Olá. Meu nome é Tiago Mendonça Scavone. Sou Mestre em Administração de Empresas com ênfase em Estratégia Empresarial e graduado em Administração de Empresas com Habilitação em Comércio Exterior, com uma experiência profissional nas áreas de Comércio Exterior, Finanças, Economia, Recursos Humanos e Educação, sendo mais de 20 anos. Experiência profissional adquirida em empresas como Banco do Brasil S.A., TIM Sul (Subsidiária da TIM Brasil S.A.), Catlog Logística (subsidiária da Renault do Brasil), Fiat Barigui (Grupo Barigui Veículos), Livrarias Curitiba, Faculdade Bagozzi e Faculdade Educacional de Colombo (FAEC). Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Benefícios obrigatórios .............................................................................10 Vale-transporte ................................................................................................................................. 10 Vale-combustível ............................................................................................................................ 15 Benefícios opcionais ..................................................................................17 Vale-refeição e vale-alimentação ....................................................................................... 17 Plano de saúde e plano dentário ........................................................................................ 19 Auxílio-creche .................................................................................................................................... 21 Salário-família ....................................................................................................................................22 Descontos: Previdência Social .............................................................. 30 INSS Patronal ..................................................................................................................................... 30 INSS empregado .............................................................................................................................35 Impostos e tributos .....................................................................................43 Imposto de renda (IR) ...................................................................................................................43 Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) ..................................................44 7 UNIDADE 03 Gestão de Departamento Pessoal 8 INTRODUÇÃO Você sabe qual é a principal responsabilidade do Registro do Empregado? Nessa disciplina você aprenderá sobre as dúvidas mais frequentes sobre a definição dos descontos do empregado. Além disso, serão observados os impostos sobre os salários. Desse modo, ao final da disciplina você estará preparado para refletir e tomar decisões sobre as práticas voltadas os Benefícios do Empregado. E também iremos ensinar sobre os cálculos dos valores que compõe os Benefícios e oferecer estudos de caso e exemplos práticos de empresas pequenas, médias e de grande porte. Dentre as empresas estão: indústrias, comércio e serviços. Além disso faremos atividades para conferir o aprendizado e questões para avaliar se está havendo esta troca de experiências e realmente gerando conhecimento. Dentre os assuntos que trataremos, estão: benefícios obrigatórios do vale transporte ou vale combustível. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! Gestão de Departamento Pessoal 9 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: 1. Identificar os benefícios obrigatórios de acordo com as normas sindicais; 2. Discernir sobre os benefícios opcionais concedidos ao empregado; 3. Entender os descontos e deduções incidentes sobre os salários provenientes da previdência social; 4. Efetuar descontos e deduções incidentes sobre os salários provenientes dos tributos obrigatórios. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Gestão de Departamento Pessoal 10 Benefícios obrigatórios INTRODUÇÃO: Neste capítulo, veremos quais são os benefícios obrigatórios a serem oferecidos aos empregados, como vale-transporte e vale-combustível. Estudaremos também quais são suas condições para solicitação e os descontos. Vale-transporte Em conformidade com a Lei nº 7.418, de 16 de dezembro de 1985, regulamentada pelo Decreto nº 92.180, de 19 de dezembro de 1985, o trabalhador tem o direito do recebimento do vale-transporte para seu deslocamento até o local de trabalho. Contudo, o vale-transporte somente será entregue ao trabalhador, mediante recibo, no início de cada mês, em sistema de fichas ou tíquetes, fornecidos pelas empresas de transportes coletivos e adquiridos pela empresa empregadora. Não poderá ser pago o vale-transporte direto ao empregado, sob a forma de numerário. O valor entregue dos vales ao trabalhador poderá ser descontado no fim do mês, na folha de pagamento até o limite de 6% (seis por cento) de seu salário-base. Gestão de Departamento Pessoal 11 Figura 1 - Modelo de ficha de opção de vale-transporte e relação de distribuição de vales Fonte: Elaborado pelo autor. Por exemplo, um empregado que mora próximo a empresa não poderá fazer a opção pelo vale-transporte. NOTA: Proibição – o não uso do vale pode acarretar justa causa. Gestão de Departamento Pessoal 12 Este benefício é antecipado ao trabalhador para a utilização em deslocamento entre residência, trabalho e residência. Deslocamento é o trajeto com um ou mais meios de transporte, que compõe a viagem do beneficiário até chegar ao trabalho. São beneficiários do Vale transporte os trabalhadores, como: a. Os empregados em geral, inclusive os domésticos; b. Os trabalhadores em despesas de trabalho temporário; c. Os empregados a domicílio, para deslocamentos indispensáveis à prestação do trabalho, percepção de salários e os necessários ao desenvolvimento das relações com o empregador; d. Pensão Alimentícia (Código Civil Brasileiro); e. Os empregados do subempreiteiro, em relação a este e aoempreiteiro principal; e f. Os atletas profissionais de que trata a Lei nº 6.354/76. MEIOS DE UTILIZAÇÃO É utilizado em todas as formas de transporte coletivo público urbano, ou interestadual e intermunicipal com características semelhantes ao urbano, operado diretamente pelo Poder Público ou mediante delegação, em linhas regulares e com tarifas fixadas pela autoridade competente. EXCLUSÃO Os transportes seletivos e os especiais estão excluídos. FORNECIMENTO DE TRANSPORTE PRÓPRIO O fornecimento do vale transporte não é obrigatório pelo empregador que proporcionar, por meios próprios ou contratados, em veículos adequados ao transporte coletivo, o deslocamento trabalho residência, de seus trabalhadores. Nesse sentido, no que se refere ao uso de transporte próprio, destaca-se que: Art. 4º - A concessão do benefício ora instituído implica a aquisição pelo empregador dos Vales-transportes necessários Gestão de Departamento Pessoal 13 aos deslocamentos do trabalhador no percurso residência- trabalho e vice-versa, no serviço de transporte que melhor se adequar. CUSTO DO VALE-TRANSPORTE O custo do vale-transporte será: a. Pelo beneficiário, na parcela equivalente a 6% de seu salário básico, excluídos quaisquer adicionais ou vantagens; b. Pelo empregador, no que exceder 6% do salário do beneficiário. Dessa maneira, muito embora não seja obrigatória a aplicação do vale-transporte através do pagamento in pecunia, deve ser destacado que a lei não proíbe que seja pago em dinheiro e, por isso, fica a cargo do acordo entre empregador e empregado. REMUNERAÇÃO VARIÁVEL Os trabalhadores remunerados por tarefa, serviço feito, comissões, percentagens, gratificações, gorjetas ou equivalentes, terão como base de cálculo da parcela de custeio pelo montante recebido no período. DESCONTO EM FOLHA O empregador está autorizado, no caso de concessão do vale- transporte, a descontar, mensalmente, em folha de pagamento, a parcela de custeio que couber ao beneficiário. PROPORCIONALIDADE O valor da parcela a ser suportada pelo beneficiário será descontado proporcionalmente à quantidade de vale-transporte concedida para o período a que se refere o salário e por ocasião de seu pagamento, salvo estipulação em contrário, em convenção ou acordo coletivo de trabalho, que favoreça o beneficiário. COMPROVANTE DE ENTREGA O beneficiário, ao receber o vale-transporte, dará recibo em que conste a quantidade e o valor dos vales-transportes fornecidos. Gestão de Departamento Pessoal 14 DESCONTO DE 6% DO SALÁRIO Caso a despesa com o deslocamento do beneficiário for inferior a 6% do salário básico, o empregado poderá optar pelo recebimento antecipado do vale-transporte, cujo valor será integralmente descontado por ocasião do pagamento do respectivo salário. SOLICITAÇÃO DO VALE-TRANSPORTE Para o exercício do direito de receber o vale-transporte, o empregado informará ao empregador, por escrito: a. O seu endereço residencial; b. Os serviços e meios de transporte mais adequado ao seu desloca- mento residência-trabalho-residência. INFORMAÇÕES DO ENDEREÇO A informação com endereço e meios de transporte será utilizada anualmente ou sempre que houver alteração desses dados, sob pena de suspensão do benefício até o cumprimento dessa exigência. USO DO VALE-TRANSPORTE O beneficiário firmará compromisso de utilizar o vale-transporte exclusivamente para seu efetivo deslocamento residência-trabalho- residência. A declaração falsa ou uso indevido do vale-transporte constituem falta grave para a rescisão do contrato de trabalho. SUBSTITUIÇÃO PROIBIDA É proibido ao empregador substituir o vale-transporte por antecipação em dinheiro ou qualquer outra forma de pagamento, a não ser no caso de falta ou insuficiência de estoque de vale-transporte, necessário atendimento da demanda e ao funcionamento do sistema, ocasião em que o beneficiário será ressarcido pelo empregador, na folha de pagamento, da parcela correspondente, quanto tiver efetuado, por conta própria, a despesa para seu deslocamento. VALE-TRANSPORTE E SUA NATUREZA O vale-transporte não possui natureza salarial, nem se incorpora a remuneração do beneficiário para quaisquer efeitos. Gestão de Departamento Pessoal 15 INCIDÊNCIAS No que se refere às contribuições, o vale-transporte não tem incidência de INSS, FGTS ou IR. Vale-combustível A lei 7418, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) garante que o empregado tem o direito de receber uma antecipação de valores referentes ao vale-transporte. Muitos empregadores restringem o benefício a quem utiliza transporte público, mas o vale combustível é a versão do auxílio que deve ser dado a quem utiliza veículos particulares. O auxílio-transporte, segundo a lei, não tem natureza salarial e não pode ser incorporado ao salário do trabalhador. Isso significa que o empregador deve pagar ao seu funcionário um valor separado para o pagamento das despesas de transporte e que esse benefício não pode receber nenhum tipo de desconto por impostos ou encargos. Boa parte das empresas realiza o repasse do valor através de cartões pré-pagos, utilizados na modalidade de débito pelos funcionários. As principais marcas da categoria possuem linhas diferentes de cartões para cada tipo de vale, o que garante que os beneficiados farão o uso do dinheiro com o seu devido fim. Essa é a principal diferença entre o vale-transporte e o vale combustível para os empregadores. É necessário fazer um tipo diferente de ticket para cada modo de locomoção. Quanto ao valor liberado, o cálculo varia em cada empresa e com cada funcionário, mas o montante final deve ser suficiente para quitar todas as despesas de transporte da pessoa. Quanto à substituição do Vale Transporte por Auxílio Combustível também é possível desde que haja acordo entre empregado e empregador neste sentido. Para tanto, deverá o empregado renunciar ao seu direito ao Vale Transporte e fornecer ao empregador, mensalmente os comprovantes de gastos combustível, quando não fornecido o cartão de auxílio combustível. Gestão de Departamento Pessoal 16 A apresentação das notas fiscais é necessária para não caraterização de vantagem patrimonial por parte do empregado e, consequentemente, evitar a incidência de contribuição previdenciária, fundiária e tributária sobre a verba que teve ter natureza indenizatória e não salarial. Deve-se, ainda, atentar ao fato de que é indevido o desconto do percentual de 6% (seis por cento) ou menor, na folha de pagamento de empregado que não recebe o benefício sob pena de caracterização de crime de apropriação indébita, além de eventual condenação de ressarcimento na esfera trabalhista. Isso porque o simples preenchimento de formulário requisitando o benefício não é meio de prova suficiente para gerar a possibilidade do desconto, sendo necessário, de acordo com o Princípio da Primazia da Realidade, o comprovante mensal de pagamento do benefício para afastar eventuais pleitos contrários. RESUMINDO: Neste capítulo, vimos quais são os benefícios obrigatórios oferecidos pelas empresas, suas características, condições e o desconto realizado em folha. Além disso, vimos um modelo de ficha de opção de vale-transporte e relação de distribuição de vales. Gestão de Departamento Pessoal 17 Benefícios opcionais INTRODUÇÃO: Neste capítulo, veremos quais são os benefícios opcionais que as empresas podem oferecer aos seus colaboradores. Estudaremos suas características e os valores que podem ser descontados em folha. Dentre os benefícios opcionais temos: • Vale-alimentação • Vale-refeição • Plano de saúde • Plano odontológico • Auxílio-creche • Salário-família Vale-refeição e vale-alimentação Diferentemente do que ocorre com o vale-transporte, a concessão do benefício do vale-refeição ou do vale-alimentação não é uma obrigação legal do empregador, a menos que o benefício esteja previstono contrato de trabalho ou na convenção coletiva. No entanto, uma vez concedido pelo empregador e quando não descontada nenhuma porcentagem do trabalhador, o benefício passa a ter natureza salarial, sendo incorporado ao salário para todos os efeitos legais, ou seja, refletindo no pagamento das obrigações tributárias (INSS, FGTS etc.) e das verbas trabalhistas. Isso porque, segundo o Artigo 458 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), “além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações in natura que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornece habitualmente ao empregado”. Gestão de Departamento Pessoal http://www.contabeis.com.br/termos-contabeis/inss http://www.contabeis.com.br/termos-contabeis/fgts 18 Além disso, o mesmo artigo da CLT determina que a o benefício de alimentação fornecido pelo empregador não pode exceder a 20% (vinte por cento) do salário-contratual. Quando o vale-alimentação ou vale- refeição não é fornecido gratuitamente pelo empregador, isto é, quando o empregador desconta alguma porcentagem do salário do trabalhador, o benefício é considerado como parcela de natureza indenizatória, e não salarial, não podendo, assim, ser incorporado ao salário. EXEMPLO: Salário do empregado = R$ 1.000,00 Vale-refeição = R$ 260,00 Desconto máximo permitido = R$ 1.000,00 x 20% = R$ 200,00 Supondo que, nesta situação, a empresa não faça nenhum desconto, a parcela in natura a ser integrada ao salário será o valor real a alimentação, ou seja, R$ 260,00. Neste caso, a base de cálculo para a contribuição previdenciária e para o FGTS será R$ 1.260,00 (R$ 1.000,00 + R$ 260,00) Ressaltamos que o valor da alimentação concedida fora do PAT deve ser lançado em folha de pagamento como proventos, para efeito de tributação e, posteriormente, descontado pois, o empregado já recebeu o valor em espécie. Vale lembrar que a lei não estipula um valor mínimo de desconto do salário do trabalhador, apenas um valor máximo (teto), que não pode ultrapassar os 20% do salário. Por isso, mesmo quando o desconto é “simbólico”, o benefício deixa de ser incorporado ao salário do trabalhador para efeitos legais. As empresas com mais de 300 empregados são obrigatórias que seja providenciado um local para a realização de refeição em seu período de trabalho. E segundo o PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador) o custo do vale refeição não pode ultrapassar a 20% do custo da refeição concedida. Gestão de Departamento Pessoal 19 O art. 500 e seguintes da Instrução Normativa RFB nº 971/09 determina que direito à inscrição no PAT alcança as empresas, bem como os contribuintes equiparados à empresa. O PAT é destinado, prioritariamente, ao atendimento dos trabalhadores de baixa renda, isto é, àqueles que ganham até cinco salários-mínimos mensais. Entretanto, as empresas beneficiárias poderão incluir no programa, trabalhadores de renda mais elevada, desde que esteja garantido o atendimento da totalidade dos trabalhadores que recebem até cinco salários-mínimos e que o benefício não tenha valor inferior àquele concedido aos de rendimento mais elevado, independentemente da duração da jornada de trabalho (art. 3º, parágrafo único, da Portaria SIT/DSST nº 3/02). A participação financeira do trabalhador fica limitada a 20% do custo direto da refeição. EXEMPLO: Custo da Refeição: R$ 10,00 x 20% = 2,00 x 22 dias úteis. Vale-refeição = R$ 44,00 Plano de saúde e plano dentário No caso de assistência médica e odontológica, mesmo esse benefício não sendo obrigatório, de acordo com a resolução da Agência Nacional de Saúde (ANS), de 1º de junho de 2012, os trabalhadores que forem demitidos sem justa causa ou se aposentarem poderão optar por permanecer com esses benefícios, com cobertura igual àquela definida em seu contrato de trabalho. Para isso deverão ter pago o valor do plano escolhido durante o seu tempo que passou na empresa e após o desligamento se comprometer com o pagamento. O plano de saúde é custeado inteiramente pela empresa, é benefício contratual que se extingue com o fim do próprio contrato de trabalho. Nesse caso, rescindido o contrato de trabalho, e não sendo essa regra de ordem moral, o patrão não está obrigado a manter o empregado no plano de saúde, ou, se estiver, não está obrigado a Gestão de Departamento Pessoal 20 custeá-lo. O art.30 da Lei 9.656/98, que regulamenta os planos de saúde, aplicável subsidiariamente ao contrato de trabalho nessas questões de seguro-saúde, diz: “Art. 30. Ao consumidor que contribuir para plano ou seguro privado coletivo de assistência à saúde, decorrente de vínculo empregatício, no caso de rescisão ou exoneração do contrato de trabalho sem justa causa, é assegurado o direito de manter sua condição de beneficiário, nas mesmas condições de que gozava quando da vigência do contrato de trabalho, desde que assuma também o pagamento da parcela anteriormente de responsabilidade patronal”. Ou seja: o empregado dispensado sem justa causa pode permanecer no plano de saúde contratado pelo empregador, nas mesmas condições existentes na constância do contrato de trabalho, desde que pague a sua parte no custeio do plano e a parte que, ao tempo do contrato, era paga pelo patrão. Se fizer isso, manterá o plano em toda a sua extensão. Se não pagar a sua parte e a do ex-patrão, o plano poderá ser cortado e ele deverá contratar outro, se quiser continuar recebendo assistência médica. O §1º do art.30, diz: “O período de manutenção da condição de beneficiário a que se refere o caput será de um terço do tempo de permanência no plano ou seguro, ou sucessor, com um mínimo assegurado de seis meses e um máximo de 24 meses”. Mesmo que o ex-empregado concorde em permanecer no plano empresa pagando a sua parte e a do ex-patrão, a condição de beneficiário não é eterna. Vigora, no máximo, por um terço do tempo de permanência nesse plano, assegurado um mínimo de seis meses e um máximo de 24 meses. Se um empregado estava no plano há três anos (36 meses), sua permanência é garantida pelo mínimo de um ano, isto é, 1/3 do tempo de permanência no plano, e pelo máximo de dois anos. Depois desse lapso, perde a condição de beneficiário do plano empresa. Se quiser continuar com o mesmo plano já não terá mais a condição de beneficiário, e as novas condições de contrato terão de ser negociadas entre ele e a empresa de planos de saúde. Foi dito que essa garantia de permanência no plano de saúde após a rescisão do contrato de trabalho não é eterna nem alcança todos os tipos de rescisão do contrato de trabalho. O art.30 da Lei 9.656/98 estende Gestão de Departamento Pessoal 21 a garantia apenas aos trabalhadores dispensados sem justa causa. A regra não se aplica aos que se demitem ou aos que são dispensados por justa causa. O empregado também perde essa garantia se arruma novo emprego (§5º do art.30 da Lei 9.656/98). O trabalhador aposentado tem tratamento diferenciado na lei. Desde que tenha contribuído para o plano por um prazo mínimo de dez anos, a ele não se aplica a garantia provisória de permanência no plano (mínimo de 12 e máximo de 24 meses) de que falam os parágrafos do art.30. O art.31 da Lei 9.656/98, diz: “Ao aposentado que contribuir para plano ou seguro coletivo de assistência à saúde, decorrente de vínculo empregatício, pelo prazo mínimo de dez anos, é assegurado o direito de manutenção como beneficiário, nas mesmas condições de cobertura assistencial de que gozava quando da vigência do contrato de trabalho, desde que assuma o pagamento integral do mesmo”. Ou seja: as únicas exigências que a lei faz ao trabalhador aposentado é que tenha contribuído para o plano pelo mínimo de dez anos e pague integralmente o plano (a sua parte e a do ex-patrão). Agindo assim, pode permanecer no plano indefinidamente.Os empregados aposentados que tiverem contribuído para o plano por tempo inferior a dez anos podem permanecer no plano (§1º do art.30) à razão de um ano para cada ano de contribuição, desde que paguem integralmente as mensalidades. Auxílio-creche Muitos trabalhadores desconhecem o fato de que podem ter direito a receber auxílio para custear a creche do filho. Esse benefício é garantido constitucionalmente e concedido a determinadas trabalhadoras com carteira profissional. O texto oficial sobre o auxílio-creche é apresentado no site do Ministério do Trabalho e Emprego (http://portal.mte.gov.br/imprensa/ auxilio-creche-um-direito-da-trabalhadora.htm). Que fique claro: o auxílio creche não é lei, mas sim um direito previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Gestão de Departamento Pessoal http://portal.mte.gov.br/imprensa/auxilio-creche-um-direito-da-trabalhadora.htm http://portal.mte.gov.br/imprensa/auxilio-creche-um-direito-da-trabalhadora.htm 22 Por dar margem a várias interpretações distintas e não ser claro em inúmeros questionamentos, o texto que apresenta esse direito constitucional confunde bastante. Para começar, todo estabelecimento com mais de 30 funcionárias com mais de 16 anos tem a obrigação de oferecer um espaço físico para que as mães deixem o filho de 0 a 6 meses, enquanto elas trabalham. Caso não ofereçam esse espaço aos bebês, a empresa é obrigada a dar auxílio-creche a mulher para que ela pague uma creche para o bebê de até 6 meses. O valor desse auxílio varia de acordo com a empresa. Importante saber: o valor desse auxílio será determinado conforme negociação cole- tiva na empresa (acordo da categoria ou convenção). Salário-família O “salário-família” foi instituído pela Lei nº 4.266, de 08/10/1963, tendo por finalidade assegurar aos trabalhadores por ela abrangidos, quotas destinadas a auxiliá-los no sustento e educação dos filhos. O salário-família será devido, mensalmente, ao segurado emprega- do, exceto ao doméstico, e ao trabalhador avulso, na proporção do res- pectivo número de filhos ou equiparados, desde que tenham remunera- ção igual ou inferior a R$ 798,30. Equiparam-se a filhos para fins de recebimento do benefício: a. enteado; b. menor sob tutela do segurado desde que não possua bens suficientes para o próprio sustento e educação. Cabe lembrar que o menor sob tutela somente será equiparado aos filhos do segurado mediante a apresentação de termo de tutela. A equiparação será reconhecida desde que comprovada a depen- dência econômica mediante a declaração escrita. No caso de filho adotivo, o salário-família será devido desde que a adoção seja devidamente formalizada. Gestão de Departamento Pessoal 23 Não faz jus ao salário-família o empregado doméstico, o empresário e o trabalhador autônomo, apesar de serem segurados obrigatórios perante a Previdência Social. A cota de salário-família referente ao menor sob guarda, somente será devida ao segurado com contrato de trabalho em vigor desde 13/10/1996, data da vigência da Medida Provisória nº 1.523/96, convertida na Lei nº 9.528/97, bem como ao trabalhador avulso que, na mesma data, detinha essa condição. A prova de filiação deverá ser feita mediante a apresentação ao empregador ou ao INSS, da Certidão de Registro Civil de Nascimento ou da documentação que comprove a equiparação ou a invalidez. Em caso de invalidez do filho maior de 14 anos, esta será comprovada mediante exame médico pericial a cargo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O menor sob tutela somente poderá ser equiparado a filho do segurado mediante apresentação de termo de tutela. Em se tratando de enteado, a comprovação dar-se-á mediante a apresentação da certidão de casamento do segurado e de nascimento do dependente. As indicações referentes à prova de filiação serão anotadas pela empresa na ficha salário-família do empregado, a qual pode ser adquirida em papelaria. Nessa ficha constará: • nome do empregado; • data de sua admissão; • nome dos filhos; • data e local de nascimento; • cartório, número de registro, número do livro, número da folha; e • data da entrega da certidão. No verso da ficha, devem ser anotadas as vacinas obrigatórias. Gestão de Departamento Pessoal 24 A empresa deve conservar, durante 10 anos, os comprovantes dos pagamentos dos benefícios reembolsados e as cópias das certidões correspondentes para exame pela fiscalização do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Quando o pai e a mãe forem segurados empregados ou trabalha- dores avulsos, ambos têm direito ao salário-família, ainda que trabalhem na mesma empresa. Tendo havido divórcio, separação judicial ou de fato dos pais, ou em caso de abandono legalmente caracterizado ou perda do pátrio-poder, o salário-família passará a ser pago diretamente à pessoa cujo cargo ficar o sustento do menor, ou a outra pessoa, se houver determinação judicial nesse sentido. Quando o empregado está vinculado em mais de um emprego, o salário-família será pago relativamente a cada um dos vínculos. O salário-família será pago mensalmente: a. ao empregado, pela empresa, com o respectivo salário; b. ao trabalhador avulso pelo sindicato ou órgão gestor de mão de obra; c. ao empregado e trabalhador avulso aposentados por invalidez ou em gozo de auxílio-doença pela Previdência Social, juntamente com o benefício; d. ao trabalhador rural aposentado por idade aos 60 anos, se do sexo masculino, ou 55 anos, se do sexo feminino, pela Previdência Social juntamente com o benefício; e. aos demais empregados e trabalhadores avulsos aposentados aos 65 anos de idade, se do sexo masculino, ou 60 anos, se do sexo feminino, pela Previdência Social. Ressaltamos que no caso do empregado, quando o seu salário não for mensal, o salário-família será pago juntamente com o último pagamento relativo ao mês. Gestão de Departamento Pessoal 25 Para o trabalhador avulso, o pagamento do salário-família independe do número de dias trabalhados no mês, devendo o seu pagamento corresponder ao valor integral da cota. Quando o empregado se afastar do trabalho no decurso do mês, em virtude de auxílio-doença ou aposentadoria, o salário-família relativo àquele mês será pago integralmente pela empresa ou pelo sindicato ou o órgão gestor, conforme a situação. Ocorrendo a cessação do auxílio-doença durante o mês, o pagamento do salário-família será feito pelo INSS integralmente, cabendo à empresa ou ao sindicato o restabelecimento do pagamento a partir do mês seguinte àquele em que se deu o retorno do empregado ou do trabalhador avulso à atividade. O pagamento do salário-família, ainda que a empregada esteja em gozo de salário-maternidade, é de responsabilidade da empresa, con- dicionado à apresentação pela segurada empregada da documentação relacionada no item 10 deste trabalho. O salário-família será devido a partir do mês em que for apresentada à empresa, ou, ao órgão gestor de mão de obra, ou ao sindicato dos trabalhadores avulsos ou ao INSS, a documentação a seguir: • carteira Profissional (CP) ou Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS); • certidão de nascimento do filho (original e cópia); • caderneta de vacinação ou equivalente, quando dependente menor de sete anos, sendo obrigatória nos meses de novembro, contados a partir de 2000; • comprovação de invalidez, a cargo da Perícia Médica do INSS, quando dependente maior de 14 anos; • comprovante de frequência à escola, quando dependente a partir de sete anos, nos meses de maio e novembro, contados a partir de 2000. Gestão de Departamento Pessoal 26 Quando o salário-família for pago pela Previdência Social, no caso de empregado, não é obrigatória a apresentação da certidão de nascimento do filho ou documentação relativa ao equiparado (tutelado, enteado) no ato do requerimento do benefício, uma vez que esta informação é de responsabilidadeda empresa, órgão gestor de mão de obra ou sindicato de trabalhadores avulsos, no atestado de afastamento. Sendo necessária, contudo, a apresentação do atestado de vacinação e frequência escolar, conforme os prazos determinados durante a manutenção do benefício. Suspensão do pagamento A empresa, o órgão gestor de mão de obra, o sindicato de trabalhadores avulsos ou o INSS poderão suspender o pagamento do salário-família se o segurado não apresentar o atestado de vacinação obrigatória e a comprovação de frequência escolar do filho ou equiparado, nas datas definidas no item 10 deste trabalho, até que a documentação seja apresentada, sendo observado que: • não é devido o salário-família no período entre a suspensão da quota motivada pela falta de comprovação da frequência escolar e sua reativação, salvo se provada a frequência escolar no período; • se após a suspensão do pagamento do salário-família, o segurado comprovar a vacinação do filho, ainda que fora do prazo, caberá o pagamento das cotas relativas ao período suspenso. O valor do benefício (cotas) é definido em razão da remuneração que seria devida ao empregado. Para fins de pagamento do salário-família, entendem-se como re- muneração todas as importâncias integrantes do salário-de-contribuição, com exceção do 13º salário e do terço constitucional incidente sobre as férias. O valor das cotas do salário-família é reajustado pelo mesmo índice de reajuste dos benefícios pagos pela Previdência Social. Atualmente, o valor das cotas do salário-família é: Gestão de Departamento Pessoal 27 Tabela 1 - Salário-família VIGÊNCIA REMUNERAÇÃO SALÁRIO- FAMÍLIA A Partir de 01/01/2016 (Portaria Interministerial MTPS/MF 1/2016) R$ 806,80 R$ 41,37 R$ 806,81 a R$ 1.212,64 R$ 29,16 Fonte: Elaborado pelo autor. Pagamento Proporcional A proporcionalidade no pagamento do salário-família só é aplicado na admissão e demissão no decurso do mês. O salário-família será pago na proporção dos dias trabalhados, considerando-se, nesses casos, o valor da quota pela remuneração que seria devida no mês. Ainda no que se refere ao salário-família, houve atualização do artigo 88 da Lei nº 3.048, de 06 de maio de 1999: Art. 88. O direito ao salário-família cessa automaticamente: I - por morte do filho ou equiparado, a contar do mês seguinte ao do óbito; (Revogado) I - por morte do filho, do enteado ou do menor tutelado, a contar do mês seguinte ao do óbito; (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020) II - quando o filho ou equiparado completar quatorze anos de idade, salvo se inválido, a contar do mês seguinte ao da data do aniversário; (Revogado) II - quando o filho, o enteado ou o menor tutelado completar quatorze anos de idade, exceto se inválido, a contar do mês seguinte ao da data do aniversário; (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020) Gestão de Departamento Pessoal 28 III - pela recuperação da capacidade do filho ou equiparado inválido, a contar do mês seguinte ao da cessação da incapacidade; ou (Revogado) III - pela recuperação da capacidade do filho, do enteado ou do menor tutelado inválido, a contar do mês seguinte ao da cessação da incapacidade; ou (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020) IV - pelo desemprego do segurado. (BRASIL, 1999) EXEMPLO: Um empregado com dois dependentes menores de 14 anos, com um salário mensal de R$ 620,00, que tenha sido admitido em 17/11/2010. Valor da quota do salário-família: R$ 20,74 Dias trabalhados no mês de novembro: 14 dias Cálculo proporcional do salário-família: R$ 20,74: 30 x 14 = R$ 9,68 Valor do salário-família - dois dependentes: R$ 9,68 X 2 = R$ 19,36 De acordo com a legislação, o empregador é reembolsado por ocasião do recolhimento das contribuições previdenciárias mediante dedução no “campo 6” da GPS, mensalmente, do valor correspondente às quotas de salário-família pago aos seus empregados. Quando o empregador não efetuar a dedução na GPS da respectiva competência, poderá solicitar ao INSS o reembolso do valor recolhido a maior ou efetuar a compensação no recolhimento de contribuições subsequentes, independente de autorização do INSS. O empregado dará quitação a cada recebimento mensal do salário- família, na própria folha de pagamento, de modo que fique claro e efetivamente caracterizada o recebimento. O sindicato ou o órgão gestor responsável pelo pagamento do salário-família do trabalhador avulso fica responsável pela elaboração da folha de pagamento. O art. 89 do Decreto nº 3.048/99 determina que, para concessão e manutenção do salário-família, o segurado deve firmar termo de Gestão de Departamento Pessoal 29 responsabilidade, no qual se comprometa a comunicar à empresa ou ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), qualquer fato ou circunstância que determine a perda do direito ao benefício, ficando sujeito, em caso do não cumprimento, às sanções penais e trabalhistas. Tratando-se de aviso prévio indenizado pago na rescisão de contrato, não há pagamento de salário-família em relação a esse período, uma vez que o direito a esse benefício cessa automaticamente pela cessação do contrato de trabalho, produzindo o respectivo período efeitos só para pagamentos de verbas rescisórias. O art. 88 do Decreto nº 3.048/99 dispõe que o direito ao salário- família cessa automaticamente: a. por morte do filho ou equiparado, a contar do mês seguinte ao do óbito; b. quando o filho ou equiparado completar 14 anos de idade, salvo se inválido, a contar do mês seguinte ao da data do aniversário; c. pela recuperação da capacidade do filho ou equiparado inválido, a contar do mês seguinte ao da cessação da incapacidade; ou d. pelo desemprego do segurado. Cotas recebidas indevidamente - Falta de comunicação - Fraude A falta de comunicação oportuna de fato que implique na cessação do salário-família, bem como a prática, pelo empregado, de fraude de qualquer natureza para seu recebimento, autoriza a empresa, o INSS, o sindicato ou o órgão gestor de mão-de-obra, conforme o caso, a descontar dos pagamentos de cotas devidas com relação a outros filhos, ou, na falta delas, do próprio salário do empregado ou da renda mensal do seu benefício, o valor das cotas indevidamente recebidas, sem prejuízo das sanções penais cabíveis. RESUMINDO: Neste capítulo, vimos exemplos de benefícios opcionais que podem ser concedidos aos colaboradores, como: vale- refeição e/ou vale-alimentação, plano de saúde e dentário, auxílio-creche e salário-família. Vimos ainda exemplos desses benefícios, bem como suas condições. Gestão de Departamento Pessoal 30 Descontos: Previdência Social INTRODUÇÃO: Veremos, neste capítulo, a legislação específica previden- ciária importante e necessária nas empresas para deter- minadas situações, especialmente no repasse do INSS do empregado e INSS da empresa. INSS Patronal Os contratos com vínculo empregatício têm contribuição de 20% de INSS do empregador sobre a folha de pagamento do empregado, ou seja, sobre o total do salário bruto ou salário base dos empregados. A rotina será destinada ao controle e emissão dos recibos de Pró- labore (retirada de sócios) de uma determinada empresa e também de pessoas que eventualmente prestarem serviços para a empresa sem vínculo empregatício e o controle das retenções do INSS. No entanto, em algumas situações terá necessidade de fazer o abatimento do valor pago ao INSS no cálculo do IRRF, para isto deve ser impresso através do recibo de pró-labore / autônomo individualmente, onde você informará o valor pago ao INSS, entretanto estas pessoas não deveram ser impressas na emissão geral de recibos, opção que deverá ser marcada no cadastro de pessoas. Se o contribuinte individual prestar serviços a mais de uma empresa ou, concomitantemente, exercer atividade como segurado empregado ou até mesmo avulso, quando o total das contribuições recebidas no mês for superior ao limite máximo do salário de contribuiçãodeverá, para efeito de controle do limite, informar o fato à empresa em que isto ocorrer, mediante a apresentação dos seguintes documentos: - Comprovante de pagamento (relativos à competência anterior à da prestação de serviços) ou Gestão de Departamento Pessoal 31 - Declaração firmada sob as penas da lei, de que é segurado empregado, expressando o valor sobre o qual teve descontada a contribuição naquela atividade ou que a remuneração recebida atingiu o limite máximo do salário de contribuição, identificando o nome empresarial da empresa ou empresas, com o número do CNPJ que efetuou ou efetuará o desconto sobre o valor por ele declarado. EXEMPLO: o segurado José da Silva presta serviços na Empresa A, como empregado recebendo a remuneração total de R$ 10.000,00, presta serviço a Empresa B no mesmo mês, como autônomo, auferindo o valor de R$ 5.000,00. Como a Empresa A, já recolhe o percentual de 11% pelo teto, a Empresa B deixará de descontar o percentual de 11% informando em sua GFIP, o valor pago a este prestador de serviços (para gerar a parte patronal de 20%) e informando na GFIP no campo de Ocorrência, a existência de múltiplas fontes pagadoras. Deverá também informar manualmente no campo valor descontado do segurado, o valor 0,00, para que nenhum recolhimento seja gerado pela GFIP em relação ao contribuinte. E-social, informar CNPJ. • Obrigações da empresa: as empresas devem manter a conta- bilidade em dia, não podendo exceder a 06 (seis) meses o atra- so, quando da fiscalização da previdência; e também manter toda a documentação referente ao pessoal em dia e disponível para a verificação, bem como as folhas de pagamento dos empregados, folha de pagamento do pró-labores, dos sócios e dos pagamentos a terceiros. G.P.S. – Guia da Previdência Social Já a rotina destinada à impressão das guias de recolhimentos - GPS, das empresas para o devido pagamento poderão ser emitidas as GPS da Folha Mensal, 13º Salário, Produtor Rural, Construtoras (Obras e Transportadoras e Avulsas, conforme dados cadastrados em Parâmetros/ Habilitação de Empresas). Contudo, quando se tratar de recolhimento de GPS por Construtora (Obras) por subempreitadas, poderá o usuário, caso necessário, informar os dados relativos para qual a obra estará sendo recolhido à contribuição previdenciária naquele momento. Em conformidade com a legislação atual, a GPS com valores inferiores a Gestão de Departamento Pessoal 32 R$ 29,00 (vinte e nove reais) não podem ser recolhidas, ficando o valor acumulado tantas vezes quantas se fizer necessárias até completar o valor mínimo exigido para o recolhimento. O usuário se quiser que o sistema acumule estes valores deverá clicar no botão de Acumular Valores Atuais, que tem na tela de impressão da GPS. O usuário tem a opção de emitir ou não a GPS com valor inferior a R$ 29,00 (Vinte e nove Reais), para seu controle, sabendo que não deverá efetuar o recolhimento da mesma. O sistema permite ao usuário escolher a forma de impressão da GPS, podendo executar em formulário branco, em formulário pré-impresso ou ainda em modo gráfico para impressão a laser e jato de tinta. O benefício da Previdência Social para o empregado é considerado uma obrigação do INSS para o segurado nos seguintes casos: • Auxílio-doença É um benefício devido ao segurado que, após cumprir a carência, quando for a hipótese, caso fique incapacitado para o trabalho ou atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos, por motivo de doença. O caso de incapacidade para o trabalho deve ser comprovado através de exame realizado pela perícia médica da Previdência Social. A empresa é responsável por pagar a remuneração do (a) empregado (a), nos primeiros quinze dias do afastamento. A Previdência Social paga o benefício: Ao empregado (a), a partir do 16º dia da data do afastamento da atividade. O benefício pode deixar de ser pago quando: 1. o segurado recupera a capacidade de trabalho; 2. esse benefício se transforma em aposentadoria por Invalidez ou idade; 3. o segurado solicita alta médica e tem concordância da perícia médica da Previdência Social; 4. o segurado vier a falecer. Gestão de Departamento Pessoal 33 • Auxílio-doença acidentário É um benefício devido ao segurado empregado (a) quando ficar incapacitado para trabalhar em decorrência de acidente de trabalho. O caso de acidente de trabalho é aquele que ocorre no exercício da atividade a serviço da empresa e provoca lesão corporal ou perturbações funcionais, que pode causar morte, a perda ou a redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho. A comunicação de Acidente de trabalho – CAT deverá ser feita pela empresa, ou na falta desta, pelo próprio acidentado, sem dependentes, pela entidade sindical competente, pelo médico assistente ou por qualquer autoridade pública. . O prazo para comunicar o acidente de trabalho: Até o primeiro dia útil seguinte da ocorrência e, em cão de morte, de imediato. A empresa: Ela paga a remuneração do último dia trabalhado, ou do dia do acidente – conforme o caso, mais os quinze dias seguintes. A Previdência Social: Paga o benefício ao empregado (a), a partir do 16º dia da data do afastamento da atividade. O benefício pode deixar de ser pago, caso: 1. o segurado recupere a capacidade de trabalho; 2. esse benefício se transforme em aposentadoria por Invalidez; 3. o segurado solicite alta médica e tem concordância da perícia médica da Previdência Social; 4. o segurado vier a falecer. Durante o benefício de Auxílio doença acidentário o empregado, tem garantia da manutenção do contrato de trabalho até 12 meses após a cessação do auxílio-doença acidentário. • Salário-família Além destes, é benefício da Previdência Social, mas com carac- terísticas especiais, porque, além de devido a segurados em atividade, funciona em regime de compensação. O salário-família é devido ao segu- Gestão de Departamento Pessoal 34 rado empregado (exceto o doméstico) ou trabalhador avulso que recebe atualmente, ou inválido, sem limite do número de filhos; e também dão direito a ele, nas mesmas condições, o enteado e o menor sem recursos, quando o segurado é tutor dele. Quando trabalhador ganha até R$ 806,80 o valor do salário-família será de R$ 41,37, por filho, ou equiparado, de até 14 anos incompletos ou inválidos. Para o trabalhador que receber de R$ 806,80 até 1.212,64, o valor do salário-família por filho, ou equiparado, de até 14 anos incompletos ou inválidos, será de R$ 29,16. Se a mãe e o pai estão nas categorias e faixa salarial que têm direito ao salário-família, os dois recebem o benefício. Sendo o valor da quota proporcional aos dias trabalhados nos meses de admissão e demissão do empregado. Para o trabalhador avulso, a quota será integral independentemente do total de dias trabalhados. Desta maneira, a empresa paga o salário-família dos seus empregados e desconta o total pago do valor das contribuições que tem a recolher. Quando a empresa não paga os salários por mês, o salário- família deve ser pago com o último pagamento relativo ao mês. Na hipótese de trabalhador avulso, é o sindicato ou Órgão Gestor de Mão- de-Obra que paga, mediante convênio com o INSS. O salário-família não se incorpora ao salário e, com isso, não incide sobre ele o desconto da contribuição para a previdência social. • Salário-maternidade Também é o benefício a quem tem direito à segurada da Previdência Social por ocasião do parto. Com isso, o INSS exige da segurada carência de dez contribuições mensais para conceder o salário maternidade. Deve ser devido à segurada gestante, empregada (inclusive as domésticas), trabalhadoras avulsa ou especial, nas mesmas condições da legislação trabalhista. No entanto, renda mensal do salário maternidade é correspondente: Visto posto, para a empregada, ao seu salário integral;para a empregada doméstica, ao valor do seu último salário de contribuição; para a trabalhadora avulsa ao valor da última remuneração correspondente Gestão de Departamento Pessoal 35 a um mês de trabalho; para a segurada especial, a um salário mínimo; para a contribuinte individual e a segurada facultativa, o valor do salário maternidade consiste em 1/12 avos da soma dos 12 últimos salários de contribuição, apurados em um período não superior a 15 meses. Sendo devido o salário maternidade a partir do 8º mês de gestação mediante atestado médico fornecido pelo Sistema Único de Saúde – SUS; a partir da data do parto, com a apresentação da Certidão de Nascimento e do atestado médico. Quando o parto ocorrer sem acompanhamento médico, a comprovação ficará a cargo da perícia médica do INSS. Já o recebimento do salário-família (é pago): por 120 dias a partir do parto ou, se a segurada preferir 28 dias antes e 91 dias após o parto; em caso e aborto não criminoso, comprovado mediante atestado médico pelo SUS, o benefício será pago durante duas semanas. “O salário maternidade é pago pela empresa, a qual se ressarce do valor despendido na guia de recolhimento (GPS)”. Entretanto, o salário maternidade só é devido enquanto existe a relação de emprego. E a empresa que despede sem justa causa a empregada gestante tende a arcar com os ônus trabalhistas da demissão. NOTA: Será garantido à gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses (150 dias) após o parto, a manutenção do seu contrato de trabalho (CF / 88. Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT, art. 10, inciso II, letra “b”) INSS empregado A tabela de INSS determina as faixas de enquadramento dos salários para efeito de incidência do INSS, recebidos pelos empregados de uma empresa, e ainda informa outros dados necessários à folha, como valor do salário-família, percentual do FGTS, e outras informações. Gestão de Departamento Pessoal 36 Tabela 2 - Desconto INSS Tabela para Empregado, Empregado Doméstico e Trabalhador Avulso Salário de Contribuição (R$) Alíquota Até R$ 1.556,94 8% De R$ 1.556,95 a R$ 2.594,92 9% De R$ 2.594,93 até R$ 5.189,82 11% Fonte: Gov.BR A natureza do Estabelecimento, é composta por: Código de Atividades (CNAE), FPAS-SAT, são informações necessárias para o cadastramento de uma empresa, e que visam atender as condições para emissão das guias de recolhimento de INSS, FGTS e a geração da DIRF e a RAIS. Dados para GRPS - as incidências para os cálculos de INSS de acordo com a classificação da empresa. Percentual do INSS - informa o percentual relativo a esta empresa. Tabela - Proventos e Descontos É talvez a tabela mais importante do sistema, pois suas informações envolvem todo o cálculo da folha, e é através desta tabela, que se estabelece às incidências de FGTS, IRRF, INSS, DRS, 13o. Salário, RAIS, sobre os salários que estão sendo pagos aos empregados. Nos códigos destinados à rotina de férias foram acrescentados mais quatro códigos, que destinam a fazer a tributação (INSS e IRRF) e o estorno (para não modificar o líquido a receber) das férias gozadas em dois meses consecutivos (começa em um mês e termina no outro). Caso você não deseje fazer este procedimento, não cadastrar estes códigos (todos os quatros). Observamos como deverá ser cadastrado este código: INSS FGTS IRRF Tributação das férias para o próximo mês N N N Tributação das férias do mês anterior S S N Estorno da tributação do próximo mês S S N Estorno da tributação do mês anterior N N N Gestão de Departamento Pessoal 37 Tabela 3 – Quadro de Incidências de INSS VERBAS INSS Abonos Sim ( , art. 28, I) Abono Pecuniário de férias (Ver Nota²) Não (Lei 8212/91, art. 28, par. 9, “e”) Adicionais: · Insalubridade · Periculosidade · Noturno · Horas extras · Tempo de serviço · Transferência Sim (Lei 8212/91, art. 28, I) Ajuda de Custo (parcela única para transferência) Não (Lei 8212/91, art. 28, par. 9, “g”) Auxílio-acidentário (primeiros 15 dias a cargo do empregador) Sim (Lei 8212/91, art. 28, I e Lei 8213/91, art. 60, par. 3) Auxílio-doença (primeiros 15 dias a cargo do empregador) Sim (Lei 8212/91, art. 28, inciso I e Lei 8213/91, art. 60, par. 3) Aviso Prévio Indenizado (Ver Nota¹) Sim (Decreto 6727/2009) Aviso Prévio Trabalhado Sim (Lei 8212/91, art. 28, I) Décimo terceiro salário parcela adicional de 1/12 paga em rescisão devido ao aviso prévio indenizado (Ver Nota¹) Sim (Decreto 6727/2009 e IN RFB 925/2009) Décimo terceiro salário – 1a. parcela Não (Decreto 3048/99, art. 214, par. 6) Gestão de Departamento Pessoal 38 Décimo terceiro salário – 2a. parcela ou por rescisão do contrato de trabalho Sim (Decreto 3048/99, art. 214, par. 6) Diárias para viagem até 50% do salário Não (Lei 8212/91, art. 28, par. 9, “h”) Diárias para viagem acima de 50% do salário Sim (Lei 8212/91, art. 28, par. 8, “a”) Estágio (Lei 11.788/2008) Não (Lei 8212/91, art. 28, par. 9, “i”) Férias gozadas e adicional 1/3 Sim (Lei 8212/91, art. 28, I e Decreto 3048/99 art. 214, par. 4) Férias dobradas – parcela paga em dobro (Ver Nota²) Não (Lei 8212/91, art. 28, par. 9, “d” e Decreto 3048/99, par. 9, IV) Férias indenizadas + 1/3 por ocasião de rescisão, aposentadoria ou exoneração (Ver Nota²). Não (Lei 8212/91, art 28, par. 9, “d”) Gorjetas Sim (Lei 8212/91, art. 28, I) Gratificações Sim (Lei 8212/91, art. 28, I) Indenização por despedida nos 30 dias que antecede a data base (Lei 6708/79, art. 9) Não (Lei 8212/91, art. 28, par. 9, “e”, Lei 9711/98) Indenização por rescisão antecipada de trabalho com termo estipulado (exemplo: contrato de experiência) Não (Lei 8212/91, art. 28, par. 9, “e”) Participação dos empregados nos lucros Não (Lei 8212/91, art. 28, par. 9, “j”) Quebra de caixa Sim (Lei 8212/91, art. 28, I) Salário-maternidade Sim (Lei 8212/91, art. 28, par. 2) Gestão de Departamento Pessoal 39 Salário-família Não (Lei 8212/91, art. 28, par. 9, “a”) Serviço militar (Nota ³) - Vale-transporte Não (Lei 8212/91, art. 28, par. 9, “f”) Valor da alimentação – PAT Não (Lei 8212/91, art. 28, par. 9, “c”) Fonte: Gov. BR NOTA1: O Decreto 3048/99 em seu artigo 214, § 9º, inciso V, concomitante com a IN 3/2005, estabelecia que não integrava a remuneração para fins de cálculo de INSS, além de outras parcelas, o aviso prévio indenizado e a parcela do décimo terceiro salário correspondente ao período do aviso prévio indenizado, paga ou creditada na rescisão do contrato de trabalho. Entretanto, em 13.01.2009 foi publicado o Decreto 6727/2009 revogando a alínea “f” do art. 214, § 9º, a partir do qual, passa a incidir INSS sobre o Aviso Prévio Indenizado. Maiores detalhes, inclusive sobre o reflexo do aviso sobre o 13º salário e sobre as férias, acesse a unidade IV – Rescisão Contratual – 4.1. Folha Mensal Nesta rotina se permite a execução do cálculo para empresas com forma de pagamento Mensal. Lembrando que para isso o usuário deverá ter marcado em Parâmetros / Habilitação da Empresa o Tipo de Cálculo como Mensal. Caso haja dados variáveis a serem digitados, como por exemplo: Horas Extras, etc., poderá o usuário executar a rotina de cálculo diretamente que a folha estará pronta. Será permitido ao usuário digitar movimento, INSS de outro emprego, visualizar ou desfazer o cálculo se assim desejar, a qualquer momento, quantas vezes se fizer necessário, desde que não execute o fechamento do mês. Os salários de Contribuição para o INSS, servem para emitir a relação dos salários de contribuição de qualquer empregado é necessário que antes tenha sido informado a composição das parcelas, com os devidos esclarecimentos observando. • Prazo de pagamento A empresa retém os valores sob os salários do empregado e recolhe no dia 20 do mês seguinte ao laborado. As obrigações servem para todas as empresas (inclusive optantes pelo Simples Nacional) e também por equiparadosà empresa. Gestão de Departamento Pessoal 40 • Preenchimento As informações aqui apresentadas se aplicam somente aos contribuintes que fazer o preenchimento da GPS de forma manual e para pagamento em dia. Para pagamentos em atraso, mesmo que de apenas de 1 dia, a rede bancária somente aceitará a GPS gerada com código de barras. Figura 2 - GPS Fonte: Elaborado pelo autor com base no Guia da Previdência Social. CAMPO 1 – Nome do contribuinte, telefone e endereço CAMPO 2 – Data de Vencimento CAMPO 3 – Código de pagamento (consulte na página de cálculo da GPS a sua categoria) CAMPO 4 – Competência (mês/ano de referência do recolhimento no formato numérico MM/AAAA) CAMPO 5 – Identificador: número do NIT/PIS/PASEP do contribuinte CAMPO 6 – Valor devido ao INSS pelo contribuinte CAMPO 11 – Total: Valor total a ser recolhido ao INSS A GPS em carnê sempre será preenchida em duas vias (carbonada) e terá a seguinte destinação: Gestão de Departamento Pessoal 41 • a primeira via poderá ficar para controle do agente arrecadador (as casas lotéricas por exemplo não retêm nenhuma via); • a segunda via é destinada ao contribuinte para guarda e comprovação do recolhimento. GPS Trimestral Os contribuintes individuais, facultativos e empregadores domésticos (relativamente aos empregados a seu serviço), que estiverem contribuindo com base de cálculo sobre o valor do salário mínimo vigente, poderão optar pelo recolhimento trimestral. O valor do recolhimento será o total das contribuições mensais agrupadas por trimestre civil, ou seja: 1º trimestre: janeiro, fevereiro e março (competência março); 2º trimestre: abril, maio e junho (competência junho); 3º trimestre: julho, agosto e setembro (competência setembro); e 4º trimestre: outubro, novembro e dezembro (dezembro). O vencimento será até o dia 15 do mês seguinte o de cada trimestre civil encerrado, prorrogando-se para o dia útil subsequente, quando não houver expediente bancário na data do vencimento. No caso desta opção (trimestralidade), nas GPS, serão consignadas as competências março, junho, setembro e dezembro, mesmo que a inscrição do segurado tenha ocorrido no segundo ou terceiro mês do trimestre civil. Aplica-se ao empregador doméstico, relativamente aos empregados domésticos a seu serviço, cujos salários de contribuição sejam iguais ao valor do salário mínimo, ou inferiores, nos casos de admissão, dispensa ou fração do salário em razão de gozo de benefício, o mesmo dispositivo da trimestralidade facultada aos contribuintes individuais e facultativos, exceto no que concerne ao recolhimento sobre remuneração de 13º salário, que segue a regra geral. Gestão de Departamento Pessoal 42 Especiais - Pró-Labore e Autônomos A rotina será destinada ao controle e emissão dos recibos de Pró- labore (retirada de sócios) de uma determinada empresa e também de pessoas que eventualmente prestarem serviços para a empresa sem vínculo empregatício e o controle das retenções do INSS. No entanto, em algumas situações terá necessidade de fazer o abatimento do valor pago ao INSS no cálculo do IRRF, para isto deve ser impresso através do recibo de pró-labore / autônomo individualmente, onde você informará o valor pago ao INSS, entretanto estas pessoas não deveram ser impressas na emissão geral de recibos, opção que deverá ser marcada no cadastro de pessoas. RESUMINDO: Neste capítulo, estudamos quais são os descontos prove- nientes da previdência social, tais como o INSS Patronal e o INSS empregado. Vimos quais são os prazos de pagamen- to e como realizar o preenchimento da GPS. Gestão de Departamento Pessoal 43 Impostos e tributos INTRODUÇÃO: Neste capítulo, estudaremos quais são os impostos e tributos a serem descontados do empregado. A incidência ocorre no salário base ou salário bruto, com incidência quando há pagamentos variáveis, tais como: horas extras, adicional noturno, adiantamentos eventualmente concedidos, faltas, ou outros proventos ou descontos, deverá o usuário informar no momento da contratação no Contrato Social, Registro do Empregado e Carteira de Trabalho. Imposto de renda (IR) Tabela 4: Incidência mensal IRPF sobre folha de pagamento Fonte: o autor Passo a passo: 1. Desconto do INSS do salário líquido (adicionais e descontos) 2. Desconta o valor por dependente 3. Aplica a tabela do IRRF7 4. Aplica as deduções da tabela Gestão de Departamento Pessoal 44 Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) Os recolhimentos do Fundo de Garantia por Temo de Serviço serão efetuados através: • GRF – Guia de Recolhimento do FGTS, gerada pela aplicativa da SEFIP; • GRRF – Guia de Recolhimento Rescisório do FGTS; • GFIP – Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social. Prazo de pagamento A declaração deve ser transmitida até o dia 7 do mês seguinte ao da remuneração paga, creditada ou e tornou devida ao trabalhador e/ou ocorrido outro fato gerador de contribuição ou informação à Previdência Social. Caso não haja expediente bancário, a transmissão deve ser antecipada para o dia de expediente bancário imediatamente anterior. Referente à competência 13, destinado exclusivamente à ao da Previdência Social, deve ser transmitido até o dia 31 de janeiro do ano seguinte ao da referida competência. FGTS – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (Lei Complementar n. 110, de 2.001) Os recolhimentos mensais para o FGTS, em valor correspondente a 8% ou 2% conforme caso, da remuneração devida de cada trabalhador no mês contribuem responsabilidade do empregador e devem ser efetuados obrigatoriamente em conta vinculada. Para o recolhimento exclusivo da Contribuição Social devida pelos empregadores, deverá ser utilizado o Documento Específico de Recolhimento do FGTS - DERF. Para as demais situações, a Contribuição Social, quando devida, deverá ser recolhida pela Guia de Recolhimento ao FGTS guia gerada por meio do aplicativo SEFIP. Gestão de Departamento Pessoal http://www.fgts.gov.br/perguntas/empregador/pergunta01.asp 45 Valores recolhidos para a Contribuição Social Na demissão sem justa causa, é recolhido o percentual de 10% sobre o montante de todos os depósitos devidos, referentes ao FGTS, durante a vigência do contrato de trabalho, acrescido das remunerações aplicáveis às contas vinculadas. O recolhimento do percentual de 0,5% é feito sobre o valor da remuneração mensal, devida ou paga ao trabalhador, no período compreendido entre 01/2002 a 12/2006, inclusive. Isenção da Contribuição Social Estão isentos do recolhimento de 0,5% de Contribuição Social (Art. 1º da LC nº. 110/2001): • As empresas optantes pelo SIMPLES, desde que o faturamento anual não ultrapasse o limite de R$ 1.200.000,00; • As pessoas físicas, em relação à remuneração de empregados domésticos; • As pessoas físicas, em relação à remuneração de empregados rurais, desde que sua receita bruta anual não ultrapasse o limite de R$ 1.200.000,00. Estão isentos do recolhimento de 10% de Contribuição Social (Art. 2º da LC 110/2001) somente os empregadores domésticos. Forma de Recolhimento da Contribuição Social Em GFIP, GRF e GRFC/GRRF. Em alguns casos também através de GRDE e DERF. Sendo assim, o administrador precisa conhecer a legislação e as práticas de Departamento Pessoal para poder estar alinhado ao mercado e ser um diferencial frente aos concorrentes e analisar a folha de pagamento para a tomada de decisão. Gestão de Departamento Pessoal 46 RESUMINDO: Neste capítulo, vimos que o imposto de renda é um imposto descontado na folha de pagamento do empregado, sendo que o valor é relativo ao salário do colaborador, conforme tabela apresentada pela Receita Federal. Estudamos ainda que além do imposto de renda, há o desconto de INSS e o recolhimento do Fundo de Garantia por Temo de Serviço. Gestão de Departamento Pessoal 47 REFERÊNCIAS MARRAS, J. P. Administração de RecursosHumanos: do operacional ao estratégico. São Paulo: Futura, 2002. MARTINS, S. P. Legislação previdenciária. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000. MORAES, A. Constituição da República Federativa do Brasil. 41. ed. São Paulo: Atlas, 2015. OLIVEIRA, A. CLT e Legislação Comparadas - Lei 13.467/2017. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2018. OLIVEIRA, A. Prática trabalhista e previdenciária. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2018. OLIVEIRA, A. de. Manual de prática trabalhista. São Paulo: Atlas, 2008. OLIVEIRA, A. Manual de prática trabalhista. 50. ed. São Paulo: Atlas, 2015. Gestão de Departamento Pessoal Benefícios obrigatórios Vale-transporte Vale-combustível Benefícios opcionais Vale-refeição e vale-alimentação Plano de saúde e plano dentário Auxílio-creche Salário-família Descontos: Previdência Social INSS Patronal INSS empregado Impostos e tributos Imposto de renda (IR) Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS)
Compartilhar