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ebook 1, ciência e religião

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- -1
Apresentação da unidade 1 - 
Introdução ao método científico, 
aos pais da Ciência e à Bíblia
Tiago Alves Jorge de Souza
Olá, caro estudante!
Vamos dar início agora à unidade temática Introdução ao método científico, aos pais da Ciência e à Bíblia.
Inicialmente, nesta unidade, vamos nos familiarizar com as etapas do método científico. Por não entender como
a Ciência funciona, a grande maioria da população brasileira adota certo distanciamento em relação à produção
científica. Ao longo desta unidade, você perceberá que o raciocínio científico não é tão complexo assim e pode ser
útil para qualquer um que se depara com os problemas e desafios do dia a dia. Você irá entender, também, a
importância da observação empírica para a Ciência, de onde surgem as hipóteses e teorias científicas e quais são
as qualidades e limitações deste método.
Além disso, você descobrirá que existem diferentes tipos de raciocínio envolvidos no método científico e terá a
oportunidade de se familiarizar com quatro deles: indutivo, dedutivo, hipotético-dedutivo e dialético.
Observaremos que o método científico é uma ferramenta que proporcionou grandes avanços para a humanidade
e, ao compreendê-la melhor, você irá organizar a sua estrutura de pensamento e analisar a realidade que o cerca
com um espírito curioso e crítico. Ao compreender a lógica e o raciocínio envolvidos no método científico, você
será capaz de resolver o desafio prático da unidade 1 e perceberá que a Ciência não é necessariamente
incompatível com a religião bíblica. Essa harmonia entre Ciência e Bíblia será demonstrada pelo exemplo de
alguns pais da Ciência Moderna, os quais acreditavam no Deus da Bíblia. Por fim, introduziremos algumas
peculiaridades da Bíblia, que a tornam um livro inigualável e evidenciam a sua origem sobrenatural.
Agora, convidamos você a assistir ao vídeo de apresentação da unidade.
https://www.youtube.com/embed/MP7LjbD8SvU
https://www.youtube.com/embed/MP7LjbD8SvU
- 2 -
Introdução ao método científico
Tiago Alves Jorge de Souza
Introdução
Caro estudante, o método científico pode ser definido como uma série de etapas que devem ser seguidas para
resolver problemas reais (CHALMERS, 1993). Nesta unidade compreenderemos as diferentes etapas do método
científico e como ele pode ser útil para resolver questões reais. De forma mais específica, será abordada a
importância de se realizar uma observação cuidadosa, as características de uma hipótese, os aspectos envolvidos
no desenho experimental e a posterior rejeição ou aceitação da explicação proposta. No entanto, como
poderíamos usar este método para resolver questões reais? Para responder a essa pergunta, vamos analisar um
fenômeno observado todos os anos na Sibéria. Acompanhe!
Observação
A primeira etapa do método científico é a observação de um fenômeno, que neste tópico será o congelamento
durante o inverno do Lago Baikal, localizado na Sibéria, Rússia (veja na figura a seguir). A tendência óbvia diante
desse fenômeno é relacionar o congelamento do lago às baixas temperaturas do inverno Siberiano. No entanto,
se formos para uma área oceânica onde a temperatura é igualmente baixa, a água não estará congelada. Neste
contexto, surge a pergunta: por que isso acontece? Para elaborar uma hipótese que explique melhor o fenômeno,
é necessário se aprofundar no objeto de estudo, que, no caso em questão, é a água (DUARTE, 2014).
Figura 1 - Lago Baikai, no Sul da Sibéria, congelado
Fonte: Charmflam, Shutterstock, 2018.
- 3 -
A água tem propriedades fantásticas e estudar essa molécula nos ajuda a entender por que ela é tão essencial
para que a vida exista em nosso planeta. Os nossos corpos, por exemplo, são formados de 65% de água e ela é
essencial para vários processos vitais do nosso organismo como a dissolução dos minerais e do oxigênio, a
liberação de resíduos e o transporte de nutrientes pela corrente sanguínea. A água pode existir em três estados:
sólido, líquido e gasoso e a possibilidade dessas três conformações também está diretamente relacionada à
existência de vida em nosso planeta azul (DUARTE, 2014).
Figura 2 - Esquema ilustrativo da estrutura da molécula de água (H2O)
Fonte: Orange Deer studio, Shutterstock, 2018.
O estado líquido da água mantém as moléculas de H O juntas, mas ao mesmo tempo livres para se movimentar.
2
Isto é ideal para que haja as reações bioquímicas nos seres vivos e é exatamente o que o estado líquido
proporciona. O interessante é que em apenas uma estreita faixa (0 – 100 °C) a água se encontra nesse estado e
que, ao contrário de outros planetas do sistema solar, grande parte das regiões da Terra possuem temperaturas
dentro dessa faixa.
A água precisa receber muita energia para entrar em ebulição e isso se deve ao seu alto calor específico. Isso
significa que é preciso muita energia para aquecê-la e ela deve perder muita energia para resfriar. Assim, os
vastos corpos de água na Terra ajudam a manter a temperatura relativamente estável. Por outro lado, massas de
terra se aquecem e esfriam mais rapidamente. Quando combinado com a temperatura bastante constante dos
corpos de água, isso se torna importante para a manutenção da temperatura terrestre (DUARTE, 2014).
Elaboração de uma hipótese
Uma hipótese é uma explicação lógica e baseada na percepção do mundo por meio dos sentidos humanos
(empirismo). Nesse contexto, o embasamento teórico acerca do tema relacionado ao fenômeno observado é
essencial para evitar que hipóteses desprovidas de lógica ou impossíveis de serem testadas sejam elaboradas (
JUNKER; SCHERER, 2002). Para o fenômeno em questão, por exemplo, poderiam ser oferecidas as seguintes
explicações: 1. Existe um ser sobrenatural que invisivelmente congela a água dos lagos, mas não a dos oceanos. 2.
Na verdade, as temperaturas nos dois locais parecem ser iguais, mas a nossa percepção de temperatura e os
métodos que utilizamos para verificá-la estão totalmente errados e enviesados.
- 4 -
Essas duas explicações propostas não podem ser consideradas válidas cientificamente, pois não são passíveis de
experimentação e falseabilidade. A hipótese de que existiria um ser sobrenatural atuando por detrás do
congelamento dos oceanos não é acessível ao Método Científico, pois extrapola a realidade empírica do ser
humano. Isso não quer dizer que a Ciência nega a existência de algo sobrenatural, mas indica apenas que ela é
incapaz de deliberar sobre ideias dessa natureza (SOUZA, 2010).
A hipótese de que toda a nossa percepção do que seriam variações de temperatura estaria errada questiona as
bases do empirismo, pois todas as nossas conclusões sobre determinada realidade estão relacionadas à forma
como conseguimos captá-la.
Após se familiarizar com o objeto de estudo, é possível formular uma hipótese lógica e embasada que reflita uma
explicação para a observação inicial. Ao estudarmos um pouco acerca da molécula de água, verificamos que ela
se encontra no estado líquido na faixa de 0° a 100 °C, sendo que em temperaturas ≤ 0 °C ela congela e em
temperaturas acima de 100 °C ela evapora. Dessa forma, surge a pergunta do porquê a água do mar não estaria
congelada a 0 °C. Levando em conta que a água é um eficiente solvente para vários compostos, uma possível
explicação seria que a água do mar estaria misturada com algum composto não presente na água do lago.
Sabemos que a água do mar se diferencia da água dos lagos e rios por ter altos níveis de salinidade. A polaridade
A proposição de uma ação sobrenatural para explicar um fenômeno natural não exclui
necessariamente a existência de causas naturais para esse fenômeno. No entanto, quando
consideramos questões relacionadas ou transcendente, não estamos no escopo da Ciência, mas
sim da Religião e/ou Filosofia.
FIQUE ATENTO
EXEMPLO
O matemático britânico John C. Lennox escreveu um livro intitulado "Por que a ciência não
consegue enterrar Deus". Neste livro, Lennox mostra a ineficiência e impossibilidade da ciência
em deliberar acerca de questões transcendentais como a existência de Deus.
SAIBA MAISPara se aprofundar sobre o tema, indicamos a leitura do livro Metodologia Científica: ao
, da autora Cecília B. Azevedo, disponível em:Alcance de Todos https://biblioteca.sophia.com.br
. Acesso em: 30 jan. 2023./9198/index.asp?codigo_sophia=797647
https://biblioteca.sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_sophia=797647
https://biblioteca.sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_sophia=797647
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Sabemos que a água do mar se diferencia da água dos lagos e rios por ter altos níveis de salinidade. A polaridade
da água permite que ela seja capaz de dissolver o sal, dessa forma, uma possível hipótese para explicar a
observação inicial seria de que a água do mar possui um ponto de congelamento menor do que a água doce.
Como a questão em análise é muito conhecida, pode soar que essa hipótese surgiria como uma explicação óbvia
para o fenômeno sem a necessidade de uma contextualização prévia sobre as propriedades da água. Porém, é
importante ressaltar que durante suas pesquisas os cientistas se deparam com temas muito pouco conhecidos
que demandam uma análise cuidadosa e um profundo embasamento teórico que deve preceder a elaboração da
hipótese. Todavia, por mais embasada e lógica que uma hipótese possa soar, ela precisa ser submetida à
experimentação para ser considerada como válida em termos científicos.
Experimentação
Como vimos anteriormente, a hipótese mais óbvia para essa observação seria que a água doce do lago congela
em temperaturas mais altas do que a água salgada do mar. O que diferencia a composição desses dois ambientes
distintos é a presença de sal, dessa forma, essa seria uma explicação para a observação inicial.
Mas como testar se realmente a água salgada possui um ponto de congelamento do que a água doce? A questão
que deverá ser testada aqui é a presença de sal na água, então, para analisarmos essa variável temos de controlar
todas as outras, para que não influenciem no resultado final.
Figura 3 - A fórmula química do sal (NaCl)
Fonte: Orange Deer studio, Shutterstock, 2018.
 do experimentoDesign
Para o nosso experimento ser válido, vamos precisar utilizar água destilada, a qual é desprovida de sais minerais.
Ademais, serão necessários dois recipientes, água destilada e sal. Inicialmente, a mesma quantidade de água
destilada deverá ser inserida nos dois recipientes. Posteriormente, o sal será inserido em um dos recipientes. O
qual deverá ser agitado para que o sal se misture com a água. Logo a seguir, os dois recipientes deverão ser
inseridos em um congelador a 0 °C, que é o ponto conhecido de congelamento da água. Após 24 horas, os dois
frascos deverão ser retirados do congelador e você poderá verificar que o recipiente que continha sal misturado
com a água destilada não congelou, enquanto que o frasco que continha apenas a água destilada, congelou. Ou
seja, a ideia inicial de que a água dos oceanos não congela na mesma temperatura do que a água doce dos rios e
- 6 -
seja, a ideia inicial de que a água dos oceanos não congela na mesma temperatura do que a água doce dos rios e
lagos devido à salinidade está correta.
Por meio deste experimento simples, você pôde recapitular aspectos importantes do método científico e
introduzir novos elementos que são importantes para compreendermos de uma forma mais holística a prática
científica.
Figura 4 - Etapas de formulação da hipótese e da experimentação
Fonte: Shaiith, Shutterstock, 2018.
Nesses experimentos, a questão principal a ser analisada era a temperatura de congelamento da água. Como essa
temperatura pode variar dependendo da quantidade de sal presente na água, ela recebe o nome de variável
dependente. Já a quantidade de sal presente na água, neste caso, é a variável independente, pois dentro do
desenho experimental ela não está sujeita a nenhuma variável anterior.
Ademais, considerando a hipótese inicialmente sugerida, o principal objeto de atenção do desenho experimental
é o frasco contendo sal. Esse frasco recebe o nome de grupo experimental. No entanto, para garantir que o
experimento teste a hipótese em questão, é necessário isolar as variáveis indesejadas. Para isso, temos um grupo
que simula todas as condições do grupo experimental ( frascos idênticos, mesma quantidade de água,e. g.
exposição à mesma temperatura) com exceção da variável independente, que, no caso, é a presença de sal.
FIQUE ATENTO
Para que o resultado seja confiável, durante o do experimento, é necessário que todasdesign
as variáveis não relacionadas com o teste da hipótese inicial sejam neutralizadas. Não é muito
raro encontrar estudos científicos que são questionados por não utilizarem grupos controles
adequados para isolar a variável dependente que se deseja analisar.
- 7 -
Fechamento
Assim, por meio deste experimento, foi possível recapitularmos os passos científicos que vão desde a observação
até a confirmação de uma hipótese por meio de experimentos. Também foi possível introduzir os conceitos de
variável dependente e independente e grupo controle e experimental. No próximo tópico, abordaremos a
questão do surgimento de teorias a partir de hipótese confirmadas e como novas descobertas podem
revolucionar a compreensão da comunidade científica acerca de determinado tema.
Referências
CHALMERS, A. F. ? São Paulo: Editora Brasiliense, 1993.O que é ciência afinal
DUARTE, H. A. Água: uma visão integrada. , n. 8, p. 4-8, 2014Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola
JUNKER, R.; SCHERER S. : um livro texto crítico. Brasília-DF: Editora Qualidade – Sociedade CriacionistaEvolução
Brasileira, 2002. 328 p.
SOUZA JUNIOR, N. N. Filosofia das origens: uma introdução à controvérsia evolucionismo e criacionismo. In: Acta
: Ciências Humanas, v. 2, n. 19, 2. semestre de 2010. Disponível em: Científica https://www.evidenciasonline.
. Acesso em: 30 jan. 2023.org/?page_id=449
https://www.evidenciasonline.org/?page_id=449
https://www.evidenciasonline.org/?page_id=449
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A elaboração de teorias 
científicas
Tiago Alves Jorge de Souza
Introdução
Caro estudante, no tópico anterior, foram introduzidas as diversas etapas (e.g. observação, elaboração de
hipóteses e experimentação) do método científico por meio da análise de um exemplo de um fenômeno natural.
No entanto, restam algumas perguntas relativas a este método que carecem de respostas, como: o que deve ser
feito caso o experimento, desenhado corretamente, rejeite a hipótese inicial? Qual é o próximo passo que deve
ser seguido após os experimentos confirmarem determinada hipótese? Essas e outras perguntas serão
abordadas neste tópico com o objetivo de que você compreenda a lógica do método científico. Vamos lá!
Elaboração de novas hipóteses
Caso a experimentação tenha sido realizada da forma correta e os resultados não confirmarem a hipótese
inicialmente levantada é preciso verificar se a observação inicial estava correta. Dessa forma, tentar revisitar o
fenômeno inicialmente observado fazendo todos os esforços possíveis para manter imparcialidade é a forma
mais correta de formular uma nova hipótese que, posteriormente, deverá ser testada por um novo experimento
(CHALMERS, 1993).
Introdução ao método científico (parte 1).Para saber mais, assista à videoaula 
https://www.youtube.com/embed/MP7LjbD8SvU
A formulação de novas hipóteses é algo corriqueiro na vida de um cientista, já que a prática científica nem
sempre se enquadra em uma lógica cartesiana de causa e efeito. O pesquisador, muitas vezes, formula uma
hipótese válida e lógica, mas que não explica o fenômeno observado, pois haviam variáveis que não foram
percebidas pelo pesquisador na observação inicial (CHALMERS, 1993; JUNKER; SCHERER, 2002).
https://www.youtube.com/embed/MP7LjbD8SvU
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Elaboração de teoria e o ciclo da produção 
científica
Caso uma hipótese se confirme várias vezes de forma independente por meio de experimentação, ela pode se
tornar uma teoria. No entanto, para isso, ela deve ter o potencial de ser generalizada como uma explicação
plausível para um conjunto de observações similares àquela inicialmente testada.Uma teoria
epistemologicamente robusta deve ser formada por um conjunto de diferentes hipóteses que foram confirmadas
por meio de experimentação.
Figura 1 - Ilustração esquemática dos passos envolvidos no método científico
Fonte: Elaborada pelo autor, baseado em JUNKER; SCHERER, 2002.
Considerando todo o trabalho envolvido na elaboração de uma teoria científica, pode surgir a tentação de
considerá-la como sendo uma verdade absoluta e inquestionável. No entanto, alguns dados concretos
observados que contrariem de forma contundente uma teoria científica são suficientes para derrubá-la,
tornando-a, muitas vezes, obsoleta (KUHN, 2003). Para entendermos como isso pode ocorrer na prática,
analisaremos nos próximos itens a evolução das teorias associadas à compreensão da estrutura atômica
(JUNKER; SCHERER, 2002; OLIVEIRA; FERNANDES, 2006).
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Visão grega do átomo
Para compreendermos na prática como uma teoria científica preestabelecida pode ser refutada, consideremos o
exemplo relativo à compreensão da estrutura do átomo. Atualmente, sabemos que a matéria pode ser
considerada como tudo que tem massa e ocupa determinada região no espaço. No entanto, para que possamos
compreender como chegamos à atual estrutura da matéria, precisamos voltar até a Grécia Antiga.
Há aproximadamente 2.450 anos, dois filósofos gregos chamados Demócrito e Leucipo discutiam acerca do que
seria a unidade básica por detrás de toda matéria existente. Eles propuseram que se um material fosse dividido
consecutivamente em partes menores, chegaria um momento em que ele não poderia ser mais divisível,
chegando, desta forma, a subpartes indivisíveis. Para expressar essa ideia, esses filósofos designaram esse
fragmento indivisível de átomo. A própria etimologia da palavra “átomo” (do grego ἄτομος ("átomos"),
indivisível). expressa esse conceito (OLIVEIRA; FERNANDES, 2006).
Modelos atômicos de Dalton e Thomson
Já no século XIX, o físico e químico John Dalton (1766-1844) afirmou que a matéria era formada por minúsculas
partículas maciças, indestrutíveis, indivisíveis e sem carga. O modelo proposto por Dalton ficou conhecido como
modelo atômico bola de bilhar. Assim, como Demócrito e Leucipo, Dalton acreditava que o átomo representava
uma estrutura indivisível. A inovação da proposta de Dalton reside no fato de que ele afirmou que átomos de um
mesmo elemento químico possuem o mesmo tamanho e a mesma massa e átomos de diferentes elementos
químicos possuem massas e tamanhos diferentes.
As proposições de Dalton sobre o átomo confirmaram a lei de Antoine Lavoisier, que afirmava: “Na natureza
nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Porque, considerando que o átomo era indestrutível, os
reagentes apenas se reorganizariam para formar o produto. Ou seja, nada se perderia em uma reação química
dado a indestrutibilidade do átomo (OLIVEIRA; FERNANDES, 2006).
A proposta de Dalton não descontruiu a ideia de que existiam partículas indivisíveis denominadas átomos, mas
apenas acrescentou à teoria atômica outras características não observadas inicialmente pelos gregos. Assim,
novas proposições não necessariamente derrubam completamente uma teoria preexistente. Importante que,
assim como os gregos, Dalton não baseou as suas proposições em experimentação.
Todavia, pouco tempo depois, outro cientista chamado Joseph John Thomson (1856-1940) começou a realizar
experimentos com tubos de raios catódicos que o levaram à descoberta de uma partícula subatômica, ou seja,
menor que o átomo, que foi denominada de elétron.
Desta forma, a ideia dos gregos de que as unidades básicas da matéria seriam indivisíveis caiu por terra.
FIQUE ATENTO
Na atualidade, além do elétron, outras partículas subatômicas são conhecidas ( bóson,e.g.
neutrino, quarks, glúon, fóton, gráviton).
- 11 -
Desta forma, a ideia dos gregos de que as unidades básicas da matéria seriam indivisíveis caiu por terra.
O modelo atômico proposto por Thomson ficou conhecido como “pudim de passas”, no qual o átomo seria uma
massa de carga positiva incrustrada por partículas de carga negativa, os elétrons. Como o pudim de passas é um
prato mais comum na Inglaterra, vamos trazer esse exemplo para a realidade brasileira.
Figura 2 - Modelo atômico de Dalton como um panetone
Fonte: Danny Philco, Shutterstock, 2018.
A estrutura do panetone seria um exemplo da constituição estrutural do átomo proposta por Thomson, na qual a
massa do panetone representaria a estrutura do átomo a qual estaria incrustrada de elétrons (frutas
cristalizadas).
A massa do panetone teria carga positiva e as frutas cristalizadas (elétrons) teriam carga negativa, e assim
contrabalanceariam a carga positiva da massa. É importante ressaltar, também, que, segundo Thomson, tanto a
carga positiva quanto a negativa estariam uniformemente distribuídas na massa do panetone.
Modelos atômicos de Rutherford e Bohr
No entanto, em 1911, o físico e químico Ernest Rutherford (1871-1937) demonstrou que o modelo de Thomson
também não explicava satisfatoriamente a estrutura do átomo. Ao realizar experimentos onde uma folha de ouro
foi bombardeada por partículas alfa, ele percebeu que grande parte dessas partículas atravessava a folha sem
sofrer nenhum desvio e apenas uma pequena porcentagem sofria desvios. Essa observação experimental levou
SAIBA MAIS
Para se aprofundar sobre o tema, indicamos a leitura do capítulo 2, do livro Estrutura Atômica,
, do autor Henrique E. Toma. Editora Blucher. Ano: 2013. DisponívelLigações e Estereoquímica
em: . Acesso em: 30 https://biblioteca.sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_sophia=811890
jan. 2023.
https://biblioteca.sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_sophia=811890
https://biblioteca.sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_sophia=811890
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sofrer nenhum desvio e apenas uma pequena porcentagem sofria desvios. Essa observação experimental levou
Rutherford a concluir que o átomo era formado na sua maior parte por espaços vazios (onde as partículas alfas
atravessaram) e por um núcleo central (onde as partículas foram desviadas) (OLIVEIRA; FERNANDES, 2006). 
Dessa forma, um novo modelo atômico foi proposto por Ernest Rutherford, o qual descrevia o átomo como sendo
formado por um pequeno núcleo, onde se concentra grande parte da massa do átomo circundando por elétrons.
Mais especificadamente, o núcleo seria formado por dois tipos de partículas, os prótons e nêutrons. Os prótons
seriam partículas de carga positiva e os nêutrons seriam partículas de massa similar a dos prótons, porém não
possuiriam cargas. Ao redor do núcleo, estaria presente a eletrosfera, formada por partículas de carga negativa,
os elétrons (OLIVEIRA; FERNANDES, 2006).
Figura 3 - Cientistas responsáveis por elaborar modelos atômicos. A. John Dalton; B. Joseph John Thomson, C.
Ernest Rutherford; D. Niels Bohr
Fonte: Shutterstock, 2018.
Os conhecimentos proporcionados pelas descobertas de John Dalton, Joseph John Thomson e Ernest Rutherford
permitiram que a estrutura do átomo fosse mais bem conhecida, mas ainda existiam lacunas no conhecimento
sobre a estrutura atômica. Em 1913, o cientista Niels Bohr (1885-1962) demonstrou que os elétrons orbitavam
ao redor do núcleo, como proposto por Rutherford, porém esse movimento obedecia a órbitas definidas de
EXEMPLO
Para exemplificar a estrutura do modelo atômico proposto por Rutherford, foi utilizada uma
analogia com o nosso sistema solar, os elétrons girariam ao redor do núcleo, assim como os
planetas giram ao redor do Sol .
- 13 -
ao redor do núcleo, como proposto por Rutherford, porém esse movimento obedecia a órbitas definidas de
acordo com a energia que os elétrons possuíam. Ou seja, elétrons poderiam realizar saltos quânticos de uma
camada para outra de acordo com o seu estado energético (OLIVEIRA; FERNANDES, 2006).
Posteriormente, os cientistas Arnold Sommerfeld, Erwin Schrödinger e George Elbert Kimball desvendaram o
caráter ondulatório dos elétrons, a característica dual onda/partícula para a matéria, a influência de forças
externas sobre as ondas materiaise a incerteza relacionada à posição exata de um elétron na eletrosfera do
átomo.
Figura 4 - Ilustração esquemática dos modelos atômicos demonstrando a evolução do conhecimento acerca do
átomo
Fonte: Magne, Shutterstock, 2018.
Todas essas descobertas contribuíram para a compreensão atual da estrutura e do funcionamento do átomo. Ou
seja, experimentos e análises realizadas por diferentes cientistas ao longo da história foram essenciais para a
formulação de uma teoria atômica mais parcimoniosa. No entanto, isso não exclui a possibilidade de novas
descobertas modificarem o conhecimento que possuímos do átomo.
Fechamento
Neste tópico, você teve a oportunidade de entender como hipóteses podem dar origem à teoria, no entanto, por
meio do exemplo dos modelos atômicos você pôde constatar claramente que, mesmo teorias baseadas em
observação e experimentação, podem ser abandonadas frente a novas descobertas científicas que desconstruam
os conhecimentos prévios. No próximo tópico, serão abordados alguns tipos de raciocínios relacionados à
formulação de hipóteses científicas.
FIQUE ATENTO
Uma teoria científica apenas será desacreditada se novas evidências comprometerem suas
bases epistemológicas.
- 14 -
Referências
CHALMERS, A. F. ? São Paulo: Editora Brasiliense, 1993. 210 p.O que é ciência afinal
JUNKER, R.; SCHERER S. : um livro texto crítico. Brasília-DF: Editora Qualidade – Sociedade CriacionistaEvolução
Brasileira, 2002. 328 p.
KUHN, T. S. . 8. ed. rev. São Paulo: Editora Perspectiva S. A. 2003. 260 p.A Estrutura das Revoluções Científicas
OLIVEIRA, Ó. A.; FERNANDES, J. D’arc G. . Natal-RN: EDUFRN – Editora daArquitetura atômica e molecular
UFRN, 2006. 280 p.
SOUZA JUNIOR, N. N. Filosofia das origens: uma introdução à controvérsia evolucionismo e criacionismo. In: Acta
: Ciências Humanas, v. 2, n. 19, 2. semestre de 2010. Disponível em: Científica https://www.evidenciasonline.
. org/?page_id=449 Acesso em: 30 jan. 2023.
https://www.evidenciasonline.org/?page_id=449
https://www.evidenciasonline.org/?page_id=449
- 15 -
Os métodos relacionados ao 
raciocínio científico
Tiago Alves Jorge de Souza
Introdução
Caro estudante, no tópico anterior, foi demonstrado que, apesar de uma teoria científica ser embasada por
hipóteses anteriores que foram confirmadas, elas podem ser consideradas obsoletas em função do surgimento
de novos dados. Como vimos anteriormente, para que uma hipótese seja considerada plausível, ela deve ser
lógica e formulada apenas após uma cuidadosa observação do fenômeno analisado. Todavia, diferentes tipos de
raciocínio podem ser empregados na formulação de uma hipótese. Os raciocínios ou silogismos são conjuntos de
premissas que implicam uma conclusão. Neste tópico, abordaremos quatro tipos de estruturas de raciocínio
relacionadas à prática científica (método indutivo, dedutivo, hipotético dedutivo, dialético). Ao fazer uma
pesquisa científica, você pode se fazer a seguinte pergunta: qual desses métodos devo utilizar no meu trabalho?
Adiante citaremos alguns contextos práticos para exemplificar a estrutura desses diferentes raciocínios, a fim de
que possa responder à indagação.
Raciocínio indutivo
O raciocínio indutivo é aquele que parte de premissas específicas ou particulares que conduzem a uma conclusão
mais abrangente sobre determinado tema (DINIZ; SILVA, 2008). Na prática, este tipo de raciocínio é amplamente
utilizado pelos órgãos de pesquisa de opinião. Por ocasião das eleições, por exemplo, este tipo de raciocínio ou
método é utilizado para fornecer à população uma ideia acerca de qual o candidato terá mais chances de sair
vitorioso do pleito eleitoral.
- 16 -
Figura 1 - Raciocínio indutivo é usado no pleito eleitoral
Fonte: Elena Verkhoturova, Shutterstock, 2018.
Dada a impossibilidade de perguntar a opção de cada um dos indivíduos de uma população acerca de sua
preferência por determinado candidato, uma amostra representativa da população é escolhida como um
referencial que expresse a escolha da população como um todo.
Introdução ao método científico (parte 2).Para saber mais, assista à videoaula 
https://www.youtube.com/embed/MP7LjbD8SvU
Apesar de ser um silogismo extremamente bem-sucedido, o raciocínio indutivo possui algumas limitações.
Considerando o caso citado, temos de levar em conta que existem vários fatores que influenciam na escolha de
um candidato político ( condição econômica, grau de instrução formal, contexto familiar, contexto social etc.).e.g.
Caso essas variáveis não estejam bem expressas dentro da amostra utilizada para representar a população,
podem surgir resultados enviesados. Para entendermos essa limitação de uma forma mais clara, consideremos
um exemplo bem simples que se encontra a seguir:
1. Observação:
João é homem e usa bigode.
Pedro é homem e usa bigode.
Carlos é homem e usa bigode.
Lucas é homem e usa bigode.
2. Conclusão:
Logo, todos os homens usam bigode.
https://www.youtube.com/embed/MP7LjbD8SvU
- 17 -
Nessas observações inicias, foram observados diferentes homens e foi verificado que todos eles possuem bigode.
Logo, essas diferentes observações individuais podem levar o observador a concluir que todos os homens
possuem bigode. No entanto, nós sabemos que essa conclusão está equivocada.
Dessa forma, é muito importante que as observações específicas sejam representativas da heterogeneidade do
grupo analisado para que o raciocínio indutivo seja relevante. Ou seja, se o grupo de homens observados
representasse a variação presente nos indivíduos da população, jamais chegar-se-ia a essa conclusão.
Raciocínio dedutivo
Outra forma de construção lógica é o raciocínio dedutivo, que parte de premissas gerais que implicam uma
conclusão particular ou específica (DINIZ; SILVA, 2008). Para entendermos melhor esse raciocínio, considere o
seguinte exemplo:
1. Premissa:
Todos os jovens que passaram no exame de direção veicular estão aptos a dirigir carros
2. Observação:
Carla é uma jovem e passou no exame de direção veicular
3. Conclusão:
Logo, Carla está apta a dirigir carros.
A premissa inicialmente considerada, neste caso, é bem conhecida e corresponde a algo real, qualquer pessoa
que deseja dirigir um automóvel deve realizar o exame de direção veicular. Considerando que Carla é uma
pessoa e passou no exame, logo ela pode dirigir. A construção do raciocínio dedutivo é muito comum e por vezes
pode soar como uma obviedade e podemos cair na tentação de considerá-lo como uma verdade inquestionável.
No entanto, assim como o raciocínio indutivo, ele possui limitações. Considere o exemplo que segue:
Todas as aves possuem bico.
FIQUE ATENTO
Todavia, a importância do argumento indutivo não deve ser de forma alguma subestimada em
função de suas limitações. As grandes descobertas científicas só são possíveis graças ao
raciocínio indutivo, nas quais observações inéditas são realizadas e posteriormente são
utilizadas para explicar realidades mais abrangentes. A grande relevância desse método será
exemplificada no próximo tópico.
- 18 -
Todas as aves possuem bico.
O ornitorrinco possui bico.
Logo, o ornitorrinco é uma ave.
Figura 2 - Ornitorrinco, que é um mamífero que possui bico, bota ovos e possui esporões venenosos nas patas
Fonte: John Carnemolla, Shutterstock, 2018.
Podemos verificar claramente que a premissa geral adotada é verdadeira, pois todas as aves possuem bico. No
entanto, apesar de possuir bico, o ornitorrinco é um mamífero. Desta forma, a premissa inicial não é adequada
para explicar o caso do ornitorrinco, que é uma exceção. Esse exemplo ilustra uma limitação clara do método
dedutivo, que é ignorar muitas vezes a existência de exceções.
Raciocínio hipotético-dedutivo
O raciocínio, ou método hipotético-dedutivo, por sua vez, foi cunhado por Karl Popper como uma crítica ao
método indutivo. Popper (1902-1994) foi um dos maiores filósofos do século XX. Ele escreveu livros, como a
“Lógica da Pesquisa Científica” e “A Sociedade Aberta e Seus Inimigos”. Popper esboçou a teoria fundamentada
no racionalismocrítico, que em sua essência era uma crítica ao indutivismo e à ciência. Segundo ele, as teorias
científicas eram passíveis de erros e críticas, não havendo, assim, uma teoria da ciência que fosse eterna e
imutável.
Figura 3 - Pesquisa científica
Fonte: Paulista, Shutterstock, 2018.
- 19 -
No método hipotético dedutivo, Popper propõe que a Ciência sempre começa e termina com um problema. Ou
seja, quando o cientista se depara com uma observação que ele é incapaz de explicar, temos um problema. Para
resolver esse problema, o cientista irá propor uma hipótese, que, caso confirmada várias vezes por meio de
experimentos, vai dar origem a uma teoria. No entanto, com o passar do tempo e o advento de novos dados,
passa a ser observado que aquela teoria possui erros, as quais constituem um novo problema, o qual deverá ser
solucionado por uma nova teoria (DINIZ; SILVA, 2008; POPPER, 1935).
Para exemplificar esse método, podemos citar o caso de baleias cachalotes (Figura 4) que estavam sendo
encontradas encalhadas em praias do Pacífico Sul. Assustados com esse fenômeno, os cientistas começaram a
conjecturar acerca de qual seria a causa desses encalhes. Considerando que as estruturas do ouvido interno
desse animal estão relacionadas à orientação espacial, era de se esperar que algum dano nessas estruturas
poderia estar por detrás dos sucessivos eventos de encalhe observados. Na década de 1960, um grupo de
cientistas resolveu analisar corpos de cachalotes encalhadas nessa localidade e encontraram parasitas no ouvido
interno dos espécimes analisados, o que confirmou a hipótese inicial relacionada à causa dos encalhes.
Figura 4 - Baleia cachalote
Fonte: Valentyna Chukhlyebova, Shutterstock, 2018.
SAIBA MAIS
Como sugestão de leitura para se aprofundar sobre o tema, indicamos a leitura do livro
 da autora Cecília B. Azevedo. Editora Manole. Ano:Metodologia Científica ao Alcance de Todos,
2013, disponível em: https://biblioteca.sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_sophia=797647
. Acesso em: 30 jan. 2023.
https://biblioteca.sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_sophia=797647
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Porém, após alguns anos, vários corpos de baleias cachalotes encalhados foram analisados e não foi encontrado
o parasita no ouvido interno em muitas delas, descontruindo assim a hipótese do parasita como uma possível
explicação para o encalhe das baleias cachalotes do Pacífico Sul (JUNKER; SCHERER, 2002; POPPER, 1935).
Segundo Popper, o cientista nunca realiza observações desprovido de concepções prévias acerca de determinado
tema, o que impediria que uma particularidade inicialmente observada fosse utilizada como o único referencial
para explicar uma realidade mais abrangente (POPPER, 1935).
Método dialético
Por fim, podemos citar o método dialético, o qual leva em conta que é necessário haver um confronto de ideias
para que novos conhecimentos sejam produzidos. Esse tipo de raciocínio é provavelmente o mais antigo, pois
remete à antiga Grécia de Platão. Nesse método, três etapas devem ser seguidas. A primeira etapa é a da
formulação da tese que representa uma ideia inicial. Na segunda etapa, uma ideia contrária à tese inicial deve ser
formulada.
Essa ideia recebe o nome de antítese. Por fim, na terceira etapa, a tese e a antítese devem ser consideradas de
forma conjunta para que o conhecimento seja produzido. Essa etapa é conhecida como síntese (DINIZ; SILVA,
2008).
FIQUE ATENTO
Ao realizar suas pesquisas, você deve ficar atento a qual desses métodos você está utilizando,
desta forma, poderá identificar de forma clara os pontos fortes e as limitações da sua pesquisa.
EXEMPLO
Para compreendermos o método dialético, consideremos o produto final (conhecimento) como 
uma linda maçã. Para que você obtenha uma maçã, o primeiro passo é a existência de uma
semente. A existência de uma semente é a condição para o surgimento de umasine qua non
macieira e posteriormente de maçãs. Desta forma, a existência da semente seria a tese. No
entanto, para que a macieira germine, é necessário que a semente deixe de existir enquanto
semente. Ou seja, é a negação da existência da semente (antítese) que é considerada
conjuntamente com a ideia prévia da sua existência (tese) vai produzir o produto final, a maçã
(conhecimento).
-21 -
Fechamento
As diferentes estruturas de raciocínio científico citadas neste tópico não desconfiguram a base do método
científico. Considerando as várias etapas envolvidas nesse método, percebemos que ele é pautado na
reprodutibilidade dos resultados obtidos após a experimentação. Ou seja, se alguém tentar reproduzir os
experimentos utilizados para testar determinada hipótese previamente descrita na literatura e não obtém os
mesmos resultados, aquela hipótese passa a ser questionada pela comunidade científica. Neste contexto, caso
alguém forje dados ou realize experimentos de uma forma descuidada, ele será rapidamente desmascarado pela
comunidade científica e seus resultados serão desconsiderados. Assim, o método científico preconiza a verdade.
A Ciência segue o princípio do Sócrates e Platão: "Siga as evidências, não importa onde elas nos levem".
Referências
DINIZ, C. R.; SILVA, I. B. . Campina Grande: UEPB/UFRN - EDUEP, 2008.Metodologia científica
JUNKER, R.; SCHERER S. Evolução: um livro texto crítico. Brasília: Editora Qualidade - Sociedade Criacionista
Brasileira, 2002.
KUHN, T. S. . 8. ed. São Paulo: Perspectiva S.A, 2003.A Estrutura das Revoluções Científicas
POPPER, K. . São Paulo: Cultrix, Secções 1-3, 1972.A Lógica da Pesquisa Científica
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O sucesso do método científico
Tiago Alves Jorge de Souza
Introdução
Caro estudante, no tópico anterior foram abordados diferentes tipos de raciocínios científicos. Foram explicados
em detalhes e exemplificados os diferentes raciocínios envolvidos (indutivo, dedutivo, hipotético-dedutivo,
dialético) com o método científico. Neste tópico, serão analisadas algumas descobertas científicas que
revolucionaram a ciência e trouxeram grandes benefícios para a humanidade, demonstrado a funcionalidade
dessa ferramenta. Para exemplificar a eficiência do método científico, conheceremos um pouco mais sobre a
história por detrás da elaboração das leis da hereditariedade enunciadas por Gregor Mendel e da descoberta da
penicilina por Alexander Fleming.
Gregor Johann Mendel
Gregor Johann Mendel (1822-1884) foi um botânico, professor e monge. Ele foi a primeira pessoa a estabelecer
as bases matemáticas da ciência da genética, no que veio a ser chamado de mendelismo. Apesar de ter nascido
em uma família humilde, a inteligência e o esforço demonstrados pelo jovem Mendel chamaram a atenção de um
padre local, que convenceu seus pais a enviá-lo para a escola primária. Mais tarde, em 1840, Mendel entrou em
um programa de estudos em filosofia na Universidade de Olmütz, o qual ele concluiu em 1843.
- 23 -
Figura 1 - O cientista Gregor Johann Mendel
Fonte: Molcay, Shutterstock, 2018.
Posteriormente, Mendel decidiu entrar no mosteiro de Altbrünn, na Áustria, onde foi iniciado na ordem
agostiniana e recebeu o nome de Gregor. Assim, ele passou a ser chamado de Gregor Johann Mendel. No
ambiente do mosteiro, Gregor pôde realizar vários experimentos que o ajudaram a elaborar as suas leis de
hereditariedade.
Os experimentos de Gregor Mendel
No século XIX, em um monastério localizado na atual região da República Tcheca, o monge Gregor Mendel (1822-
1884) começou a realizar estudos sobre padrões de herança utilizando camundongos. Posteriormente, ele
percebeu que seria mais viável trabalhar com abelhas e plantas e foi justamente estudando ervilheiras que
Mendel realizou suas maiores descobertas científicas. Ele escolheu as ervilhas como modelo de estudo, pois
observou que no jardim de ervilheiras várias características ( comprimento do caule da planta, cor e formae.g.
das sementes e vagens, distribuição e cor das flores) variavam de uma planta para a outra e aparentemente eram
passadas ao longo das gerações (Figura 2). Para identificar o padrão de herança dessas características, Mendelproduziu, por meio de cruzamentos, linhagens puras de ervilheiras (SOUZA; PEREIRA, 2016).
- 24 -
Figura 2 - Ilustração esquemática dos sete caracteres estudados por Mendel
Fonte: Elaborada pelo autor, baseado em Souza e Pereira, 2016.
Ao produzir essas plantas, Mendel conseguiu isolar as variáveis que ele desejava analisar. Ou seja, ele pôde
cruzar uma planta alta com uma baixa, uma contendo ervilhas amarelas com uma contendo ervilhas verdes etc.
Após esses cruzamentos, ele analisava o fenótipo (aparência) de todas as plantas resultantes do cruzamento
para identificar como as características dos parentais estavam se distribuindo na descendência. Após suas
análises, Mendel percebeu que cada característica era determinada por um fator (gene específico) e cada fator
possuía duas versões (alelos) distintas ( A e a), sendo que uma versão (A) era dominante sobre a outra (a) (e.g.
SOUZA; PEREIRA, 2016).
As leis de Gregor Mendel
No processo de formação dos gametas, apenas um dos alelos era passado para a prole (A ou a) e a seleção de
qual alelo era passado ocorria de forma aleatória. Essas constatações ficaram conhecidas como a primeira lei de
Mendel, ou lei de segregação dos fatores.
Ao realizar uma análise conjunta de todas as características avaliadas em seus experimentos, Mendel percebeu
que o padrão de herança de uma característica ( cor da semente) não estava ligado ao padrão de uma outrae.g.
característica ( forma da semente), ou seja, os alelos (dominante e recessivo) dessas características see.g.
segregavam de forma independente um do outro. Essas constatações ficaram conhecidas como a segunda lei de
Mendel, ou lei da segregação independente. Os experimentos realizados por Mendel lançaram as bases dos
SAIBA MAIS
Para se aprofundar sobre o tema, indicamos a leitura do livro Princípios de Transmissão
, de John Bowman, disponível em: < >.Genética http://unasp.bv3.digitalpages.com.br
http://unasp.bv3.digitalpages.com.br/
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Mendel, ou lei da segregação independente. Os experimentos realizados por Mendel lançaram as bases dos
mecanismos de hereditariedade. Infelizmente, Mendel morreu sem ver o reconhecimento do seu trabalho, no
entanto, hoje em dia ele é reconhecido como sendo o pai da Genética (SOUZA; PEREIRA, 2016).
Tomando por exemplo os experimentos realizados por Mendel, podemos recapitular e compreender de forma
mais prática as etapas do Método Científico. Inicialmente, Mendel observou que havia um padrão de herança em
ervilhas. Para caracterizar a sua observação, ele realizou vários experimentos que acabaram por evidenciar um
padrão claro de hereditariedade que foi posteriormente generalizado para entender o padrão de herança dos
diversos organismos terrestres.
Apesar do ineditismo e da incontestável importância dos experimentos de Mendel, sabemos que suas leis não
são capazes de explicar todos os mecanismos de herança, possuindo uma série de ressalvas quanto à sua
generalização (SOUZA; PEREIRA, 2016).
Alexander Fleming
Alexander Fleming nasceu na Escócia em 6 de agosto de 1881. Ele estudou medicina e serviu como médico
durante a Primeira Guerra Mundial. Durante seu trabalho na Guerra, Fleming observou que vários soldados
acabavam morrendo em decorrência de feridas infeccionadas e passou a refletir sobre formas pelas quais ele
poderia diminuir a dor e o número de mortes relacionados aos ferimentos sofridos pelos soldados durante a
Guerra. Neste contexto, em 1928, Fleming começou a estudar a bactéria , no HospitalStaphylococcus aureus 
Mary's, em Londres.
FIQUE ATENTO
Alguns pensam em se tornar cientistas para alcançar fama e reconhecimento. No entanto,
Mendel não recebeu reconhecimento da comunidade científica da sua época, já que seus
estudos eram revolucionários e não se conectavam com o pensamento daqueles tempos. Os
experimentos e postulados de Mendel só foram “redescobertos” no início do século XX pelos
cientistas Hugo de Vries, Erich Tschermak e Carl Correns.
EXEMPLO
As doenças monogênicas são causadas por alterações na sequência de apenas um gene. Essas
doenças seguem o padrão de herança descrito Mendel. Entre elas, podemos citar o albinismo,
acondroplasia (nanismo) e o daltonismo.
- 26 -
Figura 3 - O cientista Alexander Fleming
Fonte: Molcay, Shutterstock, 2018.
Ele resolveu dar enfoque a essa bactéria porque ela estava relacionada a abscessos em feridas abertas
provocadas por armas de fogo. Após muitos dias de estudo, Alexander Fleming resolveu tirar férias e acabou
deixando as suas culturas de bactérias sem supervisão. Esse descuido de Fleming acabou se tornando essencial
para a descoberta que mudou a sua vida e o mundo (TAN; TATSUMURA, 2015).
Descoberta da penicilina
Ao voltar de férias no final do ano de 1928, Fleming percebeu que uma de suas placas contendo bactérias
 havia sido contaminada por um microrganismo. Ao analisar a placa mais detalhadamente,Staphylococcus
percebeu que o agente contaminante se tratava do fungo e que as bactérias que sePenicillium notatum
encontravam nas proximidades da contaminação haviam morrido. Diante dessa observação, Fleming poderia
apenas lamentar a sua sorte e descartar a placa, preparando, posteriormente, uma nova placa contendo bactérias
 (FLEMING, 1945).Staphylococcus
No entanto, levando em conta que propriedades bactericidas já haviam sido relatadas em espécies do gênero
, Alexander não apenas conjecturou que muito provavelmente aquele fungo também estariaPenicillium
secretando uma substância bactericida, como também caracterizou a substância que estava sendo secretada, a
qual é conhecida por todos nós como Penicilina.
- 27 -
Devido ao alto poder bactericida mesmo em soluções diluídas, a atividade mortal sobre vários tipos de germes e
a ausência de toxicidade para os pacientes receptores, a penicilina foi liberada para o uso clínico em 1941.
Posteriormente, ela foi extremamente útil como um antibiótico durante a Segunda Guerra Mundial, salvando
milhares de vidas de soldados feridos. Como reconhecimento por sua descoberta, Alexander Fleming foi
laureado com o prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1945 (FLEMING, 1945) (Figura 4).
Figura 4 - A descoberta da penicilina por Alexander Fleming
Fonte: Mario Breda, Shutterstock, 2018.
Passados alguns anos da descoberta da penicilina por Alexander Fleming, um colega de Fleming chamado Ronald
Hare resolveu “refazer” os passos que levaram Fleming à essa descoberta. No entanto, ao reproduzir os passos,
Hare percebeu que ela só foi possível porque as situações vivenciadas por Fleming estavam relacionadas com
muitas coincidências. Ou seja, a descoberta da penicilina também esteve relacionada ao contexto favorável
(REZENDE, 2009).
Fechamento
Durante este tópico, você teve a oportunidade de atestar a eficiência do método científico por meio do exemplo
de duas descobertas que revolucionaram a comunidade científica. Tanto as descobertas das leis de Mendel como
a da penicilina são exemplos de aplicação do método indutivo. Mendel e Fleming se depararam com observações
pontuais e, a partir delas, fizeram descobertas que foram extrapoladas para uma infinidade de aplicações. Esses
são apenas dois exemplos dos inúmeros benefícios proporcionadas pela aplicação do método científico. No
FIQUE ATENTO
A pesquisa científica é uma tarefa árdua e exige grande dedicação por parte do pesquisador.
Possíveis coincidências que permitiram grandes descobertas, como a da penicilina, por
Alexander Fleming, exigem dedicação por parte do cientista.
- 28 -
são apenas dois exemplos dos inúmeros benefícios proporcionadas pela aplicação do método científico. No
entanto, considerando os passos e o raciocínio implícito do método científico, seria possível conciliá-lo com a
Religião? Abordaremos esta questão no próximo tópico por meio da análise da biografia de vários pais da Ciência
Moderna.
Referências
FLEMING, A. . Nobel Lecture, December 11, 1945.Penicillin
REZENDE, J. M. : crônicas de história da medicina [online]. São Paulo: Editora Unifesp,À sombra do plátano
2009. p. 241-243. Disponívelem: . Acesso em: 23/12/18.https://books.scielo.org/id/8kf92
SOUZA, T. A. J.; PEREIRA, T. C. Mais sobre a natureza molecular dos fatores Mendelianos. , Genética na Escola
vol. 11, n. 2, 2016.
TAN, S. Y.; TATSUMURA, Y. : Discoverer of penicillin. Singapore Med J. v. 56, n.Alexander Fleming (1881-1955)
7, p. 366–367, 2015.
https://books.scielo.org/id/8kf92
- 29 -
Os pais da Ciência Moderna
Tiago Alves Jorge de Souza
Introdução
Caro estudante, no tópico anterior, os exemplos do estabelecimento das leis de Mendel e a descoberta da 
penicilina foram utilizados como casos de sucesso da aplicação do método científico para beneficiar a
humanidade. Interessantemente é que tanto Gregor Mendel como Alexander Fleming eram religiosos. Ou seja, a
religião seguida por esses pesquisadores de forma nenhuma comprometeu a sua prática científica. Assim, neste
tópico, veremos que, além desses cientistas, muitos pais da ciência moderna também eram cristãos praticantes.
Eles afirmavam que a comunhão com o Deus da Bíblia os auxiliava na prática científica. Veremos alguns deles a
seguir. Acompanhe!
Pais da Ciência Moderna
Poderíamos citar aqui dezenas de grandes cientistas que foram religiosos, porém vamos nos limitar a falar sobre
Nicolau Copérnico, Francis Bacon, Johannes Kepler, Galileo Galilei, René Descartes, Blaise Pascal e Isaac Newton.
Todos esses cientistas estão diretamente relacionados às principais áreas da Ciência e estão entre os
responsáveis pela sistematização do método científico que utilizamos atualmente.
Nicolau Copérnico
O cientista Nicolau Copérnico (1473-1543) foi o primeiro cientista a apresentar uma teoria matematicamente
baseada que afirmava que o Sol era o centro do sistema solar (sistema heliocêntrico). Copérnico era um religioso
convicto e grande estudioso da Bíblia. Em uma de suas obras (COPÉRNICO, 1543) chegou a declarar: O Universo
foi “[...] construído para nós pelo Melhor e Mais Ordenado Artífice de todos.”; “Quão extremamente fina é a obra
SAIBA MAIS
Para se aprofundar sobre o tema, indicamos a leitura do livro , do autor10 Lições sobre Pascal
Ricardo V. Mantovani. Editora Vozes. Ano: 2017. Disponível em: https://biblioteca.sophia.com.
. Acesso em: 30 jan. 2023.br/9198/index.asp?codigo_sophia=811077
https://biblioteca.sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_sophia=811077
https://biblioteca.sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_sophia=811077
- 30 -
foi “[...] construído para nós pelo Melhor e Mais Ordenado Artífice de todos.”; “Quão extremamente fina é a obra
divina do Melhor e Maior Artista”.
Francis Bacon
O famoso filósofo Francis Bacon (1561-1627) é reconhecido por ter estabelecido o método científico embasado
na experimentação e do método indutivo previamente descritos. Muito embora o método científico seja baseado
no empirismo e na lógica, Bacon de forma alguma descartava a importância da fé.
Figura 1 - Retrato de Francis Bacon, considerado como um dos pais da Ciência Moderna
Fonte: Georgios Kollidas, Shutterstock, 2018.
Certa vez, Bacon chegou a declarar: “Um pouco de filosofia inclina a mente do homem para o ateísmo, mas a
profundidade em filosofia traz de volta as mentes das pessoas para a religião”.
Johannes Kepler
Johannes Kepler (1571-1630) foi um grande astrônomo e matemático sendo responsável por estabelecer as leis
do movimento planetário. Ele era um cristão luterano piedoso e certa vez chegou a declarar: “As leis da Natureza
nada mais são que pensamentos matemáticos de Deus.”
Galileo Galilei
Galileo Galilei (1564-1642) propôs que o nosso sistema era heliocêntrico. Galileu, era um cristão convicto e,
apesar de ter sido perseguido pelo clero da época, não cogitava a ideia de que o pensamento crítico e racional
entrasse em choque com a religião, o que é facilmente perceptível por meio da seguinte declaração:
- 31 -
“A ciência humana de maneira nenhuma nega a existência de Deus. Quando considero quantas e quão
maravilhosas coisas o homem compreende, pesquisa e consegue realizar, então reconheço claramente que o
espírito humano é obra de Deus, e a mais notável”.
René Descartes
René Descartes (1596-1650) foi um filósofo e matemático francês considerado como sendo o pai da filosofia
moderna. O sistema filosófico de Descartes se perguntava o que se poderia saber se tudo o mais fosse duvidado,
o que resultou na célebre frase “Penso logo existo”. No entanto, esse questionamento inerente da filosofia de
Descartes não o levou ao ceticismo. Na verdade, ele era um cristão católico romano e sistematizou uma série de
argumentos filosóficos que apontavam para a existência de um Deus (DESCARTES, 2004).
Blaise Pascal
Blaise Pascal (1623-1662), por sua vez, além de matemático, físico, inventor e escritor, foi também um grande
teólogo.
Pascal inventou não apenas a calculadora mecânica e estabeleceu os e da pressão do ar comoprincípios do vácuo 
também publicou o tratado teológico “Pensamentos” (PASCAL, 1972). As últimas palavras desse grande cientista
foram: "Que Deus nunca me abandone".
Isaac Newton
Isaac Newton (1642-1727) considerado como sendo uma das mentes mais geniais que o mundo já conheceu,
realizou grandes contribuições nos campos da óptica, mecânica e matemática. Em seu sistema de física, Deus era
essencial para explicar a natureza e concretude do espaço. Em seu livro “Principia”, ele declarou: "O mais belo
sistema do sol, planetas e cometas, só poderia proceder do conselho e domínio de um Ser inteligente e poderoso".
EXEMPLO
Muitos dos cientistas que estão sendo citados neste tópico foram contemporâneos. Descartes,
por exemplo, foi contemporâneo de Blaise Pascal. Pascal tinha uma capacidade cognitiva tão
desenvolvida e precoce que ele acabou confundindo o grande Matemático René Descartes.
Quando ele tinha apenas 16 anos, enviou uma demonstração matemática para Descartes. A
profundidade e o refinamento da demonstração levaram o grande matemático a se convencer
de que ela só poderia ter sido feita pelo pai do jovem (BRISVILLE, 1991).
- 32 -
Figura 2 - Retratos de alguns dos pais da Ciência que possuíam fortes convicções religiosas cristãs
Fonte: Shutterstock, 2018.
Poucos sabem, no entanto, que, além de conciliar a ciência com a religião, Newton foi um grande teólogo que se
dedicou aos estudos dos livros de Daniel e Apocalipse.
Existem relatos confiáveis de que a simples observação da queda de uma maçã realizada por Isaac Newton o 
levou a elaborar a .teoria da gravidade
Figura 3 - O cenário que levou Isaac Newton a elaborar a lei da gravidade
Fonte: Tutti-frutt, Shutterstock, 2018.
FIQUE ATENTO
O estudo sistemático da Bíblia guiado por Deus permite a interpretação correta de trechos
bíblicos aparentemente enigmáticos, como as profecias. Evidência disso é a grande
similaridade entre a interpretação das profecias realizada por Isaac Newton e a adotada pela
Igreja Adventista do Sétimo Dia (NEWTON, 1733).
- 33 -
No entanto, no intervalo entre a observação e o estabelecimento da teoria da gravidade, os passos relacionados
ao método científico previamente citados foram seguidos (HAMBLYN, 2011).
A neutralidade do método científico
O método científico é neutro e incapaz de deliberar sobre aspectos transcendentais. Neste contexto, aspectos
religiosos não devem ser analisados sob filtro da Ciência. Ademais, muitos afirmam que, com o advento da teoria
da evolução no século XIX e XX, descartaram a possibilidade de haver um diálogo entre o cristianismo e a ciência.
No entanto, apesar de esses e de outros grandes cientistas não enxergarem a Religião como sendo algo
incompatível com a Ciência, muitos atribuem isso ao fato de eles haverem realizado as suas pesquisas antes da
sistematização da teoria da evolução que se iniciou após a publicação do livro “Da Origem das Espécies por Meio
da Seleção Natural ou a Preservação de Raças Favorecidas na Luta pela Vida”, em 1859, por Charles Darwin. No
entanto, outros grandes cientistas que viveram após o advento da teoria da evolução, ainda conciliavam a prática
científica com a crença em Deus. Entre eles, podemoscitar Max Planck (1858-1947), que revolucionou o
conhecimento acerca da estrutura atômica e subatômica e foi não apenas um cristão, como um líder religioso
que acreditava em um Deus todo-poderoso, Onisciente e Bondoso.
Na atualidade, muitos cientistas de renome são céticos (LARSON; WITHAM, 1998). No entanto, se tomarmos
como referência o perfil dos ganhadores do prêmio Nobel verificamos algo interessante.
O Prêmio Nobel é uma premiação que homenageia todos os anos cientistas que fizeram contribuições
significativas nas áreas de Física, Química, Literatura, Medicina, Economia e ativismo pela paz. O prêmio foi
estabelecido como uma homenagem ao cientista Alfred Nobel.
FIQUE ATENTO
A Ciência e a Religião são áreas distintas do conhecimento que não necessariamente precisam
ser relacionadas, mas podem “conversar” entre si para proporcionar uma visão mais holística
sobre determinado tema (CUNHA, 2003).
- 34 -
Figura 4 - A Ciência e Religião podem dialogar, mas não estão sempre relacionadas
Fonte: Pathdoc, Shutterstock, 2018.
Ao analisar o perfil dos ganhadores do prêmio Nobel dos últimos 100 anos, verificamos que a grande maioria é
formada por cientistas que se declaram como cristãos (65,4%). Outros 21,1% são cientistas de ascendência
judaica, 3% são formados por cientistas de outras crenças e apenas 10,5% dos cientistas (BARUCH, 2003) se
declaram como céticos. Levando em conta que o relato bíblico das Origens se encontra nos primeiros livros do
antigo testamento, ele é valorizado tanto pelos cristãos como pelos judeus. Desta forma, nos últimos anos, a
grande maioria dos cientistas de renome valorizavam, de certa forma, a Bíblia (BARUCH, 2003).
Fechamento
Neste tópico você pôde se familiarizar com o lado religioso de alguns dos pais da Ciência Moderna. Alguns desses
cientistas são considerados como sendo as mentes mais prodigiosas que o mundo já conheceu. A vida religiosa e
o profundo apreço pela Bíblia não minaram o espírito investigativo e a racionalidade desses grandes cientistas.
Ao invés disso, eles atribuíam suas grandes descobertas à sua comunhão com o Deus da Bíblia. Desta forma, você
pôde constatar, na prática, que a objetividade e a lógica do método científico não precisam estar em oposição aos
ensinamentos bíblicos.
Referências
BARUCH, A. S. . Atlantic Publishers & Distributors, p. 59 and p .57, 2003.100 Years of Nobel Prizes
BRISVILLE, J.C. . Estudos Avançados,O encontro de Descartes com o jovem Pascal vol. 5, n.11, 1991.
COPÉRNICO, N. (Das revoluções das esferas celestes), libri VI, JohannesDe revolutionibus orbium cœlestium
Petrejus, Nurembergue, 1543.
CUNHA, E. L. Religião e filosofia: modos de compreensão da realidade. In: , v. 3, 2003.Revista hermenêutica
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CUNHA, E. L. Religião e filosofia: modos de compreensão da realidade. In: , v. 3, 2003.Revista hermenêutica
Disponível em: . https://biblioteca.sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_sophia=204484 Acesso em: 30 jan.
2023.
DESCARTES, R. . Tradução de Fausto Castilho. São Paulo: EditoraMeditações sobre a Filosofia Primeira
Unicamp, 2004. 232 p.
GRELLMANN, H. L. (Trad.). . 8. ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, versão 1.1, 2017. DisponívelNisto Cremos
em: . http://www.verdadeonline.net/textos/nisto-cremos-adventista.pdf Acesso em: 30 jan. 2023.
LARSON, E. J.; WITHAM, L. . Leading scientists still reject God Nature, vol. 394, p. 313, 1998.
NEWTON, I. . Traduzidas da EdiçãoObservações sobre as Profecias de Daniel e o Apocalipse de São João
Inglesa de 1733, por Julio Abreu Filho. Edipo Edições populares. 276p.
https://biblioteca.sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_sophia=204484
http://www.verdadeonline.net/textos/nisto-cremos-adventista.pdf
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A Bíblia e a Ciência
Tiago Alves Jorge de Souza
Introdução
Caro estudante, no tópico anterior, vimos que os cientistas responsáveis por lançarem as bases da Ciência como
a conhecemos nos dias de hoje eram cristãos. Esses cientistas eram leitores assíduos da Bíblia. Para eles, a Bíblia
era um livro escrito por homens, mas inspirado em Deus (SOUZA, 2010). Suas grandes descobertas científicas
muitas vezes foram relacionadas, por eles mesmos, diretamente à sua comunhão com Deus e com ensinamentos
presentes na Bíblia. Desta forma, algumas questões poderiam ser levantadas: poderia a leitura da Bíblia
realmente beneficiar a prática científica? A Bíblia possui informações e conceitos que evidenciam sua origem
sobrenatural?
Apesar de a Bíblia não ser um livro científico, ela traz várias informações e conceitos que foram redescobertos
apenas há alguns séculos ou décadas atrás pela comunidade científica, o que beneficiou a ciência e pode ser
considerado como uma evidência da inspiração divina. Neste tópico, abordaremos alguns destes conceitos.
Casamentos consanguíneos
Segundo o relato Bíblico, no início da história deste mundo só havia casal: Adão e Eva. Este casal teve filhos e
filhas que povoaram o mundo antediluviano. Considerando o início da humanidade, é óbvio conceber que
houveram casamentos consanguíneos, pois os filhos do casal edênico só poderiam casar-se entre si. Como Adão
viveu 930 anos ele teve muitos filhos e filhas. Mais à frente, no relato bíblico, vemos patriarcas se casando com
parentes próximos. Abraão, por exemplo, afirma que a sua esposa Sara era sua irmã: “E, na verdade, é ela
também minha irmã, filha de meu pai, mas não filha da minha mãe; e veio a ser minha mulher. Gênesis 20:12.”
Ou seja, Sara era filha de Terá, pai de Abraão com outra mulher. Nos capítulos iniciais da Bíblia, não vemos
qualquer tipo de reprovação a tais relacionamentos, aparentando assim ser uma prática comum e aceitável a
Deus naqueles dias. No entanto, vemos que, com o passar do tempo, as orientações de Deus acabam se alterando.
Quando o povo de Israel foi liberto do cativeiro, Deus passa a instruí-los em relação a aspectos religiosos, sociais,
econômicos e sexuais.
Em relação às relações sexuais, Deus dá uma série de normas que deveriam ser seguidas e estão descritas no
capítulo 18 de Levítico dos versos 1 ao 23. Entre as proibições de relações sexuais listadas nesses versos
encontram-se práticas que sempre foram condenadas por Deus, como a relação sexual entre pais e filhos. No
entanto, a prática sexual entre irmãos também é condenada. Mas por que nesse ponto da história Deus resolve
proibir esse tipo de relação? Hoje nós sabemos que existem diversas variantes gênicas, denominadas de alelos
deletérios, que estão relacionadas ao surgimento de doenças e podem até inviabilizar o desenvolvimento correto
do embrião.
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Um dos problemas relacionados aos casamentos consanguíneos é a possibilidade que alelos deletérios se
encontrem gerando homozigose de características não desejadas. Grande parte desses alelos presentes no
genoma humano se comportam como recessivos, ou seja, a característica determinada por eles apenas de
manifestará quando o indivíduo possuir esses alelos em dose dupla. Lembrando que nós temos um par de alelos
de cada um dos genes, sendo que um é de origem paterna e outro de origem materna. Todo ser humano possui
alguns desses alelos deletérios recessivos, mas eles variam de indivíduo para indivíduo.
Desta forma, considerando que parentes possuem constituições genéticas parecidas, a chance de os filhos de
casamentos consanguíneos apresentarem homozigose desses alelos recessivos é bem maior que em casamentos
aleatórios dentro de uma população. Assim, ao proibir casamentos entre parentes, Deus estava evitando o
surgimento de muitas doenças nos indivíduos do povo de Israel.
FIQUE ATENTO
A Bíblia é um livro coerente e as relações sexuais proibidas em Levíticos 18 não foram
revogadas no novo testamento. Ou seja, segundo uma visão bíblica continuam sendo proibidas.
EXEMPLO
Uma doença relacionada à consanguinidade é a doença Tay-Sachs. A forma mais comum dessa
doença promove a deterioração progressiva das células nervosas e habilidades mentais e
físicas. Em virtude dessa deterioração, o afetado geralmente morre em torno dos quatro anos
de idade.
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Figura1 - Bíblia lista relações sexuais proibidas
Fonte: Billion Photos, Shutterstock, 2018.
No entanto, ainda resta a seguinte pergunta: por que Deus não proibiu desde o início os casamentos
consanguíneos? Ao criar o homem, Deus o proveu de um manual perfeito de instruções para o seu
desenvolvimento e funcionamento que era perfeito, o DNA. Com a entrada do pecado, erros passaram a se
acumular em trechos do DNA, o que estaria por detrás do surgimento dos alelos deletérios previamente citados.
Assim, com o passar do tempo, o casamento consanguíneo se tornou algo objetável para que o desenvolvimento
das funções do organismo humano fossem preservadas. Ou seja, a Bíblia mostra instruções divinas que surgiram
ao longo da narrativa Bíblia que se coadunam perfeitamente com o que a comunidade científica sabe hoje sobre
casamentos consanguíneos.
Figura 2 - O primeiro casal Adão e Eva de autoria de Jacopo d' Antonio Negretti
Fonte: Oleg Golovnev, Shutterstock, 2018.
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O fato de que as instruções escritas na Bíblia encerram conceitos muito à frente do seu tempo é um indício de
usa origem sobrenatural. A natureza inovadora e revolucionária de várias instruções divinas dadas ao seu povo
durante a narrativa bíblica será mais bem explorada na unidade 2. No entanto, ainda neste tópico, serão citados
brevemente alguns conceitos trazidos pela Bíblia que estão muito à frente da época em que ela foi escrita e
contribuíram para grandes avanços científicos.
A Bíblia e a Oceanografia
Uma das áreas que foram beneficiadas por conhecimentos presentes na Bíblia foi a Oceanografia. A descoberta
de muitas correntes marítimas, por exemplo, possui uma relação direta com o trecho presente em Salmos 8:8,
que diz: “As aves dos céus, e os peixes do mar, e tudo o que passa pelas veredas dos mares.” Ao ler esse verso, o
cientista Matthew Maury (1806-1873) resolveu se aprofundar no estudo desses caminhos oceânicos. Baseando-
se neste verso, Maury descobriu e descreveu diversos movimentos contínuos e com padrões específicos das
águas oceânicas. A descrição dessas correntes proporcionou imensos avanços para o campo da Oceanografia.
Além disso, foi verificado que essas correntes marinhas são essenciais para misturar os nutrientes da coluna de
água dos oceanos e estão relacionadas à estabilização do clima do nosso Planeta (COMFORT, 2001). Além da
Oceanografia, Matthew Maury também foi um grande pesquisador nos campos da geologia, meteorologia,
cartografia e educação. O profundo respeito e a crença de Maury nas sagradas escrituras o levaram a fazer
grandes descobertas e de forma alguma comprometeram a validade e relevância de suas descobertas científicas
(COMFORT, 2001).
O Planeta está suspenso sobre nada
Na Grécia Antiga acreditava-se que a Terra seria sustentada pelo titã Atlas, o qual havia se rebelado contra os
deuses do Olimpo e como castigo de Zeus foi condenado a esse fim.
SAIBA MAIS
Para se aprofundar sobre o tema, indicamos a leitura do livro A relação entre ciência e religião,
de autoria de Jaziel Martins. Editora InterSaberes. Ano: 2017. Disponível em: https://biblioteca.
. Acesso em: 30 jan. 2023.sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_sophia=809933
https://biblioteca.sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_sophia=809933
https://biblioteca.sophia.com.br/9198/index.asp?codigo_sophia=809933
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Figura 3 - Representação ilustrativa em ouro do titã Atlas carregando o Terra em suas costas
Fonte: Diez artwork, Shutterstock, 2018.
Outras lendas diziam que uma tartaruga gigante seria a responsável por sustentar elefantes que, por sua vez,
sustentariam a Terra. No entanto, muito antes dessas lendas, a Bíblia afirmava que a Terra está suspensa sobre o
nada. Esse relato está presente em Jó 26:7, onde se lê: “O norte estende sobre o vazio; e suspende a terra sobre o
nada.” Muitos teólogos afirmam que o livro de Jó seria o primeiro livro do antigo testamento a ser escrito por
volta de 1450 a.C. e o autor seria Moisés.
Figura 4 - Tartaruga e elefantes, segundo antigas lendas, seriam os responsáveis por sustentar a Terra
Fonte: Elena Schweitzer, Shutterstock, 2018.
Todavia, o conceito de que a Terra repousa sobre o nada só se popularizou no século XVII. Atualmente, várias
estações espaciais e satélites têm nos proporcionado imagens espetaculares do nosso Planeta, mostrando
claramente que ele repousa sobre o nada (COMFORT, 2001).
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Leis meteorológicas
A meteorologia é a ciência que estuda a dinâmica da atmosfera terrestre e variações no clima. Um fator essencial
relacionado às variações climáticas é a circulação de massas de ar em nossa atmosfera.
O interessante é que a existência dessas correntes de ar já estava descrita nas escrituras. Em Eclesiastes 1:6 se lê:
“O vento vai para o sul, e faz o seu giro para o norte; continuamente vai girando o vento, e volta fazendo os seus
circuitos”. Ou seja, interessantemente, esse versículo se refere a circuitos preestabelecidos de massas de ar
(COMFORT, 2001).
Fechamento
Ao abordarmos estes conceitos, é importante evitar o anacronismo. Não podemos analisar as citações da Bíblia à
luz de uma descrição científica atual dos fatos, pois ela foi escrita bem antes do surgimento da Ciência Moderna.
Desta forma, o preciosismo relacionado aos termos e à narrativa científica empregada na atualidade não serão
encontradas nas escrituras. Dado o contexto e a estrutura gramatical empregada pelos autores bíblicos, fica claro
que eles não tinham a menor pretensão de explicar em detalhes como os fenômenos naturais ocorriam ou como
a própria criação se deu. No entanto, como foi citado anteriormente, o relato bíblico extrapola os objetivos
individuais do escritor, pois, devido à inspiração divina, o autor em última instância se torna o próprio Deus. Ou
seja, o texto retrata o contexto objetivo no qual o autor estava, mas possui elementos que transcendem essa
realidade. Deste modo, correlações, profecias e conceitos inovadores foram gravados nas escrituras sem, muitas
vezes, o autor ter esse objetivo E a possibilidade de extrair tais conceitos da Bíblia é uma evidência dea priori.
sua origem sobrenatural.
Referências
COMFORT, R. : 100 Reasons to Believe the Bible is Supernatural in Origin. Scientific Facts in the Bible Bridge-
Logos, 2001.
SOUZA JUNIOR, N. N. Filosofia das origens: uma introdução à controvérsia evolucionismo e criacionismo. In: Acta
FIQUE ATENTO
A Bíblia não é um livro científico. Desta forma, a ferramenta mais adequada para estudá-la é a
hermenêutica bíblica, e não a Ciência empírica. A hermenêutica é um campo da filosofia que
estuda métodos para decifrar e compreender determinado texto. Já a hermenêutica bíblica é
ramo da hermenêutica que estuda os princípios e métodos de interpretação do texto bíblico.
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SOUZA JUNIOR, N. N. Filosofia das origens: uma introdução à controvérsia evolucionismo e criacionismo. In: Acta
: Ciências Humanas, v. 2, n. 19, 2. semestre de 2010. Disponível em: Científica https://www.evidenciasonline.
. org/?page_id=449 Acesso em: 30 jan. 2023.
https://www.evidenciasonline.org/?page_id=449
https://www.evidenciasonline.org/?page_id=449
	UT01_Ciencia e religiao
	00UT01_T01_Ciencia e religiao_Apresentacao
	
	UT01_T01_Ciencia e religiao
	Introdução
	Observação
	Lago Baikai, no Sul da Sibéria, congelado
	Esquema ilustrativo da estrutura da molécula de água (H2O)
	Elaboração de uma hipótese
	Experimentação
	A fórmula química do sal (NaCl)
	Design do experimento
	Etapas de formulação da hipótese e da experimentação
	Fechamento
	Referências
	UT01_T02_Ciencia e religiao
	Introdução
	Elaboração de novas hipóteses
	Elaboração de teoria e o ciclo da produção científica
	Ilustração esquemática dos passos envolvidos no método científico
	Visão grega do átomo
	Modelos atômicos de Dalton e Thomson
	Modelo atômico de Dalton como um panetone
	Modelos atômicos de Rutherford e Bohr
	Cientistas responsáveis por elaborar modelos atômicos. A. John Dalton; B. Joseph John Thomson, C. Ernest Rutherford; D. Niels Bohr
	Ilustração esquemática dos modelos atômicosdemonstrando a evolução do conhecimento acerca do átomo
	Fechamento
	Referências
	UT01_T03_Ciencia e religiao
	Introdução
	Raciocínio indutivo
	Raciocínio indutivo é usado no pleito eleitoral
	Raciocínio dedutivo
	Ornitorrinco, que é um mamífero que possui bico, bota ovos e possui esporões venenosos nas patas
	Raciocínio hipotético-dedutivo
	Pesquisa científica
	Baleia cachalote
	Método dialético
	Fechamento
	Referências
	UT01_T04_Ciencia e religiao
	Introdução
	Gregor Johann Mendel
	O cientista Gregor Johann Mendel
	Os experimentos de Gregor Mendel
	Ilustração esquemática dos sete caracteres estudados por Mendel
	As leis de Gregor Mendel
	Alexander Fleming
	O cientista Alexander Fleming
	Descoberta da penicilina
	A descoberta da penicilina por Alexander Fleming
	Fechamento
	Referências
	UT01_T05_Ciencia e religiao
	Introdução
	Pais da Ciência Moderna
	Nicolau Copérnico
	Francis Bacon
	Retrato de Francis Bacon, considerado como um dos pais da Ciência Moderna
	Johannes Kepler
	Galileo Galilei
	René Descartes
	Blaise Pascal
	Isaac Newton
	Retratos de alguns dos pais da Ciência que possuíam fortes convicções religiosas cristãs
	O cenário que levou Isaac Newton a elaborar a lei da gravidade
	A neutralidade do método científico
	A Ciência e Religião podem dialogar, mas não estão sempre relacionadas
	Fechamento
	Referências
	UT01_T06_Ciencia e religiao
	Introdução
	Casamentos consanguíneos
	Bíblia lista relações sexuais proibidas
	O primeiro casal Adão e Eva de autoria de Jacopo d' Antonio Negretti
	A Bíblia e a Oceanografia
	O Planeta está suspenso sobre nada
	Representação ilustrativa em ouro do titã Atlas carregando o Terra em suas costas
	Tartaruga e elefantes, segundo antigas lendas, seriam os responsáveis por sustentar a Terra
	Leis meteorológicas
	Fechamento
	Referências
	UT02_Ciencia e religiao
	00_UT02_T01_Ciencia e religiao_Apresentacao
	
	UT02_T01_Ciencia e religiao
	Introdução
	Estruturas conceituais: do empirismo à Teologia Bíblica
	Os sentidos humanos
	Naturalismo metafísico e metodológico
	Herança Grega aristotélica e herança Grega neo-platônica
	Estátua de Platão
	Aristóteles, filósofo grego
	Mecanicismo teológico e mecanicismo materialista
	O relógio e o mecanismo biológico
	Fechamento
	Referências
	UT02_T02_Ciencia e religiao
	Introdução
	Evolucionismo ateísta e panteísta
	Evolucionismo ateísta e panteísta
	Evolucionismo deísta e teísta
	Evolucionismo deísta e teísta
	Criacionismo progressivo, islâmico, bíblico e design inteligente
	Criacionismo progressivo e islâmico
	Criacionista bíblico e design inteligente
	Fechamento
	Referências
	UT02_T03_Ciencia e religiao
	Introdução
	De onde eu vim?
	Comando de voz
	A criação relatada em Gênesis é literal
	Natureza do homem
	Plano de Deus para o homem
	Instituições criadas por Deus
	Morte e ressureição de Jesus
	Fechamento
	Referências
	UT02_T04_Ciencia e religiao
	Introdução
	Micro versus macroevolução
	Diferentes raças de cachorro
	Biologia funcional versus evolutiva
	Observação, hipótese, experimento, teorias
	Hierarquia taxonômica
	Membros de vertebrados
	Fechamento
	Referências
	UT02_T05_Ciencia e religiao
	Introdução
	Aspectos diferenciais da Bíblia
	Imagem da Bíblia
	A historicidade da narrativa bíblica é confirmada pela própria Arqueologia
	Estátua do rei Davi
	Coerência interna legitimada mediante a análise linguística das diferentes variantes textuais
	Comunhão entre o homem e o Deus da Bíblia
	Estátua do inventor da imprensa, Johannes Gutenberg
	Fechamento
	Referências
	UT02_T06_Ciencia e religiao
	Introdução
	Profecias cumpridas com exatidão
	Multiplicação dos pães e peixes
	Preservação do Cânon Bíblico
	Leis bíblicas
	Manuscritos do Mar Morto
	Tábuas dos 10 mandamentos
	A Bíblia é um livro que transforma vidas
	Ressurreição de Jesus
	Fechamento
	Referências

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