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UNIDADE 1 AVA Cumprimento de senteça e Execuçao de Titulo Extrajudicial

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Objetivos
UNIDADE 1.
Introdução à tutela jurisdicional executiva
OBJETIVOS DA UNIDADE
Apresentar as características introdutórias referentes à tutela jurisdicional executiva e seus conceitos;
· 
Analisar os aspectos práticos do título executivo e a participação das partes e de terceiros na execução;
Avaliar responsabilidade patrimonial e a competência para a execução; 
· 
Desenvolver e capacitar o aluno dentro da perspectiva da área do Direito;
Desenvolver o senso e análise crítica sobre os temas abordados;
Identificar os principais recursos de normatização da lei aplicada;
Contextualizar a sociedade, refletindo o papel desta ciência do direito;
Desenvolver a capacidade de raciocínio e espírito crítico.
TÓPICOS DE ESTUDO
Clique nos botões para saber mais 
Introdução à tutela jurisdicional executiva
+
Título executivo
+Introdução à tutela jurisdicional executiva
Seção 3 de 4
A execução possui natureza jurisdicional porque um embate jurídico não acaba com a sentença do juiz. Além de determinar o direito concreto, são necessários outros atos para a efetivação da decisão judicial. 
Até 2015, antes do Novo Código de Processo Civil (CPC), o processo de conhecimento de uma ação e o processo de execução caminhavam de forma autônoma, ou seja, era necessário entrar com uma ação para que o Poder Judiciário determinasse o direito por meio da sentença para depois executar esta decisão em uma ação separada. Para cada demanda, era necessária uma petição inicial. 
O modelo de tutela adotado, conhecido como sincrético de tutelas, resumiu esse percurso de uma forma mais lógica e simples, com a intenção de garantir a agilidade dos processos, bem como sua execução efetiva.
EXPLICANDO
No modelo processual sincrético de tutelas, a sentença encerra o processo de conhecimento, apresentando a fundamentação legal. O processo de execução não está mais estruturado no título executivo judicial e o processo cautelar se torna um integrante desta fase. Assim, a execução de forma sincrética se dá nos autos do processo de conhecimento. Portanto, o processo de execução tem como objetivo efetivar uma obrigação contida em um título executivo extrajudicial, por exemplo. A relação dos títulos extrajudiciais está elencada no artigo 784 do CPC. 
Desta forma, pode-se dividir as fases do processo em:
· 1
1
Conhecimento da ação até a sentença: fase cognitiva;
· 2
2
Fase do cumprimento da sentença: execução;
· 3
3
Fase intercalar de liquidação.
Quadro 1. Sistema de execução do novo CPC.
Para entender as espécies de tutela e avançar nos detalhes desta temática, é preciso iniciar com o entendimento ao direito de ação previsto no artigo 5º, inciso XXXV da Constituição Federal: “XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito” (BRASIL, 1988).
A partir do entendimento de tal dispositivo legal, fica nítido que qualquer cidadão pode pleitear a proteção do sistema judiciário caso exista alguma espécie de ameaça. Dessa forma, a tutela visa proteger os direitos das partes. Para Chiovenda, em Instituições de Direito Processual Civil, publicado em 2000, uma das funções do Estado no que diz respeito à jurisdição é, além de confirmar a intenção de uma lei, fazer com que esta seja efetiva. 
A própria ação, de acordo com Rodrigues e Lamy, em Teoria Geral do Processo, publicado em 2018, é um direito com o objetivo de buscar a tutela dos direitos materiais. Essa pretensão de direito público, subjetivo, abstrato e instrumental ocorre dentro de um processo comandado pelo Poder Judiciário. 
Ainda, o doutrinador Dinamarco, em Teoria Geral do Novo Processo Civil, publicado em 2018, indica outros meios não judiciais para solucionar conflitos sem contar com a intervenção do Estado, conforme mostra o Quadro 2.
Quadro 2. Soluções não judiciais.
Vale ressaltar que a tutela executiva ocorrerá com a provocação do Poder Judiciário, cumprindo título com decisão anterior para assegurar que o direito adquirido seja concretizado, pressupondo que exista o não pagamento (inadimplemento) de uma obrigação, seja ela de fazer ou não fazer (THEODORO JÚNIOR, 2005). Essa proteção em questão é chamada de tutela jurisdicional e podemos considerar três espécies de tutelas jurisdicionais de acordo, conforme mostra o Quadro 3.
Quadro 3. Espécies de tutelas jurisdicionais.
COGNIÇÃO E ATIVIDADE EXECUTIVA
A tutela cognitiva ocorre predominantemente na fase de conhecimento de um processo. Pode-se entender esse tipo de tutela como a atividade intelectiva do magistrado, que analisa as alegações trazidas pelas partes, bem como as provas produzidas nos autos, para conseguir formar o seu entendimento e prestar a jurisdição (decisão que obrigará as partes a fazer ou deixar de fazer algo).te n
a fase de 
Na fase cognitiva, as incertezas são transformadas em certezas no processo, pois o juiz tem por função afirmar a existência, a validade e a eficácia de direitos neste momento. A fase de conhecimento começa com a proposição da ação e se encerra com a sentença do órgão jurisdicional. 
Bueno avalia que a cognição jurisdicional “deve ser entendida como a quantidade e a qualidade de informações a serem apreciadas pelo magistrado para, exercendo a função jurisdicional, decidir” (BUENO, 2019, p. 140). 
Assim dispõe o Novo Código de Processo Civil, publicado em 2015:
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. 
§ 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. (BRASIL, 2015)
Neste caso, percebe-se que a sentença é uma tutela definitiva, obtida por uma cognição exauriente por parte do juiz. O magistrado, ao tomar conhecimento de todas as alegações, provas e demais informações contidas no processo, põe fim a esta fase com sua decisão sentencial de forma plena e completa. No juízo de cognição, produz-se uma certeza jurídica. Temos, assim, a sentença como tutela cognitiva.
EXPLICANDO
O dicionário Michaelis traz cinco definições de cognição que nos ajudam a entender a tutela cognitiva. 
Cognição por ser: 
1. ato ou efeito de conhecer.
2. processo de aquisição de um conhecimento.
3. conhecimento, acepção. 
4. conjunto de processos mentais conscientes que se baseiam em experiências sensoriais, pensamentos, representações e recordações.
5. fase processual de uma ação em que o juiz toma conhecimento do pedido, da defesa, das provas e de outros aspectos, contrariamente à fase executória. (MICHAELIS, 2020, [n.p.])
Buscando o aprofundamento do assunto, podemos analisar a cognição em dois aspectos tutelares: 
· bullet
Sumária: o juízo de probabilidade funda essa tutela, pois o juiz não possui todas as referências para o convencimento sobre determinado direito;
· bullet
Exauriente: baseia-se no juízo de certeza com o convencimento completo do juiz.
Os binômios "cognição sumária-juízo de probabilidade" e "cognição exauriente-juízo de certeza" geram diferentes espécies de tutela jurisdicional: provisória no primeiro caso e definitiva no segundo. Há, portanto, tutela definitiva na prolação da sentença em primeiro grau, do acórdão e das decisões monocráticas que substituem os acórdãos nos tribunais. Note-se que a circunstância de a decisão proferida com tutela definitiva ser passível de recurso não retira dela a definitividade à luz do grau vertical de cognição. Ela não será, por certo, processualmente definitiva se houver o recurso, mas nesse caso o órgão que proferiu a decisão não participará do novo julgamento, o que demonstra que perante ele a tutela é definitiva. (NEVES, 2019, p. 102)
Percebe-se até aqui que a tutela pode ser proferida mesmo na fase de conhecimento da ação. A tutela provisória pode ocorrer também em decisões interlocutórias e está, de certa maneira, atrelada à urgência e, portanto, ligada à cognição sumária, pois não há tempo hábil para que o juiz faça a cognição exauriente. 
No art. 311 do Novo CPC há uma relaçãoexemplificativa para a concessão de quatro espécies desta tutela provisória abordada. Entende-se que no processo de cognição pode ser gerada a tutela cognitiva. 
VAMOS REFORÇAR O QUE APRENDEMOS ATÉ AGORA? 
Um juiz de direito no exercício de suas funções conhece todas as alegações, provas e demais informações do processo e, por intermédio de sua sentença, põe fim a essa fase do processo como uma decisão sentencial de forma plena e completa. Neste caso, houve uma tutela: 
Cognitiva.
Emergencial.
Provisória.
NATUREZA E FINALIDADE DA EXECUÇÃO
A Lei n. 11.232/05 alterou o Código de Processo Civil e substituiu o processo de execução autônomo pelo cumprimento de sentença, o que ressalta o princípio do sincretismo, no qual as fases de conhecimento e execução caminham juntas na fase processual. 
Dessa forma, entende-se que a natureza jurídica da execução é jurisdicional e atinge o patrimônio do devedor, ou seja, o devedor responderá apenas com seus bens atuais e futuros, assim, a dívida jamais recai à pessoa do inadimplente. 
CURIOSIDADE
Na Roma Antiga, a execução atingia a própria pessoa inadimplente (devedor) após 30 dias da sentença. Isso quer dizer que ao devedor executado restavam as alternativas de ter a dívida paga por outrem, permanecer preso na casa do credor (acorrentado) até que alguém saldasse a dívida ou ser vendido ou assassinado pelo credor. 
Bueno, em Manual de Direito Processual Civil, publicado em 2019, indica que não há um “processo de execução” separado que difere de qualquer outro. Dentro da função jurisdicional do Estado existe um processo:
[...] compreendido como significativo do exercício da função estatal, aqui jurisdicional, em que são praticados determinados atos pelo magistrado. Esses atos, aqui, são predominantemente – o advérbio é indispensável – executivos. (p. 1009)
Dessa forma, são duas as ações no ordenamento jurídico brasileiro que servem para que o Estado promova a garantia jurisdicional: 
Ações de conhecimento, que visam decidir um conflito, por intermédio de sentença ou acordão;
Ações de execução para cumprir as decisões.
O objetivo da execução, com natureza jurisdicional, é garantir que a sentença seja colocada em prática. Para tanto, o juiz se vale de um conjunto de atos. Percebe-se, desta maneira, que se todas as sentenças fossem respeitadas e cumpridas, não haveria necessidade de um procedimento executivo. Neste caso, o Estado substitui quem deveria cumprir a obrigação e não o faz espontaneamente, como um devedor, por exemplo.
VAMOS REFORÇAR O QUE APRENDEMOS ATÉ AGORA?
Com base no que foi visto, relacione as palavras com as sentenças que as complementam.
· Ação de conhecimento = Decide um conflito por intermédio de sentença ou acórdão
· Jurisdicional = Serve para cumprir as decisões.
· Ação de execução = É a natureza jurídica a ação de execução.
EXECUÇÃO AUTÔNOMA E PROCESSO SINCRÉTICO
Quando se discute a execução autônoma, é preciso, nas palavras de Neves, em  Manual de Direito Processual Civil, publicado em 2019, ter em mente que:
[...] a análise entre execução autônoma e fase executiva só tem sentido no tratamento da execução dos títulos executivos judiciais, considerando-se que no tocante à execução de títulos extrajudiciais será sempre necessária a instauração de um processo autônomo de execução. (p. 1053)
Para se tratar da execução do título executivo judicial, é preciso entender a evolução do processo civil no Brasil, conforme mostra o Quadro 4.  
Quadro 4. Evolução no tempo.
Com o advento do Novo CPC, o princípio do sincretismo ganhou força. Isso quer dizer, na prática, que em muitas situações a cognição e a execução ocorrem dentro do mesmo processo judicial. Assim, as ações sincréticas são aquelas em que a sentença é seguida pela execução, independentemente de um novo processo. 
CURIOSIDADE
A palavra “sincretismo” vem do grego synkretismós, que promove a junção de sýn (juntamente) + kretismós (fusão, união).
Dinamarco (2004, pp. 132-133) afirma que há o sincretismo quando uma ação é “ao mesmo tempo o poder de exigir o julgamento da pretensão e a satisfação do direito reconhecido nesse julgamento”. Nesta nova configuração, as atividades judiciais de cognição e execução convivem no mesmo processo.
// Exceção
Neves (2019) lembra do art. 515, § 1° do Novo CPC, que dispõe sobre procedimentos especiais de execução em espécies de títulos executivos judiciais: sentença penal condenatória transitada em julgado, homologação de sentença estrangeira, de decisão interlocutória estrangeira e de sentença arbitral.
Para essas três espécies de títulos executivos judiciais, o legislador prevê a citação do demandado, o que pode levar à equivocada conclusão de que nessas situações estará mantido o processo autónomo de execução com a observação do procedimento comum executivo. Por necessidade material na sentença penal e arbitral e por opção legislativa na homologação de sentença estrangeira, o legislador prevê a necessidade de uma petição inicial e a citação do demandado, o que torna estruturalmente essa execução um processo autónomo. (NEVES, 2019, pp. 1055-1056)
MÉRITO E COISA JULGADA NA EXECUÇÃO
Durante a fase de execução, parte-se do princípio de que já se tem um direito declarado. Desta maneira, espera-se um processo mais rápido. Além disso, é importante lembrar dos procedimentos cautelares que visam proteger um direito enquanto ocorre a fase de conhecimento. ito enquanto ocorre a fase de conhecimento. 
Mesmo na execução é preciso que o magistrado reconheça algumas questões, como as condições de ação e dos pressupostos judiciais. O juiz deverá também apreciar questões de mérito, tais como:
· bullet
Prescrição do título alegada pelo devedor; 
· bullet
Realização de pagamento por parte do devedor;
· bullet
Compensação de dívida solicitada pelo devedor.
Há também incidentes cognitivos na execução, o que pressupõe a cognição do juiz. São exemplos a intervenção de terceiros e o litisconsórcio.
Ainda, não é porque a execução parte de um título executivo que não existe uma decisão de mérito. Nesse sentido, são dois tipos de juízos de procedimento:
Clique nos botões para saber mais
Admissibilidade
+Cabe ao órgão jurisdicional verificar o preenchimento dos pressupostos processuais (legitimidade de parte, título executivo válido, prazo prescricional, decadência e competência do juízo).
Mérito
+Análise do pedido/objeto (realização/satisfação/prestação) e a causa de pedir (direito a uma prestação).
Apesar de o autor ser o titular de um direito, em algumas situações o juiz precisa verificar alguns itens de mérito. A coisa julgada coloca fim ao processo. Após determinado período, salvo exceções, a decisão judicial passa a ser imutável. Na execução, como há análise de admissibilidade e de mérito, também há a coisa julgada. 
Além disso, ao proferir a sentença, o juiz extingue a obrigação com as incidências previstas no art. 924 do Novo CPC ou extingue o processo, sem extinção da dívida, como indica o art. 485 do Novo CPC.
VAMOS REFORÇAR O QUE APRENDEMOS ATÉ AGORA?]
Os dois juízos de procedimento são: 
Admissibilidade e mérito.
Conhecimento e cognição.
Jurisdicional e amigável. 
ESPÉCIES DE EXECUÇÃO
A execução serve como meio para que uma obrigação seja cumprida de forma voluntária ou involuntária. Notadamente, quando a obrigação não é satisfeita de livre e espontânea vontade, é necessária a movimentação do Estado para obrigar o cumprimento por meio de atos executivos. Além disso, ela é classificada de acordo com natureza da obrigação pretendida. 
No processo de execução há uma nomeação específica para as partes: exequente é o credor e executado é o devedor. Para existir a execução, um dos pressupostos é a presença de um título executivo judicial ou extrajudicial para materializar uma obrigação passível de ser exigida. 
Quadro 5. Títulos executivos.
Para a execução de ambos os títulos, deve ser demonstrada a existência do cumprimento de uma obrigação certa, líquida e exigível. Essa situação se materializa no título executivo, bem como o inadimplemento do devedor.
As espéciesde execução aparecem entre os artigos 797 a 805 do Novo CPC. Os artigos 798 e 799 falam sobre as instruções para a petição inicial na execução e as incumbências para o exequente. Vale ressaltar, segundo Neves (2019), que “a petição inicial exterioriza a manifestação do exequente de obter tutela jurisdicional do Estado-juiz consistente na satisfação de seu direito retratado no título executivo” (NEVES, 2019, p. 1039). Assim, rompe-se a inércia da jurisdição.
Ao propor a ação com o intuito de cumprimento de título extrajudicial, é necessário que o autor cumpra alguns requisitos dispostos no artigo 798 da Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015, conforme demonstrado a seguir:
a) o título executivo extrajudicial; 
b) o demonstrativo do débito atualizado até a data de propositura da ação;
c) a prova de que se verificou a condição ou ocorreu o termo, se for o caso;
d) a prova, se for o caso, de que adimpliu a contraprestação que lhe corresponde ou que lhe assegura o cumprimento, se o executado não for obrigado a satisfazer a sua prestação senão mediante a contraprestação do exequente;
e) a espécie de execução de sua preferência, quando por mais de um modo puder ser realizada; 
f) os nomes completos do exequente e do executado e seus números de inscrição no CPF ou no CNPJ, conforme o caso; e
g) os bens suscetíveis de penhora, sempre que possível, quando se trata de execução por quantia certa. (BRASIL, 2015)
É importante ressaltar que o art. 799 indica a necessidade de intimação de pessoas realmente vinculadas a seus bens passíveis de execução e indicados à penhora, como o credor pignoratício, hipotecário, anticrético ou fiduciário (inciso I); do titular de usufruto, uso ou habitação (inciso II); do promitente comprador, dentre outros. Até a sociedade precisa ser intimada em um caso específico, quando a pretensão de execução incide sobre cotas sociais ou ações. A finalidade é oportunizar ao sócio o exercício do direito de preferência. 
Há, ainda, no inciso VIII do art. 799, a possibilidade de pleitear medidas urgentes, como a penhora antecipada que impede sua alienação.
// Procedimentos executivos
Existem dois procedimentos de execução: em comum, referente a créditos em geral; e especial, usado para créditos específicos, como execução fiscal e de alimentos. 
Quadro 6. Espécies de execução de acordo com o Novo CPC. Fonte: BRASIL, 2015, [n.p.]. (Adaptado).
PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO
Neves (2019) elenca alguns princípios da execução que podem ser analisados de forma separada dos princípios processuais de forma geral:
𝘕𝘶𝘭𝘭𝘢 𝘦𝘹𝘦𝘤𝘶𝘵𝘪𝘰 𝘴𝘪𝘯𝘦 𝘵𝘪𝘵𝘶𝘭𝘰
A execução ocorre apenas com um título de consistência. O executado, em desvantagem em relação ao exequente, pode ter o patrimônio perseguido. Por isso, a exigência do título para demonstrar a dívida e sua probabilidade. Os títulos executivos estão previstos em lei, não podendo ser criados outros pelas partes. 
Patrimonialidade
A execução jamais recai na pessoa do devedor, mas apenas nos seus bens ou no bem que dá causa à execução.
Desfecho único
Todos os processos podem ter um final normal ou anômalo, e assim também o é na execução. Quando tudo ocorre bem na execução, ela chega ao final com o direito do exequente cumprido e com a sentença meramente declaratória extinguindo o feito, como demonstra o artigo 924 do Novo CPC. Na execução anormal não ocorre a solução do mérito (art. 485 do Novo CPC), como a declaração de não existência do direito de quem propôs ação. O desfecho é considerado único porque na execução não se discute o mérito e o processo corre com o objetivo único de aprazer o direito do exequente. O princípio do desfecho único passa a ser questionado no caso de discussão de mérito, em demanda incidental na própria execução.
Disponibilidade da execução
O exequente pode, a qualquer momento, desistir da execução sem a necessidade de anuência do executado. Não se trata, todavia, de renúncia ao direito, pois o exequente poderá entrar com a mesma ação posteriormente. A desistência somente não poderá ocorrer quando os atos anulados prejudicarem terceiros ou o devedor, como após a compra de um bem em leilão.
Utilidade
A execução serve para entregar o direito ao exequente e não pode ser proposta apenas para prejudicar o devedor. “Em razão desse princípio, a penhora não será realizada quando restar evidente que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução (art. 836, caput, do Novo CPC)”, explica Neves (2019, p. 1068). Se for impossível a satisfação do direito do credor, não há razão para continuar a execução.
Menor onerosidade
Como a execução não serve como vingança, nada justifica onerar o executado mais do que o necessário para saldar a obrigação junto ao credor. “Dessa constatação decorre a regra de que, quando houver vários meios de satisfazer o direito do credor, o juiz mandará que a execução se faça pelo modo menos gravoso ao executado (art. 805 do Novo CPC)”, confirma Neves (2019, p. 1068). O parágrafo único do art. 805 do Novo CPC indica que é prerrogativa do executado indicar as formas menos onerosas para satisfazer a obrigação junto ao credor.
Lealdade e boa-fé processual
Pode-se resumir esse princípio com a análise do art. 774 do Novo CPC, que atenta:
[...] à dignidade da justiça a conduta comissiva ou omissiva do executado que:
frauda a execução; 
se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos;
dificulta ou embaraça a realização da penhora; 
resiste injustificadamente às ordens judiciais; intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus. (BRASIL, 2015)
 
O parágrafo único do artigo em questão prevê a punição para os atos atentatórios relacionados acima (multa de 20% do débito da execução). 
Contraditório
O processo de execução possui natureza jurisdicional, mesmo sendo derivado de um título executivo judicial, além de ter como objetivo a satisfação do exequente. Portanto, o processo segue com base no contraditório. O juiz toma ciência e decide sobre diversos incidentes, sendo que em todas as situações estará presente a necessidade de se ouvir as duas partes.
Atipicidade dos meios executivos
Além dos meios executivos previstos em lei para causar a satisfação do credor, como a busca e apreensão, penhora, expropriação, remoção de pessoas, dentre outros, o juiz pode se valer de outros meios executivos, mesmo que não estejam previstos em lei. Para Neves (2019, p. 1075), “essa liberdade concedida ao juiz naturalmente aumenta sua responsabilidade, não sendo admissível que a utilize para contrariar a lei ou mesmo princípios do Direito. Não pode, por exemplo, determinar a prisão civil fora da hipótese de devedor inescusável de alimentos, nos termos do art. 5”.
Título executivo
Seção 4 de 4
No sistema jurídico brasileiro existem dois títulos executivos: judicial, que se forma por decisão de um magistrado, quando instado o poder jurisdicional; e o extrajudicial, que surge pela determinação das vontades dos agentes envolvidos sem o envolvimento da jurisdição. 
De acordo com a espécie do título executivo, há diferentes formas de executá-lo. No caso do título executivo judicial, sua execução se dá no cumprimento da sentença, enquanto para o título executivo extrajudicial existe a necessidade da formulação de um processo autônomo. 
Ainda, os títulos estão previstos em lei, ou seja, as partes não podem criar um novo título (nullus titulus sine lege). 
A doutrina, por sua vez, debate a natureza jurídica do título executivo com três diferentes considerações: documento, teoria mista e ato jurídico. Quando visto como documento, o título executivo representa um crédito do credor, como demonstra a previsão legal. No entanto, ele pode ser executado somente se houver crédito. Assim, o título representa o caminho correto para realizar a execução, representando um ato jurídico. De forma mista, o título representa, de certa maneira, atoe documento.
CONTINUE
PARTES E TERCEIROS NA EXECUÇÃO
Não há grandes diferenças na relação das partes no processo executivo e no processo civil. A princípio, a relação processual se dá com, no mínimo, a participação de três agentes: juiz, demandante e demandado. O juiz atua com imparcialidade para conduzir essa fase do processo com dois sujeitos e seus interesses parciais. Os sujeitos figurantes dos polos ativo e passivo são partes da execução (credor e devedor, exequente e executado) e, a partir daí, analisa-se se possuem legitimidade para tal posição.
Em decorrência da nítida e reconhecida diferença entre os conceitos de parte e de legitimidade, é criticável a opção do legislador no tocante à nomenclatura do Capítulo II do Título I do Livro II da Parte Especial do Novo Código de Processo Civil, que na realidade não trata das partes na execução, e sim de sua legitimidade. Em especial nos arts. 778 e 779 do Novo CPC, o que se encontra é a previsão de quais os sujeitos têm legitimidade para figurar nos polos ativo e passivo da demanda executiva, regras que valem tanto para o processo executivo autônomo como para o cumprimento de sentença. (NEVES, 2019, p. 1078)
A partir dessa explicação, pode-se entender as diferentes espécies de legitimidade na execução a partir dos seguintes pontos: 
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Legitimação originária/ordinária
+Ocorre quando a sentença ou o título executivo possui o nome do credor, litigante por direito próprio. Seguindo essa linha de raciocínio, pode-se analisar o termo credor, previsto no art. 778, caput, do Novo CPC. Mesmo que o termo credor se ligue à obrigação de pagar quantia certa, o artigo em questão é mais abrangente, prevendo outras obrigações, como entregar coisas e fazer/não fazer, além dos direitos reais
Legitimação ordinária superveniente ou secundária
+A parte demandante, mesmo em nome próprio, só é legitimada após ato posterior ao título executivo (art. 778, § 1°, CPC, 2015). A prova de sua legitimidade ocorre com prova juntada à execução.
Legitimação extraordinária
+Ocorre quando alguém participa da execução em nome próprio e com o intuito de defender o interesse de outrem. Trata-se do caso da participação do Ministério Público, segundo o art. 778, § 1°do Novo CPC (2015).
Legitimação ordinária superveniente
+Ocorre devido à sucessão por causa mortis, com previsão no art. 779, II, do Novo CPC (2015). Aqui, a legitimidade da execução do espólio passa aos herdeiros e sucessores, que podem seguir a ação em nome do de cujus. De acordo com o momento processual, os requisitos de modificam. Se a execução não tiver sido iniciada, a demonstração por provas da legitimidade já é suficiente. Porém, com a execução já iniciada, há necessidade da habilitação no processo por incidente (arts. 687 a 692 do Novo CPC).
Legitimidade do cessionário e do sub-rogado
+Em regra, todo direito pode ser objeto de cessão, salvo as vedações legais, como verbas derivadas da Previdência Social e direitos personalíssimos. Assim, quem recebe o direito originário com a cessão devidamente comprovada no processo possui a legitimidade superveniente para executar o título. Há também legitimidade superveniente na sub-rogação legal (art. 346 do CC) ou convencional (art. 347 do CC). Nos casos citados, todavia, os novos credores não são obrigados a assumirem o polo ativo da ação de execução. Eles podem cobrar o antigo credor ao final da ação.
Devedor que figura no título
+É o passivo legitimado da execução, segundo o art. 779, I, do Novo CPC. Não importa se é mesmo o devedor, basta que seu nome esteja contido no título executivo. Também são considerados devedores o fiador, o avalista e o endossante.
Legitimidade ordinária superveniente pode ocorrer também por ato inter vivos, como dita o art. 779, III, do Novo CPC. Trata-se da assunção de dívida ou cessão de débito. No entanto, o novo sujeito só entra no processo executivo com a concordância do credor, de forma expressa. Isso ocorre para evitar fraude, uma vez que ao modificar o devedor, modifica-se também o patrimônio executado para satisfazer ao credor. 
Legitimidade passiva executiva do fiador do débito presente em título executivo extrajudicial (inciso IV do art. 779 do Novo CPC). O art. 784, V, do Novo CPC afirma ser título executivo extrajudicial as garantias contratuais, como a hipoteca, penhor, anticrese e caução. Entretanto, o inciso IV do art. 779 retira o fiador do rol do título executivo como devedor, sendo parte apenas do contrato de garantia, ou seja, parte acessória da execução. Além disso, caso exista uma sentença condenatória (título executivo judicial), o fiador precisa obrigatoriamente ter sido réu no conhecimento do processo para ser legitimado como devedor (terceiro no processo com garantia real ou fidejussória). Na execução, o fiador pode alegar o benefício de ordem com o intuito de indicar, primeiramente, os bens do devedor antes de seu próprio patrimônio.
Tanto o art. 779, VI, do Novo CPC quanto no art. 4º, V, da Lei n. 6.830/1980 (Lei de Execuções Fiscais) estipulam a responsabilidade secundária ao responsável tributário. O contribuinte que possui relação direta com o fato gerador pode ser responsabilizado pelo crédito tributário.
A legitimidade do responsável secundário está prevista no art. 790 do Novo CPC. Neste caso, mesmo sem ser devedor, o sujeito responde em juízo pelo cumprimento da obrigação com seus bens dados em garantia.
// Intervenção de terceiros
A intervenção de terceiros ocorre quando uma pessoa física e jurídica adentra como parte, ou mesmo auxiliar, em uma relação processual. A previsão legal está no art. 119 do Novo CPC e indica que o terceiro juridicamente interessado em que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la. Além disso, a assistência pode ocorrer em qualquer procedimento ou grau de jurisdição. Assim, a formação clássica das relações processuais, composta por autor, juiz e réu, passa a ser integrada por uma terceira parte interessada no feito. 
Entende-se que o terceiro em questão precisa ter um vínculo para ingressar na relação processual. Este vínculo significa o interesse no resultado processual e deve ser comprovado nos autos do feito. 
Ainda, o Novo CPC apresenta a intervenção de terceiros nas seguintes modalidades: 
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Oposição (artigos 682 e 686);
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Denunciação da lide (artigo 125);
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Chamamento ao processo (artigos 130 a 132).
A Lei n. 13.105 de 16 de março de 2015 prevê a intervenção de terceiros na modalidade assistência, contemplada pelo Título III, do art. 119 ao 138: incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica e o Amicus Curiae.
A assistência, que deve ser pleiteada durante o andamento do processo por meio de petição (art. 120), consiste no ingresso de um terceiro com interesses jurídicos no processo que, portanto, passa a auxiliar uma das partes. Para tanto, é primordial o interesse jurídico previsto no art. 119. 
São dois os tipos de assistência: 
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Simples: intervenção de um terceiro coadjuvante (ad coadjuvandum) que defende o direito de outrem, pois a decisão judicial pode atingi-lo; 
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Litisconsorcial: o interventor torna-se parte da relação judicial ao defender o próprio direito.
Quadro 7. Outras características da assistência.
// Desconsideração da personalidade jurídica
Neste instituto, existe uma intervenção na qual um terceiro é chamado para que satisfaça a obrigação patrimonial. Nesse sentido, ocorre o afastamento da pessoa jurídica da empresa e o patrimônio dos sócios passa a ser perseguido para que os danos a terceiros sejam sanados. Apenas uma das partes ou o Ministério Público pode pleitear a intervenção por intermédio da petição inicial.
// Amicus Curiae
Amicus curiae significa, literalmente, amigo da corte. Ele é cabível em ações que envolvem a constitucionalidade. Dessa forma, servindo como representante da sociedade, o amicus curiae ingressa ao processo de forma espontânea ou com requerimento feito tanto pelas partes quanto pelo juiz (art. 138 do NCPC, Arguiçãode Descumprimento de Preceito Fundamental, Ação Direta de Inconstitucionalidade por omissão e na Representação Integrativa (IF), Ação Direta de Inconstitucionalidade e Ação Direta de Constitucionalidade).
RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL E FRAUDE À EXECUÇÃO
Toda execução é real. Isso significa que a satisfação da obrigação do exequente jamais recai sobre a pessoa do devedor. Mesmo assim, é preciso entender os limites da responsabilidade patrimonial no processo de execução. 
Em regra geral, o devedor não pode impedir a constrição de seu patrimônio. Uma vez que existe a obrigação (título judicial ou extrajudicial), o devedor não pode evitar que o Estado, em seu poder jurisdicional e dentro do processo judicial, atinja seus bens. 
O art. 789 do Novo CPC indica que o devedor deve responder com todos os seus bens presentes e futuros para cumprir suas obrigações, salvo exceções previstas em lei, como bens impenhoráveis, com previsão legal no art. 833 do Novo CPC. 
Os bens presentes significam aqueles que já são do devedor no momento da execução da dívida, enquanto os bens futuros são aqueles adquiridos no decorrer do tempo e após a constituição da dívida dentro do processo de execução. 
Nem toda dívida pode ser cobrada judicialmente. A dívida de jogo ilegal, por exemplo, não recai sobre o patrimônio do devedor. 
Ressalta-se, ainda, outro princípio importante: a responsabilidade da execução civil não recai sobre a pessoa. Além disso, é importante ressaltar que a prisão civil contra o devedor de alimentos pode ser considerada uma exceção, pois é uma coerção para a satisfação da obrigação e não serve para saldar a dívida. 
// Impenhorabilidade de bens
A lei tenta preservar a dignidade mínima do executado colocando alguns bens acima dos direitos de satisfação do credor. Alguns bens são totalmente impenhoráveis, conforme previsão do art. 833 do Novo CPC, e não podem, de forma alguma, servir como pagamento de dívida. O salário e demais vencimentos (art. 833, IV) encontram-se neste rol. No entanto, podem ser penhorados na execução de alimentos e quando exceder a 50 salários-mínimos. 
O bem de família, independentemente de seu valor, também não pode ser usado para a satisfação da execução civil. Além disso, há entendimentos doutrinários nos quais nenhum bem com impenhorabilidade absoluta pode ser objeto de renúncia. Utensílios domésticos como televisão, geladeira, fogão e aparelhos de som têm sido considerados bens impenhoráveis, desde que não tenham um valor exorbitante. 
O inciso III do art. 833 do Novo CPC diz que os pertences pessoais e vestuário também são impenhoráveis, pois são itens essenciais para a vida digna de qualquer um. Não se pode esquecer do valor sentimental de alguns objetos, como um anel de núpcias. Neste caso, mesmo com valor elevado, o juiz poderá decidir pela impenhorabilidade do item. 
Além do salário (inciso IV do art. 833), qualquer vencimento destinado à subsistência do exequente se torna também impenhorável, de acordo com a letra da lei. Em outro ponto, o legislador deve se atentar para a manutenção da dignidade do devedor (art. 833, V, do Novo CPC). Trata-se da impenhorabilidade dos bens necessários para a realização de seu trabalho (item limitado a pessoas físicas). 
Também é impenhorável o seguro de vida (art. 833, VI, do Novo CPC), por se tratar de um fundo alimentar, ou seja, ele não possui valor patrimonial e não é herança.
Os materiais necessários para obras em andamento (art. 833, VII, do Novo CPC) precisam estar já ligados à construção para serem considerados impenhoráveis. A pequena propriedade rural trabalhada pela família (art. 833, VIII, do Novo CPC) entra no rol de bens impenhoráveis, mas o problema é definir que tipo de propriedade é esta, que varia de tamanho em cada município brasileiro, e em como é explorada, se apenas pela família para subsistência ou com a ajuda de terceiros. 
Também são bens impenhoráveis os recursos públicos ligados à aplicação compulsória em educação, saúde e assistência social (art. 833, IX, do Novo CPC). Aqui, a lei privilegia o direito coletivo ao direito do credor, garantindo, assim, a aplicação do dinheiro público para os fins originários. 
Os valores depositados em caderneta de poupança (art. 833, X, do Novo CPC) são impenhoráveis de forma relativa, ou seja, quando atingem até 40 salários mínimos. O art. 833, XI, do Novo CPC trata da impenhorabilidade dos recursos públicos do fundo partidário, dinheiro de origem pública, que é destinado ao funcionamento dos partidos, instituições fundamentais para a democracia. 
Para proteger o direito do consumidor que comprou um imóvel por meio de incorporações, a lei (art. 833, XII, do Novo CPC) resguarda os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias. Os créditos da incorporadora destinados à construção ficam, portanto, protegidos caso a obra seja paralisada, prejudicando diversas pessoas que adquiriram o bem. 
Além disso, há outros pontos e características importantes de mencionar, tais como:
A responsabilidade patrimonial secundária ocorre quando mesmo aquele que não faz parte da relação material de direito pode ser chamado a responder pela dívida em algumas previsões legais do art. 790 do Novo CPC.
Bens do sucessor a título singular com o art. 790, I, do Novo CPC. Trata-se da “obrigação reipersecutória”, na qual se busca restituir bens que não estão mais em domínio do autor ou na posse de terceiros.
Em caso de sociedade, a regra é que os bens da sociedade empresarial respondam pela execução. No entanto, o art. 790, II, do Novo CPC indica que o sócio pode responder com seus bens de acordo com as leis societárias previstas nesse tipo de responsabilidade patrimonial (art. 1.039 do CC) e sociedade em nome coletivo (art. 1.039 e art. 1.045, caput, do CC).
Bens que pertencem ao devedor em conjunto com seu cônjuge/companheiro ou com coproprietários podem ser alienados para satisfazer a obrigação. O coproprietário tem direito à metade do valor do bem penhorado, mas o cônjuge não devedor precisa provar, com embargos de terceiros, que a detenção dos 50% que possui direito não beneficiará o casal nem a família, mesmo que sejam bens alienados ou gravados com ônus reais em fraude à execução (art. 790, V, do Novo CPC).
O inciso VI do art. 790 do Novo CPC libera a execução de bens com previsão da sujeição, cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores.
Por fim, o inciso VII do referido artigo permite a execução dos bens do responsável em caso de desconsideração de personalidade jurídica.
// Fraude do devedor
Podemos encontrar duas espécies de fraudes do devedor: fraude contra credores e fraude à execução. O art. 792, § 3°, do CPC/2015 aponta a fraude à execução oriunda do executado originário. Tal dispositivo difere da desconsideração da personalidade jurídica (art. 135 do CPC/2015). 
EXPLICANDO
A fraude à execução possui natureza processual e nada mais é do que um artifício do devedor que gera perdas ao credor, bem como ao próprio poder jurisdicional, durante o processo. Considera-se pior do que a fraude contra credores porque ocorre no decorrer do processo executivo que busca a satisfação de uma obrigação. Existe a vontade, portanto, de lesar o exequente.
O Novo Código de Processo Civil contempla a fraude à execução em seu art. 792 com o seguinte texto:
A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução:
I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo registro público, se houver;
II - quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de execução, na forma do art. 828;
III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude;
IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência;
V - nos demais casos expressosem lei. (BRASIL, 2015)
É importante destacar que para ocorrer fraude à execução é preciso existir averbação prévia do processo ou a constrição do bem pela justiça (Súmula 375 do STJ). Além disso, de acordo com o § 4º, art. 828, do Novo CPC, a oneração de bens após a averbação é fraude à execução. Por fim, caso não exista registro de penhora de um bem alienado, será necessário provar que o adquirente sabia que o bem fazia parte de um processo de execução. 
SINTETIZANDO
Nesta unidade, entendemos a importância da execução no processo civil. Não basta apenas que o Estado diga quem possui o direito, é preciso também que este direito se materialize em atos concretos, beneficiando o exequente. 
Assim, a execução de forma sincrética, de acordo com o entendimento do Novo Código de Processo Civil, se dá nos autos do processo de conhecimento a partir da decisão do magistrado. Entretanto, a execução oriunda de um título executivo extrajudicial ocorre em um processo independente (autônomo) que visa a própria execução. A relação dos títulos extrajudiciais está elencada no artigo 784 do Novo CPC. 
Vimos também que a tutela (proteção) pode ser pedida e declarada mesmo no procedimento de conhecimento de uma ação. O objetivo é proteger um direito com urgência. 
Ainda, conhecemos os procedimentos executivos (comum e especial), além de abordar as espécies de execução do Novo CPC e os princípios da execução (Nulla executio sine titulo, patrimonialidade, desfecho único, disponibilidade da execução, utilidade, menor onerosidade e disponibilidade da execução).
Por fim, conhecemos a fraude contra os credores, um artifício ilegal usado pelo executado para impedir a satisfação da obrigação do executado.

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