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CADERNO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV

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CADERNO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV – PROF. PRISCILA 
 
‘CADERNO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV 
POR: NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA TUTELA JURISDICIONAL 
EXECUTIVA 
 
1) Conceito de execução: 
. O conceito de execução está relacionado ao conceito de direitos a uma prestação. 
. O conceito de direitos a uma prestação NÃO é um conceito do Direito Civil, mas sim do 
direito material. 
. Direito a uma prestação é o direito subjetivo de alguém exigir de outrem o cumprimento 
de uma prestação. – Essa prestação pode ser um fazer, um não fazer, um dar (que pode 
ser pagar quantia OU entregar coisa distinta de dinheiro). 
 . É um direito que se realiza no mundo fático/mundo dos fatos. – Isto é, para que 
uma prestação seja considerada cumprida/realizada, é preciso que haja a adoção de um 
comportamento pelos sujeitos de direito. 
 . Se você está falando de uma obrigação de pagar quantia, ela será considerada 
realizada quando, por exemplo, o dinheiro chegar na conta do credor. 
 . Se um direito a uma prestação não é cumprido/atendido/observado, surge o que 
se chama de INADIMPLEMENTO. 
 . Com o inadimplemento, surge para o titular do direito a uma prestação, uma 
PRETENSÃO. 
 . Como o titular desse direito não pode exercer essa pretensão forçadamente 
valendo-se da autotutela (ameaça), esta deverá ser exercida EM JUÍZO, isto é, recorrer ao 
Judiciário buscando essa efetivação. – É AQUI QUE SURGE A EXECUÇÃO. – BUSCA-SE A 
TUTELA JURISDICIONAL EXECUTIVA. 
 CADERNO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV – PROF. PRISCILA 
 
. OBS: tutela executiva pressupõe inadimplemento. – Art. 786, CPC. 
Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e 
exigível consubstanciada em título executivo. 
. A execução nada mais é do que a efetivação de direitos a uma prestação. 
 . Usar meios executivos para se alcançar/obter a 
efetivação/cumprimento/atendimento de direito a uma prestação. 
. Uma vez violado o direito a uma prestação, isto é, uma vez configurado o 
inadimplemento, tem-se configurado o início do prazo prescricional. – Ou seja, o prazo 
prescricional começa a correr da lesão (não cumprimento pelo sujeito passivo do seu 
dever). – Art. 189, CC. 
 . É equivocado falar em “prescrição da execução”, porque em verdade a prescrição 
aqui se relaciona com o direito a uma prestação. 
Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos 
prazos a que aludem os arts. 205 e 206. 
. Poderíamos dizer que o conceito de execução também estaria interligado a 
DIREITOS POSTETATIVOS: 
. Direito potestativo: direito subjetivo titularizado por alguém de submeter outrem a 
criação, extinção ou modificação de uma situação jurídica. 
 . Exemplo do que seria um direito potestativo: Um dos direitos potestativos do 
empregador está relacionado à possibilidade de ele demitir seus funcionários quando lhe 
for conveniente, cabendo ao empregado apenas aceitar tal decisão. Entretanto, embora o 
funcionário tenha de aceitar a demissão, a ele ainda é possível ingressar com uma ação 
trabalhista para reverter a situação caso consiga comprovar que tenha havido 
discriminação ou, ainda, que fora demitido em hipóteses legais que garantem sua 
estabilidade (como a mulher gestante, por exemplo). 
. Direito potestativo uma vez reconhecido se realiza no plano normativo. – Ou seja, basta 
a decisão judicial para que ele se realize no mundo ideal das situações jurídicas. É 
suficiente que o juiz diga “anulo”, “rescindo”, “dissolvo”, “resolvo”, para que as situações 
jurídicas desapareçam, transformam-se e nasçam no mundo jurídico. 
. O direito potestativo uma vez reconhecido depende do uso de meios executivos para que 
seja considerado realizado? 
. Não precisa da prática de atos materiais para que o direito potestativo seja 
realizado/atendido. 
 . MAS, imaginemos que estamos diante de um contrato que tem um vício ou houve 
descumprimento de alguma obrigação prevista, de modo que uma das partes quer 
rescindir o contrato. O vendedor já recebeu uma parte do preço, e o comprador já pagou 
uma parte do preço e já recebeu as chaves. – A efetivação de um direito potestativo deixou 
como efeito anexo direitos a uma prestação. Esses direitos dependem de execução 
forçada. 
 CADERNO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV – PROF. PRISCILA 
 
 . Embora um direito potestativo não precise da prática de atos materiais para que 
seja realizado (já que basta que o juiz diga), da efetivação de um direito potestativo pode 
decorrer direito a uma prestação como efeito anexo, que dependerá conforme o caso de 
uma execução forçada (isto é, de meios para viabilizar sua execução) e comportamento 
material. 
 . DIREITO POTESTATIVO NÃO DEPENDE DE EXECUÇÃO. MAS, AS VEZES, A 
EFETIVAÇÃO DE DIREITO POTESTATIVO FAZ SURGIR COMO EFEITO ANEXO DIREITOS A 
UMA PRESTAÇÃO QUE DEPENDEM DE EXECUÇÃO. 
 . RESUMO: executar é efetivar direitos a uma prestação, seja efetivar 
voluntariamente ou forçadamente. 
 . A execução não está ligada ao direito potestativo (o direito potestativo se realiza 
no plano normativo e não depende de execução). TODAVIA, se da execução de direito 
potestativo surgem direitos a uma prestação, ainda que estes anexos/decorrentes do 
direito potestativo, se sujeitam a uma execução. 
2) Técnicas de execução: 
A) Conceito de execução: 
. Didier: “executar é satisfazer uma prestação devida”. 
. Atualmente existem duas formas de técnicas, mas antigamente existia tão somente o 
processo autônomo. Assim, visando a celeridade processual o legislador criou a 
possibilidade da execução fase como regra. 
 . Execução em processo autônomo. – A efetivação aqui é objeto de um processo 
autônomo, instaurado com essa preponderante finalidade. 
 . Execução como fase. – A execução ocorre dentro de um processo já existente, 
como uma de suas fases. 
. Há execução sem processo autônomo, mas não há execução sem processo. 
 
B) Execução em processo autônomo: 
. Execução que se desenvolve em um processo específico, autônomo e independente, cuja 
finalidade é a execução. 
. Quando cabe a execução em processo autônomo? 
. Quando ela estiver fundada em SENTENÇA ARBITRAL; SENTENÇA ESTRANGEIRA 
HOMOLOGADA PELO STJ; DECISÃO INTERLOCUTÓRIA ESTRANGEIRA QUE RECEBE O 
EXEQUATUR DO STJ; SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA TRANSITADA EM JULGADO. 
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos 
neste Título: 
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado; 
VII - a sentença arbitral; 
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; 
 CADERNO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV – PROF. PRISCILA 
 
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior 
Tribunal de Justiça; 
§ 1º Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o cumprimento da sentença ou 
para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias. 
 
 . Além dessas hipóteses, também haverá execução em processo autônomo 
quando ela estiver FUNDADA EM TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS. 
C) Execução fase: 
. É aquela que se instaura no bojo de um processo já existente. 
 . Esse processo já existente pode ser um processo de CONHECIMENTO ou um 
processo CAUTELAR. 
. Haverá execução fase quando o título executivo judicial for DECISÃO JURISDICIONAL 
NACIONAL, ESTATAL, CÍVEL (não penal). 
3) Classificações da execução: 
A) Critérios da execução: 
1 – CRITÉRIO DO PROCEDIMENTO AO QUAL A EXECUÇÃO SE SUBMETE: 
. Execução comum: 
 . Serve a uma generalidade de créditos/a efetivação das prestações em geral. 
 . Exemplo: procedimento de execução por quantia certa prevista no CPC. 
. Execução especial: 
 . Serve a execução de prestações específicas. – Execução de alimentos (obrigação 
de pagar alimentos); Execução contra a Fazenda Pública (quandose solicita o pagamento 
da quantia pela Fazenda Pública. Nesse âmbito que estudamos precatório de requisição 
de pequeno valor); Execução Fiscal (obrigação de pagar débitos tributários ou não 
tributários a Fazenda Pública). 
. OBS: um dos requisitos para cumulação de execuções é justamente a identidade de 
procedimento. 
 . Art. 780, CPC. 
 . Art. 327, §1° caminha em mesmo sentido. 
 . Exemplo: se um título gera uma execução comum, sendo especial a execução 
acarretada pelo outro juízo, a cumulação não se revela possível. 
Art. 780. O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, quando o 
executado for o mesmo e desde que para todas elas seja competente o mesmo juízo e idêntico o procedimento. 
2 – CRITÉRIO DE ACORDO COM O AMBIENTE EM QUE A EXECUÇÃO É PROCESSADA: 
. Execução judicial: 
 CADERNO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV – PROF. PRISCILA 
 
 . Se desenvolve no âmbito do Poder Judiciário. – Ela é a regra no tradicional 
Direito Brasileiro. 
 . É a regra do ordenamento jurídico brasileiro. – Pode mudar, pois tem uma PL na 
espera de votação. 
. Execução extrajudicial: 
 . É a que se desenvolve fora do âmbito judicial, normalmente em cartório. 
 . Alguns exemplos: execução extrajudicial de cédula hipotecária; execução 
extrajudicial de alienação fiduciária de bem imóvel. 
 . Essa execução extrajudicial fica sujeita a controle jurisdicional, preventivo ou 
repressivo. 
3 – CRITÉRIO DE ACORDO COM O TÍTULO EXECUTIVO EM QUE SE FUNDA A 
EXECUÇÃO: 
. Execução fundada em título executivo judicial: 
 . Os títulos executivos judiciais estão previstos no art. 515 do CPC. – Da leitura 
desse artigo é possível se concluir que todos os títulos executivos judiciais previstos são 
decisões jurisdicionais. 
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os 
artigos previstos neste Título: 
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar 
quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa; 
II - a decisão homologatória de autocomposição judicial; 
III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza; 
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros 
e aos sucessores a título singular ou universal; 
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido 
aprovados por decisão judicial; 
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado; 
VII - a sentença arbitral; 
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; 
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo 
Superior Tribunal de Justiça; 
 
 . As regras de competência desses títulos estarão previstas no art. 516, CPC: 
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: 
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária; 
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; 
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença 
arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual 
domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou 
pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a 
remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem. 
 
. Execução fundada em título executivo extrajudicial: 
 CADERNO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV – PROF. PRISCILA 
 
 . Os títulos executivos extrajudiciais estão previstos no art. 784 do CPC. - Da 
leitura desse artigo é possível se concluir que se tratam de uma série de documentos 
(inclusive de naturezas muito distintas). 
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: 
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; 
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; 
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas; 
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, 
pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador 
credenciado por tribunal; 
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e 
aquele garantido por caução; 
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte; 
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio; 
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de 
encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; 
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; 
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, 
previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que 
documentalmente comprovadas; 
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos 
e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em 
lei; 
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva. 
§ 1º A propositura de qualquer ação relativa a débito constante de título executivo não inibe o 
credor de promover-lhe a execução. 
§ 2º Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro não dependem de 
homologação para serem executados. 
§ 3º O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os requisitos de formação 
exigidos pela lei do lugar de sua celebração e quando o Brasil for indicado como o lugar de 
cumprimento da obrigação. 
 
 . As regras de competência de execuções fundadas em títulos executivos 
extrajudiciais estão previstas no art. 781, CPC. 
Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada perante o juízo 
competente, observando-se o seguinte: 
I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição constante do 
título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos; 
II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de qualquer deles; 
III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser proposta no 
lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente; 
IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta no foro 
de qualquer deles, à escolha do exequente; 
V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu 
o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado. 
 
. OBS: o procedimento de execução dos dois é diferente. 
 CADERNO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV – PROF. PRISCILA 
 
 . Se o título for judicial, aplicam-se as regras do cumprimento de sentença. – Arts. 
531-538, CPC. 
 . Se o título for extrajudicial, aplicam-se as normas da parte Especial do CPC, a 
partir do art. 771. 
. OBS: as regras de competência para ambos também são diferentes. 
. OBS: a defesa do executado na execução de título executivo judicial (matéria muito mais 
restrita, uma vez que não é possível alegar nada que já não tenha sido alegado na fase de 
conhecimento, por conta da preclusão) e na execução de título executivo extrajudicial 
(defesa pode contemplar todo e qualquer fato que poderia ser suscitado em fase de 
conhecimento) O CONTEÚDO É DIFERENTE. 
. 4 – CRITÉRIO DE MEIOS EXECUTIVOS UTILIZADOS PARA VIABILIZAR UMA 
EXECUÇÃO FORÇADA: 
. A execução forçada pode ocorrer com ou sem a participação do executado. 
. Execução direta: 
 . Visa a satisfação de um direito a uma prestação mediante a aplicação de um meio 
executivodireto ou sub-rogatório (essa medida é aquela por meio da qual o estado-juiz 
ou um terceiro cumpre a obrigação/prestação objeto de execução no lugar do devedor 
com o próprio patrimônio do devedor). 
 . Exemplo: DESAPOSSAMENTO mediante busca e apreensão, após o executado 
não entregar a coisa móvel). 
 . Outros exemplos: transformação, quando o juiz determina que um terceiro 
pratique a conduta que deveria ser praticada pelo executado, cabendo a este último arcar 
com o pagamento do custo respectivo; expropriação, típico das execuções para 
pagamento de quantia, por meio do qual algum bem do patrimônio do devedor é 
expropriado para pagamento do crédito etc. 
 . São adotadas normalmente medidas sub-rogatórias. 
 . As medidas executivas são levadas a efeito mesmo contra a vontade do 
executado, sua vontade é irrelevante. 
. Execução indireta/mandamental: 
 . É aquela que objetiva/visa a satisfação de uma prestação mediante a aplicação 
de uma medida executiva indireta. 
 . Medida executiva indireta é aquela por meio da qual o devedor se sente 
compelido/constrangido a cumprir a prestação ele mesmo. 
 . Estado- juiz busca promover a execução com a “colaboração” do executado, 
forçando-o ou incentivando-o a que ele próprio cumpra a prestação devida. 
 CADERNO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV – PROF. PRISCILA 
 
 . O estado- juiz pode fazer isso por meio de coerção psicológica ou de um incentivo 
(chamada de sanção positiva, tomando como exemplo a isenção de custas na prática de 
algum ato; redução de honorários advocatícios fixados etc.). 
. OBS: as medidas diretas ou indiretas podem ser aplicadas indistintamente para 
garantir o cumprimento de qualquer obrigação. 
 . A FORMA DE EXECUÇÃO SERÁ AQUELA QUE FOR MAIS ADEQUADA PARA A 
EFETIVAÇÃO DO DIREITO. 
. 4 – CRITÉRIO DE ACORDO COM A DEFINITIVIDADE OU PROVISORIEDADE DO 
TÍTULO EXECUTIVO EM QUE SE FUNDA: 
. A execução de título judicial (o chamado cumprimento de sentença poder ser definitiva 
ou provisória. 
. Execução definitiva: 
. Se funda em título executivo definitivo. 
 . O que é um título executivo definitivo? Título não mais passível de alteração, pois 
já houve formação de coisa julgada (ou porquê já não havia mais recurso cabível OU 
porque a parte não interpôs). 
. A execução de título extrajudicial sempre é definitiva. SÓ O CUMPRIMENTO DE 
SENTENÇA (o termo sentença aqui é no sentido amplo de decisão, uma vez que pode ser 
acórdão, decisões interlocutórias, decisões de relator) PODERÁ SER DEFINITIVO OU 
PROVISÓRIO, conforme artigo 513, §1° e art. 520, CPC. 
. Só há execução provisória de título executivo judicial, e MAIS ESPECIFICAMENTE DE 
UMA CATEGORIA ESPECÍFICA DE TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL: decisão jurisdicional 
nacional, estatal, cível que seja objeto de um recurso não dotado de efeito suspensivo. 
 . Ou seja, não cabe falar de execução provisória de sentença arbitral, de sentença 
penal condenatória, de sentença estrangeira. 
. OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: 
 . Só há execução provisória de título executivo judicial, e MAIS 
ESPECIFICAMENTE DE UMA CATEGORIA ESPECÍFICA DE TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL: 
decisão jurisdicional nacional, estatal, cível que seja objeto de um recurso não dotado de 
efeito suspensivo. 
 . Ou seja, não cabe falar de execução provisória de sentença arbitral, de sentença 
penal condenatória, de sentença estrangeira. 
. OBS: relembra-se que recurso dotado de efeito suspensivo diz respeito aquele que foi 
recebido um recurso e a decisão dada anteriormente não terá efeito até que ocorra o novo 
julgamento. 
. Execução provisória: 
. Se funda em um título executivo provisório. 
 CADERNO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV – PROF. PRISCILA 
 
 . O que é um título executivo provisório? Título que ainda pode ser anulado ou 
reformado, porque contra ele pende de julgamento recurso não dotado de efeito 
suspensivo. 
. Quando se ajuíza a execução provisória, o exequente precisa fazer algumas análises: (i) 
primeiro as chances de êxito da execução, como por exemplo se o executado tem 
patrimônio; (ii) se eventualmente tem algum fundamento fático ou jurídico que impeça a 
execução e/ou se o recurso do executado tem chances de êxito etc.; (iii) avaliar se o título 
que fundamenta a execução carrega um risco que valha a pena correr em caso de reverter 
a execução e causar prejuízos ao próprio exequente. 
. Será ajuizada através de uma petição simples, que conterá o requerimento da execução 
provisória. – Essa petição será encaminhada p/ o juízo competente (aquele que proferiu 
a decisão exequenda originariamente). 
 . Petição instruída dos documentos do artigo 522 do CPC. 
 . Se os autos em que proferida a decisão exequenda forem eletrônicos, dispensa-
se a apresentação desses documentos. 
Art. 522. O cumprimento provisório da sentença será requerido por petição dirigida ao juízo competente. 
Parágrafo único. Não sendo eletrônicos os autos, a petição será acompanhada de cópias das seguintes 
peças do processo, cuja autenticidade poderá ser certificada pelo próprio advogado, sob sua 
responsabilidade pessoal: 
I - decisão exequenda; 
II - certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo; 
III - procurações outorgadas pelas partes; 
IV - decisão de habilitação, se for o caso; 
V - facultativamente, outras peças processuais consideradas necessárias para demonstrar a existência do 
crédito. 
 
 . Instaurado o incidente de execução provisória, o executado será intimado para cumprir 
a obrigação no prazo. 
. Se for p/ pagar quantia, será intimado p/ que no prazo de 15 dias úteis pague o 
respectivo valor. Nesse prazo de 15 dias úteis, o executado pode assumir algumas 
posturas: 
. (i) simplesmente pagar, e se for esse o caso, a execução será extinta com 
satisfação/exame de mérito, de modo que no futuro ele ainda poderá 
responder por eventuais prejuízos que tenha causado ao exequente em face 
da execução proposta. 
. (ii) pode não pagar, mas garantir o juízo. NESTE CASO (e também no caso 
de pagar no prazo de 15 dias voluntariamente), ele estará isento de multa 
de 10% e honorários advocatícios também de 10% (ambos sobre o valor 
executado). – Faz garantia do juízo quando tem algum fundamento p/ 
suscitar defesa, que aqui se chama de IMPUGNAÇÃO. 
. (iii) caso ele não pague e nem garanta o juízo, terá incidência de multa de 
10% e honorários advocatícios também de 10% (ambos sobre o valor 
 CADERNO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV – PROF. PRISCILA 
 
executado). Além disso, estará sujeito a atos de constrição do seu 
patrimônio. 
. OBS: da apresentação de defesa/impugnação pelo executado, tem-se que 
se o juiz a rejeitar, a execução prosseguirá; mas, se o juiz acatar, a execução 
poderá ser extinta com ou sem análise de mérito. 
. PERGUNTA: em já tendo sido apresentada defesa na execução provisória, 
poderia posteriormente apresentar novamente na impugnação da execução 
definitiva? Ou estaria prescrito? A princípio a preclusão será configurada. 
MAS, é possível que o executado na apresentação de defesa/impugnação na 
execução definitiva apresente documentos frutos de fatos supervenientes 
(que à época da execução provisória não existiam), ou documentos que por 
algum motivo fundamentado não puderam ser juntados antes. 
. A execução provisória, em regra, se desenvolve em um incidente (no juízo originário que 
proferiu a decisão exequenda). – MAS, excepcionalmente, a execução provisória será 
processada nos mesmos autos em que a decisão exequenda foi proferida (o que é muito 
comum quando se tem pedido de tutela provisória, já que aqui não se teriam autos 
apartados). 
 . A execução definitiva, em regra, é processada nos autos do processo em que a 
decisão exequenda foi proferida. MAS, excepcionalmente é possível se processar em autos 
próprios. 
. Se o título for anulado/modificado, a execução provisória se tornará sem efeito. Além 
disso, o exequente será responsabilizado pelos prejuízosque eventualmente tiver 
causado ao executado (e a apuração desses prejuízos poderá ser feita nos autos da própria 
execução provisória que se tornou sem efeito). 
 . Responsabilidade objetiva p/ o exequente: dano, conduta e nexo causal. 
 . Como o credor exequente, a quem se destina a responsabilidade objetiva, fará 
para garantir o retorno ao estado inicial/anterior do executado? DEPENDE DO TIPO DA 
EXECUÇÃO. Exemplo: se for execução cuja obrigação executada foi de pagar quantia, ele 
devolverá o dinheiro com atualização. 
Art. 420, § 4º A restituição ao estado anterior a que se refere o inciso II não implica o desfazimento da 
transferência de posse ou da alienação de propriedade ou de outro direito real eventualmente já realizada, 
ressalvado, sempre, o direito à reparação dos prejuízos causados ao executado. 
 . Em todo e qualquer caso é possível que o executado também requeira danos 
morais (aqui deverá provar que sofreu tal prejuízo no caso concreto). 
. EM RESUMO: A execução é provisória porque contra o título em que se funda a execução, 
foi interposto recurso (recurso este não dotado de efeito suspensivo). De um lado 
teremos: processo principal com recurso pendente esperando ser julgado X de outro a 
execução provisória em primeiro grau aguardando processamento. – NO CURSO DESSA 
EXECUÇÃO PROVISÓRIA, ESSE RECURSO QUE FOI INTERPOSTO NO PROCESSO 
ORIGINÁRIO/DE CONHECIMENTO, PODE SER JULGADO. ENTÃO TERÍAMOS ALGUNS 
DESDOBRAMENTOS: 
 CADERNO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV – PROF. PRISCILA 
 
 . Se o título for anulado/modificado, a execução provisória se tornará sem efeito. 
– Responsabilidade objetiva – Retorno ao estado anterior etc. 
 . Se o título do julgamento desse recurso for confirmado/mantido (isto é, nem 
anulado e nem reformado), a execução provisória será convertida automaticamente em 
definitiva. 
 . Se do julgamento do recurso é possível que se tenha uma reforma ou anulação 
parcial do título. Se for esse o caso, parte da execução se torna definitiva e parte se torna 
sem efeito. 
. A execução provisória pode ser iniciada independente de caução. MAS, o CPC exige 
caução para prática de alguns atos na execução provisória. Que atos seriam esses cuja 
prática exige caução? Estão previstos no inciso IV do art. 520 do CPC. 
IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de 
posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano 
ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos 
próprios autos. 
. OBS: que atos seriam esses que trata o inciso IV apontado acima, quando dispõe que “atos 
dos quais se possa resultar grave dano ao executado”. 
 . Cessação de alguma atividade produtiva; interdição de estabelecimento; 
apreensão de produtos por conta de alguma inadequação como desrespeito a norma 
técnica na fabricação etc. 
. EXEMPLO: imaginemos que o executado é uma empresa, e o juiz 
manda parar de comercializar algum produto determinado no 
cumprimento de uma obrigação de não fazer prevista na decisão. 
. A caução é uma garantia/contracautela que viabiliza o ressarcimento de eventuais 
prejuízos que o executado poderá sofrer caso a execução se torne indevida. 
 . Se essa é a finalidade da caução, ela precisa ser total e idônea. Ou seja, a caução 
deve representar toda extensão de eventual prejuízo do executado (ser suficiente 
para cobrir todo o possível prejuízo que venha a ser sofrido pelo executado), e 
idônea/apta a garantir esse ressarcimento. 
 . Eu estaria trocando bens? Depende, pois muitas vezes a execução é de quantia, 
de modo que podemos oferecer um bem que tenha um valor bem menor, para que se 
possa levantar o dinheiro. 
. Discute-se se a caução pode ser exigida pelo juiz de ofício (independente de 
provocação) ou se ela depende de requerimento. 
 . A maior parte da doutrina entende que o juiz pode até mesmo de ofício exigir a 
prestação de caução do exequente-credor se algum dos atos do inciso IV do art. 520 do 
CPC estivessem configurados. 
 . Uma parte menor da doutrina diz que a caução é um benefício para o executado 
e, portanto, é o executado-interessado que deve provocar o juiz para pleitear a exigência 
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da caução. – Para essa parte minoritária da doutrina, portanto, entende que não é possível 
de ofício. 
. A caução pode ter as mais variadas naturezas: 
 . Pode ser real ou pessoal. – Pode entregar um bem em garantia, nomear um fiador 
etc. 
. Existem algumas hipóteses em que a caução será dispensada. – Art. 521 do CPC: 
Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em 
que: 
I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem; - A CAUÇÃO AQUI 
PODERÁ SER DISPENSADA EM RAZÃO DA PRÓPRIA NATUREZA DO CRÉDITO 
(VOLTADO PARA SUBSISTÊNCIA). – EXEMPLO: SE TIVER EXECUTANDO ALIMENTOS 
DECORRENTES DE RELAÇÃO DE FAMÍLIA; EXECUTANDO-SE HONORÁRIOS; 
EXECUTANDO-SE OBRIGAÇÕES REFERENTES A REMUNERAÇÃO DA PRESTAÇÃO DE 
UM SERVIÇO POR UM PROFISSIONAL LIBERAL; SALÁRIO DE UM EMPREGADO ETC. 
II - o credor demonstrar situação de necessidade; - SE O CREDOR É HIPOSSUFICIENTE, E NÃO 
TEM PATRIMÔNIO PARA PRESTAR CAUÇÃO. – A PESSOA QUE É BENEFICIÁRIA DA 
JUSTIÇA GRATUITA NÃO É FATOR DE AUTOMÁTICA DISPENSA DA CAUÇÃO, POIS PODE 
SER QUE NÃO HAJA HIPOSSUFICIÊNCIA SUFICIENTE/APTAR PARA TAL DISPENSA. 
III – pender o agravo do art. 1.042; - ESSE AGRAVO É O AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL OU 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO (interposto contra decisão que inadmite recursos técnicos, 
quais sejam, recurso especial e recurso extraordinário). – QUANDO ESTÁ PENDENTE DE 
JULGAMENTO UM AGRAVO, SEJA EM RECURSO ESPECIAL OU EXTRAORDINÁRIO, O 
PROCESSO JÁ ESTÁ TÃO AVANÇADO QUE É MUITO DIFÍCIL (SENÃO IMPOSSÍVEL) 
CONSEGUIR UMA MUDANÇA DE RESULTADO (ENTÃO SERIA MUITO DIFÍCIL ALTERAR 
O TÍTULO EXECUTIVO AQUI). 
IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da 
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em 
conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos. – PODERÁ SER 
DISPENSADA CAUÇÃO SE A SETENÇA EXEQUENDA ESTIVER EM CONSONÂNCIA COM 
ALGUNS PRECEDENTES OBRIGATÓRIOS (precedentes que conduziam a produção de 
súmula do STF ou súmula do STJ; e precedentes proferidos em casos repetitivos, quais 
sejam, recursos especiais ou extraordinários repetitivos E incidente de resolução de 
demanda repetitiva). 
 
. Essas são possibilidades de dispensa da caução, mas não necessariamente quando 
se estiver defronte a essas hipóteses o juiz liberará o exequente da prestação de 
caução. – ISSO SE CONFIRMA COM O PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 521 DO CPC: 
Parágrafo único. A exigência de caução será mantida quando da dispensa possa resultar 
manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação. 
 
4) Princípios da execução: 
A) Princípio da efetividade: 
. Além de está previsto no art. 4° do CPC, decorre também do devido processo legal e do 
acesso à justiça. 
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. O processo só é devido se ele é EFETIVO. 
. O que seria um processo efetivo? 
 . Aquele em que não são apenas reconhecidos os direitos, MAS também aquele 
processo em que o bem da vida é reconhecido/certificado E ENTREGUE A QUEM DE 
DIREITO. 
. Não adianta ganhar uma ação, e na hora de executar o devedor não tem patrimônio; tem 
patrimônio, mas não encontro endereço do réu; tem patrimônio, mas o juízo não se utiliza 
de meios coercitivos para execução etc. 
. Só haverá acesso à justiça, caso se garanta a efetividade: que a ação chegue ao fim, em 
prazo razoável, e que ao final o bem da vida seja entregue/haja a satisfação no tempo 
devido. 
. A EFETIVIDADE NÃO É ABSOLUTA. 
 . Exemplo: na execução temos hipóteses em que se impõe a necessidade de caução. 
.OBSERVAÇÃO: 
 . A impenhorabilidade de certos bens é uma restrição ao direito fundamental à 
tutela executiva. É técnica processual que limita a atividade executiva e que se justifica 
como meio de proteção de alguns bens jurídicos relevantes, como a dignidade do 
executado, o direito ao patrimônio mínimo e a função social da empresa. 
B) Princípio da atipicidade dos meios executivos: 
. A atipicidade dos meios executivos garante que o juiz aplique qualquer meio executivo 
(típico, atípico, direto e indireto) para garantir a satisfação de suas decisões. 
. Houve um tempo em que não se falava dessa atipicidade, já que ao se falar dela estamos 
nos referindo a TOTAL LIBERDADE PARA O JUIZ (o que nem sempre ocorreu, já que por 
muito tempo a atividade jurisdicional foi limitada, de modo que vigorava a TIPICIDADE 
dos meios executivos, com o juiz só podendo aplicar aquilo que estava previsto em lei). 
. De quais dispositivos do CPC se extrai essa atipicidade? 
 . Art. 139, inciso IV, CPC. – Esse dispositivo é redundante, já que medidas 
indutivas/coercitivas/mandamentais são sinônimos. 
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: 
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias 
necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por 
objeto prestação pecuniária; 
 
 . Art. 536, caput e §1° do CPC: 
Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de 
não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a 
obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à 
satisfação do exequente. 
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§ 1º Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre outras medidas, a 
imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e 
o impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força policial. 
 
. A atipicidade é uma realidade no âmbito de toda e qualquer obrigação. MAS, em relação 
a obrigação de fazer/obrigação de não fazer/obrigação de entregar coisa distinta de 
dinheiro, é UNÂNIME o entendimento de que a atipicidade dos meios executivos é a regra. 
. Há quem diga que a atipicidade dos meios executivos na execução de obrigação de pagar 
quantia é subsidiária. 
 . Os meios executivos atípicos só poderão ser utilizados quando forem esgotados 
os meios típicos. 
 . Os meios atípicos só poderão ser utilizados para garantir efetivação de 
obrigações acessórias à obrigação de pagar quantia. 
. OBS: a aplicação de qualquer medida executiva deve ser devidamente fundamentada. 
 . Quando a medida é típica, a fundamentação é mais simples. – Descreve-se a 
situação de inadimplemento, e se invoca a previsão legal. 
 . Quando a medida é atípica, a fundamentação precisa ser mais robusta/intensa, 
pois não haverá na legislação a previsão daquela medida e a correlação com o fato 
específico da vida. – O juiz deverá demonstrar razoabilidade, proporcionalidade, que a 
medida é eficiente a menos onerosa que poderia ser aplicada dentre as possíveis, que 
garantirá de algum modo a satisfação da execução etc. 
. Quem são os destinatários dos meios executivos? 
 . O devedor. MAS, nada impede que o exequente-credor também seja destinatário 
de um meio executivo. 
 . Exemplo: executado fez pedido de exibição de documentos para o exequente-
credor, o juiz deferiu, mas o credor exequente não apresenta. Estaria ele então sujeito a 
meios executivos (como uma multa, por exemplo). 
 . Terceiros também são destinatários de meios executivos, desde que a elas sejam 
dirigidas obrigações não cumpridas. 
. Exemplo: em uma ação de alimentos o juiz manda fazer desconto em folha. 
É a empresa onde trabalhar o devedor de alimentos que deve fazer isso. E 
como terceira, estará sujeita a meios executivos caso descumpra. 
C) OBS: Mitigação do princípio da congruência objetiva: 
. O juiz não fica limitado aos meios executivos cuja aplicação foi requerida pela parte, 
significa dizer que o juiz pode aplicar meio executivo distinto daquele meio executivo que 
foi solicitado pela parte. O juiz pode aplicar meio executivo mais rigoroso, mais brando ou 
pode até mesmo aplicar um meio executivo de natureza distinta daquele que a parte 
pediu. 
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. E o princípio da congruência objetiva, segundo o qual o juiz tem que ficar limitado ao que 
a parte pediu, não podendo dar mais, menos ou distinto do que a parte pediu? A luz do 
princípio da congruência é licito aplicar qualquer meio executivo fora dos pedidos da 
parte? Admite-se no âmbito da atipicidade que o juiz aplique meios executivos distintos, 
sob a justificativa da efetivação, uma vez eu o juiz não precisa apenas certificar direitos, 
mas garantir o bem da vida. À parte, embora sempre possa pedir, pode ser que ela não 
solicite o meio executivo adequadamente e se o juiz ficasse limitado a parte, ele poderia 
falhar e é dever dele garantir a efetividade. 
. Então o princípio da congruência se aplica ao bem da vida, mas não aos meios executivos. 
. Art. 297, CPC: 
Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da 
tutela provisória. 
Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao 
cumprimento provisório da sentença, no que couber. 
 
. É possível que depois de aplicado um meio executivo ele se torne excessivo ou 
insuficiente, se isso acontecer o juiz de ofício ou a requerimento poderá alterar o meio 
executivo aplicado, se identificado um meio insuficiente o juiz deve onerar, por exemplo, 
ou imagine que um meio executivo foi excessivo a ponto de a parte não conseguir cumprir 
a obrigação e, portanto, o juiz deve altera-la para mais onerosa. 
Art. 537, § 1º O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o valor ou a periodicidade da 
multa vincenda ou excluí-la, caso verifique que: 
I - se tornou insuficiente ou excessiva; 
II - o obrigado demonstrou cumprimento parcial superveniente da obrigação ou justa causa para o 
descumprimento. 
. Existem alguns meios executivos que não podem ser aplicados de ofício: 
. Prisão civil. 
. Penhora online (bloqueios de conta pelo SISBAJUD). 
. Inscrição do nome do executado do cadastro de inadimplente 
. Meio executivo da multa: 
. A multa é um meio executivo típico 
Art. 523, § 1º Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será 
acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por 
cento. 
. Multa típica aplicável na execução da obrigação de pagar quantia certa, nesse caso o 
executado será intimado para pagar em 15 dias, caso ele não pague, uma multa de 10% 
incidirá sobre o valor que deveria ser pago em 15 dias. Essa multa tem o intuito de 
incentivar o cumprimento da obrigação, ela é uma multa de incidência única e é fixa, ou 
seja, não sendo observado o prazo de 15 dias para o pagamento, a multa incide apenas 
 CADERNO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV – PROF. PRISCILA 
 
uma vez, pouco importa se a pessoa pagou no 18° dia ou em 3 anos, o que vai mudar é a 
base de cálculo. 
. Essa multa além de ter como finalidade incentivar o cumprimento da obrigação, ela ainda 
vale como uma espécie de punição. 
. Essa multa não pode ser confundida com a multa coercitiva do art. 536, §1°, que é uma 
multa aplicada na execução da obrigação de fazer, não fazer e entregar coisa distinta do 
dinheiro. 
. Essa multa não tem valor mínimo nem máximo, então não existe um teto, é bem verdade 
que existem algumas decisões no sentido de que o valor dessa multa deve ficar restrita ao 
teto do juizado – a professora não concorda, acha que isso contraria a própria finalidade 
damulta coercitiva. Existem também alguns entendimentos jurisprudenciais no sentido 
de que a multa do art. 536, § 1° deve ficar limitada ao valor do pedido ou ao valor do 
conteúdo econômico da ação, independentemente de onde essa ação tramite. O STJ tem 
entendimento no sentido de que a multa não tem valor mínimo ou máximo, mas ele 
entende que se o valor da multa aplicada for exorbitante, afetando a proporcionalidade e 
a razoabilidade, estará o juiz autorizado a reduzi-la – para a professora esse entendimento 
acaba fragilizando a multa coercitiva. 
. Qual é a periodicidade da multa do art. 536, §1°? Além de não ter teto, a multa pode ter 
as mais variadas periodicidades, ela pode ser em hora, diária, semanal, mensal, uma multa 
fixa etc. 
. Meio executivo da prisão civil: 
. A prisão civil, por outro lado, é um meio executivo típico na execução de obrigação de 
pagar alimentos, esse meio depende de requerimento expresso do exequente e a prisão 
deverá ser decretada observado o limite de 1 a 3 meses. A prisão é um meio executivo 
indireto, uma vez paga a obrigação alimentícia, suspende-se a prisão. 
. A prisão civil poderia ser meio executivo atípico na execução de outras obrigações? O 
tema é um pouco controvertido, existem 3 correntes doutrinárias que discutem colocar a 
prisão civil como meio atípico no cumprimento de obrigação na execução: 
. A primeira corrente é a aquela na qual não se admite prisão civil no Brasil, salvo a do 
devedor de alimentos (art. 5°, §67, CF/88 e art. 528, CPC). 
. A segunda corrente doutrinária entende que o dispositivo da CF (art. 5°, §67) deve 
ser interpretado de forma a se entender melhor o conceito de dívida, quer seja ele 
obrigação de pagar quantia ou obrigação civil. Se dívida for o mesmo que obrigação civil, 
não se deve atribuir prisão civil em razão do descumprimento de outras obrigações, a não 
ser o descumprimento de pagamento de alimentos. Se por outro lado entende-se que o 
termo dívida significa obrigação de pagar quantia, não está admitida a prisão civil na 
execução de obrigação de pagar quantia, salvo na execução de pagar alimentos, mas é 
admissível a prisão civil no âmbito das execuções de obrigação de fazer, não fazer e 
entregar coisa distinta de dinheiro. 
 CADERNO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV – PROF. PRISCILA 
 
. Embora tenha alguns adeptos, ela não é tão relevante no processo 
civil. 
. A terceira corrente doutrinaria – a qual tem mais adeptos, inclusive a professora – diz 
que esse dispositivo da CF/88 deve ser lido a luz da teoria dos direitos fundamentais, 
segundo a qual nenhum direito fundamental é absoluto, nem mesmo o direito 
fundamental à liberdade é absoluto, já que por vezes esse direito dará espaço para outros 
como o direito à vida e a saúde. 
. Então para essa corrente não se pode dizer que o devedor jamais poderá ser 
submetido a prisão civil como medida executiva, deve se interpretar a 
possibilidade de se aplicar a prisão desde que alguns requisitos cumulativos 
estejam preenchidos: a) o bem da vida objeto do processo deve merecer mais 
proteção no caso do que o direito à liberdade, ex: saúde, vida, integridade física; b) 
o objeto da ação seja uma obrigação não pecuniária; c) decisão precisa estar 
devidamente fundamentada; d) prisão precisa ter limitação de tempo; e e) 
esgotamento de outros meios executivos aplicados inexitosamente. 
 
D) Princípio da responsabilidade patrimonial ou de que toda execução é real: 
. De acordo com o princípio da responsabilidade patrimonial respondem pela execução os 
bens do devedor (o seu patrimônio). Veremos na aula de responsabilidade patrimonial 
que não apenas os bens do devedor respondem pela execução, mas também os bens de 
terceiro responsável. 
. Isso é o que se extrai do art. 789 do CPC: 
Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o 
cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei. 
. Discute-se em doutrina se os meios executivos indiretos violariam o princípio da 
responsabilidade patrimonial, já que uma vez aplicados os meios executivos indiretos 
atingem o psicológico do devedor forçando-o a cumprir a obrigação. Se entende que não, 
que os meios executivos indiretos uma vez aplicados não geram violação da 
responsabilidade patrimonial, pois ainda que uma prisão civil seja aplicada (que é um 
meio executivo que atinge o corpo do devedor), a simples aplicação da prisão civil não 
gera automaticamente o cumprimento da obrigação, a prisão tem o intuito de forçar o 
devedor a cumprir a obrigação com o seu patrimônio. 
. Agora os bens respondem na execução de pagar quantia e na execução de entregar coisa 
distinta de dinheiro, no cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer no mais das vezes 
será o corpo do devedor que se comporta de uma determinada maneira que ensejará o 
cumprimento de uma obrigação, exemplo: a elaboração de um projeto. 
E) Princípio da primazia da tutela específica, da maior coincidência possível ou 
do resultado: 
. De acordo com o princípio da tutela especifica, garante-se ao exequente credor o 
cumprimento da obrigação tal como ela tivesse sido cumprida voluntariamente pelo 
devedor, exemplo: imagine que o devedor se comprometeu a entregar uma obra de arte, 
 CADERNO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV – PROF. PRISCILA 
 
deve o ordenamento jurídico assegurar ao credor exequente o recebimento do objeto 
pactuado. 
. Houve um tempo em que o devedor poderia escolher descumprir as obrigações que ele 
assumiu desde que pagasse uma indenização. Há algum tempo, o ordenamento processual 
prioriza o credor exequente e a sua vontade de ver satisfeita a obrigação na forma como 
ela foi pactuada, por isso o devedor não pode optar pelo descumprimento e pagar uma 
indenização, salvo se o (I) credor solicitar (para tanto é necessário que já tenha havido o 
vencimento da obrigação e não tenha sido cumprida), (II) também é possível a conversão 
quando ela se tornar impossível material ou juridicamente (a obrigação se torna 
materialmente impossível quando o devedor, por questões físicas não pode atende-la ou 
quando não há mais interesse do credor na obrigação, mas pode ser que o cumprimento 
da obrigação se torne impossível porque determinado ato normativo tornou ilícito o pacto 
contratado). 
. O CPC privilegia o cumprimento de uma obrigação na forma especifica, se não for possível 
o cumprimento da obrigação na forma específica, o juiz deve tentar viabilizar o 
cumprimento da obrigação da forma mais próxima possível, o equivalente da obrigação 
originariamente assumida ou deve viabilizar que o bem da vida seja atendido 
aproximando-se ao máximo a expectativa do credor exequente. 
. É isso que se extrai dos artigos: 
Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer 
ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela 
específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as 
medidas necessárias à satisfação do exequente. 
Art. 499. A obrigação somente será convertida em perdas e danos se o autor o requerer ou 
se impossível a tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente. 
F) Princípio da menor onerosidade da execução: 
. De acordo com o princípio da menor onerosidade da execução, havendo mais de um meio 
executivo igualmente idôneo, o juiz deve optar por aquele meio menos oneroso para o 
executado. 
Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará 
que se faça pelo modo menos gravoso para o executado. 
Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe 
indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos 
executivos já determinados. 
. Esse princípio, de um lado tem como objetivo proteger o executado e do outro lado tem 
o intuito de evitar a má-fé,postura maliciosa do credor exequente no sentido de sacanear 
o executado. 
. Para que a menor onerosidade seja aplicada, é preciso que alguns requisitos sejam 
cumpridos: 
 CADERNO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV – PROF. PRISCILA 
 
. É preciso que haja mais de um meio executivo apto a garantir a satisfação da 
execução; 
. É preciso que esses meios sejam igualmente capazes a garantir essa efetivação; 
. Não dá para, em abstrato, dizer que meios seriam igualmente aptos, essa é uma análise 
que só pode ser feita no caso concreto. 
. Se o juiz aplica um meio executivo já fazendo esse filtro da menor onerosidade, cabe ao 
executado na primeira oportunidade de se manifestar nos autos suscitar a onerosidade 
do meio executivo sob pena de preclusão. Ao fazer isso, em nome da cooperação, ele 
executado precisa dizer que outro meio deve ser usado para garantir a satisfação da 
execução. 
G) Outros princípios (contraditório, cooperação, proporcionalidade, 
adequação, autorregramento de vontade): 
. Todos os princípios estudados anteriormente são específicos do processo executivo, ou 
seja, esses princípios até então não haviam sido estudados. 
. Existem em algumas situações existem adequações dos princípios gerais ao estudo das 
execuções. Tal qual segue o exemplo do contraditório abaixo: 
 . Contraditório: deve-se assegurar a parte participação no processo. – Na execução 
também é assim, mas há um detalhe: enquanto no processo de conhecimento o réu é 
citado para contestar; aqui no processo executivo ele é intimado para pagar/cumprir com 
a obrigação, e só depois será oportunizada a sua defesa. 
5) Regras da execução: 
. Além dos princípios já estudados, existem algumas regras que devem ser observadas no 
processo executivo. 
A) Regra de que não há execução sem título: 
. O título executivo é, de acordo com essa regra, é um documento imprescindível para a 
execução. Sem título executivo a execução é inadmissível (isto é, não pode prosseguir para 
exame de mérito). 
. Pouco importa que título é esse, se é título executivo judicial como uma sentença; se é 
um título executivo extrajudicial, como um crédito (exemplo do cheque); pouco importa 
se é definitivo ou provisório. – O QUE IMPORTA É TER O TÍTULO EXECUTIVO PARA QUE 
A EXECUÇÃO PROSSIGA. 
. O título executivo é o documento do qual se extrai os requisitos de admissibilidade da 
execução e os seus elementos. 
. Além disso, o título traz o indício mínimo de certeza quanto à existência da obrigação. 
B) Disponibilidade da execução: 
. A execução se instaura e se processa sempre em benefício do credor exequente. 
 CADERNO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV – PROF. PRISCILA 
 
. Em primeiro lugar, tem-se que é o credor que titulariza a pretensão executiva, ele é o 
maior interessado. Sendo assim, ele pode dispor/abrir mão da execução, deixando de 
ajuizá-la/deixando de exercer a pretensão executiva. 
. Por que o credor deixaria de executar um título executivo? Inúmeras razões, 
inclusive por ter “comido mosca”; ou por saber que o devedor não tem patrimônio etc. 
. Em segundo lugar, o credor também pode abrir mão da execução desistindo e uma 
execução já ajuizada. 
 . Isso é garantido no art. 775 do CPC. 
Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas alguma 
medida executiva. – A DESISTÊNCIA DO EXEQUENTE NÃO DEPENDE DO 
CONSENTIMENTO DO EXECUTADO, AINDA QUE ELE JÁ TENHA SIDO 
INTIMADO/CITADO E APRESENTADO DEFESA. 
Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte: 
I - serão extintos a impugnação e os embargos que versarem apenas sobre questões 
processuais, pagando o exequente as custas processuais e os honorários advocatícios; 
II - nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do impugnante ou do 
embargante. 
 
. Se o executado tiver apresentado defesa, e se essa defesa versar sobre questões 
processuais, a desistência da execução gera a extinção do processo todo sem exame de 
mérito. 
. Se por outro lado, a defesa apresentada envolver questões de mérito da execução (e não 
apenas de admissibilidade), a desistência da execução gera a extinção da execução, MAS 
A DEFESA DO EXECUTADO PROSSEGUIRÁ COMO SE FOSSE UMA AÇÃO AUTÔNOMA PARA 
A APRECIAÇÃO DO SEU MÉRITO (SE ASSIM O EXECUTADO QUISER). 
 . Isso é feito pois poderá pretender o devedor/executado que sua defesa seja 
submetida a uma decisão com aptidão a uma coisa julgada. – ELE QUER EVITAR QUE MAIS 
A FRENTE O EXEQUENTE POSSA PROPOR NOVAMENTE A DEMANDA, JÁ QUE 
DESISTÊNCIA GERA EXTINÇÃO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO. 
. A desistência gera, portanto, extinção sem análise de mérito, o que pode ensejar novo 
ajuizamento da mesma demanda. 
. E uma vez havendo desistência o exequente responderá pelas despesas processuais 
havidas até aquele momento, inclusive honorários advocatícios. 
. Em terceiro lugar, o exequente pode abrir mão da execução desistindo de um ato 
executivo/medida executiva já praticado. 
 . Exemplo: pode abrir mão de uma penhora realizada. 
 . Porque faria isso? Pois, por exemplo, pode ter sido penhorado um bem de 
baixíssima liquidez, do qual ele não tem interesse. 
 . Aqui ele não desistiu da execução como um todo, mas somente em relação a uma 
medida executiva específica. 
 CADERNO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV – PROF. PRISCILA 
 
. Existem algumas situações em que o juiz pode executar de ofício. – O CREDOR 
EXEQUENTE PODE AINDA ASSIM DESISTIR DA EXECUÇÃO CASO ASSIM DESEJE. 
. Se a execução for de sentença coletiva, o ente representante poderia abrir mão/desistir 
da execução? Não há como haver desistência, mas é possível que haja sucessão (um ente 
de representação coletiva ceda seu lugar para outro ente de representação coletiva, e 
geralmente é o MP que faz essa sucessão). 
C) Responsabilidade objetiva do exequente: 
. Art. 520, CPC. – Responsabilidade objetiva do exequente na execução provisória: 
Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de 
efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, 
sujeitando-se ao seguinte regime: 
I - corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for 
reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido; 
 
. Porém, essa responsabilidade objetiva do exequente também está presente na execução 
definitiva. – Art. 776, CPC: 
Art. 776. O exequente ressarcirá ao executado os danos que este sofreu, quando a 
sentença, transitada em julgado, declarar inexistente, no todo ou em parte, a obrigação 
que ensejou a execução. 
 . Tornando-se a execução definitiva indevida, responderá o exequente-credor aos 
prejuízos/danos que eventualmente tiver causado ao executado. 
 . Obviamente que aqui as chances de tornar a execução indevida, são infinitamente 
menores. – Diferente da execução provisória, onde eu tenho um recurso não dotado de 
efeito suspensivo que pode reverter/alterar uma decisão no processo de conhecimento e, 
portanto, as chances de tornar a execução indevida são muito maiores. 
. A apuração desses danos/prejuízos sofridos pelo executado poderá ser feita nos 
mesmos autos em que a execução se tornou indevida. 
D) Aplicação integrada das regras relativas à execução e aplicação subsidiária 
das regras do processo de conhecimento (arts. 513 e 771 do CPC/2015): 
. O art. 513 prevê que o cumprimento de sentença, que é na verdade a execução de título 
judicial, será disciplinado pelas próprias regras específicas previstas no item próprio do 
CPC, e também será disciplinada pelas normas da parte do código que trata da execução 
de título executivo extrajudicial (que é a parte especial). 
. O art. 771 do CPC, por outro lado, prevê que a execução de título executivo extrajudicial 
tem regramento próprio nesta parte especial do código, regramento este que também é 
aplicável às execuções especiais, que são execução fiscal, execução de alimentos e 
execução contra a fazendapública, naquilo que couber. 
. Esses dispositivos em conjunto querem dizer que existe um regramento único de 
execução no CPC aplicável ao cumprimento de sentença, a execução de título extrajudicial 
 CADERNO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV – PROF. PRISCILA 
 
e as execuções especiais (execução fiscal, execução de alimentos e execução contra a 
fazenda pública). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CADERNO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV – PROF. PRISCILA 
 
COMPETÊNCIA PARA EXECUÇÃO DE TÍTULO 
JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL 
1) Competência para a execução de decisão proferida pelo Tribunal 
nas causas de sua competência originária (são títulos judiciais): 
. Art. 102, inciso I, alínea M, da CF/88 atribuiu ao STF a competência para processar e 
executar suas próprias decisões proferidas nas causas de sua competência originária. 
 . A própria alínea M prever que o STF poderá delegar ao juiz de 1° grau a prática de 
atos executivos. – Essa delegação fica restrita à atos executivos, não podendo se estender 
a prática de atos decisórios. 
 . Exemplo: ao executar uma decisão, o STF precisa mandar cumprir uma busca e 
apreensão de um bem que está em SP. O STF poderá delegar o poder para o juiz de SP 
cumprir este ato. – Imaginemos que ao cumprir esse mandado de busca e apreensão tenha 
havido a penhora/apreensão de pens impenhoráveis, tais como instrumentos utilizados 
no exercício de uma profissão. É possível que o executado diante disso instaure um 
incidente de restituição. Somente o STF terá competência para julgar esse incidente. 
 . Essa delegação do exemplo acima é feita por CARTA DE ORDEM (carta do juízo 
superior para juízo inferior). 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, 
cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de 
atribuições para a prática de atos processuais; 
 
. A CF só fala tudo isso em relação ao STF, mas não fala nada a respeito da competência de 
execução para o STF, tribunal regional federal ou tribunal estadual. – MAS, O CPC traz essa 
previsão no art. 516 do CPC: 
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: 
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária; - PARA QUE A COMPETÊNCIA 
SEJA DO TRIBUNAL, ELE PRECISARÁ TER JULGADO UMA CAUSA DE COMPETÊNCIA 
ORIGINÁRIA (exemplo: ação rescisória; MS etc.). – ESSA COMPETÊNCIA É FUNCIONAL E 
ABSOLUTA. SE DIZ EM PROCESSO QUE É UMA COMPETENCIA DECORRENTE DE 
CONEXÃO POR SUCESSIVIDADE. OU SEJA, SIGNIFICA DIZER QUE O TRIBUNAL TEM 
COMPETÊNCIA PARA EXECUÇÃO PORQUE FOI ELE PRÓPRIO QUE PROFERIU A 
DECISÃO QUE SERÁ OBJETO DE EXECUÇÃO NA FASE ANTERIOR. 
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; 
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de 
sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal 
Marítimo. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo 
do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à 
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execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não 
fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem. 
 
. Embora não haja autorização expressa par todos os demais tribunais (já que para o STF 
tem previsão própria para a delegação), é possível delegar essa competência, com 
fundamento na própria estrutura hierarquizada do judiciário, mediante envio de carta de 
ordem para juízo de 1° grau para que promova atos executivos (inclusive, atos 
probatórios na fase anterior a execução, na fase de conhecimento). 
 . MAS, CONTINUA VALENDO A IDEIA DE QUE NÃO SE PODE DELEGAR ATOS 
DECISÓRIOS. 
 
2) Competência para a execução de sentença (são títulos judiciais): 
. Art. 516, inciso II, prevê a competência para execução de sentença (p/ executar decisão 
proferida pelo juízo de 1º grau) é do juízo que decidiu a causa no primeiro grau de 
jurisdição. 
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: 
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; 
 
. Essa competência também é funcional e, portanto, absoluta. 
. Ainda, será uma competência que se instaura em razão de conexão por sucessividade. – 
Ou seja, o juízo é competente para executar a sentença porque foi ele mesmo que proferiu 
a decisão na fase anterior de conhecimento. 
 . Um juízo profere a sentença na fase de conhecimento > quando da execução, ele 
próprio que terá competência para execução. 
 . Essa competência se estabelece ainda que a sentença tenha sido 
alterada/modificada em razão do julgamento de um recurso pelo Tribunal (o tribunal 
aqui no exercício de sua competência derivada, já que não é originária). 
. O parágrafo único do art. 516 traz regras de competência territorial concorrente. Ou seja, 
prevê foros concorrentes nos quais a execução de sentença poderá ser ajuizada. – Quais 
são os foros possíveis competentes para executar/processar a execução de uma sentença? 
São os listados no próprio parágrafo único do art. 516: foro do atual domicílio do 
executado; foro do juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução; foro do 
local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual 
domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou 
pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a 
remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem. 
 . Ou seja, se a parte por alguma razão não quiser ajuizar sua execução no foro em 
que a sentença de primeiro grau tramitou (exemplo: porque o devedor não tem 
patrimônio nenhum naquele lugar; ou porque a obrigação de fazer ou não fazer deverá 
ser realizada em outra localidade etc.), o parágrafo único do art. 516 me permite ajuizar 
essa ação nos foros acima indicados. 
 . OPTANDO O EXEQUENTE POR UM FORO DISTINTO DAQUELE EM QUE A AÇÃO 
DE CONHECIMENTO FOI AJUIZAMENTO, DEVERÁ ELE peticionar ao juízo originário 
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(através de petição simples) que proferiu a sentença que será objeto de execução, pedindo 
a remessa dos autos do processo ao juízo do foro em que eu quero que seja processada a 
execução. – OU SEJA, É PRECISO PROVOCAR O JUÍZO ORIGINÁRIO. 
 . Essa exigência cria uma burocracia que acaba engessando um pouco o rito 
executivo, pois o exequente-credor dependerá do juízo originário que deverá remeter o 
processo p/ o outro juízo escolhido. Neste lapso de tempo muita coisa pode acontecer, 
inclusive o próprio devedor poderá tomar ciência de que a instauração da execução está 
prestes a acontecer, e adotar providências como desfazimento ou ocultação de patrimônio 
etc. – Essa burocracia toda já compromete um pouco a própria duração razoável do 
processo. 
 . O legislador previu isso p/ evitar múltiplas execuções contra o mesmo devedor. 
. Exercida a escolha do credor-exequente um desses 4 foros possíveis (o originário + os 4 
dispostos no parágrafo único), haveria, se a escolha fosse distinta do foro originário, 
violação da regra da perpetuação da jurisdição? 
 . Segundo essa regra, uma vez escolhido o juízo p/ processar e julgar uma demanda 
(ou seja, uma vez determinada/fixada a competência de um juízo) nenhuma alteração de 
fato ou direito altera ou modifica essa competência, salvo se houver supressão de órgão 
jurisdicional ou alteração de regra de competência absoluta. 
. Exemplo de que poderia alterar com base nessa regra: ajuizei uma 
ação contra uma sociedade de economia mista em Salvador. Na 
época em que eu ajuizei, na lei de organizaçãojudiciária constava 
determinação de que a vara competente era a da fazenda pública. 
Anos depois, vem uma nova lei dessas de organização judiciária que 
diz agora processos contra sociedade de economia mista serão 
julgadas na vara cível. Houve aqui uma alteração superveniente de 
uma regra de competência absoluta. 
 . Retomando ao questionamento inicial, quando o credor escolhe um foro distinto, 
ele está escolhendo consequentemente um juízo distinto, haveria com isso violação a 
regra da perpetuação da jurisdição? UMA VEZ INICIADA A AÇÃO DE CONHECIMENTO, 
FIXA-SE A COMPETÊNCIA EM DETERMINADO ÓRGÃO JURISDICIONAL, E A PARTI DAÍ 
ESTABELECE-SE A PERPETUAÇÃO DA JURISDIÇÃO. Quando a ação de conhecimento se 
encerra com a prolação de sentença que transita em julgado, encerra-se também a 
perpetuação da jurisdição. Iniciada a execução, portanto, é possível a fixação novamente 
da competência, que pode ser um outro órgão distinto do originário, estabelecendo uma 
NOVA perpetuação da jurisdição. OU SEJA, NÃO VIOLARIA-SE A REGRA DA 
PERPETUAÇÃO DA JURISDIÇÃO. 
. Exemplo: digamos que o credor exequente tenha escolhido ajuizar sua execução em SP 
porque o executado tinha, quando do ajuizamento da ação, patrimônio lá. No meio da 
execução, o exequente descobriu que não havia mais bens do executado ali naquela 
cidade. SE ESSE CREDOR-EXEQUENTE DESCOBRIR QUE O EXECUTADO TEM 
PATRIMÔNIO EM OUTRAS CIDADES, ELE PODERIA PEDIR QUE A SUA EXECUÇÃO 
MIGRE PARA OUTRO JUÍZO NO INTUITO DE IR ATRÁS DESSES BENS? 
. A PRINCÍPIO, NÃO. POIS, ISSO PODERIA SER DEMANDADO POR UMA CARTA 
PRECATÓRIA OU SE FOR BEM MÓVEL AINDA PODERIA PEDIR CUMPRIMENTO DA 
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ORDEM DE PENHORA POR UM ESCRIVÃO QUE FARIA POR SIMPLES TERMO NOS AUTOS 
ETC. 
. Todavia, em relação a este tema de itinerância da execução já em curso, existem 3 
correntes que se debruçam sobre isso: (i) a primeira corrente doutrinária é a mais 
conservadora, e segundo ela não se pode falar em execução itinerante, isto é, uma vez 
fixada a competência na execução ela permanecerá a mesma até o fim do processo. Isso é, 
inclusive, o próprio conteúdo da regra da perpetuação de competência; (ii) a segunda 
corrente doutrinária entende que é possível se falar sim em execução itinerante, de modo 
que, uma vez fixada a competência perante o órgão jurisdicional da execução, várias 
situações fáticas poderão ensejar sua alteração (exemplo: credor mudou de domicílio, tem 
bens em outra localidade etc.), com vistas a garantir a efetividade da execução. Esse, 
inclusive, é o entendimento do STJ; (iii) a terceira corrente é a intermediária, que entende 
que, em regra, deve se aplicar a perpetuação da jurisdição. Mas, se forem esgotados os 
bens passíveis de penhora do devedor e se forem localizados novos bens em outra 
localidade, admitir-se-á a quebra da regra da perpetuação da jurisdição, para que a 
execução seja deslocada e garanta-se a efetividade desta. 
. A corrente mais seguida tem sido a segunda, a qual é acatada, inclusive, pelo STJ. 
. Essa alteração de foro competente para execução não poderia levar à uma 
insegurança jurídica? 
 . A finalidade da regra da perpetuação da jurisdição foi exatamente garantir 
segurança jurídica para o autor (aquele que ajuíza a ação). 
 . Na execução, a regra também busca proteger o credor-exequente, para evitar que 
o réu faça manobras p/ não conseguir se garantir efetividade do processo executório. 
. OBS: na ação de alimentos existe uma regra de competência especial. 
 . As ações de alimentos são de competência do foro de domicílio ou residência do 
alimentando. 
 . Finalizada a ação de alimentos, será proferida uma sentença que condena a pagar 
alimentos. – Uma vez esta sentença transitada em julgado, abre-se a via executiva. 
 . Digamos que quando do início da execução, o alimentando tenha mudado o seu 
domicílio ou residência. ELE (ALIMENTANDO-EXEQUENTE-CREDOR) PODE AJUIZAR A 
SUA EXECUÇÃO NO FORO DO SEU NOVO DOMICÍLIO? Em uma leitura literal a resposta 
seria não, de modo que caberia apenas a propositura da execução no foro originário ou 
nas hipóteses do parágrafo único do art. 516 do CPC. – TODAVIA, APESAR DA 
INTERPRETAÇÃO LITERAL ORIENTAR NESSE SENTIDO, VEM SE ENTENDENDO QUE EM 
SENDO O DOMICÍLIO DO ALIMENTANDO UM FORO PRIVILEGIADO, ESSA REGRA DE 
COMPETÊNCIA PREVISTA P/ A AÇÃO DE CONHECIMENTO, TAMBÉM SE APLICA NA 
EXECUÇÃO DE ALIMENTO. OU SEJA, SE O ALIMENTANDO-CREDOR-EXEQUENTE MUDAR 
O SEU DOMICÍLIO, A EXECUÇÃO PODERÁ SER AJUIZADA NO FORO DO NOVO DOMICÍLIO 
DESTE. 
 . Aqui também acontece a discussão da itinerância da execução. – Exemplo: ajuizei 
no foro do novo domicílio do alimentando, se houver uma alteração fática depois de 
iniciada a execução de alimentos, surgem aquelas 3 correntes expostas anteriormente. 
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3) Competência para execução de sentença arbitral (são títulos 
judiciais): 
. A competência para processar e julgar sentença arbitral, nos termos do art. 516, inciso 
III do CPC é do juízo cível para quem a demandar for distribuída OU o juízo cível que 
recebe a execução mediante registro. 
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença 
arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo. 
4) Competência para execução de sentença arbitral estrangeira (são 
títulos judiciais): 
. É do art. 516, III do CPC que se extrai também essa regra. 
. A sentença arbitral poderá ser estrangeira. – SE FOR ESSE CASO, antes de que seja 
executado perante o juízo cível, terá que ser submetida a um processo de homologação 
que se processa perante o STJ. 
 . A competência para executar sentença estrangeira também é do juízo cível. MAS, 
é de um juízo cível específico, qual seja, o JUÍZO CÍVEL FEDERAL DE 1° GRAU. 
5) Competência para execução de sentença penal condenatória 
transitada em julgado (são títulos judiciais): 
. É do art. 516, III do CPC que se extrai também essa regra. 
. A competência para executar sentença penal condenatória transitada em julgado é 
também o juízo cível. 
 . O QUE SE EXECUTA AQUI NÃO É A PENA (pois, isso se dá no âmbito da jurisdição 
criminal). – AQUI ESTÁ SE EXECUTANDO INDENIZAÇÃO DEVIDA À VÍTIMA. 
. É bem verdade que a sentença arbitral/sentença arbitral estrangeira homologada pelo 
STJ/e sentença penal condenatória transitada em julgado NÃO CERTIFICAM OBRIGAÇOES 
LIQUÍDAS AS VEZES. – NESTE CASO, ANTES QUE SE FAÇA A EXECUÇÃO PERANTE O JUÍZO 
CÍVEL COMPETENTE, SE FAZ UMA LIQUIDAÇÃO PERANTE O JUÍZO CÍVEL COMPETENTE. 
6) Competência para a execução de acórdão proferido pelo Tribunal 
Marítimo: 
. É do art. 516, III do CPC que se extrai também a competência para execução de acórdão 
proferido pelo Tribunal Marítimo. 
 . Todas as decisões extraídas do inciso III do art. 516 são decisões jurisdicionais, 
EXCETO O ACÓRDÃO PROFERIDO PELO TRIBUNAL MARÍTIMO, que será uma decisão 
ADMINISTRATIVA. – Consequentemente o acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo 
NÃO É UM TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL (E, SEGUNDO A PROFESSORA, NÃO DEVERIA 
ESTAR INSERIDO NESSE ROL DO ART. 516, III, CPC.). 
 . Por que então esse acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo estaria previsto no 
art. 516, III do CPC? Pois, ele foi inserido antes no art. 515 do CPC como se título executivo 
fosse. Esse inciso que trazia essa informação já foi vetado exatamente por este motivo 
(por não ser título executivo judicial). E como se esqueceu de tirar do inciso III do art. 516 
isso, acabou lá ficando. 
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 . A doutrina tem tentado dar alguma eficácia a essa parte do inciso III do art. 516 
do CPC. – Assim, vem se entendendo que a única hipótese de o acórdão do tribunal 
marítimo ser considerado decisão jurisdicional, é quando este é proferido por tribunal 
marítimo que funcione como árbitro. OU SEJA, se o tribunal marítimo for nomeado 
árbitro, ele ao finaldo processo de arbitragem proferirá um acórdão arbitral, e por tal 
motivo será uma decisão jurisdicional, e consequentemente sujeito a um título executivo 
judicial. 
7) Competência para execução de fundada em título extrajudicial: 
. O CPC não tem um capítulo voltado para o estudo para a competência da execução 
fundada em título executivo extrajudicial. NA VERDADE, a lógica p /definição dessa 
competência é a mesma que vale para a fase de conhecimento, assim sendo: 
 . 1° p/ saber o órgão competente que irá processar e julgar a demanda, deveremos 
saber se é competência nacional ou estrangeira. 
 . Sendo nacional, precisamos identificar se a competência é de órgão jurisdicional 
de 1° grau ou de Tribunal. 
 . Depois, é preciso identificar a justiça: comum ou especializada. 
 . Faço o recorte entre comum estadual (que é residual) X comum federal. 
. Estabelecida a justiça que processará a demanda, no âmbito dela deve se escolher um 
foro competente p/ processar e julgar a execução fundada em título executivo 
extrajudicial. Que foro poderá ser escolhido? O art. 781 traz a previsão das unidades 
territoriais possíveis que poderão assim ser escolhidas. 
Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada perante o juízo 
competente, observando-se o seguinte: 
I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição constante do 
título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos; 
II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de qualquer deles; 
III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser proposta no 
lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente; 
IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta no foro 
de qualquer deles, à escolha do exequente; 
V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu 
o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado. 
 
8) Alegação de incompetência ao cumprimento de título judicial e na 
execução de título extrajudicial: 
. Se alguma regra de competência for desrespeitada, e se esta for de competência absoluta, 
TAL VIOLAÇÃO PODERÁ SER SUSCITADA A QUALQUER TEMPO NO PROCESSO E EM 
QUALQUER GRAU DE JURISDIÇÃO. 
 . Isso vale tanto para execução de título judicial quanto extrajudicial. 
. Se a violação é de regra de competência relativa, ela também poderá ser suscitada tanto 
na execução de título judicial quanto extrajudicial, o executado terá que falar isso na 
primeira oportunidade que tiver nos autos, sob pena de preclusão e prorrogação da 
competência do órgão que inicialmente era incompetente (tornando-se competente). 
 CADERNO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV – PROF. PRISCILA 
 
. GERALMENTE as alegações de incompetência são feitas na defesa do executado: ou na 
impugnação, no cenário de execução de título executivo judicial; ou nos embargos à 
execução, no âmbito da execução de título extrajudicial. 
 
FORMAÇÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO 
PROCEDIMENTO EXECUTIVO 
1) Considerações iniciais: 
. Até agora estudamos processos de conhecimento (regras, ritos etc.). – Lá nesse âmbito 
do processo de conhecimento existe um rito padrão, que se divide em fase postulatória – 
fase de saneamento – fase de instrução – fase decisória – fase recursal. 
. No âmbito do processo executivo não existe um rito padrão, pois isso depende do título 
que esteja se executando (judicial, extrajudicial, provisório, definitivo etc.) ou a depender 
da obrigação certificada no título (fazer, não fazer, pagar quantia, entregar coisa distinta 
de dinheiro) o procedimento acaba variando. – OU SEJA, EXISTEM ESPECIFICIDADES. 
. Por isso começaremos tratando de elementos geral do procedimento, para depois 
adentrar nas especificidades. 
2) Formação de procedimento executivo: 
A) Demanda executiva: 
. Demanda é um termo com duplo significado: 
 . Existe a demanda ATO e a demanda CONTEÚDO. 
 . A demanda ATO é ato de provocação da atividade jurisdicional. 
. Sendo a demanda executiva, seria a demanda um ato de provocação 
da atividade jurisdicional executiva. – De que forma se provocaria 
isso? Se a execução é FASE, o ato de provocação da atividade 
jurisdicional é o protocolo de uma petição simples. MAS, se por outro 
lado a execução é em processo autônomo, a provocação se faz por 
meio de uma petição inicial. 
. É bem verdade que as vezes o juízo não precisa ser 
provocado, podendo agir de ofício. – Quando a execução é 
obrigação de fazer, não fazer ou de entregar coisa distinta de 
dinheiro. 
 . A demanda CONTEÚDO é o conteúdo do ato de provocação da atividade 
jurisdicional. – Que conteúdo é esse da petição simples ou da petição inicial? Se subdivide 
em causa de pedir, pedido e partes (sendo preciso identificar cada um desses). 
B) Elementos objetivos da demanda executiva - causa de pedir e pedido 
(imediato = obtenção tutela jurisdicional executiva; mediato = bem da vida): 
. A causa de pedir é composta por pelo menos duas afirmações obrigatórias, quais sejam: 
 CADERNO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV – PROF. PRISCILA 
 
 . A primeira afirmação é a seguinte: EXISTÊNCIA DE UMA PRESTAÇÃO, CERTA, 
LÍQUIDA E EXIGÍVEL, CERTIFICADA EM UM TÍTULO EXECUTIVO. 
 . A segunda afirmação é a seguinte: INADIMPLEMENTO DO DEVEDOR, QUE CAUSA 
PREJUÍZO AO CREDOR. 
. Além dessas afirmações que compõem a causa de pedir, existem afirmações acidentais 
(ou seja, que podem ou não compor a causa de pedir): 
 . Se na minha ação executiva eu formulo o pedido de tutela provisória, por exemplo, 
terei que comprovar outras afirmações, como perigo da demora, probabilidade do meu 
direito etc. 
 . Se eu estou executando obrigações recíprocas que o credor deva cumprir 
paralelamente (credor e devedor cumprirem ao mesmo tempo) ou sucessivamente 
(primeiro o credor cumpre p/ depois o devedor cumprir), por exemplo, preciso afirmar 
que já cumpri minha parte etc. 
. Além da causa de pedir executiva, existe também o pedido executivo. – O PEDIDO SE 
SUBDIVIDE EM PEDIDO IMEDIATO X PEDIDO MEDIATO: 
 . O pedido executivo imediato é a obtenção da tutela jurisdicional executiva. – Para 
formular esse pedido imediato o credor-exequente pode ou não indicar quais os meios 
que deseja ver aplicados (busca e apreensão, SISBAJUD, penhora de bens etc.). – MAS, JÁ 
SABEMOS QUE O JUIZ NÃO É OBRIGADO A APLICAR O MEIO EXECUTIVO SOLICITADO, 
DESDE QUE FAÇA ISSO DE FORMA FUNDAMENTADA, DEMONSTRANDO AS RAZÕES DE 
ENTENDER QUAL SERIA O MAIS ADEQUADO. 
 . O pedido mediato é o bem da vida buscado. – Esse bem pode ser um fazer, um não 
fazer, a coisa móvel ou imóvel, o pagamento de uma quantia etc. – Inclusive, é esse bem 
da vida que deve ser expresso, determinado e carregar os tributos da legalidade, certeza, 
liquidez etc. 
. A regra é que o pedido mediato seja expresso, ou seja, não seja implícito. 
MAS, É UMA REGRA QUE COMPORTA EXCEÇÃO: por exemplo, na execução 
é possível que se considere incluídas no pedido executivo, parcelas 
vincendas que se venceram sem pagamento no curso de uma execução, 
quando a obrigação é de trato sucessivo etc. 
. Exemplo: locador poderá iniciar uma execução contra o locatório com base 
no contrato de locação (que é um título executivo extrajudicial), pelas duas 
parcelas que estão em aberto neste caso hipotético. A ação é ajuizada 
pedindo-se o cumprimento da obrigação de pagar as DUAS parcelas. Porém, 
quando a execução começou propriamente a ser processada, mais duas 
parcelas já tinham vencido sem pagamento (locatário continua 
inadimplente). AQUI, APESAR DO CREDOR-EXEQUENTE NÃO TER 
FORMULADO PEDIDO EXPLICÍTO DE QUE AS PARCELAS VINCENDAS NO 
CURSO DO PROCESO FOSSEM TAMBÉM EXECUTADAS, É POSSÍVEL QUE O 
MAGISTRADO AS CONSIDERE INCLUSAS NO PEDIDO. – ESSA SITUAÇÃO 
ESTÁ DISCIPLINADA NO ART. 323 DO CPC. 
. Art. 323. Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em 
prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido,

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