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TEXTO DIDÁTICO BRASIL REPÚBLICA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
FACULDADE DE HISTÓRIA 
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL REPÚBLICA (1945 -TEMPO PRESENTE) 
DOCENTE: IPOJUCAN DIAS CAMPOS 
DISCENTE: EUNICE CAROLINE SOUZA DOS SANTOS 
PRODUÇÃO DE TEXTO DIDÁTICO
Belém, Pará 
2022
Texto didático
 Objetivo: compreender o significado e as lutas pela concessão da anistia na ditadura civil-militar, procurando evidenciar quais foram os principais sujeitos que lutaram contra as formas de opressão
Publico alvo: 3º ano do Ensino Médio.
Competências específicas a serem desenvolvidas (BNCC): 
· Competência 1. Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir de procedimentos epistemológicos e científicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente com relação a esses processos e às possíveis relações entre eles .
Habilidades a serem desenvolvidas nesta aula (BNCC): 
· (EM13CHS101) Analisar e comparar diferentes fontes e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à compreensão e a crítica de ideias filosóficas e processos e eventos históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais . 
Descrição do uso do suporte
Como suporte documental utilizaremos fotografias. Vamos expor três fotos sobre a anistia ao longo do texto, com intuito de mostrar a campanha pela anistia na década de 1970. Ao proporcionar o contato dos alunos com as imagens históricas, buscaremos romper com o aprendizado pautado na passividade do educando e na memorização, instigando os estudantes a conhecer os processos de se fazer história, e de sua importância para refletir a sociedade no qual vivemos.
Titulo: Anistia na ao longo da história e na ditadura militar 
Anistia é um ato político, destinado a promover o esquecimento dos crimes e processos decorrentes de lutas e divisões internas dos povos, por meio do perdão para conquistar a paz. A sua origem remonta a Grécia Antiga, derivada do termo “amnêstia” que significa esquecimento, sendo utilizada como meio de cura para as atribulações políticas, é incluía a obrigação de esquecer os fato que causaram um conflito e o que nele aconteceu. A partir de então, tem sido usada para conciliação e a pacificação política.
Ato pela anistia na Praça da Sé, em São Paulo 
(foto: Ennco Beanns/Arquivo Público do Estado de São Paulo)Anistia: é o perdão concedido em ato oficial 
Na história do Brasil, marcada por diversos conflitos, revoltas, divergências internas e externas, a concessão de anistia foi uma característica bastante presente na política brasileira, que teve cerca de 100 decretos. Essa forma de mediação foi muito utilizada, desde o período colonial, imperial e principalmente no republicano, pelo fato do acirramento pela luta pelo poder de diversas correntes político-ideológicas e a crescente intervenção das forças Armadas. Vários foram os momentos em que anistiar era a única forma de conter as greves, crises, as disputas internas que assolava o país. É nesse contexto “ Abertura política da década de 1970”, que ocorre uma grande campanha pela anistia “ampla, geral e irrestrita”
Na segunda metade da década de 1970, o Brasil , passou por um período de distensão e pela abertura política. Tem-se dois militares no comando da presidência, o Emílio Garrastazu Médici (1970-1974), e o Ernesto Geisel (1974-1979). O governo de Garrastazu, conhecido como anos de chumbo, foi o governo mais repressivo da história brasileira. Com o aparato repressivo, invadiu universidades, perseguiu, professores, jornalistas, políticos, estudantes, etc. Sua administração, deu um crescimento na economia, com o “milagre econômico”, é utilizou bastante as propaganda de massa para conseguir apoio da sociedade. O governo de Geisel, mostrou-se favorável à abertura política, contudo, ela tinha que ser lenta,gradual e segura. Sua administração tentou amenizar a crise econômica dos governos anteriores, mas, também enfrentar a própria crise interna de estado, já que tinha divergência políticas, tanto no interior do próprio governo, como entre o estado e a sociedade civil. Portanto, Geisel, buscou conter a ala mais radical para boicotar o projeto de abertura política, além de tentar romper com os militares, priorizando negociações com setores da sociedade civil.
Famílias de mortos e desaparecidos pedem anistia para presos políticos –
Foto: Arquivo Brasil de fato
Esse cenário de negociação, abriu espaço pata a mobilização de diversos grupos de pressão contrários com o governo. Destacaram-se os grupos como da Igreja católica, os advogados regionais da OAB, movimento estudantil, movimento operário, comitê de defesas dos presos políticos, DCE livre da USP, o movimento feminino pela anistia(MFPA) e o comitê brasileiro pela anistia(CBA) . Essas organizações lutava a favor do respeito aos direitos humanos, contra fim dos arbítrios promovidos pela repressão, procurando o retornos dos exilados que foram mandados para fora do Brasil no contexto da ditadura militar, liberdade para os presos e revisão de punições. O efeitos mais comum de tais organizações, foram a coleta de assinaturas nas ruas, explicando o que seria a anistia, reuniões, greves, passeatas, entre elas, a realizada em 1º de maio de 1979, dia do trabalho, depois se uma missa na praça municipal de São Bernardo do Campo. Nesse evento, cerca de 150 mil pessoas se dirigiram ao Estádio da Vila Euclides e lá realizaram um grande ato público pela democratização do país. 
Depois de tantos confrontos, sob forte pressão popular, em 28 de agosto de 1979, o congresso aprovou pelo decreto nº 6.683, a Lei da Anistia, assinada pelo presidente João Batista Figueiredo, eu perdoava tanto os que lutaram contra o regime militar, quanto seus defensores. A historiadora Alessandra Ciambarella afirmou : É bem verdade que anistia permitiu um retorno de centenas de pessoas exiladas, bem como libertou preso políticos. Mas não foi ampla o suficiente, excluindo a grande maioria dos punidos, em especial os militares subalternos e o que funcionários, prevalecendo a chamada “cansaços brancas”, impedindo uma série de anistiado o acesso ao trabalho.
João Figueiredo assina, em 28 de agosto de 1979, a Lei da Anistia 
(foto: Orlando Brito)
Referências
CIAMBARELLA, Alessandra. “Anistia ampla, geral e irrestrita: a campanha pela anistia no Brasil”. In: FERREIRA, Jorge. (Org.). As repúblicas no Brasil: política, sociedade e cultura. Niterói: Editora da UFF, 2010, pp. 243-262.
FERNANDES, Paulo. 40 anos da lei de anistia e as continuidades do autoritarismo. Brasil de fato, 08 de agosto de 2019. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2019/08/08/40-anos-da-lei-de-anistia-e-as-continuidades-do-autoritarismo . Acesso: em 20 de dezembro de 2022.
WESTIN, Ricardo. Há 40 anos, Lei da Anistia preparou caminho para fim da ditadura. Senado Federal, 05 de outubro de 2019. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/arquivo-s/ha-40-anos-lei-de-anistia-preparou-caminho-para-fim-da-ditadura . Acesso: em 20 de dezembro de 2022.

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