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Medidas de Segurança


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Med���� de Seg����ça
● Conceito:
↳ É uma sanção penal imposta pelo Estado, com finalidade exclusivamente
preventiva, a fim de evitar que o autor do crime volte a delinquir.
↳ Visa tratar o inimputável e o semi-inimputável.
↳ Existem dois sistemas de medidas de segurança:
a) vicariante: aplicação da pena OU da medida de segurança.
↳ sistema adotado pelo CP.
↳ dessa forma, é impossível aplicar de forma cumulativa a pena e a
medida de segurança.
b) duplo binário: aplicação da pena E da medida de segurança.
● Pena X Medidas de Segurança:
Pena Medida de Segurança
caráter retributivo-preventivo. caráter preventivo.
tem como fundamento de aplicação a
culpabilidade.
tem como fundamento de aplicação a
periculosidade.
duram por tempo determinado. duram por tempo indeterminado.
são aplicadas aos imputáveis e
semi-imputáveis
são aplicadas aos inimputáveis e
semi-imputáveis.
● Pressupostos:
1) Prática de fato típico punível:
↳ o sujeito precisa ter cometido um fato típico e ilícito.
↳ não se aplica a medida de segurança:
a) se não houver prova de autoria.
b) se não houver prova do fato.
c) se houver excludentes da ilicitude ou culpabilidade.
d) se o crime for impossível.
e) se houver causa de extinção da punibilidade.
2) Periculosidade do agente:
↳ o agente deve ser dotado de periculosidade, ou seja, “perigoso”, com
potencial para praticar outras ações lesivas.
↳ a periculosidade também pode ser definida como “um estado subjetivo
mais ou menos duradouro de antissociabilidade”.
↳ o CP prevê dois tipos de periculosidade:
a) periculosidade presumida: quando o sujeito for inimputável.
b) periculosidade real ou judicial: periculosidade reconhecida do
juiz, se tratando de indivíduo semi-imputável.
3) Ausência de imputabilidade plena:
↳ o semi-imputável, por não possuir imputabilidade plena, só sofrerá a
medida de segurança em casos específicos, determinado pelo juiz.
↳ dessa forma, o agente imputável não pode sofrer medida de
segurança, somente pena.
● Espécies:
↳ Existem duas espécies:
1) Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico:
↳ É uma medida detentiva.
↳ É aplicável aos inimputáveis e aos semi-imputáveis.
↳ É obrigatória quando a pena imposta for de reclusão.
⇘ Art. 96. As medidas de segurança são:
I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à
falta, em outro estabelecimento adequado;
2) Sujeição a tratamento ambulatorial:
↳ É uma medida restritiva.
↳ Nessa modalidade são oferecidos cuidados médicos à pessoa
submetida ao tratamento.
↳ É uma possibilidade, que será aceita levando em conta as
circunstâncias pessoais e fáticas.
↳ Será aplicada quando a pena for de detenção.
⇘ Art. 96. As medidas de segurança são:
II - sujeição a tratamento ambulatorial.
⇘ Art. 101. - LEP - O tratamento ambulatorial, previsto no artigo 97,
segunda parte, do Código Penal, será realizado no Hospital de Custódia
e Tratamento Psiquiátrico ou em outro local com dependência médica
adequada.
● Tipos de estabelecimentos:
1) Hospital de custódia e tratamento psiquiátrico:
2) Estabelecimento adequado:
3) Local com dependência médica adequada:
● Prescrição e extinção:
⇘ Art. 96.
Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança
nem subsiste a que tenha sido imposta.
↳ Esse trecho evidencia que todas as causas extintivas de punibilidade,
presentes no art. 107, podem ser aplicadas à medida de segurança.
↳ O prazos prescricionais estão presentes nos artigos 109 e 110.
↳ Mas, para fins de contagem, é preciso distinguir o inimputável do
semi-imputável.
a) inimputável:
↳ é absolvido e como consequência sofre a medida de segurança, que
possui prazo indeterminado.
b) semi-imputável:
↳ é obrigatório que o juiz, antes de aplicar a medida de segurança (caso
seja necessário), condene o agente a uma pena determinada.
↳ Nessa situação, existem duas espécies de prescrição:
1) Prescrição da pretensão punitiva:
↳ acontece antes do trânsito em julgado da sentença penal
condenatória.
↳ possui três subdivisões:
➢ prescrição in abstrato: aplica-se ao inimputável e ao
semi-imputável.
➢ prescrição retroativa: aplica-se somente ao semi-imputável.
➢ prescrição intercorrente: aplica-se somente ao semi-imputável.
2) Prescrição da pretensão executória:
a) inimputável: o prazo prescricional deve ser regulado pelo máximo
da pena abstrata.
b) semi-imputável: conta-se o prazo prescricional levando em conta
a pena fixada na sentença.
● Prazo de duração:
↳ As duas espécies de medida de segurança possuem duração indeterminada,
ou seja, duram até que a cessação da periculosidade.
⇘ Art. 97.
§ 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado,
perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a
cessação de periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três)
anos.
● Execução, suspensão e extinção:
1) Execução:
↳ a medida de segurança só pode começar a ser executada após o
trânsito em julgado da sentença.
⇘ Art. 171. Transitada em julgado a sentença que aplicar medida de
segurança, será ordenada a expedição de guia para a execução.
2) Suspensão e Extinção:
↳ está sempre condicionada ao transcurso de um ano de liberação ou
desinternação.
↳ isso sem a prática de fato que indique a persistência da
periculosidade.
↳ dessa forma, se esse período transcorrer sem nenhum fator impedido,
a medida de segurança está extinta ou revogada.
↳ portanto, se for comprovada, de forma pericial, que a periculosidade
cessou será determinada a revogação da medida, com desinternação
ou liberação, de forma provisória.
⇘ Art. 97.
§ 3º - A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional devendo
ser restabelecida a situação anterior se o agente, antes do decurso de 1
(um) ano, pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade.
● Substituição por medida de segurança:
↳ Existem duas hipóteses para a substituição da pena por medida de
segurança:
1) Substituição da pena por medida de segurança:
↳ só é possível com agentes semi-imputáveis, que precisarem de
tratamento curativo especial.
↳ essa substituição é uma exceção.
↳ não pode ter duração maior que a pena que foi substituída.
⇘ Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e
necessitando o condenado de especial tratamento curativo, a pena
privativa de liberdade pode ser substituída pela internação, ou
tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos
termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º.
2) Superveniência de doença mental do condenado:
↳ quando houver uma doença mental superveniente, o condenado deve
ser recolhido para um hospital de custódia e tratamento psiquiátrico.
↳ não pode ter duração maior que a pena que foi substituída.
⇘ Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de
liberdade, sobrevier doença mental ou perturbação da saúde mental, o
Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defensoria
Pública ou da autoridade administrativa, poderá determinar a
substituição da pena por medida de segurança.
3) Conversão de tratamento ambulatorial em internação:
↳ É apenas a conversão de uma medida de segurança por outra.
⇘ Art. 97.
§ 4º - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz
determinar a internação do agente, se essa providência for necessária
para fins curativos
⇘ Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser convertido em
internação se o agente revelar incompatibilidade com a medida.
Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de internação será de 1
(um) ano.
● Verificação da cessação da periculosidade:
↳ O exame legal, para verificar a periculosidade, obrigatório deve ser feito a
cada um ano.
↳ Porém, o juiz, de ofício, pode determinar a repetição do exame a qualquer
tempo.
↳ Antes do prazo mínimo, o juiz não pode decretar a realização do exame de
ofício, apenas mediante provocação do MP ou do interessado.
⇘ Art. 97.
§ 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado,
perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a
cessaçãode periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três)
anos.
⇘ Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de confiança pessoal
do internado ou do submetido a tratamento ambulatorial, por seus familiares
ou dependentes, a fim de orientar e acompanhar o tratamento.
Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial e o particular serão
resolvidas pelo Juiz da execução.