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apostila_completa_Lei de Drogas 11.34306 (1)

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Prévia do material em texto

Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio 
www.focusconcursos.com.br | 1 | 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lei 11.343/06 - Lei de Drogas 
Apostila única 
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio 
www.focusconcursos.com.br | 2 | 
Apresentação 
Olá meus caros amigos concurseiros! 
Sejam muito bem-vindos ao FOCUS CONCURSOS e ao nosso CURSO DE 
LEGISLAÇÃO, nele iremos abordar os PRINCIPAIS E RELEVANTES TÓPICOS – 
AQUELES QUE CONSTUMAM CAIR MAIS EM PROVA - sobre a Lei 11.343/2006, a 
famosa Lei de Drogas, tópico presente no seu edital. 
Neste curso estaremos abordando todos os tópicos referentes a esta importante 
legislação, mesclando diversas formas de trabalhar a matéria, ora utilizando 
comentários objetivos a “lei seca” e em outros momentos, iremos nos aprofundar com 
claras e didáticas introduções e apontamentos a conceitos chaves ao entendimento; 
sempre pensando em gabaritar todas as questões na sua prova, indiferente qual for o 
seu objetivo. A linguagem utiliza será mais próxima da linguagem oral, falada, 
pois, nosso objetivo é ter total proximidade com você, meu caro concurseiro. 
Queremos que haja uma conversa entre nós, portanto, sempre iremos trabalhar 
para nos esquivarmos do “jurisdiquês”. 
No decorrer de nossa jornada iremos explorar ao máximo o conteúdo e, ao final de 
cada assunto, testar nossos conhecimentos com questões de fixação; que estão 
apenas aqui na apostila (não vamos trabalhar a resolução delas em sala de aula). 
Diante disso, chamamos de QUESTÕES GABARITADAS. Ao final da apostila, também 
disponibilizei uma bateria de questões para treinar. 
Para facilitar seu estudo, disponibilizamos também na LETRA DA LEI que você pode 
ter aquela leitura rápida e fixar o conteúdo. A grande maioria dos concurseiros 
conciliam família, trabalho e os estudos e, com uma rotina tão atribulada como esta, 
poder estudar em qualquer lugar faz todo a diferença. Quem estuda sabe, 5 ou 10 
minutos pode sim fazer a diferença. 
Neste sentido, recomendo a utilização do arquivo na LETRA DA LEI para 
complementar a leitura deste material. 
 
 
 
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio 
www.focusconcursos.com.br | 3 | 
1 Roteiro do PDF FOCADO 
 
• Material Teórico Escrito (conteúdo para o aluno complementar além das 
videoaulas. Este material pode conter informações além das trabalhadas em 
videoaulas. Mas, claro, com tudo que é necessário para a sua aprovação, com 
a profundidade necessária – nem mais, nem menos.); 
• Questões de Sala 
• Questões para Treinar (são questões extras/bônus ao final da apostila, para 
o aluno treinar e fixar o conteúdo aprendido. Essas questões fazem parte 
apenas do material em PDF, logo não são exibidas e nem resolvidas em 
videoaulas). 
• Letra da Lei 
 
 
Você pode usar as videoaulas para entender a matéria como um todo e usar os PDFs 
para complementar e aprofundar ainda mais sobre os temas! 
E como eu disse, sem enrolação, vamos direto ao conteúdo para o seu concurso. 
VAMOS NESSA! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio 
www.focusconcursos.com.br | 4 | 
Conteúdo Programático 
1 Roteiro do PDF FOCADO ........................................................................................................ 3 
EVOLUÇÃO LEGISLATIVA ................................................................................................................ 5 
2 Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio .................................................................. 7 
3 TRATAMENTO DO DEPENDENTE .......................................................................................... 23 
4 FIXAÇÃO DA MULTA ............................................................................................................ 24 
5 PRESCRIÇÃO DAS PENAS ...................................................................................................... 25 
6 POSSIBILIDADE DE TRANSAÇÃO PENAL ................................................................................ 26 
7 (IN)CONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 28 ......................................................................... 30 
8 TRÁFICO DE DROGAS ........................................................................................................... 30 
9 TRÁFICO PRIVILEGIADO ....................................................................................................... 39 
10 Questões de Sala ................................................................................................................. 54 
11 QUESTÕES PARA TREINAR ................................................................................................... 75 
12 LETRA DA LEI ..................................................................................................................... 121 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio 
www.focusconcursos.com.br | 5 | 
EVOLUÇÃO LEGISLATIVA 
 
Antes de adentrarmos na Lei 11.343/2006, gostaria de fazer uma breve introdução a 
respeito da antiga Lei de Drogas, Lei n.º 6368/1976, a qual, na verdade, tratava sobre 
entorpecentes e apresentava terminologias tais como “tráfico de entorpecentes e 
drogas afins”. Com o advento da Lei 11.343/2006, passou-se a utilizar a terminologia 
“drogas”, e “tráfico de drogas”, que são mais adequadas para os dias atuais. 
 
A Lei de Drogas 11.343/2006 entrou em vigor após quarenta e cinco da publicação, e 
revogou expressamente a Lei n.º 6.368/1976. Assim, em se tratando de tráfico de 
drogas e de qualquer crime envolvendo drogas, aplica-se o princípio da especialidade 
e, se a droga tiver previsão na Portaria 344 da ANVISA, o enquadramento correto é na 
Lei 11.343/2006. 
 
O segundo detalhe, para fins de conhecimento, é que a previsão constitucional para 
a criação da Lei de Drogas pode ser extraída do Art. 5º, inciso XLIII da CF/88, o qual 
considera crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça e anistia a prática da tortura, o 
tráfico ilícito de entorpecentes, o terrorismo, e os crimes hediondos, por eles 
respondendo os mandantes, os executores e, aquele que puderem evitar, se omitirem. 
 
Partindo dessa consideração, diz-se do Art. 5º, inciso XLIII da CF/88, tratar-se de 
MANDADO CONSTITUCIONAL DE CRIMINALIZAÇÃO EXPRESSO, consistindo em 
uma imposição para o legislador infraconstitucional trazer a repressão à prática do 
tráfico ilícito de drogas. Neste sentido, o mandado condicional de criminalização, o 
Art. 5º, inciso XLIII da CF/88, sua organização é uma medida convencional de 
criminalização, expressamente evidenciada na Constituição. Embora tenha passado a 
vigorar em 2006, existia antes disso a previsão do tráfico de entorpecentes com base 
Lei n.º 6368/1976, em cima do art. n.º 16, por meio da qual observava-se de igual 
modo a Constituição Federal. 
 
Outro artigo previsto constitucionalmente que chama a atenção é o de n.º 243 da 
CF/88, o qual apresenta uma situação onde pode se acarretar expropriação da 
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio 
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propriedade do indivíduo que a utiliza para fins de cultivo, envolvendo várias 
substâncias consideradas drogas que possam causar dependência. Havendo essa 
hipótese, o proprietário pode vir a sofrer a expropriação, isto é, o confisco da sua 
propriedade. Entenda que não se trata de uma desapropriação, que, no caso, ocorre 
por indenização prévia e justa. 
 
A expropriação, em contrapartida, tem natureza confiscatória, isto é, nenhum tipo de 
indenização ao proprietário, passando a propriedade a União. Nesse sentido,o caso 
de expropriação é um exemplo de intervenção do Estado na propriedade privada, 
contudo, observando o expresso no art. n.º 243, CF/88 Lei de drogas. O cultivo de 
drogas ilícitas, além de tratar da Lei n.º 11.343/2006, envolve a situação de trabalho 
escravo, bastando uma prévia análise no expressamente previsto no art. n.º 243, 
CF/88. 
 
 
Mesmo que o produtor conduza o cultivo em apenas uma parte de sua terra, ele perde 
todo o bem quando confiscada a propriedade. 
 
1.1 Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas 
O Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – SISNAD era anteriormente 
chamado de Sistema Nacional Antidrogas. O atual sistema prescreve medidas para 
prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de 
drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico 
ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências. 
 
 
 
 
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio 
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Os conteúdos mais recorrentes nas provas de concursos, referente à Lei de Drogas, 
sem sombra de dúvidas, são, respectivamente: Art. n.º 33; Art. n.º 41 e Art. n.º 28. 
Se seu tempo de estudo for curto, ou se pretende fazer uma revisão para o dia da 
prova, centre fogo nesses artigos, em especial no art. n.º 33, que representa a maior 
incidência de questões nas provas. 
2 Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio 
 
A Lei 11.343/2006 estabeleceu um novo tratamento jurídico penal aos usuários de 
entorpecentes que sejam flagrados na conduta de adquirir, guardar, ter em depósito, 
transportar ou trazer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em 
desacordo com determinação legal ou regulamentar, punindo-os com penas não 
privativas de liberdade. 
 
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para 
consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar será submetido às seguintes penas: 
I - advertência sobre os efeitos das drogas; 
II - prestação de serviços à comunidade; 
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. 
 
Veja bem, o crime previsto no art. 28, sobre o porte de drogas para consumo próprio 
tem como consequência penal a advertência, a prestação de serviço à comunidade e 
o comparecimento à programa ou curso educativo, isto é, se trata de um crime que 
não traz pena privativa de liberdade. Essas penas podem ser aplicadas de forma 
isolada, forma cumulativa, ou, serem substituídas uma por outra a qualquer tempo, 
sempre ouvindo que o Ministério Público e o defensor do agente. 
 
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
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2.1 NÚCLEO DO TIPO 
 
O art. 28 da Lei de Drogas traz o crime de porte para consumo próprio. Segundo este 
artigo, quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para 
consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal 
ou regulamentar será submetido às seguintes penas: 
• advertência sobre os efeitos das drogas; 
• prestação de serviços à comunidade; 
• medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. 
 
O tipo do art. 28 da Lei de Drogas traz cinco condutas: adquirir, ou seja, o indivíduo 
faz a compra das drogas através de uma contraprestação ou até mesmo através de 
uma troca; na conduta adquirir esse crime será considerado instantâneo, isto é, no 
momento em que individuo fez a aquisição, configura-se o art. 28 da Lei de Drogas. 
Na conduta guardar vai demandar uma permanência, então esse crime vai se 
prolongar no tempo. Tiver em depósito também demanda crime permanente. Para 
praticar a conduta transportar, o indivíduo usará um veículo automotor, e durante esse 
transporte, está se prolongando no tempo. Na conduta trouxer consigo a droga vem 
com ele no corpo, ou seja, na calça, na cintura, na cueca ou até mesmo através de uma 
bolsa/mochila. Para consumo pessoal, identifica-se o dolo mais o especial fim de agir. 
O objeto material desse artigo é a droga com base na portaria 344 da ANVISA já 
citada em diversos tópicos deste material, portanto, de suma importância. 
 
A natureza jurídica deste artigo possui e se faz prevalecer três correntes. 
A primeira corrente falará que o art. 28 da Lei de Drogas é considerado crime, pois 
o porte para consumo próprio encontra previsão no art. 12, lei 6.368/1976, sendo 
punido com a pena privativa de liberdade de detenção de 06 meses podendo chegar 
a 02 anos. Com o advento da Lei 11.343/16, o porte para consumo próprio está 
previsto no art. 28 da Lei de Drogas que, por sua vez, não traz pena privativa de 
liberdade com base na nova alteração. Pelo fato de não ter trazido a pena privativa de 
liberdade, surgiram as três correntes. 
 
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
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A primeira afirmando que o art. 28 continua sendo crime, mas o que veio a ser gerado 
foi uma despenalização pelo fato da antiga Lei, no seu art. 12, trazer a pena privativa 
de liberdade e com base na lei nova, o art. 28 não traz a pena. É o que prevalece em 
âmbito doutrinário e jurisprudencial no STJ e STF. Na atualidade continua sendo crime, 
portanto, caso afirme na sua prova que o art. 28 da Lei de Drogas é crime, teremos 
à questão como correta. Há um caso que repercutiu sobre HC655359 e pelo fato de 
repercussão geral para ver se realmente o art. 28 continua sendo crime, já foram 03 
votos a favor para deixar de ser considerado crime, mas até então não há resolução 
ainda e nesse caso para a sua prova continua sendo crime o que acarretou foi uma 
despenalização. 
 
A segunda corrente afirma que o art. 28 da Lei de Drogas traz uma infração penal 
sui generis capitaneado pelo professor Luiz Flávio Gomes. Este emérito jurista afirma 
que é uma infração penal sui generis, mas pegará como base a Lei de Introdução ao 
Código Penal. 
 
Na Lei de Introdução ao Código Penal, encontramos como diretriz a punição do 
crime com pena privativa de liberdade, reclusão e detenção que pode ser aplicada de 
forma isolada e acumulada com a pena de multa. No caso da contravenção penal, tem 
como pena privativa de liberdade a prisão simples, que pode ser aplicado de forma 
isolada, acumulada e com a pena de multa. Este artigo não traz a pena de reclusão e 
detenção (com base na legislação), o Código Penal (aplicada para a prática de crime) 
e nem a pena de prisão simples (pena privativa de liberdade aplicada para a 
contravenção penal). Então, podemos compreender que o art. 28 da Lei de Drogas 
do porte ao consumo próprio é uma infração penal sui generis. 
 
Assim, com base nesse posicionamento, classificaria a doutrinária de forma majoritária 
que a infração penal é um gênero que comporta duas espécies. O Brasil, em termos 
de conceito de infração penal, adota o critério bipartido comportando duas espécies, 
crime e contração. No entanto, considerando esse novo posicionamento, a infração 
penal, em tese, adotaria um critério tripartido, de modo que o crime é punido com 
reclusão, detenção e multa, contravenção penal punida com prisão simples e multa e 
a infração penal sui generis; obviamente ela não é adotada, pois, o que prevalece é o 
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
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que o art. 28 da Lei de Drogas continua sendo considerado crime, mas houve a 
despenalização. 
 
A terceira corrente falará que, com o advento da nova Lei de Drogas, no que diz 
respeito ao porte para consumo próprio, ocorreu uma descarcerização da conduta, 
pois embora continue sendo crime, o sujeito não será punido com pena privativa de 
liberdade. O indivíduo não será encarceradoquando cometer essa infração penal, pelo 
contrário, deverá ser submetido a outras medidas que suscitando uma 
descarcerização do crime. Atualmente, esse entendimento não é tido como 
majoritário, mas é possível que venha prevalecer futuramente, pois o STF decidirá 
sobre o assunto em tese de repercussão geral. 
 
Desta forma, considerando que as penas impostas ao crime não levam ao cárcere, 
entende-se que houve uma descarcerização, não uma infração penal e nem uma 
despenalização. O entendimento que prevalece em concursos públicos, é a 
primeira corrente a qual houve uma despenalização se associando em cima do art. 
28, pois embora não leve ao cárcere, o crime continua tendo pena. 
 
2.2 SUJEITO ATIVO E PASSIVO 
 
O sujeito ativo pode ser representado por qualquer pessoa, afinal trata-se de um 
crime comum, não se exigindo qualquer condição especial do indivíduo. Por outro 
lado, o polo passivo é ocupado pela coletividade, assim podemos considerar o crime 
como sendo vago, de vitimização difusa ou de vitimização coletiva. O conceito de 
crime vago é utilizado quando não é possível determinar uma pessoa física ou pessoa 
jurídica para ocupar o polo passivo da conduta. 
 
No que diz respeito ao uso pretérito da droga, o indivíduo não pode ser punido pelo 
fato de ter consumido a substância. O art. 28 da Lei de Drogas pune o porte da droga 
para consumo próprio, e não o uso da propriamente dito, há uma grande diferença 
entre a pessoa que está portando a droga para consumo e aquele que já consumiu a 
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
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substância. 
 
O agente que porta a droga para consumo responderá pelo art. 28, visto que sua 
conduta está representada pelos verbos adquirir, trazer consigo, guardar e transportar. 
Quanto ao indivíduo que consumiu, não há materialidade suficiente para comprovar 
que ele estava com a droga, ainda que a polícia sinta o odor da substância. Portanto, 
uma vez que não pode se comprovar a materialidade do artigo e o uso pretérito é 
considerado fato atípico, nada pode ser feito com este indivíduo. 
 
Então, na condição de policial, ainda que exista o cheiro da droga ou que todos os 
elementos indiquem que o indivíduo usou alguma substância recentemente, se não 
for encontrada com o agente nenhuma substância ilícita, este deverá ser liberado, 
pois, mesmo que imoral, a conduta não se enquadra no art. 28 da Lei de Drogas. 
 
 
Considere a seguinte situação hipotética, “dois policiais 
receberam o chamado de uma ocorrência, chegando lá se 
depararam com a seguinte situação, uma pessoa, 
visivelmente drogada, estava deitada ao lado de uma seringa 
usada. Analisando o local, os policiais concluíram que o 
sujeito tinha utilizado a seringa para injetar heroína em seu 
corpo, mas não localizaram nenhuma outra substância com 
ele ou no local. Neste caso, os policiais poderiam 
responsabilizar o agente pelo crime do art. 28 da Lei de 
Drogas e conduzi-lo até a delegacia?” Não, pois considerando 
que o uso da droga foi pretérito e que os agentes policiais não 
localizam nenhuma outra substância com o indivíduo, sua 
conduta é atípica, devendo este ser liberado. 
 
 
2.3 ELEMENTO SUJETIVO 
 
O elemento subjetivo do crime é o dolo, no entanto, o tipo penal exige que na 
conduta também se faça presente o fim especial de agir, neste caso, representada 
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
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pelo consumo próprio. Assim, o sujeito deverá adquirir, guardar, ter em depósito, 
transportar ou trouxer consigo a droga para consumo pessoal/próprio. 
 
Contudo, de acordo com o § 2º do art. 28 da Lei de Drogas, para determinar se a 
droga está ou não destinada ao consumo pessoal, o juiz deverá observar alguns 
fatores como, quantidade da substância apreendida, o local e às condições em que se 
desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos 
antecedentes do agente. 
 
Assim, no que diz respeito a quantidade, existem dois sistemas, sendo o de 
quantidade legal e o da análise policial ou judicial. No primeiro sistema, quando o 
indivíduo é pego com uma certa quantidade de drogas, pode ser responsabilizado 
tanto pelo tráfico quanto pelo para consumo próprio. Entretanto, o sistema de 
quantidade legal não é adotado no Brasil. 
 
O problema é quando o sujeito é pego com pouca quantidade, pois, neste caso, deve-
se analisar se o indivíduo está com porte para consumo próprio ou se a quantidade 
sugere o tráfico. No entanto, só a quantidade não basta para configurar o crime, 
outros elementos devem ser considerados, imagine a seguinte situação: 
Mévio, iniciante no mundo do tráfico, é abordado pela polícia no final do 
seu expediente, quando restava apenas uma trouxinha de cocaína em seu 
bolso com a quantia de R$ 500,00 reais em notas de pequeno valor. 
Analisando somente a quantidade, Mévio deveria responder pelo art. 28 
da Lei de Drogas, contudo as demais circunstâncias apontam que, na 
realidade, Mévio deverá responder pelo crime de tráfico de drogas, previsto 
no art. 33 da Lei de Drogas. 
 
O sistema adotado pelo Brasil é o da análise policial ou judicial, de modo que a autoridade policial será a 
responsável por trazer elementos que comprovem se o indivíduo responderá pelo crime de porte para 
consumo próprio ou pelo crime de tráfico. 
 
 
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
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2.4 OBJETO MATERIAL E JURÍDICO 
 
O objeto material é a droga em si. Já, de acordo com o entendimento majoritário, o 
bem jurídico tutelado pela Lei de Drogas é a saúde pública. Contudo, existe outra 
corrente que diverge desse posicionamento, ela afirma que o bem jurídico tutelado 
não seria a saúde pública, mas sim à saúde individual do agente. Além disso, muitos 
doutrinadores entendem que não deveria ter a natureza de crime, pois não fere o 
princípio da lesividade. 
 
Este princípio possui diversos desdobramentos, mas dois que devemos ressaltar é o 
princípio da lesividade e o princípio da alteridade, observe: 
→ Princípio da lesividade: o princípio da lesividade prega que, a conduta deverá 
efetivamente lesionar ou, ao menos, manifestar perigo ao bem jurídico 
protegido. 
→ Princípio da alteridade: em contrapartida, o princípio da alteridade, defende 
que ninguém será responsabilizado por uma conduta que não ultrapasse seu 
âmbito particular. Em outras palavras, a conduta deve atingir a esfera jurídica 
de terceiros. 
 
Sendo assim, esta corrente minoritária acredita que, o fato de estar consumindo a 
droga causa prejuízo apenas para a saúde individual e não para a saúde pública. 
Portanto, o entendimento que tem prevalecido é que, em um primeiro momento, a 
Lei de Drogas protege a saúde pública, mas, de forma mediata a saúde individual, que 
não deixa de integrar a sociedade, também é resguardada. 
 
2.4.1 NORMA PENAL EM BRANCO 
 
 
O art. 1º expõe o conceito de drogas para fins de aplicabilidade da Lei 11.343/2006, 
isto é, para que se possa determinar se o princípio ativo de determinada droga 
configure como algum crime aqui previsto, deve-se buscar as especificações 
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio 
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referentes a drogas em Lei ou lista atualizada pelo Poder Executivo da União. Neste 
ponto, relacionam-se os art. n.º 1 ao art. n.º 66 e à Portaria 344 da Anvisa/1998. É 
essa Portaria que determina se o princípio ativo da droga configura ou não o crime 
de tráfico, por exemplo. 
 
Já o art. n.º 33, expõem 18 condutas envolvendo drogas que configuram crime, tais 
como: importar, exportar, remeter, trazer consigo, vender, expor à venda. No entanto, 
o artigo não especifica o que é “droga”, portanto,faz-se necessário recorrer à Portaria 
344 da Anvisa que o fará. Por meio dela é possível saber se há o princípio ativo que 
configura o crime relacionado a drogas previsto no art. 33. 
 
Agora, tendo como base o art. 33, sabemos que ele elucida sobre condutas, as quais 
acarretarão em pena, e neste momento falamos especificamente sobre a pena 
privativa de liberdade, que consiste em reclusão de cinco anos, podendo chegar à 
quinze, ou seja, pena mínima, cinco anos, e pena máxima de quinze. O caput do artigo 
introduz o preceito primário, isto é, a norma proibitiva. Já a disposição sobre a pena 
introduz o preceito secundário. Em se tratando do preceito secundário, faz-se 
completo, isto é, não requer complemento pois todas as disposições constam ali 
(reclusão de cinto até 15 anos e pena de multa). Essa pena foi pensada pelo Congresso 
Nacional com a produção da Lei 11.343/06. 
 
Agora, no caso do caput da lei que trata da norma proibitiva, também foi pensado 
pelo Congresso Nacional, porém, não de forma completa. A complementação que fala 
sobre o que caracteriza “droga” não foi trazida por meio de outra Lei de produção do 
Congresso Nacional, isto é, não foi feita através de uma lei em sentido estrito. O 
complemento que elucida quais substâncias caracterizam “droga” foi apresentada pela 
Portaria n.º 344 da Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, chamada hoje de 
Anvisa e é, portanto, um ato do poder executivo. 
 
Pode-se dizer que a LEI DE DROGAS É UMA NORMA PENAL EM BRANCO 
HETEROGÊNEA, sendo uma lei que requer um complemento, este quem por sua vez, 
não é feito pelo próprio Congresso Nacional. Caso fosse, teríamos apenas um exemplo 
de uma norma penal em branco, homogênea. O Congresso Nacional é Poder 
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
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Legislativo e o complemento não é feito pelo Congresso Nacional, isto é, não é feito 
pelo Poder Legislativo. O complemento é feito por ato do Poder Executivo, 
configurando-a como uma norma penal, em branco, heterogênea. 
 
Estas considerações são traçadas para que fique bem claro que esse conteúdo é muito 
recorrente em provas. Se cair na sua prova que a Lei das Drogas é uma norma penal 
em branco, você pode assinalar a questão como correra. Agora, se a questão 
especificar que tipo de norma penal em branco é, ela terá que especificar que se trata 
de uma norma penal em branco heterogênea, porque se disser que é uma norma 
penal em branco homogênea, a questão estará errada. 
 
A questão deve ficar bem clara: hoje, para saber se o indivíduo praticou o tráfico de 
drogas, por exemplo, faz-se necessário consultar a Portaria n.º 344 da Anvisa, a fim de 
se certificar de que o princípio ativo em questão é considerado uma droga. Para fins 
de esclarecimento, a maconha, por exemplo, tem o princípio ativo tetraidrocanabinol; 
o lança-perfume tem como princípio ativo o cloreto de etila. Essas informações e 
outras constam na portaria n.º 344. 
 
Caso a Anvisa venha retirar uma substância com um princípio ativo que hoje é 
considerada droga, a doutrina e o entendimento do STF preveem que, ocorrendo a 
retirada de um princípio ativo previsto na Portaria 344, será gerado o abolitio criminis, 
e o efeito será a retroatividade. Gostaria de exemplificar apresentando como o 
exemplo o que aconteceu com o princípio ativo ilícito cloreto de etila, lança perfume, 
nos anos 2000. Para você entender, quem fez a exclusão desse princípio ativo não foi 
o Congresso Nacional, ainda assim, como se trata de norma penal em branco 
heterogênea, a exclusão do princípio foi constitucional. 
No dia 07 de determinado mês do ano 2000 a Anvisa fez a exclusão do princípio 
ativo cloreto de elila da lista de substâncias ilícitas. Imagine que um indivíduo 
tenha praticado o crime de tráfico de substância no dia anterior ao dia da 
exclusão, dia 06 e, logo no dia seguinte, a Anvisa exclui a substância. Ocorrerá 
então de o indivíduo ser beneficiado por essa exclusão que gerou, 
consequentemente, retroatividade, de acordo com o entendimento do STF. 
Desse modo, aquele indivíduo que praticou o fato antes da exclusão do 
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princípio ativo feita pela Anvisa foi beneficiado com retroatividade benéfica. 
 
Naquele tempo, a exclusão foi feita pelo presidente da Anvisa, sendo que, na 
verdade, a decisão deveria ter sido tomada pelo conselho. A exclusão acarretou 
retroatividade benéfica. Passados oito dias, no dia 15 do mesmo mês, o lança-
perfume foi reconsiderado princípio ativo previsto na Portaria 344 da Anvisa. 
Todavia, quando a substância foi reincluída na Portaria, a decisão não pôde 
retroagir e punir aqueles que tinham praticado o crime nesse interim, mas, no 
tempo em que beneficiou aqueles que praticaram crime previsto na antiga Lei 
6.368/76, que tinha previsão da Portaria 344 da Anvisa, foi lhes concedida a 
retroatividade benéfica. E do dia quinze em diante, após ser reinserida na 
Portaria como princípio ativo ilícito, passou a ser uma novatio legis in pejus, não 
podendo retroagir. 
 
Havendo qualquer alteração na portaria, o que prevalece, mesmo para o 
entendimento do STF, é: se for em benefício, a lei retroage; do contrário, é 
aplicada daquela data em diante. 
 
A Lei de drogas é uma norma penal em branco, ou seja, necessita de um complemento 
que traga a definição do que são drogas. Esse complemento é a portaria SVS/MS de 
n.º 344 de 12 de meio de 1998, que traz os princípios ativos das substâncias que 
poderão ser enquadradas como drogas e, consequentemente, a tipificação da 
conduta do agente nos crimes elencados nesta Lei. A previsão legal de que a Lei 
11.343/2006 é uma norma penal heterogênea em branco é o art. 1º, parágrafo único, 
c/c art. 66, conforme podemos observar. 
Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1º desta Lei, até que 
seja atualizada a terminologia da lista mencionada no preceito, denominam-se 
drogas substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob 
controle especial, da Portaria SVS/ MS nº 344, de 12 de maio de 1998. 
 
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O art. 2º da Lei de Drogas trata da proibição da comercialização e plantio de drogas 
em todo território nacional. Mas apresenta uma situação excepcional que poderia 
gerar uma atipicidade. Vejamos o citado artigo em sua literalidade: 
Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o 
plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais 
possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de 
autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção 
de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a 
respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso. 
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos 
vegetais referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou 
científicos, em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização, 
respeitadas as ressalvas supramencionadas. 
 
Consoante ao art. 2º da lei n.º 11.343/2006, as substâncias psicotrópicas derivadas 
das plantas de uso estritamente ritualístico-religioso são ressalvadas quando ocorrer 
o enquadramento do agente nos crimes previstos nessa lei, desde que sejam utilizadas 
para essa finalidade. 
 
 
Temos como exemplo de planta com substâncias psicotrópicas usada para o ritual 
religioso a Ayahuasca [(do quíchua aya, que significa ‘morto’, ‘defunto’, ‘espírito’ e 
waska, ‘cipó’, podendo ser traduzido como “cipó do morto”, ou “cipó do espírito”), 
também conhecida como hoasca, daime, iagê, santo-daime, vegetal e mariri] é umabebida psicotrópica produzida a partir da combinação da videira Banisteriopsis 
caapicom com várias plantas, em particular a Psychotria viridis e a Diplopterys 
cabrerana. Nesse caso, o chá de santo-daime, a partir dessa combinação de plantas 
para fins rituais religiosos, vai gerar a atipicidade tanto para quem está produzindo, 
como para quem está tomando. 
 
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Os rituais que utilizam substâncias psicotrópicas mais difundidos hoje no Brasil são o 
Santo Daime e a União Vegetal, mas deverá gerar atipicidade da conduta do agente, 
todas as substâncias que forem usadas com base no art. 2º supracitado e, também, 
na Convenção de Viena ratificada pelo Brasil com essa finalidade. 
 
Todavia, cabe ressaltar que, o indivíduo que consumir o chá terá que permanecer no 
recinto no qual ocorre o ritual, uma vez que não será amparado pela atipicidade se, 
por exemplo, sair para conduzir veículo automotor estando sob o efeito da substância. 
Ele poderá nesse caso ser responsabilizado criminalmente pelo artigo n.º 306 do CTB, 
que fala do crime de conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora 
alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa. Ainda, se 
o agente conduzir uma embarcação ou aeronave logo após o consumo de drogas e 
gerar perigo em conformidade de outro ele pode responder pelo art. 39 da Lei de 
Drogas. 
 
Agora, portando a caneca para tomar o chá, a conduta dele é atípica, não é 
configurada, estando embasada no art. 2º, bem como na Convenção de Viena, que o 
Brasil ratificou e incorporou em nosso ordenamento jurídico. 
 
2.5 CONDUTA EQUIPARADA – PLANTIO PARA CONSUMO PESSOAL 
 
De acordo com o § 1° do art. 28, às mesmas medidas submete-se quem, para seu 
consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de 
pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física 
ou psíquica. 
 
A principal diferença entre a conduta prevista no caput e no § 1º do art. 28 é que, no 
crime de porte para consumo próprio, o objeto material é a droga em si. Já no crime 
de cultivo para consumo próprio, o objeto jurídico são as plantas destinadas para a 
preparação de drogas. 
 
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Ambas as condutas são classificadas como crimes de conteúdo variado, tipo misto 
alternativo ou de ação múltipla, pois a ação pode ser praticada através de diversas 
condutas, mas pouco importa quantos verbos o sujeito praticou, responderá por 
apenas um crime. 
 
Caso ele seja pego com uma semente que possui um princípio ativo para a produção 
de uma droga não há como enquadrar no art. 28, pois ele cita a droga produzida, 
entretanto o § 1° cita plantas e a semeação, caso o indivíduo for pego portando 
semente, ele responderá pelo art. 28 § 1° da lei de drogas, ficando provavelmente 
configurado para consumo próprio. 
 
Diferentemente, se ele é pego enviando a semente através do correio, nesta prática é 
considerado tráfico e em vez de responder pelo tráfico por equiparação, tendo em 
visto objetos materiais o que prevalece é que este indivíduo irá responder pelo tráfico 
do art. 33, prevalecendo a jurisprudência que se enquadraria no art. 28 § 1° e não no 
art. 28. 
 
Segundo o § 7° o juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do 
infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente 
ambulatorial, para tratamento especializado. 
 
Há a competência para julgar o porte para consumo próprio na modalidade para 
equiparação a competência para julgar do Juizado Especial Criminal, conhecido como 
Jecrim. Afirmação que possui fundamentação no art. 48 §2° o qual fala que o 
indivíduo pode ser encaminhado para o Juizado Especial Criminal, regra geral vai ser 
estadual 
 
Tem alguma possibilidade de ser julgado pelo Juizado Especial Criminal Federal? A 
doutrina trará um exemplo que se ele estiver praticando porte para consumo próprio 
por exemplo em navios ou aviões poderia ser encaixada a competência da Justiça 
Federal. Caso o indivíduo seja pego portando para consumo próprio e praticou essa 
conduta dentro de um navio, sendo competência da Justiça Federal a qual julga os 
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crimes que devem ser praticados a bordo de navios, aeronaves e entre outros. 
 
 Um exemplo a se pegar é o art. 48 § 2°, o indivíduo que está 
portando a droga não pode ser preso em flagrante, sendo 
composta de fases a prisão em flagrante este indivíduo pode 
ser capturado, a polícia chega e faz à revista pessoal e se 
identificar que está portando droga para consumo próprio o 
captura e faz a condução coercitiva. Quando chega na delegacia 
não terá a necessidade ser lavrado um auto de prisão em 
flagrante o (APF), basta lavrar em um termo circunstanciado de 
ocorrência, o ideal é ser encaminhado para o juizado, mas como 
não dá para ser feito e encaminhado para o juizado irá para 
uma delegacia e ao invés de se instaurar inquérito, é elaborado 
um termo circunstancial de ocorrência. 
 
O art. 28, a Lei de Drogas é uma infração de menor potencial ofensivo e o 
entendimento do STJ, cabe a suspensão condicional do processo e cabe também a 
transação penal por ser uma infração de menor potencial ofensiva. Caso o indivíduo 
chegue na delegacia e se recuse a assinar o termo circunstanciado dizendo a respeito 
da regra geral, se alguém estiver praticado um crime de menor potencial ofensivo e 
se recusar a assinar o termo circunstanciado, cabe a prisão em flagrante. Essa regra no 
art. 28, pelo fato de não ter trazido a pena privativa de liberdade, não cabe a prisão 
em flagrante e se ele se recusar, não pode ser preso em flagrante. Restando ao policial 
fazer a identificação dele e continuando o procedimento tranquilo, diferentemente 
acontece se o indivíduo o desacata, neste caso a prisão em flagrante pode ocorrer. 
 
No art. 29 afirma que na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II 
do § 6° do art. 28, o juiz, atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o número 
de dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40 nem superior a 100, atribuindo 
depois a cada um, segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um trinta 
avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo, quando refere-se ao inciso II 
alude a multa. 
 
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
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2.6 CRITÉRIO LEGAL PARA DISTINGUIR TRÁFICO DE CONSUMO PESSOAL 
 
 
 
§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e 
à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, 
às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente. 
 
 
Para diferenciarmos tráfico de drogas e consumo próprio de drogas, a legislação 
trouxe os seguintes critérios: 
 
 
a) natureza da droga; 
b) quantidade da droga; 
c) local onde foi apreendida ou encontrada; 
d) circunstâncias em que se desenvolveu a ação; 
e) circunstâncias sociais e pessoais do agente; 
f) conduta pessoal e antecedentes do agente. 
 
 
2.7 PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS INDEPENDETES 
Segundo o art. 28, aquele que adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou 
trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo 
com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: 
I - Advertência sobre os efeitos das drogas; 
II -Prestação de serviços à comunidade; 
III -Medida educativa de comparecimento à programa ou curso educativo. 
 
O inciso I foi decidido pelo Fórum Nacional de Juizados Especiaise deve ser 
aplicado por um magistrado, acompanhado de uma pessoa capaz que tem a função 
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de advertir o indivíduo sobre os efeitos que as drogas podem causar no ser humano. 
 
Em contrapartida, a prestação de serviços à comunidade, disposta no inciso II é 
caracterizada como uma pena restritiva de direitos, que deverá ser cumprida em 
programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, 
estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se 
ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários 
e dependentes de drogas, nos termos do § 5º do art. 28 da Lei de Drogas. Além 
disso, note que o tipo penal não estabelece a carga horária a ser cumprida, sendo 
assim utilizamos de forma subsidiaria o Código Penal, no que diz respeito à prestação 
de serviço à comunidade como pena restritiva de direito, trazendo a carga horária de 
1 hora por dia ou semanal. 
 
Por fim, no III inciso a medida educativa de comparecimento a um programa ou curso 
educativo pode ser cumprida em qualquer tipo programa, embora o ideal seja algo 
voltado para a reabilitação de pessoas viciadas. 
 
Além disso, é importante lembrar que nos incisos II e III se o indivíduo for primário, 
ou seja, se não tiver outra condenação transitada em julgado, as penas serão aplicas 
até o máximo de 05 meses. No entanto, no caso do sujeito ser reincidente o período 
será em dobro, aplicando-se as penas dos incisos II e III pelo prazo máximo de 10 
meses. 
 
O indivíduo que descumpre a pena que foi imposta, seja ela a do inciso I, II ou III, 
caberá ao juiz submetê-lo, sucessivamente a uma admoestação verbal ou multa (art. 
28, § 6º). É importante destacar o termo sucessivamente, pois a penalidade se 
aplicada em ordem, primeiro o sujeito será admoestado verbalmente (advertência, 
censura, reprimenda mais severa) e, posteriormente, caso o indivíduo continue 
descumprindo a medida, será aplicado a multa. 
 
Neste caso, a multa não é aplicada como pena, mas como uma espécie de 
consequência pelo fato de o indivíduo ter descumprido à medida que lhe foi imposta. 
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
TRATAMENTO DO DEPENDENTE 
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O não pagamento da multa não enseja a prisão do sujeito, afinal ela não é pena, assim 
o valor será executado através da Procuradoria da Fazenda. Por fim, é válido 
mencionar que, mesmo o descumprimento total da pena e das medidas impostas ao 
sujeito, não acarretará a conversão da pena restritiva de direitos em privativa de 
liberdade. 
 
 
2.7.1 DESCUMPRIMENTO DA PENA FIXADA 
 
A Lei de Drogas indica que para a garantia da pena aplicada poderão ser utilizadas a 
admoestação verbal e a fixação de multa. 
 
 
§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos 
I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente 
a: 
 
I - admoestação verbal; 
II - multa. 
 
 
3 TRATAMENTO DO DEPENDENTE 
 
O juízo pode determinar ao Poder Público que coloque à disposição do usuário de 
drogas o tratamento em clínicas. 
 
Não é uma situação que possa ser imposta pelo juízo criminal, visto que não prevista 
como pena. 
 
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
FIXAÇÃO DA MULTA 
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§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente, 
estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado. 
 
 
 
4 FIXAÇÃO DA MULTA 
 
Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do §6º do artigo 28, o juiz, 
atendendo à reprovação da conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade nunca 
inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segunda a 
capacidade econômica do agente, o valor de 1/30 até 3 (três) vezes o valor do maior salário 
mínimo. 
 
Os valores decorrentes da imposição de multa a que se refere o §6º do artigo 28 serão 
creditados à conta do FUNDO NACIONAL ANTIDROGAS. 
 
 
Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do § 6º do art. 28, o juiz, 
atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade nunca 
inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a 
capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior 
salário mínimo. 
 
Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da multa a que se refere o § 6º do art. 
28 serão creditados à conta do Fundo Nacional Antidrogas. 
 
 
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
PRESCRIÇÃO DAS PENAS 
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5 PRESCRIÇÃO DAS PENAS 
 
Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das penas, observado, no 
tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 117 e seguintes do Código Penal 
(Art. 30). Caro aluno destaque o art. 30, pois ele cai muito em concurso, sendo os 
que mais caem o art. 33, 41 e 28. Este artigo 30 só será aplicado para o artigo 28 
caput e para o art. 28 § 1° só é aplicada para esses dois crimes, o menor prazo 
prescricional que temos hoje especificamente na lei de drogas é o porte para consumo 
próprio e por equiparação tendo em vista que a mudança do objeto material e das 
condutas, prazo prescricional desses crimes são dois anos. 
 
Não se observa o prazo que está previsto no Código Penal para prescrição e sim 
observa-se para prestação a própria Lei de Drogas no art. 30, prazo constitucional 
observa-se o art. 30 da Lei de Drogas, mas em termo de causas interruptivas consulta-
se o Código Penal no art. 117. 
 
 Uma questão que a sua prova pode trazer é “No caso do porte 
para consumo próprio o prazo da prescrição é observado no 
Código Penal?” esta é uma afirmativa errada, pois a regra geral 
tratando-se de prazo prescricional, segue disposto no Código 
Penal, mas se a questão trás especificamente observe quem está 
na lei. A lei afirma que para o consumo próprio por equiparação 
são dois anos, é esse prazo que você irá seguir o prazo 
prescricional, sendo as causas interruptivas previstas no Código 
Penal. 
 
Caso haja uma questão que afirme que o prazo prescricional do 
porte para consumo próprio é de dois anos e as causas 
interruptivas também estão previstas na Lei de Drogas, é uma 
afirmação errônea, pois as causas possuem objetivos de 
previsão no Código Penal. 
 
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
POSSIBILIDADE DE TRANSAÇÃO PENAL 
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6 POSSIBILIDADE DE TRANSAÇÃO PENAL 
 
 
Segundo o art. 48 o procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste 
Título rege-se pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as 
disposições do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal. Irá seguir o 
procedimento penal previsto na Lei de Drogas, pois é uma lei específica e naquilo que 
ela for omissa aplica-se subsidiariamente o Código de Processo Penal e a Lei de 
Execução Penal. 
 
§ 1° O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei, salvo 
se houver concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será 
processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 
de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais. 
§ 2° Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão 
em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao 
juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele 
comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as 
requisições dos exames e perícias necessários. 
 
O crime previsto no artigo 28 da lei de Drogas e o porte para consumo próprio é 
uma infraçãode menor potencial ofensivo, sendo a competência para julgar o crime 
a Jecrim, Juizado Especial Criminal. Se ele for praticado sozinho, vai para a 
competência do Jecrim a não ser se tiver o concurso entre o 33 até o 37 é o que diz 
a lei. Há situações em que podem ocorrer o concurso do 28 com o artigo 33 §3°, 
neste artigo a pena privativa de liberdade é uma pena de detenção de 06 meses que 
pode chegar até 01 ano. O crime do artigo 28 para o consumo próprio tem pena 
privativa de liberdade e quando acumulado com esse crime de tráfico de menor 
potencial ofensivo artigo 33 §3 a competência continuará sendo do Jecrim, pois o 
somatório da pena privativa de liberdade no máximo será de um ano. Para ser 
considerada uma infração de menor potencial ofensivo, a pena será igual ou inferior 
há 02 anos e nesse caso, acumulando esses dois crimes, será da competência do 
Jecrim. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm#art60
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm#art60
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
POSSIBILIDADE DE TRANSAÇÃO PENAL 
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 O artigo 28 praticado sozinho é a Competência do Juizado 
Especial Criminal, poderá sair da competência do Jecrim se vier a 
ser praticado em concurso com o artigo 33 até o 37. Por 
exemplo, o traficante comercializava a droga e estava portando 
para consumo próprio nada o impede de responder pelo tráfico 
em concurso com o crime de porte para consumo próprio, sendo 
que, a competência tanto do tráfico como do porte para consumo 
sairá da esfera de atribuição do Juizado Especial Criminal 
 
 
O artigo 28 §2° afirma que não se imporá a prisão em flagrante, insinuando que o 
indivíduo na condição de policial pode prender com base no artigo 301 do código 
Processo Penal, mas suponhamos que o indivíduo porta drogas para o consumo 
próprio, se pode prendê-lo em flagrante, pois esta prisão é dividida em fases, o que 
não será permitido com base na lei é a lavratura do auto de prisão em flagrante. 
Entretanto se pode fazer a prisão, capturando e conduzindo coercitivamente pela lei 
o levando para o juízo, não sendo possível o Jecrim irá para a delegacia. 
 
A lei orienta que, primeiro se encaminha ao juizado e não sendo possível há o 
encaminhamento para a Delegacia de Polícia, chegando à Delegacia de Polícia ao 
invés da autoridade policial lavrar o auto de prisão em flagrante, a autoridade lavra 
um termo circunstanciado. Então o que não é feito é a lavratura do APF (Auto de Prisão 
em Flagrante), mas se pode capturar e conduzir, só não poderá lavrar o auto de prisão 
em flagrante, ficando claro que, não há a lavratura de auto de prisão em flagrante. 
 
 
 
Caso caia uma questão a qual afirme que “não se impõe à prisão 
em flagrante” pode marcar como correta, pois você deve 
destrinchar o artigo e combinar com a leitura do texto. 
 
 
Um detalhe muito importante é que se praticado uma infração de menor potencial 
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
POSSIBILIDADE DE TRANSAÇÃO PENAL 
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ofensivo, esquecendo a lei de drogas neste primeiro momento, o indivíduo praticou 
uma infração de menor potencial ofensivo e foi conduzido para a delegacia, chegando 
na delegacia não será instaurado um inquérito, pois é uma infração de menor 
potencial. Com base no artigo 69 da Lei 9099 ao invés da autoridade policial prender 
em flagrante, ou seja, lavrar o auto de prisão em flagrante ele lavrará um termo 
circunstanciado, ocasionando no indivíduo a se comprometer a comparecer ao 
juizado em hora marcada. Caso o cidadão se recuse a assinar o termo circunstanciado, 
através da Lei 9099 afirma que na recusa de assinar o termo circunstanciado a 
prisão em flagrante pode ser feita, ou seja, será lavrado a PF, pois se recusou a 
assinar o termo circunstanciado. Nesse caso, uma vez em que a autoridade policial 
lavrar o auto de prisão em flagrante já se pode arbitrar fiança. 
 
Tratando do art. 28 da Lei de drogas de porte para consumo próprio, o indivíduo 
que se recusar a assinar o termo circunstanciado não se porá a prisão em 
flagrante, pois esse crime do artigo 28 não possui pena privativa de liberdade, não 
há reclusão e nem detenção. Observe que as penas são advertências, prestações de 
serviços à comunidade, comparecimento à programa ou curso educativo e entre 
outros, não há detenção e reclusão, por isso não pode ser lavrado a PF mesmo na 
recusa em assinar um termo circunstanciado e o procedimento nesse caso, é que a 
autoridade policial faça a identificação desse indivíduo e siga com os demais trâmites. 
 
§ 3° Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2° deste 
artigo serão tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em que 
se encontrar, vedada a detenção do agente. 
 
§ 4° Concluídos os procedimentos de que trata o § 2° deste artigo, o agente 
será submetido a exame de corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade 
de polícia judiciária entender conveniente, e em seguida liberado. 
 
§ 5° Para os fins do disposto no art. 76 da Lei no 9.099, de 1995, que dispõe 
sobre os Juizados Especiais Criminais, o Ministério Público poderá propor a 
aplicação imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser especificada na 
proposta. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm#art76
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
POSSIBILIDADE DE TRANSAÇÃO PENAL 
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O artigo 76 da Lei no 9.099 traz o instituto despenalizado da transação penal, 
afirmando que o indivíduo que praticou o porte para consumo próprio pode ser 
oferecido para uma transação penal, com base neste artigo. O artigo 49 trata de 
condutas tipificadas nos arts. 33, caput e § 1°, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que 
as circunstâncias o recomendem, empregará os instrumentos protetivos de 
colaboradores e testemunhas previstos na Lei no 9.807, de 13 de julho de 1999. 
 
Este artigo fala referente aos crimes previstos nos arts. 33 até o 37 especificando, 
faltando apenas os constantes nos § 2° e 3°. Essa lei proporcionará proteção a 
testemunhas e vítimas de crimes, trazendo os institutos necessários para que o 
indivíduo venha a ser beneficiado, como é o caso de denúncia de uma organização 
criminosa. Essa pessoa merece a proteção do Estado, trocando o nome dela o Estado 
fornecerá o auxílio. 
 
6.1 JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA 
 
➔ A condenação pelo art. 28 da Lei 11.343/2006 (porte de droga para uso próprio) 
não configura reincidência. 
 
 
➔ O princípio da insignificância não se aplica aos delitos de tráfico de drogas e porte 
de substância entorpecente para consumo próprio, pois trata-se de crimes de perigo 
abstrato ou presumido. 
 
➔ A comprovação da materialidade do delito de posse de drogas para uso próprio 
(artigo 28 da Lei n. 11.343/06) exige a elaboração de laudo de constatação da 
substância entorpecente que evidencie a natureza e a quantidade da substância 
apreendida. 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9807.htm
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Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
(IN)CONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 28 
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7 (IN)CONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 28 
 
 
 
➔ STF, RE 430.105, julgado em 13/02/2007: não houve descriminalização da conduta 
de porte de substância entorpecente para consumo pessoal, mas mera 
“despenalização”. 
 
 
Atualização: Está suspenso o julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 635.659, 
com repercussão geral, no qual se discute a constitucionalidade da criminalização do 
porte de drogas para consumo próprio. 
 
8 TRÁFICO DE DROGAS 
O art. 33 trazespecificamente o crime de tráfico propriamente dito, porque, a lei de 
drogas não falou que no art. 33 é o crime de tráfico, é um entendimento trazido pela 
doutrina e pela jurisprudência. 
 
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, 
vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, 
guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda 
que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal 
ou regulamentar: 
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 
(quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. 
Comentários: Importar significa trazer drogas de fora para o território 
nacional. Exportar é mandar droga do território nacional para o exterior, 
lembrando que na conduta importar e exportar vai ser tráfico com 
aumento de pena. Remeter é fazer remessas de um estado para o outro 
e isso pode ocorrer no tráfico interestadual, utilizar os Correios para fazer 
remessas. A conduta adquirir se consuma de forma instantânea e tem 
um julgado do STJ que entende que a consumação da conduta de 
adquirir em termos de tráfico, se consuma a partir do momento que é 
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Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
TRÁFICO DE DROGAS 
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feita a aquisição, mesmo se o indivíduo não recebe a droga. 
 
O bem jurídico tutelado ou objetividade jurídica no crime de tráfico é a saúde pública 
no art. 33. O Sujeito Ativo pode ser qualquer pessoa, em regra geral, é crime comum, 
exceto na conduta que prescrever, dessa forma, só quem pode prescrever é: o médico 
e o dentista, portanto, vai ser responsabilizado pelo tráfico doloso, porque se há uma 
prescrição culposa da droga, responde pelo art. 38 previsto na Lei 11.343 de 2006. 
 
Agora, no que diz respeito a ministrar e inocular, entende que não seja crime próprio, 
porque inocular qualquer pessoa pode aplicar a droga na outra. 
 
O STJ tem um julgado sobre o seguinte caso: o indivíduo está fazendo o exercício 
ilegal da medicina, além de estar exercendo ilegalmente a medicina, ele fez a 
prescrição de drogas, dessa forma, o STJ entende que nesse caso será respondido pelo 
art. 282 do Código Penal no exercício ilegal da medicina + o crime de tráfico ilícito de 
drogas, respondendo em concurso material. O Sujeito Passivo no crime de tráfico é 
a coletividade, sendo um crime vago. 
Vender substância geradora de dependência para criança ou adolescente: 
 
1a hipótese 2a hipótese 
Substância prevista na portaria 344 SVS/MS Substância não prevista na portaria 344 
SVS/MS 
Art. 33 da lei 11343/2066 Art. 243 do ECA (lei 8069/1990) 
Por exemplo: maconha Por exemplo: cola de sapateiro, thiner, etc... 
Vai incidir a majorante do art. 40, inc. VIII, da 
lei 11343/2006 
 
 
Então, vender droga para que essa adolescente é tráfico com aumento de pena, não 
é tráfico qualificado. 
 
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
TRÁFICO DE DROGAS 
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No que diz respeito à conduta, o crime de tráfico pode ser classificado como tipo 
misto alternativo, também pode ser chamado de crime de conteúdo variado ou então 
crime de ação múltipla. Se no mesmo contexto fático o indivíduo pratica mais uma 
conduta, ele responde por apenas um tipo penal. 
Exemplo: O indivíduo foi lá e fez a aquisição da droga (conduta adquirir) 
e colocou essas drogas no carro e realiza o transporte (conduta 
transportar), adiante, ao chegar no local de destino, ele guarda essa 
droga, no sentido de ocultar (conduta guardar), nesse caso, ele 
responderá por crime único, porque o tráfico é considerado, no que diz 
respeito as condutas, o crime de ação múltipla tipo misto alternativo é o 
crime de conteúdo variado. 
 
Na Lei de Drogas, o art. 33 traz 18 condutas, dessas, vão ter condutas que vão incidir 
causa de aumento de pena. As condutas importantes nessa lei, são a de importar e 
exportar, que pode ocasionar em responder por tráfico com o aumento de pena que 
pode ser majorada de 1/3 até 2/6, aplicando o art. 33, que será combinado com o art. 
40, inc. I, além disso, será analisado a súmula 607 do STJ: no caso do tráfico 
internacional, não precisa de ultrapassar fronteiras dos países, e nem precisa ter uma 
ligação com agente de outro outro país. Basta ficar evidenciado que a intenção era 
transportar a droga para o exterior ou trazer essa droga do exterior para o Brasil, já se 
configura e tanto o tráfico internacional na conduta importar como exportar, tendo 
como competência para julgar, a Justiça Federal. 
Exemplo: O indivíduo está no aeroporto com o talão de embarque 
destino à Dinamarca; e, ele vai levar a droga do Brasil para a Dinamarca, 
ou seja, ele quer realizar a exportação. Antes dele conseguir embarcar ele 
é preso no aeroporto, assim sendo, já está configurado o tráfico 
internacional, porque tinha destino certo. 
 
No art. 40, inc. I fala da transnacionalidade, que não precisa ter um país determinado 
para levar a droga, sendo quando ultrapassa a fronteira do Brasil. 
Exemplo: O indivíduo está com drogas no barco e ultrapassou a faixa do mar 
territorial e já ingressou em águas jurisdicionais de outro país, ocorreu a 
transnacionalidade e já configura especificamente esse tráfico com aumento de 
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
TRÁFICO DE DROGAS 
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pena. 
 
8.1 Circunstâncias Indicativas do Tráfico 
O artigo 52 da Lei de Drogas apresenta as circunstâncias indicativas do tráfico: 
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de 
polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo: 
I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a 
levaram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da 
substância ou do produto apreendido, o local e as condições em que se 
desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a 
qualificação e os antecedentes do agente; 
 
Portanto, as circunstâncias são: 
A) Quantidade e natureza da substância; 
B) Local e as condições em que se desenvolva a ação criminosa; 
C) Circunstâncias da prisão; 
D) A conduta, a qualificação e os antecedentes do agente. 
 
O Elemento subjetivo do crime de tráfico é o dolo, ou seja, o crime de tráfico é um 
crime doloso sem a necessidade do especial fim de agir. (O único crime culposo 
previsto na lei de drogas é o art. 38). O crime de tráfico se consuma com a prática da 
conduta vai se consumar com a prática da conduta, tendo em vista de ser classificado 
como crime de mera conduta. No momento consumativa, deve-se observar se o crime 
é formal, se o crime é material ou se o crime é de mera conduta. O tráfico é o crime 
de mera conduta, ou seja, praticou a conduta independentemente de qualquer 
resultado crime estar consumado. 
 
Se o indivíduo pratica o tráfico de forma reiterada, é da essência do tráfico o indivíduo 
praticar o tráfico de forma reiterada na prática da conduta. O crime de tráfico não 
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
TRÁFICO DE DROGAS 
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demanda habitualidade para se consumar, ou seja, ele é um crime que se consuma 
com a prática da conduta, no entanto, ele é um crime de habitualidade impróprio, 
porque, apesar de não precisar da habitualidade para se consumar, como regra, é 
praticado de forma reiterada, mas o indivíduo vai responder por apenas um crime. 
 
Consuma-se com a prática dos núcleos (não se exigindo efetivo ato de tráfico – Ex.: 
guardar para o tráfico). Vão ter determinadas condutas previstas no art. 33 que são 
condutas que prolonga-se no tempo, demandando crime permanente, isto é, se vier 
uma lei posterior e trouxer uma consequência criminal mais grave, o indivíduo vai 
respondercom base na lei mais grave, tendo em vista porque a conduta dele está se 
prolongando. 
 
8.2 Concurso de Crimes 
No tráfico cabe concurso de crimes do contrato, como, por exemplo, pode acontecer 
do indivíduo responder pelo furto. 
Exemplo: O indivíduo subtraiu drogas de um laboratório, de um 
depósito, de uma polícia federal e/ou de uma polícia civil, nesse caso 
quem responde pelo furto e pela conduta de subtrair. E, depois, se ele 
começar a vender ele responde pela venda e pelo crime de tráfico. 
Lembrando que, se já houve a pesquisa desse trajeto que ele fez da 
subtração da droga até o local de destino e não vendeu a droga, ele só 
responderá pelo furto, mas se fez a subtração e depois fez a venda, será 
enquadrado no furto em concurso com o tráfico. 
 
Tráfico em concurso com receptação: se por acaso o indivíduo trocar um próprio bem 
imóvel, por exemplo, para realizar a troca por alguma droga, ele somente responderá 
por porte. Mas, se para fazer o consumo da droga, o indivíduo furtou a geladeira de 
um vizinho, por exemplo, e está vendendo a mesma e, pela natureza da pessoa que 
subtraiu o traficante tem que perceber, porque ele pode responder por crime de 
receptação dolosa ou culposa mais o crime de tráfico. 
 
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
TRÁFICO DE DROGAS 
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Pode ter tráfico e organização criminosa, pode ser o tráfico lavagem de capitais, pode 
ter o tráfico mais sonegação tributária. O tráfico é crime equiparado a hediondo, de 
acordo com o art. 2° da Lei 8,072/1990. 
 
O Entendimento do STJ, com base na 11.343/2006, equiparados ou assemelhados a 
hediondo só tem dois: 
• art. 33 caput: o tráfico propriamente dito. 
• Art. 33, §1°: o tráfico por equiparação. 
 
 
8.3 NÚCLEO DO TIPO 
 
- Importar: é proporcionar o ingresso irregular da droga no território nacional; 
 
- Exportar: significa levar para fora do Brasil; 
 
- Remeter: enviar a algum lugar, porém dentro do território nacional; 
 
- Preparar: significa obter algo por meio da composição ou decomposição de 
elementos; 
 
- Produzir: significa dar origem a algo antes inexistente; 
 
- Fabricar: consiste na produção em grande escala, por meio de equipamentos e 
maquinário próprio; 
 
- Adquirir: é a obtenção da propriedade de alguma coisa, de maneira gratuita ou 
onerosa; 
 
- Vender: significa alienar mediante contraprestação; 
 
- Expor à venda: consiste em apresentar, colar à mostra para fins de alienação; 
 
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
TRÁFICO DE DROGAS 
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- Oferecer: significa ofertar como presente, sem intenção de venda, geralmente de 
forma gratuita; 
 
- Ter em depósito: consiste em manter em reservatório ou armazém, conservando a 
coisa. 
 
- Transportar: consiste em levar a droga de um lugar para outro; 
 
- Trazer consigo: transportar junto ao corpo; 
 
- Guardar: tomar conta da droga, protegendo, tendo-a sob vigilância, geralmente por 
meio de ocultação; 
 
- Prescrever: significa receitar, indicar; 
 
- Ministrar: é introduzir no organismo de alguém substância entorpecente, por 
qualquer meio. 
 
- Entregar a consumo: norma de encerramento que visa abarca toda e qualquer 
conduta relacionada à traficância que não possa ser enquadrada nas modalidades 
anteriores, diferenciando-se do fornecimento por consistir em tradição da droga a 
terceiro praticada de maneira isolada, única, esporádica; 
 
- Fornecer: significa prover, entregar, abastecer, distinguindo-se da entrega a 
consumo por trazer ínsita a ideia de continuidade no tempo, ou seja, de uma tradição 
contínua durante certo período. 
 
 
 
8.4 ELEMENTO SUJETIVO 
 
O crime de tráfico de drogas é punido exclusivamente a título de dolo, ou seja, deve 
o agente ter consciência e vontade de praticar qualquer dos verbos nucleares. 
 
A tipificação do tráfico dispensa a presença de qualquer elemento subjetivo específico, 
diversamente do crime do artigo 28 da Lei de Drogas. 
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
TRÁFICO DE DROGAS 
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8.5 CRIMES EQUIPARADOS AO TRÁFICO DE DROGAS 
 
 
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: 
 
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, 
tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem 
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, 
insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas; 
 
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal 
ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de 
drogas; 
 
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, 
guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem 
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito 
de drogas. 
 
IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à 
preparação de drogas, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou 
regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis 
de conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art10
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
TRÁFICO DE DROGAS 
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8.6 PARTICIPAÇÃO NO USO INDEVIDO DE DROGAS 
 
 
§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: (Vide ADI nº 4.274) 
 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa. 
 
➔ O STF reforçou a legalidade dos eventos chamados "marcha da maconha", que 
reúnem manifestantes favoráveis à descriminalização da droga. Por unanimidade, 
os ministros decidiram que esse tipo de manifestação não pode ser considerado 
crime previsto no artigo 33, parágrafo 2º, da lei de tóxicos, o que configuraria 
afronta aos direitos de reunião e de livre expressão do pensamento, previstos na 
CF/88. 
 
 
 
8.7 CESSÃO GRATUITA E EVENTUAL DE DROGAS PARA CONSUMO 
COMPARTILHADO 
 
 
§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, 
para juntos a consumirem: 
 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil 
e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28. 
 
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADIN&s1=4274&processo=4274
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
TRÁFICO PRIVILEGIADO 
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8.8 CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA 
 
 
§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de 
um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o 
agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem 
integre organização criminosa. (Vide Resolução nº 5, de 2012) 
 
 
9 TRÁFICO PRIVILEGIADO 
 
No artigo 33 § 4° afirma que nos delitos definidos no caput e no § 1° deste artigo, as 
penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas 
restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não 
se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. 
Seus requisitos são: 
✓ Agente primário de bons antecedentes; 
✓ Não se dedique as atividades criminosas; 
✓ Não integre organização criminosa. 
É importante ressaltar que faltando um deles esqueça a possibilidade do privilégio. 
 
A frase “vedada a conversão em penas restritivas de direitos” está riscada, pois o 
Supremo Tribunal Federal decidiu que é inconstitucional essa proibição da conversão 
da penaprivativa de liberdade restritiva de direito. 
 
Esses requisitos são requisitos subjetivos, gera para o agente que preenche todos os 
requisitos o direito subjetivo de exigir o privilégio, não é uma faculdade do juiz 
fornecer essa diminuição de pena. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Congresso/RSF-05-2012.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Congresso/RSF-05-2012.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Congresso/RSF-05-2012.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Congresso/RSF-05-2012.htm
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
TRÁFICO PRIVILEGIADO 
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E sim um direito subjetivo da pessoa que venha preencher todos os requisitos do 
artigo 33 § 4° para adequar e ser beneficiado com essa causa de diminuição de pena. 
 
Lembre-se aluna(o) que o indivíduo que é portador da primariedade não basta ser 
primário, a lei deixa claro que se deve ser portador de bons antecedentes, pois pode 
se deparar com a figura do indivíduo que é primário, mas é portador de maus 
antecedentes. Nesse caso, não seria beneficiado com o tráfico privilegiado, o segundo 
requisito é não se dedicar a atividades criminosas. 
 
Se ele pratica o crime de tráfico em concurso com o crime de associação para o 
tráfico não será beneficiado com o tráfico privilegiado, questionando quem se dedica 
à atividade criminosa se o indivíduo praticou tráfico em concurso com outro crime ele 
não será beneficiado. O STJ decidiu que a variedades de substâncias de drogas que o 
indivíduo possui a traficar é um sinônimo que se dedica à atividade criminosa. Observe 
que então se o indivíduo possuir uma variedade de drogas na apreensão é definido 
como tráfico privilegiado pela quantidade e diversidade de drogas, não sendo 
definido para ele o tráfico privilegiado. 
 
No que diz respeito à “não integrar a organização criminosa”, é importante 
compreender, pois fica evidente que o indivíduo ocasionalmente não é considerado 
um integrante de uma organização criminosa, pois pode ser uma mula a qual o 
indivíduo pega a droga para repassar, tentando arrumar um dinheiro. Para saber se 
poderá ser integrado em uma organização criminosa deve-se observar se preencherá 
os requisitos da lei de organização criminosa no art. 1º § 2°, artigo este de assunto 
sobre a organização criminosa, pois ser uma mula não condiz com a afirmação de que 
é um integrante de uma organização criminosa. 
 
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
TRÁFICO PRIVILEGIADO 
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 Um indivíduo praticou o tráfico privilegiado e preencheu 
todos os requisitos, mas o crime que cometeu era de tráfico 
internacional e preenche os requisitos do art. 33 § 4°. Pelo 
fato de ter praticado tráfico internacional e transnacional o 
que é uma causa de aumento de pena, com base no art. 40 
inciso 1° da lei de drogas, ele pode ser beneficiado com a 
diminuição de pena do art. 33 § 4°? Pode, pois o juiz quando 
for aplicar a pena vera as causas e diminuição de pena para 
fazer a compensação, nada impede o indivíduo que praticou 
tráfico internacional ser beneficiado com o tráfico 
privilegiado, tendo uma compensação na hora que o juiz fixar 
a pena. 
 
Um detalhe importante em termos de concursos que se deve tomar cuidado é que 
algumas questões irão citar apenas alguns requisitos, por exemplo, o indivíduo pode 
ser beneficiado com o tráfico privilegiado se for agente primário, portador de bons 
antecedentes e não se dedicar à atividade criminosa. Observe que o banco esqueceu 
de colocar a não integração a organização criminosa, analise o perfil da banca, pois 
algumas bancas não trazem todos, mas se não trazer uma palavra restritiva a questão 
não vai estar errada. Entretanto é de acordo com cada banca, a banca CESPE se trouxer 
uma questão incompleta, mas não trouxe nenhuma palavra restritiva pode marcar 
como certo. 
 
Se ela afirmar que “o indivíduo pode se beneficiar com o tráfico privilegiado pelo 
fato de ser a gente primário, portador de bons antecedentes e não se dedicar a 
atividade criminosa” está correta, pode trazer da seguinte forma “são requisitos 
necessários uma vez para preencher, vão gerar direito subjetivo para o a gente, 
neste caso irá citar todos” falando que são requisitos cumulativos de forma 
obrigatória. Entretanto, se a questão trazer uma palavra restritiva como por exemplo 
“para o indivíduo ser beneficiado com o privilégio basta ser um agente primário e 
portador de bons antecedentes”, nesse caso, é uma afirmação errônea. 
No julgamento do HC 118.533, Rel. Min. Cármen Lúcia, em 23/06/2016, o Plenário do 
STF decidiu que o tráfico privilegiado de drogas não possui natureza equiparada à dos 
crimes hediondos. 
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
TRÁFICO PRIVILEGIADO 
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Considera-se privilegiado o tráfico quando o agente é primário, tem bons 
antecedentes, não se dedica às atividades criminosas e não integra organização 
criminosa. 
Em tal hipótese, descrita no art. 33, § 4º, da Lei de Drogas, a pena do réu será reduzida 
de 1/6 a 2/3. A decisão da Corte Suprema sobrepôs-se ao que havia decidido o 
Superior Tribunal de Justiça, que entendera ter natureza equiparada a hedionda o 
tráfico privilegiado (Súmula n. 512 — cancelada em 23/11/2016). 
Posteriormente, a Lei n. 13.964/2019 inseriu no art. 112, § 5º, da LEP, regra expressa 
no sentido de que o tráfico privilegiado não possui natureza hedionda ou equiparada. 
Em razão disso, quando o tráfico for considerado privilegiado, serão aplicadas as 
regras da legislação comum. 
 
9.1 JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA 
 
➔ O tráfico de drogas é crime de ação múltipla e a prática de um dos verbos contidos 
no art. 33, caput, é suficiente para a consumação da infração, sendo prescindível a 
realização de atos de venda do entorpecente. 
 
 
➔ Reconhecida a inconstitucionalidade da vedação prevista na parte final do §4º do 
art. 33 da Lei de Drogas, admite-se a substituição da pena privativa de liberdade por 
restritiva de direitos aos condenados pelo crime de tráfico de drogas, desde que 
preenchidos os requisitos do art. 44 do Código Penal. 
 
➔ A causa de diminuição de pena prevista no § 4º do art. 33 da Lei de Drogas só 
pode ser aplicada se todos os requisitos, cumulativamente, estiverem presentes. 
 
 
➔ É possível que a causa de diminuição estabelecida no art. 33, § 4º, da Lei n. 
11.343/06 seja fixada em patamar diverso do máximo de 2/3, em razão da qualidade 
e da quantidade de droga apreendida. 
 
 
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Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 
TRÁFICO PRIVILEGIADO 
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➔ A condenação simultânea nos crimes de tráfico e associação para o tráfico afasta a 
incidência da causa especial de diminuição prevista no art. 33, §4º, da Lei n. 11.343/06 
por estar evidenciada dedicação a atividades criminosas ou participação em 
organização criminosa. 
 
➔ O tráfico ilícito de drogas na sua forma privilegiada (art. 33, § 4º, da Lei n. 
11.343/2006) não é crime equiparado a hediondo. 
 
 
➔ Reconhecida a inconstitucionalidade do § 1º do art. 2º da Lei n. 8.072/1990, é 
possível a fixação de regime prisional diferente do fechado para o início do 
cumprimento de pena imposta ao condenado por tráfico de drogas, devendo o 
magistrado observar as regras previstas nos arts. 33 e 59 do Código Penal.

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