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Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio www.focusconcursos.com.br | 1 | Lei 11.343/06 - Lei de Drogas Apostila única Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio www.focusconcursos.com.br | 2 | Apresentação Olá meus caros amigos concurseiros! Sejam muito bem-vindos ao FOCUS CONCURSOS e ao nosso CURSO DE LEGISLAÇÃO, nele iremos abordar os PRINCIPAIS E RELEVANTES TÓPICOS – AQUELES QUE CONSTUMAM CAIR MAIS EM PROVA - sobre a Lei 11.343/2006, a famosa Lei de Drogas, tópico presente no seu edital. Neste curso estaremos abordando todos os tópicos referentes a esta importante legislação, mesclando diversas formas de trabalhar a matéria, ora utilizando comentários objetivos a “lei seca” e em outros momentos, iremos nos aprofundar com claras e didáticas introduções e apontamentos a conceitos chaves ao entendimento; sempre pensando em gabaritar todas as questões na sua prova, indiferente qual for o seu objetivo. A linguagem utiliza será mais próxima da linguagem oral, falada, pois, nosso objetivo é ter total proximidade com você, meu caro concurseiro. Queremos que haja uma conversa entre nós, portanto, sempre iremos trabalhar para nos esquivarmos do “jurisdiquês”. No decorrer de nossa jornada iremos explorar ao máximo o conteúdo e, ao final de cada assunto, testar nossos conhecimentos com questões de fixação; que estão apenas aqui na apostila (não vamos trabalhar a resolução delas em sala de aula). Diante disso, chamamos de QUESTÕES GABARITADAS. Ao final da apostila, também disponibilizei uma bateria de questões para treinar. Para facilitar seu estudo, disponibilizamos também na LETRA DA LEI que você pode ter aquela leitura rápida e fixar o conteúdo. A grande maioria dos concurseiros conciliam família, trabalho e os estudos e, com uma rotina tão atribulada como esta, poder estudar em qualquer lugar faz todo a diferença. Quem estuda sabe, 5 ou 10 minutos pode sim fazer a diferença. Neste sentido, recomendo a utilização do arquivo na LETRA DA LEI para complementar a leitura deste material. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio www.focusconcursos.com.br | 3 | 1 Roteiro do PDF FOCADO • Material Teórico Escrito (conteúdo para o aluno complementar além das videoaulas. Este material pode conter informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas, claro, com tudo que é necessário para a sua aprovação, com a profundidade necessária – nem mais, nem menos.); • Questões de Sala • Questões para Treinar (são questões extras/bônus ao final da apostila, para o aluno treinar e fixar o conteúdo aprendido. Essas questões fazem parte apenas do material em PDF, logo não são exibidas e nem resolvidas em videoaulas). • Letra da Lei Você pode usar as videoaulas para entender a matéria como um todo e usar os PDFs para complementar e aprofundar ainda mais sobre os temas! E como eu disse, sem enrolação, vamos direto ao conteúdo para o seu concurso. VAMOS NESSA! Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio www.focusconcursos.com.br | 4 | Conteúdo Programático 1 Roteiro do PDF FOCADO ........................................................................................................ 3 EVOLUÇÃO LEGISLATIVA ................................................................................................................ 5 2 Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio .................................................................. 7 3 TRATAMENTO DO DEPENDENTE .......................................................................................... 23 4 FIXAÇÃO DA MULTA ............................................................................................................ 24 5 PRESCRIÇÃO DAS PENAS ...................................................................................................... 25 6 POSSIBILIDADE DE TRANSAÇÃO PENAL ................................................................................ 26 7 (IN)CONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 28 ......................................................................... 30 8 TRÁFICO DE DROGAS ........................................................................................................... 30 9 TRÁFICO PRIVILEGIADO ....................................................................................................... 39 10 Questões de Sala ................................................................................................................. 54 11 QUESTÕES PARA TREINAR ................................................................................................... 75 12 LETRA DA LEI ..................................................................................................................... 121 Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio www.focusconcursos.com.br | 5 | EVOLUÇÃO LEGISLATIVA Antes de adentrarmos na Lei 11.343/2006, gostaria de fazer uma breve introdução a respeito da antiga Lei de Drogas, Lei n.º 6368/1976, a qual, na verdade, tratava sobre entorpecentes e apresentava terminologias tais como “tráfico de entorpecentes e drogas afins”. Com o advento da Lei 11.343/2006, passou-se a utilizar a terminologia “drogas”, e “tráfico de drogas”, que são mais adequadas para os dias atuais. A Lei de Drogas 11.343/2006 entrou em vigor após quarenta e cinco da publicação, e revogou expressamente a Lei n.º 6.368/1976. Assim, em se tratando de tráfico de drogas e de qualquer crime envolvendo drogas, aplica-se o princípio da especialidade e, se a droga tiver previsão na Portaria 344 da ANVISA, o enquadramento correto é na Lei 11.343/2006. O segundo detalhe, para fins de conhecimento, é que a previsão constitucional para a criação da Lei de Drogas pode ser extraída do Art. 5º, inciso XLIII da CF/88, o qual considera crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça e anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes, o terrorismo, e os crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e, aquele que puderem evitar, se omitirem. Partindo dessa consideração, diz-se do Art. 5º, inciso XLIII da CF/88, tratar-se de MANDADO CONSTITUCIONAL DE CRIMINALIZAÇÃO EXPRESSO, consistindo em uma imposição para o legislador infraconstitucional trazer a repressão à prática do tráfico ilícito de drogas. Neste sentido, o mandado condicional de criminalização, o Art. 5º, inciso XLIII da CF/88, sua organização é uma medida convencional de criminalização, expressamente evidenciada na Constituição. Embora tenha passado a vigorar em 2006, existia antes disso a previsão do tráfico de entorpecentes com base Lei n.º 6368/1976, em cima do art. n.º 16, por meio da qual observava-se de igual modo a Constituição Federal. Outro artigo previsto constitucionalmente que chama a atenção é o de n.º 243 da CF/88, o qual apresenta uma situação onde pode se acarretar expropriação da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio www.focusconcursos.com.br | 6 | propriedade do indivíduo que a utiliza para fins de cultivo, envolvendo várias substâncias consideradas drogas que possam causar dependência. Havendo essa hipótese, o proprietário pode vir a sofrer a expropriação, isto é, o confisco da sua propriedade. Entenda que não se trata de uma desapropriação, que, no caso, ocorre por indenização prévia e justa. A expropriação, em contrapartida, tem natureza confiscatória, isto é, nenhum tipo de indenização ao proprietário, passando a propriedade a União. Nesse sentido,o caso de expropriação é um exemplo de intervenção do Estado na propriedade privada, contudo, observando o expresso no art. n.º 243, CF/88 Lei de drogas. O cultivo de drogas ilícitas, além de tratar da Lei n.º 11.343/2006, envolve a situação de trabalho escravo, bastando uma prévia análise no expressamente previsto no art. n.º 243, CF/88. Mesmo que o produtor conduza o cultivo em apenas uma parte de sua terra, ele perde todo o bem quando confiscada a propriedade. 1.1 Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas O Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – SISNAD era anteriormente chamado de Sistema Nacional Antidrogas. O atual sistema prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio www.focusconcursos.com.br | 7 | Os conteúdos mais recorrentes nas provas de concursos, referente à Lei de Drogas, sem sombra de dúvidas, são, respectivamente: Art. n.º 33; Art. n.º 41 e Art. n.º 28. Se seu tempo de estudo for curto, ou se pretende fazer uma revisão para o dia da prova, centre fogo nesses artigos, em especial no art. n.º 33, que representa a maior incidência de questões nas provas. 2 Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio A Lei 11.343/2006 estabeleceu um novo tratamento jurídico penal aos usuários de entorpecentes que sejam flagrados na conduta de adquirir, guardar, ter em depósito, transportar ou trazer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, punindo-os com penas não privativas de liberdade. Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. Veja bem, o crime previsto no art. 28, sobre o porte de drogas para consumo próprio tem como consequência penal a advertência, a prestação de serviço à comunidade e o comparecimento à programa ou curso educativo, isto é, se trata de um crime que não traz pena privativa de liberdade. Essas penas podem ser aplicadas de forma isolada, forma cumulativa, ou, serem substituídas uma por outra a qualquer tempo, sempre ouvindo que o Ministério Público e o defensor do agente. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio www.focusconcursos.com.br | 8 | 2.1 NÚCLEO DO TIPO O art. 28 da Lei de Drogas traz o crime de porte para consumo próprio. Segundo este artigo, quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: • advertência sobre os efeitos das drogas; • prestação de serviços à comunidade; • medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. O tipo do art. 28 da Lei de Drogas traz cinco condutas: adquirir, ou seja, o indivíduo faz a compra das drogas através de uma contraprestação ou até mesmo através de uma troca; na conduta adquirir esse crime será considerado instantâneo, isto é, no momento em que individuo fez a aquisição, configura-se o art. 28 da Lei de Drogas. Na conduta guardar vai demandar uma permanência, então esse crime vai se prolongar no tempo. Tiver em depósito também demanda crime permanente. Para praticar a conduta transportar, o indivíduo usará um veículo automotor, e durante esse transporte, está se prolongando no tempo. Na conduta trouxer consigo a droga vem com ele no corpo, ou seja, na calça, na cintura, na cueca ou até mesmo através de uma bolsa/mochila. Para consumo pessoal, identifica-se o dolo mais o especial fim de agir. O objeto material desse artigo é a droga com base na portaria 344 da ANVISA já citada em diversos tópicos deste material, portanto, de suma importância. A natureza jurídica deste artigo possui e se faz prevalecer três correntes. A primeira corrente falará que o art. 28 da Lei de Drogas é considerado crime, pois o porte para consumo próprio encontra previsão no art. 12, lei 6.368/1976, sendo punido com a pena privativa de liberdade de detenção de 06 meses podendo chegar a 02 anos. Com o advento da Lei 11.343/16, o porte para consumo próprio está previsto no art. 28 da Lei de Drogas que, por sua vez, não traz pena privativa de liberdade com base na nova alteração. Pelo fato de não ter trazido a pena privativa de liberdade, surgiram as três correntes. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio www.focusconcursos.com.br | 9 | A primeira afirmando que o art. 28 continua sendo crime, mas o que veio a ser gerado foi uma despenalização pelo fato da antiga Lei, no seu art. 12, trazer a pena privativa de liberdade e com base na lei nova, o art. 28 não traz a pena. É o que prevalece em âmbito doutrinário e jurisprudencial no STJ e STF. Na atualidade continua sendo crime, portanto, caso afirme na sua prova que o art. 28 da Lei de Drogas é crime, teremos à questão como correta. Há um caso que repercutiu sobre HC655359 e pelo fato de repercussão geral para ver se realmente o art. 28 continua sendo crime, já foram 03 votos a favor para deixar de ser considerado crime, mas até então não há resolução ainda e nesse caso para a sua prova continua sendo crime o que acarretou foi uma despenalização. A segunda corrente afirma que o art. 28 da Lei de Drogas traz uma infração penal sui generis capitaneado pelo professor Luiz Flávio Gomes. Este emérito jurista afirma que é uma infração penal sui generis, mas pegará como base a Lei de Introdução ao Código Penal. Na Lei de Introdução ao Código Penal, encontramos como diretriz a punição do crime com pena privativa de liberdade, reclusão e detenção que pode ser aplicada de forma isolada e acumulada com a pena de multa. No caso da contravenção penal, tem como pena privativa de liberdade a prisão simples, que pode ser aplicado de forma isolada, acumulada e com a pena de multa. Este artigo não traz a pena de reclusão e detenção (com base na legislação), o Código Penal (aplicada para a prática de crime) e nem a pena de prisão simples (pena privativa de liberdade aplicada para a contravenção penal). Então, podemos compreender que o art. 28 da Lei de Drogas do porte ao consumo próprio é uma infração penal sui generis. Assim, com base nesse posicionamento, classificaria a doutrinária de forma majoritária que a infração penal é um gênero que comporta duas espécies. O Brasil, em termos de conceito de infração penal, adota o critério bipartido comportando duas espécies, crime e contração. No entanto, considerando esse novo posicionamento, a infração penal, em tese, adotaria um critério tripartido, de modo que o crime é punido com reclusão, detenção e multa, contravenção penal punida com prisão simples e multa e a infração penal sui generis; obviamente ela não é adotada, pois, o que prevalece é o Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio www.focusconcursos.com.br | 10 | que o art. 28 da Lei de Drogas continua sendo considerado crime, mas houve a despenalização. A terceira corrente falará que, com o advento da nova Lei de Drogas, no que diz respeito ao porte para consumo próprio, ocorreu uma descarcerização da conduta, pois embora continue sendo crime, o sujeito não será punido com pena privativa de liberdade. O indivíduo não será encarceradoquando cometer essa infração penal, pelo contrário, deverá ser submetido a outras medidas que suscitando uma descarcerização do crime. Atualmente, esse entendimento não é tido como majoritário, mas é possível que venha prevalecer futuramente, pois o STF decidirá sobre o assunto em tese de repercussão geral. Desta forma, considerando que as penas impostas ao crime não levam ao cárcere, entende-se que houve uma descarcerização, não uma infração penal e nem uma despenalização. O entendimento que prevalece em concursos públicos, é a primeira corrente a qual houve uma despenalização se associando em cima do art. 28, pois embora não leve ao cárcere, o crime continua tendo pena. 2.2 SUJEITO ATIVO E PASSIVO O sujeito ativo pode ser representado por qualquer pessoa, afinal trata-se de um crime comum, não se exigindo qualquer condição especial do indivíduo. Por outro lado, o polo passivo é ocupado pela coletividade, assim podemos considerar o crime como sendo vago, de vitimização difusa ou de vitimização coletiva. O conceito de crime vago é utilizado quando não é possível determinar uma pessoa física ou pessoa jurídica para ocupar o polo passivo da conduta. No que diz respeito ao uso pretérito da droga, o indivíduo não pode ser punido pelo fato de ter consumido a substância. O art. 28 da Lei de Drogas pune o porte da droga para consumo próprio, e não o uso da propriamente dito, há uma grande diferença entre a pessoa que está portando a droga para consumo e aquele que já consumiu a Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio www.focusconcursos.com.br | 11 | substância. O agente que porta a droga para consumo responderá pelo art. 28, visto que sua conduta está representada pelos verbos adquirir, trazer consigo, guardar e transportar. Quanto ao indivíduo que consumiu, não há materialidade suficiente para comprovar que ele estava com a droga, ainda que a polícia sinta o odor da substância. Portanto, uma vez que não pode se comprovar a materialidade do artigo e o uso pretérito é considerado fato atípico, nada pode ser feito com este indivíduo. Então, na condição de policial, ainda que exista o cheiro da droga ou que todos os elementos indiquem que o indivíduo usou alguma substância recentemente, se não for encontrada com o agente nenhuma substância ilícita, este deverá ser liberado, pois, mesmo que imoral, a conduta não se enquadra no art. 28 da Lei de Drogas. Considere a seguinte situação hipotética, “dois policiais receberam o chamado de uma ocorrência, chegando lá se depararam com a seguinte situação, uma pessoa, visivelmente drogada, estava deitada ao lado de uma seringa usada. Analisando o local, os policiais concluíram que o sujeito tinha utilizado a seringa para injetar heroína em seu corpo, mas não localizaram nenhuma outra substância com ele ou no local. Neste caso, os policiais poderiam responsabilizar o agente pelo crime do art. 28 da Lei de Drogas e conduzi-lo até a delegacia?” Não, pois considerando que o uso da droga foi pretérito e que os agentes policiais não localizam nenhuma outra substância com o indivíduo, sua conduta é atípica, devendo este ser liberado. 2.3 ELEMENTO SUJETIVO O elemento subjetivo do crime é o dolo, no entanto, o tipo penal exige que na conduta também se faça presente o fim especial de agir, neste caso, representada Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio www.focusconcursos.com.br | 12 | pelo consumo próprio. Assim, o sujeito deverá adquirir, guardar, ter em depósito, transportar ou trouxer consigo a droga para consumo pessoal/próprio. Contudo, de acordo com o § 2º do art. 28 da Lei de Drogas, para determinar se a droga está ou não destinada ao consumo pessoal, o juiz deverá observar alguns fatores como, quantidade da substância apreendida, o local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente. Assim, no que diz respeito a quantidade, existem dois sistemas, sendo o de quantidade legal e o da análise policial ou judicial. No primeiro sistema, quando o indivíduo é pego com uma certa quantidade de drogas, pode ser responsabilizado tanto pelo tráfico quanto pelo para consumo próprio. Entretanto, o sistema de quantidade legal não é adotado no Brasil. O problema é quando o sujeito é pego com pouca quantidade, pois, neste caso, deve- se analisar se o indivíduo está com porte para consumo próprio ou se a quantidade sugere o tráfico. No entanto, só a quantidade não basta para configurar o crime, outros elementos devem ser considerados, imagine a seguinte situação: Mévio, iniciante no mundo do tráfico, é abordado pela polícia no final do seu expediente, quando restava apenas uma trouxinha de cocaína em seu bolso com a quantia de R$ 500,00 reais em notas de pequeno valor. Analisando somente a quantidade, Mévio deveria responder pelo art. 28 da Lei de Drogas, contudo as demais circunstâncias apontam que, na realidade, Mévio deverá responder pelo crime de tráfico de drogas, previsto no art. 33 da Lei de Drogas. O sistema adotado pelo Brasil é o da análise policial ou judicial, de modo que a autoridade policial será a responsável por trazer elementos que comprovem se o indivíduo responderá pelo crime de porte para consumo próprio ou pelo crime de tráfico. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio www.focusconcursos.com.br | 13 | 2.4 OBJETO MATERIAL E JURÍDICO O objeto material é a droga em si. Já, de acordo com o entendimento majoritário, o bem jurídico tutelado pela Lei de Drogas é a saúde pública. Contudo, existe outra corrente que diverge desse posicionamento, ela afirma que o bem jurídico tutelado não seria a saúde pública, mas sim à saúde individual do agente. Além disso, muitos doutrinadores entendem que não deveria ter a natureza de crime, pois não fere o princípio da lesividade. Este princípio possui diversos desdobramentos, mas dois que devemos ressaltar é o princípio da lesividade e o princípio da alteridade, observe: → Princípio da lesividade: o princípio da lesividade prega que, a conduta deverá efetivamente lesionar ou, ao menos, manifestar perigo ao bem jurídico protegido. → Princípio da alteridade: em contrapartida, o princípio da alteridade, defende que ninguém será responsabilizado por uma conduta que não ultrapasse seu âmbito particular. Em outras palavras, a conduta deve atingir a esfera jurídica de terceiros. Sendo assim, esta corrente minoritária acredita que, o fato de estar consumindo a droga causa prejuízo apenas para a saúde individual e não para a saúde pública. Portanto, o entendimento que tem prevalecido é que, em um primeiro momento, a Lei de Drogas protege a saúde pública, mas, de forma mediata a saúde individual, que não deixa de integrar a sociedade, também é resguardada. 2.4.1 NORMA PENAL EM BRANCO O art. 1º expõe o conceito de drogas para fins de aplicabilidade da Lei 11.343/2006, isto é, para que se possa determinar se o princípio ativo de determinada droga configure como algum crime aqui previsto, deve-se buscar as especificações Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio www.focusconcursos.com.br | 14 | referentes a drogas em Lei ou lista atualizada pelo Poder Executivo da União. Neste ponto, relacionam-se os art. n.º 1 ao art. n.º 66 e à Portaria 344 da Anvisa/1998. É essa Portaria que determina se o princípio ativo da droga configura ou não o crime de tráfico, por exemplo. Já o art. n.º 33, expõem 18 condutas envolvendo drogas que configuram crime, tais como: importar, exportar, remeter, trazer consigo, vender, expor à venda. No entanto, o artigo não especifica o que é “droga”, portanto,faz-se necessário recorrer à Portaria 344 da Anvisa que o fará. Por meio dela é possível saber se há o princípio ativo que configura o crime relacionado a drogas previsto no art. 33. Agora, tendo como base o art. 33, sabemos que ele elucida sobre condutas, as quais acarretarão em pena, e neste momento falamos especificamente sobre a pena privativa de liberdade, que consiste em reclusão de cinco anos, podendo chegar à quinze, ou seja, pena mínima, cinco anos, e pena máxima de quinze. O caput do artigo introduz o preceito primário, isto é, a norma proibitiva. Já a disposição sobre a pena introduz o preceito secundário. Em se tratando do preceito secundário, faz-se completo, isto é, não requer complemento pois todas as disposições constam ali (reclusão de cinto até 15 anos e pena de multa). Essa pena foi pensada pelo Congresso Nacional com a produção da Lei 11.343/06. Agora, no caso do caput da lei que trata da norma proibitiva, também foi pensado pelo Congresso Nacional, porém, não de forma completa. A complementação que fala sobre o que caracteriza “droga” não foi trazida por meio de outra Lei de produção do Congresso Nacional, isto é, não foi feita através de uma lei em sentido estrito. O complemento que elucida quais substâncias caracterizam “droga” foi apresentada pela Portaria n.º 344 da Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, chamada hoje de Anvisa e é, portanto, um ato do poder executivo. Pode-se dizer que a LEI DE DROGAS É UMA NORMA PENAL EM BRANCO HETEROGÊNEA, sendo uma lei que requer um complemento, este quem por sua vez, não é feito pelo próprio Congresso Nacional. Caso fosse, teríamos apenas um exemplo de uma norma penal em branco, homogênea. O Congresso Nacional é Poder Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio www.focusconcursos.com.br | 15 | Legislativo e o complemento não é feito pelo Congresso Nacional, isto é, não é feito pelo Poder Legislativo. O complemento é feito por ato do Poder Executivo, configurando-a como uma norma penal, em branco, heterogênea. Estas considerações são traçadas para que fique bem claro que esse conteúdo é muito recorrente em provas. Se cair na sua prova que a Lei das Drogas é uma norma penal em branco, você pode assinalar a questão como correra. Agora, se a questão especificar que tipo de norma penal em branco é, ela terá que especificar que se trata de uma norma penal em branco heterogênea, porque se disser que é uma norma penal em branco homogênea, a questão estará errada. A questão deve ficar bem clara: hoje, para saber se o indivíduo praticou o tráfico de drogas, por exemplo, faz-se necessário consultar a Portaria n.º 344 da Anvisa, a fim de se certificar de que o princípio ativo em questão é considerado uma droga. Para fins de esclarecimento, a maconha, por exemplo, tem o princípio ativo tetraidrocanabinol; o lança-perfume tem como princípio ativo o cloreto de etila. Essas informações e outras constam na portaria n.º 344. Caso a Anvisa venha retirar uma substância com um princípio ativo que hoje é considerada droga, a doutrina e o entendimento do STF preveem que, ocorrendo a retirada de um princípio ativo previsto na Portaria 344, será gerado o abolitio criminis, e o efeito será a retroatividade. Gostaria de exemplificar apresentando como o exemplo o que aconteceu com o princípio ativo ilícito cloreto de etila, lança perfume, nos anos 2000. Para você entender, quem fez a exclusão desse princípio ativo não foi o Congresso Nacional, ainda assim, como se trata de norma penal em branco heterogênea, a exclusão do princípio foi constitucional. No dia 07 de determinado mês do ano 2000 a Anvisa fez a exclusão do princípio ativo cloreto de elila da lista de substâncias ilícitas. Imagine que um indivíduo tenha praticado o crime de tráfico de substância no dia anterior ao dia da exclusão, dia 06 e, logo no dia seguinte, a Anvisa exclui a substância. Ocorrerá então de o indivíduo ser beneficiado por essa exclusão que gerou, consequentemente, retroatividade, de acordo com o entendimento do STF. Desse modo, aquele indivíduo que praticou o fato antes da exclusão do Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio www.focusconcursos.com.br | 16 | princípio ativo feita pela Anvisa foi beneficiado com retroatividade benéfica. Naquele tempo, a exclusão foi feita pelo presidente da Anvisa, sendo que, na verdade, a decisão deveria ter sido tomada pelo conselho. A exclusão acarretou retroatividade benéfica. Passados oito dias, no dia 15 do mesmo mês, o lança- perfume foi reconsiderado princípio ativo previsto na Portaria 344 da Anvisa. Todavia, quando a substância foi reincluída na Portaria, a decisão não pôde retroagir e punir aqueles que tinham praticado o crime nesse interim, mas, no tempo em que beneficiou aqueles que praticaram crime previsto na antiga Lei 6.368/76, que tinha previsão da Portaria 344 da Anvisa, foi lhes concedida a retroatividade benéfica. E do dia quinze em diante, após ser reinserida na Portaria como princípio ativo ilícito, passou a ser uma novatio legis in pejus, não podendo retroagir. Havendo qualquer alteração na portaria, o que prevalece, mesmo para o entendimento do STF, é: se for em benefício, a lei retroage; do contrário, é aplicada daquela data em diante. A Lei de drogas é uma norma penal em branco, ou seja, necessita de um complemento que traga a definição do que são drogas. Esse complemento é a portaria SVS/MS de n.º 344 de 12 de meio de 1998, que traz os princípios ativos das substâncias que poderão ser enquadradas como drogas e, consequentemente, a tipificação da conduta do agente nos crimes elencados nesta Lei. A previsão legal de que a Lei 11.343/2006 é uma norma penal heterogênea em branco é o art. 1º, parágrafo único, c/c art. 66, conforme podemos observar. Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1º desta Lei, até que seja atualizada a terminologia da lista mencionada no preceito, denominam-se drogas substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial, da Portaria SVS/ MS nº 344, de 12 de maio de 1998. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio www.focusconcursos.com.br | 17 | O art. 2º da Lei de Drogas trata da proibição da comercialização e plantio de drogas em todo território nacional. Mas apresenta uma situação excepcional que poderia gerar uma atipicidade. Vejamos o citado artigo em sua literalidade: Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso. Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas. Consoante ao art. 2º da lei n.º 11.343/2006, as substâncias psicotrópicas derivadas das plantas de uso estritamente ritualístico-religioso são ressalvadas quando ocorrer o enquadramento do agente nos crimes previstos nessa lei, desde que sejam utilizadas para essa finalidade. Temos como exemplo de planta com substâncias psicotrópicas usada para o ritual religioso a Ayahuasca [(do quíchua aya, que significa ‘morto’, ‘defunto’, ‘espírito’ e waska, ‘cipó’, podendo ser traduzido como “cipó do morto”, ou “cipó do espírito”), também conhecida como hoasca, daime, iagê, santo-daime, vegetal e mariri] é umabebida psicotrópica produzida a partir da combinação da videira Banisteriopsis caapicom com várias plantas, em particular a Psychotria viridis e a Diplopterys cabrerana. Nesse caso, o chá de santo-daime, a partir dessa combinação de plantas para fins rituais religiosos, vai gerar a atipicidade tanto para quem está produzindo, como para quem está tomando. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio www.focusconcursos.com.br | 18 | Os rituais que utilizam substâncias psicotrópicas mais difundidos hoje no Brasil são o Santo Daime e a União Vegetal, mas deverá gerar atipicidade da conduta do agente, todas as substâncias que forem usadas com base no art. 2º supracitado e, também, na Convenção de Viena ratificada pelo Brasil com essa finalidade. Todavia, cabe ressaltar que, o indivíduo que consumir o chá terá que permanecer no recinto no qual ocorre o ritual, uma vez que não será amparado pela atipicidade se, por exemplo, sair para conduzir veículo automotor estando sob o efeito da substância. Ele poderá nesse caso ser responsabilizado criminalmente pelo artigo n.º 306 do CTB, que fala do crime de conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa. Ainda, se o agente conduzir uma embarcação ou aeronave logo após o consumo de drogas e gerar perigo em conformidade de outro ele pode responder pelo art. 39 da Lei de Drogas. Agora, portando a caneca para tomar o chá, a conduta dele é atípica, não é configurada, estando embasada no art. 2º, bem como na Convenção de Viena, que o Brasil ratificou e incorporou em nosso ordenamento jurídico. 2.5 CONDUTA EQUIPARADA – PLANTIO PARA CONSUMO PESSOAL De acordo com o § 1° do art. 28, às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica. A principal diferença entre a conduta prevista no caput e no § 1º do art. 28 é que, no crime de porte para consumo próprio, o objeto material é a droga em si. Já no crime de cultivo para consumo próprio, o objeto jurídico são as plantas destinadas para a preparação de drogas. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio www.focusconcursos.com.br | 19 | Ambas as condutas são classificadas como crimes de conteúdo variado, tipo misto alternativo ou de ação múltipla, pois a ação pode ser praticada através de diversas condutas, mas pouco importa quantos verbos o sujeito praticou, responderá por apenas um crime. Caso ele seja pego com uma semente que possui um princípio ativo para a produção de uma droga não há como enquadrar no art. 28, pois ele cita a droga produzida, entretanto o § 1° cita plantas e a semeação, caso o indivíduo for pego portando semente, ele responderá pelo art. 28 § 1° da lei de drogas, ficando provavelmente configurado para consumo próprio. Diferentemente, se ele é pego enviando a semente através do correio, nesta prática é considerado tráfico e em vez de responder pelo tráfico por equiparação, tendo em visto objetos materiais o que prevalece é que este indivíduo irá responder pelo tráfico do art. 33, prevalecendo a jurisprudência que se enquadraria no art. 28 § 1° e não no art. 28. Segundo o § 7° o juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado. Há a competência para julgar o porte para consumo próprio na modalidade para equiparação a competência para julgar do Juizado Especial Criminal, conhecido como Jecrim. Afirmação que possui fundamentação no art. 48 §2° o qual fala que o indivíduo pode ser encaminhado para o Juizado Especial Criminal, regra geral vai ser estadual Tem alguma possibilidade de ser julgado pelo Juizado Especial Criminal Federal? A doutrina trará um exemplo que se ele estiver praticando porte para consumo próprio por exemplo em navios ou aviões poderia ser encaixada a competência da Justiça Federal. Caso o indivíduo seja pego portando para consumo próprio e praticou essa conduta dentro de um navio, sendo competência da Justiça Federal a qual julga os Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio www.focusconcursos.com.br | 20 | crimes que devem ser praticados a bordo de navios, aeronaves e entre outros. Um exemplo a se pegar é o art. 48 § 2°, o indivíduo que está portando a droga não pode ser preso em flagrante, sendo composta de fases a prisão em flagrante este indivíduo pode ser capturado, a polícia chega e faz à revista pessoal e se identificar que está portando droga para consumo próprio o captura e faz a condução coercitiva. Quando chega na delegacia não terá a necessidade ser lavrado um auto de prisão em flagrante o (APF), basta lavrar em um termo circunstanciado de ocorrência, o ideal é ser encaminhado para o juizado, mas como não dá para ser feito e encaminhado para o juizado irá para uma delegacia e ao invés de se instaurar inquérito, é elaborado um termo circunstancial de ocorrência. O art. 28, a Lei de Drogas é uma infração de menor potencial ofensivo e o entendimento do STJ, cabe a suspensão condicional do processo e cabe também a transação penal por ser uma infração de menor potencial ofensiva. Caso o indivíduo chegue na delegacia e se recuse a assinar o termo circunstanciado dizendo a respeito da regra geral, se alguém estiver praticado um crime de menor potencial ofensivo e se recusar a assinar o termo circunstanciado, cabe a prisão em flagrante. Essa regra no art. 28, pelo fato de não ter trazido a pena privativa de liberdade, não cabe a prisão em flagrante e se ele se recusar, não pode ser preso em flagrante. Restando ao policial fazer a identificação dele e continuando o procedimento tranquilo, diferentemente acontece se o indivíduo o desacata, neste caso a prisão em flagrante pode ocorrer. No art. 29 afirma que na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do § 6° do art. 28, o juiz, atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40 nem superior a 100, atribuindo depois a cada um, segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo, quando refere-se ao inciso II alude a multa. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio www.focusconcursos.com.br | 21 | 2.6 CRITÉRIO LEGAL PARA DISTINGUIR TRÁFICO DE CONSUMO PESSOAL § 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente. Para diferenciarmos tráfico de drogas e consumo próprio de drogas, a legislação trouxe os seguintes critérios: a) natureza da droga; b) quantidade da droga; c) local onde foi apreendida ou encontrada; d) circunstâncias em que se desenvolveu a ação; e) circunstâncias sociais e pessoais do agente; f) conduta pessoal e antecedentes do agente. 2.7 PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS INDEPENDETES Segundo o art. 28, aquele que adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - Advertência sobre os efeitos das drogas; II -Prestação de serviços à comunidade; III -Medida educativa de comparecimento à programa ou curso educativo. O inciso I foi decidido pelo Fórum Nacional de Juizados Especiaise deve ser aplicado por um magistrado, acompanhado de uma pessoa capaz que tem a função Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 Posse ou Porte De Drogas Para Consumo Próprio www.focusconcursos.com.br | 22 | de advertir o indivíduo sobre os efeitos que as drogas podem causar no ser humano. Em contrapartida, a prestação de serviços à comunidade, disposta no inciso II é caracterizada como uma pena restritiva de direitos, que deverá ser cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas, nos termos do § 5º do art. 28 da Lei de Drogas. Além disso, note que o tipo penal não estabelece a carga horária a ser cumprida, sendo assim utilizamos de forma subsidiaria o Código Penal, no que diz respeito à prestação de serviço à comunidade como pena restritiva de direito, trazendo a carga horária de 1 hora por dia ou semanal. Por fim, no III inciso a medida educativa de comparecimento a um programa ou curso educativo pode ser cumprida em qualquer tipo programa, embora o ideal seja algo voltado para a reabilitação de pessoas viciadas. Além disso, é importante lembrar que nos incisos II e III se o indivíduo for primário, ou seja, se não tiver outra condenação transitada em julgado, as penas serão aplicas até o máximo de 05 meses. No entanto, no caso do sujeito ser reincidente o período será em dobro, aplicando-se as penas dos incisos II e III pelo prazo máximo de 10 meses. O indivíduo que descumpre a pena que foi imposta, seja ela a do inciso I, II ou III, caberá ao juiz submetê-lo, sucessivamente a uma admoestação verbal ou multa (art. 28, § 6º). É importante destacar o termo sucessivamente, pois a penalidade se aplicada em ordem, primeiro o sujeito será admoestado verbalmente (advertência, censura, reprimenda mais severa) e, posteriormente, caso o indivíduo continue descumprindo a medida, será aplicado a multa. Neste caso, a multa não é aplicada como pena, mas como uma espécie de consequência pelo fato de o indivíduo ter descumprido à medida que lhe foi imposta. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRATAMENTO DO DEPENDENTE www.focusconcursos.com.br | 23 | O não pagamento da multa não enseja a prisão do sujeito, afinal ela não é pena, assim o valor será executado através da Procuradoria da Fazenda. Por fim, é válido mencionar que, mesmo o descumprimento total da pena e das medidas impostas ao sujeito, não acarretará a conversão da pena restritiva de direitos em privativa de liberdade. 2.7.1 DESCUMPRIMENTO DA PENA FIXADA A Lei de Drogas indica que para a garantia da pena aplicada poderão ser utilizadas a admoestação verbal e a fixação de multa. § 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a: I - admoestação verbal; II - multa. 3 TRATAMENTO DO DEPENDENTE O juízo pode determinar ao Poder Público que coloque à disposição do usuário de drogas o tratamento em clínicas. Não é uma situação que possa ser imposta pelo juízo criminal, visto que não prevista como pena. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 FIXAÇÃO DA MULTA www.focusconcursos.com.br | 24 | § 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado. 4 FIXAÇÃO DA MULTA Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do §6º do artigo 28, o juiz, atendendo à reprovação da conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segunda a capacidade econômica do agente, o valor de 1/30 até 3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo. Os valores decorrentes da imposição de multa a que se refere o §6º do artigo 28 serão creditados à conta do FUNDO NACIONAL ANTIDROGAS. Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do § 6º do art. 28, o juiz, atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo. Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da multa a que se refere o § 6º do art. 28 serão creditados à conta do Fundo Nacional Antidrogas. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 PRESCRIÇÃO DAS PENAS www.focusconcursos.com.br | 25 | 5 PRESCRIÇÃO DAS PENAS Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das penas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 117 e seguintes do Código Penal (Art. 30). Caro aluno destaque o art. 30, pois ele cai muito em concurso, sendo os que mais caem o art. 33, 41 e 28. Este artigo 30 só será aplicado para o artigo 28 caput e para o art. 28 § 1° só é aplicada para esses dois crimes, o menor prazo prescricional que temos hoje especificamente na lei de drogas é o porte para consumo próprio e por equiparação tendo em vista que a mudança do objeto material e das condutas, prazo prescricional desses crimes são dois anos. Não se observa o prazo que está previsto no Código Penal para prescrição e sim observa-se para prestação a própria Lei de Drogas no art. 30, prazo constitucional observa-se o art. 30 da Lei de Drogas, mas em termo de causas interruptivas consulta- se o Código Penal no art. 117. Uma questão que a sua prova pode trazer é “No caso do porte para consumo próprio o prazo da prescrição é observado no Código Penal?” esta é uma afirmativa errada, pois a regra geral tratando-se de prazo prescricional, segue disposto no Código Penal, mas se a questão trás especificamente observe quem está na lei. A lei afirma que para o consumo próprio por equiparação são dois anos, é esse prazo que você irá seguir o prazo prescricional, sendo as causas interruptivas previstas no Código Penal. Caso haja uma questão que afirme que o prazo prescricional do porte para consumo próprio é de dois anos e as causas interruptivas também estão previstas na Lei de Drogas, é uma afirmação errônea, pois as causas possuem objetivos de previsão no Código Penal. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 POSSIBILIDADE DE TRANSAÇÃO PENAL www.focusconcursos.com.br | 26 | 6 POSSIBILIDADE DE TRANSAÇÃO PENAL Segundo o art. 48 o procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título rege-se pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal. Irá seguir o procedimento penal previsto na Lei de Drogas, pois é uma lei específica e naquilo que ela for omissa aplica-se subsidiariamente o Código de Processo Penal e a Lei de Execução Penal. § 1° O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais. § 2° Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários. O crime previsto no artigo 28 da lei de Drogas e o porte para consumo próprio é uma infraçãode menor potencial ofensivo, sendo a competência para julgar o crime a Jecrim, Juizado Especial Criminal. Se ele for praticado sozinho, vai para a competência do Jecrim a não ser se tiver o concurso entre o 33 até o 37 é o que diz a lei. Há situações em que podem ocorrer o concurso do 28 com o artigo 33 §3°, neste artigo a pena privativa de liberdade é uma pena de detenção de 06 meses que pode chegar até 01 ano. O crime do artigo 28 para o consumo próprio tem pena privativa de liberdade e quando acumulado com esse crime de tráfico de menor potencial ofensivo artigo 33 §3 a competência continuará sendo do Jecrim, pois o somatório da pena privativa de liberdade no máximo será de um ano. Para ser considerada uma infração de menor potencial ofensivo, a pena será igual ou inferior há 02 anos e nesse caso, acumulando esses dois crimes, será da competência do Jecrim. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm#art60 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm#art60 Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 POSSIBILIDADE DE TRANSAÇÃO PENAL www.focusconcursos.com.br | 27 | O artigo 28 praticado sozinho é a Competência do Juizado Especial Criminal, poderá sair da competência do Jecrim se vier a ser praticado em concurso com o artigo 33 até o 37. Por exemplo, o traficante comercializava a droga e estava portando para consumo próprio nada o impede de responder pelo tráfico em concurso com o crime de porte para consumo próprio, sendo que, a competência tanto do tráfico como do porte para consumo sairá da esfera de atribuição do Juizado Especial Criminal O artigo 28 §2° afirma que não se imporá a prisão em flagrante, insinuando que o indivíduo na condição de policial pode prender com base no artigo 301 do código Processo Penal, mas suponhamos que o indivíduo porta drogas para o consumo próprio, se pode prendê-lo em flagrante, pois esta prisão é dividida em fases, o que não será permitido com base na lei é a lavratura do auto de prisão em flagrante. Entretanto se pode fazer a prisão, capturando e conduzindo coercitivamente pela lei o levando para o juízo, não sendo possível o Jecrim irá para a delegacia. A lei orienta que, primeiro se encaminha ao juizado e não sendo possível há o encaminhamento para a Delegacia de Polícia, chegando à Delegacia de Polícia ao invés da autoridade policial lavrar o auto de prisão em flagrante, a autoridade lavra um termo circunstanciado. Então o que não é feito é a lavratura do APF (Auto de Prisão em Flagrante), mas se pode capturar e conduzir, só não poderá lavrar o auto de prisão em flagrante, ficando claro que, não há a lavratura de auto de prisão em flagrante. Caso caia uma questão a qual afirme que “não se impõe à prisão em flagrante” pode marcar como correta, pois você deve destrinchar o artigo e combinar com a leitura do texto. Um detalhe muito importante é que se praticado uma infração de menor potencial Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 POSSIBILIDADE DE TRANSAÇÃO PENAL www.focusconcursos.com.br | 28 | ofensivo, esquecendo a lei de drogas neste primeiro momento, o indivíduo praticou uma infração de menor potencial ofensivo e foi conduzido para a delegacia, chegando na delegacia não será instaurado um inquérito, pois é uma infração de menor potencial. Com base no artigo 69 da Lei 9099 ao invés da autoridade policial prender em flagrante, ou seja, lavrar o auto de prisão em flagrante ele lavrará um termo circunstanciado, ocasionando no indivíduo a se comprometer a comparecer ao juizado em hora marcada. Caso o cidadão se recuse a assinar o termo circunstanciado, através da Lei 9099 afirma que na recusa de assinar o termo circunstanciado a prisão em flagrante pode ser feita, ou seja, será lavrado a PF, pois se recusou a assinar o termo circunstanciado. Nesse caso, uma vez em que a autoridade policial lavrar o auto de prisão em flagrante já se pode arbitrar fiança. Tratando do art. 28 da Lei de drogas de porte para consumo próprio, o indivíduo que se recusar a assinar o termo circunstanciado não se porá a prisão em flagrante, pois esse crime do artigo 28 não possui pena privativa de liberdade, não há reclusão e nem detenção. Observe que as penas são advertências, prestações de serviços à comunidade, comparecimento à programa ou curso educativo e entre outros, não há detenção e reclusão, por isso não pode ser lavrado a PF mesmo na recusa em assinar um termo circunstanciado e o procedimento nesse caso, é que a autoridade policial faça a identificação desse indivíduo e siga com os demais trâmites. § 3° Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2° deste artigo serão tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em que se encontrar, vedada a detenção do agente. § 4° Concluídos os procedimentos de que trata o § 2° deste artigo, o agente será submetido a exame de corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciária entender conveniente, e em seguida liberado. § 5° Para os fins do disposto no art. 76 da Lei no 9.099, de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser especificada na proposta. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm#art76 Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 POSSIBILIDADE DE TRANSAÇÃO PENAL www.focusconcursos.com.br | 29 | O artigo 76 da Lei no 9.099 traz o instituto despenalizado da transação penal, afirmando que o indivíduo que praticou o porte para consumo próprio pode ser oferecido para uma transação penal, com base neste artigo. O artigo 49 trata de condutas tipificadas nos arts. 33, caput e § 1°, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as circunstâncias o recomendem, empregará os instrumentos protetivos de colaboradores e testemunhas previstos na Lei no 9.807, de 13 de julho de 1999. Este artigo fala referente aos crimes previstos nos arts. 33 até o 37 especificando, faltando apenas os constantes nos § 2° e 3°. Essa lei proporcionará proteção a testemunhas e vítimas de crimes, trazendo os institutos necessários para que o indivíduo venha a ser beneficiado, como é o caso de denúncia de uma organização criminosa. Essa pessoa merece a proteção do Estado, trocando o nome dela o Estado fornecerá o auxílio. 6.1 JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA ➔ A condenação pelo art. 28 da Lei 11.343/2006 (porte de droga para uso próprio) não configura reincidência. ➔ O princípio da insignificância não se aplica aos delitos de tráfico de drogas e porte de substância entorpecente para consumo próprio, pois trata-se de crimes de perigo abstrato ou presumido. ➔ A comprovação da materialidade do delito de posse de drogas para uso próprio (artigo 28 da Lei n. 11.343/06) exige a elaboração de laudo de constatação da substância entorpecente que evidencie a natureza e a quantidade da substância apreendida. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9807.htm javascript:document.frmDoc1Item2.submit(); javascript:document.frmDoc1Item2.submit(); javascript:document.frmDoc1Item2.submit(); javascript:document.frmDoc1Item17.submit(); javascript:document.frmDoc1Item17.submit(); javascript:document.frmDoc1Item17.submit(); javascript:document.frmDoc1Item17.submit(); Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 (IN)CONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 28 www.focusconcursos.com.br | 30 | 7 (IN)CONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 28 ➔ STF, RE 430.105, julgado em 13/02/2007: não houve descriminalização da conduta de porte de substância entorpecente para consumo pessoal, mas mera “despenalização”. Atualização: Está suspenso o julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 635.659, com repercussão geral, no qual se discute a constitucionalidade da criminalização do porte de drogas para consumo próprio. 8 TRÁFICO DE DROGAS O art. 33 trazespecificamente o crime de tráfico propriamente dito, porque, a lei de drogas não falou que no art. 33 é o crime de tráfico, é um entendimento trazido pela doutrina e pela jurisprudência. Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. Comentários: Importar significa trazer drogas de fora para o território nacional. Exportar é mandar droga do território nacional para o exterior, lembrando que na conduta importar e exportar vai ser tráfico com aumento de pena. Remeter é fazer remessas de um estado para o outro e isso pode ocorrer no tráfico interestadual, utilizar os Correios para fazer remessas. A conduta adquirir se consuma de forma instantânea e tem um julgado do STJ que entende que a consumação da conduta de adquirir em termos de tráfico, se consuma a partir do momento que é javascript:document.frmDoc1Item0.submit(); javascript:document.frmDoc1Item0.submit(); javascript:document.frmDoc1Item0.submit(); Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO DE DROGAS www.focusconcursos.com.br | 31 | feita a aquisição, mesmo se o indivíduo não recebe a droga. O bem jurídico tutelado ou objetividade jurídica no crime de tráfico é a saúde pública no art. 33. O Sujeito Ativo pode ser qualquer pessoa, em regra geral, é crime comum, exceto na conduta que prescrever, dessa forma, só quem pode prescrever é: o médico e o dentista, portanto, vai ser responsabilizado pelo tráfico doloso, porque se há uma prescrição culposa da droga, responde pelo art. 38 previsto na Lei 11.343 de 2006. Agora, no que diz respeito a ministrar e inocular, entende que não seja crime próprio, porque inocular qualquer pessoa pode aplicar a droga na outra. O STJ tem um julgado sobre o seguinte caso: o indivíduo está fazendo o exercício ilegal da medicina, além de estar exercendo ilegalmente a medicina, ele fez a prescrição de drogas, dessa forma, o STJ entende que nesse caso será respondido pelo art. 282 do Código Penal no exercício ilegal da medicina + o crime de tráfico ilícito de drogas, respondendo em concurso material. O Sujeito Passivo no crime de tráfico é a coletividade, sendo um crime vago. Vender substância geradora de dependência para criança ou adolescente: 1a hipótese 2a hipótese Substância prevista na portaria 344 SVS/MS Substância não prevista na portaria 344 SVS/MS Art. 33 da lei 11343/2066 Art. 243 do ECA (lei 8069/1990) Por exemplo: maconha Por exemplo: cola de sapateiro, thiner, etc... Vai incidir a majorante do art. 40, inc. VIII, da lei 11343/2006 Então, vender droga para que essa adolescente é tráfico com aumento de pena, não é tráfico qualificado. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO DE DROGAS www.focusconcursos.com.br | 32 | No que diz respeito à conduta, o crime de tráfico pode ser classificado como tipo misto alternativo, também pode ser chamado de crime de conteúdo variado ou então crime de ação múltipla. Se no mesmo contexto fático o indivíduo pratica mais uma conduta, ele responde por apenas um tipo penal. Exemplo: O indivíduo foi lá e fez a aquisição da droga (conduta adquirir) e colocou essas drogas no carro e realiza o transporte (conduta transportar), adiante, ao chegar no local de destino, ele guarda essa droga, no sentido de ocultar (conduta guardar), nesse caso, ele responderá por crime único, porque o tráfico é considerado, no que diz respeito as condutas, o crime de ação múltipla tipo misto alternativo é o crime de conteúdo variado. Na Lei de Drogas, o art. 33 traz 18 condutas, dessas, vão ter condutas que vão incidir causa de aumento de pena. As condutas importantes nessa lei, são a de importar e exportar, que pode ocasionar em responder por tráfico com o aumento de pena que pode ser majorada de 1/3 até 2/6, aplicando o art. 33, que será combinado com o art. 40, inc. I, além disso, será analisado a súmula 607 do STJ: no caso do tráfico internacional, não precisa de ultrapassar fronteiras dos países, e nem precisa ter uma ligação com agente de outro outro país. Basta ficar evidenciado que a intenção era transportar a droga para o exterior ou trazer essa droga do exterior para o Brasil, já se configura e tanto o tráfico internacional na conduta importar como exportar, tendo como competência para julgar, a Justiça Federal. Exemplo: O indivíduo está no aeroporto com o talão de embarque destino à Dinamarca; e, ele vai levar a droga do Brasil para a Dinamarca, ou seja, ele quer realizar a exportação. Antes dele conseguir embarcar ele é preso no aeroporto, assim sendo, já está configurado o tráfico internacional, porque tinha destino certo. No art. 40, inc. I fala da transnacionalidade, que não precisa ter um país determinado para levar a droga, sendo quando ultrapassa a fronteira do Brasil. Exemplo: O indivíduo está com drogas no barco e ultrapassou a faixa do mar territorial e já ingressou em águas jurisdicionais de outro país, ocorreu a transnacionalidade e já configura especificamente esse tráfico com aumento de Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO DE DROGAS www.focusconcursos.com.br | 33 | pena. 8.1 Circunstâncias Indicativas do Tráfico O artigo 52 da Lei de Drogas apresenta as circunstâncias indicativas do tráfico: Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo: I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; Portanto, as circunstâncias são: A) Quantidade e natureza da substância; B) Local e as condições em que se desenvolva a ação criminosa; C) Circunstâncias da prisão; D) A conduta, a qualificação e os antecedentes do agente. O Elemento subjetivo do crime de tráfico é o dolo, ou seja, o crime de tráfico é um crime doloso sem a necessidade do especial fim de agir. (O único crime culposo previsto na lei de drogas é o art. 38). O crime de tráfico se consuma com a prática da conduta vai se consumar com a prática da conduta, tendo em vista de ser classificado como crime de mera conduta. No momento consumativa, deve-se observar se o crime é formal, se o crime é material ou se o crime é de mera conduta. O tráfico é o crime de mera conduta, ou seja, praticou a conduta independentemente de qualquer resultado crime estar consumado. Se o indivíduo pratica o tráfico de forma reiterada, é da essência do tráfico o indivíduo praticar o tráfico de forma reiterada na prática da conduta. O crime de tráfico não Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO DE DROGAS www.focusconcursos.com.br | 34 | demanda habitualidade para se consumar, ou seja, ele é um crime que se consuma com a prática da conduta, no entanto, ele é um crime de habitualidade impróprio, porque, apesar de não precisar da habitualidade para se consumar, como regra, é praticado de forma reiterada, mas o indivíduo vai responder por apenas um crime. Consuma-se com a prática dos núcleos (não se exigindo efetivo ato de tráfico – Ex.: guardar para o tráfico). Vão ter determinadas condutas previstas no art. 33 que são condutas que prolonga-se no tempo, demandando crime permanente, isto é, se vier uma lei posterior e trouxer uma consequência criminal mais grave, o indivíduo vai respondercom base na lei mais grave, tendo em vista porque a conduta dele está se prolongando. 8.2 Concurso de Crimes No tráfico cabe concurso de crimes do contrato, como, por exemplo, pode acontecer do indivíduo responder pelo furto. Exemplo: O indivíduo subtraiu drogas de um laboratório, de um depósito, de uma polícia federal e/ou de uma polícia civil, nesse caso quem responde pelo furto e pela conduta de subtrair. E, depois, se ele começar a vender ele responde pela venda e pelo crime de tráfico. Lembrando que, se já houve a pesquisa desse trajeto que ele fez da subtração da droga até o local de destino e não vendeu a droga, ele só responderá pelo furto, mas se fez a subtração e depois fez a venda, será enquadrado no furto em concurso com o tráfico. Tráfico em concurso com receptação: se por acaso o indivíduo trocar um próprio bem imóvel, por exemplo, para realizar a troca por alguma droga, ele somente responderá por porte. Mas, se para fazer o consumo da droga, o indivíduo furtou a geladeira de um vizinho, por exemplo, e está vendendo a mesma e, pela natureza da pessoa que subtraiu o traficante tem que perceber, porque ele pode responder por crime de receptação dolosa ou culposa mais o crime de tráfico. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO DE DROGAS www.focusconcursos.com.br | 35 | Pode ter tráfico e organização criminosa, pode ser o tráfico lavagem de capitais, pode ter o tráfico mais sonegação tributária. O tráfico é crime equiparado a hediondo, de acordo com o art. 2° da Lei 8,072/1990. O Entendimento do STJ, com base na 11.343/2006, equiparados ou assemelhados a hediondo só tem dois: • art. 33 caput: o tráfico propriamente dito. • Art. 33, §1°: o tráfico por equiparação. 8.3 NÚCLEO DO TIPO - Importar: é proporcionar o ingresso irregular da droga no território nacional; - Exportar: significa levar para fora do Brasil; - Remeter: enviar a algum lugar, porém dentro do território nacional; - Preparar: significa obter algo por meio da composição ou decomposição de elementos; - Produzir: significa dar origem a algo antes inexistente; - Fabricar: consiste na produção em grande escala, por meio de equipamentos e maquinário próprio; - Adquirir: é a obtenção da propriedade de alguma coisa, de maneira gratuita ou onerosa; - Vender: significa alienar mediante contraprestação; - Expor à venda: consiste em apresentar, colar à mostra para fins de alienação; Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO DE DROGAS www.focusconcursos.com.br | 36 | - Oferecer: significa ofertar como presente, sem intenção de venda, geralmente de forma gratuita; - Ter em depósito: consiste em manter em reservatório ou armazém, conservando a coisa. - Transportar: consiste em levar a droga de um lugar para outro; - Trazer consigo: transportar junto ao corpo; - Guardar: tomar conta da droga, protegendo, tendo-a sob vigilância, geralmente por meio de ocultação; - Prescrever: significa receitar, indicar; - Ministrar: é introduzir no organismo de alguém substância entorpecente, por qualquer meio. - Entregar a consumo: norma de encerramento que visa abarca toda e qualquer conduta relacionada à traficância que não possa ser enquadrada nas modalidades anteriores, diferenciando-se do fornecimento por consistir em tradição da droga a terceiro praticada de maneira isolada, única, esporádica; - Fornecer: significa prover, entregar, abastecer, distinguindo-se da entrega a consumo por trazer ínsita a ideia de continuidade no tempo, ou seja, de uma tradição contínua durante certo período. 8.4 ELEMENTO SUJETIVO O crime de tráfico de drogas é punido exclusivamente a título de dolo, ou seja, deve o agente ter consciência e vontade de praticar qualquer dos verbos nucleares. A tipificação do tráfico dispensa a presença de qualquer elemento subjetivo específico, diversamente do crime do artigo 28 da Lei de Drogas. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO DE DROGAS www.focusconcursos.com.br | 37 | 8.5 CRIMES EQUIPARADOS AO TRÁFICO DE DROGAS § 1º Nas mesmas penas incorre quem: I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas; II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas; III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas. IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art10 Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO DE DROGAS www.focusconcursos.com.br | 38 | 8.6 PARTICIPAÇÃO NO USO INDEVIDO DE DROGAS § 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: (Vide ADI nº 4.274) Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa. ➔ O STF reforçou a legalidade dos eventos chamados "marcha da maconha", que reúnem manifestantes favoráveis à descriminalização da droga. Por unanimidade, os ministros decidiram que esse tipo de manifestação não pode ser considerado crime previsto no artigo 33, parágrafo 2º, da lei de tóxicos, o que configuraria afronta aos direitos de reunião e de livre expressão do pensamento, previstos na CF/88. 8.7 CESSÃO GRATUITA E EVENTUAL DE DROGAS PARA CONSUMO COMPARTILHADO § 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28. http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADIN&s1=4274&processo=4274 Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 39 | 8.8 CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA § 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. (Vide Resolução nº 5, de 2012) 9 TRÁFICO PRIVILEGIADO No artigo 33 § 4° afirma que nos delitos definidos no caput e no § 1° deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. Seus requisitos são: ✓ Agente primário de bons antecedentes; ✓ Não se dedique as atividades criminosas; ✓ Não integre organização criminosa. É importante ressaltar que faltando um deles esqueça a possibilidade do privilégio. A frase “vedada a conversão em penas restritivas de direitos” está riscada, pois o Supremo Tribunal Federal decidiu que é inconstitucional essa proibição da conversão da penaprivativa de liberdade restritiva de direito. Esses requisitos são requisitos subjetivos, gera para o agente que preenche todos os requisitos o direito subjetivo de exigir o privilégio, não é uma faculdade do juiz fornecer essa diminuição de pena. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Congresso/RSF-05-2012.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Congresso/RSF-05-2012.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Congresso/RSF-05-2012.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Congresso/RSF-05-2012.htm Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 40 | E sim um direito subjetivo da pessoa que venha preencher todos os requisitos do artigo 33 § 4° para adequar e ser beneficiado com essa causa de diminuição de pena. Lembre-se aluna(o) que o indivíduo que é portador da primariedade não basta ser primário, a lei deixa claro que se deve ser portador de bons antecedentes, pois pode se deparar com a figura do indivíduo que é primário, mas é portador de maus antecedentes. Nesse caso, não seria beneficiado com o tráfico privilegiado, o segundo requisito é não se dedicar a atividades criminosas. Se ele pratica o crime de tráfico em concurso com o crime de associação para o tráfico não será beneficiado com o tráfico privilegiado, questionando quem se dedica à atividade criminosa se o indivíduo praticou tráfico em concurso com outro crime ele não será beneficiado. O STJ decidiu que a variedades de substâncias de drogas que o indivíduo possui a traficar é um sinônimo que se dedica à atividade criminosa. Observe que então se o indivíduo possuir uma variedade de drogas na apreensão é definido como tráfico privilegiado pela quantidade e diversidade de drogas, não sendo definido para ele o tráfico privilegiado. No que diz respeito à “não integrar a organização criminosa”, é importante compreender, pois fica evidente que o indivíduo ocasionalmente não é considerado um integrante de uma organização criminosa, pois pode ser uma mula a qual o indivíduo pega a droga para repassar, tentando arrumar um dinheiro. Para saber se poderá ser integrado em uma organização criminosa deve-se observar se preencherá os requisitos da lei de organização criminosa no art. 1º § 2°, artigo este de assunto sobre a organização criminosa, pois ser uma mula não condiz com a afirmação de que é um integrante de uma organização criminosa. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 41 | Um indivíduo praticou o tráfico privilegiado e preencheu todos os requisitos, mas o crime que cometeu era de tráfico internacional e preenche os requisitos do art. 33 § 4°. Pelo fato de ter praticado tráfico internacional e transnacional o que é uma causa de aumento de pena, com base no art. 40 inciso 1° da lei de drogas, ele pode ser beneficiado com a diminuição de pena do art. 33 § 4°? Pode, pois o juiz quando for aplicar a pena vera as causas e diminuição de pena para fazer a compensação, nada impede o indivíduo que praticou tráfico internacional ser beneficiado com o tráfico privilegiado, tendo uma compensação na hora que o juiz fixar a pena. Um detalhe importante em termos de concursos que se deve tomar cuidado é que algumas questões irão citar apenas alguns requisitos, por exemplo, o indivíduo pode ser beneficiado com o tráfico privilegiado se for agente primário, portador de bons antecedentes e não se dedicar à atividade criminosa. Observe que o banco esqueceu de colocar a não integração a organização criminosa, analise o perfil da banca, pois algumas bancas não trazem todos, mas se não trazer uma palavra restritiva a questão não vai estar errada. Entretanto é de acordo com cada banca, a banca CESPE se trouxer uma questão incompleta, mas não trouxe nenhuma palavra restritiva pode marcar como certo. Se ela afirmar que “o indivíduo pode se beneficiar com o tráfico privilegiado pelo fato de ser a gente primário, portador de bons antecedentes e não se dedicar a atividade criminosa” está correta, pode trazer da seguinte forma “são requisitos necessários uma vez para preencher, vão gerar direito subjetivo para o a gente, neste caso irá citar todos” falando que são requisitos cumulativos de forma obrigatória. Entretanto, se a questão trazer uma palavra restritiva como por exemplo “para o indivíduo ser beneficiado com o privilégio basta ser um agente primário e portador de bons antecedentes”, nesse caso, é uma afirmação errônea. No julgamento do HC 118.533, Rel. Min. Cármen Lúcia, em 23/06/2016, o Plenário do STF decidiu que o tráfico privilegiado de drogas não possui natureza equiparada à dos crimes hediondos. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 42 | Considera-se privilegiado o tráfico quando o agente é primário, tem bons antecedentes, não se dedica às atividades criminosas e não integra organização criminosa. Em tal hipótese, descrita no art. 33, § 4º, da Lei de Drogas, a pena do réu será reduzida de 1/6 a 2/3. A decisão da Corte Suprema sobrepôs-se ao que havia decidido o Superior Tribunal de Justiça, que entendera ter natureza equiparada a hedionda o tráfico privilegiado (Súmula n. 512 — cancelada em 23/11/2016). Posteriormente, a Lei n. 13.964/2019 inseriu no art. 112, § 5º, da LEP, regra expressa no sentido de que o tráfico privilegiado não possui natureza hedionda ou equiparada. Em razão disso, quando o tráfico for considerado privilegiado, serão aplicadas as regras da legislação comum. 9.1 JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA ➔ O tráfico de drogas é crime de ação múltipla e a prática de um dos verbos contidos no art. 33, caput, é suficiente para a consumação da infração, sendo prescindível a realização de atos de venda do entorpecente. ➔ Reconhecida a inconstitucionalidade da vedação prevista na parte final do §4º do art. 33 da Lei de Drogas, admite-se a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos aos condenados pelo crime de tráfico de drogas, desde que preenchidos os requisitos do art. 44 do Código Penal. ➔ A causa de diminuição de pena prevista no § 4º do art. 33 da Lei de Drogas só pode ser aplicada se todos os requisitos, cumulativamente, estiverem presentes. ➔ É possível que a causa de diminuição estabelecida no art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/06 seja fixada em patamar diverso do máximo de 2/3, em razão da qualidade e da quantidade de droga apreendida. javascript:document.frmDoc1Item0.submit(); javascript:document.frmDoc1Item0.submit(); javascript:document.frmDoc1Item0.submit(); javascript:document.frmDoc1Item4.submit(); javascript:document.frmDoc1Item4.submit(); javascript:document.frmDoc1Item4.submit(); javascript:document.frmDoc1Item4.submit(); javascript:document.frmDoc1Item16.submit(); javascript:document.frmDoc1Item16.submit(); javascript:document.frmDoc1Item4.submit(); javascript:document.frmDoc1Item4.submit(); javascript:document.frmDoc1Item4.submit(); Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 43 | ➔ A condenação simultânea nos crimes de tráfico e associação para o tráfico afasta a incidência da causa especial de diminuição prevista no art. 33, §4º, da Lei n. 11.343/06 por estar evidenciada dedicação a atividades criminosas ou participação em organização criminosa. ➔ O tráfico ilícito de drogas na sua forma privilegiada (art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006) não é crime equiparado a hediondo. ➔ Reconhecida a inconstitucionalidade do § 1º do art. 2º da Lei n. 8.072/1990, é possível a fixação de regime prisional diferente do fechado para o início do cumprimento de pena imposta ao condenado por tráfico de drogas, devendo o magistrado observar as regras previstas nos arts. 33 e 59 do Código Penal.➔ É possível a concessão de liberdade provisória nos crimes de tráfico ilícito de entorpecentes. ➔ É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis. (Súmula 501/STJ) ➔ A natureza e a quantidade da droga não podem ser utilizadas simultaneamente para justificar o aumento da pena-base e afastar a redução prevista no §4º do art. 33 da Lei 11.343/06, sob pena de caracterizar bis in idem . ➔ O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz javascript:document.frmDoc1Item2.submit(); javascript:document.frmDoc1Item2.submit(); javascript:document.frmDoc1Item2.submit(); javascript:document.frmDoc1Item2.submit(); javascript:document.frmDoc1Item20.submit(); javascript:document.frmDoc1Item20.submit(); javascript:document.frmDoc1Item6.submit(); javascript:document.frmDoc1Item6.submit(); javascript:document.frmDoc1Item6.submit(); javascript:document.frmDoc1Item6.submit(); javascript:document.frmDoc1Item7.submit(); javascript:document.frmDoc1Item7.submit(); javascript:document.frmDoc1Item9.submit(); javascript:document.frmDoc1Item9.submit(); javascript:document.frmDoc1Item9.submit(); javascript:document.frmDoc1Item9.submit(); javascript:document.frmDoc1Item15.submit(); javascript:document.frmDoc1Item15.submit(); javascript:document.frmDoc1Item15.submit(); javascript:document.frmDoc1Item8.submit(); Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 44 | obrigatoriamente à imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente. (Súmula n. 492/STJ) ➔ O princípio da insignificância não se aplica aos delitos do art. 33, caput, e do art. 28 da Lei de Drogas, pois tratam-se de crimes de perigo abstrato ou presumido. 9.2 4. TRÁFICO DE MAQUINÁRIO PARA FABRICAÇÃO DE DROGAS Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa. 9.2.1 4.1. NÚCLEO DO TIPO - Fabricar: consiste na produção em grande escala; - Adquirir: obter a propriedade de maneira gratuita ou onerosa; javascript:document.frmDoc1Item8.submit(); javascript:document.frmDoc1Item8.submit(); javascript:document.frmDoc1Item4.submit(); javascript:document.frmDoc1Item4.submit(); Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 45 | - Utilizar: fazer uso de algo; - Transportar: levar de um lugar para outro, geralmente por meio não pessoal; - Oferecer: ofertar como presente, sem a intenção de venda, geralmente de forma gratuita; - Vender: alienar mediante contraprestação; - Distribuir: entregar a diferentes partes; - Entregar: passar algo à posse de outrem; - Possuir: ter algo em seu poder para usufruir; - Guardar: tomar conta, proteger, ter sob vigilância, geralmente por meio de ocultação; - Fornecer: prover, entregar, abastecer, com certa continuidade no tempo; As condutas devem recair sobre MAQUINÁRIO (conjunto de peças de determinada máquina), APARELHO (dispositivo inserido em uma máquina), INSTRUMENTO (objetivo mecânico para alcançar fim semelhante ao de uma máquina) ou QUALQUER OBJETO (qualquer peça que possa ser usada com a mesma finalidade DESTINADO À FABRICAÇÃO (produção em grande escala), PREPARAÇÃO (obtenção de algo por meio da composição de elementos), PRODUÇÃO (manufaturar ou fazer surgir em menor escala) ou TRANSFORMAÇÃO (alteração da composição original) DE DROGAS. 9.2.2 4.2. TIPO PENAL SUBSIDIÁRIO Trata-se de tipo penal subsidiário em relação ao crime do artigo 33, caput, da Lei de Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 46 | Drogas. Exemplo: se a polícia não conseguir localizar nenhuma quantidade de droga em um laboratório clandestino durante a execução de um mandado de busca domiciliar, porém encontrar uma balança de precisão com vestígios de cocaína, o agente deverá ser autuado em flagrante delito pela prática do artigo 34, porquanto demonstrado que tal aparelho era utilizado na preparação de droga. 9.3 5. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa. Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei. 9.3.1 5.1. NÚCLEO DO TIPO Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 47 | - Associar-se: quer dizer reunir-se, aliar-se ou congregar-se de maneira estável ou permanente para a consecução de um fim comum. A característica da associação é a estabilidade do vínculo que une os agentes, mesmo que nenhum dos crimes por eles planejados venha a se concretizar. 9.3.2 5.2. CLASSIFICAÇÃO / CONCURSO DE CRIMES Como espécie de crime formal, sua consumação independe da prática dos delitos para os quais os agentes se associaram. No entanto, se tais delitos forem cometidos, os agentes deverão responder pelo crime de tráfico por eles praticado em concurso material com o delito de associação. 9.3.3 5.3. JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA ➔ Para a caracterização do crime de associação para o tráfico é imprescindível o dolo de se associar com estabilidade e permanência. ➔ O delito de associação para o tráfico de drogas não possui natureza hedionda. javascript:document.frmDoc1Item10.submit(); javascript:document.frmDoc1Item10.submit(); javascript:document.frmDoc1Item11.submit(); Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 48 | 9.4 9.5 6. FINANCIAR OU CUSTEAR O TRÁFICO Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa. 9.5.1 6.1. NÚCLEO DO TIPO - Financiar: significa sustentar os gastos, custear, bancar, prover o capital necessário para o desenvolvimento do tráfico de drogas; - Custear: consiste em prover despesas, gastos; 9.5.2 6.2. JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA ➔ O crime de financiar ou custear o tráfico ilícito de drogas (art. 36 da Lei n. 11.343/2006) é delito autônomo aplicável ao agente que não tem participação direta javascript:document.frmDoc1Item0.submit(); javascript:document.frmDoc1Item0.submit(); Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 49 | na execução do tráfico e que se limita a fornecer os recursos necessários para subsidiar as infrações a que se referem os art. 33, caput e § 1º, e art. 34 da Lei de Drogas. ➔ O agente que atua diretamente na traficância e que também financia ou custeia a aquisição de drogas deve responder pelo crime previsto no art. 33, caput, com a incidência da causa de aumento de pena prevista no art. 40, inciso VII, da Lei n. 11.343/2006, afastando-se, por conseguinte, a conduta autônoma prevista no art. 36 da referida legislação. 9.5.3 9.6 7. COLABORAÇÃO COMO INFORMANTEArt. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa. 9.6.1 7.1. NÚCLEO DO TIPO - Colaborar: significa cooperar, prestar auxílio. A tipificação está condicionada à colaboração como informante, o que significa dizer javascript:document.frmDoc1Item0.submit(); javascript:document.frmDoc1Item0.submit(); javascript:document.frmDoc1Item1.submit(); javascript:document.frmDoc1Item1.submit(); javascript:document.frmDoc1Item1.submit(); javascript:document.frmDoc1Item1.submit(); javascript:document.frmDoc1Item1.submit(); Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 50 | que este auxílio do agente deve estar restrito ao fornecimento de informações que, de alguma forma, contribuam para a prática dos crimes previstos nos artigos 33, caput, e 34 da Lei de Drogas. 9.6.2 9.6.3 7.2. JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA ➔ O crime de colaboração com o tráfico, art. 37 da Lei n. 11.343/2006, é um tipo penal subsidiário em relação aos delitos dos arts. 33 e 35 e tem como destinatário o agente que colabora como informante, de forma esporádica, eventual, sem vínculo efetivo, para o êxito da atividade de grupo, de associação ou de organização criminosa destinados à prática de qualquer dos delitos previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 da Lei de Drogas. 9.7 9.8 8. CAUSAS DE AUMENTO DE PENA Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito; II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão javascript:document.frmDoc1Item2.submit(); javascript:document.frmDoc1Item2.submit(); javascript:document.frmDoc1Item2.submit(); javascript:document.frmDoc1Item2.submit(); javascript:document.frmDoc1Item2.submit(); javascript:document.frmDoc1Item2.submit(); Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 51 | de educação, poder familiar, guarda ou vigilância; III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos; IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva; V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal; VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação; VII - o agente financiar ou custear a prática do crime. 9.8.1 8.1. JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA ➔ Compete ao juiz federal do local da apreensão da droga remetida do exterior pela via postal processar e julgar o crime de tráfico internacional. (Súmula n. 528/STJ) javascript:document.frmDoc1Item14.submit(); javascript:document.frmDoc1Item14.submit(); Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 52 | ➔ A incidência de mais de uma causa de aumento prevista no art. 40 da Lei n. 11.343/06 não implica a automática majoração da pena acima do mínimo (2/3) na terceira fase, pois a sua exasperação exige fundamentação concreta. ➔ Não acarreta bis in idem a incidência simultânea das majorantes previstas no art. 40 aos crimes de tráfico de drogas e de associação para fins de tráfico, porquanto são delitos autônomos, cujas penas devem ser calculadas e fixadas separadamente. ➔ Não há bis in idem na aplicação da causa de aumento de pena pela transnacionalidade (art. 40, I, da Lei n. 11.343/06) com as condutas de importar e exportar previstas no caput do art. 33 da Lei de Drogas, porquanto o simples fato de o agente trazer consigo a droga já conduz à configuração da tipicidade formal do crime de tráfico. ➔ Configura-se a transnacionalidade do tráfico de drogas com a comprovação de que a substância tinha como destino ou origem outro país, independentemente da efetiva transposição de fronteiras. ➔ O rol previsto no inciso III do art. 40 da Lei n. 11.343/2006 não deve ser encarado como taxativo, pois o objetivo da lei é proteger espaços que promovam a aglomeração de pessoas, circunstância que facilita a ação criminosa. ➔ A causa de aumento de pena prevista no inciso III do art. 40 da Lei de Drogas possui natureza objetiva e se aplica em função do lugar do cometimento do delito, sendo despicienda a comprovação efetiva do tráfico ou de que o crime visava a atingir os frequentadores desses locais. javascript:document.frmDoc1Item7.submit(); javascript:document.frmDoc1Item7.submit(); javascript:document.frmDoc1Item7.submit(); javascript:document.frmDoc1Item9.submit(); javascript:document.frmDoc1Item9.submit(); javascript:document.frmDoc1Item9.submit(); javascript:document.frmDoc1Item10.submit(); javascript:document.frmDoc1Item10.submit(); javascript:document.frmDoc1Item10.submit(); javascript:document.frmDoc1Item10.submit(); javascript:document.frmDoc1Item10.submit(); javascript:document.frmDoc1Item11.submit(); javascript:document.frmDoc1Item11.submit(); javascript:document.frmDoc1Item11.submit(); javascript:document.frmDoc1Item3.submit(); javascript:document.frmDoc1Item3.submit(); javascript:document.frmDoc1Item3.submit(); javascript:document.frmDoc1Item4.submit(); javascript:document.frmDoc1Item4.submit(); javascript:document.frmDoc1Item4.submit(); javascript:document.frmDoc1Item4.submit(); Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 53 | ➔ A incidência da majorante prevista no art. 40, inciso III, da Lei n 11.343/2006 pode ser excepcionalmente afastada na hipótese de não existir nenhuma indicação de que houve o aproveitamento da aglomeração de pessoas ou a exposição dos frequentadores do local para a disseminação de drogas, verificando-se, caso a caso, as condições de dia, local e horário da prática do delito. ➔ Para a caracterização da causa de aumento de pena do art. 40, inciso III, da Lei n. 11.343/2006, é necessária a efetiva oferta ou a comercialização da droga no interior de veículo público, não bastando, para a sua incidência, o fato de o agente ter se utilizado dele como meio de locomoção e de transporte da substância ilícita. ➔ Para a incidência da majorante prevista no art. 40, V, da Lei n. 11.343/06 é desnecessária a efetiva transposição de fronteiras entre estados , sendo suficiente a demonstração inequívoca da intenção de realizar o tráfico interestadual. javascript:document.frmDoc1Item5.submit(); javascript:document.frmDoc1Item5.submit(); javascript:document.frmDoc1Item5.submit(); javascript:document.frmDoc1Item5.submit(); javascript:document.frmDoc1Item5.submit(); javascript:document.frmDoc1Item6.submit(); javascript:document.frmDoc1Item6.submit(); javascript:document.frmDoc1Item6.submit(); javascript:document.frmDoc1Item6.submit(); javascript:document.frmDoc1Item12.submit(); javascript:document.frmDoc1Item12.submit(); javascript:document.frmDoc1Item12.submit(); Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 54 | 10 Questões de Sala QUESTÃO01 – 1 (Cespe/Cebraspe) A respeito do tráfico ilícito e uso indevido de substâncias entorpecentes, de crime organizado, dos crimes de tortura e dos crimes hediondos, julgue o item que se segue. A resposta do dependente de drogas aos recursos extra-hospitalares é irrelevante em eventual indicação de internação. ( ) CERTO ( ) ERRADO 2 (Cespe/Cebraspe) Julgue o seguinte item à luz da Lei n.º 11.343/2006. A posse de maquinário, aparelho ou instrumento de fabricação de drogas destinadas ao consumo pessoal é conduta penalmente típica, embora não equiparada a crime hediondo. ( ) CERTO ( ) ERRADO 3 (Cespe/Cebraspe) Julgue o seguinte item à luz da Lei n.º 11.343/2006. No caso de condenação pelo crime de associação para o tráfico, o livramento condicional depende do cumprimento de dois terços da pena, sendo vedada sua concessão ao reincidente específico. ( ) CERTO ( ) ERRADO 4 (Cespe/Cebraspe) Julgue o seguinte item à luz da Lei n.º 11.343/2006. A duplicação do prazo máximo das penas de prestação de serviços à comunidade e comparecimento a programa ou curso educativo ao condenado pelo crime de porte de drogas para consumo pessoal depende de reincidência específica. ( ) CERTO ( ) ERRADO Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 55 | 5 (Cespe/Cebraspe) Com relação ao procedimento de apreensão, arrecadação e destinação de bens em procedimentos criminais, julgue o item a seguir, com base na Lei n.º 11.343/2006. Os bens que forem apreendidos em procedimento criminal relacionado à Lei n.º 11.343/2006 devem ser vendidos por meio de hasta pública, preferencialmente eletrônica, assegurada a venda pelo maior lance, por preço que não seja inferior a 50% do valor da avaliação judicial com relação aos bens móveis e que não seja inferior a 30% do valor da avaliação judicial quanto aos bens imóveis. ( ) CERTO ( ) ERRADO 6 (Cespe/Cebraspe) Pedro foi preso em flagrante delito portando cinco quilos de maconha em sua mochila. Em seu interrogatório, negou a traficância, mas admitiu a posse da droga, afirmando que ela não lhe pertencia e que apenas a estava levando para guardá-la, em troca de recompensa financeira. Pedro, que não possuía antecedentes criminais, foi condenado por tráfico ilícito de entorpecentes. Considerando essa situação hipotética, julgue o item seguinte. A grande quantidade de maconha apreendida com Pedro não poderá ensejar, simultaneamente, o aumento da sua pena-base e a negação do benefício de redução da pena estabelecido no § 4.º do art. 33 da Lei n.º 11.343/2006. ( ) CERTO ( ) ERRADO 7 (Cespe/Cebraspe) Considerando as disposições legais do Estatuto do Desarmamento e da Lei de Drogas, julgue o item que se segue. Considere que um visitante tenha tentado entrar no estabelecimento prisional portando, de forma dissimulada, pequena quantidade de cocaína a ser entregue para um detento, de forma gratuita. Nessa situação, a conduta do visitante corresponde ao tipo penal do tráfico de drogas, com pena aumentada de um sexto a dois terços, em razão das circunstâncias do delito. ( ) CERTO ( ) ERRADO Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 56 | 8 (Cespe/Cebraspe) Considerando as disposições legais do Estatuto do Desarmamento e da Lei de Drogas, julgue o item que se segue. Considere que um indivíduo, sem autorização legal, tenha vendido grande quantidade de insumo destinado à preparação de drogas a um agente policial que estava disfarçado em atuação investigativa. Nessa situação, se estiverem presentes elementos probatórios de conduta criminal preexistente, será possível a prisão em flagrante do indivíduo, não se caracterizando a figura do crime impossível. ( ) CERTO ( ) ERRADO 9 Cespe/Cebraspe) Considerando as disposições legais do Estatuto do Desarmamento e da Lei de Drogas, julgue o item que se segue. Considere que, em uma fiscalização ao acaso, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) tenha apreendido um veículo no qual era transportada grande quantidade de cocaína de um estado para outro. Considere também que o motorista tenha sido preso em flagrante por tráfico de drogas, e o veículo, apreendido. Nessa situação hipotética, não poderá a PRF, responsável pela prisão, fazer uso do bem apreendido, porque a autorização judicial nesse sentido somente alcança os órgãos de polícia incumbidos da investigação propriamente dita. ( ) CERTO ( ) ERRADO 10 (Cespe/Cebraspe) Após ligação anônima, a polícia realizou busca em determinada casa, onde encontrou pessoas preparando pequenos pacotes de determinada substância — aparentemente entorpecente —, os quais foram apreendidos, além de armas de fogo de alto calibre. Durante a diligência, o delegado, informalmente, realizou entrevistas com as pessoas que estavam no domicílio. Durante essas entrevistas, um dos indivíduos confessou a prática do delito e, posteriormente, colaborou com a identificação dos demais membros da organização criminosa. A partir das informações do colaborador, foi realizada uma ação controlada. A partir dessa situação hipotética, julgue o próximo item. A substância apreendida deve ser submetida à perícia para a elaboração do laudo de constatação provisório da natureza e da quantidade da droga, análise que deve ser realizada por perito, o qual, por sua vez, ficará impedido de elaborar o laudo definitivo. ( ) CERTO ( ) ERRADO Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 57 | 11 (Cespe/Cebraspe) Com relação aos crimes previstos em legislação especial, julgue o item a seguir. A importação de sementes de maconha em pequena quantidade é considerada conduta atípica. ( ) CERTO ( ) ERRADO 12 (Cespe/Cebraspe) A respeito da identificação criminal, do crime de tortura, do abuso de direito, da prevenção do uso indevido de drogas, da comercialização de armas de fogo e dos crimes hediondos, julgue o item que se segue. Entre as atividades de prevenção do uso indevido de drogas, está o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual em relação ao uso indevido dessas substâncias ilícitas. ( ) CERTO ( ) ERRADO 13 (Cespe/Cebraspe) Acerca das penas aplicáveis a indivíduo flagrado com pequena quantidade de cocaína para consumo pessoal, sem autorização legal, julgue o item a seguir. Nesse caso, a pena é de prestação de serviços à comunidade pelo prazo de cinco meses, se o usuário for primário, ou de dez meses, em caso de reincidência. ( ) CERTO ( ) ERRADO 14 (Cespe/Cebraspe) Acerca das penas aplicáveis a indivíduo flagrado com pequena quantidade de cocaína para consumo pessoal, sem autorização legal, julgue o item a seguir. Aplica-se a esse indivíduo pena privativa de liberdade, desde que evidenciado o descumprimento reiterado das penas que substituem a prisão, ouvidos o Ministério Público e o defensor público. ( ) CERTO ( ) ERRADO 15 (Cespe/Cebraspe) A respeito de tóxicos e entorpecentes, julgue o item que se segue. A apreensão de drogas deve ser realizada de ofício pela autoridade policial; a de aparelhos celulares, entretanto, depende de autorização judicial, sob pena de nulidade das provas obtidas a partir destes, em decorrência do sigilo telefônico. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 58 | ( ) CERTO ( ) ERRADO 16 (Cespe/Cebraspe) Considerando a legislação especial, julgue o item a seguir. Agente denunciado por tráfico de drogas que confesse o porte da substância para consumo próprio, caso venha a ser condenado pela conduta imputada, não terá a seu favor o benefício da atenuante da confissão. ( ) CERTO ( ) ERRADO 17 (Cespe/Cebraspe) Julgue o próximo item, com basena Lei de Introdução ao Código Penal (LICP) e na jurisprudência dos tribunais superiores. No entendimento dos tribunais superiores, a conduta de posse ou porte ilegal de droga para consumo pessoal e em desacordo com determinação legal e regulamentar não constitui infração penal, pois, nos termos da LICP, constitui infração penal apenas as condutas que sejam sancionadas com pena privativa de liberdade ou de multa. ( ) CERTO ( ) ERRADO 18 (Cespe/Cebraspe) Determinado cidadão norte-americano em férias em Brasília cometeu o crime de homicídio ao fugir da cena de crime de tráfico ilícito de entorpecentes, supostamente por ele praticado. Após o crime, ele fugiu para o hotel onde se encontrava hospedado desde que chegou ao Brasil. Cinco minutos após ter adentrado em seu quarto, a polícia invadiu o local e conseguiu prendê-lo. Considerando a jurisprudência do STF, julgue o item a seguir, a partir da situação hipotética precedente. O crime de tráfico ilícito de entorpecentes é considerado imprescritível, inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. ( ) CERTO ( ) ERRADO Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 59 | 19 (Cespe/Cebraspe) Com base na legislação especial, julgue o próximo item. O perito que subscrever o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga apreendida em prisão em flagrante ficará impedido de participar da elaboração do laudo definitivo. ( ) CERTO ( ) ERRADO 20 (Cespe/Cebraspe) Cada um do item a seguir apresenta uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada. Julgue-o com base na legislação especial. Determinada pessoa foi presa em flagrante delito, porque estava, no território brasileiro, próximo à região de fronteira com determinado país da América do Sul, transportando uma grande quantidade de drogas. Nessa situação, a configuração do tráfico transnacional depende da comprovação da transposição da fronteira, hipótese em que a pena poderá aumentar. ( ) CERTO ( ) ERRADO 10.1 Gabarito 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 E E C C E C C C E E 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 C C C E E C E E E E Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 60 | 10.2 Gabarito Comentado 1 (Cespe/Cebraspe) A respeito do tráfico ilícito e uso indevido de substâncias entorpecentes, de crime organizado, dos crimes de tortura e dos crimes hediondos, julgue o item que se segue. A resposta do dependente de drogas aos recursos extra-hospitalares é irrelevante em eventual indicação de internação. ()Certo ()Errado COMENTÁRIO: A questão está em dissonância com a inteligência Art. 23-A, § 6º da Lei de Drogas,já que a internação está condicionada aos recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes. Art. 23-A. O tratamento do usuário ou dependente de drogas deverá ser ordenado em uma rede de atenção à saúde, com prioridade para as modalidades de tratamento ambulatorial, incluindo excepcionalmente formas de internação em unidades de saúde e hospitais gerais nos termos de normas dispostas pela União e articuladas com os serviços de assistência social e em etapas que permitam: (...) m qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes. GABARITO:ERRADO 2 (Cespe/Cebraspe) Julgue o seguinte item à luz da Lei n.º 11.343/2006. A posse de maquinário, aparelho ou instrumento de fabricação de drogas destinadas ao consumo pessoal é conduta penalmente típica, embora não equiparada a crime hediondo. ()Certo ()Errado COMENTÁRIO: Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 61 | Para respondermos esta questão vejamos o entendimento do STJ ao julgar RHC 135.617-PR:” O agente não pode ser condenado pelo crime do art. 34 da Lei de Drogas quando a posse dos instrumentos é ato preparatório destinado ao consumo pessoal do entorpecente”. Lei de Drogas: Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa. GABARITO:ERRADO 3 (Cespe/Cebraspe) Julgue o seguinte item à luz da Lei n.º 11.343/2006. No caso de condenação pelo crime de associação para o tráfico, o livramento condicional depende do cumprimento de dois terços da pena, sendo vedada sua concessão ao reincidente específico. ()Certo ()Errado COMENTÁRIO: A Lei de drogas em seu art.35 define o crime de associação para o tráfico como sendo uma associação entre duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei". Além disso,a mesma lei prevê no parágrafo único do art.44 que o livramento condicional está condicionado ao cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico.Vejmaos: Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa. (...) Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 62 | Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos. fo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico. GABARITO:CERTO 4 (Cespe/Cebraspe) Julgue o seguinte item à luz da Lei n.º 11.343/2006. A duplicação do prazo máximo das penas de prestação de serviços à comunidade e comparecimento a programa ou curso educativo ao condenado pelo crime de porte de drogas para consumo pessoal depende de reincidência específica. ()Certo ()Errado COMENTÁRIO: No entendimento da Sexta Turma do STJ ao analisar REsp nº 1.771.304/E “ aumento de pena no crime de posse de drogas para consumo próprio deve ocorrer apenas quando a reincidência for específica”.Ademais,vejos o que nos fala a Lei de Drogas em seu art.28: Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. § 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses. (...) § 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses. (...) GABARITO:CERTO Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 63 | 5 (Cespe/Cebraspe) Com relação ao procedimento de apreensão, arrecadação e destinação de bens em procedimentos criminais, julgue o item a seguir, com base na Lei n.º 11.343/2006. Os bens que forem apreendidos em procedimento criminal relacionado à Lei n.º 11.343/2006 devem ser vendidos por meio de hasta pública, preferencialmente eletrônica, assegurada a vendapelo maior lance, por preço que não seja inferior a 50% do valor da avaliação judicial com relação aos bens móveis e que não seja inferior a 30% do valor da avaliação judicial quanto aos bens imóveis. ()Certo ()Errado COMENTÁRIO: Lei de drogas: Art. 61. A apreensão de veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros meios de transporte e dos maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza utilizados para a prática, habitual ou não, dos crimes definidos nesta Lei será imediatamente comunicada pela autoridade de polícia judiciária responsável pela investigação ao juízo competente. (...) § 11. Os bens móveis e imóveis devem ser vendidos por meio de hasta pública, preferencialmente por meio eletrônico, assegurada a venda pelo maior lance, por preço não inferior a 50% (cinquenta por cento) do valor da avaliação judicial. GABARITO:ERRADO 6 (Cespe/Cebraspe) Pedro foi preso em flagrante delito portando cinco quilos de maconha em sua mochila. Em seu interrogatório, negou a traficância, mas admitiu a posse da droga, afirmando que ela não lhe pertencia e que apenas a estava levando para guardá-la, em troca de recompensa financeira. Pedro, que não possuía antecedentes criminais, foi condenado por tráfico ilícito de entorpecentes. Considerando essa situação hipotética, julgue o item seguinte. A grande quantidade de maconha apreendida com Pedro não poderá ensejar, simultaneamente, o aumento da sua pena-base e a negação do benefício de redução da pena estabelecido no § 4.º do art. 33 da Lei n.º 11.343/2006. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 64 | ()Certo ()Errado COMENTÁRIO: Isso mesmo.A aumento da sua pena-base e a negação do benefício de redução da pena estabelecido no § 4.º do art. 33 da Lei n.º 11.343/2006 não podem ocorrer ,simultaneamente,nas fases da dosimetria da pena ,pois estaríamos diante bis in idem.Esse é o entendimento dos Tribunais Superiores.Vejamos: Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVOS EM RECURSOS ESPECIAIS. TRÁFICO DE DROGAS. REDUTOR AFASTADO COM BASE NA QUANTIDADE E NATUREZA DAS DROGAS. ELEMENTOS SOPESADOS NA FIXAÇÃO DA PENA-BASE. IMPOSSIBILIDADE. BIS IN IDEM. PRECEDENTES DESTA CORTE E DO STF. 1. Valorada a quantidade e a natureza da droga na primeira etapa da dosimetria, inviável a sua utilização na terceira etapa para negar ou mesmo modular o fator de diminuição da pena pelo privilégio do tráfico de entorpecentes, evitando indevido bis in idem (AgRg no HC n. 445.769/SP, Ministro Nefi Cordeiro, Sexta Turma, DJe 16/10/2018) GABARITO:CERTO 7 (Cespe/Cebraspe) Considerando as disposições legais do Estatuto do Desarmamento e da Lei de Drogas, julgue o item que se segue. Considere que um visitante tenha tentado entrar no estabelecimento prisional portando, de forma dissimulada, pequena quantidade de cocaína a ser entregue para um detento, de forma gratuita. Nessa situação, a conduta do visitante corresponde ao tipo penal do tráfico de drogas, com pena aumentada de um sexto a dois terços, em razão das circunstâncias do delito. ()Certo ()Errado COMENTÁRIO: Lei de Drogas: A Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/questoes?discipline_ids%5B%5D=9&examining_board_ids%5B%5D=2&exclude_nullified=true&exclude_outdated=true&modality_ids%5B%5D=2&subject_ids%5B%5D=17457#question-belt-1860060-teacher-tab https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/questoes?discipline_ids%5B%5D=9&examining_board_ids%5B%5D=2&exclude_nullified=true&exclude_outdated=true&modality_ids%5B%5D=2&subject_ids%5B%5D=17457#question-belt-1860060-teacher-tab Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 65 | GABARITO:CERTO 8 (Cespe/Cebraspe) Considerando as disposições legais do Estatuto do Desarmamento e da Lei de Drogas, julgue o item que se segue. Considere que um indivíduo, sem autorização legal, tenha vendido grande quantidade de insumo destinado à preparação de drogas a um agente policial que estava disfarçado em atuação investigativa. Nessa situação, se estiverem presentes elementos probatórios de conduta criminal preexistente, será possível a prisão em flagrante do indivíduo, não se caracterizando a figura do crime impossível. ()Certo ()Errado COMENTÁRIO: Lei de Drogas: A Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. § 1º Nas mesmas penas incorre quem: (...) IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. GABARITO:CERTO 9 Cespe/Cebraspe) Considerando as disposições legais do Estatuto do Desarmamento e da Lei de Drogas, julgue o item que se segue. Considere que, em uma fiscalização ao acaso, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) tenha apreendido um veículo no qual era transportada grande quantidade de cocaína de um estado para outro. Considere também que o motorista tenha sido preso em flagrante por tráfico de drogas, e o veículo, apreendido. Nessa situação hipotética, não poderá a PRF, responsável Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 66 | pela prisão, fazer uso do bem apreendido, porque a autorização judicial nesse sentido somente alcança os órgãos de polícia incumbidos da investigação propriamente dita. ()Certo ()Errado COMENTÁRIO: Há sim previsão na Lei de Drogas para que órgãos da segurançã pública que participaram das ações de investigação ou repressão ao crime que deu causa à medida façam uso do bem apreendido.Vejamos: Art. 61. A apreensão de veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros meios de transporte e dos maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza utilizados para a prática, habitual ou não, dos crimes definidos nesta Lei será imediatamente comunicada pela autoridade de polícia judiciária responsável pela investigação ao juízo competente. (...) Art. 62. Comprovado o interesse público na utilização de quaisquer dos bens de que trata o art. 61, os órgãos de polícia judiciária, militar e rodoviária poderão deles fazer uso, sob sua responsabilidade e com o objetivo de sua conservação, mediante autorização judicial, ouvido o Ministério Público e garantida a prévia avaliação dos respectivos bens. § 1º-B. Têm prioridade, para os fins do § 1º-A deste artigo, os órgãos de segurança pública que participaram das ações de investigação ou repressão ao crime que deu causa à medida. GABARITO:ERRADO 10 (Cespe/Cebraspe) Após ligação anônima, a polícia realizou busca em determinada casa, onde encontrou pessoas preparando pequenos pacotes de determinada substância — aparentemente entorpecente —, os quais foram apreendidos, além de armas de fogo de alto calibre. Durante a diligência, o delegado, informalmente, realizou entrevistas com aspessoas que estavam no domicílio. Durante essas entrevistas, um dos indivíduos confessou a prática do delito e, posteriormente, colaborou com a identificação dos demais membros da organização criminosa. A partir das informações do colaborador, foi realizada uma ação controlada. A partir dessa situação hipotética, julgue o próximo item. A substância apreendida deve ser submetida à perícia para a elaboração do laudo de constatação provisório da natureza e da quantidade da droga, análise que deve ser realizada por perito, o qual, por sua vez, ficará impedido de elaborar o laudo definitivo. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 67 | ()Certo ()Errado COMENTÁRIO: Lei de Drogas: Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas. § 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea. § 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1º deste artigo não ficará impedido de participar da elaboração do laudo definitivo GABARITO:ERRADO 11 (Cespe/Cebraspe) Com relação aos crimes previstos em legislação especial, julgue o item a seguir. A importação de sementes de maconha em pequena quantidade é considerada conduta atípica. ()Certo ()Errado COMENTÁRIO: No entendimento do Supremo Tribunal Federal ,as sementes de maconha não possuem substância psicoativa,além de ser importada em pequena quantidade ,importa em ausência de justa causa que autorize a persecução penal. Informativo: 915 do STF – Direito Penal Resumo: Como não possuem a substância psicoativa própria da droga, as sementes de maconha não podem ser consideradas matéria-prima ou insumo para a produção. É atípica a conduta de importar pequena quantidade de sementes de maconha para uso próprio. Fonte: https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2018/09/24/915-importacao-de- sementes-de-maconha-e-tipicidade/ GABARITO:CERTO https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2018/09/24/915-importacao-de-sementes-de-maconha-e-tipicidade/ https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2018/09/24/915-importacao-de-sementes-de-maconha-e-tipicidade/ Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 68 | 12 (Cespe/Cebraspe) A respeito da identificação criminal, do crime de tortura, do abuso de direito, da prevenção do uso indevido de drogas, da comercialização de armas de fogo e dos crimes hediondos, julgue o item que se segue. Entre as atividades de prevenção do uso indevido de drogas, está o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual em relação ao uso indevido dessas substâncias ilícitas. ()Certo ()Errado COMENTÁRIO: Art. 19-A. Fica instituída a Semana Nacional de Políticas sobre Drogas, comemorada anualmente, na quarta semana de junho. § 1º No período de que trata o caput , serão intensificadas as ações de: (...) III - difusão de boas práticas de prevenção, tratamento, acolhimento e reinserção social e econômica de usuários de drogas; GABARITO:CERTO 13 (Cespe/Cebraspe) Acerca das penas aplicáveis a indivíduo flagrado com pequena quantidade de cocaína para consumo pessoal, sem autorização legal, julgue o item a seguir. Nesse caso, a pena é de prestação de serviços à comunidade pelo prazo de cinco meses, se o usuário for primário, ou de dez meses, em caso de reincidência. ()Certo ()Errado COMENTÁRIO: Lei 11.343/2006: Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 69 | I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. (...) § 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses. § 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses. GABARITO:CERTO 14 (Cespe/Cebraspe) Acerca das penas aplicáveis a indivíduo flagrado com pequena quantidade de cocaína para consumo pessoal, sem autorização legal, julgue o item a seguir. Aplica-se a esse indivíduo pena privativa de liberdade, desde que evidenciado o descumprimento reiterado das penas que substituem a prisão, ouvidos o Ministério Público e o defensor público. ()Certo ()Errado COMENTÁRIO: Não é cabível ao caso hipotético pena privativa de liberdade,mesmo nas situações em que haja descumprimento reiterado das penas.Vejamos o que dispõe a respeito a Lei de drogas: Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. (...) § 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 70 | § 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses. § 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a: I - admoestação verbal; II - multa. GABARITO:ERRADO 15 (Cespe/Cebraspe) A respeito de tóxicos e entorpecentes, julgue o item que se segue. A apreensão de drogas deve ser realizada de ofício pela autoridade policial; a de aparelhos celulares, entretanto, depende de autorização judicial, sob pena de nulidade das provas obtidas a partir destes, em decorrência do sigilo telefônico. ()Certo ()Errado COMENTÁRIO: A autoridade policial pode apreender aparelhos celulares,dispensada autorização judicial para tanto.O que não pode ocorrer é o acesso às conversas em respeito ao sigilo das comunicações.Neste caso,precisa-se de autorização judicial ,pois trata-se de de reserva de jurisdição. GABARITO:ERRADO 16 (Cespe/Cebraspe) Considerando a legislação especial, julgue o item a seguir. Agente denunciado por tráfico de drogas que confesse o porte da substância para consumo próprio, caso venha a ser condenado pela conduta imputada, não terá a seu favor o benefício da atenuante da confissão. ()Certo ()Errado Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 71 | COMENTÁRIO: Observemos a inteligência da súmula 630 do STJ: “A incidência da atenuante da confissão espontânea no crime de tráfico ilícito de entorpecentes exige o reconhecimento da traficância pelo acusado, não bastando a mera admissão da posse ou propriedade para uso próprio". Desse modo,a mera confissão não é suficiente para que seja aplicado,em favor do réu, o benefício da atenuante da confissão. GABARITO:CERTO 17 (Cespe/Cebraspe) Julgue o próximo item, com base na Lei de Introdução ao Código Penal (LICP) e na jurisprudência dos tribunais superiores. No entendimento dos tribunais superiores, a conduta de posse ou porteilegal de droga para consumo pessoal e em desacordo com determinação legal e regulamentar não constitui infração penal, pois, nos termos da LICP, constitui infração penal apenas as condutas que sejam sancionadas com penaprivativa de liberdade ou de multa. ()Certo ()Errado COMENTÁRIO: No entendimento do Superior Tribunal Federal(STF), é possível “lei ordinária superveniente adotar outros critérios gerais de distinção ou que estabeleça para determinado crime pena diversa da privação da liberdade, a qual é uma das opções constitucionais passíveis de adoção pela lei incriminadora, como o fez o art. 28 da Lei de Drogas”. Lei de drogas: Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. (...) Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 72 | § 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê- lo, sucessivamente a: I - admoestação verbal; II - multa. GABARITO:ERRADO 18 (Cespe/Cebraspe) Determinado cidadão norte-americano em férias em Brasília cometeu o crime de homicídio ao fugir da cena de crime de tráfico ilícito de entorpecentes, supostamente por ele praticado. Após o crime, ele fugiu para o hotel onde se encontrava hospedado desde que chegou ao Brasil. Cinco minutos após ter adentrado em seu quarto, a polícia invadiu o local e conseguiu prendê-lo. Considerando a jurisprudência do STF, julgue o item a seguir, a partir da situação hipotética precedente. O crime de tráfico ilícito de entorpecentes é considerado imprescritível, inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. ()Certo ()Errado COMENTÁRIO: O crime de tráfico ilícito de entorpecentes é equiparado ao crime hediondo,conforme inteligência do art.2 da Lei 8.072/90,portanto é insuscetível de anistia, graça e indulto e fiança. Vejamos: Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: I - anistia, graça e indulto; II - fiança. No entanto, é prescritível ,pois não se amolda no rol do art.5º, incisos XLII da Constituição Federal.Vejamos: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 73 | XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; GABARITO:ERRADO 19 (Cespe/Cebraspe) Com base na legislação especial, julgue o próximo item. O perito que subscrever o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga apreendida em prisão em flagrante ficará impedido de participar da elaboração do laudo definitivo. ()Certo ()Errado COMENTÁRIO: Confome Lei das Drogas, o perito não ficará impedido de participar da elaboração do laudo definitivo.Vejmos: Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas. § 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea. § 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1º deste artigo não ficará impedido de participar da elaboração do laudo definitivo. GABARITO:ERRADO 20 (Cespe/Cebraspe) Cada um do item a seguir apresenta uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada. Julgue-o com base na legislação especial. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 TRÁFICO PRIVILEGIADO www.focusconcursos.com.br | 74 | Determinada pessoa foi presa em flagrante delito, porque estava, no território brasileiro, próximo à região de fronteira com determinado país da América do Sul, transportando uma grande quantidade de drogas. Nessa situação, a configuração do tráfico transnacional depende da comprovação da transposição da fronteira, hipótese em que a pena poderá aumentar. ()Certo ()Errado COMENTÁRIO: Súmula 607 STJ: “A majorante do tráfico transnacional de drogas (art. 40, I, da lei 11.343/06) se configura com a prova da destinação internacional das drogas, ainda que não consumada a transposição de fronteiras” Desse modo,conclui-se pela dispensabilidade da comprovação da transposição da fronteira para a configuração do tráfico transnacional. GABARITO:ERRADO Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 75 | 11 QUESTÕES PARA TREINAR 01. O agente que adquire e guarda, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal. a) Será processado e julgado na forma da Lei n.º 9.099/95, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais. b) Deverá ser imediatamente encaminhado à autoridade policial, que o submeterá a exame de corpo de delito e o dispensará. c) Será processado e julgado segundo as disposições comuns do Código de Processo Penal e da Lei de Execuções Penais. d) Não poderá se beneficiar da proposta de aplicação imediata de pena prevista no artigo 28 da Lei n.º 11.343/2006 pelo Ministério Público. 02 Considerando o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (SISNAD.), instituído pela Lei n.º 11.343/2006, julgue o item que se segue. O SISNAD tem como finalidade articular, integrar, organizar e coordenar as atividades relacionadas com a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de drogas, assim como a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas. Certo( ) Errado ( ) 03 Considerando o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (SISNAD.), instituído pela Lei n.º 11.343/2006, julgue o item que se segue. O SISNAD prevê atividades de atenção e de reinserção social de usuários ou dependentes de drogas, estando previstas, entre outras dinâmicas, a necessidade do trabalho com a família e a elaboração de um projeto terapêutico individualizado. Certo( ) Errado ( ) 04 Considerando o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 76 | (SISNAD.), instituído pela Lei n.º 11.343/2006, julgue o item que se segue. No território nacional é terminantemente proibido o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas. Certo( ) Errado ( ) 05 Considerando o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (SISNAD.), instituído pela Lei n.º 11.343/2006, julgue o item que se segue. De acordo com o SISNAD,quem adquirir, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido à privação de sua liberdade, com pena em prazo máximo de doze meses. Certo( ) Errado ( ) 06 Considerando o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (SISNAD.), instituído pela Lei n.º 11.343/2006, julgue o item que se segue. Para o SISNAD, somente as substâncias ilícitas capazes de causar dependência são consideradas como drogas. Certo( ) Errado ( ) 07 No que se refere aos crimes previstos na legislação de trânsito e na legislação antidrogas, julgue o próximo item. Em observância ao princípio da individualização da pena, segundo o entendimento pacificado do STF, em se tratando do delito de tráfico ilícito de entorpecentes, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por pena restritiva de direitos, preenchidos os requisitos previstos no Código Penal. Certo( ) Errado ( ) 08 Tendo como referência a legislação penal extravagante e a jurisprudência das súmulas dos tribunais superiores, julgue o item que se segue. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 77 | Aquele que oferece droga, mesmo que seja em caráter eventual e sem o objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem, comete crime. Certo( ) Errado ( ) 09 Luciano, morador de Fortaleza – CE, réu primário e de bons antecedentes, foi flagrado na posse de 20 quilos de cocaína durante blitz de trânsito realizada pela polícia militar. Em razão disso, foi denunciado pelo Ministério Público do Estado do Ceará e, ao final do processo, condenado pelo crime de tráfico de drogas. Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir, com base na Lei de Drogas (Lei n.º 11.343/2006). A natureza e a quantidade da substância entorpecente não devem ser consideradas como circunstâncias preponderantes entre os critérios para aplicação da pena estabelecidos no Código Penal. Gabarito: Errado 10 No item que se segue, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada com base em disposições das Leis nos 9.605/1998, 11.343/2006 e 13.445/2017. Durante uma vistoria, no estado do Paraná, em passageiros que viajavam de ônibus de Foz do Iguaçu – PR para Florianópolis – SC, policiais rodoviários federais encontraram seis quilos de maconha na mochila de Lucas, que foi preso em flagrante delito. Nessa situação, no cálculo da pena de Lucas, não se considerará a majorante do tráfico interestadual de drogas, pois a transposição da fronteira entre os estados ainda não tinha ocorrido. Certo( ) Errado ( ) 11 A Declaração Universal dos Direitos Humanos reconhece a liberdade, a justiça e a paz no mundo como os fundamentos para que os direitos sejam iguais. A esse respeito, julgue o item que se segue. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 78 | As penas definidas pelo Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (SISNAD) a serem aplicadas ao indivíduo que adquire, guarda ou transporta drogas para consumo pessoal sem autorização incluem advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida e medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. Certo( ) Errado ( ) 12 Conforme as disposições da Lei n.º 11.343/2006 — Lei Antidrogas — e suas alterações, a internação de dependentes de drogas a) poderá ser requerida pelo assistente social se for involuntária e desde que na absoluta falta de familiar ou responsável legal. b) perdurará apenas pelo tempo necessário à desintoxicação, no prazo máximo de 180 dias. c) poderá ser interrompida pelo médico a requerimento da família ou do representante legal, desde que já tenha ocorrido a desintoxicação. d) deverá ser realizada em comunidades terapêuticas ou estabelecimentos interdisciplinares de saúde. e) deverá ser autorizada por psicólogo devidamente registrado no conselho do estado onde se localize o estabelecimento no qual se dará a internação. 13 Considerando que Carlo, maior e capaz, compartilhe com Carla, sua parceira eventual, substância entorpecente que traga consigo para uso pessoal, julgue o item que se segue. Carlo responderá pela prática do crime de oferecimento de substância entorpecente, sem prejuízo da responsabilização pela posse ilegal de droga para consumo pessoal. Certo( ) Errado ( ) 14 Considerando que Carlo, maior e capaz, compartilhe com Carla, sua parceira eventual, substância entorpecente que traga consigo para uso pessoal, julgue o item que se segue. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 79 | A conduta de Carlo configura crime de menor potencial ofensivo. Gabarito: Certo 15 Tendo como referência as disposições da Lei de Drogas (Lei n.º 11.343/2006) e a jurisprudência pertinente, julgue o item subsecutivo. Situação hipotética: Com o intuito de vender maconha em bairro nobre da cidade onde mora, Mário utilizou o transporte público para transportar 3 kg dessa droga. Antes de chegar ao destino, Mário foi abordado por policiais militares, que o prenderam em flagrante. Assertiva: Nessa situação, Mário responderá por tentativa de tráfico, já que não chegou a comercializar a droga. Certo( ) Errado ( ) 16 Tendo como referência as disposições da Lei de Drogas (Lei n.º 11.343/2006) e a jurisprudência pertinente, julgue o item subsecutivo. Situação hipotética: José, ao comercializar cocaína em espaço público, foi preso em flagrante. Apesar de ele ser primário, o juiz sentenciante não aplicou a causa de diminuição de pena referente ao denominado tráfico privilegiado, sob o argumento de que o réu se dedicava a atividades criminosas, conforme evidenciado por inquéritos e ações penais em curso nos quais José figurava como indiciado ou réu. Assertiva: Nessa situação, de acordo com a jurisprudência do STJ, o juiz feriu o princípio constitucional da presunção de inocência. Certo( ) Errado ( ) 17 Tendo como referência as disposições da Lei de Drogas (Lei n.º 11.343/2006) e a jurisprudência pertinente, julgue o item subsecutivo. Segundo o entendimento do STJ, em eventual condenação, o juiz sentenciante não poderá aplicar ao réu a causa de aumento de pena relativa ao tráfico de entorpecentes em transporte público, se o acusado tiver feito uso desse transporte apenas para conduzir, de forma oculta, droga para comercialização em outro ambiente, diverso do Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 80 | transporte público. Certo( ) Errado ( ) 18 Considerando o disposto na Lei n.º 11.343/2006 e o posicionamento jurisprudencial e doutrinário dominantes sobre a matéria regida por essa lei, assinale a opção correta. a) Em processo de tráfico internacional de drogas, basta a primariedade para a aplicação da redução da pena. b) Dado o instituto da delação premiada previsto nessa lei, ao acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial podem ser concedidos os benefícios da redução de pena, do perdão judicial ou da aplicação de regime penitenciário mais brando. c) É vedada à autoridade policial a destruição de plantações ilícitas de substâncias entorpecentes antes da realização de laudo pericial definitivo, por perito oficial, no local do plantio. d) Para a configuração da transnacionalidade do delito de tráfico ilícito de drogas, não se exige a efetiva transposição de fronteiras nem efetiva coautoria ou participação de agentes de estados diversos. e) O crime de associação para o tráfico se consuma com a mera união dos envolvidos, ainda que de forma individual e ocasional. 19 Vantuir e Lúcio cometeram, em momentos distintos e sem associação, crimes previstos na Lei de Drogas(Lei n.º 11.343/2006). No momento da ação, Vantuir, em razão de dependência química e de estar sob influência de entorpecentes, era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato. Lúcio, ao agir, estava sob efeito de droga, proveniente de caso fortuito, sendo também incapaz de entender o caráter ilícito do fato. Nessas situações hipotéticas, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, a) Vantuir terá direito à redução de pena de um a dois terços e Lúcio será isento de pena. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 81 | b) somente Vantuir será isento de pena. c) Lúcio e Vantuir serão isentos de pena. d) somente Lúcio terá direito à redução de pena de um a dois terços. e) Lúcio e Vantuir terão direito à redução de pena de um a dois terços. 20 No que se refere ao processamento do crime de tráfico de drogas, assinale a opção correta. a) Conforme as circunstâncias, a aplicação do princípio da insignificância é cabível. b) É incabível a progressão de regime prisional, devendo a pena ser iniciada e totalmente cumprida no regime fechado. c) A fixação da pena-base pelo juiz deve levar em conta, entre outras circunstâncias, a quantidade de droga apreendida. d) É necessária a demonstração da efetiva transposição de fronteiras entre estados da Federação para a incidência dessa causa de aumento da pena. e) É incabível a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos. 21 Se determinada pessoa, maior e capaz, estiver portando certa quantidade de droga para consumo pessoal e for abordada por um agente de polícia, ela a) estará sujeita à pena privativa de liberdade, se for reincidente por este mesmo fato. b) estará sujeita à pena privativa de liberdade, se for condenada a prestar serviços à comunidade e, injustificadamente, recusar a cumprir a referida medida educativa. c) estará sujeita à pena, imprescritível, de comparecimento a programa ou curso educativo. d) poderá ser submetida à pena de advertência sobre os efeitos da droga, de prestação de serviço à comunidade ou de medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. e) deverá ser presa em flagrante pela autoridade policial. Gabarito: D Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 82 | 22 Acerca do tráfico ilícito de entorpecentes, de ações de prevenção e repressão a delitos praticados por organizações criminosas, de abuso de autoridade e de delitos previstos na Lei de Tortura, julgue o item que se segue. Situação hipotética: Em um mesmo contexto fático, um cidadão foi preso em flagrante por manter em depósito grande variedade de drogas, entre elas, cocaína, maconha, haxixe e crack, todas para fins de mercancia. Foram apreendidos também maquinários para o preparo de drogas, entre eles, uma balança digital e uma serra portátil. Assertiva: Nessa situação, afastada a existência de contextos autônomos entre as condutas delitivas, o crime será único. Certo( ) Errado ( ) 23 Com referência aos parâmetros legais da dosimetria da pena para os crimes elencados na Lei n.o 11.343/2006 — Lei Antidrogas — e ao entendimento dos tribunais superiores sobre essa matéria, assinale a opção correta. a) A personalidade e a conduta social do agente não preponderam sobre outras circunstâncias judiciais da parte geral do CP quando da dosimetria da pena. b) A natureza e a quantidade da droga são circunstâncias judiciais previstas na parte geral do CP. c) A natureza e a quantidade da droga não preponderam sobre outras circunstâncias judiciais da parte geral do CP quando da dosimetria da pena. d) A natureza e a quantidade da droga apreendida não podem ser utilizadas, concomitantemente, na primeira e na terceira fase da dosimetria da pena, sob pena de bis in idem. e) As circunstâncias judiciais previstas na parte geral do CP podem ser utilizadas para aumentar a pena base, mas a natureza e a quantidade da droga não podem ser utilizadas na primeira fase da dosimetria da pena. 24 Com base no entendimento do STJ, julgue o próximo item, a respeito de Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 83 | aplicação da pena. Condenação anterior por delito de porte de substância entorpecente para consumo próprio não faz incidir a circunstância agravante relativa à reincidência, ainda que não tenham decorrido cinco anos entre a condenação e a infração penal posterior. Certo( ) Errado ( ) 25 No item seguinte, é apresentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada, a respeito de crime de tráfico ilícito de entorpecentes, crime contra a criança e adolescente e crimes licitatórios. Em viagem pela Europa, Ronaldo, primário, de bons antecedentes e não integrante de organização criminosa, adquiriu quinze cápsulas do entorpecente LSD com o objetivo de obter lucro capaz de custear as despesas com a viagem. De volta ao Brasil, Ronaldo foi preso em flagrante quando tentava vender a droga. Nessa situação, caso seja condenado pelo crime tráfico de entorpecentes, Ronaldo poderá obter a redução da pena de um sexto a dois terços. Certo( ) Errado ( ) 26 Em diligência com o objetivo de combater o tráfico internacional de entorpecentes, policiais federais localizaram uma plantação de maconha, onde encontraram equipamentos utilizados para embalar a droga. No local, foram apreendidos dinheiro e veículos e foram presas cinco pessoas que se encontravam na posse dos bens e cuidavam da plantação. Nessa situação hipotética, independentemente de autorização judicial, a autoridade policial deverá proceder de forma a garantir a imediata destruição da plantação — que poderá ser queimada —, devendo preservar apenas quantidade suficiente da droga para a realização de perícia. Gabarito: Certo 27 Acerca de tráfico ilícito de entorpecentes, crimes contra o meio ambiente, crime de discriminação e preconceito e crime contra o consumidor, julgue o item. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 84 | Aquele que adquirir, transportar e guardar cocaína para consumo próprio ficará sujeito às mesmas penas imputadas àquele que adquirir, transportar e guardar cocaína para fornecer a parentes e amigos, ainda que gratuitamente. Certo( ) Errado ( ) 28 Julgue o item, a respeito das Leis nos 13.445/2017, 11.343/2006, 8.069/1990 e suas alterações. Em caso de prisão por tráfico de drogas ilícitas, o juiz não poderá substituir a pena privativa de liberdade por restritiva de direito. Certo( ) Errado ( ) 29 Texto 1A2AAA Em determinada comarca de um estado da Federação, em razão de uma denúncia anônima e após a realização de diligências, a polícia civil prendeu Maria, de dezoito anos de idade, que supostamente traficava maconha em uma praça nas proximidades da escola pública onde ela estudava. Levada à delegacia de polícia local, Maria foi autuada e indiciada. Depois de reunidos elementos informativos suficientes, o delegado elaborou um relatório com a descrição dos fatos, apontando os indícios de autoria. Com o encerramento das investigações, o inquérito policial foi encaminhado à autoridade competente. Considere, ainda, que as seguintes informações sejam adicionais à situação hipotética descrita no texto 1A2AAA. Maria foi submetida a prisão preventiva pela suposta prática de tráfico de maconha, cuja pena prevista é de cinco a quinze anos de reclusão. Em atenção a determinação legal, tal prisão foi comunicada ao órgão da Defensoria Pública que atua na seara criminal local e, após isso, um defensor público requereu a liberdade provisória de Maria à autoridade judicial. Nessa situação hipotética, a liberdade provisória a) é cabível, por se tratar de tráfico de droga ilícita. Lei nº 11.343, de 23 de agostode 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 85 | b) só poderá ser concedida mediante o pagamento de fiança. c) é incabível, pois constitui instituto que se restringe à prisão temporária e à prisão em flagrante, deixando de parte a prisão preventiva. d) é incabível, pois há indícios de autoria e da materialidade do fato delituoso. e) poderá ser concedida pela autoridade policial mediante o pagamento de fiança. 30 Indivíduo não reincidente que semeie, para consumo pessoal, plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de produto capaz de causar dependência psíquica se sujeita à penalidade imediata de a) perda de bens e valores. b) medida educativa de internação em unidade de tratamento. c) advertência sobre os efeitos das drogas. d) admoestação verbal pelo juiz. e) prestação pecuniária 31 Assinale a opção correta à luz da Lei n.º 11.343/2006 (Lei de Drogas), do CP e da jurisprudência do STF. a) O crime de associação para o tráfico, caracterizado pela associação de duas ou mais pessoas para a prática de alguns dos crimes previstos na Lei de Drogas, é delito equiparado a crime hediondo. b) O crime de porte de entorpecentes para consumo pessoal, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, está sujeito aos prazos prescricionais do CP. c) Na dosimetria da pena pela prática do crime de induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga, poderá ser aplicada causa de redução de pena se o agente for primário, tiver bons antecedentes e não se dedicar a atividades criminosas ou integrar organização criminosa. d) Quanto aos crimes previstos na Lei de Drogas, será isento de pena o agente que, por ser dependente de drogas, for, ao tempo do fato, totalmente incapaz de entender Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 86 | o caráter ilícito da ação praticada. e) Os crimes previstos na Lei de Drogas são insuscetíveis de anistia, graça e indulto, sendo impossível, àqueles que os praticarem, a concessão de liberdade provisória. 32 A respeito do processo e do julgamento previsto na Lei Antidrogas, assinale a opção correta. a) O magistrado, durante a persecução penal em juízo, poderá, independentemente da oitiva do MP, autorizar a infiltração de investigador em meio a traficantes, para o fim de esclarecer a verdade real, ou poderá, ainda, autorizar que não atue diante de eventual flagrante, com a finalidade de identificar e responsabilizar o maior número de integrantes de operações de tráfico e distribuição. b) O MP e a defesa poderão arrolar até oito testemunhas na denúncia e na defesa preliminar, respectivamente. c) O agente que praticar crime de porte de drogas para consumo pessoal será processado e julgado perante uma das Varas de Entorpecentes do DF, sob o rito processual previsto na Lei Antidrogas, tendo em vista que a lei especial prevalece sobre a lei geral. d) O autor do crime de porte de drogas para uso pessoal será processado e julgado perante o Juizado Especial Criminal, sob o rito da Lei n.º 9.099/1995. e) A lavratura do auto de prisão em flagrante e o estabelecimento da materialidade do delito exigem a elaboração do laudo definitivo em substância, cuja falta obriga o juiz a relaxar imediatamente a prisão, que será considerada ilegal. 33 No item que se segue, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. Em um aeroporto no Rio de Janeiro, enquanto estava na fila para check-in de um voo com destino a um país sul-americano, Fábio, maior e capaz, foi preso em flagrante delito por estar levando consigo três quilos de crack. Nessa situação, ainda que não esteja consumada a transposição de fronteiras, Fábio responderá por tráfico transnacional de drogas e a comprovação da destinação internacional da droga levará a um aumento da pena de um sexto a dois terços. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 87 | Certo( ) Errado ( ) 34 Acerca da aplicação da lei penal no tempo, em especial, abolitio criminis, assinale a alternativa correta. a) A anistia ou cancelamento de infração disciplinar ou criminal de servidor público estadual configura hipótese de aplicação de abolitio criminis, estando, portanto, sob competência exclusiva da União para efeito de concessão do benefício, de acordo com o entendimento do STF. b) A Lei nº 11.343/2006, que trata de tráfico de drogas, ao revogar a Lei nº 6.368/1976, anterior, aponta para a existência de abolitio criminis ao deixar de prever que a associação eventual de menores de 21 (vinte e um) anos incorra em causa de aumento de pena. c) A chamada “despenalização” da conduta de porte de drogas, de acordo com o entendimento jurisprudencial do STF, constitui hipótese de abolitio criminis. d) Abolitio criminis tem efeito retroativo, atingindo, inclusive, os processos em fase de execução penal e afastando os efeitos civis de reparação do dano causado. e) A revogação do artigo do Código Penal que tratava do delito de atentado violento ao pudor configura abolitio criminis, uma vez que a modificação legal posterior não deteve o condão de unificar este tipo penal com o de estupro. 35 No que importa à Lei de Drogas, é correto afirmar: a) Para o STJ (REsp 1290296), na hipótese de autofinanciamento para o tráfico ilícito de drogas, não há falar em concurso material entre os crimes de tráfico e de financiamento ao tráfico. Nesse caso, o art. 33 é mero post factum impunível. Dessarte, se o agente já expôs a perigo o bem jurídico tutelado pelo crime do art. 36, e depois resolve incrementar essa lesão precedente contra o mesmo bem jurídico, concorrendo para o tráfico por ele financiado, há de ser aplicado o princípio da consunção. Quem concorre para o tráfico por ele mesmo financiado não responde por dois crimes. b) Os veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros meios de transporte, os maquinários, utensílios, as armas, instrumentos e objetos de qualquer natureza, Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 88 | utilizados para a prática dos crimes definidos na Lei de Drogas, após a sua regular apreensão, mediante autorização judicial, ouvido o Ministério Público, poderão ficar sob custódia da autoridade de polícia judiciária, desde que comprovado o interesse público na utilização de qualquer desses bens. c) Para o STJ (HC 224.849), o tipo penal trazido no art. 37 da Lei de Drogas se reveste de verdadeiro caráter de subsidiariedade, só ficando preenchida a tipicidade quando não se comprovar a prática de crime mais grave. Considerar, pois, que o informante possa ser punido duplamente, pela associação e pela colaboração com a própria associação da qual faz parte, além de contrariar o princípio da subsidiariedade, revela indevido bis ln idem. d) Exclusivamente na primeira fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos na Lei 11.343/2006, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, além de outros, são permitidos os seguintes procedimentos Investigatórios: a infiltração policial e a entrega vigiada suja. 36 Considerando o entendimento sumulado dos Tribunais Superiores, analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa: I - A majorante do tráfico transnacional de drogas (art. 40, inciso I, da Lei n. 11.343/2006) configura-se com a prova da destinação internacional das drogas, ainda que não consumada a transposição de fronteiras. II - Para a incidência da majorante prevista no art. 40, inciso V, da Lei n. 11.343/2006, é desnecessária a efetiva transposição de fronteiras entre estados da Federação, sendo suficiente a demonstração inequívoca da intenção de realizar o tráfico interestadual. III - É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado daincidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis. IV - A causa de aumento de pena prevista no art. 40, inciso III, da Lei n. 11.343/2006 tem natureza objetiva, devendo haver portanto comprovação de mercancia a menos de duzentos metros da respectiva entidade de ensino. a) Todas as alternativas estão corretas. b) Apenas a alternativa I está correta. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 89 | c) Apenas a alternativa II está incorreta. d) Apenas a alternativa III está correta. e) Apenas a alternativa IV está incorreta. 37 Considerando os crimes previstos na Lei Antidrogas (Lei n. 11.343/06), analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa: I – Dentre as penas previstas para quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar está a pena de prestação pecuniária. II - Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar poderá ser submetido à pena de prestação de serviços comunitários pelo prazo máximo de seis meses. III – Em caso de reincidência, a pena de prestação de serviços comunitários e de medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo, para quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar poderão ser aplicadas pelo prazo máximo de dez meses. IV - Prescrevem em dois anos a imposição e a execução das penas previstas para quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. a) Todas as alternativas estão corretas. b) Todas as alternativas estão incorretas. c) Apenas a alternativa II está incorreta. d) Apenas as alternativas III e IV estão incorretas. e) Apenas as alternativas I e II estão incorretas. Gabarito: E Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 90 | 38 O art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006, que define o crime de tráfico, é um tipo de conteúdo variado porque contém vários verbos (núcleos), e por isso sua aplicação permite interpretação analógica. Certo( ) Errado ( ) 39 Para a configuração do crime de oferecimento de droga para consumo conjunto, tipificado no art. 33, § 3º, da Lei n. 11.343/2006, é necessária a prática da conduta mediante o dolo “específico”. Certo( ) Errado ( ) 40 Considere as afirmações a seguir, relativas à Lei nº 11.343/2006. I. Ao infrator condenado pelo crime previsto no artigo 28, o juiz deve aplicar, isoladamente, as penas de advertência sobre os efeitos das drogas; prestação de serviços à comunidade ou medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. II. Ao usuário e ao dependente de drogas em cumprimento de pena privativa de liberdade ou submetido à medida de segurança, em razão da prática de infração penal, a lei assegura oferta de atenção de saúde definida pelo respectivo sistema penitenciário. III. Ao proferir sentença condenatória, é permitido ao juiz determinar que seja assegurada ao infrator atenção de saúde definida pelo respectivo sistema penitenciário com base em avaliação, realizada por profissional de saúde com competência específica na forma da lei e que ateste a necessidade de o infrator receber encaminhamento para tratamento. IV. É vedado ao juiz encaminhar para tratamento médico adequado o agente considerado isento de pena em razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, que ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 91 | É correto o que se afirma em a) I e III, apenas. b) II e III, apenas. c) II, apenas. d) I e IV, apenas. e) I, II, III e IV. Gabarito: B 41 São princípios do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – SISNAD, EXCETO: a) Promover a construção e a socialização do conhecimento sobre drogas no país. b) O respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmente quanto à sua autonomia e à sua liberdade. c) O respeito à diversidade e às especificidades populacionais existentes. d) O reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacionados com o uso indevido de drogas, com a sua produção não autorizada e o seu tráfico ilícito 42 A proibição no território nacional das drogas e do plantio, da cultura, da colheita e da exploração de vegetais e substratos dos quais elas possam ser extraídas ou produzidas não é novidade em nosso direito. Isso já ocorria nas legislações anteriores. Sobre a Lei Federal Nº 11.343/2006 (Lei das Drogas), marque o item INCORRETO: a) Muitos dos vegetais que podem ser empregados para a produção de drogas igualmente podem servir de matéria-prima para a elaboração de remédios ou serem usados em experimentos científicos. b) Assim, mediante autorização legal ou regulamentar, e sempre com acirrado controle, podem ser plantadas, colhidas e exploradas. c) A citada Lei das Drogas ressalva a possibilidade do plantio, da colheita, da cultura e Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 92 | da exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas quando houver autorização legal ou regulamentar. d) Porém não há nenhum tipo de ressalva ou permissão sobre Substâncias Psicotrópicas, a respeito de plantas de uso estritamente religioso. 43 “Tício guardou, para consumo pessoal, maconha sem autorização.” Tício pode ser submetido às seguintes penas, EXCETO: a) Advertência sobre os efeitos das drogas. b) Medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. c) Prisão domiciliar. d) Prestação de serviços à comunidade. 44 Sobre os crimes previstos na Lei Antidrogas – Lei nº. 11.343/2006, assinale a alternativa correta: a) O crime de associação para o tráfico, caracterizado pela associação de duas ou mais pessoas para a prática de alguns dos crimes previstos na Lei Antidrogas, é delito equiparado a crime hediondo. b) Segundo o disposto na Lei Antidrogas e na jurisprudência, o crime de associação para o tráfico se consuma com a mera união dos envolvidos, ainda que de forma individual e ocasional. c) Aquele que colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 da Lei de Drogas, deverá responder como partícipe do crime de tráfico de drogas. d) O redutor de pena previsto no art. 46 da Lei nº. 11.343/2006 não possui âmbito de incidência restrito aos crimes previstos na lei antidrogas, podendo ser aplicado inclusive na hipótese de roubo, desde que comprovada a semi-imputabilidade do agente. 45 Segundo o atual entendimento dos tribunais superiores quanto à aplicação Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 93 | dos ditames da Lei Antidrogas (Lei nº 11.343/2006), analise as afirmativas a seguir. I. É inconstitucional a proibição de substituição de pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, no chamado tráfico privilegiado (art. 33, §4º da Lei nº 11.343/2006). II. É inconstitucional a imposição de regime fechado ao crime de tráfico de drogas pelo simplesfundamento de se tratar de crime hediondo. III. Segundo a Súmula nº 512 do STJ, ainda vigente, o crime de tráfico privilegiado tem natureza hedionda. IV. A natureza e a quantidade da droga apreendida não preponderam sobre as circunstâncias judiciais genéricas trazidas no art. 59 do Código Penal. V. O STF reconheceu a repercussão geral da questão envolvendo a descriminalização da posse de drogas para consumo pessoal. Estão corretas apenas as afirmativas a) I, II e V. b) I, II e III. c) I, III e IV. d) II, IV e V. 46 Segundo a Lei nº 11.343/2006, quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, será submetido às seguintes penas, exceto a) advertência sobre os efeitos das drogas. b) prisão domiciliar. c) prestação de serviços à comunidade. d) medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. e) dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 94 | atribuindo depois a cada um, segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário-mínimo. 47 A Lei n° 11.343/2006 colocou o Brasil em destaque no cenário internacional ao instituir o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad), que, com sua regulamentação, levou à reestruturação de Conselho Nacional Antidrogas, garantindo a participação paritária entre governo e sociedade. Um dos objetivos do Sisnad é: a) gerir o Fundo Nacional Antidrogas e o Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas (OBID). b) promover o intercâmbio com organismos internacionais na sua área de competência. c) contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a torná-lo menos vulnerável a assumir comportamentos de risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e outros comportamentos correlacionados. d) consolidar a proposta de atualização da Política Nacional sobre Drogas (PNAD) na esfera de sua competência, além de articular e coordenar as atividades de prevenção. e) estabelecer penas alternativas para quem transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. 48 Em relação a lei nº 11.343/ 2006 que institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas, SISNAD, NÃO é seu objetivo. a) Estabelecer medidas de autorização para produção de drogas. b) Reinserção social de usuários e dependentes de drogas. c) Contribuir para a inclusão social do cidadão. d) Promover a construção e a socialização do conhecimento sobre drogas no país. 49 Com base no Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Lei n. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 95 | 11.343/06), marque a alternativa CORRETA: a) O simples fato de induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga não constitui crime. b) Incorre na mesma pena do tráfico de drogas, ou seja, de cinco a quinze anos, quem oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem. c) É indispensável a licença prévia da autoridade competente para produzir, extrair, fabricar, transformar, preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar, reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua preparação, observadas as demais exigências legais. d) Não é punível quem prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, porque esse crime somente é punível na modalidade dolosa. 50 Considere a situação hipotética a seguir. No final da tarde de uma sexta-feira, por volta das 17 horas, três guardas municipais, em patrulhamento de rotina, deparam-se com duas pessoas, maiores de 18 anos, sentadas em um banco de uma praça. Uma delas fumava maconha (aproximadamente 0,5 g) e a outra cheirava cocaína (aproximadamente 0,3 g), em circunstâncias indicativas da destinação ao consumo pessoal. Considerando a situação hipotética apresentada e a legislação penal e processual em vigor, caberá aos agentes públicos: a) dar voz de prisão em flagrante aos usuários, encaminhando-os para a Delegacia de Polícia Civil, a fim de instaurar inquérito policial. b) conduzir os usuários à autoridade policial competente, para a lavratura do termo circunstanciado de ocorrência. c) providenciar a apresentação dos usuários no Juizado Especial Criminal competente, para a realização da audiência preliminar. d) lavrar, no local, o termo circunstanciado de ocorrência, tomando o compromisso Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 96 | dos usuários a fim de comparecer à audiência preliminar no Juizado Especial Criminal competente. 51 Sobre o disposto na Lei nº 11.343/06 (Drogas), assinale a alternativa correta: a) Haverá o delito de associação para o tráfico (artigo 35) quando ocorrer a associação de pelo menos 3 (três) pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e§ 1°, e 34, todos da Lei nº 11.343/06. b) O semeio, o cultivo e a colheita de droga ilícita caracteriza o tráfico de drogas (artigo 33), ainda que seja para consumo pessoal. c) Por prever pena privativa de liberdade de 06 (seis) meses a 02 (dois) anos de detenção, o porte de droga para uso próprio é considerado delito de menor potencial ofensivo. d) O tráfico de drogas é crime inafiançável e imprescritível. e) A Lei nº 11.343/06 é considerada norma penal em branco. 52 O artigo 28 da Lei N.º 11.343/06 pune a conduta de quem adquire, guarda, tem em depósito, transporta ou traz consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. No que se refere às penas previstas, assinale a alternativa INCORRETA: a) O infrator será submetido à pena de advertência sobre os efeitos das drogas. b) O infrator será submetido à pena de prestação de serviços à comunidade. c) O infrator será submetido à medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. d) O infrator será submetido à pena de detenção de 6 (seis) a 2 (dois) anos. e) Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 97 | 53 Sobre a Lei 11.343/2006 (Lei Antidrogas), assinale a alternativa correta. a) Não será relevante a natureza da droga para aferir se o comportamento é de portar droga para consumo próprio ou de tráfico (artigos 28 e 33 dessa lei). b) O crime de tráfico de drogas constante do artigo 33 dessa lei não é um tipo penal misto alternativo. c) Os crimes dos artigos 28 e 33 dessa lei podem ser considerados normas penais em branco homogêneas. d) É inconstitucional a substituição de pena restritiva de direito em crime de tráfico de drogas (artigo 33 dessa lei). e) A quantidade de drogas terá repercussão na dosimetria da pena por crime de tráfico de drogas, conforme artigo 33 dessa lei. 54 Analise o caso a seguir. Cumprindo mandados judiciais, o Delegado Alcimor efetuou a prisão de Alceu, conhecido como "Nariz" e considerado o líder de uma associação criminosa voltada à prática de tráfico de drogas na região sul do país, e a apreensão de seu primo Daniel, de dezessete anos, em quarto de hotel em quese hospedavam. Ambos, aliás, velhos conhecidos da polícia pela prática de infrações pretéritas. No local, a equipe tática encontrou drogas, dinheiro e celulares. Com autorização judicial, o Delegado Alcimor acessou o conteúdo de conversas, via WhatsApp, alcançando mais nomes e os pontos da prática comercial ilícita. No total, seis pessoas foram presas. Com respaldo no caso e considerando o entendimento do Superior Tribunal de Justiça quanto ao crime do artigo 35 da Lei n° 11.343/2006, assinale a alternativa correta. a) Por vedação expressa na Lei de Drogas, para o presente crime não se admite a incidência de penas alternativas à prisão, não obstante preenchidos os requisitos legais. b) A associação para fins de tráfico de drogas é considerada crime hediondo. c) A prática criminosa pretendida não precisa ser reiterada, mas a associação não pode ser eventual. d) O envolvimento de um menor é indiferente para fins de tipificação delitiva e não Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 98 | influencia no tocante à dosimetria da pena do crime de associação criminosa. e) Para a configuração do crime; exige-se efetivamente a prática do tráfico de drogas. 55 O crime de posse de drogas para uso pessoal (art. 28 da Lei nº 11.343/2006) está submetido à pena de a) reclusão em regime fechado. b) advertência sobre os efeitos das drogas. c) liberdade assistida. d) perda de bens e valores. e) detenção em regime aberto. 56 Em relação ao chamado tráfico privilegiado, previsto no artigo 33, § 4o, da Lei n° 11.343/2006, considerando-se também o entendimento dos Tribunais Superiores, é correto afirmar que a) não admite a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos. b) não admite suspensão condicional do processo. c) admite transação penal. d) não admite fiança. e) exige cumprimento da pena em regime inicial fechado. 57 Com relação ao sistema nacional de políticas públicas sobre drogas e, ainda, com base na Lei nº 11.343/2006, considere: I. A lei descriminalizou a conduta de quem adquire, guarda, tem em depósito, transporta ou traz consigo, para consumo pessoal, drogas em autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Dessa forma, o usuário de drogas é isento de pena, submetendo-se, apenas, a tratamento para recuperação. II. Constitui causa de aumento de pena no crime de tráfico de drogas o emprego de arma de fogo. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 99 | III. Equipara-se ao usuário de drogas, aquele que, eventualmente e sem objetivo de obter lucro, oferece droga a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem ou, ainda, quem induz, instiga ou auxilia alguém ao uso indevido. IV. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais coautores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços. Está correto o que se afirma APENAS em a) I, III e IV. b) I e III. c) II e III. d) II e IV. e) I e II. Gabarito: D 58 Sobre o crime de associação para fins de tráfico de drogas, a) é necessária a estabilidade do vínculo entre 3 ou mais pessoas. b) deverá se verificar, necessariamente, a finalidade de praticar uma série indeterminada de crimes. c) nas mesmas penas deste crime incorre quem se associa para a prática reiterada do financiamento de tráfico de drogas. d) incidirá na hipótese de concurso formal de crimes, a prática da associação em conjunto com a do tráfico de drogas. e) deverão os agentes, para sua configuração, praticar as infrações para as quais se associaram. 59 A importação de semente cannabis sativa linneu, vulgarmente conhecida como maconha, segundo o STJ, configura delito de Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 100 | a) tráfico de drogas, por ser matéria-prima para a produção de substância entorpecente. b) contrabando, por tratar-se de matéria proibida para importação. c) importação de produto sem registro em órgão de vigilância sanitária competente. d) porte de substância para uso pessoal, sem previsão de pena privativa de liberdade. e) ter em depósito substância nociva à saúde pública. 60 Segundo a Lei de Drogas, a) a natureza e a quantidade da droga apreendida impedem o reconhecimento da causa de diminuição que caracteriza o tráfico privilegiado. b) a natureza e a quantidade da droga são valoradas na primeira fase de aplicação da pena (pena-base). c) a tipicidade do crime de associação para o tráfico se completa com a prática dolosa da venda de drogas por duas ou mais pessoas. d) o tráfico internacional configura tipo autônomo, enquanto o tráfico interestadual é causa de aumento de pena. e) o crime de oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem, submete-se às mesmas penas da posse de drogas para uso pessoal. 61 Segundo a jurisprudência dominante do STF, é correto: a) a hediondez do tráfico de drogas em todas as suas modalidades impede a aplicação do indulto. b) o delito previsto no artigo 33 da Lei de Drogas, por ser crime de ação múltipla, faz com que o agente que, no mesmo contexto fático e sucessivamente, pratique mais de uma ação típica, responda por crime único em função do princípio da alternatividade. c) o porte de munição de arma de fogo de uso restrito constitui crime de perigo concreto, necessitando da presença da arma de fogo para sua tipificação. d) a circunstância judicial da personalidade do agente, por ser própria do direito penal do autor, não foi recepcionada pela Constituição de 1988. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 101 | e) não configura constrangimento ilegal o cumprimento de pena em regime mais gravoso do que o fixado na sentença em virtude da falta de vagas, pois se aplica o princípio da reserva do possível. 62 Quanto aos crimes previstos na Lei de Drogas, é correto afirmar que a) não se tipifica o delito de associação para o tráfico se ausentes os requisitos de estabilidade e permanência, configurando- se apenas a causa de aumento da pena do concurso de pessoas. b) constitui causa de aumento da pena a promoção do tráfico de drogas nas imediações de estabelecimento de ensino e, consoante expressa previsão legal, a circunstância independe de comprovação de se destinar aos respectivos estudantes. c) o condenado por tráfico privilegiado poderá ser promovido de regime prisional após o cumprimento de um sexto da pena, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal. d) cabível a aplicação retroativa da figura do tráfico privilegiado, desde que o redutor incida sobre a pena prevista na lei anterior, pois vedada a combinação de leis. e) a pena de multa pode ser aumentada até o limite do triplo se, em virtude da condição econômica do acusado, o juiz considerá-la ineficaz, ainda que aplicada no máximo. 63 Mévio, primário, foi condenado pela prática do delito de associação ao tráfico, tipificado no artigo 35, caput, da Lei nº 11.343/2006, a expiar a pena privativa de liberdade de 04 anos e 02 meses de reclusão, em regime inicial semiaberto. De acordo com a Lei de Drogas e a atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, Mévio deverá cumprir para obter a progressão de regime e o livramento condicional, respectivamente: a) 1/6 e 1/3 da pena. b) 3/5 e 1/2 da pena. c) 1/6 e 2/3 da pena. d) 3/5 e 2/3 da pena. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 102 | e) 2/5 e 1/3 da pena. Gabarito: C 64 Sobre o regime da Lei de Drogas (Lei nº 11.343/2006),é correto afirmar: a) A natureza e a quantidade da droga não podem ser utilizadas simultaneamente para justificar o aumento da pena-base e afastar a redução prevista no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/2006, sob pena de caracterizar bis in idem. b) A natureza da pena do crime de posse de drogas para uso pessoal dispensa a realização de laudo de constatação da substância para aferir a tipicidade da conduta. c) A despeito do recente entendimento do Supremo Tribunal Federal com relação ao tráfico privilegiado, os crimes de tráfico de drogas (art. 33, caput) e de associação para o tráfico (art. 35) continuam equiparados aos hediondos. d) A tipo de tráfico de drogas (art. 33, caput) só se consuma com a efetiva venda da substância entorpecente. e) A proximidade de presídio, escola e hospital configura circunstância agravante a ser considerada na segunda fase de aplicação da pena. 65 No que concerne à lei de drogas, correto afirmar: a) cabível a redução da pena de um sexto a dois terços para o agente que tem em depósito, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas, desde que primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. b) o juiz, na fixação das penas, em igualdade de condições com todas as circunstâncias previstas no Código Penal para estabelecimento das sanções básicas, considerará a natureza e a quantidade da substância ou do produto. c) a pena de multa pode ser aumentada até o limite do triplo se, em virtude da situação econômica do acusado, considerá-la o juiz ineficaz, ainda que aplicada no máximo. d) para a caracterização da majorante do tráfico entre Estados da Federação ou entre este e o Distrito Federal, necessária a efetiva transposição das respectivas fronteiras, Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 103 | não bastando a demonstração inequívoca da intenção de realizar o tráfico interestadual. e) é de dois anos o prazo de prescrição no crime de posse de droga para consumo pessoal, não se aplicando, contudo, as causas de interrupção previstas no Código Penal. 66 Quanto aos aspectos processuais da Lei de Drogas, correto afirmar que a) o agente surpreendido na posse de droga para consumo pessoal será processado e julgado perante o Juizado Especial Criminal, permitida a transação penal, ainda que haja concurso com o delito de tráfico de entorpecentes, a ser apurado no juízo comum. b) o inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto, podendo haver duplicação de tais prazos pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária. c) o juiz, oferecida a denúncia, ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias, decidindo a seguir em 05 (cinco) dias, apresentada ou não a resposta. d) suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea, para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, ficando impedido, porém, o perito que o subscrever de participar do laudo definitivo. e) o Ministério Público, recebidos os autos do inquérito policial, poderá, no prazo de 10 (dez) dias, requerer o arquivamento, requisitar diligências que entender necessárias ou oferecer denúncia arrolando até 08 (oito) testemunhas. 67 A Lei n o 11.343/2006 – Lei de Drogas, estabelece em seu art. 59 – Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na sentença condenatória. Este dispositivo legal Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 104 | a) foi declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. b) estabeleceu modalidade de prisão preventiva visando a garantia da ordem pública e assegurar a aplicação da lei penal. c) é incompatível com a regra do Código de Processo Penal que determina que o juiz, ao proferir a sentença condenatória, decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou a imposição de prisão preventiva. d) somente poderá ser aplicado no caso de sentença penal condenatória que impuser o regime inicial de cumprimento da pena fechado. e) é modalidade de execução provisória da pena privativa de liberdade aplicada ao réu. 68 João foi denunciado pela prática de tráfico ilícito de entorpecente. Diante disso, a) caso João venha a ser condenado à pena de 6 anos de reclusão, deverá necessariamente iniciar o cumprimento da pena em regime fechado, de acordo com entendimento jurisprudencial dos Tribunais Superiores. b) caso tenha havido prisão em flagrante, o perito que tiver subscrito o laudo de constatação da natureza e quantidade de droga, para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, não ficará impedido de participação da elaboração do laudo definitivo. c) caso seja reconhecido que João não integra organização criminosa, ainda que reincidente, a pena privativa de liberdade que lhe vier a ser imposta deverá ser convertida em pena restritiva de direitos. d) recebida a denúncia, João será citado para audiência de instrução e julgamento, que se iniciará com a inquirição das testemunhas, segundo expressa previsão legal. e) caso João tenha sido preso em flagrante delito, não lhe poderia ter sido concedido liberdade provisória. 69 Ocorrendo a prática de ato infracional, análogo ao delito do artigo 28 da Lei de Drogas, e concluindo o juiz pela aplicação de medida socioeducativa Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 105 | a) não poderá aplicar a restritiva de liberdade. b) não poderá aplicá-las, exceto a de advertência. c) poderá aplicar a de restrição da liberdade somente em caso de descumprimento de medida anteriormente aplicada. d) poderá aplicar qualquer uma, exceto a de internação. e) poderá aplicar qualquer uma das previstas no artigo 112 do Estatuto da Criança e do Adolescente. 70 De acordo com o ordenamento jurídico e o posicionamento dos tribunais superiores sobre as disposições previstas na Lei nº 11.343/2006, a) somente deverá incidir a causa de aumento do art. 40, III, da Lei nº 11.343/2006 se a venda de drogas nas imediações de um presídio tenha como comprador um dos detentos ou alguém que estava frequentando o presídio. b) o grau de pureza da droga é relevante para fins de dosimetria da pena. De acordo com a Lei nº 11.343/2006, tal circunstância, juntamente com a natureza e a quantidade da droga apreendida, prepondera para o cálculo da dosimetria da pena. c) a participação do menor não pode ser considerada para configurar o crime de associação para o tráfico (art. 35) e, ao mesmo tempo, para agravar a pena como causa de aumento do art. 40, VI, da Lei nº 11.343/2006. d) a conduta consistente em negociar por telefone a aquisição de droga e também disponibilizar o veículo que seria utilizado para o transporte do entorpecente configura o crime de tráfico de drogas em sua forma consumada (e não tentada), ainda que a polícia, com base em indícios obtidos por interceptações telefônicas, tenha efetivado a apreensão do material entorpecente antes que o investigado efetivamente o recebesse. e) para a incidência da majorante prevista no art. 40, V, da Lei no 11.343/2006, faz-se necessária a efetiva transposição de fronteiras entre estados da federação. 71 A Lei de Drogas (Lei no 11.343/2006) estabelece que a pena prevista no artigo 33 será aumentada de umsexto a dois terços se caracterizado o tráfico Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 106 | entre Estados da Federação. De acordo com o entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça, a) é desnecessária a efetiva transposição de fronteiras, sendo suficiente a demonstração inequívoca da intenção do agente de realizar o tráfico interestadual. b) a quantidade de droga apreendida, bem como a forma do seu acondicionamento, é essencial para a caracterização do tráfico interestadual. c) o aumento da pena, no tráfico interestadual, exige a associação de quatro ou mais pessoas estruturalmente ordenadas. d) por abranger pluralidade de entes federativos, a ação penal será da competência da Justiça Federal. e) o aumento de dois terços da pena somente poderá ser aplicado quando o tráfico interestadual ocorrer entre Estados não fronteiriços. 72 Está em conformidade com a Lei nº 11.343/2006, que instituiu o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas − SISNAD, e com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça acerca do assunto: a) É incabível a aplicação retroativa da Lei nº 11.343/2006, ainda que o resultado da incidência das suas disposições seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei nº 6.368/1976, sendo possível, também, a combinação das referidas leis. b) Para a incidência da majorante prevista no art. 40, V, da Lei nº 11.343/2006, é desnecessária a efetiva transposição de fronteiras entre Estados da Federação, sendo suficiente a demonstração inequívoca da intenção de realizar o tráfico interestadual. c) Em razão de alteração legislativa recente, quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar não terá praticado qualquer delito. d) É dispensável a licença prévia da autoridade competente para produzir, extrair, fabricar, transformar, preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar, reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, para fins medicinais, drogas ou matéria-prima destinada à sua preparação, Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 107 | observadas as demais exigências legais. e) Compete ao juiz estadual do local da apreensão da droga remetida do exterior pela via postal processar e julgar o crime de tráfico internacional. 73 Considerando o que dispõe a Lei nº 11.343/2006 que, dentre outras funções, instituiu o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas, a) não é considerado crime de tráfico de drogas a conduta daquele que oferece droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem. b) não é considerado crime a conduta do agente que consente que outrem utilize local ou bem de que tenha a propriedade, de forma gratuita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas, tratando-se de mera infração civil-administrativa. c) não é crime a condução de embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, ainda que exponha a dano potencial a incolumidade de outrem, tratando-se de mera infração civil-administrativa. d) não é crime a conduta de quem induz, instiga ou auxilia alguém ao uso indevido de droga, tratando-se de mera contravenção penal. e) é isento de pena o agente que, em razão da dependência, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 74 Analise as afirmativas abaixo de acordo com a Lei no 11.343, de 23 de agosto de 2006, que institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas, com as suas alterações posteriores. 1. Compete à União elaborar o Plano Nacional de Políticas sobre Drogas, em parceria com Estados, Distrito Federal, Municípios e a sociedade. 2. Compete à União, em parceria com Estados, Distrito Federal, Municípios e a sociedade, formular e coordenar a execução da Política Nacional sobre Drogas. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 108 | 3. Compete exclusivamente à União financiar a execução das políticas sobre drogas, observadas as obrigações dos integrantes do Sisnad. 4. Compete à União, com Estados, Distrito Federal e Municípios, coordenar o Sisnad. Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas. a) É correta apenas a afirmativa 1. b) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3. c) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3. d) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4. e) São corretas as afirmativas 1, 2, 3 e 4. 75 Assinale a alternativa correta, com base na Lei no 11.343, de 23 de agosto de 2006: a) O Plano Nacional de Políticas sobre Drogas terá duração de 15 anos a contar de sua aprovação. b) A Semana Nacional de Políticas sobre Drogas será comemorada anualmente, na segunda semana de janeiro. c) Os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico ilícito de drogas integrarão sistema de informações do Poder Judiciário. d) Constitui objetivo do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas, dentre outros, promover o acesso do usuário ou dependente de drogas a todos os serviços públicos. e) Os Estados e Municípios poderão autorizar o plantio, a cultura e a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, exclusivamente para fins medicinais ou científicos. 76 A respeito do procedimento penal previsto na Lei no 11.343, de 23 de agosto de 2006, relacionado com a repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, assinale a alternativa correta. a) Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 109 | prévia, por escrito, no prazo de 10 dias. b) Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará comunicação imediata ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao representante do Ministério Público, em 72 horas. c) A destruição das drogas será executada pelo escrivão de polícia no prazo de 90 dias na presença do Delegado de Polícia e da autoridade sanitária. d) O inquérito policial será concluído no prazo de 60 dias, se o indiciado estiver preso, e de 120 dias, quando solto. e) Na audiência de instrução e julgamento, após o interrogatório do acusado e a inquirição das testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente, ao defensor do acusado e ao representante do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 20 minutos para cada um. 77 Luiz, primário e de bons antecedentes, sem qualquer envolvimento pretérito com crime, não mais aguentando ver seu filho chorar e pedir a compra de um videogame que todos os colegas da escola tinham, aceita transportar, mediante recebimento de valores, por solicitação de seu cunhado, 30g de maconha para determinado endereço de município vizinho ao que residia, no mesmo Estado da Federação. Durante o transporte, antes mesmo de ultrapassar o limite do município em que residia, vem a ser preso em flagrante. Durante a instrução, todos os fatos acima narrados são confirmados, inclusive a intenção de transportar as drogas para outro município. Considerando apenas as informações expostas, no momento da sentença: a) poderá Luiz ser absolvido em razão da excludente da culpabilidade da inexigibilidade de conduta diversa; b) poderá ser aplicada a causa de diminuição do tráfico privilegiado, inclusive sendo possível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos; c) não poderáser aplicada a causa de diminuição de pena do tráfico privilegiado, já que incompatível com a causa de aumento do tráfico intermunicipal, que deve ser reconhecida; d) não poderá ser reconhecida a causa de aumento do tráfico intermunicipal prevista Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 110 | na Lei nº 11.343/06, pois não houve efetiva transposição da fronteira, mas poderá ser reconhecida a causa de diminuição do tráfico privilegiado; e) poderão ser reconhecidas a causa de aumento do tráfico intermunicipal, ainda que não tenha sido ultrapassada a fronteira do município, e a causa de diminuição do tráfico privilegiado. 78 A Lei nº 11.343/06 define uma série de crimes relacionados ao tráfico de drogas, além de prever um procedimento próprio para julgamento dessas infrações penais. Sobre o tema, analise as afirmativas a seguir. I. Em razão da necessidade de sigilo e, eventualmente, urgência da medida, poderá ocorrer infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, ainda que sem autorização judicial, desde que informado previamente ao Ministério Público. II. Antes mesmo do recebimento da denúncia, o denunciado deverá ser notificado para apresentação de defesa, sendo que eventuais exceções apresentadas deverão ser processadas em apartado. III. Observadas as formalidades legais, admite-se a postergação da atuação policial sobre os portadores de drogas com a finalidade de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico. Com base nas previsões da Lei nº 11.343/06, está correto o que se afirma em: a) somente II; b) somente I e II; c) somente I e III; d) somente II e III; e) I, II e III. 79 Leandro, primário e de bons antecedentes, foi preso em flagrante porque tinha em sua casa, para fins de venda, 100g de maconha e 150g de cocaína na forma de crack, conforme laudo de exame de material entorpecente acostado ao Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 111 | procedimento. Após receber o procedimento principal, já com decisão de conversão do flagrante em preventiva, o Promotor de Justiça deverá denunciar Leandro por a) crime único de tráfico de drogas, podendo a natureza do material entorpecente e a quantidade de drogas serem avaliadas no momento de o juiz fixar pena base em caso de condenação. b) crime único de tráfico de drogas, não podendo a natureza do material entorpecente ser considerada quando da aplicação da pena base, mas tão só as circunstâncias judiciais do Art. 59 do CP e a quantidade de drogas. c) dois crimes de tráfico de drogas, reconhecendo o concurso formal de crimes, podendo ser aplicado o redutor do tráfico privilegiado em razão da primariedade do agente. d) dois crimes de tráfico de drogas, reconhecendo o concurso material de crimes, não podendo a quantidade de drogas ser considerada no momento da aplicação da pena base, mas tão só as circunstâncias judiciais do Art. 59 do CP; e) dois crimes de tráfico de drogas em concurso formal, podendo a quantidade e a natureza do material entorpecente serem valorizados no momento de aplicar a pena base. 80 Diego, 20 anos, reincidente, foi denunciado pela suposta prática do crime de tráfico de drogas, tendo em vista que trazia consigo 300g de Cannabis Sativa L., popularmente conhecida como maconha. No curso da instrução, por ocasião de seu interrogatório, Diego confirmou que estava portando as drogas mencionadas na denúncia, mas assegurou que o material seria destinado ao seu próprio consumo e não para comercialização. Considerando apenas as informações narradas, de acordo com a jurisprudência dos Tribunais Superiores, no momento da análise de aspectos relacionados à dosimetria da pena em alegações finais, o promotor de justiça deverá destacar que a: a) atenuante da confissão espontânea deverá ser reconhecida, podendo ser compensada com a agravante da reincidência, mas não caberá reconhecimento da atenuante da menoridade relativa; Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 112 | b) atenuante da menoridade relativa e a atenuante da confissão espontânea devem ser reconhecidas, não podendo, porém, a pena intermediária ser fixada abaixo do mínimo legal; c) quantidade de drogas poderá ser considerada na fixação da pena base, devendo ser reconhecida a atenuante da menoridade relativa, mas não a da confissão espontânea; d) atenuante da menoridade relativa e a atenuante da confissão espontânea devem ser reconhecidas, podendo a pena intermediária ser fixada abaixo do mínimo legal; e) causa de diminuição de pena do tráfico privilegiado poderá ser reconhecida, possibilitando a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. 81 Em inovação legislativa, a Lei nº 11.343/06, em seu art. 33, §4º, trouxe a figura do tráfico privilegiado, em especial para mitigar a severa punição do tráfico de drogas para o chamado “traficante de primeira viagem”. Sobre as previsões da Lei nº 11.343/06 sobre o tema e de acordo com a jurisprudência dos Tribunais Superiores, é correto afirmar que: a) a condenação por tráfico, ainda que privilegiado e com pena inferior a 4 anos, não permite a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos; b) o benefício do tráfico privilegiado poderá ser aplicado ainda que o agente seja, também, condenado pelo crime de associação para o tráfico; c) a quantidade de drogas poderá ser considerada no momento da aplicação da pena base, mas não a natureza do material apreendido; d) o regime inicial de cumprimento de pena, diante do tráfico privilegiado, deverá ser necessariamente o fechado; e) o tráfico privilegiado poderá ser reconhecido mesmo diante da figura do tráfico majorado. 82 Frederico, primário, mas com maus antecedentes, acorda com grande traficante de Comunidade do Rio de Janeiro, que tinha conhecido naquele dia, de transportar, uma única vez, 500g de maconha, 30g de cocaína e 20g de crack Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 113 | para Comunidade localizada em Minas Gerais. Enquanto estava no interior de uma van com a mala contendo todo aquele material entorpecente, ainda no estado do Rio de Janeiro, vem a ser abordado por policiais militares, que identificam a droga. Em sede policial, observadas as formalidades legais, Frederico confessa o transporte do material, diz que é a primeira vez que adotava aquele tipo de comportamento, que conhecera o traficante no Rio de Janeiro através de um amigo no dia dos fatos e esclarece que o material deveria ser entregue para João em Minas Gerais. Com base nas informações narradas, de acordo com a jurisprudência majoritária dos Tribunais Superiores, é correto afirmar que: a) possível o oferecimento de denúncia pelo crime de associação para o tráfico, ainda que a conduta de Frederico e do traficante em comunhão de ações e desígnios fosse eventual; b) possível o reconhecimento do tráfico privilegiado e, consequentemente, a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos; c) possível o reconhecimento do tráfico privilegiado, mas não a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos por vedação legal; d) aplicável a causa de aumento de pena do tráfico interestadual mesmo sem transposição das fronteiras entre os estados; e) não é possível o aumento da pena base em razão da quantidade e natureza das drogas apreendidas. 83 Plínio foi flagrado enquanto transportava 10 (dez) “sacolés” de maconha. Na ocasião, admitiu para os policiais que a droga destinava-se a seu consumo pessoal e também de sua esposa, que não estava com ele na oportunidade, sendo que ele adotaria essa conduta de transportar o material para usar comsua esposa recorrentemente. Os policiais, nas suas declarações, disseram que alguns usuários próximos a Plínio conseguiram se evadir antes da abordagem. Diante das declarações, o Ministério Público ofereceu denúncia imputando a Plínio a prática do crime de tráfico de drogas (Art. 33, caput, da Lei nº 11.343/06). Finda a instrução, com a juntada do laudo definitivo confirmando que o material era entorpecente, sendo apresentadas em juízo as mesmas versões colhidas na fase Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 114 | policial e restando certo que Plínio era primário e de bons antecedentes, os autos foram conclusos para a sentença. Preocupado com sua situação jurídica, e as consequências no caso de condenação, Plínio procura a Defensoria Pública. Considerando as informações expostas, deverá a defesa técnica esclarecer, com base na jurisprudência majoritária dos Tribunais Superiores, que: a) a condenação por tráfico com incidência da causa de diminuição da pena prevista no Art. 33, §4º, da Lei nº 11.343/06, retira a hediondez do crime, mas não se mostra possível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, ainda que a pena seja inferior a 4 (quatro) anos; b) a condenação pelo crime de tráfico de drogas, ainda que não reconhecida a causa de diminuição do Art. 33, §4º, da Lei nº 11.343/06, admitirá a aplicação de regime diverso do fechado de acordo com a sanção aplicada, mesmo que a pena não permita a substituição por restritiva de direitos; c) o descumprimento injustificado da medida imposta, no caso de condenação pelo crime de porte de droga para consumo próprio (Art. 28 da Lei nº 11.343/06), torna possível a aplicação de pena privativa de liberdade apenas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses; d) a progressão de regime, no caso de condenação por um dos crimes previstos nos Arts. 33, caput e §1º, e 34 a 37 da Lei nº 11.343/06, dar-se-á após o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico; e) o denunciado que induz, instiga ou auxilia alguém ao uso indevido de drogas incorre na mesma pena do caput do Art. 33 da Lei nº 11.343/06. 84 No que se refere aos crimes previstos na Lei n. 11.343/2006, assinale a alternativa CORRETA. a) O Supremo Tribunal Federal entende que o crime de tráfico "privilegiado" é hediondo. b) O porte de drogas ilícitas para uso próprio, segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, foi descriminalizado. c) Em relação ao porte de Cannabis sativa (maconha) para uso próprio, o Supremo Tribunal Federal decidiu que tal figura é atípica, configurando autolesão impunível. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 115 | d) O sujeito que oferece droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem, pratica infração penal de médio potencial ofensivo, o que impede a proposta de transação penal prevista no artigo 76 da Lei n. 9.099/95, mas não a suspensão condicional do processo, nos termos do artigo 89 do referido diploma legal. e) É cabível, em tese, a concessão de indulto natalino no caso do tráfico "privilegiado". 85 Nos termos da Lei nº 11.343/06, que institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas, analise as seguintes penas. I. Advertência sobre os efeitos das drogas. II. Prestação de serviços à comunidade. III. Detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. Quais dessas penas são aplicadas ao crime de consumo de drogas? a) Apenas I. b) Apenas I e II. c) Apenas I e III. d) Apenas II e III. e) I, II e III. 86 Analise as assertivas a seguir, de acordo com o disposto na Lei nº 11.343/2006, Lei de Drogas, e em cotejo com o entendimento dos Tribunais Superiores: I. Para a incidência da majorante de pena, prevista no artigo 40, inciso V da referida Lei, ao crime de tráfico de drogas interestadual, de acordo com entendimento do Superior Tribunal de Justiça, basta que esteja demonstrado, de forma inequívoca, que o traficante tinha intenção de extrapolar as fronteiras de um Estado, mesmo que assim não consiga. II. A partir de entendimento recente do Supremo Tribunal Federal, pode-se dizer que nem todo o crime de tráfico de drogas pode ser considerado crime equiparado a Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 116 | hediondo. III. Aquele que oferece droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, à pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem, pratica crime de menor potencial ofensivo. IV. Aquele que pratica conduta de tráfico de drogas, descrita no caput do artigo 33 da referida Lei, pode ter sua pena reduzida nos mesmos patamares propostos no Código Penal para a minorante da tentativa, desde que seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III e IV. d) Apenas I, II e III. e) I, II, III e IV. 87 Analise o seguinte caso: Após uma festa noturna na região serrana, o Guarda Municipal Guiomar Fagundes flagrou alguns adolescentes com 50 gramas de maconha, conduzindo-os imediatamente à delegacia da Polícia Civil e, em depoimento, eles alegaram que a droga era para consumo próprio. De acordo com a Lei Federal nº 11.343/06, para determinar se a droga se destinava a consumo pessoal, o juiz analisará a natureza e a quantidade da substância apreendida, a conduta e os antecedentes dos infratores, entre outros fatores. Sendo que quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I. Advertência sobre os efeitos das drogas. II. Prestação de serviços à comunidade. III. Medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. IV. Detenção de seis meses a um ano. Quais estão corretas? Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 117 | a) Apenas I e IV. b) Apenas II e III. c) Apenas I, II e III. d) Apenas II, III e IV. e) I, II, III e IV. 88 A Lei nº 11.343/2006 é a atual Lei sobre drogas. Tendo por base os ditames do citado diploma, assinale a alternativa correta. a) Referido diploma legal institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas. b) O porte e o cultivo para consumo próprio não configuram crime. c) O sujeito ativo do delito previsto no Artigo 33, caput, da lei em comento pode ser qualquer pessoa. Trata-se de crime comum. No entanto, a coautoria e a participação não são possíveis nas condutas descritas no tipo penal. d) Denomina como objeto material dos crimes nela previstos a seguinte expressão: “substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica”. e) No momento em que o agente realiza a conduta típica, se dá a consumação do tráfico de drogas. Todas as condutas previstas no artigo 33 da lei em estudo constituem crimes permanentes. 89 As atividades de prevenção do uso indevido de drogas, atenção e reinserção social de usuários e dependentes são regulamentadas pelo Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – Sisnad. Sobre o Sisnad, analise as seguintes afirmativas a seguir e assinale com V as verdadeiras e com F as falsas. ( ) O reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de interferência na qualidade de vida do indivíduo e na sua relação com a comunidade à qual pertence constitui diretriz das atividades de prevenção. ( ) Contribuir para a inclusão social do indivíduo, visando a torná-lo menos vulnerável Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 118 | a assumir comportamentos de risco para o uso indevidode drogas, constitui objetivo do Sisnad. ( ) O investimento em alternativas esportivas, culturais, artísticas, profissionais, entre outras como forma de inclusão social e de melhoria da qualidade de vida constitui princípio das atividades de prevenção. ( ) A observância das orientações e normas emanadas do CRESS constitui princípio estabelecido pelo Sisnad. Assinale a sequência correta. a) V F V V b) V V V F c) F F V V d) F V F F 90 Reconhecendo sua repercussão geral, em matéria penal, afirma o Supremo Tribunal, EXCETO: a) Que é inadmissível a decretação da extinção da punibilidade pela pena em perspectiva. b) Que é típica a conduta de quem diante da autoridade policial se atribui falsa identidade, não se achando a conduta autorizada pelo direito constitucional ao silêncio. c) Que a natureza e quantidade da droga, na fixação da pena do crime de tráfico, apenas deve ser considerada numa das fases de fixação, não cabendo ao juiz escolher em qual delas. d) Que os crimes de lesão corporal praticados contra a mulher no âmbito doméstico e familiar são de ação penal pública incondicionada. II - A Lei estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes. III - A Lei estabelece medidas de incentivo de consumo aos usuários já dependentes de drogas ou substâncias que causem dependência física. a) Apenas as assertivas I e II estão corretas. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 119 | b) Apenas as assertivas I e III estão corretas. c) Apenas as assertivas II e III estão corretas. d) Apenas a assertiva I está correta. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 QUESTÕES PARA TREINAR www.focusconcursos.com.br | 120 | 11.1 Gabarito 01 A 19 C 37 E 55 B 73 E 02 CERTO 20 C 38 ERRADO 56 B 74 A 03 CERTO 21 D 39 CERTO 57 D 75 D 04 ERRADO 22 CERTO 40 B 58 C 76 A 05 Errado 23 D 41 A 59 A 77 B 06 Errado 24 CERTO 42 D 60 B 78 D 07 CERTO 25 CERTO 43 C 61 B 79 A 08 CERTO 26 CERTO 44 D 62 C 80 C 09 ERRADO 27 ERRADO 45 A 63 C 81 E 10 ERRADO 28 ERRADO 46 B 64 A 82 D 11 ERRADO 29 A 47 C 65 A 83 B 12 A 30 C 48 A 66 B 84 E 13 CERTO 31 D 49 C 67 C 85 B 14 CERTO 32 D 50 B 68 B 86 D 15 ERRADO 33 CERTO 51 E 69 A 87 C 16 Errado 34 B 52 D 70 D 88 A 17 CERTO 35 C 53 E 71 A 89 B 18 D 36 E 54 C 72 B 90 C Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 LETRA DA LEI www.focusconcursos.com.br | 121 | 12 LETRA DA LEI Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Título I - Disposições Preliminares Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes. Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União. Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso. Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas. Título II - Do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas Art. 3º O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, organizar e coordenar as atividades relacionadas com: I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de drogas; II - a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas. § 1º Entende-se por Sisnad o conjunto ordenado de princípios, regras, critérios e recursos materiais e humanos que envolvem as políticas, planos, programas, ações e projetos sobre drogas, incluindo-se nele, por adesão, os Sistemas de Políticas Públicas sobre Drogas dos Estados, Distrito Federal e Municípios. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 2º O Sisnad atuará em articulação com o Sistema Único de Saúde - SUS, e com o Sistema Único de Assistência Social - SUAS. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. Capítulo I - Dos Princípios e dos Objetivos do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas Art. 4º São princípios do Sisnad: Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 LETRA DA LEI www.focusconcursos.com.br | 122 | I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmente quanto à sua autonomia e à sua liberdade; II - o respeito à diversidade e às especificidades populacionais existentes; III - a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do povo brasileiro, reconhecendo-os como fatores de proteção para o uso indevido de drogas e outros comportamentos correlacionados; IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla participação social, para o estabelecimento dos fundamentos e estratégias do Sisnad; V - a promoção da responsabilidade compartilhada entre Estado e Sociedade, reconhecendo a importância da participação social nas atividades do Sisnad; VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacionados com o uso indevido de drogas, com a sua produção não autorizada e o seu tráfico ilícito; VII - a integração das estratégias nacionais e internacionais de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito; VIII - a articulação com os órgãos do Ministério Público e dos Poderes Legislativo e Judiciário visando à cooperação mútua nas atividades do Sisnad; IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça a interdependência e a natureza complementar das atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas, repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas; X - a observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a garantir a estabilidade e o bem-estar social; XI - a observância às orientações e normas emanadas do Conselho Nacional Antidrogas - Conad. Art. 5º O Sisnad tem os seguintes objetivos: I - contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a torná-lo menos vulnerável a assumir comportamentos de risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e outros comportamentos correlacionados; II - promover a construção e a socialização do conhecimento sobre drogas no país; III - promover a integração entre as políticas de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e derepressão à sua produção não autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da União, Distrito Federal, Estados e Municípios; IV - assegurar as condições para a coordenação, a integração e a articulação das atividades de que trata o art. 3º desta Lei. Capítulo II - Do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas Seção I - Da Composição do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019 Art. 6º (Vetado) Art. 7º A organização do Sisnad assegura a orientação central e a execução descentralizada das atividades realizadas em seu âmbito, nas esferas Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 LETRA DA LEI www.focusconcursos.com.br | 123 | federal, distrital, estadual e municipal e se constitui matéria definida no regulamento desta Lei. Art. 7º-A. (Vetado). Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. Art. 8º (Vetado) Seção II - Das Competências Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. Art. 8º-A. Compete à União: - Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. I - formular e coordenar a execução da Política Nacional sobre Drogas; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. II - elaborar o Plano Nacional de Políticas sobre Drogas, em parceria com Estados, Distrito Federal, Municípios e a sociedade; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. III - coordenar o Sisnad; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. IV - estabelecer diretrizes sobre a organização e funcionamento do Sisnad e suas normas de referência; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. V - elaborar objetivos, ações estratégicas, metas, prioridades, indicadores e definir formas de financiamento e gestão das políticas sobre drogas; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. VI – (Vetado); Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. VII – (Vetado); Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. VIII - promover a integração das políticas sobre drogas com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. IX - financiar, com Estados, Distrito Federal e Municípios, a execução das políticas sobre drogas, observadas as obrigações dos integrantes do Sisnad; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. X - estabelecer formas de colaboração com Estados, Distrito Federal e Municípios para a execução das políticas sobre drogas; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. XI - garantir publicidade de dados e informações sobre repasses de recursos para financiamento das políticas sobre drogas; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. XII - sistematizar e divulgar os dados estatísticos nacionais de prevenção, tratamento, acolhimento, reinserção social e econômica e repressão ao tráfico ilícito de drogas; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. XIII - adotar medidas de enfretamento aos crimes transfronteiriços; e Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. XIV - estabelecer uma política nacional de controle de fronteiras, visando a coibir o ingresso de drogas no País. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. Art. 8º-B. (VETADO). Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 LETRA DA LEI www.focusconcursos.com.br | 124 | Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. Art. 8º-C. (VETADO). Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. Capítulo II-A - Da Formulação das Políticas sobre Drogas Seção I - Do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. Art. 8º-D. São objetivos do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas, dentre outros: Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. I - promover a interdisciplinaridade e integração dos programas, ações, atividades e projetos dos órgãos e entidades públicas e privadas nas áreas de saúde, educação, trabalho, assistência social, previdência social, habitação, cultura, desporto e lazer, visando à prevenção do uso de drogas, atenção e reinserção social dos usuários ou dependentes de drogas; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. II - viabilizar a ampla participação social na formulação, implementação e avaliação das políticas sobre drogas; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. III - priorizar programas, ações, atividades e projetos articulados com os estabelecimentos de ensino, com a sociedade e com a família para a prevenção do uso de drogas; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. IV - ampliar as alternativas de inserção social e econômica do usuário ou dependente de drogas, promovendo programas que priorizem a melhoria de sua escolarização e a qualificação profissional; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. V - promover o acesso do usuário ou dependente de drogas a todos os serviços públicos; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. VI - estabelecer diretrizes para garantir a efetividade dos programas, ações e projetos das políticas sobre drogas; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. VII - fomentar a criação de serviço de atendimento telefônico com orientações e informações para apoio aos usuários ou dependentes de drogas; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. VIII - articular programas, ações e projetos de incentivo ao emprego, renda e capacitação para o trabalho, com objetivo de promover a inserção profissional da pessoa que haja cumprido o plano individual de atendimento nas fases de tratamento ou acolhimento; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. IX - promover formas coletivas de organização para o trabalho, redes de economia solidária e o cooperativismo, como forma de promover autonomia ao usuário ou dependente de drogas egresso de tratamento ou acolhimento, observando-se as especificidades regionais; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. X - propor a formulação de políticas públicas que conduzam à efetivação das diretrizes e princípios previstos no art. 22; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. XI - articular as instâncias de saúde, assistência social e de justiça no enfrentamento ao abuso de drogas; e Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 LETRA DA LEI www.focusconcursos.com.br | 125 | XII - promover estudos e avaliação dos resultados das políticas sobre drogas. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 1º O plano de que trata o caput terá duração de 5 (cinco) anos a contar de sua aprovação. § 2º O poder público deverá dar a mais ampla divulgação ao conteúdo do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas. Seção II - Dos Conselhos de Políticas sobre Drogas Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019 Art. 8º-E. Os conselhos de políticas sobre drogas, constituídos por Estados, Distrito Federal e Municípios, terão os seguintes objetivos: Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. I - auxiliar na elaboração de políticas sobre drogas; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. II - colaborar com os órgãos governamentais no planejamento e na execução das políticas sobre drogas, visando à efetividade das políticas sobre drogas; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. III - propor a celebração de instrumentos de cooperação, visando à elaboração de programas, ações, atividades e projetos voltados à prevenção, tratamento, acolhimento, reinserção social e econômica e repressão ao tráfico ilícito de drogas; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. IV - promover a realização de estudos, com o objetivo de subsidiar o planejamento das políticas sobre drogas; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. V - propor políticas públicas que permitam a integração e a participação do usuário ou dependente de drogas no processo social, econômico, político e cultural no respectivo ente federado; e Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. VI - desenvolver outras atividades relacionadas às políticas sobre drogas em consonância com o Sisnad e com os respectivos planos. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. Seção III - Dos Membros dos Conselhos de Políticas sobre Drogas Incluídopela Lei nº 13.840, de 2019. Art. 8º-F. (Vetado). Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. Capítulo III (Vetado) Art. 9º (VETADO) Art. 10. (VETADO) Art. 11. (VETADO) Art. 12. (VETADO) Art. 13. (VETADO) Art. 14. (VETADO) Capítulo IV - Do Acompanhamento e da Avaliação das Políticas sobre Drogas Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019 Art. 15. (Vetado) Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 LETRA DA LEI www.focusconcursos.com.br | 126 | Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social que atendam usuários ou dependentes de drogas devem comunicar ao órgão competente do respectivo sistema municipal de saúde os casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a identidade das pessoas, conforme orientações emanadas da União. Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico ilícito de drogas integrarão sistema de informações do Poder Executivo. Título III - Das Atividades de Prevenção do Uso Indevido, Atenção e Reinserção Social de Usuários e Dependentes de Drogas Capítulo I - Da Prevenção Seção I - Das Diretrizes Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso indevido de drogas, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para a redução dos fatores de vulnerabilidade e risco e para a promoção e o fortalecimento dos fatores de proteção. Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas devem observar os seguintes princípios e diretrizes: I - o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de interferência na qualidade de vida do indivíduo e na sua relação com a comunidade à qual pertence; II - a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação científica como forma de orientar as ações dos serviços públicos comunitários e privados e de evitar preconceitos e estigmatização das pessoas e dos serviços que as atendam; III - o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual em relação ao uso indevido de drogas; IV - o compartilhamento de responsabilidades e a colaboração mútua com as instituições do setor privado e com os diversos segmentos sociais, incluindo usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares, por meio do estabelecimento de parcerias; V - a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e adequadas às especificidades socioculturais das diversas populações, bem como das diferentes drogas utilizadas; VI - o reconhecimento do “não-uso”, do “retardamento do uso” e da redução de riscos como resultados desejáveis das atividades de natureza preventiva, quando da definição dos objetivos a serem alcançados; VII - o tratamento especial dirigido às parcelas mais vulneráveis da população, levando em consideração as suas necessidades específicas; VIII - a articulação entre os serviços e organizações que atuam em atividades de prevenção do uso indevido de drogas e a rede de atenção a usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares; IX - o investimento em alternativas esportivas, culturais, artísticas, profissionais, entre outras, como forma de inclusão social e de melhoria da qualidade de vida; X - o estabelecimento de políticas de formação continuada na área da prevenção do uso indevido de drogas para profissionais de educação nos 3 (três) níveis de ensino; XI - a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do uso indevido de drogas, nas instituições de ensino público e privado, alinhados às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 LETRA DA LEI www.focusconcursos.com.br | 127 | conhecimentos relacionados a drogas; XII - a observância das orientações e normas emanadas do Conad; XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas. Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas dirigidas à criança e ao adolescente deverão estar em consonância com as diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - Conanda. Seção II - Da Semana Nacional de Políticas Sobre Drogas Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. Art. 19-A. Fica instituída a Semana Nacional de Políticas sobre Drogas, comemorada anualmente, na quarta semana de junho. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 1º No período de que trata o caput, serão intensificadas as ações de: Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. I - difusão de informações sobre os problemas decorrentes do uso de drogas; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. II - promoção de eventos para o debate público sobre as políticas sobre drogas; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. III - difusão de boas práticas de prevenção, tratamento, acolhimento e reinserção social e econômica de usuários de drogas; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. IV - divulgação de iniciativas, ações e campanhas de prevenção do uso indevido de drogas; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. V - mobilização da comunidade para a participação nas ações de prevenção e enfrentamento às drogas; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. VI - mobilização dos sistemas de ensino previstos na Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, na realização de atividades de prevenção ao uso de drogas. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. Capítulo II - Das Atividades de Prevenção, Tratamento, Acolhimento e de Reinserção Social e Econômica de Usuários ou Dependentes de Drogas Seção I - Disposições Gerais Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019 Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e dependente de drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas que visem à melhoria da qualidade de vida e à redução dos riscos e dos danos associados ao uso de drogas. Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do usuário ou do dependente de drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para sua integração ou reintegração em redes sociais. Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção social do usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares devem observar os seguintes princípios e diretrizes: I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas, independentemente de quaisquer condições, observados os direitos fundamentais da pessoa humana, os princípios e diretrizes do Sistema Único Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 LETRA DA LEI www.focusconcursos.com.br | 128 | de Saúde e da Política Nacional de Assistência Social; II - a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e reinserção social do usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares que considerem as suas peculiaridades socioculturais; III - definição de projeto terapêutico individualizado, orientado para a inclusão social e para a redução de riscos e de danos sociais e à saúde; IV - atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos respectivos familiares, sempre que possível, de forma multidisciplinar e por equipes multiprofissionais; V - observância das orientações e normas emanadas do Conad; VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas. VII - estímulo à capacitação técnica e profissional; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. VIII - efetivação de políticas de reinserção social voltadas à educação continuada e ao trabalho; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. IX - observância do plano individual de atendimento na forma do art. 23-B desta Lei; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. X - orientação adequada ao usuário ou dependente de drogas quanto às consequências lesivas do uso de drogas, ainda que ocasional. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. Seção II - Da Educação na Reinserção Social e EconômicaIncluído pela Lei nº 13.840, de 2019. Art. 22-A. As pessoas atendidas por órgãos integrantes do Sisnad terão atendimento nos programas de educação profissional e tecnológica, educação de jovens e adultos e alfabetização. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. Seção III - Do Trabalho na Reinserção Social e Econômica Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. Art. 22-B. (Vetado). Seção IV - Do Tratamento do Usuário ou Dependente de Drogas Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios desenvolverão programas de atenção ao usuário e ao dependente de drogas, respeitadas as diretrizes do Ministério da Saúde e os princípios explicitados no art. 22 desta Lei, obrigatória a previsão orçamentária adequada. Art. 23-A. O tratamento do usuário ou dependente de drogas deverá ser ordenado em uma rede de atenção à saúde, com prioridade para as modalidades de tratamento ambulatorial, incluindo excepcionalmente formas de internação em unidades de saúde e hospitais gerais nos termos de normas dispostas pela União e articuladas com os serviços de assistência social e em etapas que permitam: Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. I - articular a atenção com ações preventivas que atinjam toda a população; Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 LETRA DA LEI www.focusconcursos.com.br | 129 | Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. II - orientar-se por protocolos técnicos predefinidos, baseados em evidências científicas, oferecendo atendimento individualizado ao usuário ou dependente de drogas com abordagem preventiva e, sempre que indicado, ambulatorial; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. III - preparar para a reinserção social e econômica, respeitando as habilidades e projetos individuais por meio de programas que articulem educação, capacitação para o trabalho, esporte, cultura e acompanhamento individualizado; e Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. IV - acompanhar os resultados pelo SUS, Suas e Sisnad, de forma articulada. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 1º Caberá à União dispor sobre os protocolos técnicos de tratamento, em âmbito nacional. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 2º A internação de dependentes de drogas somente será realizada em unidades de saúde ou hospitais gerais, dotados de equipes multidisciplinares e deverá ser obrigatoriamente autorizada por médico devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina - CRM do Estado onde se localize o estabelecimento no qual se dará a internação. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 3º São considerados 2 (dois) tipos de internação: Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. I - internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do dependente de drogas; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. II - internação involuntária: aquela que se dá, sem o consentimento do dependente, a pedido de familiar ou do responsável legal ou, na absoluta falta deste, de servidor público da área de saúde, da assistência social ou dos órgãos públicos integrantes do Sisnad, com exceção de servidores da área de segurança pública, que constate a existência de motivos que justifiquem a medida. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 4º A internação voluntária: Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. I - deverá ser precedida de declaração escrita da pessoa solicitante de que optou por este regime de tratamento; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. II - seu término dar-se-á por determinação do médico responsável ou por solicitação escrita da pessoa que deseja interromper o tratamento. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 5º A internação involuntária: Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. I - deve ser realizada após a formalização da decisão por médico responsável; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. II - será indicada depois da avaliação sobre o tipo de droga utilizada, o padrão de uso e na hipótese comprovada da impossibilidade de utilização de outras alternativas terapêuticas previstas na rede de atenção à saúde; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. III - perdurará apenas pelo tempo necessário à desintoxicação, no prazo máximo de 90 (noventa) dias, tendo seu término determinado pelo médico responsável; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. IV - a família ou o representante legal poderá, a Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 LETRA DA LEI www.focusconcursos.com.br | 130 | qualquer tempo, requerer ao médico a interrupção do tratamento. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 6º A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 7º Todas as internações e altas de que trata esta Lei deverão ser informadas, em, no máximo, de 72 (setenta e duas) horas, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e a outros órgãos de fiscalização, por meio de sistema informatizado único, na forma do regulamento desta Lei. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 8º É garantido o sigilo das informações disponíveis no sistema referido no § 7º e o acesso será permitido apenas às pessoas autorizadas a conhecê-las, sob pena de responsabilidade. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 9º É vedada a realização de qualquer modalidade de internação nas comunidades terapêuticas acolhedoras. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 10. O planejamento e a execução do projeto terapêutico individual deverão observar, no que couber, o previsto na Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. Seção V - Do Plano Individual de Atendimento Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. Art. 23-B. O atendimento ao usuário ou dependente de drogas na rede de atenção à saúde dependerá de: Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. I - avaliação prévia por equipe técnica multidisciplinar e multissetorial; e Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. II - elaboração de um Plano Individual de Atendimento - PIA. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 1º A avaliação prévia da equipe técnica subsidiará a elaboração e execução do projeto terapêutico individual a ser adotado, levantando no mínimo: Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. I - o tipo de droga e o padrão de seu uso; e Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. II - o risco à saúde física e mental do usuário ou dependente de drogas ou das pessoas com as quais convive. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 2º (Vetado). Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 3º O PIA deverá contemplar a participação dos familiares ou responsáveis, os quais têm o dever de contribuir com o processo, sendo esses, no caso de crianças e adolescentes, passíveis de responsabilização civil, administrativa e criminal, nos termos da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 4º O PIA será inicialmente elaborado sob a responsabilidade da equipe técnica do primeiro projeto terapêutico que atender o usuário ou dependente de drogas e será atualizado ao longo das diversas fases do atendimento. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 LETRA DA LEI www.focusconcursos.com.br | 131 | § 5º Constarão do plano individual, no mínimo: - Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. I - os resultados da avaliação multidisciplinar; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. II - os objetivos declarados pelo atendido; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. III - a previsão de suas atividades de integração social ou capacitação profissional; Incluído pela Lei nº 13.840, de2019. IV - atividades de integração e apoio à família; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. V - formas de participação da família para efetivo cumprimento do plano individual; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. VI - designação do projeto terapêutico mais adequado para o cumprimento do previsto no plano; e Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. VII - as medidas específicas de atenção à saúde do atendido. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 6º O PIA será elaborado no prazo de até 30 (trinta) dias da data do ingresso no atendimento. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 7º As informações produzidas na avaliação e as registradas no plano individual de atendimento são consideradas sigilosas. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão conceder benefícios às instituições privadas que desenvolverem programas de reinserção no mercado de trabalho, do usuário e do dependente de drogas encaminhados por órgão oficial. Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social, que atendam usuários ou dependentes de drogas poderão receber recursos do Funad, condicionados à sua disponibilidade orçamentária e financeira. Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de segurança, têm garantidos os serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário. Seção VI - Do Acolhimento em Comunidade Terapêutica Acolhedora Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. Art. 26-A. O acolhimento do usuário ou dependente de drogas na comunidade terapêutica acolhedora caracteriza-se por: Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. I - oferta de projetos terapêuticos ao usuário ou dependente de drogas que visam à abstinência Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. II - adesão e permanência voluntária, formalizadas por escrito, entendida como uma etapa transitória para a reinserção social e econômica do usuário ou dependente de drogas; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. III - ambiente residencial, propício à formação de vínculos, com a convivência entre os pares, atividades práticas de valor educativo e a promoção Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 LETRA DA LEI www.focusconcursos.com.br | 132 | do desenvolvimento pessoal, vocacionada para acolhimento ao usuário ou dependente de drogas em vulnerabilidade social; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. IV - avaliação médica prévia; Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. V - elaboração de plano individual de atendimento na forma do art. 23-B desta Lei; e Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. VI - vedação de isolamento físico do usuário ou dependente de drogas. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 1º Não são elegíveis para o acolhimento as pessoas com comprometimentos biológicos e psicológicos de natureza grave que mereçam atenção médico-hospitalar contínua ou de emergência, caso em que deverão ser encaminhadas à rede de saúde. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 2º (Vetado). Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 3º (Vetado). Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 4º (Vetado). Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 5º (Vetado). Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. Capítulo III - Dos Crimes e Das Penas Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público e o defensor. Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. § 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica. § 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente. § 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses. § 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses. § 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas. § 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a: Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 LETRA DA LEI www.focusconcursos.com.br | 133 | I - admoestação verbal; II - multa. § 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado. Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do § 6º do art. 28, o juiz, atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo. Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da multa a que se refere o § 6º do art. 28 serão creditados à conta do Fundo Nacional Antidrogas. Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das penas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal. Título IV - Da Repressão à Produção não Autorizada e ao Tráfico Ilícito de Drogas Capítulo I - Disposições Gerais Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade competente para produzir, extrair, fabricar, transformar, preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar, reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua preparação, observadas as demais exigências legais. Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo delegado de polícia na forma do art. 50-A, que recolherá quantidade suficiente para exame pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das condições encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as medidas necessárias para a preservação da prova. Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014) § 1º (Revogado). Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014) § 2º (Revogado). Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014) § 3º Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plantação, observar-se-á, além das cautelas necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto no Decreto nº 2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber, dispensada a autorização prévia do órgão próprio do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama. § 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas, conforme o disposto no art. 243 da Constituição Federal, de acordo com a legislaçãoem vigor. Capítulo II - Dos Crimes Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 LETRA DA LEI www.focusconcursos.com.br | 134 | § 1º Nas mesmas penas incorre quem: I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas; II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas; III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas. IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. Incluído pela Lei nº 13.964, de 24 de dezembro de 2019. § 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: Vide ADI nº 4.274 Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa. § 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28. § 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos , desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. Vide Resolução nº 5, de 2012 Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa. Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa. Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei. Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 LETRA DA LEI www.focusconcursos.com.br | 135 | (quatro mil) dias-multa. Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa. Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê- lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias- multa. Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria profissional a que pertença o agente. Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa. Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no caput deste artigo for de transporte coletivo de passageiros. Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito; II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância; III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos; IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva; V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal; VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação; VII - o agente financiar ou custear a prática do crime. Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais co- autores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 LETRA DA LEI www.focusconcursos.com.br | 136 | Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente. Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta Lei, determinará o número de dias-multa, atribuindo a cada um, segundo as condições econômicas dos acusados, valor não inferior a um trinta avos nem superior a 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo. Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de crimes serão impostas sempre cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se, em virtude da situação econômica do acusado, considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo. Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33,caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos. Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico. Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar- se de acordo com esse entendimento. Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico adequado. Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por força das circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em avaliação que ateste a necessidade de encaminhamento do agente para tratamento, realizada por profissional de saúde com competência específica na forma da lei, determinará que a tal se proceda, observado o disposto no art. 26 desta Lei. Capítulo III - Do Procedimento Penal Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título rege-se pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal. § 1º O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais. § 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 LETRA DA LEI www.focusconcursos.com.br | 137 | devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários. § 3º Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2º deste artigo serão tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em que se encontrar, vedada a detenção do agente. § 4º Concluídos os procedimentos de que trata o § 2º deste artigo, o agente será submetido a exame de corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciária entender conveniente, e em seguida liberado. § 5º Para os fins do disposto no art. 76 da Lei nº 9.099, de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser especificada na proposta. Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as circunstâncias o recomendem, empregará os instrumentos protetivos de colaboradores e testemunhas previstos na Lei nº 9.807, de 13 de julho de 1999. Seção I - Da Investigação Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas. § 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea. § 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1º deste artigo não ficará impedido de participar da elaboração do laudo definitivo. § 3º Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, certificará a regularidade formal do laudo de constatação e determinará a destruição das drogas apreendidas, guardando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo. Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014) § 4º A destruição das drogas será executada pelo delegado de polícia competente no prazo de 15 (quinze) dias na presença do Ministério Público e da autoridade sanitária. Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014) § 5º O local será vistoriado antes e depois de efetivada a destruição das drogas referida no § 3º, sendo lavrado auto circunstanciado pelo delegado de polícia, certificando-se neste a destruição total delas. Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014) Art. 50-A. A destruição das drogas apreendidas sem a ocorrência de prisão em flagrante será feita por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados da data da apreensão, guardando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo. Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019. Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto. Parágrafo único. Os prazos a que se refere este Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 LETRA DA LEI www.focusconcursos.com.br | 138 | artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária. Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo: I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ou II - requererá sua devolução para a realização de diligências necessárias. Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências complementares: I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento; II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que seja titular o agente, ou que figurem em seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento. Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os seguintes procedimentos investigatórios: I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, constituída pelos órgãos especializados pertinentes; II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível. Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida desde que sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de colaboradores. Seção II - Da Instrução Criminal Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de Comissão Parlamentarde Inquérito ou peças de informação, dar-se-á vista ao Ministério Público para, no prazo de 10 (dez) dias, adotar uma das seguintes providências: I - requerer o arquivamento; II - requisitar as diligências que entender necessárias; III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e requerer as demais provas que entender pertinentes. Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. § 1º Na resposta, consistente em defesa preliminar e exceções, o acusado poderá argüir preliminares e invocar todas as razões de defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas que pretende produzir e, até o número de 5 (cinco), arrolar testemunhas. § 2º As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 LETRA DA LEI www.focusconcursos.com.br | 139 | Processo Penal. § 3º Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomeará defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação. § 4º Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias. § 5º Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de 10 (dez) dias, determinará a apresentação do preso, realização de diligências, exames e perícias. Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, ordenará a citação pessoal do acusado, a intimação do Ministério Público, do assistente, se for o caso, e requisitará os laudos periciais. § 1º Tratando-se de condutas tipificadas como infração do disposto nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o afastamento cautelar do denunciado de suas atividades, se for funcionário público, comunicando ao órgão respectivo. § 2º A audiência a que se refere o caput deste artigo será realizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes ao recebimento da denúncia, salvo se determinada a realização de avaliação para atestar dependência de drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias. Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o interrogatório do acusado e a inquirição das testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente, ao representante do Ministério Público e ao defensor do acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a critério do juiz. Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante. Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de imediato, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos. Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na sentença condenatória. Capítulo IV - Da Apreensão, Arrecadação e Destinação de Bens do Acusado Art. 60. O juiz, a requerimento do Ministério Público ou do assistente de acusação, ou mediante representação da autoridade de polícia judiciária, poderá decretar, no curso do inquérito ou da ação penal, a apreensão e outras medidas assecuratórias nos casos em que haja suspeita de que os bens, direitos ou valores sejam produto do crime ou constituam proveito dos crimes previstos nesta Lei, procedendo-se na forma dos arts. 125 e seguintes do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal. Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019. § 1º (Revogado). Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019. § 2º (Revogado). Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019. § 3º Na hipótese do art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 LETRA DA LEI www.focusconcursos.com.br | 140 | Processo Penal, o juiz poderá determinar a prática de atos necessários à conservação dos bens, direitos ou valores. Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019. § 4º A ordem de apreensão ou sequestro de bens, direitos ou valores poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata puder comprometer as investigações. Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019. § 5º Decretadas quaisquer das medidas previstas no caput deste artigo, o juiz facultará ao acusado que, no prazo de 5 (cinco) dias, apresente provas, ou requeira a produção delas, acerca da origem lícita do bem ou do valor objeto da decisão, exceto no caso de veículo apreendido em transporte de droga ilícita. (Incluído pela Lei nº 14.322, de 2022) § 6º Provada a origem lícita do bem ou do valor, o juiz decidirá por sua liberação, exceto no caso de veículo apreendido em transporte de droga ilícita, cuja destinação observará o disposto nos arts. 61 e 62 desta Lei, ressalvado o direito de terceiro de boa- fé. (Incluído pela Lei nº 14.322, de 2022) Art. 60-A. Quando as medidas assecuratórias de que trata o art. 60 recaírem sobre moeda estrangeira, títulos, valores mobiliários ou cheques emitidos como ordem de pagamento, será determinada, imediatamente, a conversão em moeda nacional. Incluído pela Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. § 1º A moeda estrangeira apreendida em espécie será encaminhada a instituição financeira ou equiparada para alienação na forma prevista pelo Conselho Monetário Nacional. Incluído pela Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. § 2º Em caso de impossibilidade da alienação a que se refere o § 1º, a moeda estrangeira será custodiada pela instituição financeira até decisão sobre o seu destino. Incluído pela Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. § 3º Após a decisão sobre o destino da moeda estrangeira, caso seja verificada a inexistência de valor de mercado, a moeda poderá ser doada à representação diplomática do seu país de origem ou destruída. Incluído pela Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. § 4º Os valores relativos às apreensões feitas antes da data de entrada em vigor da Medida Provisória nº 885, de 17 de junho de 2019, e que estejam custodiados nas dependências do Banco Central do Brasil serão transferidos, no prazo de trezentos e sessenta dias, à Caixa Econômica Federal para que se proceda à alienação ou custódia, de acordo com o previsto nesta Lei. Incluído pela Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. Art. 61. A apreensão de veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros meios de transporte e dos maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza utilizados para a prática, habitual ou não, dos crimes definidos nesta Lei será imediatamente comunicada pela autoridade de polícia judiciária responsável pela investigação ao juízo competente. (Redação dada pela Lei nº 14.322, de 2022). § 1º O juiz, no prazo de 30 (trinta) dias contado da comunicação de que trata o caput, determinará a alienação dos bens apreendidos, excetuadas as armas, que serão recolhidas na forma da legislação específica. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 2º A alienação será realizada em autos apartados, dos quais constará a exposição sucinta do nexo de instrumentalidade entre o delito e os bens apreendidos, a descrição e especificação dos objetos, as informações sobre quem os tiver sob Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 LETRA DA LEI www.focusconcursos.com.br | 141 | custódia e o local em que se encontrem. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 3º O juiz determinará a avaliação dos bens apreendidos, que será realizada por oficial de justiça, no prazo de 5 (cinco) dias a contar daautuação, ou, caso sejam necessários conhecimentos especializados, por avaliador nomeado pelo juiz, em prazo não superior a 10 (dez) dias. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 4º Feita a avaliação, o juiz intimará o órgão gestor do Funad, o Ministério Público e o interessado para se manifestarem no prazo de 5 (cinco) dias e, dirimidas eventuais divergências, homologará o valor atribuído aos bens. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 5º (Vetado). Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 6º (Revogado). Redação dada pela Lei nº 13.886, de 2019 § 7º (Revogado). Redação dada pela Lei nº 13.886, de 2019. § 8º (Revogado). Redação dada pela Lei nº 13.886, de 2019. § 9º O Ministério Público deve fiscalizar o cumprimento da regra estipulada no § 1º deste artigo. Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. § 10. Aplica-se a todos os tipos de bens confiscados a regra estabelecida no § 1º deste artigo. Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019 § 11. Os bens móveis e imóveis devem ser vendidos por meio de hasta pública, preferencialmente por meio eletrônico, assegurada a venda pelo maior lance, por preço não inferior a 50% (cinquenta por cento) do valor da avaliação judicial. Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. § 12. O juiz ordenará às secretarias de fazenda e aos órgãos de registro e controle que efetuem as averbações necessárias, tão logo tenha conhecimento da apreensão. Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. § 13. Na alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, a autoridade de trânsito ou o órgão congênere competente para o registro, bem como as secretarias de fazenda, devem proceder à regularização dos bens no prazo de 30 (trinta) dias, ficando o arrematante isento do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de execução fiscal em relação ao antigo proprietário. Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. § 14. Eventuais multas, encargos ou tributos pendentes de pagamento não podem ser cobrados do arrematante ou do órgão público alienante como condição para regularização dos bens. Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019 § 15. Na hipótese de que trata o § 13 deste artigo, a autoridade de trânsito ou o órgão congênere competente para o registro poderá emitir novos identificadores dos bens. Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. Art. 62. Comprovado o interesse público na utilização de quaisquer dos bens de que trata o art. 61, os órgãos de polícia judiciária, militar e rodoviária poderão deles fazer uso, sob sua responsabilidade e com o objetivo de sua conservação, mediante autorização judicial, ouvido Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 LETRA DA LEI www.focusconcursos.com.br | 142 | o Ministério Público e garantida a prévia avaliação dos respectivos bens. Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019. § 1º Revogado pela Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. § 1º-A. O juízo deve cientificar o órgão gestor do Funad para que, em 10 (dez) dias, avalie a existência do interesse público mencionado no caput deste artigo e indique o órgão que deve receber o bem. Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019 § 1º-B. Têm prioridade, para os fins do § 1º-A deste artigo, os órgãos de segurança pública que participaram das ações de investigação ou repressão ao crime que deu causa à medida. Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019 § 2º A autorização judicial de uso de bens deverá conter a descrição do bem e a respectiva avaliação e indicar o órgão responsável por sua utilização. Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019. § 3º O órgão responsável pela utilização do bem deverá enviar ao juiz periodicamente, ou a qualquer momento quando por este solicitado, informações sobre seu estado de conservação. Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019. § 4º Quando a autorização judicial recair sobre veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade ou ao órgão de registro e controle a expedição de certificado provisório de registro e licenciamento em favor do órgão ao qual tenha deferido o uso ou custódia, ficando este livre do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores à decisão de utilização do bem até o trânsito em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em favor da União. Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019. § 5º Na hipótese de levantamento, se houver indicação de que os bens utilizados na forma deste artigo sofreram depreciação superior àquela esperada em razão do transcurso do tempo e do uso, poderá o interessado requerer nova avaliação judicial. Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019. § 6º Constatada a depreciação de que trata o § 5º, o ente federado ou a entidade que utilizou o bem indenizará o detentor ou proprietário dos bens. Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019. § 7º (Revogado). § 8º (Revogado). § 9º (Revogado). § 10. (Revogado). § 11. (Revogado). § 12. Na alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, a autoridade de trânsito ou o órgão de registro equivalente procederá à regularização dos bens no prazo de trinta dias, de modo que o arrematante ficará livre do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de execução fiscal em relação ao antigo proprietário. Incluído pela Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. § 13. Na hipótese de que trata o § 12, a autoridade de trânsito ou o órgão de registro equivalente poderá emitir novos identificadores dos bens. Incluído pela Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. Art. 62-A. O depósito, em dinheiro, de valores referentes ao produto da alienação ou relacionados a numerários apreendidos ou que tenham sido convertidos, serão efetuados na Caixa Econômica Federal, por meio de documento de arrecadação destinado a essa finalidade. Incluído pela Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 LETRA DA LEI www.focusconcursos.com.br | 143 | § 1º Os depósitos a que se refere o caput serão repassados pela Caixa Econômica Federal para a Conta Única do Tesouro Nacional, independentemente de qualquer formalidade, no prazo de vinte e quatro horas, contado do momento da realização do depósito. Incluído pela Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. § 2º Na hipótese de absolvição do acusado em decisão judicial, o valor do depósito será devolvido ao acusado pela Caixa Econômica Federal no prazo de até três dias úteis, acrescido de juros, na forma estabelecida pelo § 4º do art. 39 da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995. Incluído pela Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. § 3º Na hipótese de decretação do seu perdimento em favor da União, o valor do depósito será transformado em pagamento definitivo, respeitados os direitos de eventuais lesados e de terceiros de boa-fé. Incluído pela Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. § 4º Os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal, por decisão judicial, serão efetuados como anulação de receita do Fundo Nacional Antidrogas no exercício em que ocorrer a devolução. Incluído pela Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. § 5º A Caixa Econômica Federal manterá o controle dos valores depositados ou devolvidos. Incluído pela Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. Art. 63. Ao proferir a sentença, o juiz decidirá sobre: Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019. I - o perdimento do produto, bem, direito ou valor apreendido ou objeto de medidas assecuratórias; e Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. II - o levantamento dos valores depositados em conta remunerada e a liberação dos bens utilizados nos termos do art. 62. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 1º Os bens, direitos ou valores apreendidos em decorrência dos crimes tipificados nesta Lei ou objeto de medidas assecuratórias, após decretado seu perdimento em favor da União, serão revertidos diretamente ao Funad. Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019.§ 2º O juiz remeterá ao órgão gestor do Funad relação dos bens, direitos e valores declarados perdidos, indicando o local em que se encontram e a entidade ou o órgão em cujo poder estejam, para os fins de sua destinação nos termos da legislação vigente. Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019. § 3º Revogado pela Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. § 4º Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz do processo, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, remeterá à Senad relação dos bens, direitos e valores declarados perdidos em favor da União, indicando, quanto aos bens, o local em que se encontram e a entidade ou o órgão em cujo poder estejam, para os fins de sua destinação nos termos da legislação vigente. § 5º (Vetado). Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. § 6º Na hipótese do inciso II do caput, decorridos 360 (trezentos e sessenta) dias do trânsito em julgado e do conhecimento da sentença pelo interessado, os bens apreendidos, os que tenham sido objeto de medidas assecuratórias ou os valores depositados que não forem reclamados serão revertidos ao Funad. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 LETRA DA LEI www.focusconcursos.com.br | 144 | Art. 63-A. Nenhum pedido de restituição será conhecido sem o comparecimento pessoal do acusado, podendo o juiz determinar a prática de atos necessários à conservação de bens, direitos ou valores. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. Art. 63-B. O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, direitos e objeto de medidas assecuratórias quando comprovada a licitude de sua origem, mantendo-se a constrição dos bens, direitos e valores necessários e suficientes à reparação dos danos e ao pagamento de prestações pecuniárias, multas e custas decorrentes da infração penal. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. Art. 63-C. Compete à Senad, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, proceder à destinação dos bens apreendidos e não leiloados em caráter cautelar, cujo perdimento seja decretado em favor da União, por meio das seguintes modalidades: Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019 I – alienação, mediante: Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019 a) licitação; Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. b) doação com encargo a entidades ou órgãos públicos, bem como a comunidades terapêuticas acolhedoras que contribuam para o alcance das finalidades do Funad; ou Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019 c) venda direta, observado o disposto no inciso II do caput do art. 24 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993; Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. II – incorporação ao patrimônio de órgão da administração pública, observadas as finalidades do Funad; Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019 III – destruição; ou Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. IV – inutilização. Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019 § 1º A alienação por meio de licitação deve ser realizada na modalidade leilão, para bens móveis e imóveis, independentemente do valor de avaliação, isolado ou global, de bem ou de lotes, assegurada a venda pelo maior lance, por preço não inferior a 50% (cinquenta por cento) do valor da avaliação. Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019 § 2º O edital do leilão a que se refere o § 1º deste artigo será amplamente divulgado em jornais de grande circulação e em sítios eletrônicos oficiais, principalmente no Município em que será realizado, dispensada a publicação em diário oficial. Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019 § 3º Nas alienações realizadas por meio de sistema eletrônico da administração pública, a publicidade dada pelo sistema substituirá a publicação em diário oficial e em jornais de grande circulação. Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019 § 4º Na alienação de imóveis, o arrematante fica livre do pagamento de encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de execução fiscal em relação ao antigo proprietário. Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019 § 5º Na alienação de veículos, embarcações ou aeronaves deverão ser observadas as disposições dos §§ 13 e 15 do art. 61 desta Lei. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 LETRA DA LEI www.focusconcursos.com.br | 145 | Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. § 6º Aplica-se às alienações de que trata este artigo a proibição relativa à cobrança de multas, encargos ou tributos prevista no § 14 do art. 61 desta Lei. Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. § 7º A Senad, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, pode celebrar convênios ou instrumentos congêneres com órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, bem como com comunidades terapêuticas acolhedoras, a fim de dar imediato cumprimento ao estabelecido neste artigo. Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019 § 8º Observados os procedimentos licitatórios previstos em lei, fica autorizada a contratação da iniciativa privada para a execução das ações de avaliação, de administração e de alienação dos bens a que se refere esta Lei. Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019 Art. 63-D. Compete ao Ministério da Justiça e Segurança Pública regulamentar os procedimentos relativos à administração, à preservação e à destinação dos recursos provenientes de delitos e atos ilícitos e estabelecer os valores abaixo dos quais se deve proceder à sua destruição ou inutilização. Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019 Art. 63-E. O produto da alienação dos bens apreendidos ou confiscados será revertido integralmente ao Funad, nos termos do parágrafo único do art. 243 da Constituição Federal, vedada a sub-rogação sobre o valor da arrematação para saldar eventuais multas, encargos ou tributos pendentes de pagamento. Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não prejudica o ajuizamento de execução fiscal em relação aos antigos devedores. Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. Art. 63-F. Na hipótese de condenação por infrações às quais esta Lei comine pena máxima superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como produto ou proveito do crime, dos bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e aquele compatível com o seu rendimento lícito. Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. § 1º A decretação da perda prevista no caput deste artigo fica condicionada à existência de elementos probatórios que indiquem conduta criminosa habitual, reiterada ou profissional do condenado ou sua vinculação a organização criminosa. Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019 § 2º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por patrimônio do condenado todos os bens: Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. I – de sua titularidade, ou sobre os quais tenha domínio e benefício direto ou indireto, na data da infração penal, ou recebidos posteriormente; e Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. II – transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória, a partir do início da atividade criminal. Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. § 3º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a procedência lícita do patrimônio. Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 LETRA DA LEI www.focusconcursos.com.br | 146 | Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá firmar convênio com os Estados, com o Distrito Federal e com organismos orientados para a prevenção do uso indevido de drogas, a atenção e a reinserção social de usuários ou dependentes e a atuação na repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, com vistas na liberação de equipamentos e de recursos por ela arrecadados, para a implantação e execução de programas relacionados à questão das drogas. Título V - Da CooperaçãoInternacional Art. 65. De conformidade com os princípios da não- intervenção em assuntos internos, da igualdade jurídica e do respeito à integridade territorial dos Estados e às leis e aos regulamentos nacionais em vigor, e observado o espírito das Convenções das Nações Unidas e outros instrumentos jurídicos internacionais relacionados à questão das drogas, de que o Brasil é parte, o governo brasileiro prestará, quando solicitado, cooperação a outros países e organismos internacionais e, quando necessário, deles solicitará a colaboração, nas áreas de: I - intercâmbio de informações sobre legislações, experiências, projetos e programas voltados para atividades de prevenção do uso indevido, de atenção e de reinserção social de usuários e dependentes de drogas; II - intercâmbio de inteligência policial sobre produção e tráfico de drogas e delitos conexos, em especial o tráfico de armas, a lavagem de dinheiro e o desvio de precursores químicos; III - intercâmbio de informações policiais e judiciais sobre produtores e traficantes de drogas e seus precursores químicos. Título V-A -Do Financiamento das Políticas sobre Drogas Art. 65-A. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. Título VI - Disposições Finais e Transitórias Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1º desta Lei, até que seja atualizada a terminologia da lista mencionada no preceito, denominam-se drogas substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial, da Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998. Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei nº 7.560, de 19 de dezembro de 1986, em favor de Estados e do Distrito Federal, dependerá de sua adesão e respeito às diretrizes básicas contidas nos convênios firmados e do fornecimento de dados necessários à atualização do sistema previsto no art. 17 desta Lei, pelas respectivas polícias judiciárias. Art. 67-A. Os gestores e entidades que recebam recursos públicos para execução das políticas sobre drogas deverão garantir o acesso às suas instalações, à documentação e a todos os elementos necessários à efetiva fiscalização pelos órgãos competentes. Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019. Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão criar estímulos fiscais e outros, destinados às pessoas físicas e jurídicas que colaborem na prevenção do uso indevido de drogas, atenção e reinserção social de usuários e dependentes e na repressão da produção não Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 LETRA DA LEI www.focusconcursos.com.br | 147 | autorizada e do tráfico ilícito de drogas. Art. 69. No caso de falência ou liquidação extrajudicial de empresas ou estabelecimentos hospitalares, de pesquisa, de ensino, ou congêneres, assim como nos serviços de saúde que produzirem, venderem, adquirirem, consumirem, prescreverem ou fornecerem drogas ou de qualquer outro em que existam essas substâncias ou produtos, incumbe ao juízo perante o qual tramite o feito: I - determinar, imediatamente à ciência da falência ou liquidação, sejam lacradas suas instalações; II - ordenar à autoridade sanitária competente a urgente adoção das medidas necessárias ao recebimento e guarda, em depósito, das drogas arrecadadas; III - dar ciência ao órgão do Ministério Público, para acompanhar o feito. § 1º Da licitação para alienação de substâncias ou produtos não proscritos referidos no inciso II do caput deste artigo, só podem participar pessoas jurídicas regularmente habilitadas na área de saúde ou de pesquisa científica que comprovem a destinação lícita a ser dada ao produto a ser arrematado. § 2º Ressalvada a hipótese de que trata o § 3º deste artigo, o produto não arrematado será, ato contínuo à hasta pública, destruído pela autoridade sanitária, na presença dos Conselhos Estaduais sobre Drogas e do Ministério Público. § 3º Figurando entre o praceado e não arrematadas especialidades farmacêuticas em condições de emprego terapêutico, ficarão elas depositadas sob a guarda do Ministério da Saúde, que as destinará à rede pública de saúde. Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado ilícito transnacional, são da competência da Justiça Federal. Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios que não sejam sede de vara federal serão processados e julgados na vara federal da circunscrição respectiva. Art. 71. (VETADO) Art. 72. Encerrado o processo criminal ou arquivado o inquérito policial, o juiz, de ofício, mediante representação da autoridade de polícia judiciária, ou a requerimento do Ministério Público, determinará a destruição das amostras guardadas para contraprova, certificando nos autos. Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019. Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com os Estados e o com o Distrito Federal, visando à prevenção e repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas, e com os Municípios, com o objetivo de prevenir o uso indevido delas e de possibilitar a atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas. Redação dada pela Lei nº 12.219, de 2010) Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após a sua publicação. Art. 75. Revogam-se a Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976, e a Lei nº 10.409, de 11 de janeiro de 2002. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 LETRA DA LEI www.focusconcursos.com.br | 148 |