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Exame Físico Métodos Propedêuticos Maria Lígia Silva Nunes Cavalcante Enfermeira da Instituição de Longa Permanência para Idosos – Lar Torres de Melo Doutoranda em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde - UECE Mestre em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde – UECE Especialista em Terapia Intensiva – UECE Fortaleza, 2022 2 OBJETIVOS Apresentar as normas para a execução do exame físico; Citar e demonstrar os instrumentos para a realização do exame físico; Conhecer e diferenciar os métodos propedêuticos; Identificar os métodos propedêuticos para a avaliação da Função Mental, Cabeça e Pescoço, Pulmonar e Cardíaca. 3 Exame Físico 1 4 Exame Físico Abordagem sistemática; Utiliza-se o raciocínio crítico e intuitivo; Faz parte do currículo mínimo de enfermagem desde 1994, com a portaria do COFEN nº 314; 5 Finalidade do Exame Físico 6 Engloba dois momentos: BASES DO PROCESSO DE ENFERMAGEM IDENTIFICAÇÃO DOS PROBLEMAS DE ENFERMAGEM ANAMNESE EXAME FÍSICO Solicitar a colaboração do paciente; A iluminação deve ser adequada; Respeitar a privacidade do paciente; Normas gerais de execução do Exame Físico Orientar o paciente; Realizar o exame físico céfalo-podálico; As mãos do examinador devem estar aquecidas e as unhas cortadas. 7 O paciente deve estar relaxado e confortável; Em órgãos pares (ouvido, olho, rins e outros) deve-se iniciar pelo lado não afetado; Monitorar a expressão facial do paciente em relação a manifestação de desconforto ou dor Normas gerais de execução do Exame Físico Evitar interrupções e/ou interferências; Evitar comentários e expressões acerca dos problemas encontrados 8 Preparo do ambiente para o paciente Explicar para o paciente o que vai ser feito, a fim de obter a sua colaboração; Levá-lo para a sala de exame ou cercar a cama com biombo; Dispor do material para o exame sobre a mesa auxiliar; Cobrir o paciente de acordo com o tipo de exame, e da rotina do serviço. 9 Instrumentos e aparelhos usados para execução do exame físico Estetoscópio Esfigmomanômetro Fita métrica Termômetro Balança antropométrica Espátula Lanterna Martelo de reflexo 10 Existem diferentes posições que facilitam a realização de exames físicos e diagnósticos, cirurgias e tratamentos. Cada um delas possui características e finalidades próprias. Posições para a realização do exame físico 11 Característica: o corpo está deitado de lado. Finalidade: realizar exames anorretais, anestesias raquidianas e peridural, punção lombar para coleta de liquor e para repouso, vitimas inconscientes (a respirar e com bom pulso) Decúbito lateral (esquerdo ou direito) 12 Característica: o paciente fica em decúbito dorsal com as pernas e pé acima do nível da cabeça. Finalidade: usada para retorno venoso, edema. Posição de trendelenburg Característica: o corpo está deitado com a face voltada para cima. Finalidade: repouso, em trans e pós-operatório, inserção de cateteres. Posição supina ou dorsal 13 Característica: o corpo está deitado com a face voltada para baixo. Finalidade: serve como alternativa em manobras de rotação para os pacientes imobilizados. Decúbito ventral Característica: o paciente é colocado em decúbito dorsal, as coxas são bem afastadas uma das outras e flexionada sobre o abdômen utilizando-se suportes para as pernas (perneiras). Finalidade: realização de exames e cirurgias vaginais e anorretais, parto, cateterismo. Litotomia 14 Característica: manter a paciente, membros inferiores flexionados e afastados, a planta dos pés sobre o colchão. Finalidade: exame ginecológico, cateterismo vesical feminino. Ginecológica Característica: paciente se mantém ajoelhado e com peito descansando na cama, os joelhos devem ficar ligeiramente afastados. Finalidade: Posição usada para exames vaginais, retais e cirurgias. Posição genupeitoral 15 Característica: o paciente permanece em pé. Finalidade: para exames neurológicos e certas anormalidades ortopédicas. Ortostática Regiões superficiais do corpo humano 16 Métodos propedêuticos 17 Inspeção Palpação Percussão Ausculta Inspeção É o ato de observar; É um método em que se utiliza o sentido da visão na avaliação do aspecto, cor, forma, tamanho e movimento das diversas áreas corporais. A inspeção pode ser: Estática: quando é realizada com o paciente em repouso; Dinâmica: na qual o examinador observa os movimentos corporais do paciente e as alterações decorrentes dos mesmos. 18 Inspeção No primeiro contato com o paciente faz-se uma inspeção geral: observa o estado aparente de saúde, nível de consciência, estado nutricional e de hidratação, estatura, postura, atividade motora, cor da pele, higiene pessoal, humor e tipo de fala. A inspeção específica é realizada no exame dos diversos aparelhos. 19 Inspeção Cada área deve ser inspecionada quanto ao tamanho, aparência, coloração, simetria, posição e anormalidades. Caso possível, a área examinada deve ser comparada com a outra área do lado oposto do corpo. 20 A inspeção se utiliza, além do sentido da visão, do sentido do olfato. A identificação do hálito cetônico, por exemplo, ocorre a partir da inspeção. 21 Palpação É a utilização do sentido do tato. Tipos de palpação: Palpação superficial: tem o objetivo de explorar a superfície corporal Palpação profunda: tem o objetivo de explorar os órgãos internos. 22 Palpação A palpação confirma dados da inspeção e permite a obtenção de novos indícios como alteração de textura, tamanho, forma, consistência, sensibilidade (tátil, térmica e dolorosa), elasticidade, temperatura, posição e característica de cada órgão, resistência muscular, presença de massas e outros. 23 Técnicas de Palpação Mãos espalmadas: usa-se toda a palma de uma ou de ambas as mãos. 24 Técnicas de Palpação Mãos em garra: para proceder a palpação de gânglios ou fígado. 25 Técnicas de Palpação Mãos sobrepostas: usando apenas as polpas digitais e parte ventral dos dedos. Uma das mãos superpondo-se a outra. 26 Técnicas de Palpação Em pinça: formada pelo polegar e indicador. 27 Técnicas de Palpação Digitopressão: comprime-se uma área com a polpa do polegar ou indicador. SINAL DE CACIFO + (++/4+) +++/4+ 28 Técnicas de Palpação Bimanual: uma das mãos aproxima a estrutura a ser examinada e a outra realiza a palpação. Com o dorso da mão. 29 Percussão É o golpeamento leve de uma área a ser pesquisada, utilizando-se a parte ulnar dos dedos (percussão digito-digital), percussão com a borda cubital ou com instrumentos próprio, originando os sons vibratórios. Utiliza-se os sentidos do tato e da audição. Objetivo: delimitar órgãos, detectar coleções de líquidos ou ar e perceber formações fibrosas teciduais. 30 Percussão Percussão direta: a percussão é realizada levemente golpeando diretamente a estrutura, utilizando-se o dedo médio (na clávícula, por exemplo) ou a borda cubital da mão. Percussão indireta: dedo que golpeia (plexor) e o que recebe o golpe (plexímetro), único a tocar a região examinada. 31 Percussão O som é influenciado pela espessura da parede e pela natureza das estruturas subjacentes. Tipos de som: Som maciço: suave a alta tonalidade, curto, produzido por material denso. Ex: músculo-percussão da coxa. Som submaciço: suave a alto moderado, tonalidade e duração moderadas, som abafado. Ex: percussão do fígado e baço. 32 Percussão Som ressoante: suave a moderada, baixa intensidade e longa duração. Ex: ar nos pulmões. Hiperresonante: alta intensidade e volume, duração mais longa. Ex: pulmão com enfisema. Som tipânico: é o som produzido pela percussão de cavidades fechadas que contém ar, como estômago. 33 Ausculta Consiste na aplicação da audição para ouvir sons ou ruídos produzidos pelos órgãos. A vibração sonoro pode ser captada diretamente pelo ouvido do examinador (ausculta direta) ou com auxílio do estetoscópio (auscultaindireta). A ausculta é geralmente utilizada para avaliar ruídos respiratórios normais e patológicos, bulhas cardíacas e suas alterações, fluxo sanguíneo passando pelos vasos e ruídos gastrointestinal. São caracterizados quanto a duração, intensidade, altura, ritmo e timbre. 34 Ausculta Acostuma-se com sons normais, depois identifica-se padrões de anormalidades. Sons não-fisiológicos: decorrentes de condições patologicas (secreções pulmonares, estenoses de válvulas cardíacas) ou produzidos por interferências externas (atritos de roupas) são denominados ruídos adventícios. 35 Ausculta A ausculta eficaz requer: Habilidade do examinador; Ambiente silencioso; Cliente relaxado e na posição adequada; Área exposta, ausculta ordenada, simétrica; Focalização dos sinais de auscultas anormais; Uso de equipamento de qualidade. 36 Considerações A enfermeira deve ter claro que a avaliação clínica permite à profissão o seu exercício autonômico, além de permitir o planejamento de condutas interdependentes, solidificando o trabalho multiprofissional, dessa forma preservando o que há de mais nobre no cuidado: o respeito, a consideração e o amor ao próximo. 37 Terminologias (Prefixos e sufixos) 2 Razões da criação de terminologias específicas Adequação as necessidades de comunicação e expressão de cada ciência. Abertura e compreensão por um especialista e por um leigo. Facilidade de aprendizagem e de memorização de palavras novas. Uniformidade na formação de palavras novas (radicais, prefixos e sufixos gregos e latinos). 39 OBJETIVOS DAS TERMINOLOGIAS Simplificação da linguagem Precisão do significado das palavras Intercâmbio científico entre os diferentes países. 40 Cada termo: Caracteriza um objeto Indica uma ação Representa uma síntese de uma ideia ou de um fenômeno, a definição de um processo (contendo em si, muitas vezes, uma frase cujo sentido está implícito na própria palavra. Simplificação da Linguagem 41 Colecistectomia laparoscópica: Operação para retirada da vesícula biliar por um processo que não é necessário abrir a parede abdominal e que utilizada um equipamento de videolaparoscopia. Hemograma acusou hemoconcentração - O exame de sangue mostrou aumento da concentração de glóbulos vermelhos e aumento da viscosidade do sangue. Simplificação da Linguagem Exemplo 42 DÚVIDAS? 43 OBRIGADA!
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