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ENVELHECIMENTO HUMANO Lairton Rodrigues Braz do Espírito Santo Professor Conceitos Iniciais Envelhecimento é o processo de envelhecer. O termo refere-se principalmente a humanos, outros animais e também fungos, enquanto, por exemplo, bactérias, plantas perenes e alguns animais simples são potencialmente biologicamente imortais. Em um sentido mais amplo, o envelhecimento pode se referir a células individuais dentro de um organismo que pararam de se dividir ou à população de uma espécie. Nos seres humanos, o envelhecimento representa o acúmulo de mudanças no corpo ao longo do tempo e pode abranger mudanças físicas, psicológicas e sociais. O tempo de reação, por exemplo, pode diminuir com a idade, enquanto as memórias e o conhecimento geral geralmente aumentam. O envelhecimento aumenta o risco de doenças humanas, como câncer, mal de Alzheimer, diabetes, doenças cardiovasculares e muitas outras. Das cerca de 150 mil pessoas que morrem todos os dias em todo o mundo, cerca de dois terços morrem de causas relacionadas à idade. PECULIARIDADES DO ENVELHECIMENTO O envelhecimento humano está sujeito a influências intrínsecas (próprio individuo), como a constituição genética individual responsável pela longevidade máxima e os fatores extrínsecos (ambientais) condizentes às exposições ambientais a que o indivíduo sofreu (tipo de dieta, sedentarismo, poluição, entre outros), os quais proporcionam uma grande heterogenidade no envelhecimento. Além disso, o envelhecimento orgânico humano pode ser caracterizado como senescência (envelhecimento normal), ou como senilidade (envelhecimento patológico). Senescência A senescência é o conjunto de alterações orgânicas, funcionais e psicológicas que ocorrem no organismo humano ao longo da vida e que não configuram doença. Assim, o ato de envelhecer caracteriza-se pelo conjunto dessas modificações previsíveis e progressivas. Esse processo não se dá de maneira uniforme entre as pessoas, uma vez que, no mesmo indivíduo, um órgão pode sofre mais comprometimento do que o outro; bem como questões genéticas, de estilo de vida e exposições ambientais também influenciam no processo de envelhecimento de cada pessoa. Senilidade A senilidade é o processo de envelhecimento associado a diversas alterações decorrentes de doenças crônicas, como hipertensão arterial, diabetes, doenças cardíacas, pulmonares, renais e neurológicas, bem como hábitos inadequados adquiridos ao longo da vida. A senilidade pode levar à incapacidade funcional em graus variados, insuficiência de órgãos e perda da qualidade de vida. Velhice não é sinônimo de doença e a morte deve ser encarada como um desfecho natural inevitável. É possível que o manejo adequado das doenças e incapacidades e a prevenção de agravos permitam ao indivíduo senil um envelhecimento bem sucedido, com qualidade de vida e uma boa morte, com conforto e dignidade. Mitose e Meiose Mitose é o processo de divisão celular que dá origem a duas células iguais à inicial, ou seja, com o mesmo número de cromossomos. Meiose (gametas), ocorrem duas divisões celulares, formando quatro células com metade do material genético da célula-mãe. Mitose e Meiose AS TEORIAS DO ENVELHECIMENTO Atualmente várias teorias são propostas para explicar a origem do fenômeno do envelhecimento, cada qual com um conjunto de conceitos, fatos e indicadores. Esta variedade de teorias provém dos vários pontos de controvérsia que surgem no momento de estabelecer os fatores envolvidas no processo do envelhecimento, bem como, do próprio entendimento desse fenômeno complexo, uma vez que muitas teorias formuladas apoiam-se somente numa alteração biológica isolada, sem considerar a noção de complexidade e integridade, condições que caracterizam o envelhecimento. AS TEORIAS DO ENVELHECIMENTO A Teoria Genética defende a ideia de que o envelhecimento é resultado de alterações bioquímicas programadas pelo próprio genoma, o qual poderia regular a expectativa de vida por meio de diferentes genes, dessa forma, cada ser vivo apresentaria uma duração de vida estipulada pelo seu padrão genético, algo que tenta ser comprovado pela realização de várias pesquisas acerca da longevidade. Teoria Genética Envelhecimentos precoces (progeria infantil ou síndrome de Hutchinson- Gilford e progeria do adulto ou síndrome de Werner) doenças que estariam relacionados à deficiências de enzimas controlados por genes autossômicos recessivos. AS TEORIAS DO ENVELHECIMENTO Teoria Genética Progeria infantil ou Síndrome de Hutchinson- Gilford Progeria do adulto ou Síndrome de Werner AS TEORIAS DO ENVELHECIMENTO Teoria Genética Outro mecanismo genético considerado seria o encurtamento do telômero, estrutura localizada no final dos cromossomos de células eucarióticas, como fator determinante no desencadeamento do envelhecimento, uma vez que é responsável pela proteção dos cromossomos e replicação do DNA cromossomal. AS TEORIAS DO ENVELHECIMENTO Teoria Imunológica O sistema imune é constituído por dois mecanismos: o celular, representado pelos Linfócitos T (células timo dependentes), responsáveis pela manutenção da estabilidade homeostática e vigilância imunológica do indivíduo; e o humoral representado pelas imunoglobulinas originárias dos Linfócitos B, e que permanecem aderidos à sua membrana. AS TEORIAS DO ENVELHECIMENTO Teoria Imunológica AS TEORIAS DO ENVELHECIMENTO Teoria Imunológica A função imunológica decai com o avanço dos anos, motivo pelo qual a hipótese básica da teoria imunológica seja a de que a redução da eficácia do sistema imune, mantido pela interação entre linfócitos e macrófagos no organismo, ao longo dos anos tornaria as pessoas mais susceptíveis contra as agressões, provocando assim, o envelhecimento. Tal teoria postula que a diminuição da resposta imune estaria relacionada ao envelhecimento do timo, órgão central no desenvolvimento e diferenciação de Linfócitos T. AS TEORIAS DO ENVELHECIMENTO Teoria do Acúmulo de Danos Erro Catástrofe A principal causa do envelhecimento seria o acúmulo de moléculas defeituosas provenientes de falhas no reparo e na síntese de moléculas intracelulares com o avanço da idade, o que repercutiria na perda progressiva da função do organismo. As falhas de reparo e síntese seriam oriundas de erros na transcrição do RNA e sua tradução em proteínas, gerando uma elevação na concentração de proteínas modificadas e não funcionais. AS TEORIAS DO ENVELHECIMENTO Teoria do Acúmulo de Danos Erro Catástrofe O motivo pelo quais essas proteínas inativas surgem é devido a erros na síntese enzimática principalmente de polimerases, responsáveis pela síntese de RNA a partir da transcrição do DNA. Dessa forma, a transcrição de uma enzima modificada pode ocasionar elevação de uma ou mais bases púricas ou pirimídicas do código genético, provocando a formação de sequências errôneas de aminoácidos, que por sua vez leva a síntese de proteínas não funcionais. AS TEORIAS DO ENVELHECIMENTO Teoria das Mutações Pressupõe que as sucessivas alterações que ocorrem nas células somáticas (46 cromossomos), ao transcorrer dos anos, produziriam células mutantes incapazes de cumprir suas funções biológicas, o que provocaria um declínio progressivo dos órgãos e tecidos, com instalação do envelhecimento. AS TEORIAS DO ENVELHECIMENTO Teoria do Uso e Desgaste Baseia-se na ideia de que o envelhecimento seja o resultado do acúmulo de agressões ambientais do dia-a-dia, as quais ocasionariam a diminuição da capacidade do organismo em recuperar-se totalmente. Onde, os ferimentos, infecções, inflamações e outras formas de agressões sejam eles, ferimentos ou patógenos, se somariam ao longo dos anos no indivíduo e dessa forma, as lesões ocasionadas provocariam alterações nas células, tecidos e órgãos desencadeando o envelhecimento. AS TEORIAS DO ENVELHECIMENTO Teoria dos RLs O envelhecimento normal seria resultadode danos intracelulares aleatórios provocados pelos RLs (são oriundos em grande parte da respiração celular, que ocorre no interior da mitocôndria na presença de oxigênio, o qual sofre um desvio em seu metabolismo normal, recebendo um elétron extra o que lhe confere atividade e capacidade para induzir a formação dos demais RLs), moléculas instáveis e reativas, que atacariam as diferentes biomoléculas do organismo em busca de estabilidade. AS TEORIAS DO ENVELHECIMENTO Estresse Oxidativo Oxidação é um processo de perda (cátions) de elétrons por parte de um átomo, grupo ou íon que resulta no ganho desses elétrons por outra espécie, modificando assim a substância, bem como a redução o elemento químico ganhará (ânions) estes elétrons, sendo o processo conjunto de ambos os processos denominados como oxirredução. AS TEORIAS DO ENVELHECIMENTO Estresse Oxidativo Radicais livres são moléculas cujos átomos possuem um número ímpar de elétrons, esta molécula incompleta é capaz de capturar elétrons de proteínas que compõem a célula, para recuperar o número par, onde assim se inicia uma reação em cadeia. Antioxidantes são vitaminas, minerais e outras substâncias químicas que têm a capacidade de “doar” um de seus elétrons aos radicais livres e ainda continuarem estáveis. Com isso, os radicais livres se tornam moléculas estáveis e acabam sendo eliminados, interrompendo o estresse oxidativo. AS TEORIAS DO ENVELHECIMENTO Estresse Oxidativo O estresse oxidativo decorre de um desequilíbrio entre a geração de compostos oxidantes e a atuação dos sistemas de defesa antioxidante. A geração de radicais livres e/ou espécies reativas não radicais é resultante do metabolismo de oxigênio. A mitocôndria, por meio da cadeia transportadora de elétrons, é a principal fonte geradora. O sistema de defesa antioxidante tem a função de inibir e/ou reduzir os danos causados pela ação deletéria dos radicais livres e/ou espécies reativas não radicais. Esse sistema, usualmente, é dividido em enzimático e não-enzimático. No último caso, é constituído por grande variedade de substâncias antioxidantes, que podem ter origem endógena ou dietética. Project Gutenberg. “Communist State.” Project Gutenberg Self Publishing Press, Gutenberg, www.self.gutenberg.org/articles/Communist_state. Accessed 15 July 2021. Project Gutenberg. “Parliament.” Project Gutenberg Self Publishing Press, Gutenberg, http://www.self.gutenberg.org/articles/Parliament. Accessed 15 July 2021. BRADWAY, Christine Wanich. Cuidados de enfermagem nas emergências geriátricas. São Paulo: Andrei Editora, 1997. NUNES, Maria Inês. Enfermagem em geriatria e gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. PERRACINI, Monica Rodrigues. Funcionalidade e envelhecimento: fisioterapia: teoria e prática clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. Referências BRASIL. Senado Federal. Estatuto do idoso. Brasília: Senado Federal, 2003. ELIOPOULOS, Charlotte. Enfermagem gerontológica. Porto Alegre: Artmed, 2011. FREITAS, Elizabete Viana de (ed.). Tratado de geriatria e gerontologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
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