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Lev Semenovich Vygotsky

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Prévia do material em texto

Escrito por Pedro Menezes Professor de Filosofia, Mestre em Ciências da 
Educação 
 
Lev Semenovich Vygotsky 
Nasceu em 1896 em Orsha, na Bielo-Rússia, país pertencente à antiga 
União Soviética. E morreu de tuberculose em 1934 em Moscou. Sua família era 
judia e uma das mais cultas da cidade, o que permitiu que ele se dedicasse aos 
estudos. 
 
 Vygotsky era formado em direito e trabalhou como professor e também 
como pesquisador em áreas como a Psicologia, Filosofia e Pedagogia. Formou 
com outros jovens um grupo que buscava uma nova Psicologia na Rússia Pós-
Revolução. Sua produção foi vasta, escreveu cerca de duzentos trabalhos 
científicos, que foram importantes para pesquisas posteriores pois tratam de 
temas como linguagem, educação, deficiência e neuropsicologia. 
 
 Vygotsky foi também um importante pensador em sua área e época, foi 
pioneiro no conceito de que o desenvolvimento humano e intelectual das 
crianças ocorre em função das interações sociais e condições de vida. 
Na teoria sociointeracionista de Vygotsky as relações 
entre aprendizagem e desenvolvimento são aspectos muito importantes, pois 
para ele o desenvolvimento é promovido pela aprendizagem, e a interação entre 
meio e indivíduo é essencial nesse processo. 
A criança internaliza as interações com o ambiente e assim ocorre o 
desenvolvimento, que acontece de fora para dentro. A cultura é uma das 
principais influências para que ocorra o desenvolvimento mental, ela indica os 
caminhos e também as peculiaridades da sua conexão com o mundo. 
 
 É na escola onde tudo isso será vivenciado e onde a criança irá associar 
suas ações à concepção de mundo em que ela está inserida. Segundo Vygotsky, 
a criança necessita de atividades específicas que proporcionem o aprendizado, 
pois seu desenvolvimento é dependente dessa aprendizagem por intermédio das 
experiências e interações em que foi submetida. O professor é 
o mediador desse processo, por ser o mais experiente e planejar suas 
intervenções. 
Podemos usar como exemplo uma criança que está com dificuldade para 
aprender a ler. O professor trabalha com ela a pronúncia das palavras e também 
o reconhecimento destas, através de textos e músicas que fazem parte do 
cotidiano, assim a criança é capaz de aprender a ler. 
A teoria de Vygotsky aponta que a criança nasce com funções 
psicológicas elementares e que com o aprendizado da cultura e 
as experiências adquiridas, essas funções tornam-se funções psicológicas 
superiores, que são o comportamento consciente, a ação proposital, capacidade 
de planejamento e pensamento abstrato. 
A partir desses conceitos, Vygotsky apresenta outras concepções 
igualmente importantes, como é o caso da zona de desenvolvimento proximal, 
que é onde o professor vai fazer intervenções para uma aprendizagem 
satisfatória e a relação entre pensamento e linguagem, pois é por meio da 
linguagem que o aprendizado é mediado. 
A linguagem é o principal instrumento de representação simbólica que os 
seres humanos possuem. A sua função inicial é a comunicação, a compreensão. 
Essa função está diretamente ligada ao pensamento, permitindo a interação 
social. 
 Para Vygotsky a linguagem é associada a fala, então, inicialmente o 
desenvolvimento da linguagem ocorre com a finalidade da comunicação. 
Podemos usar como exemplo o choro dos bebês e também os sons emitidos por 
animais, os quais partem do mesmo propósito de comunicação, mesmo que de 
forma primitiva e sem elaboração conceitual. 
Linguagem 
Para Lev Vygotsky a linguagem é um dos pontos centrais da teoria de 
desenvolvimento humano, sem a qual ele não aconteceria. Assim, a linguagem 
é uma como uma ferramenta, que é capaz de transformar os rumos de uma 
atividade e, também, capaz de organizar as nossas funções psicológicas, como: 
• atenção; 
• memória; 
• pensamento. 
Na teoria de aprendizagem de Lev Vygotsky, o desenvolvimento do ser humano, 
em sua infância, se dá com a socialização. Nesse sentido, categorizou esse 
processo de aprendizagem em três níveis: 
• Zona de Desenvolvimento Real: passando por etapas em sua vida, a 
criança se torna capaz de resolver problemas de maneira independente; 
• Zona de Desenvolvimento Potencial: capacidade da criança de 
desempenhar tarefas que precisam de auxílio de adultos ou 
companheiros que sejam mais capacitados; 
• Zona de Desenvolvimento Proximal: fica entre o desenvolvimento real 
e potencial, tornando-se, assim, o caminha para o amadurecimento e, 
consequentemente, a consolidação das funções. 
Jean Piaget 
Jean Piaget (1896-1980) foi um psicólogo, biólogo e pensador suíço. Sua 
teoria e pensamentos contribuíram para o entendimento do desenvolvimento 
infantil e a aprendizagem das crianças. 
https://www.psicanaliseclinica.com/conceito-de-sociedade/
Até hoje, o chamado Método Piaget faz parte dos estudos acadêmicos 
nas áreas da educação e psicologia. 
Teoria de Piaget: a teoria da aprendizagem na educação infantil 
A teoria de Piaget, chamada de teoria piagetiana, foca no 
desenvolvimento infantil e, por isso, é chamada de teoria do desenvolvimento. 
Segundo ele: - “A infância é o tempo de maior criatividade na vida de um ser 
humano”. 
Ancorada nos estudos sobre o desenvolvimento humano e cognitivo, a 
chamada teoria cognitiva de Piaget foi denominada por ele próprio como 
“epistemologia genética”. Sua teoria foi fundamental para o surgimento da 
corrente construtivista. 
Segundo a teoria "epistemologia genética", a partir do nascimento os 
seres humanos são submetidos a fases de desenvolvimento cognitivo, do qual 
ele descreveu quatro estágios de desenvolvimento: sensório, pré-operacional, 
operacional concreto e operacional formal. Ele acreditava que essas etapas 
devem ser preenchidas de forma linear e do conhecimento foi construído pelo 
indivíduo através da ação e que, portanto, o meio ambiente e os conhecimentos 
inatos ou não influenciou nesta evolução. 
Seu trabalho foi em grande parte observacional e ele é creditado com o 
uso de termos como assimilação e acomodação. 
Os 4 estágios do desenvolvimento de Piaget 
Segundo Piaget, a criança passa por quatro fases de 
desenvolvimento até chegar na adolescência. Esses estágios estão 
relacionados com a capacidade cognitiva do ser humano, ou seja, com a 
construção do conhecimento na psiquê. São eles: 
1. Estágio sensório-motor (dos 0 aos 2 anos) 
O próprio nome já indica que nessa fase as sensações e a coordenação motora 
da criança são desenvolvidas. Ainda que a capacidade de cognição seja limitada, 
nesse momento, ela começa a perceber o mundo ao seu redor dando início ao 
reconhecimento de objetos. 
2. Estágio pré-operacional (dos 2 aos 7 anos) 
Com o desenvolvimento da fala, a criança começa a nomear os objetos que a 
rodeiam ao mesmo tempo em que passa a ter uma capacidade mental de 
lembrar deles (representação mental). O raciocínio começa também a ser 
desenvolvido, embora esteja em sua fase inicial. 
3. Estágio das operações concretas (dos 7 aos 11 anos) 
Essa fase está relacionada com a capacidade cognitiva de resolução concreta 
de alguns problemas. Nela, a criança começa a ter uma capacidade maior de 
interpretação e, portanto, já consegue resolver alguns problemas básicos. 
Alguns conceitos são interiorizados, por exemplo, dos números e das operações 
matemáticas. 
4. Estágio das operações formais (dos 11 anos aos 14 anos) 
Já na adolescência, o raciocínio lógico se desenvolve e o indivíduo já começa a 
pensar por si só, ao mesmo tempo em que tem a capacidade de criar teorias e 
refletir sobre as possibilidades do mundo. Trata-se, portanto, de uma fase de 
autonomia. 
Biografia de Jean Piaget 
Jean Piaget nasceu na cidade suíça de Neuchâtel, no dia 9 de agosto de 
1896. Foi ali que passou sua infância ao lado de seus pais, Artur Piaget e 
Rebecca Suzane. Muito curioso e aplicado, foi com 10 anos que ele publicou seu 
primeiro artigo. 
Desde pequeno seu interesse pelanatureza foi notório e certamente 
fundamental para sua primeira escolha acadêmica. Assim, em 1918 formou-se 
em Ciências Naturais pela Universidade de Neuchâtel. 
A partir daí, começa a publicar alguns artigos e livros, sendo que o primeiro deles 
foi publicado em 1923: A linguagem e o pensamento da criança. 
Piaget começou a estudar filosofia e psicologia e chegou a viajar para Zurique e 
Paris. Na capital francesa, ele se aprofunda na psicologia infantil e, com isso, 
publica cinco obras relacionadas com esse universo. 
Foi em sua cidade natal que começa a lecionar nas áreas de psicologia, filosofia 
e sociologia na Universidade de Neuchâtel. Logo depois, foi também professor 
em Genebra, na Suíça, no Instituto Jean-Jacques Rousseau. 
Jean Piaget faleceu em Genebra, no dia 16 de setembro de 1980, com 84 anos. 
 
Quem foi Henri Wallon? 
Henri Paul Hyacinthe Wallon foi filósofo, médico, psicólogo e político 
francês. Nasceu em 1879, em Paris e dedicou sua vida a pesquisa e observação 
da criança em ambiente escolar. Ele propôs o estudo do ser humano inteiro. Ou 
seja, não só na parte cognitiva, como também em questão da afetividade e 
motricidade. 
A teoria psicogenética de Wallon baseava-se na premissa de que a 
criança deveria ser entendida de uma forma holística, completa. A pessoa 
deveria ser compreendida em seus aspectos biológico, afetivo, social e 
intelectual. Por isso que essa teoria era comumente chamada de Teoria da 
Psicogênese da Pessoa Completa. 
Para Wallon, por mais que a cognição seja importante, não é tanto 
quanto a afeição e desenvolvimento motor. 
Entendeu que a infância é o período da vida que as crianças desenvolvem 
suas personalidades; 
Observou a diferença de cada ser humano e relacionou a fase de 
desenvolvimento em que se enquadrava; 
Buscou entender a origem biológica de como se dá o desenvolvimento; 
Colocou características biológicas e orgânicas como sociais; 
Reconheceu que sentimentos e emoções influenciam no 
desenvolvimento; 
Levou em conta as teorias de Freud e Piaget. 
Para aprender mais sobre Henri Wallon e a educação, você precisa 
entender sobre as propostas do teórico. São elas: 
Afetividade 
Para Wallon, desejos, vontades, satisfações e insatisfações, as 
transformações biológicas têm profunda relação com a personalidade de uma 
criança. 
Emoções 
Só através das emoções as pessoas podem se comunicar consigo 
mesmas e com o meio em que vivem. 
Movimento 
Ao expressar sentimentos e emoções, as crianças se movem. Isso acaba 
sendo um instrumento de aprendizado, já que há socialização e comunicação 
com outras pessoas. 
Formação do ‘eu’ 
As crianças só podem descobrir ou reconhecer o “eu” dependendo da 
relação que têm com outras pessoas. Ou seja, isso as fará conhecer 
dependências, negações, manipulações, etc. 
Henri Wallon e a educação: quais são as contribuições teóricas? 
Henri Wallon estudou o desenvolvimento da criança e os contextos 
educativos escolares, visto que o ambiente escolar tem características próprias. 
Une pessoas em torno de um objetivo comum: a instrução. 
O autor trata os três campos funcionais – motor, o afetivo e cognitivo – 
de forma indissociável. Para ele, seria impossível separar, já que o 
desenvolvimento de um causa impactos nos demais. Sendo assim, de acordo 
https://concursoprofessores.com.br/o-que-diz-a-teoria-de-piaget/
com as teorias, o processo de desenvolvimento decorre de esforços da criança 
para superar conflitos e crises decorrentes, tanto de sua origem em diferentes 
fontes de conhecimento, como de suas condições pessoais e sociais. 
Wallon acredita que durante o processo de crescimento, as pessoas 
precisam de momentos de crises para adquirir conhecimentos e que isso só 
acontece através de uma leitura de mundo. Ele acredita que escolas devem criar 
situações educativas para direcionar as crise. 
De acordo com Henri Wallon, a dinâmica do desenvolvimento é complexa, 
não é estática e homogênea. Transforma-se junto com a criança conforme 
fatores orgânicos e sociais e ritmo de desenvolvimento. 
» Os fatores orgânicos são os responsáveis pela sequência fixa que se verifica 
entre os estágios do desenvolvimento e podem ter efeitos transformados pelas 
circunstâncias sociais ou pelo sujeito. A duração é relativa. 
» O ritmo de desenvolvimento é marcado por rupturas e reviravoltas. Por isso, a 
passagem de um estágio para outro não é simples. O que torna o 
desenvolvimento infantil repleto de conflitos. 
Conheça os estágios propostos por Henri Wallon 
Impulsivo-emocional 
Henri Wallon acredita que na fase Impulsivo-emocional, que corresponde 
ao primeiro ano de vida, há a predominância da afetividade e sentimentos. Para 
ele, faz mediação da relação da criança com o mundo. 
Sensório-motor e projetivo 
A fase sensório-motor e projetivo vai até os 3 anos. Nessa idade, a 
coordenação motora permite que a criança desenvolva sua autonomia, explore 
os espaços e manipule objetos. Esses pequenos movimentos podem ajudar com 
a projeção de pensamentos. 
Henri Wallon e a educação: personalismo 
A fase do personalismo vai dos 3 aos 6 anos e é quando a criança 
se percebe como parte do mundo. Portanto, é quando reconhece seu 
corpo, começa a demonstrar seus interesses e se associar com pessoas. 
Estágio Categorial 
Na Categorial, que corresponde a partir dos 6 anos, os processos 
intelectuais são vistos como guia de interesse da criança para o conhecimento e 
o domínio do que se passa no mundo. 
Predominância funcional 
Na Predominância Funcional, a criança, por meio das interações sociais, 
demonstra seus interesses pelas pessoas. Segundo Henri Wallon, há crises 
existenciais, mudanças no corpo dadas por causa do crescimento e 
transformações hormonais e novas relações sociais. Corresponde a 
adolescência. 
⇒ Cada estágio elaborado por Henri Wallon para a educação carrega consigo 
um pouco do estágio anterior. 
A importância de Henri Wallon e a educação para professores 
Em uma escola, os professores não devem se limitar apenas a transmitir 
conhecimento. Também é preciso ensinar a pensar criticamente. Sendo assim, 
devem estudar as teorias de Henri Wallon, porque abrangem questões 
cognitivas, motoras e afetivas. 
Ao adquirir este tipo de conhecimento, podem identificar os conflitos se 
manifestando em uma criança e ajuda-las a superar. Além disso, também podem 
mediar a cultura e o aluno. Fator esse que, segundo Wallon, é fundamental para 
a educação formal. 
Ao estudar Henri Wallon e a educação, também não descartará as 
individualidades, sentimentos e necessidades dos alunos, além de perceber a 
importância de sua participação na questão ética e moral, já que as crianças são 
afetadas por eles. Nesta fase da vida, as crianças buscam referências e imitam 
condutas de adultos com que convivem. 
PAULO FREIRE 
Tânia Suely Marcelino Brabo é professora Livre-Docente do Departamento de Administração e 
Supervisão Escolar na Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp em Marília. 
Paulo Freire nasceu em 19 de setembro de 1921, em Pernambuco. 
Falecimento: 2 de maio de 1997, São Paulo Em sua juventude, conheceu a 
pobreza e a fome. No livro Medo e Ousadia – O cotidiano do professor, publicado 
em 1986, compartilhou suas dificuldades e os questionamentos que elas lhes 
despertavam. “Não entendia nada por causa da minha fome. Eu não era burro. 
Não foi falta de interesse. Minha condição social não me permitia ter educação. 
A experiência me mostrou mais uma vez a relação entre classe social e 
conhecimento.” 
Em 1963, foi nomeado diretor do Programa Nacional de Alfabetização do 
Brasil. Após o golpe militar de 1964 foi preso, em parte porque suas análises 
daquele momento histórico questionavam os problemas superestruturais, e 
também por trabalhar de forma integrada em suas práticas pedagógicas a 
educação, a cultura e a política. Do cárcere, conseguiu seguir para o exílio, 
primeiro no Chile, depois nos EUA, onde deu aulas na Universidade Harvard. A 
partir de 1970 estabeleceu-sena Europa. Foi no exílio que escreveu seu livro 
https://www.google.com/search?rlz=1C1CHZL_pt-BRBR1058BR1058&q=S%C3%A3o+Paulo&si=AMnBZoEofOODruSEFWFjdccePwMH96ZlZt3bOiKSR9t4pqlu2CS-3XV39mn8uqfCr-EPnSzxtv1hj2W4ry5BC3PftFBypS3GKYnczJqp6q4lpAtvRc95a5I0wnCgqPZtFTesYPWe6ksgAcU5VDXvoo4Dp4BMpniiaJVU3BQEPu3UFgUoei33zaVKlVESOmgnn7u8sV7VZNat&sa=X&ved=2ahUKEwixu4GA97H_AhXlHrkGHXTgAmEQmxMoAHoECBEQAg
mais conhecido, Pedagogia do Oprimido, posteriormente traduzido para diversos 
idiomas. 
Voltou ao Brasil com a anistia, em 1979 e passou a lecionar na PUC-SP 
e na Unicamp. Foi Secretário Municipal de Educação durante a gestão de Luiza 
Erundina (1989 – 1992). Em 1991 criou em São Paulo o Instituto Paulo Freire, 
com o intuito de preservar e difundir o seu trabalho. Faleceu em 1997, aos 75 
anos. 
Seu trabalho lhe valeu o título de “Doutor Honoris causa” em mais de 30 
universidades da Europa e das Américas, além do prêmio Unesco de Educação 
para a Paz em 1986 e o título de Patrono da Educação brasileira em 2012. 
 Pedagogia voltada para a transformação 
Na vida e na obra de Paulo Freire há uma profunda paixão pela liberdade 
humana e, ao mesmo tempo, uma rigorosa e sempre renovada busca de uma 
pedagogia emancipatória, além da incessante busca por coerência entre 
discurso e prática. 
Mais do que uma proposta de alfabetização de jovens e adultos, Freire 
criou uma filosofia da educação, com um corpo teórico consistente que 
contempla uma pedagogia voltada à prática e à ação transformadora. Era o 
contrário da ideia de neutralidade, demonstrando que a neutralidade é 
impossível no ato educativo. Conforme explicita Freire: “lavar as mãos do conflito 
entre os poderosos e os impotentes significa ficar do lado dos poderosos, não 
ser neutro. O educador tem o dever de não ser neutro”. 
Os temas tratados em suas obras, tais como liberdade, visão dos 
oprimidos, esperança, autonomia, indignação, e os sonhos possíveis são 
fundamentais para uma educação voltada à mudança histórica e à ação 
transformadora. Conforme Freire escreve em Pedagogia do Oprimido: “Os 
oprimidos, contudo, acomodados e adaptados, “imersos” na própria engrenagem 
da estrutura dominadora, temem a liberdade, enquanto não se sentem capazes 
de correr o risco de assumi-la. ” 
Pensar a educação para além da escola 
As reflexões de Freire sobre as práticas educativas para além da escola, 
— no interior dos movimentos sociais, nas diversas formas de sociabilidade e 
convivência dos grupos populares, na ação dos partidos políticos, nas práticas 
dos governos e nas distintas manifestações da cultura popular — demonstraram 
a necessidade de pensar num âmbito mais abrangente, aliando teoria e prática. 
Desde o momento em que propôs uma outra alfabetização de jovens e 
adultos, Freire afirmava que o domínio da palavra, o saber escrever e ler, 
somente adquiriam sentido se traduzissem uma melhor capacidade de leitura do 
mundo, de reflexão crítica a respeito do contexto em que o ser humano vive. 
Para ele, a leitura do mundo precedia a leitura de letras e da palavra. Ou seja, 
propunha o trabalho educativo na perspectiva da consciência política. 
Nos anos de 1990, foi enfatizada a importância da formação para a 
cidadania ativa, mostrando a necessidade de uma pedagogia democrática para 
transformar as relações e as formas de exercício do poder. Pois, conforme 
apontado não apenas por ele, mas também por outros autores 
e autoras, o elitismo e o autoritarismo historicamente operados pelas classes 
dominantes enraizaram-se profundamente nas sociedades latino-americanas. 
Nesta perspectiva, reafirmava-se a necessidade de construir-se uma 
democracia integral e uma cidadania ativa para superação das múltiplas formas 
de opressão, buscando concretizar novas formas de exercício do poder numa 
cultura política radicalmente democrática. Ademais, conforme Freire 
explicita numa de suas falas mais famosas: “quando a educação não é 
libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor.” 
A articulação entre educação e mudança social 
Conforme ensina Freire, o estímulo à participação dos estudantes na 
escola é extremamente importante para a assimilação do que é ser cidadão e 
cidadã, e para sentir-se sujeito do processo educacional. A escola cidadã deve 
partir da necessidade dos alunos e das alunas defendendo sempre a educação 
dialógica. Para além dos conteúdos resultantes do conhecimento historicamente 
acumulado, a cidadania deve ser vivenciada na escola. 
Para que esta formação seja completa, a formação crítica 
necessariamente tem que ser vivenciada. Esta educação, parte das 
necessidades populares, estimula e cria canais de participação como o 
planejamento participativo ou assembleias, numa escola que trabalha na 
perspectiva do aprendizado dos direitos e deveres de cidadania. Nesta escola, 
todos (as) são importantes e ouvidos(as), desde estudantes, professores e 
professoras, demais trabalhadores(as) da escola e familiares cumprindo o direito 
à palavra que está contemplado na Constituição Federal e na Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional. 
A Escola Cidadã se articula com a cidade, o Estado, o país e o mundo. É 
uma escola de convivência, de respeito às diferenças inclusive de ideias e 
voltada para a transformação, que entende que os direitos humanos não estão 
garantidos para sempre e que a democracia não é uma conquista definitiva. Esta 
escola é feliz. Trabalhando também na perspectiva da Ecopedagogia, relembra 
que a sustentabilidade é necessária para a vida, para o bem-viver, valorizando 
a diversidade, que é vista como uma beleza, num projeto humanista. 
 Nesta escola, o trabalho será orientado para educar com sentido, educar 
com participação, educar para a criatividade, para a alegria e a esperança. 
Tânia Suely Marcelino Brabo é professora Livre-Docente do Departamento de 
Administração e Supervisão Escolar na Faculdade de Filosofia e Ciências da 
Unesp em Marília. 
 
	Linguagem
	Jean Piaget
	Teoria de Piaget: a teoria da aprendizagem na educação infantil
	Os 4 estágios do desenvolvimento de Piaget
	1. Estágio sensório-motor (dos 0 aos 2 anos)
	2. Estágio pré-operacional (dos 2 aos 7 anos)
	3. Estágio das operações concretas (dos 7 aos 11 anos)
	4. Estágio das operações formais (dos 11 anos aos 14 anos)
	Biografia de Jean Piaget
	Quem foi Henri Wallon?
	Afetividade
	Emoções
	Movimento
	Formação do ‘eu’
	Henri Wallon e a educação: quais são as contribuições teóricas?
	Impulsivo-emocional
	Sensório-motor e projetivo
	Henri Wallon e a educação: personalismo
	Estágio Categorial
	Predominância funcional
	A importância de Henri Wallon e a educação para professores

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