Buscar

PSICOMOTRICIDADE E LUDOPEDAGOGIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 46 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 46 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 46 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
 
 
 
PSICOMOTRICIDADE 
E LUDOPEDAGOGIA 
 
2 
 
Sumário 
1 PSICOMOTRICIDADE ................................................................................ 3 
2 O QUE É PSICOMOTRICIDADE? .............................................................. 3 
2.1 Como se estrutura? .............................................................................. 4 
2.2 Como se fundamenta? ......................................................................... 4 
3 OBJETIVOS DA PSICOMOTRICIDADE ..................................................... 5 
4 ELEMENTOS BÁSICOS DA PSICOMOTRICIDADE .................................. 6 
5 APRENDIZAGEM E PSICOMOTRICIDADE ............................................... 9 
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 16 
7 ARTIGO PARA REFLEXÃO ..................................................................... 18 
 
 
 
3 
 
1 PSICOMOTRICIDADE 
“Psicomotricidade é a ciência do homem em movimento, das relações consigo 
e com o mundo, com o corpo, através do corpo e de sua corporeidade” – Freinet. O 
estudo da psicomotricidade permite compreender a forma como a criança toma 
consciência do seu corpo e das possibilidades de se expressar por meio desse corpo, 
é um dos aspectos que o trabalho psicomotor assumirá durante o período escolar 
será, precisamente, o de fazer com que a criança passe da etapa perspectiva à fase 
da representação mental de um espaço orientado tanto no espaço como no tempo. 
Ao estudarmos o comportamento de uma criança, percebemos como é o seu 
desenvolvimento. O comportamento e a conduta são termos adequados para todas 
as suas reações, sejam elas reflexam, voluntárias e espontâneas ou aprendidas. 
Assim como o corpo cresce, o comportamento evolui. No processo de 
desenvolvimento a criança evolui tanto física, quanto intelectual e emocionalmente. 
As primeiras evidências de um desenvolvimento normal mental são as manifestações 
motoras. 
À medida que ocorre a maturação do sistema nervoso, o comportamento se 
diferencia e também se modifica. Inicialmente a criança apresenta uma coordenação 
global ampla, que são realizadas por grandes feixes de músculos. À medida que os 
feixes de músculos mais específicos são usados, a criança desenvolve sua 
coordenação fina. 
Para que ocorra um desenvolvimento motor adequado, é necessário um 
amadurecimento neural, ósseo, muscular, além de crescimento físico, juntamente com 
o aprendizado. O desenvolvimento motor percentual se completa ao redor de 07 anos, 
ocorrendo, posteriormente, um refinamento da integração perceptiva-motora com o 
desenvolvimento do processo intelectual propriamente dito. 
2 O QUE É PSICOMOTRICIDADE? 
 
 
É o controle mental sobre a expressão motora. Objetiva obter uma organização 
que pode atender, de forma consciente e constante, às necessidades do 
 
4 
 
desenvolvimento do corpo. Esse tipo de Educação é justificado quando qualquer 
defeito localiza o indivíduo à margem das normas mentais, fisiológicas, neurológicas 
ou afetivas. É a percepção de um estímulo, a interpretação da elaboração de uma 
resposta adequada. É uma harmonia de movimentos, um bom controle motor, uma 
boa adaptação temporal, espacial, boa coordenação viso-motora, boa atenção e um 
esquema corporal bem estruturado. 
Psicomotricidade é a ciência da educação que educa o movimento ao mesmo 
tempo em que põe em jogo as funções da inteligência. Movimento é o deslocamento 
de qualquer objeto, mas a ação corporal em si, a mesma unidade bio-psicomotora em 
ação. 
A psicomotricidade está associada à afetividade e à personalidade, porque o 
indivíduo utiliza o seu corpo para demonstrar o que sente, e uma pessoa com 
problemas motores passa a ter problemas de expressão. A reeducação psicomotora 
lida com a pessoa como um todo, porém, com um enfoque maior na motricidade. A 
reeducação psicomotora deverá ser efetuada por um psicólogo com especialização 
em psicomotricidade (psicomotrista), pois não será apenas uma mera aplicação de 
exercícios, mas será desenvolvida uma adaptação de toda a personalidade da 
criança. 
2.1 Como se estrutura? 
_ No desenvolvimento do seu “eu” corporal; 
_. Na sua localização e orientação no espaço; 
_. Na sua orientação temporal. 
2.2 Como se fundamenta? 
Em Atividades: 
_ Motoras - São as atividades globais de todo o corpo. 
_ Sensório-motoras - É a percepção de diversas lições através da manipulação 
dos objetos. 
_ Percepto-motoras – É uma análise profunda das funções intelectuais, 
motoras, tais como a análise perceptiva, a precessão de representação mental, 
determinação de pontos de referência. 
 
5 
 
Destaca-se: percepção visual. 
3 OBJETIVOS DA PSICOMOTRICIDADE 
_. As atividades psicomotoras visam propiciar a ativação dos seguintes 
processos: 
_. Vivenciar estímulos sensoriais para discriminar as partes do próprio corpo e 
exercer um controle sobre elas; 
_ Vivenciar, através da percepção do próprio corpo em relação aos objetos, a 
organização espacial e temporal; 
_ vivenciar situações que levem a aquisição dos pré-requisitos necessários 
para aprendizagem da leitura escrita. 
Para entender tais objetivos, é necessário considerar que durante a primeira 
infância, motricidade e psiquismo estão estreitamente ligados, da mesma forma como 
sabemos que o desenvolvimento motor, o afetivo e o intelectual encontram-se 
inseparáveis no homem. 
A educação psicomotora, antes utilizada somente como recurso reeducativo, 
atualmente é parte integrada de toda a atuação passiva do aluno, frente à atitude 
expositiva e controladora do professor. A psicomotricidade tem como ponto de partida 
o desenvolvimento psicobiológico da criança, na medida em que acompanha as leis 
do amadurecimento do sistema nervoso através da mielinização. 
A psicomotricidade não deve ser considerada como uma matéria entre outras. 
Isto é, não deve dispor apenas de um momento ou um ambiente específico na 
programação escolar. Qualquer que seja a atividade ou tema utilizado, a 
psicomotricidade vai estar presente. O pensamento se constrói a partir da atividade 
motora que permite à criança a exploração do ambiente externo, proporcionando-lhe 
experiências concretas indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual. A 
liberdade deve explorar e conhecer o espaço físico e o mundo é muito importante para 
o seu desenvolvimento afetivo. Como fazer para oferecer condições que permitiam 
esse desenvolvimento? 
Antes de tudo a criança precisa ter um conhecimento adequado de seu corpo, 
porque é o corpo o intermediário obrigatório entre a criança e o mundo. Esse 
 
6 
 
conhecimento abrange três aspectos que são: a imagem do corpo, o conceito do corpo 
e a elaboração do esquema corporal. 
4 ELEMENTOS BÁSICOS DA PSICOMOTRICIDADE 
A imagem do corpo é a própria experiência que a pessoa tem de seu corpo e 
se revela frequentemente através do desenho, da modelagem e que demonstra o nível 
de elaboração do esquema corporal; O conceito do corpo desenvolve-se 
posteriormente à imagem do corpo, sendo mais o conhecimento intelectual dele e de 
cada função de seus órgãos. 
O esquema corporal, segundo Pierre Vayer, é definido como organização das 
sensações relativas aos dados do mundo exterior, notando-se aí dois sentidos na 
atividade motora cinética, dirigida para o mundo exterior. 
A construção do Esquema Corporal elabora-se progressivamente com o 
desenvolvimento e o amadurecimento do Sistema Nervoso e é, ao mesmo tempo, 
paralela à evolução sensória motora. A educação do Esquema Corporal é, então, o 
posto-chave de toda prática educativa. Dos 02 aos 05 anos, toda educação é uma 
E.P.M. baseada na estrutura do Esquema Corporal. 
Dos 05 aos 07 anos a psicomotricidade passa a ser a base sobre a qual se 
constroem as primeiras relações lógicas e a decorrente aprendizagem escolar. Toda 
aprendizagem deve ser feita através de experiênciasconcretas e vivenciadas com o 
corpo inteiro. Voltando ao primeiro objetivo, temos que trabalhar os seguintes 
aspectos: 
_ Percepção e controle do corpo; 
_ Equilíbrio; 
_ Lateralidade; 
_ Independência dos membros em relação ao tronco e entre si; 
_ Controle muscular; 
_ Controle de respiração. 
 
a) Percepção e controle do corpo 
 
 
7 
 
A criança adquire primeiro a sensação, depois o uso, e finalmente, o controle 
de seu corpo. Ponto de partida o conhecimento do corpo, partes do corpo, através de 
estímulos sensoriais – superfície, temperatura, unidade, peso etc. – referenciará as 
partes do corpo e suas sensibilidades. Numa segunda etapa fará uso e controlará as 
partes independentemente uma das outras. 
Como? Brincando com água, tinta, areia, barro, blocos, sucata; usando 
determinadas partes do corpo em jogos ou em movimentos propostos; dramatizando. 
 
b) O equilíbrio 
 
É condição indispensável para qualquer ação diferenciada. As ações serão 
tanto coordenadas quanto mais a criança conseguir em posição ereta, sem precisar 
esforçar-se ou ficar tensa. A sensibilidade da planta do pé é muito importante para 
desenvolver qualquer equilíbrio, por isso é essencial que as crianças se movimentem 
e brinquem, tanto na areia como na sala de aula, de pé no chão. O contato do corpo 
com o chão deve estender-se a todo o corpo, rolando, deitando, sentando, rastejando, 
ajoelhando. Em movimentos de repouso a criança deverá, sempre que possível, 
relaxar seu corpo em direto contato com o chão que oferece sensação de segurança. 
Como? – Andar sobre linhas de várias maneiras, sobre beiradas de canteiros, 
bancos de diferentes alturas, trilhos de madeira, tijolos. Imitar animais e posições 
estáticas. Lançar e receber a bola. 
 
 
Fonte: cicachinhos.blogspot.com.br 
 
8 
 
c) Lateralidade 
 
O homem, por natureza, tem um lado do corpo dominante. Quer dizer que usa 
melhores olhos, ouvidos, pé e mão de um determinado lado. Normalmente, a 
lateralidade se define entre os 05 e os 07 anos. As crianças que, a partir dessa idade 
apresentam uma lateralidade não definida ou cruzada, facilmente encontrarão 
dificuldades na aprendizagem escolar. 
Como? – Atividade que exijam o uso de todo corpo com objetos grandes 
(pneus, bolas, caixas, blocos) e pequenos, desenvolvendo a coordenação funcional 
da mão e dos dedos (contas, sementes, pinos, clips, tampinhas, pregadores, cartas). 
Atividades em que ordena a mão a ser usada (com bolas, saquinhos de areia/feijão). 
d) Independência dos membros em relação ao tronco e entre si 
Para a criança é mais fácil fazer movimentos simétricos e simultâneos, pois só 
numa segunda etapa é que ela virá a movimentar os membros separadamente um do 
outro. 
Como? – Macaco mandou – de início pedindo movimentos simétricos, 
aumentando a dificuldade, na medida em que as crianças puderem realizar 
naturalmente, movimentos assimétricos e não simultâneos. 
 
d) Controle muscular 
 
 
Fonte: bloggantonio.blogspot.com.br 
 
9 
 
 
É muito difícil para uma criança interromper um movimento, mas esse controle 
da inibição é indispensável para que ela venha a adquirir, mais tarde, não só uma 
caligrafia, mas também a concentração necessária para a aprendizagem escolar. 
Como? – Inibição dos movimentos globais que envolvem todo o corpo como o 
andar, o correr – “Batatinha Frita”. Recreação com o uso de música. Trabalhar os 
“movimentos segmentários – jogos cantados “O meu chapéu tem 03 pontas”, “ A 
galinha e o seu Kara Kara”, jogo de estátua. 
f) Controle da respiração 
O controle respiratório contribui na formação de hábitos de se concentrar, 
relaxar, se acalmar. 
Como? – Bolhas de sabão, bolas de encher, pintura com canudo de soprar, 
corridas de soprar. Dramatização de aspirar e soprar. Relaxamento sentido o próprio 
corpo ou do companheiro. 
5 APRENDIZAGEM E PSICOMOTRICIDADE 
 
Fonte: www.drummond.com.br 
O ser humano comunica-se por meio da linguagem verbal e corporal. A criança 
nos primeiros dias de vida até o início da linguagem verbal se faz entender por meio 
de gestos, pois os movimentos constituem a expressão global de suas necessidades. 
O movimento é importante no desenvolvimento da criança porque está ligado às 
 
10 
 
emoções e por ser um veículo de transmissão do equilíbrio do estado interior do 
recém-nascido. 
Esse movimento possibilita o relacionamento da criança com o mundo e com 
as demais características inerentes da condição humana. Conforme a criança cresce, 
vai organizando sua capacidade motora de acordo com sua maturidade nervosa e 
com os estímulos do meio que a rodeiam. De acordo com Fávero (2004), a 
organização motora é fundamental para o desenvolvimento das funções cognitivas, 
das percepções e dos esquemas sensório-motores da criança. Segundo Colello 
(1995), a falta de atenção da escola ao movimento dos indivíduos se fundamenta na 
concepção dualista do homem, segundo a qual a mente predomina sobre o corpo. 
Apesar dos vários estudos mostrarem a importância desta área, as escolas continuam 
deixando em segundo plano a prática psicomotora, pois pensam no ato de escrever 
como sendo um ato motor que, repetido várias vezes, por meio de movimentos 
mecânicos e sem sentido, pode ser fixado. Portanto, a grande preocupação dos 
educadores durante o processo de aprendizagem limita-se ao treinamento das 
habilidades responsáveis pelos aspectos figurativos da escrita, como coordenação 
motora, discriminação visual e organização espacial. No entanto, o autor considera a 
escrita um ato essencialmente motor, destacado de qualquer outra esfera do 
desenvolvimento, seja afetiva, cognitiva ou social. 
De acordo com Negrine (1980), as aprendizagens escolares básicas devem ser 
os exercícios psicomotores, e sua evolução é determinante para a aprendizagem da 
escrita e da leitura. 
Fávero (2004) realizou um levantamento dos estudos que mostram a 
importância do desenvolvimento psicomotor para as aprendizagens escolares como 
os de Furtado (1998), Nina (1999), Cunha (1990), Oliveira (1992) e Petry (1988). Para 
Furtado (1998), provocando-se o aumento do potencial psicomotor da criança, amplia-
se também as condições básicas para as diversas aprendizagens escolares. Em um 
estudo sobre o grau de influência dos aspectos psicomotores sobre prontidão para ler 
e escrever em escolas de classes de alfabetização do ensino infantil, Nina (1999) 
destaca a necessidade de, desde o ensino pré-escolar, serem oferecidas atividades 
motoras direcionadas para o fortalecimento e consolidação das funções psicomotoras, 
fundamentais para o êxito nas atividades do bom aprendizado da leitura e escrita. 
 
11 
 
Estudos anteriores realizados por Cunha (1990) mostraram a importância do 
desenvolvimento psicomotor e cognitivo. Além disso, a autora constatou que as 
crianças com nível mais alto de desenvolvimento psicomotor e conceitual são as que 
apresentam os melhores resultados escolares. 
Em outra pesquisa, Oliveira (1992) identificou entre as dificuldades de 
aprendizagem às que são relacionadas ao desenvolvimento psicomotor e, a partir 
disso, desenvolveu uma investigação mostrando como o desenvolvimento adequado 
da psicomotricidade pode auxiliar para que alguns dos pré-requisitos para a escrita 
sejam alcançados. 
Petry (1988) reafirma a importância do desenvolvimento dos conceitos 
psicomotores, ressaltando que as dificuldades de aprendizagem em crianças de 
inteligência média podem se manifestar quanto à caracterização de letras simétricas 
ela inversão do “sentido direita-esquerda”, como, por exemplo, b, p, q ou por inversão 
do “sentido em cima em baixo”, d, p, n, u, ou ainda por inversão das letras oar, ora, 
aro. De acordo com a autora, a compreensão de conceitos como perto, longe, dentro, 
fora, mais perto, bem longe, atrás, embaixo, alto, mais alta será facilitada com série 
de ações no espaço, com o corpo em movimento. 
Os estudoscitados acima mostram a importância de se estimular o 
desenvolvimento psicomotor das crianças, pelo fato deste ser fundamental para a 
facilitação das aprendizagens escolares, pois é por meio da consciência dos 
movimentos corporais e da expressão de suas emoções que a criança poderá 
desenvolver os aspectos motor, intelectual e socioemocional. 
Segundo Fávero (2004), para escrever é preciso que se tenha orientação 
espacial suficiente para situar as letras no papel, para adequá-las em tamanho e forma 
ao espaço de que se dispõe. E, além disso, precisa-se dirigir o traçado da esquerda 
para a direita, de cima para baixo, controlando os movimentos de maneira a não 
segurar o lápis nem com muita força nem com pouca força, é necessário que a escola 
ofereça condições para a criança vivenciar situações que estimulem o 
desenvolvimento dos conceitos psicomotores. 
Essas restrições podem levar a criança a dificuldades de aprendizagem, 
repercutindo no desempenho escolar. Neste sentido, Negrine (1986, p. 61) afirma que 
as dificuldades de aprendizagem vivenciadas pelas crianças “são decorrentes de todo 
um todo vivido com seu próprio corpo, e não apenas problemas específicos de 
 
12 
 
aprendizagem de leitura, escrita, etc.” Assim, os aspectos psicomotores exercem 
grande influência na aprendizagem, pois as limitações apresentadas pelas crianças 
na orientação espacial podem tornar-se um fator determinante nas dificuldades de 
aprendizagem. 
Para Ajuriaguerra (1988), a escrita é uma atividade que obedece a exigências 
precisas de estruturação espacial, pois a criança deve compor sinais orientados e 
reunidos de acordo com as leis, depois deve respeitar essas leis de sucessão que 
fazem destes sinais palavras e frases tornando a escrita uma atividade espaço-
temporal. Para Fonseca (1995), um objeto situado a determinada distância e direção 
é percebido porque as experiências anteriores da criança levam-na a analisar as 
percepções visuais que lhe permitem tocar o objeto. É por meio dessas que resultam 
as noções de distância e orientação de um objeto com relação a outro, e assim a 
criança começa a transpor essas noções gerais a um plano mais reduzido, que será 
de extrema importância quando na fase do grafismo. Fonseca (1983) destaca que na 
aprendizagem da leitura e escrita a criança deverá obedecer ao tempo de sucessão 
das letras, dos sons e das palavras, fato este que destaca a influência da estruturação 
temporal para a adaptação escolar e para a aprendizagem. 
Colello (1995) afirma que, além dessas dificuldades inerentes ao ato de escrita, 
existe ainda a dificuldade que os professores têm em diagnosticar as dificuldades de 
aprendizagem e relacioná-las ao desenvolvimento psicomotor. Em sala de aula, os 
professores trabalham a motricidade infantil como uma atividade mecanizada do 
movimento das mãos e as aulas de educação física parecem se restringir a atividades 
de recreação nas quais o movimento parece ter um fim em si mesmo. Para o autor, 
até mesmo o professor de Educação Física tem mostrado dificuldades em perceber a 
importância do movimento para o desenvolvimento integral da criança. 
Segundo Tomazinho (2002, p. 50), o desenvolvimento corporal é possível 
graças a ações, experiências, linguagens, movimentos, percepções, expressões e 
brincadeiras corporais dos indivíduos. As experiências e brincadeiras corporais 
assumem um papel fundamental no desenvolvimento infantil, pois enfatizam a 
valorização do corpo na constituição do sujeito e da aprendizagem, assim a “[...] pré-
escola necessita priorizar, não só atividades intelectuais e pedagógicas, mas também 
atividades que propiciem seu desenvolvimento pleno”. 
 
13 
 
De acordo com Oliveira (1996, p. 182), a psicomotricidade contribui para o 
processo de alfabetização à medida que procura proporcionar ao aluno as condições 
necessárias para um bom desempenho escolar, permitindo ao homem que se assume 
como realidade corporal e possibilitando-lhe a livre expressão. A psicomotricidade 
caracteriza-se como uma educação que se utiliza do movimento para promover 
aquisições intelectuais. Para a autora, a inteligência pode ser considerada uma 
adaptação ao meio ambiente e para que esta aconteça é necessário que o indivíduo 
apresente uma manipulação adequada dos objetos existentes ao seu redor, “[...] está 
educação deve começar antes mesmo que a criança pegue um lápis na mão [...]”. 
O ponto de referência que os seres humanos têm para conhecer e interagir com 
o mundo é o corpo. Este elemento serve como base para o desenvolvimento cognitivo 
e conceitual, incluindo os presentes para a aprendizagem de conceitos na atividade 
de alfabetização. Por essa razão, o desenvolvimento do movimento por meio da 
psicomotricidade auxilia a criança a adquirir o conhecimento do mundo que as rodeia. 
Fávero (2004) ressalta que o desenvolvimento psicomotor não é o único fator 
responsável pelas dificuldades de aprendizagem, mas um dos que podem 
desencadear ou agravar o problema. As dificuldades de aprendizagem relacionadas 
à escrita alteram o rendimento escolar. Crianças com dificuldades de escrita podem 
apresentar disfunção nas habilidades necessárias para uma aprendizagem escolar 
efetiva, e estes fatores podem ser acentuados pelos déficits psicomotores. 
Sabe-se que atualmente condições socioculturais fazem com que as crianças 
sejam privadas do movimento, como bem lembra Fávero (2004, p. 55) “[...] a escola, 
como responsável pela educação global deveria proporcionar através das suas aulas 
atividades que levassem à criança condições para um desenvolvimento harmonioso 
em termos psicomotores”. 
A escrita exige o desenvolvimento de habilidades específicas e um esforço 
intelectual proporcionalmente superior às aprendizagens anteriores da criança. Na 
escrita ocorre a comunicação por meio de códigos que variam de acordo com a 
cultura, e sua aprendizagem se dá pela realização da cópia, do ditado e na escrita 
espontânea. 
Segundo Fávero (2004), a escrita espontânea envolve um grau maior de 
dificuldade, pois o modelo visual e auditivo está ausente e envolve a tomada de 
decisões acerca do que vai ser escrito e como será escrito. Antes de se escrever algo 
 
14 
 
é preciso gerar uma informação, organizá-la de forma coerente para posteriormente 
escrevê-la e revisar o que foi escrito. É preciso diferenciar as letras dos demais signos 
e determinar quais são as letras que devem ser empregadas, além disso, a escrita 
pressupõe um desenvolvimento motor adequado, pois certas habilidades são 
essenciais para que a atividade ocorra de maneira satisfatória. 
Ajuriguerra (1988), Ferreiro (1985) e Cagliari (2000), ao estudarem a aquisição 
da escrita, constataram que esta aquisição não deve ser restrita a simples 
decodificação de símbolos ou signos, pois o processo de aquisição da língua escrita 
é complexo e anterior ao que se aprende na escola. A grande dificuldade que os 
educadores enfrentam está em compreender os fatores que diferenciam as crianças 
que conseguem dominar a linguagem escrita das que não conseguem. Segundo 
Escoriza Nieto (1998), foi somente a partir da década de 1970 que as pesquisas 
começaram a buscar explicar os processos cognitivos envolvidos na atividade escrita. 
Para Gregg (1992 apud GARCIA, 1998) as dificuldades encontradas no 
processo de alfabetização vão desde o desenvolvimento das habilidades de escrita 
(disgrafia) e erros de soletração até erros na sintaxe, estruturação e pontuação das 
frases, bem como a organização de parágrafos. No começo do processo de 
alfabetização o que mais se observa são: confusão de letras, lentidão na percepção 
visual, inversão de letras, transposição de letras, substituição de letras, erros na 
conversão símbolo-som e ordem de sílabas alteradas, essa dificuldade pode se 
manifestar ao se soletrar ou escrever uma palavra ditada ou copiada. É possível 
encontrar crianças com boa capacidadede expressão oral, mas com dificuldades para 
escrever, alunos que se expressam oralmente com dificuldade e escrevem as 
palavras mal e sujeitas que escrevem bem as palavras, mas se expressam mal. 
Essas dificuldades, se consolidadas ao longo da infância, tornam-se mais 
evidentes no ambiente escolar, onde o processo de aprendizagem é 
institucionalizado. Ajuriaguerra (1988) destaca que a escrita envolve, além de 
habilidades cognitivas, as habilidades psicomotoras, pois o ato de escrever está 
impregnado pela ação motora de traçar corretamente cada letra e constituir a palavra. 
Quando se coloca em questão o desenvolvimento motor, é necessário, além da 
maturação do sistema nervoso, a promoção do desenvolvimento psicomotor, 
objetivando o controle, o sustento tônico e a coordenação dos movimentos envolvidos 
no desempenho da escrita. 
 
15 
 
Segundo Ferreira (1993, p.18), não existe aprendizagem sem que seja 
registrada no corpo. Para a autora, a participação do corpo no processo de 
aprendizagem se dá pela ação do sujeito e pela representação do mundo. Todo 
conhecimento apresenta um nível de ação (fazer os movimentos) e um nível figurativo 
(dado pela imagem pela configuração) que se inscreve no corpo. Pensando no 
desenvolvimento da criança de forma integrada e buscando entender aspectos físicos, 
afetivos, cognitivos e sociais, é necessário o estudo do desenvolvimento psicomotor. 
Estudos (SISTO et al, 1994; FINI et al, 1994) partem do pressuposto de que o 
baixo rendimento escolar pode ser compreendido como uma manifestação das 
dificuldades de aprendizagem. Mais especificamente, os estudos de Tomazinho 
(2002), Oliveira (1992) e Fávero (2004) mostram a procedência de identificar entre as 
dificuldades de aprendizagem às que são relacionadas ao desenvolvimento 
psicomotor e, a partir desses dados, mostrar a necessidade de se abordar os 
esquemas motores nas primeiras séries como prevenção à dificuldade de 
aprendizagem de escrita. 
 
 
16 
 
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
AJURIAGUERRA, J. A Escrita Infantil – Evolução e Dificuldades. Porto Alegre: 
Artes Médicas, 1988. 
 
CAGLIARI, L. C. Alfabetização e Linguística. 10ª ed. São Paulo: Scipione, 2000. 
 
COLLELO, S. M. G. Alfabetização em questão.Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995. 
 
CUNHA, M.F.C. Desenvolvimento psicomotor e cognitivo: influência na 
alfabetização de criança de baixa renda. 1990. 250 f. Tese (Doutorado) – Instituto 
de Psicologia, Universidade de São Paulo. São Paulo, 1990. 
 
ESCORIZA NIETO, J. Dificultades em el proceso de composición del discurso escrito. 
In: BERMEJO, V. S. e LLERA, J. A. B. Dificultades de aprendizaje. Madrid: 
Editorial Sntesis, 1998. 
 
FÁVERO, Maria Tereza M. Desenvolvimento psicomotor e aprendizagem da 
escrita. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Maringá, 2004. 
 
FERREIRA, Isabel Neves. Caminhos do aprender: uma alternativa educacional 
para criança portadora de deficiência mental. Brasília: Coordenação nacional para 
interação da pessoa portadora de deficiência, 1993. 
 
FERREIRO, E. Reflexões sobre alfabetização. São Paulo: Cortez, 1985. 
 
FINI, L.; OLIVEIRA G.; SISTO F.; SOUZA M.; BRENELLI R. Avaliação escrita de 
matemática: em busca de explicação. Zetetiké, Campinas, v.4, n.6, p. 25-43, 1994. 
 
FONSECA, V. da. Psicomotricidade. São Paulo: Martins Fonte, 1983. 
 
____ Introdução as Dificuldades de Aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 
1995 
 
FURTADO, V. Q. Relação entre Desempenho Psicomotor e aprendizagem da 
Leitura e Escrita. 1998. 95 f. Dissertação (mestrado) – Faculdade de Educação, 
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1998. 
 
GARCIA, J. N. Manual de Dificuldades de Aprendizagem – Linguagem, leitura, 
escrita e matemática. Ed. Artes Médicas, Porto Alegre, 1998. 
 
INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. 
Disponível em: < www.inep.gov.br> 2001. 
 
INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. 
Disponível em: < www.inep.gov.br> 2004. 
 
Instituto Paulo Montenegro. Disponível em: < www.inep.gov.br> 2005. 
 
17 
 
 
NEGRINE, A. A Educação Física e a Educação Psicomotriz. Revista Brasileira de 
Educação Física e Desportos. Brasília: MEC, 44: 60-63, jan./mar. 1980. 
 
NINA, Afonso C. B. A organização percepto-motora e o aprendizado da leitura e 
escrita: um estudo comparativo entre o teste metropolitano de prontidão e o 
teste de habilidades motoras amplas em alunos de classes de alfabetização – 
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Amazonas, 1999. 
 
OLIVEIRA, G. de C. Psicomotricidade: Um Estudo em Escolares com 
Dificuldades em Leitura e Escrita. 1992. 277 f. Dissertação (Mestrado) – Faculdade 
de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1992. 
 
____ Contribuições da psicomotricidade para a superação das dificuldades de 
aprendizagem. In: SISTO, F. F. et all (org.), Atuação psicopedagógica e 
apredizagem escolar. Rio de Janeiro: Vozes, 1996, p. 175-195. 
 
____ Psicomotricidade – Educação e reeducação. São Paulo: vozes, 2002. 
 
PETRY, R. M. Educação Física e Alfabetização. 3ª ed. Porto Alegre; Kuarup Ltda., 
1988. 
 
SISTO, F.; FINI, L.; OLIVEIRA, G.; SOUZA, M.; BRENELLI, R. Matemática e 
alfabetização: mecanismos psicológicos subjacentes. Pró-posições, Campinas, 
v.2, n. 14, p. 49-59, 1994. 
 
SISTO, F. F. Dificuldades de Aprendizagem. In: SISTO, F. F. (orgs.). Dificuldades de 
aprendizagem no contexto psicopedagógico. Rio de Janeiro: Vozes, 2001a. 
 
TOMAZINHO, Regina Célia Z. As atividades e brincadeiras corporais na 
préescola: um olhar reflexivo. Dissertação (Mestrado) – Universidade Presbiteriana 
Mackenzie, São Paulo: 2002. 
 
 
18 
 
7 ARTIGO PARA REFLEXÃO 
PSICOMOTRICIDADE: IDENTIFICANDO NOVOS PARADIGMAS E SUA 
COLABORAÇÃO NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL 
 
AUTORA: HELENA GROSS 
ACESSO EM: 14/06/2016 
 
 
RESUMO 
Procura-se com esta pesquisa apresentar a incidência da psicomotricidade 
sobre a escolaridade apontando os principais aspectos que influenciam o 
desenvolvimento infantil. Visa-se observar os principais conceitos da psicomotricidade 
como o movimento, o intelecto e o afeto buscando entender como a criança se 
desenvolve e a importância desses fundamentos na aprendizagem. Fundamenta-se 
essa pesquisa no construtivismo de Piaget conhecendo os estágios de 
desenvolvimento da criança e entendendo os conceitos de assimilação, acomodação, 
esquemas de ação e equilibrarão. Também se tem por critério de pesquisa, 
compreender o desenvolvimento psicomotor, os conceitos de tonicidade, lateralidade, 
noção corporal, estruturação espaço temporal, práxis globais e práxis fina e fazer uma 
relação com a educação psicomotora e o desenvolvimento infantil, contribuindo assim, 
para fundamentações sólidas a respeito do tema. Portanto, tem-se como objetivo 
conhecer a importância da psicomotricidade no desenvolvimento infantil, para tanto, 
usou-se de metodologia científica, com métodos adequados para o tema explorado, 
sendo uma pesquisa bibliográfica de fontes importantes e reconhecidas acerca do 
tema abordado e investigatória, buscando a realidade apresentada na educação 
infantil. Justifica-se a pesquisa desse tema considerando que, a psicomotricidade 
caracteriza-se por uma ferramenta que se utiliza dos movimentos para atingir outras 
aquisições e compreendendo que a psicomotricidade estuda o homem através de seu 
corpo em movimento, sendo estes as primeiras ações realizadas pelas crianças, 
entendendo que é uma forma de comunicação que abre caminhos para possibilidades 
de aprendizagem e consequentemente cria um elo entre psicomotricidade e 
 
19 
 
desenvolvimento infantil, a partir disso, tentar-se-á encontrar as razões que apoiam a 
psicomotricidade no desenvolvimento infantil. 
 
Palavras-chave: Psicomotricidade, desenvolvimento infantil, educação. 
 
INTRODUÇÃO 
 
Hoje o mundo está crescendo muito rápido e as exigências sociais com o ser 
humanoestão muito grandes. A sociedade exige pessoas críticas, atuantes, que 
saibam se expressar, posicionando-se e comunicando-se com clareza, portanto 
vemos aí a grande necessidade do desenvolvimento motor no processo ensino 
aprendizagem para que o ser humano possa enfrentar as situações do dia -a -dia, 
com maior capacidade e desenvoltura. 
Desde o início dos tempos o homem procurou desenvolver suas habilidades e 
aptidões. Conheceu o fogo, criou a roda, estudou a relação movimento/espaço, foi à 
lua, criou barreiras, destruiu barreiras e estudou os diversos elementos que compõe 
a sociedade. Conheceu o poder da ação e reação, fez de sua inteligência sua arma 
mais poderosa; construtiva e destrutiva. Houve mudança, houve movimento. 
A educação tem uma função essencial e importante neste processo. A escola 
deve ser um local agradável onde a criança sinta prazer em apreender e, 
especialmente trabalhe a coordenação motora das mesmas. 
Para que ela aprenda a conhecer e valorizar o seu corpo cabe aqui salientar a 
necessidade de citar durante o trabalho e em anexo atividades psicomotoras, que 
busquem despertar um melhor desenvolvimento psicomotor da criança, tais como: 
Domínio dos movimentos gestuais do corpo, Movimento com as mãos e os dedos, 
reconhecimento das partes do corpo, entre outros, tal trabalho resultara em uma 
melhor aprendizagem no processo de formação do educando. 
O movimento é o objeto primo da psicomotricidade. Entende-se o significado 
da psicomotricidade como sendo a ciência que tem como objeto de estudo o homem 
através de seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo externo e interno, 
isto é, a capacidade de se movimentar com intenção. Nesta pesquisa aborda-se a 
psicomotricidade no desenvolvimento infantil. 
 
20 
 
Falar de psicomotricidade é falar de possibilidades. Existem possibilidades em 
cada etapa no desenvolvimento da criança, relacionando-a uma à outra. Cada criança 
é única, cada ser é diferente, mas as relações de crescimento estão ligadas 
diretamente a afetividade, cognição e organização. 
Para tanto, o envolvimento desses processos é preenchido com os três 
conhecimentos básicos que norteiam a psicomotricidade, que são o movimento, o 
intelecto e o afeto, estes sim, são individuais e únicos em cada criança. 
O conhecimento do próprio corpo e do seu funcionamento são aspectos 
fundamentais para o desenvolvimento dos aspectos físico, motor e intelectual da 
criança, que se criança for bem trabalhada, principalmente em seus movimentos de 
lateralidade, espaço, tempo e percepção, ela estará melhor preparada para atuar na 
sociedade, também percebeu-se que através das atividades motoras obtém-se 
resultados mais rápidos e compensatórios por parte dos educandos e assim a 
importância do papel da escola e do educador em todo o processo. 
Sendo assim, formamos um espaço, um todo. Entendendo as relações de 
movimento com o meio tornará o indivíduo mais ou menos confiante e compreendem 
desse espaço que vive. 
 
Justificativa do tema 
 
Entende-se que a referida pesquisa é de grande importância, considerando que 
a psicomotricidade se caracteriza por um método que se utiliza dos movimentos para 
atingir outras aquisições, tanto no âmbito da educação quanto da reeducação. Buscar-
se-á as razões que apoiam a psicomotricidade no desenvolvimento infantil, pontuando 
as principais teorias e relacionando-as. 
Compreende-se a importância da psicomotricidade para o desenvolvimento 
infantil, vê-se a necessidade de conhecer as etapas do desenvolvimento humano, 
mais especificadamente os desenvolvimentos infantis, delimitando fatores que faz a 
ligação da criança com o meio. Neste aspecto, observa-se que as primeiras 
percepções corporais da criança irão expressar suas sensações, sentimentos e, é a 
partir do movimento que a criança passa a se conhecer melhor. 
Desenvolver o esquema corporal e a psicomotricidade é parte fundamental 
para uma boa aprendizagem e uma ótima preparação futura perante a sociedade. O 
 
21 
 
autor Saber (1997) afirma que: “É preciso entender que, o domínio de uma atividade 
não é conquistado de imediata. Só o funcionamento de uma ação pode conduzir a um 
aprimoramento dos movimentos”. 
Conhecer o próprio corpo significa ter uma compreensão global do seu 
desenvolvimento. Isso implica conhecer e entender o seu desenvolvimento motor, sua 
lateralidade, saber orientar-se no espaço, ter uma memória sinestésica desenvolvida, 
fazendo com que haja uma interação entre corpo e aprendizagem. 
Avaliando que a criança, desde sua concepção, já possui movimentos, e se os 
mesmos não forem bem trabalhados durante sua infância, trarão sérios problemas na 
vida adulta, cabe ao educador, detectar as dificuldades de aprendizagem, que pode 
ser constatado durante o período escolar, e investigar as causas de forma ampla. 
Sabendo-se que tais dificuldades, podem muitas vezes ser de aspecto orgânicos, 
neurológicos, mentais, psicológicos, adicionados a problemática ambiental em que a 
criança vive. 
Sendo este um ser social, com cultura e linguagem adquiridas durante sua vida 
até o momento, traz consigo todo o conhecimento que já adquiriu. Ele faz parte da 
sociedade e é um ser único, individual e precisa ser trabalhado em sua totalidade, aí 
entra a importância do desenvolvimento psicomotor do processo ensino 
aprendizagem. 
 
Problema de pesquisa 
 
Diante desses fatos, percebe-se a necessidade de pesquisar acerca da 
importância da psicomotricidade para o desenvolvimento infantil, que vem a colaborar 
para a estimulação perceptiva e o desenvolvimento do esquema corporal da criança. 
Assim sendo, questiona-se: O que leva a psicomotricidade ser um fator 
importante no desenvolvimento infantil? 
Nesse sentido, as perguntas de investigação que direcionaram o presente 
estudo foram: 
1. O que é psicomotricidade? 
2. Quais as etapas do desenvolvimento infantil? 
3. Qual a relação da psicomotricidade e o desenvolvimento infantil? 
 
 
22 
 
Objetivos 
A seguinte pesquisa buscou identificar os seguintes objetivos: objetivo geral e 
objetivos específicos. 
 
Objetivo geral 
 
O objetivo geral atende diretamente ao problema da pesquisa, que direciona 
todo o processo de busca, que é: Identificar a importância da psicomotricidade no 
desenvolvimento infantil. 
 
Objetivos específicos 
 
1. Definir psicomotricidade; 
2. Identificar as etapas do desenvolvimento infantil; 
3. Relacionar psicomotricidade e desenvolvimento infantil. 
 
Metodologia geral da pesquisa 
 
A metodologia é um caminho a ser percorrido durante a elaboração e a 
construção de uma pesquisa. A abordagem do problema é de ordem qualitativa, visto 
que se trata de pesquisa social e não aborda tratamento estatístico e no entendimento 
de Richardson (1999, p. 80) “(...) os estudos que empregam uma metodologia 
qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a 
interação entre curtas variáveis, compreender e classificar os processos dinâmicos 
vividos por grupos sociais (...)”. 
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, visto não se fazer uso de materiais de 
campo, ou pesquisa ação, apenas obras já conceituadas cientificamente, ou seja, 
material já elaborado. Confirmando, Gil (1999, p. 65): “Embora em quase todos os 
estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas 
desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Parte dos estudos 
exploratórios podem ser definidos como pesquisas bibliográficas [...]”. 
A pesquisa se classifica, pela sua natureza, como pesquisa pura, pois não se 
tem a intenção de aplicá-la e segundo Gil (1999, p.43), “busca o progresso da ciência, 
 
23 
 
procura desenvolver os conhecimentos científicos sem a preocupação direta com 
suas aplicações e consequências práticas (...)”. 
Também se classifica a pesquisa como descritiva pelo fato de descrever a 
importância da psicomotricidadeno desenvolvimento infantil. Para Gil (1999, p.44), na 
pesquisa descritiva busca-se “juntamente com a exploratória, as que habitualmente 
realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuação prática. São também 
as mais solicitadas por organizações como instituições educacionais, empresas 
comerciais, partidos políticos etc.”. 
A pesquisa não deixa de ser exploratória, pois ao adentrar na opinião de tantos 
teóricos, faz-se exploração do conhecimento científico para produção da pesquisa. 
Segundo Gil (1999, p.43) a pesquisa exploratória “tem como principal finalidade 
desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista, a formulação 
de problemas mais precisos com hipóteses pesquisáveis”. 
 
Estrutura do trabalho 
 
Para a organização da monografia, o texto foi dividido em três seções. Na 
primeira, a introdução, que faz uma apresentação do tema abordado com breve 
explanação do mesmo, seguido do problema que conduziu esta pesquisa e dos 
objetivos propostos. Também apresenta a metodologia utilizada para sua realização 
e a delimitação, além desta estrutura. 
Na segunda seção, o desenvolvimento, relata-se a fundamentação teórica, 
enfocando o que é psicomotricidade, as etapas do desenvolvimento infantil segundos 
principais autores e a importância da psicomotricidade no desenvolvimento infantil. 
Na terceira e última seção, as considerações finais, estão tecidas as falas finais 
desta autora em resposta a pesquisa elaborada no tema psicomotricidade, onde se 
percebeu que com o desenvolvimento psicomotor é possível aumentar a capacidade 
motora, cognitiva e psíquica da criança. 
 
DESENVOLVIMENTO 
 
O ser humano é produto de um processo histórico que vem se expandindo e 
aperfeiçoando de geração a geração, ampliando suas descobertas e curiosidades, 
 
24 
 
sempre lendo e revelando sua linguagem corporal através de gestos, risos, expressão 
facial e sempre buscando onde se encaixar na quebra – cabeça da vida. 
Nesta pesquisa, apresenta-se o embasamento teórico, constituído da definição 
de psicomotricidade, apresentando suas etapas do desenvolvimento infantil com 
ênfase no construtivismo piagetiano e os estágios deste desenvolvimento. Finalizando 
com a descrição da relação entre psicomotricidade e desenvolvimento infantil, através 
da subdivisão da seção com: educação psicomotora, o desenvolvimento psicomotor 
e a influência da psicomotricidade na aprendizagem. 
 
Definição de psicomotricidade 
 
A psicomotricidade refere-se diretamente ao movimento humano. É o 
relacionamento através da ação, é a integração do corpo com a natureza. Como 
ciência, a psicomotricidade é definida tendo como objeto de estudo o homem através 
de seu corpo em movimento relacionado com a sociedade e consigo mesmo. 
As relações do movimento corporal com o meio tornam o indivíduo mais 
confiante e compreendem-te do espaço que ocupa, e consequentemente melhor 
entendimento de suas emoções. 
“Psicomotricidade como a posição global do sujeito, que pode ser entendido 
como a função de ser humano que sintetiza psiquismo e motricidade com o propósito 
de permitir ao indivíduo adaptar de maneira flexível e harmoniosa ao meio que o cerca” 
(DE LIÈVRE Y STAES 1992, p. 39). 
De acordo com Coste (1978, p.23), é a ciência encruzilhada, onde se cruzam e 
se encontram múltiplos pontos de vista biológicos, psicológicos, psicanalíticos, 
sociológicos e linguísticos. 
A psicomotricidade está relacionada ao desenvolvimento das aquisições 
afetivas, cognitivas e orgânicas. Três conhecimentos básicos substanciam esse 
processo: o movimento, o intelecto e o afeto. Compreender esses processos direciona 
o olhar para a criança num todo, visando contribuir para o entendimento desses três 
conhecimentos. 
São conhecimentos básicos relacionados a psicomotricidade: o movimento, o 
intelecto e o afeto. 
 
25 
 
O movimento, segundo dicionário Cegalla (2005), “movimento é o 
deslocamento de um corpo, ou parte dele, no espaço; série de atividades organizadas 
com um fim comum; atividade, ação”. 
Fonseca (1988) define que: “O movimento humano é construído em função de 
um objetivo. A partir de uma intenção como expressividade íntima, o movimento 
transforma-se em comportamento significante”. 
Para abordar o primeiro conhecimento básico é necessário citar Wallon (1971), 
que fundamenta os estágios da criança e foca no estágio inicial, o movimento. Wallon 
define a criança em seu primeiro estágio de desenvolvimento como um ser que 
expressa a emoção no seu corpo e a emoção antecede a cognitividade, defendida por 
Piaget. O movimento segundo Wallon não é entendido apenas como desenvolvimento 
a partir do fisiológico é também uma forma de relação com o meio. O movimento tem 
ação direta sobre o meio, relacionando-se intrinsecamente com o afetivo. 
“O movimento humano é a parte mais ampla e significativa do comportamento 
do ser humano”. É obtido através de três fatores básicos: os músculos, a emoção e 
os nervos, formados por um sistema de sinalizações que lhes permitem atuar de forma 
coordenada” (BARROS & NEDIALCOVA, 1999: p.3). 
O movimento no desenvolvimento infantil tem uma função fundamental, 
principalmente nos primeiros estágios da criança onde está não adquiriu a linguagem 
falada ainda. O movimento tem a função de comunicação. É através do movimento 
que a criança expressa suas sensações e manifesta o contato com o mundo ao seu 
redor. 
Entende-se por comunicação o ato ou ação de comunicar-se, está dada através 
de gesticulação, expressando assim seus desejos, vontades e sentimentos. 
As necessidades físicas ou psíquicas são expressas através do movimento, 
essa, portanto, é a primeira forma de comunicação antes do desenvolvimento da 
linguagem. Essa comunicação através do movimento é definida por Wallon como 
comunicação emocional. A necessidade da criança de se expressar faz com que a 
postura corporal demonstre seu estado orgânico ou emocional. 
O intelecto, segundo Aurélio (2004) define intelecto como inteligência, e 
inteligência como faculdade ou capacidade de aprender, apreender, compreender ou 
adaptar-se facilmente; intelecto, intelectualidade, destreza mental; agudeza, 
perspicácia. 
 
26 
 
O processo de cognição leva ao desenvolvimento do intelecto, isto é, quanto 
mais aquisição do conhecimento, maior a maturação do processo intelectual. 
Neste segundo conhecimento básico tem-se como base de fundamentação 
Piaget. De acordo com Piaget, a aprendizagem é decorrência do desenvolvimento 
cognitivo, vinculado por sua vez, à maturação biológica e a qualidade dos desafios do 
meio. 
O intelecto está relacionado ao cognitivo, que faz relação com o movimento 
para se estabelecer a comunicação com o meio. Voltando ao primeiro conhecimento 
básico com referência a comunicação, Wallon define que a maturação e 
aprendizagem – processo de desenvolvimento do intelecto – estão condicionadas 
pela riqueza do intercâmbio emocional e da comunicação com o outro. 
O afeto é definido como afeição, carinho, atenção, simpatia. As aquisições 
afetivas vêm completar os conhecimentos básicos. A ação é impulsionada pela 
emoção “Emoção é a referência a um sentimento e seus pensamentos distintos, 
estados psicológicos e biológicos, e a uma gama de tendências para agir. Há centenas 
de emoções, juntamente com suas combinações, variações, mutações e matizes” 
(GOLEMAN, 1996, p. 34). 
Todos os movimentos, gestos, mímicas são expressos pela emoção, indicando 
uma pré-linguagem. A criança associa novos significados e percepções as suas ações 
a sua consciência e a sua cognição, possibilitando o desenvolvimento da afetividade 
e consequentemente da inteligência. 
A afetividade tem papel fundamental no desenvolvimento infantil, existem dois 
fatores das quais a afetividade é dependente: o orgânico e o social. 
“[…] a constituição biológica da criança ao nascer não será a lei únicado seu 
futuro destino. Os seus efeitos podem ser amplamente transformados pelas 
circunstâncias sociais da sua existência, onde a escolha individual não está ausente” 
(WALLON, 1971, p. 34) 
O aspecto afetivo por si só não pode modificar as estruturas cognitivas, mas 
pode influenciar as estruturas a se modificar. No processo de ensino-aprendizagem, 
o aspecto afetivo é de grande importância para compreender que cada criança é 
única, tanto no desenvolvimento afetivo, quanto no cognitivo. 
Afetividade é um termo que usamos para identificar um domínio funcional, este 
por sua vez, de acordo com Wallon (1971), são quatro: o ato motor; o conhecimento; 
 
27 
 
a afetividade e a pessoa. São eles que dão uma determinada direção ao 
desenvolvimento e no decurso da vida humana, cada um desses domínios tem seu 
próprio campo de ação e organização, mas mantém em relação com os demais uma 
espécie de mecanismo interfuncional. 
A criança, no decorrer de seu desenvolvimento, estabelece diferentes níveis de 
relacionamento, a partir dessas relações, também modifica suas sensações em 
relação à afetividade. Intrinsecamente, todos os três conhecimentos básicos estão 
ligados. É através do movimento, que a criança expressa suas emoções, e através 
das emoções em relação com o meio que ela desenvolve sua cognição. 
Considera-se a emoção altamente orgânica, pois é a partir das reações 
fisiológicas da criança, que as emoções são expressas. Estas fazem modificar as 
reações do organismo, como mudanças no batimento cardíaco, sensações corporais, 
entre outros. A emoção faz com que a criança se relacione com o meio e passa a se 
conhecer melhor. 
Portanto, é necessário considerar de forma integrada os três conhecimentos 
básicos, entendendo que o desenvolvimento da afetividade vai influenciar diretamente 
no desenvolvimento do cognitivo da criança. 
 
As etapas do desenvolvimento infantil 
 
Quando se refere as etapas do desenvolvimento infantil nos remetemos as 
correntes da psicologia. Etimologicamente, a palavra psicologia tem sua origem na 
língua grega, onde psiché quer dizer alma e logia, razão significando então, o tratado 
da alma. 
A psicologia tem grande influência na educação. Existem práticas pedagógicas 
que, ora oscila em favor de uma tendência subjetivista, e ora por uma tendência 
objetivista de sujeitos. Foi a partir dos anos 70, no Brasil, que a perspectiva teórica 
que influenciou o modo como processo de ensino-aprendizagem seria definido. 
Chamamos então, de Behaviorismo ou Comportamentalismo. 
Em diferentes partes do mundo, teóricos da educação procuraram criticar o 
modo reducionista de conceber a aprendizagem, propondo visões alternativas. Dentre 
esses teóricos, os Gestaltistas se destacaram pela teoria de Gestalt, que estuda os 
processos cognitivos envolvidos na percepção e na aprendizagem. Por ser inovadora 
 
28 
 
e convincente, a teoria de Gestalt inspirou o surgimento de um campo da psicologia 
que estuda a aprendizagem, a psicologia cognitiva. 
A psicologia da educação estava insatisfeita com a noção de um sujeito 
determinado por sua natureza individual externa, sentiu-se necessidade de uma 
concepção que contemplasse a interação entre indivíduo e realidade. 
Nesse contexto, a teoria genética de Jean Piaget se fortalece passando a ser 
estendida a educação sob a denominação de Construtivismo Piagetiano. 
 
Construtivismo piagetiano 
 
Jean Piaget (1975) buscou romper com as perspectivas aprioristas, ou seja, 
que aceita, na ordem do conhecimento, fatores independentes da experiência; e as 
teorias ambientalistas, introduzindo uma teoria do desenvolvimento da inteligência 
baseada na interação do sujeito com os objetos do conhecimento. 
Segundo Jean Piaget (1975) os atos biológicos são atos de organização e 
adaptação ao meio ambiente. O termo organização refere-se à tendência invariável 
das espécies de organizar seus processos internos em sistemas coerentes. O 
termo adaptação se dá quando o organismo se transforma em função do meio e 
quando essa variação tem como efeito um acréscimo das trocas entre ambos. A 
inteligência, portanto, seria uma forma especial de adaptação biológica. 
Existem outros quatro conceitos que Jean Piaget define como básicos no 
processo de desenvolvimento infantil e intelectual, são eles: 
• Assimilação: é quando o indivíduo incorpora em seu ser, ou seja, 
assimila as características externas do meio à sua estrutura interna; 
• Acomodação: o indivíduo após assimilar as características externas, ele 
as acomoda para suportar as pressões do ambiente; 
• Esquemas de ação: A partir da assimilação e acomodação, o indivíduo 
(bebê) apresenta comportamentos baseados em reflexos, que são as respostas 
automáticas dadas pelo organismo ao ambiente. Neste contexto, vê-se que o 
movimento, um dos conhecimentos básicos da psicomotricidade, é a primeira 
forma de comunicação do indivíduo, relacionando ao desenvolvimento da 
psicomotricidade. Esses reflexos são transformados posteriormente, segundo 
Piaget em esquemas de ação. 
 
29 
 
Enquanto um bebê de alguns meses de vida utiliza esquemas de 
comportamento, uma criança quando estaria na escola trabalharia seu cérebro 
realizando assim operações mentais, ou seja, os esquemas de ação permeiam até o 
desenvolvimento total do intelecto do indivíduo. 
• Equilibração: Essa etapa é um importante segmento na teoria 
piagetiana. Seria uma forma de adaptação que procura maximizar as interações 
organismo-meio através da construção de novos instrumentos de compreensão e 
ação sobre a realidade. Esses conhecimentos vão sendo gerados e surgindo 
através de outros já existentes. 
 
Os estágios de desenvolvimento segundo Piaget 
 
Os períodos que marcam o desenvolvimento intelectual da criança, segundo 
Piaget (1975) são, período sensório-motor; período operatório; período operatório 
formal. 
• Período sensório-motor (compreende de zero a dois anos): A inteligência 
sensório-motora caracteriza-se pela ausência de pensamento, 
representação ou linguagem. A atividade intelectual é puramente sensorial 
e motora em sua interação com o ambiente. O estágio sensório-motor é 
dividido em seis sub-estágios: 
• Estágio reflexo: os efeitos da experiência estão centrados nos 
mecanismos providos de hereditariedade: sucção, preensão, choro, etc. 
ainda que as aprendizagens sejam significativas, estão ainda submetidas 
à esfera dos reflexos. 
• Estágio das reações circulares primárias: caracteriza-se pela tendência 
de exercitar os esquemas descobertos a partir dos reflexos através de 
comportamento repetitivos. Os exercícios dos primeiros esquemas mentais 
são denominados reações circulares primárias. As reações circulares, 
nesse estágio, centram-se no corpo do bebê que, por exemplo, aprende a 
levar o dedo na boca. 
• Estágio das reações circulares secundárias: elementos externos ao 
corpo do bebê são incorporados aos esquemas até então construídos. O 
bebê começa a engatinhar e manipular as coisas mais intensamente. As 
 
30 
 
imitações passam a ser sistemáticas. O bebê torna-se capaz de produzir 
eventos interessantes descobertos, por acaso, o que envolve uma atividade 
mais complexa e intencional. 
• Estágio da coordenação dos esquemas secundários: as ações do bebê 
passam a visar uma meta pré-determinada. Surge o comportamento 
instrumental e a busca ativa dos objetos desaparecidos. Se um objeto é 
colocado entre o bebê e o objeto que ele deseja alcançar, ele desenvolve 
meios para remover o obstáculo. O bebê tenta utilizar como meios 
esquemas desenvolvidos em outras situações, generalizando padrões de 
comportamento previamente adquiridos (assimilação generalizadora). No 
decorrer dessas generalizações, os esquemas vão sendo modificados, 
mas o bebê só retém os que funcionam para remover o obstáculo. Nesse 
estágio, a acomodação dos antigos esquemas à experiência adquirida com 
as novas açõesdepende do sucesso dessas ações. 
• Estágio das reações circulares terciárias: nesse estágio, o bebê está 
aprendendo, ou já aprendeu a andar, e sai em busca de novidades. Não 
foca seu interesse apenas nela mesma, ou nos objetos que servem de 
meios para alcançar determinados fins, passando a ter curiosidade pelos 
objetos sob um outro ponto de vista. Começa a atribuir permanência e 
reconhecer que eles têm uma existência independente dela própria. Põe 
em prática, o ensaio-e-erro para descobrir as propriedades dos objetos, 
enquanto vai acomodando seu próprio comportamento a eles, e 
assimilando novos esquemas sem dificuldade. 
• Início da representação: esse estágio representa a transição para o 
próximo período de desenvolvimento, no qual a criança torna-se capaz de 
utilizar símbolos mentais e palavras para referir-se a objetos ausentes. A 
representação significa a libertação do aqui e agora, introduz a criança no 
mundo das possibilidades. Agora, para imitar a criança ensaia mentalmente 
em lugar de repetir diversas vezes um comportamento. O conceito de 
permanência do objeto é completamente elaborado. Devido à capacidade 
de representação mental a criança pode reconstruir uma série de 
deslocamentos invisíveis do objeto. É uma fase que revela o início da 
descentração. 
 
31 
 
o Período operatório: 
• Estágio pré-operatório: caracteriza-se pelo exercício das habilidades 
representacionais, pelo egocentrismo e pela socialização progressiva do 
comportamento. O egocentrismo corresponde à indiferenciada entre o 
próprio ponto de vista e o dos outros, ou entre a própria atividade e as 
transformações que ocorrem na realidade. É inconsciente, pois tomar 
consciência dele, o destrói. 
A partir dos dois anos o desenvolvimento do vocabulário e, consequentemente, 
da linguagem, facilita o desenvolvimento conceitual, da socialização da ação, da 
internalização da palavra como pensamento propriamente dito. O pensamento passa 
a construir-se pela internalização da ação, constituindo uma linguagem interna e um 
sistema de signos. A ação deixa de ser puramente perceptiva e motora, tornando-se 
uma representação intuitiva por meio de imagens e experimentos mentais. O 
egocentrismo, ainda se expressa dos três aos sete anos. 
• Estágio operatório concreto: esse estágio compreende o período dos 
sete a onze anos. A criança desenvolve o uso do pensamento lógico. Já 
pode solucionar problemas de conservação e a maioria dos problemas 
concretos, demonstrando capacidade de seriação e de classificação. Pode 
pensar logicamente, mas não pode aplicar a lógica a problemas hipotéticos, 
abstratos. No campo afetivo, a conservação de sentimentos, a formação da 
vontade, e o início do pensamento autônomo levam a criança a considerar 
os motivos dos outros nos seus julgamentos morais, o que demonstra uma 
superação do egocentrismo. 
• Período operatório-formal: Nesse estágio, as estruturas cognitivas 
(esquemas) qualitativamente maduras, e o indivíduo torna-se 
estruturalmente apto a aplicar operações lógicas a problemas hipotéticos. 
O adolescente torna-se capaz de raciocinar sobre a lógica de um 
argumento independentemente de seu conteúdo. 
 
A relação entre psicomotricidade e desenvolvimento infantil 
 
O desenvolvimento é um processo ativo, dinâmico e interativo, que vai 
acontecendo no desenrolar da vida. Como visto nos três conhecimentos básicos, a 
 
32 
 
criança, no processo de desenvolvimento, passa pelas três etapas que são, o 
movimento, o intelecto e o afeto. A partir de cada um deles observa-se a importância 
da psicomotricidade no desenvolvimento infantil (Idem). 
 
Educação psicomotora 
 
A educação física tem um papel fundamental no desenvolvimento psicomotor 
da criança. É através dela que as crianças vão demonstrar suas habilidades e 
dificuldades em relação ao movimento. A educação física é baseada nas 
necessidades da criança. Tão importante quanto se alimentar, ela deve ser bem 
condicionada a fim de desenvolver meios para que a criança se sinta estimulada e 
consequentemente tenha um bom desenvolvimento. 
Entende-se que o desenvolvimento da criança acontece através dos três 
conhecimentos básicos, sendo o movimento o primeiro meio de comunicação da 
criança. É a partir desses conhecimentos que a criança toma consciência de si 
mesma, passando a conhecer seu corpo num todo, entendendo assim a importância 
de se expressar e compreender o meio em que vive. 
A educação física escolar tem como objetivo principal incentivar os movimentos 
corporais buscando compreender todas as etapas da vida. A educação psicomotora 
bem desenvolvida pode detectar problemas futuros e até mesmo resolvê-los, em 
relação à concentração, coordenação, dificuldades de aprendizagem. As habilidades 
da criança, bem desenvolvidas possibilitam que estas aprendam melhor ou que, 
possam ser detectadas com antecedência problemas como citados acima, 
colaborando assim para corrigi-los. 
O esquema corporal da criança deixa de ser limitado tornando-a mais 
perceptiva ao meio. Entende-se por esquema corporal o ritmo, o tempo e o espaço da 
criança. 
Tanto o afeto, quanto o intelecto é desenvolvido a partir do movimento – 
atividade física – que possibilita esse desenvolvimento. É necessário que a criança 
tenha uma boa coordenação motora para iniciar seu processo de escrita, assim como 
para a leitura é necessário que consiga concentrar-se. Portanto a educação 
psicomotora no ensino infantil exerce um papel fundamental em toda a vida do 
indivíduo. 
 
33 
 
“É a educação um fato social tão antigo quanto o próprio homem, devendo ter 
sido praticada desde que apareceu na terra a primeira família humana. Coincide, 
assim, o início da história da educação com o da história da humanidade” (BELLO, 
1978 p. 9). 
Não é possível falar de educação sem relatar um pouco da história da mesma. 
História essa que começou com o início da humanidade no planeta terra, e continua 
até os dias atuais, num processo contínuo e complexo que tem suas raízes na família 
e em sua cultura, refletindo-se na sociedade em que está inserido. A educação não é 
apenas aquela formal que a escola oferece, mas toda e qualquer vivência que o ser 
humano está em contato e que vivencia. A educação primitiva não seguia regras 
formais, mas tudo dependia da maneira como os povos viviam e, como sua cultura 
era inserida na sociedade. 
Era assim a educação informal dos povos primitivos, que deram origem à nossa 
educação dos dias de hoje, não era como a atual que segue regras, tudo acontecia 
de forma natural e espontânea mesmo que algumas pessoas copiassem umas das 
outras, sem perceber. Essa educação imitativa foi explicada por John Devey: “Como 
esclarece John Dewey, nessas sociedades primitivas são todas as instituições que 
exercem a influência educativa sem que nenhuma delas tenha propriamente, essa 
função” (apud BELLO, 1978, p. 13). 
No início dos tempos a escola não era institucionalizada, não havendo uma 
pessoa qualificada especificamente para a educação do povo, esse processo 
acontecia de forma que toda a comunidade exercia poderes e auxiliava de maneira 
direta ou indireta na educação. Todas as instituições participavam igualmente. 
A educação, portanto, não existia de forma sistematizada, ela consistia quase 
que exclusivamente na imitação das atividades que os adultos realizavam e as 
crianças os imitavam. Com o passar dos anos foram surgindo pessoas preocupadas 
em descobrir e conhecer sempre mais sobre o processo educacional, conhecer mais 
sobre o mundo e suas transformações, surgindo aí estudiosos que até hoje buscam 
respostas para o desenvolvimento humano e social. A educação foi muitas vezes 
identificada com o conceito mais restrito de instrução. 
Hoje, temos a noção de que todas as influências, todos os estímulos que 
provocam uma série de reações da parte do indivíduo, têm alguma influência no seu 
caráter e fazem parte,portanto, da sua educação. 
 
34 
 
“Ninguém nasce feito. Vamos nos fazendo aos poucos na prática social em que 
tomamos parte” (FREIRE, 2001, p.88.). 
Num sentido amplo, podemos dizer que a educação é um longo processo de 
desenvolvimento, inicia desde o nascimento do indivíduo, assim sendo moldado na 
família, na sociedade e principalmente na escola. A formação do ser vai depender 
muito das pessoas que irão fazer parte de sua convivência no processo educacional. 
Há várias formas de se conceber o fenômeno educativo. Por sua própria 
natureza, não é uma realidade acabada que se dá a conhecer de forma única 
e precisa em seus múltiplos aspectos. É um fenômeno humano, histórico e 
multidimensional. Nele estão presentes tanto a dimensão humana quanto a 
técnica, a cognitiva, a emocional, a sócio-política e cultural. Não se trata de 
mera justaposição das referidas dimensões, mas, sim, da aceitação de suas 
múltiplas implicações e relações (MIZUKAMI, 1986. p. 1). 
Sendo assim, a educação não começou e nem vai terminar hoje, ela é um 
processo que sempre busca inovações, correções e aplicações em diversos níveis de 
conhecimento. O ser humano faz parte da natureza, da sociedade e do universo como 
um todo, estando sempre em contato com o novo, aprendendo com tudo que está à 
sua volta, tanto ensinando como revisando. Pois aprender é isso: um processo de 
aceitação, assimilação, revisão multidimensional de tudo e de todo o conhecimento, 
sendo ele empírico ou científico. 
O indivíduo, nesse processo, é caracterizado pelas suas dimensões humanas, 
emocionais, cognitivas, sua vivência sócio histórica e cultural a qual produz e renova 
seus saberes. Sendo assim, o ser humano está sempre em contato com o novo, 
adquirindo e formando sempre novos conhecimentos, que serão parte fundamental 
de sua formação. 
Conforme Mizukami (1986, p.2): “O conhecimento é uma ‘descoberta’ e é novo 
para o indivíduo que a faz. O que foi descoberto já se encontrava presente na 
realidade exterior. Não há construção de novas realidades”. 
O ser humano é dotado de uma capacidade que muitas vezes nem ele se dá 
conta, pois a todo o momento está adquirindo conhecimentos novos e transformando 
os já existentes. Sendo assim, cada indivíduo interpreta o mundo à uma maneira e 
através dos diferentes olhares, uma forma a sua concepção. 
Cada ser é único e tem uma maneira de ver o mundo, com o seu jeito de 
aprender o novo. Um homem pode entrar em contato, por exemplo, com um livro muito 
antigo, que muitas pessoas já o leram e sugaram segundo eles toda a sua essência. 
 
35 
 
Porém esse homem, ao lê-lo, conseguiu retirar algo dele que jamais alguém havia 
percebido, isso não quer dizer que o conhecimento do livro mudou, mas, a forma como 
as pessoas interpretam é que é diferente. 
Nessa realidade de existência e transformação do conhecido para algo novo, o 
processo de conhecimento passa por transformações onde muitas vezes o ser 
humano não consegue aprender sozinho, ele necessita de seres que o ajudem. Sendo 
assim, todo ser ao iniciar seu contato com a sociedade precisa de pessoas 
conscientes que lhe mostrem o caminho a seguir, e lhe guie neste processo. Sendo 
assim, o professor tem que estar preparado no momento em que a criança chega à 
escola. 
“Dizemos que a criança está pronta para aprender, quando ela apresenta um 
conjunto de condições, capacidades, habilidades e aptidões consideradas como pré-
requisitos para o início de qualquer aprendizagem” (DROUET, 2001 p. 27). 
Dessa forma, constatamos que a criança é um ser que vive em constante 
transformação, e não podemos dizer que está pronta e acabada. Portanto, ela se 
desenvolve pelas vivências e momentos, desenvolvimento esse que envolve seu lado 
psicomotor, o que é muito importante para sua formação. 
Quando a criança apresenta dificuldades de aprendizagem, na maioria das 
vezes, uma simples atividade que envolva seu corpo pode solucionar tal problema. 
Cabe ao educador ter o conhecimento e ajudar seu aluno, já que toda criança tem 
capacidades, habilidades e aptidões. Basta só ser observada com carinho, pois o seu 
futuro depende muito da sua formação inicial que acontece na família e principalmente 
na escola. 
O educador, através do seu conhecimento que adquiriu no decorrer do tempo, 
deve buscar maneiras diferentes para conduzir todo o processo de educação, tendo 
em mente que todo e qualquer indivíduo pode apresentar mudanças através do meio 
que vive. Educar significa que o próprio educador deve criar sua identidade, ser crítico 
e consciente, capaz de mudar os caminhos da educação. 
Sendo a escola o local onde a criança irá receber estímulos para continuar 
desenvolvendo suas capacidades psicomotoras é de suma importância que o 
educador busque inovar e aperfeiçoar a cada momento sua maneira de trabalhar tanto 
o lado motor como o afetivo da criança que é parte fundamenta do processo. 
 
36 
 
Quando uma criança apresentar problemas de aprendizagem, é muito 
importante que o educador busque constatar, e consequentemente tente saná-lo. Se 
o problema for mais grave, deverá buscar ajuda de outros especialistas. 
É muito importante que, mesmo que sejam pequenas essas dificuldades, o 
professor não deixe passar por despercebido, pois uma simples troca do tipo ‘ P por 
B’, pode parecer simples mais não o é. Essa simplicidade de erros pode causar com 
o passar do tempo uma enorme dificuldade de aprendizagem. 
Conforme afirma Seber (1997, p. 65): “É preciso entender que, o domínio de 
uma atividade não é conquistado imediato. Só o funcionamento de uma ação pode 
conduzir a um aprimoramento dos movimentos”. 
Conhecer o próprio corpo significa ter uma compreensão global do seu 
desenvolvimento. Isso implica conhecer e entender o seu desenvolvimento motor, sua 
lateralidade, saber orientar-se no espaço, ter uma memória sinestésica desenvolvida, 
fazendo com que haja uma interação entre corpo e aprendizagem. Mas, é preciso 
entender que qualquer atividade que a criança fará de imediato ela não terá domínio 
do seu corpo. Somente a continuidade de atividades fará com que haja o 
aprimoramento dos seus movimentos. 
“O ser humano, comparado com outras espécies animais, possui um 
desenvolvimento motor bastante lento e isso acontece porque o cérebro da criança 
está sendo programado para atividades mais complexas que envolve a linguagem, o 
raciocínio lógico, poder de espacialização e amadurecimento das emoções” 
(ANTUNES, 2001, p. 153). 
O desenvolvimento motor relacionado à criança está incluído num processo 
lento de aquisições de conhecimentos. Isso porque, comparado com o de outros 
animais, o cérebro humano é programado para atividades complexas como a 
linguagem, raciocínio lógico, localização espacial, e amadurecimento das emoções, 
enquanto o animal apenas preocupa-se com o seu desenvolvimento motor, (pois é um 
animal irracional). 
O homem tem que estar se desenvolvendo num todo. Por isso, faz-se 
necessário trabalhar em cima de estímulos com a criança desde pequena, 
desenvolvendo um conjunto de habilidades que engloba o domínio do esquema 
corporal, só assim ela chegará à fase adulta sem problemas de aprendizagem, fazer 
com que ela viva o real e o imaginário formando sistemas de interpretação do mundo, 
 
37 
 
da cultura em que faz parte e do meio em que vive, construindo e ampliando sua 
história. 
É na escola, através da mediação do professor com o aluno, que o processo 
de desenvolvimento ocorre por completo. O ser humano por si só, não consegue 
desenvolver-se sozinho, ele necessita de estímulos e de um mediador para que esse 
processo se realize. 
O educador, enquanto professor atuante terá um papel fundamental fazendo a 
relação entre o amadurecimento do seu organismo, com estímulos trabalhados para 
desenvolver melhor a motricidade do aluno. Para que essa mediação aconteça faz-se 
necessário que ele esteja preparado e conheça sobre oassunto, devendo estar 
sempre em busca constante do conhecimento, para poder ajudar seu aluno. 
Despertando através de atividades a motivação, unindo corpo e mente e 
através da expressão tornar o educando um ser criativo, desenvolvido, apto a realizar 
atividades mais complexas. 
Portanto, cabe a nós educadores, buscar a interação do movimento na escola 
com objetivos e metas bem traçadas. Sendo eles peçam fundamental no aprendizado 
do aluno é de suma importância que se trabalhe na educação infantil e nas séries 
iniciais, de forma interessante e prazerosa. Que as atividades aplicadas para 
desenvolver corpo – movimento sejam estimuladoras e contribuam para desenvolver 
o aluno no todo, não esquecendo que o motor não pode ficar isolado. 
É através do desenvolvimento motor e das habilidades básicas que a criança 
consegue ter uma aprendizagem globalizada e estará preparada para viver na 
sociedade a qual está inserida. De maneira alguma podemos separar movimento e 
atenção pois é um processo interligado, somente trabalhando juntos é que o educando 
terá um desenvolvimento completo de seu corpo e mente. 
A aprendizagem da criança está interligada ao seu desenvolvimento 
psicomotor, portanto, enfatizamos a importância da formação do educador, 
interligando-se numa proposta pedagógica que proporcione à criança a visualização 
de todo processo, aprendendo a conhecer, a conviver, a fazer e ser, transformando-
se em um indivíduo atuante e integrado em seu meio social. 
O educador deve ser criativo em todos os aspectos, analisando: espaço, 
materiais e atividades que condigam com a idade da criança, usando técnicas bem 
criativas que venham somar no desenvolvimento e aprendizado do educando, fazendo 
 
38 
 
com que o mesmo aprenda a se comunicar com o mundo pela linguagem corporal e 
que sinta prazer em aprender através das atividades motoras propostas. 
“É de suma importância o papel dos educadores – pais e professores nos 
processos fundamentais do desenvolvimento humano” (JOSÉ, 2000. p. 09). 
A partir do momento em que todos os agentes envolvidos no processo do 
desenvolvimento da aprendizagem da criança sejam os pais e professores 
principalmente, faz-se necessário que eles estejam completamente engajados na 
compreensão dos princípios do processo de aprendizagem, o educando poderá 
desenvolver-se naturalmente sem maiores problemas de traumas e tabus. 
Por isso é desejável que futuros profissionais da educação obtenham alto grau 
de conhecimento e preparo para o desempenho de suas atribuições; buscando juntas, 
escola e família fazer um trabalho em prol da criança e seu desenvolvimento, não 
esquecendo que ela não é um adulto em miniatura e sim um ser em constante 
transformação e necessita de todas as atenções, para vir a ser um adulto apto a viver 
no meio social. 
Conforme afirmação de José (2000, p. 09): “Quando se fala em crescimento, 
todo mundo se lembra facilmente de aumento de estatura, de peso, e outras 
mudanças tanto estruturais como orgânicas que ocorrem na constituição física”. 
Muito mais amplo e complexo que as mudanças estruturais, são as mudanças 
que ocorrem no organismo e na personalidade do ser humano, de tal maneira que o 
desenvolvimento da criança se dá de forma amplamente integrada. Nessa integração 
estão contidas: a hereditariedade, ambiente, maturação e aprendizagem. 
O entendimento do educador é imprescindível para que o desempenho do 
educando, possa ser conduzido de maneira correta e objetiva, com total sucesso dos 
objetivos pedagógicos. 
Muitas vezes nos preocupamos com o desenvolvimento mental e intelectual, 
nos esquecendo de toda mudança estrutural, inclusive de ordem orgânica que envolve 
o desenvolvimento integrado da criança. Portanto, precisamos estar atentos, pois a 
criança possui um esquema corporal, movimentos e todo o lado psicológico, e esses 
aspectos são de suma importância para o desempenho de uma aprendizagem 
completa. 
 
Desenvolvimento psicomotor 
 
39 
 
 
De acordo com Barreto (2000, p. 54), “O desenvolvimento psicomotor é de 
suma importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação dos 
tônus, da postura, da direcional idade, da lateralidade e do ritmo”. 
A organização de todas as áreas de pende do desenvolvimento motor sendo 
este responsável pelas habilidades e/ou dificuldades motoras que o indivíduo 
apresentará. É também responsável pela progressão do intelecto. 
Os estímulos dados à criança na fase da educação infantil possibilitam maior 
integração da mesma ao meio, favorecendo a adaptação. É importante que a criança 
tenha contato com atividades dinâmicas, como jogos, brincadeiras, que contribua para 
seu desenvolvimento psicomotor. 
Para o corpo desenvolver suas funcionalidades é necessário um bom 
desenvolvimento psicomotor. Segundo Fonseca (1995), sete fatores são os que 
norteiam o desenvolvimento psicomotor: 
• Tonicidade: É a que indica os tônus muscular, exerce um papel de suma 
importância no desenvolvimento motor da criança. Ela garante, além das 
atitudes, todos os sentidos de postura, mímicas e emoções de onde vêm 
as atividades motoras. 
• Equilíbrio: O equilíbrio é o conjunto estático das aptidões. Abrange o 
controle postural e de locomoção. Esse equilíbrio estático caracteriza-se 
pelo tipo de equilíbrio conseguido em certa posição. Já o equilíbrio 
dinâmico é aquele que se consegue por um corpo em movimento. 
• Lateralidade: A lateralidade do corpo se refere a dominância lateral da 
mão, olho e pé, capacitando o indivíduo a desenvolver as aptidões 
adquiridas. 
A lateralidade manual surge geralmente no fim dos doze meses de vida e no 
início do segundo ano, mas vai firmar seu estabelecimento físico por volta dos quatro 
ou cinco anos de idade. 
• Noção corporal: Trata-se da noção da personalidade da criança, ou de 
sua formação. É o momento em que o indivíduo toma consciência do seu 
corpo, separando-o por partes e cuidando mais do aspecto estático. Nesse 
momento também a criança percebe que por intermédio do corpo há 
algumas possibilidades de se expressar. 
 
40 
 
• Estruturação espaço-temporal: Em função da lateralidade e da noção 
corporal forma-se a estruturação do espaço temporal. A partir da 
motricidade e das múltiplas relações com o meio e com os fatores citados 
que se desenvolve a consciência espacial. A criança passa a conhecer seu 
próprio corpo tomando consciência de lugar e espaço. 
• Praxia global: É a capacidade de realizar movimentos voluntários pré-
estabelecidos com a intencionalidade de alcançar um objetivo. 
• Praxia fina: É a relativa compreensão de todas as tarefas motoras finas. 
Tem relação com os movimentos de olhos e mãos. 
 
A influência da psicomotricidade na aprendizagem 
 
O desempenho motor da criança está intrinsecamente ligado à aprendizagem. 
As habilidades motoras de recorte, colagem, escrita e o desenvolvimento do intelecto 
requerem conhecimento do próprio corpo. Se os estímulos forem realizados de forma 
a abranger todas as áreas do corpo, certamente o desenvolvimento psicomotor se 
dará plenamente, contribuindo assim para uma melhor aprendizagem. 
O desenvolvimento psicomotor bem estimulado para contribuir para evitar 
problemas de aprendizagem. Estes podem ter várias causas como: causas 
neurologias, sensoriais, emocionais, sociais, intelectuais ou problemas físicos. É 
importante conhecer a causa para auxiliar a criança. 
A educação psicomotora pode favorecer o desenvolvimento das capacidades 
existentes e a motivação é um fator fundamental para a aprendizagem. 
“Se eu tivesse que reduzir toda a psicologia educacional a um único princípio, 
diria isto: O fator isolado mais importante que influencia a aprendizagem é aquilo que 
o aprendiz já conhece. Descubra o que ele sabe e baseie nisso seus ensinamentos” 
(AUSUBEL, NOVAK, HANESIAN, 1980) 
Ausubel nos remete a aprendizagem significativa, para que ela ocorra é 
necessário que

Outros materiais