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Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 79 Se a gente quiser modificar alguma coisa, é pelas crianças que devemos começar. Ayrton Senna ADAPTAÇÕES DO CURRÍCULO13 Prezado(a) aluno(a), estamos chegando ao final do nosso trabalho e falta falarmos de como podemos adaptar o currículo para nossos alunos especiais. Como observamos ao longo desta apostila, temos, enquanto educadores, diversas possibi- lidades de atuação diante de alunos com neces- sidades educacionais especiais. É correto e im- portante pensar que a convivência com colegas que não possuam necessidades educacionais especiais é fundamental para o desenvolvimen- to pleno do indivíduo. Porém, como dissemos no início, a escola vai desenvolver a potencialidade humana de cada aluno, mas também vai desen- volver suas possibilidades cognitivas, sejam elas quais forem. Partimos sempre do pressuposto de que TODOS aprendem! Para que isso aconteça, é ne- cessário que as escolas, em conjunto com os pro- fessores, tenham uma prática pedagógica que possibilite a aprendizagem de todos. Os Parâmetros Curriculares Nacionais e as diretrizes da educação especial apontam a neces- sidade de os professores e as escolas realizarem adaptações metodológicas e didáticas, isto é, ve- rificar quais são as melhores formas de interferir no procedimento de atuação do aluno. Aqui es- tão algumas sugestões: Focalizam as formas de ensinar e avaliar, bem como os conteúdos a serem minis- trados, considerando a temporalidade. São definidas como alterações realiza- das nos objetivos, conteúdos, critérios e procedimentos de avaliação, atividades e metodologias para atender às diferenças individuais dos alunos. Medidas adotadas para as adaptações nos elementos curriculares: situar o aluno nos grupos com os quais melhor possa trabalhar; • adotar métodos e técnicas de ensino e aprendizagem específicas para o alu- no, na operacionalização dos conteú- dos curriculares, sem prejuízo para as atividades docentes; • utilizar técnicas, procedimentos e ins- trumentos de avaliação distintos da classe, quando necessário, sem alterar os objetivos da avaliação e seu conteú- do; • propiciar apoio físico, visual, verbal e outros ao aluno impedido em suas ca- pacidades, temporária ou permanen- temente, de modo que permita a rea- lização das atividades escolares e do processo avaliativo. O apoio pode ser oferecido pelo professor regente, pro- fessor especializado ou pelos próprios colegas; • ntroduzir atividades individuais com- plementares para o aluno alcançar os objetivos comuns aos demais colegas. Essas atividades podem realizar-se na própria sala de aula ou em atendimen- tos de apoio; • introduzir atividades complementares específicas para o aluno, individual- mente ou em grupo; • eliminar atividades que não benefi- ciem o aluno ou lhe restrinjam uma participação ativa e real ou, ainda, que esteja impossibilitado de executar; • suprimir objetivos e conteúdos cur- Marcia Regina Zemella Luccas Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 80 riculares que não possam ser alcan- çados pelo aluno em razão de sua(s) deficiência(s); substituí-los por objeti- vos e conteúdos acessíveis, significa- tivos e básicos para o aluno. (BRASIL, 1999, p. 43-44). Esperamos que os conteúdos aqui aborda- dos possam auxiliar você, professor, a refletir, na sua prática diária, sobre os alunos com necessida- des educacionais especiais. 13.1 Resumo do Capítulo Para que o aluno aprenda, é necessário que haja adaptações, sejam elas de pequeno porte, sejam de grande porte. Além disso, é necessário observar o aluno de forma a compreender e apreender como ele aprende, facilitando, assim, seu percurso de aprendizagem. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem. 13.2 Atividade Proposta Agora, responda: 1. Cite as alterações que devem ser realizadas para que se planejem possíveis adaptações curri- culares. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 81 Traga dúvidas e incertezas, doses de ansiedade, construa e desconstrua hipóteses, pois aí reside a base do pensamento científico do novo século. Um século cansado de verdades, mas sedento de caminhos. Claudia Werneck INCLUSÃO X ALTERAÇÃO14 Fizemos, até aqui, um longo percurso, e vá- rias vezes os documentos apontam termos como ‘inclusão’, ‘exclusão’ e ‘integração’ na sociedade e no ambiente escolar. Vamos aprofundar um pou- co esses conceitos. A noção de exclusão social tornou-se fato cotidiano nas diferentes sociedades; ela sinaliza o destino excludente de parcelas majoritárias da população mundial. René Lenoir (1974 apud BADER, 2002), em sua, obra reflete sobre a questão da exclusão não como fenômeno individual, mas social, cuja ori- gem deve ser buscada no princípio do funciona- mento das sociedades modernas. Destaca entre as principais causas: o rápido e desordenado pro- cesso de urbanização, a uniformização do sistema escolar, o desenraizamento causado pela mobili- dade profissional, desigualdade de renda e de acesso aos serviços. Sob o rótulo da exclusão estão contidos: os idosos, os deficientes, os desadaptados sociais, as minorias étnicas ou de cor, os desempregados de longa duração, etc. Poder-se-ia dizer que “ex- cluídos são todos aqueles que são rejeitados de nossos mercados materiais ou simbólicos, de nos- sos valores” (XIBERRAS, 1993, p. 21 apud SCLIAR, 2003). Entendemos que o processo histórico vivi- do pelos deficientes era de exclusão social e edu- cacional. Foi ao longo do século XX que a socieda- de, tentando reparar esse fato, entendeu que as inclusões, social e educacional, deveriam aconte- cer. Mas e a integração não é a mesma coisa? Vamos retomar rapidamente a História da Educação dos deficientes ou portadores de ne- cessidades educacionais especiais. Na Antiguida- de, não se cogitava a possibilidade de que pudes- sem ser ensinados; portanto, educá-los não era uma preocupação. A partir do século XVI, começa a ser amplia- da a preocupação com a educação; nasce, então, a Educação Especial, para cuidar de todos aqueles que não pertencem à média da população. Essa educação é segregada, sob a crença de que essas pessoas seriam mais bem-educadas em ambien- te separado. A Educação Especial vai se constituindo como um sistema de ensino paralelo. Até a déca- da de 1960, os alunos “excepcionais ou deficien- tes” eram impedidos de acessar o ensino comum ou classes regulares. A segregação/exclusão era realizada sob o argumento de que o melhor aten- dimento para as suas necessidades educacionais aconteceria em classes ou escolas especiais. O contexto histórico na década de 1960 aponta para uma mudança na concepção das po- tencialidades de aprendizagem educacionais dos portadores de deficiência, assim como uma críti- ca aos serviços de Educação Especial segregados. Outro aspecto bastante relevante é que vários mecanismos passam a ser utilizados para avaliar quem deveria se beneficiar da educação regular. Com isso, a clientela da Educação Especial passa a ter uma explosão em sua demanda e alunos do ensino regular enviados para instituições de Ensi- no Especial. Marcia Regina Zemella Luccas Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 82 O mundo, nessa época, passava por uma grave crise econômica. Os altos custos da Educa- ção Especial, bem como a organização de grupos políticos (de pais, profissionais e portadores de necessidades especiais), começavam a pressionar pela criação de espaços integrados nos serviços oferecidos pela comunidade. A prática da integração, nos anos 1960 e 1970, baseou-se no modelo “médico da deficiên- cia”, no qual era preciso que o portador de neces- sidades especiais – o deficiente – se modificasse; era necessário: habilitar, reabilitar, educar esse deficiente para que ele respondesse aos padrões aceitos no meio social para, então, ser integrado. Esses interesses foram atendidos em dife- rentes países com o estabelecimento de bases legais que instituíram, gradualmente, a obriga- toriedadedo poder público quanto à oferta de oportunidades educacionais para pessoas com necessidades educacionais especiais, como ma- trícula compulsória nas escolas regulares, além de diretrizes para o sistema educacional com o mínimo de segregação possível. Dessa forma, estavam estabelecidas as bases para o surgimento da filosofia da normalização e a integração escolar, que se tornou ideologia dominante para a prestação de serviços educacionais, a partir da década de 70. Escolas comuns passaram a aceitar crianças e adolescen- tes deficientes em classes comuns, ou pelo menos, em classes especiais ou de recursos. (MENDES, 2003, p. 27). Apesar de esse avanço, havia uma restrição quanto à colocação de todo e qualquer aluno na classe comum da escola regular. Os modelos de educação propunham a manutenção dos servi- ços já existentes, e a integração deveria existir em diferentes níveis. Sendo assim, a integração esco- lar não era concebida para todos, mas como um processo de vários níveis, e o sistema educacional proveria os meios adequados que melhor favore- cessem o desenvolvimento de determinado alu- no, em determinado momento e contexto. As críticas surgiram posteriormente a partir da constatação de dois fatos básicos: [...] a passagem de alunos com necessida- des educacionais especiais de um nível de serviço mais segregado para outro supostamente mais integrador, depen- dia unicamente dos progressos da crian- ça [...]. As políticas oficiais de integração escolar resultaram, na maioria das vezes, em políticas quase que permanentes de segregação total ou parcial. (MENDES, 2003, p. 28) É importante definirmos o que é integração, já que a utilização de termos como ‘integração’ e ‘segregação’ acontece de maneira comum, nem sempre com o mesmo sentido. ‘Integrar’ (do La- tim: integrare) significa “formar, coordenar ou com- binar num todo unificado (unido)”, e integração significa o ato ou processo de integrar. O termo ‘integração’ não deve ser tomado com um único sentido; ao contrário, ele está en- volto em uma série de significados que variam desde a inserção plena dos deficientes na socie- dade até sua preparação para uma possível in- serção social. Esses princípios estão fundados na ideia de “normalização”. Esse conceito foi introdu- zido originalmente na Dinamarca na década de 1960, juntamente à ideia de integração. Entendia-se que toda pessoa com deficiên- cia tem o direito de experienciar um estilo de vida que seria normal em sua cultura. A ideia seria “normalizar estilos ou padrões de vida, mas isto foi confundido com a noção de tornar normais as pessoas com deficiência” (FERREIRA; GUIMARÃES, 2003, p. 114). Com relação à escola, a integração, a partir do processo de normalização, seria a co- locação do sujeito com necessidades especiais na classe regular. Nesse caso, o professor não preci- saria receber apoio da Educação Especial, pois os alunos integrados precisam demonstrar que são capazes de permanecer na classe normal. Mantoan (1998) resume a integração es- colar, cuja metáfora é o sistema de cas- cata como uma forma condicional de inserção em que vai depender do aluno, ou seja, do nível de sua capacidade de adaptação às opções do sistema escolar – a sua integração, seja em sala regular, Fundamentos da Educação Especial Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 83 em uma classe especial ou mesmo em instituições especializadas. Trata-se de uma alternativa em que tudo se mantém e nada se questiona. A escola oculta seu fracasso, isolando os alunos e integrando somente os que não constituem um de- safio à sua competência. (FERREIRA; GUI- MARÃES, 2003, p. 115). Observa-se, na década de 1990, uma inten- sificação no debate e na ressignificação do con- ceito de integração, sobre qual deve ser o papel da escola ante a diferença, com ênfase na fusão dos sistemas de ensino regular e especial, com a substituição da visão de educação da homo- geneidade para a diversidade. A autora observa, ainda, que o movimento pela educação inclusiva é, no momento de discussão atual, uma reação às críticas, às práticas encontradas no passado da própria Educação Especial. A noção de inclusão, portanto, não é in- compatível com a de integração, porque institui a inserção de uma forma mais completa e siste- mática. O conceito de inclusão refere-se à vida social e educativa, e todos os alunos de- vem ser incluídos nas escolas regulares e não somente colocados na ‘corrente principal’. O vocábulo integração é aban- donado, uma vez que o objetivo é incluir um aluno ou um grupo de alunos que já foi excluído; a meta primordial da inclu- são é a de não deixar ninguém no exte- rior do ensino regular, desde o começo. As escolas inclusivas propõem um modo de se constituir o sistema educacional que considera as necessidades de todos os alunos e que é estruturado em função dessas necessidades. A inclusão causa uma mudança de perspectiva educacio- nal, pois não se limita a ajudar somente os alunos que apresentam dificuldades na escola, mas apóia a todos – professores, alunos pessoal administrativo – para que obtenham sucesso na corrente educativa geral. (FERREIRA; GUIMARÃES, 2003). A educação inclusiva está ligada ao movi- mento pela inclusão social, que está atrelado à construção de uma sociedade democrática, na qual todos conquistam a cidadania, na qual a di- versidade é respeitada. A sociedade inclusiva é considerada um processo de fundamental impor- tância para o desenvolvimento e a manutenção do estado democrático. [...] a mudança só pode ocorrer em pe- quenos avanços [...] a aceleração do pro- cesso pode fazer com que os indivíduos rejeitem as novas práticas e sabotem os esforços da reforma. (STAIMBACK; STAIM- BACK, 1999, p. 264). Hoje não é mais possível o paradigma da integração, em que o sujeito deve se adaptar a sociedade, mas, sim, o conceito da Inclusão, em que a sociedade busca adaptar-se às diferenças, buscando sempre que cada pessoa cidadão e criança possam ter acesso e qualidade de vida. A escola é o locus onde esse processo se inicia. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem. 14.1 Resumo do Capítulo Marcia Regina Zemella Luccas Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 84 Agora, responda: 1. Aponte as diferenças entre os conceitos de integração e inclusão. 14.2 Atividade Proposta Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 85 Temos a certeza de que com a disciplina Fundamentos da Educação Especial vocês estão apenas começando. Temos a certeza de que, nesta apostila, não esgotamos o assunto. O importante é que este momento tenha servido para reflexão acerca do outro diverso, do diferente, e do quanto temos a apren- der com ele. Nossa posição, como professores, não é dizer o que é certo ou errado, mas entender que não existe uma única realidade. O mundo é para TODOS, mas somente será assim se você, futuro(a) professor(a), puder e quiser modificar a realidade educacional de nosso país. Para isso não há regra, é necessário cria- tividade, perspicácia e desejo; somente assim poderemos ter uma educação em que não haja diferença entre o deficiente e o não deficiente, mas que haja respeito por todos os cidadãos. CONSIDERAÇÕES FINAIS15 Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 87 RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS CAPÍTULO 1 1. § 1º Os sistemas de ensino devem matricular os estudantes com deficiência, transtornos glo- bais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino re- gular e no Atendimento Educacional Especializado. 2. A escola, pensada a partir dessa perspectiva, buscar consolidar o respeito às diferenças dos alunos e estas não devem servir de obstáculo para a aprendizagem, mas devem ser fator de enriquecimento da ação educativa. CAPÍTULO 2 1. No século XIX, a sociedade tem uma posição preconceituosa, ou seja, continua confinando os excepcionais em instituições especiais, porém, modifica o trabalho e introduz propostas educacionaisbaseadas na prática médica que visam à habilitação, à reabilitação e à profissio- nalização. No século XX, a educação passa a ter uma visão inclusiva, que tem como objetivo modificar o percurso da exclusão histórica, que, em nome de aprimorar o ser humano, somente tornou-o mais distante de seus pares e de uma forma cada vez mais hipócrita, porque em vez de incluí-lo na sociedade, esta o segregou mais. 2. Que este aluno seja atendido na rede regular de ensino. “Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.” art. 58, Lei nº 9.394/1996. CAPÍTULO 3 1. Art. 1º “Todos os seres humanos nascem livres e iguais, em dignidade e direitos”, e art. 26, inciso I, “toda a pessoa tem direito à educação. A Educação deve ser gratuita, ao menos a correspon- dente ao ensino elementar é obrigatório [...]”. 2. Satisfazer as necessidades básicas de educação – crianças, jovens e adultos devem desenvolver plenamente suas capacidades; a educação deve possibilitar à sociedade a busca da justiça e a preservação do meio ambiente, enriquecer os valores culturais. Marcia Regina Zemella Luccas Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 88 3. A Declaração de Salamanca aponta que os sistemas educativos devem ser pensados, e os pro- gramas implementados levando em consideração a diversidade educacional, bem como a es- cola regular deverá ter uma Pedagogia centrada na criança, capaz de atender às suas neces- sidades, pois esse será o modo mais eficaz de combater atitudes discriminatórias e promover uma sociedade inclusiva. CAPÍTULO 4 1. São elas: a Constituição de 1988, a LDBN nº 9.394/1996, a Resolução nº 2/2001, a Resolução nº 4/2009 e a Resolução nº 4/2010. 2. Essa legislação modifica o paradigma da educação: “não é mais o aluno que deve adaptar-se à escola, mas é ela que, consciente de sua função, coloca-se à disposição do aluno, tornando-se um espaço inclusivo”. 3. São os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/ superdotação, e estes devem ser atendidos nas classes comuns do ensino regular e também têm direito ao Atendimento Educacional Especializado (AEE), complementar ou suplementar à escolarização. CAPÍTULO 5 1. É toda e qualquer perda, falta ou alteração de estrutura ou de função, independentemente da causa. 2. A incapacidade é a restrição, decorrente de uma deficiência, ou seja, da habilidade de desem- penhar uma atividade funcional que é comum para o ser humano. 3. É uma situação desvantajosa para um indivíduo determinado, como consequência de uma de- ficiência ou incapacidade que o limita ou o impede de desempenhar um papel que esteja de acordo com a sua idade e sexo e com os fatores sociais e culturais. CAPÍTULO 6 1. A deficiência intelectual pode ser definida como o funcionamento mental significativamente inferior à média, acompanhado de limitações significativas no funcionamento adaptativo. 2. Causas pré-natais, ou seja, que ocorrem durante a gestação, causas perinatais, fatores que são desencadeados durante ou logo após o parto, e causas pós-natais, que ocorrem após o nasci- mento. 3. As áreas são: comunicação, autocuidados, vida doméstica, habilidades sociais/interpessoais, uso de recursos comunitários, autossuficiência, habilidades acadêmicas, trabalho, lazer, saúde, segurança. Fundamentos da Educação Especial Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 89 CAPÍTULO 7 1. O termo ‘deficiência visual’ refere-se a uma situação irreversível de diminuição da resposta vi- sual. 2. A cegueira é a ausência total da resposta visual, já o indivíduo com baixa visão ou visão subnor- mal é aquele que apresenta diminuição das suas respostas visuais, mesmo após tratamento e correção óptica convencional; sendo assim, ele pode aprender a utilizar a visão para se adaptar ao mundo. 3. Os alunos com baixa visão poderão beneficiar-se da utilização de letras grandes, lupas, uso de iluminação apropriada; suportes de leitura ou pranchetas. CAPÍTULO 8 1. O Decreto Federal nº 5.626/2005 define que pessoas surdas são aquelas que, por terem perda auditiva, interagem com o mundo por meio de experiências visuais e se manifestam cultural- mente por meio da língua de sinais – Libras; e considera-se deficiente auditivo a pessoa com perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, que não utiliza a lín- gua de sinais para comunicar-se, mas sim a língua oral do país de origem. 2. Para o aluno com deficiência auditiva: posicionamento do aluno na sala de tal modo que possa ver os movimentos orofaciais do professor e dos colegas; material visual e outros de apoio, para favorecer a apreensão das informações expostas verbalmente; procurar falar sempre voltado para o aluno para que ele não perca a mensagem transmitida. Para o surdo: ensino bilín- gue; textos escritos complementados com elementos que favoreçam a sua compreensão, por exemplo: desenhos, linguagem gestual, língua de sinais – LIBRAS. 3. Os tipos de perda são: de condução, neurossensorial ou mistas. Os níveis de perdas são: leve, moderada, severa e profunda. CAPÍTULO 9 1. A paralisia cerebral é definida como uma desordem do movimento e da postura devido a um defeito ou lesão do cérebro imaturo. A lesão cerebral não é progressiva e provoca debilitação variável na coordenação da ação muscular, com resultante incapacidade da criança em manter posturas e realizar movimentos normais. Os tipos de movimentos são: espástico, atetoide, atá- xico, coreico, coreatetoide e misto. 2. Sistemas aumentativos ou alternativos de comunicação, adaptação dos elementos materiais, remoção de barreiras arquitetônicas; utilização de pranchas ou presilhas para não deslizar o papel, suporte para lápis, presilha de braço, cobertura de teclado etc.; textos escritos comple- mentados com elementos de outras linguagens e sistemas de comunicação. Marcia Regina Zemella Luccas Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 90 3. São sistemas que se utilizam de recursos diferenciados da comunicação oral para efetivar a co- municação. São sistemas de símbolos (baseados em elementos representativos, em desenhos lineares, sistemas que combinam símbolos pictográficos, ideográficos e arbitrários, sistemas baseados na ortografia tradicional, linguagem codificada), auxílios físicos ou técnicos (tabu- leiros de comunicação ou sinalizadores mecânicos, tecnologia microeletrônica), comunicação total e outros. CAPÍTULO 10 1. A surdocegueira não é somente a perda da visão e da audição na sua totalidade, mas também é representada pelas perdas parciais da visão e audição de forma conjunta. 2. As pessoas com deficiência múltipla são aquelas afetadas em duas ou mais áreas, caracterizan- do uma associação entre diferentes deficiências. CAPÍTULO 11 1. Os Transtornos Globais do Desenvolvimento têm como característica o prejuízo severo e inva- sivo em diversas áreas do desenvolvimento: habilidades de interação social recíproca; habili- dades de comunicação; presença de comportamento, interesses e atividades estereotipados; prejuízos qualitativos que definem essas condições representam um desvio acentuado em re- lação ao nível de desenvolvimento ou idade mental do indivíduo. 2. As rotinas de classe devem ser mantidas consistentes. Regras devem ser aplicadas cuidadosa- mente. Deve-se tirar toda a vantagem das áreas de especial interesse quando lecionando. Estí- mulos visuais: esquemas, mapas, listas, figuras, ensinar baseado no concreto. Evitar linguagem que possa ser interpretada erroneamente por crianças SA, como sarcasmo, linguagem figurada confusa, figuras de linguagem, etc. Procurar interromper e simplificar conceitos de linguagem mais abstratos. CAPÍTULO 12 1. Caracteriza-se como o sujeito com altas habilidades, aqueles que possuem desempenho acima da média ou elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos, isoladosou com- binados: capacidade intelectual geral; aptidão acadêmica específica; pensamento criativo ou produtivo; capacidade de liderança; talento especial para artes e capacidade psicomotora. 2. As pessoas com altas habilidades podem ser do tipo: Intelectual; Acadêmico; Criativo; Social; Talento Especial, que pode se destacar em atividades de arte, etc., e Psicomotor. Fundamentos da Educação Especial Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 91 CAPÍTULO 13 1. São definidas como alterações realizadas nos objetivos, conteúdos, critérios e procedimentos de avaliação, atividades e metodologias para atender às diferenças individuais dos alunos. CAPÍTULO 14 1. A prática da integração baseou-se no modelo “médico da deficiência”, no qual era preciso que o deficiente se modificasse; era necessário: habilitar, reabilitar, educar esse deficiente para que ele respondesse aos padrões aceitos no meio social para, então, ser integrado. A prática da inclusão está ligada ao movimento social, que está atrelado à construção de uma sociedade democrática, na qual todos conquistem a cidadania, na qual a diversidade é respeitada. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 93 REFERÊNCIAS AACD. Apostila de formação básica em deficiência física para professores, AACD, São Paulo, 2002. AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). DSM IV – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. ARÁOZ, S. M. M de. Experiências de pais de múltiplos deficientes sensoriais - surdocegos: do diagnóstico à educação especial. 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