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1 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 3 2 EDUCAÇÃO ESPECIAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA ....................................... 4 3 INCLUSÃO ESCOLAR ...................................................................................... 9 4 EDUCAÇÃO INCLUSIVA E EDUCAÇÃO ESPECIAL: ENLACES E DESENLACES ...................................................................................................... 15 5 NECESSIDADES ESPECIAIS ........................................................................ 20 5.1 Deficiência Mental/Intelectual ...................................................................... 21 5.2 Deficiência Visual ........................................................................................ 23 5.3 Deficiência Física Neuromotora ................................................................... 25 5.4 Deficiência Auditiva ..................................................................................... 26 5.5 Deficiência Múltipla ...................................................................................... 28 5.6 Transtornos Globais do Desenvolvimento ................................................... 30 5.7 Altas Habilidades / superdotação ................................................................ 35 6 TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO E A PRÁTICA ESCOLAR 38 7 O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO: EDUCAÇÃO ESPECIAL NA ESCOLA REGULAR ..................................................................... 40 8 A INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA, EAE NA SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS ........................................................................ 46 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 49 3 1 INTRODUÇÃO Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 2 EDUCAÇÃO ESPECIAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA Fonte: escolasexponenciais.com.br A Educação Especial nasceu quando a educação ainda era privilégio da minoria econômica. Para falar de Educação Especial e Educação Inclusiva, é necessário entender a história, o comportamento, o contexto e os moldes da sociedade em determinada época. Falar em inclusão é sempre desafiador, pois, para muitos, ainda é um campo desconhecido, mas para compreender melhor o discurso atual da inclusão e seus aspectos, que causam por vezes angústias e também algumas polêmicas, é preciso voltar ao tempo para compreender o processo histórico da Pessoa com Deficiência, perpassar pela educação especial até chegar ao movimento da Educação Inclusiva. Assim, de acordo com Blanco (2003), nesse processo, podemos fragmentar o tratamento dado às Pessoas com Deficiência em quatro fases diferentes: A primeira delas corresponde ao período anterior ao século XIX, chamada de “fase da exclusão”, na qual a maioria das pessoas com deficiência e outras condições excepcionais era tida como indigna da educação escolar. Nas sociedades antigas era normal o infanticídio, quando se observavam anormalidades nas crianças. Durante a Idade Média a Igreja condenou tais atos, mas por outro lado, acalentou a idéia de atribuir a causas sobrenaturais as anormalidades de que padeciam as pessoas, explicando- as como punição, em decorrência de pecados cometidos. Assim, as crianças que nasciam com alguma deficiência eram escondidas ou sacrificadas (BLANCO 2003, apud SILVA NETO, 2018, p. 83). 5 A história humana evidencia, desde a Antiguidade, a descrição de pessoas com alterações anormais por motivo genético. A essas pessoas era negado o convívio social; elas eram enclausuradas em suas próprias casas ou em outro lugar para tratamento, pelos familiares ou pelas autoridades. De acordo com Souza (2006, apud SILVA NETO, 2018, p. 83), a pré-história é exemplo disto, pois as pessoas com problemas intelectuais eram rejeitadas pela sociedade e abandonadas pela família. Na Antiguidade acreditava-se que estas pessoas eram dominadas pelo demônio, sendo tratadas numa concepção demonológica. E na Idade Média houve o período de escuridão para a ciência, logo, o indivíduo que não fosse “normal” poderia ser entendido como demônio ou considerado um profeta em transe. Os padrões sociais eram determinados sob forte influência da Igreja. Aqueles que não se enquadravam eram punidos ou condenados. Nessa época, ter um filho com alguma deficiência era visto como maldição, muitas vezes ligada a algo diabólico. Os “diferentes”, assim como no período da Inquisição, poderiam ser executados na forca ou queimados vivos. Segundo Souza (2006, apud SILVA NETO, 2018, p. 84), já no Renascimento foi considerado o processo de transformação da mentalidade, no qual ficou compreendida outra concepção de anormalidade. A partir de então, com os avanços da Medicina, surgiu a noção patológica que se aproxima do conceito dos dias atuais, marcando o início de um novo tratamento: No século XVII, os deficientes, principalmente os com deficiência mental, eram totalmente segregados, internados em orfanatos, manicômios e outros tipos de instituições estatais. Esses internatos acolhiam uma diversidade de sujeitos com patologias distintas, alguns deficientes, outros doentes (AMARAL, 2001, apud SILVA NETO, 2018, p. 84). Essa fase ficou conhecida como fase da exclusão, porque qualquer pessoa que não estivesse no padrão de comportamento e de desenvolvimento instituído pela sociedade era totalmente excluída. Para Amaral (2001), no final do século XVIII e início do século XIX, revelou- se a segunda fase, e nela surgiram instituições especializadas no tratamento para 6 Pessoas com Deficiências. Acredita-se então ter surgido nesse período a educação especial. Ainda de acordo com Amaral (2001), houve uma divisão do exercício educacional nessa época. Nasceu, naquele momento, uma pedagogia especializada e institucionalizada, que separava indivíduos de acordo com diagnósticos em quociente intelectual. Este primeiro momento ficou conhecido como fase de segregação, tais escolas especiais cresciam e se multiplicavam por diferentes etiologias: pessoas com cegueira, surdez, com deficiência física, intelectual, etc. Estes núcleos especiais possuíam programas próprios, como técnicos e especialistas, que constituíam um sistema de educação especial diferenciado em relação ao sistema educacional geral, ou seja, dentro do sistema educacional existiam dois subsistemas que não se interligavam: educação especial e educação regular: Na segunda metade do século XX, especialmente a partir da década de 70, seria a terceira fase que constitui a fase da integração, quando o portador de deficiência começou a ter acesso à classe regular, desde que se adaptasse e não causasse nenhum transtorno ao contexto escolar. Embora a bandeira da integração já tivesse sido defendidaa partir do final dos anos 60, nesse novo momento houve uma mudança filosófica em direção à idéia de educação integrada, ou seja, escolas regulares aceitando crianças ou adolescentes deficientes nas classes comuns ou, pelo menos, em ambientes o menos restrito possível. Entretanto, só se consideravam adaptar-se à classe regular como esta se apresentava, portanto, sem modificação no sistema escolar (BLANCO, 2003, apud SILVA NETO, 2018, p. 85). A partir da década de 1970 começaram as reivindicações. Para Nascimento (2014), as Pessoas com Deficiência, até então, sendo educadas em instituições especializadas, deveriam ser reinseridas na comunidade. Esta época foi marcada por importantes mudanças na educação especial, e por consequência de mobilizações dos pais de crianças com Deficiência, que queriam espaços nas escolas regulares para seus filhos, resultou no direito à educação pública gratuita para todas as crianças com Deficiência. É importante salientar que não só os pais, mas também os profissionais passaram a reivindicar e pressionar a sociedade em geral, a fim de garantir direitos essenciais e evitar discriminações. 7 De acordo com Nascimento (2014, apud SILVA NETO, 2018, p. 85), as conquistas decorrentes das manifestações levam ao declínio da educação especial paralela à educação regular. No lugar da expressão Deficiência passou a ser utilizado o termo “Necessidades Educativas Especiais”, ampliando possibilidades para integração da Pessoa com Deficiência na escola regular. Silva Neto (2018), diz que, apesar desta integração ter sido considerada um considerável avanço para igualdade de direitos, houve poucos benefícios para promover de fato o seu desenvolvimento. A Deficiência era considerada um problema de quem a possuía, assim, esta deveria tornar-se apta à integração ao meio social. Não era a escola que deveria se adaptar às necessidades dos alunos, e sim às Pessoas com Deficiência que deveriam se adaptar à escola. Destacamos aqui a ideia de integração física que envolvia a construção de classes especiais em escolas, mas organizadas de modo que também não atendiam plenamente à inclusão. Surge então a “inclusão total”, que era a forma mais radical de legitimar a inclusão de todas as pessoas na classe regular e a proposta de eliminar os programas paralelos de educação especial. (SILVA NETO, 2018, p. 86). Na década de 1990 reforçava-se cada vez mais a ideia de Educação Inclusiva para alunos com Deficiência. Com a proposta de aplicação prática ao campo da educação a partir de um movimento mundial, denominado “Inclusão Social”, surge o termo “Educação Inclusiva”. Para Nascimento (2014, apud SILVA NETO, 2018, p. 85), “o movimento pela Educação Inclusiva significa uma crítica às práticas marginalizantes encontradas no passado, inclusive as da própria Educação Especial”. Segundo Lima (2006), o ensino inclusivo não deve ser confundido com educação especial, embora o contemple. A educação especial nasceu a partir de uma proposta de educação para todos, independente da origem social de cada um. E a escola inclusiva, juntamente com uma sociedade inclusiva, refletiu-se em encontros internacionais, por meio de grupos que reivindicavam seus direitos sociais: O movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo 8 de discriminação. A educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis, [...] dentro e fora da escola (BRASIL 2007, apud SILVA NETO, 2018, p. 86). No Brasil, a Política Nacional de Educação Especial, na perspectiva da Educação Inclusiva, assegura acesso ao ensino regular a alunos com deficiências diversificadas: intelectual, física, surdos, cegos, com transtornos globais do desenvolvimento e a alunos com altas habilidades/superdotação, desde a educação infantil até a educação superior: A sociedade inclusiva já começou a ser construída a partir de algumas experiências de inserção social de pessoas com deficiência, ainda na década de oitenta. Em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, modificações pequenas e grandes vêm sendo feitas em setores como escolas, empresas, áreas de lazer, edifícios e espaços urbanos, para possibilitar a participação plena de pessoas deficientes, com igualdade de oportunidades junto à população geral (SASSAKI, 1998, apud SILVA NETO, 2018, p. 86). A inclusão resulta da longa trajetória histórica que foi construída por todos ao longo dos anos, num processo marcado pela segregação, discriminação e até morte. Segundo Blanco (2003, p. 72), quando se discute inclusão, não estamos: “apenas repetindo um termo ou um conceito, mas referindo também aqueles que passaram suas vidas aprisionados em hospícios ou que acabaram em uma fogueira para salvar a alma de um corpo deficiente, como ocorreu na Idade Média”. (BLANCO, 2003, apud SILVA NETO, 2018, p. 86). Acrescente-se ainda que o Brasil acompanhou os demais países e o ensino especial foi, na sua origem, um sistema separado de educação das crianças com deficiência, fora do ensino regular, baseado na crença de que as necessidades das crianças com deficiência não podiam ser supridas nas escolas regulares, pois, conforme Lima (2006), ainda não tínhamos recursos, não disponibilizávamos de professores capacitados, estruturas adequadas das escolas, dinâmica da escola para recebermos alunos especiais, recursos pedagógicos, entre outros. Por meio dessa síntese histórica, pode-se notar como a situação da inclusão se apresenta de forma delicada, ao longo do tempo, a fim de compreendê-la nos dias atuais 9 3 INCLUSÃO ESCOLAR Fonte: diariodainclusaosocial.com A Educação Inclusiva transforma a sociedade em inclusiva, ampliando a atuação de todos os alunos nos estabelecimentos de ensino regular. É uma transformação cultural, tanto das práticas quanto das políticas vivenciadas nas escolas, de modo que estas atendam à diversidade dos alunos. De acordo com Silva Neto (2018), é uma abordagem humanística, democrática, que percebe as pessoas e suas singularidades, tendo como objetivos o crescimento, a satisfação pessoal e a inserção social de todos. A educação inclusiva pode ser definida como a prática da inclusão de todos – independentemente de seu talento, deficiência, origem socioeconômica ou cultural – em escolas e salas de aula provedoras, onde as necessidades desses alunos sejam satisfeitas. (STAINBACK; STAINBACK, 1999, apud SILVA NETO, 2018, p. 87). Martins et al. (2008, p. 19) acrescenta esse “movimento que busca repensar a escola, para que deixe de ser a escola da homogeneidade e passe a ser a escola da heterogeneidade, para que a escola da discriminação dê lugar à escola aberta a todos”. Neste mesmo sentido, Mantoan (2003, apud SILVA NETO, 2018, p. 87) afirma que o mais relevante no conceito de inclusão escolar é que “todos os alunos, sem exceção, devem frequentar as salas de aula do ensino regular”. 10 A escola é um ambiente multicultural, diversificado, que atende um público com objetivos, ideologias e necessidades diferenciadas. Enfim, essa é uma característica própria, que acolhe indivíduos com aspectos múltiplos, sejam religiosos, políticos, sociais, entre muitos outros. A escola é responsável pela transformação do indivíduo, o que corresponde a um conjunto de alterações comportamentais que se tem por aprendizagem. (SILVA NETO, 2018, apud GOUVEIA, 2020, p. 6). Ainda de acordo com Silva Neto Quando se trata de alunos com deficiência, é preciso compreender que o processo de aprendizagem é possível dentro de sala de aula regular e modificar o pensamento excludente de que esses alunos não são capazes de estudar, conviver e aprender com osdemais. É na escola que este processo de transformação acontece de forma contínua (depois da família), é neste espaço único que os indivíduos são capazes de assimilar conteúdos, interagir e construir conhecimentos: Ainda há profissionais que acreditam que a presença dos alunos com deficiência quebrará a rotina da escola. Por isso, temos que pensar em uma inclusão que afaste o pensamento de fracasso, assumindo posturas de novos ensinos e novas aprendizagens. Isso consiste em uma renovação da escola (CUNHA, 2015, apud SILVA NETO, 2018, p. 87). Para Cunha (2015, p. 153), “em sala de aula, há inúmeras vozes que se cruzam, quando todos os alunos contribuem com seus pensamentos de forma a construir um diálogo, através do qual se pode colher assim os frutos do conteúdo abordado”. A escola desempenha um papel vital na vida dos alunos, desempenhando um papel importante no desenvolvimento cultural, social, intelectual e físico dos discentes. É atribuída a múltiplas funções na vida pessoal, como responsabilidade da educação formal, na promoção da formação de valores sociais e culturais imprescindíveis aos cidadãos A escola não pode continuar ignorando o que acontece ao seu redor. Não pode continuar anulando e marginalizando as diferenças – culturais, sociais, étnicas – nos processos pelos quais forma e instrui os alunos. Afinal de contas, aprender implica ser capaz de expressar, dos mais variados modos, o que sabemos; implica representar o mundo a partir de nossas origens, de nossos valores e sentimentos (MANTOAN, 2003, apud SILVA NETO, 2018, p. 87). 11 A escola precisa andar em consonância com a família, com o intuito de uma educação compartilhada, principalmente no caso dos alunos com deficiência, para que haja resultado satisfatório de aprendizagem dos alunos. Silva Neto (2018). Um ponto importante que precisa ser destacado para incluir alunos com deficiência, está na qualificação da equipe de profissionais escolares e dos recursos pedagógicos. Não podemos falar somente em inclusão escolar de forma passional, mas devemos fazer o debate segundo a visão de quem faz a escola, sejam professores, coordenadores, diretorias, porteiros, entre outros. Não basta que o aluno seja matriculado por força da lei em uma turma de ensino regular, pois é de fundamental importância uma equipe preparada para que a inclusão se efetive. Conforme Cunha (2015, apud SILVA NETO, 2018, p. 88), “incluir é muito mais que inserir. Além de tudo, é preciso dar condições de permanência e possibilidade de desenvolvimento da aprendizagem, maximizando, assim, suas potencialidades”, ou seja, É necessário que essa discussão se estenda para que não só os intelectuais e especialistas saibam que os indivíduos com necessidades educacionais especiais têm potencialidades, inteligência, sentimentos, direito à dignidade, mas também que eles têm direito à vida, em todos os seus aspectos, apesar das limitações que possam ter. Todos nós temos limitações; é preciso apenas respeitá-las (SOUZA, 2013, apud SILVA NETO, 2018, p. 88). De acordo com Cunha (2015), a inclusão de Pessoas com Deficiência na escola precisa de fundamentos teóricos, como também da lida diária da prática para estabelecer dados concretos que incentivem, guiem e deem segurança aos educadores. Também é preciso que o sistema de Educação Inclusiva observe as necessidades gerais dos alunos, exigindo da escola sensibilidade em trabalhar com as individualidades. A Educação Inclusiva tem por proposta a educação de todos os alunos juntos, deixando-os aptos para o convívio em sociedade a partir da escola, conforme afirma Mantoan (2003, apud SILVA NETO, 2018, p. 88), “incluir é não deixar ninguém de fora da escola comum, ou seja, ensinar a todas as crianças indistintamente”. 12 Ainda de acordo Silva Neto (2018) quando os alunos com diversos níveis de deficiências estão numa sala inclusiva, eles podem aprender mais e melhor, assim como aos demais é dada a oportunidade de aprendizado, compreensão, respeito e convivência com as diferenças. A escola atual tem uma demanda bastante diversificada de estudantes, entretanto, a inserção de alunos com deficiência no ensino regular, ainda é considerada um desafio. Infelizmente, ainda vemos muitas escolas com uma prática excludente, cometendo os mesmos equívocos de segregação de séculos passados: Quando as pessoas com deficiência eram excluídas da sociedade sob a alegação de que eram incapazes ou incapacitadas, e por isso eram postas à margem do convívio social, inclusive da acessibilidade à escola. Esse processo passa por mudanças atitudinais e, principalmente, pela existência de leis que assegurem direitos às pessoas com deficiência (CUNHA, 2015, apud SILVA NETO, 2018, p. 88). Silva Neto (2018), diz ainda que o discurso é que, os professores não estão preparados para receber o aluno com deficiência e a escola não dispõe de infraestrutura adequada e não possui recursos didático-pedagógicos para atender esse público, mesmo sendo um direito estabelecido por lei. É preciso entender que a inclusão de Pessoas com Deficiência no ensino regular é fazê-las integrantes da escola num sistema único de educação. Nas escolas de educação especial, os alunos conviviam somente com outros com deficiências (iguais ou diferentes da dele). Todavia, vivemos em um momento em que o mundo prega o respeito à diversidade, e que esta seja entendida como um processo natural, pois “defender a inclusão escolar é necessário para que seja dada a oportunidade a todos os alunos de estarem na escola e, juntos, aprenderem o respeito às diferenças” (CUNHA, 2015, apud SILVA NETO, 2018, p. 89). Uma das características da escola inclusiva é ajudar os alunos que têm dificuldades de resolverem os impasses devido as suas limitações. É preciso persistência, com o objetivo de contribuir com o outro, assim, Se não houver outra utilidade, adaptar as escolas e as turmas para incluir todos significa dizer, implicitamente, “a escola pertence a todos”. Qualquer cultura que diga “você é importante” aumenta a probabilidade de seus membros serem capazes de dizer o mesmo uns para os outros e para si 13 mesmos (STAINBACK; STAINBACK, 1999, apud SILVA NETO, 2018, p. 89). Para Silva Neto, (2018), a inclusão escolar perpassa pelas várias dimensões humanas, sociais e políticas, e vem gradualmente se expandindo na sociedade contemporânea, de forma a auxiliar no desenvolvimento das pessoas em geral, de maneira a contribuir para a reestruturação de práticas e ações cada vez mais inclusivas e sem preconceitos. O conceito de Inclusão no âmbito específico da Educação implica, antes de mais, rejeitar por princípio a exclusão (presencial ou acadêmica) de qualquer aluno da comunidade escolar. Para isso, a escola que pretende seguir uma política de Educação Inclusiva (EI), desenvolver políticas, culturas e práticas que valorizam o contributo activo de cada aluno para a construção de um conhecimento construído e partilhado e, dessa forma, atingir a qualidade académica e sociocultural sem discriminação. (RODRIGUES, 2006, apud SILVA NETO, 2018, p. 89). Para Mantoan (2003, apud SILVA NETO, 2018, p. 89), “as crianças precisam da escola para aprender e não para marcar passo ou ser segregada em classes especiais e atendimentos à parte”. A Educação Inclusiva se configura na diversidade inerente à espécie humana, buscando perceber e atender as necessidades educativas especiais de todos os sujeitos-alunos, em salas de aulas comuns, em um sistema regular de ensino, de forma a promover a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal de todos. Prática pedagógica coletiva, multifacetada, dinâmica e flexível requer mudanças significativas na estrutura e no funcionamento das escolas, na formação humana dos professores e nas relações família-escola: Educação Inclusiva não consiste apenas em matricular o aluno com deficiênciaem escola ou turma regular como um espaço de convivência para desenvolver sua ‘socialização’. A inclusão escolar só é significativa se proporcionar o ingresso e permanência do aluno na escola com aproveitamento acadêmico, e isso só ocorrerá a partir da atenção às suas peculiaridades de aprendizagem e desenvolvimento. (GLAT; PLETSCH; FONTES, 2007, apud SILVA NETO, 2018, p. 90). Para Carvalho (2007), a Educação Inclusiva pode ser definida como a prática da inclusão de todos, independentemente de seu talento, deficiência, origem socioeconômica ou cultural. A proposta de Educação Inclusiva traduz uma aspiração antiga, se devidamente compreendida como educação de boa qualidade 14 para todos e com todos, buscando meios e modos de remover barreiras para aprendizagem e para a participação dos aprendizes, indistintamente. De acordo com Cunha (2015, apud SILVA NETO, 2018, p. 90), a aprendizagem não deve ser confundida com os processos naturais de crescimento humano, pois ela envolve um indivíduo nas mais diferentes etapas da vida, isto é, quando se aprende algo não se esquece: Educação Inclusiva significa pensar uma escola em que é possível o acesso e a permanência de todos os alunos, e onde os mecanismos de seleção e discriminação, até então utilizados, são substituídos por procedimentos de identificação e remoção das barreiras para a aprendizagem (BLANCO, 2003, apud SILVA NETO, 2018, p. 90). O objetivo da inclusão é, também, provar que todos os seres humanos são igualmente importantes na comunidade, dessa forma a diversidade com que o meio escolar seja culturalmente rico, propiciando novos conhecimentos para as Pessoas com Deficiência ou aquelas que por qualquer outra circunstancia não se ajustam ao sistema escolar e são excluídas. De acordo com Lima (2006), tal inclusão é o modo ideal de garantir igualdade de oportunidades e permitir que alunos com deficiência possam relacionar-se com outros e estabelecer trocas para construir uma sociedade mais igualitária e consciente da necessidade de inclusão. Nessa relação, todos se desenvolvem, pois são necessários exemplos que superem fraquezas e despertem potencialidades; a igualdade nos relacionamentos permite trocas e não estagna o desenvolvimento. Dentro de um amplo projeto de educação, os princípios da inclusão vão além de inserir crianças com deficiência na rede regular de ensino. É preciso que entendamos que o ato de incluir é, antes de tudo, uma lição de cidadania e de respeito para com o próximo. Incluir é reconhecer que existem outros de nós que precisam participar de todos os meios, seja profissional, educacional, social, independente das diferenças. (SILVA NETO, 2018, p. 90). A inclusão escolar é um trabalho ardo. É preciso rever os estereótipos que estão entrelaçados em nossa cultura. 15 4 EDUCAÇÃO INCLUSIVA E EDUCAÇÃO ESPECIAL: ENLACES E DESENLACES Fonte: sesisp.org.br De acordo com Camargo (2017), O conceito de inclusão vem sendo amplamente e demasiadamente mal compreendido segundo a interpretação do senso comum. Esta crítica diz respeito ao fato de o mesmo ser “aplicado” apenas aos estudantes, público-alvo da educação especial, e ao contexto educacional. É frequente a manifestação pública de expressões equivocadas como: “aluno de inclusão” e “sala de inclusão” A inclusão é um paradigma que se aplica aos mais variados espaços físicos e simbólicos. Os grupos de pessoas, nos contextos inclusivos, têm suas características idiossincráticas reconhecidas e valorizadas. Por isto, participam efetivamente. Segundo o referido paradigma, identidade, diferença e diversidade representam vantagens sociais que favorecem o surgimento e o estabelecimento de relações de solidariedade e de colaboração. Nos contextos sociais inclusivos, tais grupos não são passivos, respondendo à sua mudança e agindo sobre ela. Assim, em relação dialética com o objeto sociocultural, transformam-no e são transformados por ele. (CAMARGO, 2017, p. 1). Desconstruindo a ideia de homem padrão (MACE, 1990, apud CAMARGO 2017, p.1), o conceito de Desenho Universal emerge na perspectiva inclusiva, de 16 maneira a permitir a construção do design e da arquitetura acessíveis, sem necessidade de adaptações pontuais. O desenho universal, que fundamenta a aplicação da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (BRASIL, 2015, apud CAMARGO 2017, p.1) expressa bem a ideia discutida. O artigo 102 da referida lei afirma que “[...] desenho universal: concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos de tecnologia assistiva.” (BRASIL, 2008, apud CAMARGO 2017, p.1). Camargo (2017) relata que não faz sentido, por exemplo, estudantes com deficiências participarem efetivamente apenas da educação básica. Quando concluírem o ensino médio, encontrarão espaços sociais para além dos muros escolares, prontos para a exclusão. Como afirma Mantoan (2004, p. 7-8 apud CAMARGO 2017, p.1): “há diferenças e há igualdades, e nem tudo deve ser igual nem tudo deve ser diferente, [...] é preciso que tenhamos o direito de ser diferente quando a igualdade nos descaracteriza e o direito de ser iguais quando a diferença nos inferioriza.” Uma questão de pano de fundo nos é imposta: quais são os estudantes foco da educação inclusiva? A resposta é: todos. Quer dizer, ela se estende aos alunos, público-alvo da educação especial (BRASIL, 2013a), e àqueles que não são público- alvo dessa modalidade de ensino: os alunos brancos, negros, de distintos gêneros, índios, homossexuais, heterossexuais etc. Ou seja, aos seres humanos reais, com foco prioritário aos excluídos do processo educacional. De forma contraditória, a cultura atual, principalmente a ocidental, tenta moldá-los e “formá-los” como seres homogêneos. Como consequência, os que não se enquadram nos referidos padrões e segundo as regras de normalização forjadas socialmente, recebem vários adjetivos: “anormais”, “deficientes”, “incapazes”, “inválidos”, etc. A educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis, e que avança em relação à idéia de eqüidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola. (BRASIL, 2008, apud CAMARGO 2017, p.2). 17 O trabalho didático-pedagógico em sala de aula, com o comum e o específico entre a diversidade que caracteriza o ser humano, constitui o objetivo da inclusão escolar que: [...] postula uma reestruturação do sistema educacional, ou seja, uma mudança estrutural no ensino regular, cujo objetivo é fazer com que a escola se torne inclusiva, um espaço democrático e competente para trabalhar com todos os educandos, sem distinção de raça, classe, gênero ou características pessoais, baseando-se no princípio de que a diversidade deve não só ser aceita como desejada. (BRASIL, 2008, apud CAMARGO 2017, p.2). Em práticas educacionais formais, a aplicação do Desenho Universal leva em conta a diversidade de gênero, etnia, idade, estatura, deficiência, ritmos e estilo de aprendizagem nos projetos de ensino (BURGSTAHLER, 2009). Camargo (2017), aplica o conceito de educação inclusiva ao educando, público-alvo da educação especial, tem-se uma relação bilateral de transformação do ambiente educacional e do referido educando, em que o primeiro gera, mobiliza e direciona as condições para a participação efetiva do segundo. Esse, por sua vez, age ativamente sobre tal transformação, modificando e sendo modificado por ela. Por outro lado, [...] a educação especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza os recursos e serviços e orienta quantoa sua utilização no processo de ensino e aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular. (BRASIL, 2008, apud CAMARGO 2017, p.2). A lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013, que altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para dispor sobre a formação dos profissionais da educação e dar outras providências (BRASIL, 2013a), determina em seu Art. 4, Incisos I e III: Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de: I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, organizada da seguinte forma a) pré-escola; b) ensino fundamental; c) ensino médio; [...] III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino. (BRASIL, apud CAMARGO 2017, p.2). 18 Participam dessa modalidade de ensino os estudantes público-alvo da educação especial, ou seja, com deficiência (visual, auditiva, física e intelectual) (BRASIL, 2015), com transtorno global de desenvolvimento e com altas habilidades ou superdotação. Ela deve ser oferecida, preferencialmente, na rede regular de ensino e de forma complementar e/ou suplementar (BRASIL, 2008, apud CAMARGO 2017, p.3). O termo “preferencialmente” não diz respeito à educação regular e sim ao atendimento educacional especializado. Sobre o atendimento educacional especializado presente no inciso III supracitado, em perfeito acordo com o artigo 208 da Constituição Federal do Brasil (BRASIL, 1988), se faz necessário esclarecer: (i) o artigo 208 do capítulo III - Da Educação, da Cultura e do Desporto – da Constituição prescreve que o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: “[...] atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino” (MANTOAN, 2006, p. 27, apud CAMARGO 2017, p.3); (II) o “preferencialmente” refere-se a “atendimento educacional especializado”, ou seja, o que é necessariamente diferente no ensino para melhor atender às especificidades dos estudantes com deficiência, ou segundo o inciso III do artigo 3 da lei nº 12.796, aos alunos com deficiência, transtorno global de desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. (BRASIL, 2013a). Como exemplo, temos o ensino do Braille e do Soroban para os educandos cegos e da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) para os surdos, quer dizer, aquilo que é específico desses alunos, a fim de que os mesmos possam ter acesso ao currículo comum. O ensino de tais conteúdos é objeto da educação especial e deve ser ofertado, preferencialmente na rede regular de ensino, no atendimento educacional especializado, no contraturno do ensino regular do educando com deficiência, transtorno global de desenvolvimento e com altas habilidades ou superdotação. Ainda, os conteúdos do atendimento educacional especializados não devem substituir os da educação regular. Devem ser complementares, para os alunos com deficiências e transtorno global de desenvolvimento ou suplementares para os educandos com altas habilidades ou superdotação. (BRASIL, 2013b). 19 A estrutura proposta pelo desenho universal pressupõe a diversidade e o trabalho com identidade e diferença em sua constituição. Metodologia, processo de comunicação e material instrucional pensado sobre a estrutura referida precisam ser aplicados para toda a sala de aula, devendo ser contemplado na metodologia, processo de comunicação e material instrucional, elementos próprios dos princípios da diversidade, identidade e diferença, e não da homogeneidade e dos espaços homogeneizantes, esses últimos produtos de construção social. (CAMARGO, 2017, p. 4). São exemplos de materiais instrucionais pensados sob a estrutura do desenho universal, as maquetes e experimentos multissensoriais para o ensino de física de estudantes com e sem deficiência visual contidas em Camargo (2017), uma vez que esses recursos didático-pedagógicos valorizam a diversidade sensorial e discursiva nos processos de ensino, favorecendo a participação efetiva de todos em sala de aula. Hoje, mais que a construção de políticas públicas, como o estatuto da Pessoa com Deficiência (BRASIL, 2015), a convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência (BRASIL, 2009), a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008, apud CAMARGO 2017, p.4), etc., é o momento de praticá-las, para a promoção de participação efetiva de todos os seres humanos, principalmente dos excluídos dos mais variados espaços sociais. Como afirmara Vigotski (1997, p. 77, apud CAMARGO 2017, p.), “um ponto do sistema Braille fez mais pelo cego que mil obras de caridade” E por quê? Na opinião de Vigotski, é pelo fato de Braille ter incluído tais pessoas no mundo da leitura e da escrita. A partir de 1825, quando o jovem francês Louis Braille (1809- 1852) terminou o seu sistema de célula com seis pontos, os cegos puderam efetivamente ter acesso aos estudos, para que fosse possível, atualmente, consolidar esse acesso e ainda possibilitar o ingresso e a permanência no trabalho. Isso mostra a importância da educação, em particular, da educação em física, química e biologia, para todas as pessoas, como fundamento das conquistas sociais para a promoção de cidadania de um povo, elemento este indissociável da heterogeneidade que o caracteriza. A atual crise política que assola o Brasil traz um discurso contraditório e, às vezes, confuso sobre “qualidade de ensino”, que na opinião do autor do presente editorial, objetiva retirar dos educandos brasileiros, 20 público ou não público da educação especial, os instrumentos psicológicos de mediação (VIGOTSKI, 2001, apud CAMARGO 2017, p.4) que lhes possibilitam interpretar o mundo não natural e que define conceitos como normalidade e deficiência. É preciso, a todo custo, desconstruir a “qualidade de ensino” imposta no Brasil. 5 NECESSIDADES ESPECIAIS Fonte: soescola.com As necessidades especiais são incapacidades, do portador, de realizar as atividades próprias do seu nível de desenvolvimento. Podem ser deficiências físicas ou mentais, também conhecidas como atrasos de aprendizagem. As definições sobre as Necessidades Educacionais Especiais que se seguem abaixo têm como referência o documento: Saberes e práticas da inclusão: recomendações para a construção de escolas inclusivas organizado pelo MEC, Secretaria de Educação Especial publicado em 2006. 21 5.1 Deficiência Mental/Intelectual Fonte: primeirahora.com.br A definição de deficiência mental adotada atualmente, e preconizada nos textos e documentos nacionais, foi proposta pela AAMR-Associação Americana de Retardo Mental. O termo ‘deficiência mental’ vem sendo substituído por ‘deficiência intelectual’, uma vez que esta deficiência se refere a uma significativa limitação do funcionamento na área intelectual geral do indivíduo. Deficiência mental é uma incapacidade caracterizada por limitações significativas no funcionamento intelectual e limitações significativas expressadas nas habilidades de adaptação práticas, sociais e conceituais (ex: saber cuidar-se, autoconfiança e interagir socialmente). As limitações no comportamento adaptativo afetam a vida diária e a capacidade de adaptação das mudanças de vida e exigências do meio ambiente. A deficiência mental deve ser evidente durante o período de desenvolvimento geralmente considerado desde a concepção até a idade de 18 anos. (LUCKASSON, apud JORNADA PEDAGÓGICA, 2008). Ao nos referirmos à deficiência intelectual, ressaltamos Sassaki (2005, apud TRENTIN, 2018, p. 23), que faz um comentário sobre os termos deficiência mental eDeficiência Intelectual: A partir da década de 80, o termo utilizado tem sido ‘Deficiência Mental’. Antes disso, muitos outros termos já existiram. E, atualmente, há uma 22 tendência mundial (brasileira também) de se usar ‘Deficiência Intelectual’, termo com o qual concordo por duas razões. A primeira razão tem a ver com o fenômeno propriamente dito. Ou seja, é mais apropriado o termo ‘intelectual’ por referir-se ao funcionamento do intelecto especificamente e não ao funcionamento da mente como um todo. (SASSAKI, 2005, apud TRENTIN, 2018, p. 23). Assim, a deficiência intelectual, segundo a American Association on Intellectual and Developmental Disabilities (AAIDD, 2018, apud TRENTIN, 2018, p. 23) “é uma incapacidade caracterizada por limitações significativas tanto no funcionamento intelectual e no comportamento adaptativo, que abrange habilidades conceituais, sociais e práticas”. Segundo Smith (2008), as habilidades conceituais envolvem os aspectos acadêmicos, cognitivos e de comunicação; as habilidades sociais respondem às exigências sociais exemplificadas pela responsabilidade, autoestima, habilidades interpessoais, observância de regras, normas e leis; e as habilidades práticas remetem ao exercício da autonomia, como: alimentar-se, arrumar a casa, deslocarse de maneira independente e utilizar meios de transporte. O autor nomeia essas habilidades de habilidades adaptativas, como mostra a figura a seguir: FONTE: Smith (2008); Lopes (2016). 23 No contexto da figura apresentada, vale destacar que o déficit nas habilidades adaptativas resulta em fracasso somente quando o domínio do funcionamento adaptativo (conceitual, social e/ou prático) está extremamente prejudicado, sendo necessário apoio contínuo, o que pode impedir a pessoa de agir independentemente. No entanto, o domínio das habilidades adaptativas depende das oportunidades e das experiências vivenciadas (LOPES, 2016, apud TRENTIN, 2018, p. 24). 5.2 Deficiência Visual vidamaislivre.com.br É a redução ou perda total da capacidade de ver com o melhor olho e após a melhor correção ótica. Do ponto de vista educacional, a cegueira leva à necessidade do método Braile como meio de leitura e escrita. A Organização mundial de Saúde (OMS, 1995) define deficiência como um problema numa função ou estrutura do corpo que pode gerar limitações de atividades e dificuldade para execução de tarefas ou ações. Para ela, a deficiência é um fenômeno complexo que reflete a interação entre as características do corpo de uma pessoa e as características da sociedade na qual ela vive. Em âmbito 24 nacional, os artigos 3 e 4 do capítulo 1º do Decreto Federal nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999, define: Deficiência é todo e qualquer comprometimento que afeta a integridade da pessoa e traz prejuízos na sua locomoção, na coordenação de movimentos, na fala, na compreensão de informações, na orientação espacial ou na percepção e contato com as outras pessoas. A deficiência gera dificuldades ou impossibilidades de execução de atividades comuns às outras pessoas, e, inclusive, resulta na dificuldade da manutenção de emprego (BRASIL, 1999, apud SILVA, 2015 p. 10). A Classificação Internacional de Doenças – versão 10 (CID 10)1 estabelece quatro níveis de função visual: • visão normal, • deficiência visual moderada, • deficiência visual grave, • cegueira, (conselho Brasileiro de Oftalmologia, 2019). A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou em 2018 sua nova Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID 11), que entrará em vigor em 2022. (CONSELHO REGIONAL DE OFTALMOLOGIA, 2019). Essa classificação estabelece duas escalas oftalmológicas como parâmetros para avaliar a deficiência visual: a acuidade visual (a capacidade de reconhecer determinado objeto a determinada distância) e campo visual (a amplitude da área alcançada pela visão). São consideradas cegas não apenas as pessoas que apresentam incapacidade total para ver, mas também todas aquelas nas quais o prejuízo da visão se encontra em níveis incapacitantes para o exercício de tarefas rotineiras, apesar de possuírem certos graus de visão residual. Utilizam-se os termos “cegueira legal” ou “cegueira parcial” para classificar a deficiência visual de indivíduos que apresentam uma de duas condições: Visão corrigida do melhor olho de 20/400 ou menor, ou: Diâmetro mais largo do campo visual com medida inferior a 20 graus de arco, ainda que sua acuidade visual nesse estreito campo possa ser superior a 20/400 (este campo visual restrito é chamado de “visão em túnel”). (CONSELHO REGIONAL DE OFTALMOLOGIA, 2019). 25 Entre as pessoas com “cegueira legal” estão aquelas, por exemplo, que só percebem vultos, aquelas que só conseguem contar dedos a curta distância e aquelas que só mantêm percepção luminosa. Estes últimos estão mais próximos da cegueira total ou amaurose, que pressupõe perda completa de visão, sem que haja sequer a percepção luminosa. Em 1972, o Grupo de Estudos da Prevenção da Cegueira, reunido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), desenvolveu a classificação da deficiência visual que ainda hoje é adotada. De acordo com essa definição, o termo “visão subnormal” aplica-se às categorias 1 e 2 do quadro abaixo, enquanto o termo “cegueira” relaciona-se às categorias 3, 4 e 5 e à “perda de visão sem qualificação” da categoria 9. 5.3 Deficiência Física Neuromotora Fonte: gestaoescolar.org.br Podemos definir a deficiência física como uma variedade de condições não sensoriais, que acometem o indivíduo em sua mobilidade, podendo comprometer em maior ou menor grau, o desenvolvimento motor, limitando o andar, a coordenação de braços, pernas e da fala, resultantes de problemas ou lesões neurológicas, ortopédicas, neuromusculares, ou ainda, de malformações 26 congênitas ou adquiridas. Dentre os principais quadros motores apresentados pela pessoa com algum tipo de deficiência física/neuromotora, torna-se difícil encontrar uma classificação que insira todos os possíveis distúrbios motores. [...] às deficiências cujas manifestações exteriores consistem em fraqueza muscular, paralisia ou falta de coordenação, geralmente são designadas mais apropriadamente como neuro-musculares, uma vez que as dificuldades se encontram mais frequentemente nos centros e vias nervosas que comandam os músculos, do que nos músculos em si. Lesões nervosas podem ser causadas por infecções ou por lesões ocorridas em qualquer fase da vida da pessoa, podendo também ocorrer por uma degeneração sem causa aparente (BRASIL, 2002, p.19). Assim, os quadros de maior incidência em alunos matriculados na Educação Básica e Educação de Jovens Adultos que requerem um apoio mais intenso são: • Lesão cerebral (paralisia cerebral, hemiplegias (paresias) • Lesão medular (paraplegia/tetraplegias) • Miopatias (distrofias musculares) 5.4 Deficiência Auditiva Fonte: cronicasdasurdez.com É a perda total ou parcial, congênita ou adquirida da capacidade de compreender a fala por intermédio do ouvido e manifesta-se como surdez 27 leve/moderada (perda auditiva até 70 decibéis) ou como surdez severa/profunda (perda auditiva acima de 70 decibéis). “A surdez consiste na perda maior ou menor da percepção normal dos sons. Verifica-se a existência de vários tipos de pessoas com surdez, de acordo com os diferentes graus de perda da audição.” (MEC, 2006). A audição é o sentido que possibilita a percepção de sons no ser humano. Esse sentido é o primeiro sentido a ser apurado, mesmo antes de a criança nascer, já que ainda dentro do ventre da sua mãe tem contato com os sons do mundo. A audição é muito importante para o desenvolvimento do ser humano, ajudando na comunicação, na compreensão, no relacionamento social e nas manifestações de sentimento e necessidades.Quando uma pessoa é incapaz de ouvir, pode-se dizer que esta pessoa tem uma deficiência auditiva. Denomina-se deficiência auditiva a diminuição da capacidade de percepção normal dos sons, sendo considerado surdo o indivíduo cuja audição não é funcional na vida comum, e parcialmente surdo, aquele cuja audição, ainda que deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva. (BRASIL, 1997, apud MARQUETI, 2014, p. 21). Na deficiência auditiva há alguns tipos principais de problemas auditivos, como a deficiência de transmissão ou condutiva e a neurossensorial. A surdez de transmissão lesiona o ouvido externo ou médio, causando perda parcial da audição. Já a surdez neurossensorial afeta o ouvido interno e o nervo auditivo, causando a perda do volume sonoro e distorcendo os sons. Para este tipo de surdez em geral não há cura, é irreversível. Em virtude da complexa estrutura do ouvido, podem ser várias as razões da perda auditiva. Basicamente, são classificadas como condutivas ou sensório-neurais. A surdez condutiva é aquela que se reduz a intensidade do som alcançado pelo ouvido interno. O distúrbio causador da surdez condutiva localiza-se no ouvido externo ou médio e interfere na capacidade de condução do som. Uma perda sensório-neural ou da percepção é causada por problemas do ouvido interno ou do nervo auditivo, que transmite o impulso ao cérebro; neste caso as implicações são mais complexas e podem afetar outras funções [...]. (GORGATTI; COSTA, 2008, apud MARQUETI, 2014, p. 22). 28 Uma pessoa com deficiência auditiva tem dificuldades para se adaptar no ambiente em que vive, já que muitas vezes por causa de sua deficiência não consegue se fazer entender, tornando assim uma pessoa impaciente e ansiosa. 5.5 Deficiência Múltipla Fonte: neurotopicos.com.br A literatura nacional e internacional indica que não existe uma concordância em relação ao conceito da DM, o que implica na dificuldade de sua compreensão, definição e nas próprias características da deficiência (TEIXEIRA; NAGLIATE, 2009). Contudo, pode-se dizer que DM “[...] é uma condição heterogênea que identifica diferentes grupos de pessoas, revelando associações diversas de deficiências que afetam, mais ou menos intensamente, o funcionamento individual e o relacionamento social” (MEC/SEESP, 2002, apud LEITE, 2019 p. 277). No Brasil, a definição mais recente de DM adotada pelo Ministério da Educação considera as pessoas com deficiências múltiplas aquelas que têm “[...] duas ou mais deficiências associadas, de ordem física, sensorial, mental, emocional ou de comportamento social” (BRASIL, 2006, apud LEITE, 2019, p. 278). Todavia, não é o somatório dessas alterações que definem a sua ocorrência, 29 “[...], mas sim o nível de desenvolvimento, as possibilidades funcionais, de comunicação, interação social e de aprendizagem que determinam as necessidades educacionais dessas pessoas.” (BRASIL, 2006, apud LEITE, 2019 p. 278). A partir de 2012 o Transtorno do Espectro Autista (TEA) passa a ser uma deficiência primária, para a garantia dos direitos legais (BRASIL, 2012, apud LEITE, 2019, p. 278). Considerando a definição apresentada, destacamos que a DM abrange um grupo heterogêneo de pessoas, que incluem características e condições motoras, sensoriais, intelectuais e até mesmo psicológicas distintas. Dessa maneira, os comprometimentos de cada pessoa vão resultar em demandas específicas para o desenvolvimento e desempenho de atividades, o que requer do processo educativo, ações e um planejamento individualizado capaz de atender as necessidades de cada estudante no decorrer do processo de ensino e aprendizagem. Rocha e Pletsch, (2015, apud LEITE, 2019, p. 278) realizaram um estudo documental e bibliográfico que teve como objetivo contribuir com as discussões e produções do conhecimento sobre a escolarização das pessoas com deficiência múltipla, justificado especialmente pela escassez de pesquisas referente ao processo de ensino e aprendizagem desses sujeitos. As autoras concluíram, a falta de unanimidade entre os pesquisadores sobre do conceito deficiência múltipla e sua caracterização. Além da carência de pesquisas nacionais e internacionais relacionadas ao processo de escolarização dessas pessoas. E pontuam ainda, a falta de orientações nas políticas públicas em educação direcionadas especialmente para esse público. Perante ao exposto, as autoras, indicaram a necessidade de oportunizar conhecimento para os profissionais que atuam como essas pessoas, especialmente no contexto educacional para que as condições específicas e as possibilidades de intervenção mesmo que ainda sem suporte especializado possam ser desenvolvidas. Por isso, ressaltam a importância de diretrizes políticas para orientar as propostas educativas; que no caso da DM requer o envolvimento de diferentes ações para que se possa promover o desenvolvimento (ROCHA; PLETSCH, 2015, apud LEITE, 2019, p. 279). 30 Percebe-se uma certa invisibilidade sobre a temática nos estudos científicos da área de educação (TEIXEIRA; NAGLIATE, 2009, ROCHA; PLETSCH, 2015, apud LEITE, 2019, p. 279). Essa ausência de pesquisa pode ser resultante dos processos históricos, que no Brasil, por muito tempo negou ou ainda exclui o acesso ao sistema regular de ensino as pessoas com DM (ROCHA; PLETSCH, 2015, apud LEITE, 2019, p. 279). Silva (2011, apud LEITE, 2019, p. 279) realizou uma revisão abrangente não sistemática sobre a deficiência múltipla, e concluiu que a produção científica é escassa, principalmente as direcionadas sobre a prática pedagógica, o que torna mais complexo o trabalho dos educadores devido à insuficiência da literatura. Segundo Masini (2011, apud LEITE, 2019, p. 279), as pesquisas mais sistemáticas iniciaram somente no ano de 2000 com a publicação, pelo Ministério da Educação, do “Programa de Capacitação de Recursos 5.6 Transtornos Globais do Desenvolvimento Fonte: brasil.elpais.com Os alunos hoje considerados como portadores de Transtornos Globais do Desenvolvimento são sujeitos, que no longo da história foram os descritos como deficientes mentais, ou seja, são pessoas que apresentam um quadro de alterações 31 no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação, repertório de interesses e atividades restrito, movimento estereotipado e repetitivo. O conceito de Transtornos Globais do Desenvolvimento surge no final dos anos 60, derivado especialmente dos trabalhos de M. Rutter e D. Cohen. Ele traduz a compreensão do autismo como um transtorno do desenvolvimento. O autismo é explicado e descrito como um conjunto de transtornos qualitativos de funções envolvidas no desenvolvimento humano. Esse modelo explicativo permitiu que o autismo não fosse mais classificado como psicose infantil, termo que acarretava um estigma para as famílias e para as próprias crianças com autismo. Além disso, o modelo permite uma compreensão adequada de outras manifestações de transtornos dessas funções do desenvolvimento que, embora apresentem semelhanças, constituem quadros diagnósticos diferentes. A compreensão dos transtornos classificados como TGD, a partir das funções envolvidas no desenvolvimento, aponta perspectivas de abordagem, tanto clínicas quanto educacionais, bastante inovadoras, além de contribuir para a compreensão dessas funções no desenvolvimento de todas as crianças (BELISÁRIO FILHO, 2010, apud MAGALHÃES, 2018, p. 834). Incluem-se neste grupo alunos com: Autismo; Síndromes do Espectro Autismo (Síndrome de Asperger, e Síndrome de Rett); Transtorno Desintegrativo da Infância (Psicose Infantil); Transtornos Invasivos sem outra especificação, que no geral apresentam dificuldades de adaptação escolar e de aprendizagem, associadas ou não a limitações no processo de desenvolvimento, que dificultam o acompanhamento das atividades curricularese na sua interação social com colegas e professores. 1- Autismo: Prejuízo no desenvolvimento da interação social e da comunicação. Pode haver atraso ou ausência do desenvolvimento da linguagem. Naqueles que a possuem, pode haver uso estereotipado e repetitivo ou uma linguagem idiossincrática. Repertório restrito de interesses e atividades. Interesse por rotinas e rituais não funcionais. (MAGALHÃES, 2018). 2- Síndrome de Rett: Desenvolvimento de múltiplos déficits específicos após um período de funcionamento normal nos primeiros meses de vida. Desaceleração do crescimento do perímetro cefálico. Perda das habilidades voluntárias das mãos adquiridas anteriormente, e posterior desenvolvimento de movimentos estereotipados semelhantes a lavar ou 32 torcer as mãos. O interesse social diminui após os primeiros anos de manifestação do quadro, embora possa se desenvolver mais tarde. Prejuízo severo do desenvolvimento da linguagem expressiva ou receptiva. (MAGALHÃES, 2018) 3- Transtorno de Asperger: Prejuízo persistente na interação social. Desenvolvimento de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades. Diferentemente do Autismo, podem não existir atrasos clinicamente significativos no desenvolvimento cognitivo, na linguagem, nas habilidades de autoajuda apropriadas à idade, no comportamento adaptativo, à exceção da interação social, e na curiosidade pelo ambiente na infância. (MAGALHÃES, 2018). 4- Transtorno desintegrativo da Infância: Regressão pronunciada em múltiplas áreas do funcionamento, após um desenvolvimento normal constituído de comunicação verbal e não verbal, relacionamentos sociais, jogos e comportamento adaptativo apropriado para a idade. As perdas clinicamente significativas das habilidades já adquiridas em pelo menos duas áreas: linguagem expressiva ou receptiva, habilidades sociais ou comportamento adaptativo, controle intestinal ou vesical, jogos ou habilidades motoras. Apresentam déficits sociais e comunicativos e aspectos comportamentais geralmente observados no Autismo. (MAGALHÃES, 2018). 5- Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação: Existe prejuízo severo no desenvolvimento da interação social recíproca ou de habilidades de comunicação verbal e não verbal ou comportamentos, interesses e atividades estereotipados. (MAGALHÃES, 2018). Das síndromes deste grupo, talvez a mais conhecida seja o autismo, por ser a base para o entendimento das demais. O termo autismo foi utilizado pela primeira vez em 1911, por Bleuler, para designar a perda de contato com a realidade e consequente dificuldade ou impossibilidade de comunicação. Em 1943, o médico austríaco radicado nos Estados Unidos da América - Leo Kanner - observou onze crianças que passaram por sua consulta e escreveu o artigo: "Os transtornos autistas do contato afetivo" (1943). Com base nos aspectos que chamaram 33 sua atenção, podemos dizer que ele identifica como traço fundamental do autismo a "incapacidade para relacionar-se normalmente com as pessoas e as situações" (BELISÁRIO FILHO, 2010, apud MAGALHÃES, 2018, p. 837). O autista demonstra gostar de viver isolado, na medida do possível evita qualquer contato físico, principalmente com pessoas que não conhece. Tudo que foge da rotina, como sons, organização do espaço físico e o convívio com pessoas do dia-a-dia, o fazem sentir muita angústia e em alguns casos demonstrado com agitação e agressividade. A linguagem é inexistente. Parece não ser dotados de audição, por não responder a nenhum tipo de estímulo. O que é surpreendente nesses sujeitos é a capacidade de memorização. Muitos também apresentam problemas com a alimentação. O autismo pode ser definido como um transtorno crônico com prejuízos na interação social mútua, assim como na habilidade de comunicação, apresentando–se como uma anormalidade do desenvolvimento com sintomas que se iniciam até os 18 meses de vida, também associado a um distúrbio que altera a expressividade do afeto e a demonstração de empatia, visto que os portadores do autismo demonstram dificuldades em manter um relacionamento social concreto (FERNANDES, 2008, apud MAGALHÃES, 2018, p. 837). Existem várias distinções que são fundamentais entre os casos de autismo, mesmo que apresentem comportamentos comuns a todos os autistas, tais como estereotipias, dificuldades na interação social e na comunicação verbal e não verbal, pois essas diferenças são ocasionadas por fatores que são relacionados à etiologia, idade de manifestação dos sinais e sintomas, das características regressivas, do funcionamento intelectual, do perfil neuropsicológico, diagnóstico e prognóstico, onde as variações geram diversos argumentos e diferentes abordagens educacionais (COELHO; IEMMA; LOPES-HERRERA, 2008, apud MAGALHÃES, 2018, p. 837). A Síndrome de Asperger geralmente é diagnosticada quando as habilidades sociais, assim como o desenvolvimento da comunicação e a linguagem não se desenvolvem adequadamente, constituindo-se em Transtorno Global do Desenvolvimento (DANTAS; ALCHIERI, 2012 apud CARVALHO; SOUZA; CARVALHO, 2014). Segundo Klin (2006, apud MAGALHÃES, 2018, p. 837), a 34 Síndrome de Asperger é um transtorno invasivo do desenvolvimento a qual contém desvios e atrasos no desenvolvimento das habilidades sociais e comunicativas em sua grande maioria. Porém, muitos indivíduos que apresentam esta síndrome são capazes de realizarem grandes tarefas com condições que exibem habilidades surpreendentes e até prodigiosas. No entanto, ainda ocorre a ausência de conhecimento da sociedade e até mesmo de comunidades escolares sobre o Autismo e a Síndrome de Asperger, o que acarreta em atitudes que são preconceituosas e discriminatórias, por isso, ocorre à contínua necessidade de criar um ambiente na escola que permita o desenvolvimento da comunicação verbal e não verbal (CARVALHO; SOUZA; CARVALHO, 2014, apud MAGALHÃES, 2018, p. 838). Sendo assim, as atividades realizadas para o aluno devem estar voltadas para o aperfeiçoamento da linguagem, da matemática, interação social, reconhecimento de imagens, diminuição de estereótipos, tais como a fixação pelo mesmo objeto, movimentos e sons repetitivos. Para que isso ocorra, o desenvolvimento das atividades pedagógicas deve estar centrado em possibilitar e proporcionar maior comunicação entre o aluno e o ambiente ao seu redor, com atividades que possam produzir significado no processo de aprendizagem. A comunicação surge através da interação verbal, fenômeno complexo, e quase inexistente no cotidiano do sujeito com o transtorno do Espectro Autista, o que reflete em dificuldades nas capacidades de interação social e no comportamento, desencadeando inúmeras complicações, tais como, estereotipias variadas, ecolalias, comportamentos rotineiros e hiperativos, generalizações, reações inusitadas às mudanças de rotina, comunicação verbal e não verbal prejudicada e muitas vezes sem contexto (FERNANDES, 2008; PROBST; LEPPERT, 2008; MESIBOV, 2006 apud KWEE; SAMPAIO; ATHERINO, 2009). Para Parizotoo e Becker (2007, apud MAGALHÃES, 2018, p. 839) o ambiente escolar deve estar apresentar novas metodologias de ensinoaprendizagem ao favorecer a interação entre os alunos, concedendo oportunidades e troca de experiências, informações e também de comunicações. O profissional que trabalha na educação especial precisa ser semelhante a um intérprete o qual possui conhecimentos variados sobre as demandas culturais e que seja capaz de traduzir 35 e orientar as expectativas e os procedimentos que ocorrem para elucidar a vivência de uma criança com a Síndrome de Asperger 5.7 Altas Habilidades / superdotação Até o início do século XX não havia de se quantificar atributos da inteligência, o que começou a se tornar possível quando Alfred Binet, um psicólogo francês, desenvolveu a primeira escalade desenvolvimento infantil. Milhares de crianças foram observadas sistematicamente, possibilitando a identificação e a descrição das tarefas que podiam ser desempenhadas em cada etapa do desenvolvimento cronológico infantil. A partir do trabalho de psicólogos, o conceito de superdotação foi ampliado, passando a incluir a criatividade e seus vários componentes, como por exemplo, pensamento divergente, solução de problemas e a capacidade de tomada de decisão. Ainda, mais recentemente, acrescentou-se ao conceito de superdotação termo talento, de forma que “indivíduos que demonstram habilidades marcantes nas artes de representação, ou mesmo que excedem em outras áreas de desempenho, podem igualmente ser designados como superdotados” (HARDMAN et al., 1993, apud SOUZA, 2013, p. 13). Assim, foi-se gradativamente alterando a concepção de superdotação, no sentido de ampliar sua significação. Segundo Hardman et al. (1993), os termos “superdotado” e “talentoso” se refere a crianças e jovens, identificados na pré escola, no ensino fundamental ou no ensino médio, como possuidores de habilidades potenciais ou demonstradas, que evidenciam alta capacidade de desempenho. Em 1991, Ramos-Ford e Gardner propuseram uma nova forma de considerar a inteligência, ou dotação, através de uma teoria que tem sido mencionada como a teoria da inteligência múltipla. Como se pode perceber, a concepção de inteligência foi se ampliando no decorrer do tempo, com implicações importantes para a prática educacional, e mais especificamente, para a prática pedagógica do professor, em sala de aula, 36 especialmente no que se refere à identificação das necessidades educacionais especiais do aluno e ao seu ensino. O termo “superdotado” é usado para indicar alguma criança que se destaca das demais, podendo ser em habilidades especificas ou gerais dentro de seus ambientes de convívios cotidianos. A definição de superdotados descrita pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura) é de que são considerados superdotados todos aqueles que apresentam desempenho mais aguçado e também elevada potencialidade e habilidade em qualquer um dos seguintes aspectos, podendo ser isolados ou combinados: capacidade intelectual geral, aptidão acadêmica especifica, pensamento criador ou produtivo, capacidade de liderança, talento especial, dramáticas e musicais. A pessoa com altas habilidades caracteriza-se por demonstrar elevada potencialidade de aptidões, talentos e habilidades nos diferentes campos do saber e do fazer; apresentar expressivo interesse, empenho e motivação para atividades relacionadas com suas(s) área(s) de interesse(s); e revelar criatividade, que se expressa na forma original com qual apresenta suas propostas e nas relações que estabelece entre o que conhece e o que lhe é novo. (BRASIL, 1995, apud COSTA, 2006, p. 110). De acordo com as Diretrizes para educação especial (MEC, 1995), o tipo intelectual seria aquele que apresenta flexibilidade e fluência do pensamento, capacidade de pensamento abstrato para fazer associações, produção ideativa, rapidez do pensamento, julgamento crítico, capacidade de resolver e lidar com problemas; o tipo acadêmico apresenta aptidão acadêmica específica concentração, rapidez de aprendizagem, boa memória; o tipo criativo apresenta originalidade, imaginação, capacidade para resolver problemas de forma diferente e inovadora; tipo social que revela a capacidade de liderança e persuasão; o tipo criativo, que apresenta flexibilidade, facilidade de auto expressão; o tipo psicomotor, que se destaca nos esportes, agilidade e resistência e finalmente os tipos especiais, que revelam destaques nas artes plásticas, músicas e literatura. Essas características descritas como superdotação, podem ser encontradas combinadas entre si, além de ter a possibilidade de aparecimento de outras características e habilidades. Portanto, nem todos os alunos superdotados apresentam um conjunto dessas características, e quando as tem, não a 37 apresentam necessariamente em simultaneidade, às vezes são camufladas dependendo as circunstancias que a criança está vivendo. Há também aqueles que possuem altas habilidades e superdotação, mas têm rendimento escolar inferior ao nível de estudo o qual está inserido, então, manifestam falta de interesse e desmotivação para os estudos acadêmicos e para a rotina escolar, podendo também apresentar dificuldades de socialização e integração ao grupo de alunos, desencadeando problemas de aprendizagem e de adaptação escolar. Esses alunos por muitas vezes acabam por ser “podados” pelos profissionais da educação quando não identificados, pois eles são enxergados pelas dificuldades que apresentam e não pelas qualidades ou habilidades que devem ser estimuladas. A identificação e avaliação dos alunos com altas habilidades e superdotação é processual e contínua, podendo ocorrer a partir da observação do professor sobre os alunos que se destacam dentre os demais alunos da turma. Depois os pais devem ser consultados sobre o dia a dia dessa criança no ambiente familiar, verificando se é percebido essa habilidade ou se a família tem estimulado essa área na criança. Verificar como o aluno se apresenta em relação aos demais alunos; Realizar avaliação pedagógica para que se revele realmente a área da habilidade ou superdotação e quais as dificuldades que esse aluno possui; E fazer testes devidamente padronizados para que se chegue a um resultado concreto, e finalmente inserir esse aluno nos programas adequados, levando ao desenvolvimento de suas potencialidades. O aluno com altas habilidades e superdotação pode ser descoberto em qualquer uma das etapas da escolarização, mas o quanto antes for identificado poderá ter mais atendimento especializado e ser estimulado dentro de sua área de interesse. Cabe essa responsabilidade ao professor de estar redimensionando seu olhar através de estudos, pesquisas e formações continuadas estar fazendo um diagnóstico minucioso e detalhado desses alunos, para que se possa trabalhar dentro da área de interesse desses alunos e orientar a família como lidar com essa superdotação. Conforme o Plano Nacional de Educação, 38 [...] não há como ter uma escola regular eficaz quanto ao desenvolvimento e aprendizagem dos educandos especiais sem que seus professores, demais técnicos, pessoal administrativo e auxiliar, sejam preparados para atendê-los adequadamente. (BRASIL, 2001, apud SOUZA, 2013, p. 14). Nesse sentido, a escola e seus profissionais devem estar devidamente preparados para atender essa clientela e também precisa assumir uma postura primordial frente a essa realidade existente, a de estar fazendo a inclusão desses alunos superdotados. 6 TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO E A PRÁTICA ESCOLAR Fonte: obviousmag.org Pensar em como lidar com estes sujeitos é desafiador, pois não conseguem lidar com mudanças abruptas, barulho, ou pessoas desconhecidas. Estar na escola é a junção de tudo o que os angustia e, portanto, provoca sofrimento. Muitos acabam reagindo, o que é normal, seja por isolar-se ainda mais, ignorando tudo e todos em seu entorno ou por meio de atitudes agressivas, interpretadas muitas vezes que este é o perfil do aluno no seu dia-a-dia. É necessário que o profissional que vá lidar com um portador de TGD saiba que há meios de lidar e conquistar o aluno, de forma que esse possa minimamente integrar o espaço escolar sem causar 39 tantos constrangimentos seja para si ou para aqueles que deverá lidar diretamente com ele. É pela falta de flexibilidade que a experiência de estar na escola não é significada facilmente, representando inicialmente apenas a perda da rotina cotidiana, que permitia a essa criança não se desorganizar. Devemos lembrar de que o apego a rotinas e rituais é uma característica comum às crianças com TGD. (BELISÁRIOFILHO, 2012, apud MAGALHÃES, 2018, p. 839). De acordo com Magalhães (2018), não é só as crianças com TGD que tem apego aos entes queridos e à rotina, crianças da educação infantil, principalmente as menores, reagem da mesma forma quando inseridas no espaço escolar, choram, se agarram aos pais, tentam bater nas professoras por não querer sair de perto de seus protetores, sem falar nos pais que ficam com receio de deixar seus pequenos com estranhos, por não tem certeza se será capaz de lidar de forma adequada. Portanto, nos primeiros dias é preciso proporcionar uma experiência agradável, vivenciando as rotinas comuns aos demais alunos, o mais previsível possível. Isso deve ser feito, obviamente, sem retirar a naturalidade do ambiente escolar, mas tendo em mente que a mesma inflexibilidade que torna tão difíceis as primeiras experiências nesse ambiente poderão também promover o apego a situações que posteriormente poderão se tornar indesejáveis. Em outras palavras, é importante, na tentativa de acolhimento àquela criança, não proporcionar a ela vivências que não farão parte da sua rotina no futuro. A inflexibilidade e o apego a rotinas poderão levar a criança a estabelecer rotinas inadequadas no interior da escola, que causarão dificuldades posteriores para os profissionais e para a própria criança quando forem reformuladas. Exemplos disso são os acolhimentos individuais com acesso a brinquedos que não é dado às demais crianças, horários reduzidos para adaptação progressiva, permanência separada da turma em espaços como sala da coordenação ou direção da escola, alimentação em horário diferente do restante da turma, etc. O cotidiano escolar possui rituais que se repetem diariamente. A organização da entrada dos alunos, do deslocamento nos diversos espaços, das rotinas em sala de aula, do recreio, da organização da turma para a oferta da merenda, das aulas em espaços diferenciados na escola, da saída ao final das aulas e outros são exemplos de rituais que se repetem e que favorecem a apropriação da experiência escolar para a criança com TGD. Esses rituais escolares proporcionam a todas as crianças o desenvolvimento de aspectos cognitivos úteis à vivência social, envolvendo antecipação, adiamento da atuação imediata, entre outros. A diferença é que a necessidade de exercício explícito de ensino e aprendizagem empreendidos junto à criança com TGD, em tais situações, torna visível tal processo. (BELISÁRIO FILHO, 2012, apud MAGALHÃES, 2018, p. 840). 40 É preciso lembrar que as pessoas com TGD carecem de uma rotina para viver tranquilamente, ou seja, é através da convivência no dia a dia escolar ele vai se ajustando e se familiarizando aos professores, colaboradores que trabalham com eles e com o passar do tempo, também vão criando laços de amizades e confiança com os colegas de classe o que acarretará grandes desenvolvimentos intelectuais e afetivos. Pensar em Educação de “deficientes” é muito mais do que propor estratégias e metodologias próprias de ensinoaprendizagem. É produzir meios para tornar alguém, considerado incapaz, em alguém independente, capaz de estar no mundo de forma autônoma, capaz de interagir com a sociedade por si só. (MAGALHÃES, 2018, p. 840). 7 O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO: EDUCAÇÃO ESPECIAL NA ESCOLA REGULAR Fonte: www.divinopolis.mg.gov.br A Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva (2008) trouxe o Atendimento Educacional Especializado – AEE como uma de suas inovações, a fim de que os alunos público-alvo da educação especial sejam atendidos conforme suas especificidades nos espaços comuns de aprendizagem e 41 participem das atividades educacionais regulares, garantindo a todos o direito à educação. Os alunos conceituados como público-alvo da educação especial conforme estabelecido na Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva e no Decreto 6.571/2008, portanto, aqueles que devem ser matriculados nas classes comuns do ensino regular e no AEE são os alunos com deficiência de natureza física, mental, intelectual ou sensorial; alunos com transtornos globais do desenvolvimento e alunos com altas habilidades/superdotação. Portanto, a matrícula no ensino regular é o que efetiva o acesso do aluno no AEE, entretanto, a obrigatoriedade de aceitação do AEE pelo aluno ou seus responsáveis é facultativa. Por isso, a participação ou não no AEE pelo aluno não acarreta restrição ou impedimento da sua matrícula no ensino comum (FÁVERO et al., 2007, apud OLIVEIRA, 2016, p. 6). De acordo com SEESP/MEC (2010, p.21), “[...] o AEE tem como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade educacional que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas”. (SEESP/MEC, 2010, apud OLIVEIRA, 2016, p. 6). Nesta perspectiva, este serviço tem caráter complementar e/ou suplementar às atividades pedagógicas realizadas na sala de aula comum, ou seja, ele não substitui a escolarização, mas agrega outras atividades para apoiar o desenvolvimento do aluno, visando a sua autonomia na escola e fora dela. Em outras palavras, o AEE funciona como um serviço de apoio e de interlocução com a sala de aula regular, através da realização de práticas didáticas específicas que contribuem para garantir as condições de acesso e aprendizagem na escola regular dos alunos com necessidades especiais. Quanto à oferta preferencial do AEE nas escolas comuns, Fávero et al. (2007, p.26) afirma que: o Atendimento Educacional Especializado deve estar disponível em todos os níveis de ensino escolar, de preferência nas escolas comuns da rede regular. Esse é o ambiente escolar mais adequado para garantir o relacionamento do aluno com seus pares de mesma idade cronológica e para a estimulação de todo o tipo de interação que possa beneficiar seus 42 desenvolvimentos cognitivos, motor, afetivo. (FÁVERO et al., 2007, apud OLIVEIRA, 2016, p. 7). Preferencialmente, o AEE deve ser realizado nas escolas comuns, na sala de recursos multifuncionais, no turno inverso ao da classe comum. Quando não é possível ofertar o AEE na própria escola, ele deve ser organizado num centro especializado público ou filantrópico que realize esse serviço educacional, pois este tipo de serviço é um complemento e não substitui a escolarização ministrada na rede regular de ensino. Todavia há diversas razões que se articulam para que esse atendimento ocorra na escola comum, a começar pelo texto constitucional de 1988, pela LDBEN (Lei nº 9394/96) e, principalmente, por possibilitar que as particularidades de cada aluno sejam reconhecidas e atendidas nesse espaço de formação comum a todos (FÁVERO et al., 2007; ROPOLI et al., 2010, apud OLIVEIRA, 2016, p. 7). Inicialmente as escolas comuns devem garantir a oferta do AEE através da sua institucionalização no projeto político-pedagógico, que deverá ser elaborado com a participação de todos os professores e da comunidade escolar em geral, contemplando: a organização da sala de recursos multifuncionais; o perfil e papel dos professores para atuar no AEE; a elaboração do Plano de atendimento do aluno; o intercâmbio entre a equipe do AEE e o professor regente; entre outros. As salas de recursos multifuncionais são espaços destinados à realização do AEE aos alunos público-alvo da educação especial, e não funcionam como salas especiais substitutivas à escolarização. Salas de recursos multifuncionais são espaços da escola onde se realiza o atendimento educacional especializado para os alunos com necessidades educacionais especiais, por meio de desenvolvimento de estratégias de aprendizagem centradas em um novo fazer pedagógico que favoreça a construção de conhecimentos pelos alunos, subsidiando-os para que desenvolvam o currículo e participem da vida escolar
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