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Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
47
Todo ser humano tem em si mesmo pos-
sibilidades que estão à espera de serem 
descobertas.
Helen Keller
A deficiência auditiva acontece quando há 
uma diminuição da audição, ou uma “redução na 
percepção de sons que dificulta a compreen-
são das palavras” (SÃO PAULO, 2007). A dificul-
dade aumenta com o grau de perda. Podemos 
dizer que o deficiente auditivo é aquele que, com 
a utilização de uma prótese auditiva (aparelho de 
amplificação sonora), poderá reconhecer os sons 
do meio ambiente, inclusive os sons da fala. A sur-
dez pode ser caracterizada pela impossibilidade 
de se ouvir mesmo com a utilização de próteses. 
O que significa, então, ter uma perda auditi-
va? Significa que o sujeito que a possui acaba por 
não ter acesso à comunicação oral, aquela utiliza-
da mais comumente pela nossa sociedade, o que 
muitas vezes pode gerar um atraso no seu desen-
volvimento, não por problemas cognitivos, mas 
pela impossibilidade da participação no mundo 
linguístico.
A surdez pode ser descrita como a perda 
maior ou menor da percepção normal dos sons, 
DEFICIÊNCIA AUDITIVA/SURDEZ8 
que interfere na aquisição da linguagem. O défi-
cit auditivo pode ser definido como perda média 
em decibéis, na zona conversacional (frequência 
de 500, 1000, 2000 hertz) para o melhor ouvido. O 
Decreto Federal nº 5.626/2005 define que pessoas 
surdas são aquelas que, por terem perda auditiva, 
interagem com o mundo por meio de experiên-
cias visuais e se manifestam culturalmente por 
meio da língua de sinais – Libras; e considera-se 
deficiente auditivo a pessoa com perda bilateral, 
parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) 
ou mais, que não utiliza a língua de sinais para 
comunicar-se, mas sim a língua oral do país de 
origem (BRASIL, 2005). 
Nos documentos do Ministério da Educa-
ção e Cultura (MEC), outras nomenclaturas tam-
bém são utilizadas: indivíduo com surdez ou 
parcialmente surdo. A surdez parcial é aquela em 
que as pessoas apresentam perdas parciais, por 
exemplo: leve até 40 decibéis e moderada de 41 
até 70 decibéis. As características dos surdos ou 
deficientes auditivos leves e moderados ou defi-
cientes auditivos são atraso na linguagem, dificul-
dade articulatória e problemas na discriminação 
auditiva; além disso, a compreensão verbal está 
intimamente ligada à sua aptidão da percepção 
visual (BRASIL, 2005).
8.1 O Ouvido
O ouvido é dividido em três partes: ouvido 
externo, ouvido médio e ouvido interno.
O ouvido externo é formado pela orelha e 
pelo canal auditivo com a membrana timpânica 
no fundo do canal. No ouvido médio estão os três 
ossículos (martelo, bigorna, estribo) e a abertu-
ra da tuba auditiva. O ouvido interno é formado 
pelo aparelho vestibular (equilíbrio) e pela cóclea 
(audição). O som chega ao cérebro por meio do 
nervo coclear. 
Marcia Regina Zemella Luccas
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
48
A diminuição da audição produz uma redução na percepção de sons e dificulta a compreensão das 
palavras. A dificuldade aumenta com o grau de perda, que pode ser leve, moderado, severo e profundo. 
AtençãoAtenção
A deficiência auditiva é a redução na percepção 
de sons que dificulta a compreensão das pala-
vras, e a surdez pode ser definida como impossi-
bilidade de se ouvir mesmo com a utilização de 
próteses. 
8.2 Quais são os Graus de Surdez: o que se sente?
Nos casos de perda auditiva de grau leve as 
pessoas podem não se dar conta de que ouvem 
menos; somente um teste de audição (audiome-
tria) vai revelar a deficiência. 
Quando a perda auditiva passa a ser de mo-
derada, os sons podem ficar distorcidos, e na con-
versação as palavras tornam-se abafadas e mais 
difíceis para entender, particularmente quando 
têm várias pessoas conversando em locais com 
ruído ambiental ou salas onde existe eco. Os sons 
da campainha e do telefone tornam-se difíceis 
para serem ouvidos; o deficiente auditivo pede, 
a todo o momento, que falem mais alto ou que 
repitam as palavras. 
Surdez severa é aquela em que a perda fica 
entre 71 e 90 decibéis, e é profunda quando é aci-
ma de 90 decibéis. Neste último tipo de perda, as 
crianças podem chegar aos 4 ou 5 anos de idade 
sem aprender a falar. Muitas delas, devido à priva-
ção das informações auditivas, utilizarão a lingua-
gem gestual e perceberão o mundo por meio de 
experiências visuais e manifestando sua cultura 
pela língua de sinais – Libras (BRASIL, 2005).
A perda auditiva profunda, causada, mui-
tas vezes, principalmente pela falta de assistência 
logo na primeira infância, traz dificuldades no de-
senvolvimento da linguagem. Em geral, a primei-
ra suspeita quanto à existência de uma alteração 
Fonte: blogdefisica2010.blogspot.com.
Fundamentos da Educação Especial
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49
auditiva em crianças muito pequenas é feita pela 
própria família a partir da observação da ausência 
de reações a sons, comportamento diferente do 
usual (a criança que é muito quieta, dorme muito 
e em qualquer ambiente, não se assusta com sons 
intensos), e, em crianças um pouco mais velhas, 
o não desenvolvimento da linguagem (www.abc-
dasaude.com.br). Nesse tipo de perda, também, 
as crianças terão maior facilidade no desenvolvi-
mento linguístico se utilizarem a Libras.
Os níveis de limiares utilizados para caracte-
rizar os graus de severidade da deficiência auditi-
va são os seguintes:
�� Audição Normal: limiares entre 0 a 24 
dB de nível de audição.
�� Deficiência Auditiva Leve: limiares en-
tre 25 e 40 dB de nível de audição.
�� Deficiência Auditiva Moderada: limia-
res entre 41 e 70 dB de nível de audição.
�� Deficiência Auditiva Severa – Limiares 
entre 71 e 90 dB de nível de audição. 
�� Deficiência Auditiva Profunda: limia-
res acima de 91 dB de nível de audição.
8.3 Os Graus de Perda Auditiva
A nossa audição, como já dissemos, em ter-
mos de frequência, distingue sons do grave ao 
agudo na faixa de 16 Hz a 16 Khz. Quanto à per-
cepção de sons fracos e fortes, nossa audição dis-
tingue de zero dBs até o limiar da dor na ordem 
de 120 dBs. O Decibel, isto é, a décima parte de 
um Bel, é um valor logarítmico encontrado pela 
Física, para que se pudesse operar com valores de 
energia extremamente ampla.
Para entendermos o que é a percepção des-
ses sons, verificaremos alguns níveis de ruído que, 
ao ligarmos aos limiares de audição, tornam fácil 
a compreensão do que alguém com deficiência 
auditiva/surdez não estará ouvindo. Alguns níveis 
de ruído:
Limiar de audibilidade 0 dB
Murmúrio 15 dBs
Conversação em voz baixa 20 dBs
Interior de residência no campo 25 dBs
Interior de residência na cidade 45 dBs
Escritório 55 dBs
Orquestra sinfônica a dez metros de distância 85 dBs
Martelo Pneumático 90 dBs
Ruído numa rua central 95 dBs
Cabina de Avião 100 dBs
Fórmula 1 (começa limiar da dor) 120 dBs
Conjunto de rock metaleiros 130 dBs
Decolagem de Avião a Jato 140 dBs
Lançamento de Foguetes Espaciais 180 dBs
Marcia Regina Zemella Luccas
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Audiograma da fala:
Fonte: pastoraldossurdossp.blogspot.com
Se as crianças com deficiência auditiva/sur-
dez chegam à idade escolar sem que esta tenha 
sido diagnosticada, o aprendizado será mais difí-
cil, simplesmente porque elas ouvem mal ou não 
ouvem o que está sendo ensinado. 
Em alguns casos de surdez existem sinto-
mas adicionais, como, por exemplo, zumbido e 
vertigem. Na infecção do ouvido médio, a surdez 
vem acompanhada de dor e febre.
Fundamentos da Educação Especial
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51
A perda auditiva pode ser de condução 
quando existe um bloqueio no mecanismo de 
transmissão do som, desde o canal auditivo ex-
terno até o limite com o ouvido interno. Algumas 
causas importantes de surdez de condução:
�� Obstrução por acúmulo de cera ou por 
objetos introduzidos no canal do ouvi-
do.
�� Perfuração ou outro dano causado no 
tímpano.
�� Infecção no ouvido médio.
�� Infecção, lesãoou fixação dos peque-
nos ossinhos (ossículos) dentro do ou-
vido médio.
A surdez de percepção ou neurossen-
sorial (lesão de células sensoriais e nervosas) é 
aquela provocada por problema no mecanismo 
de percepção do som desde o ouvido interno 
(cóclea) até o cérebro. Algumas causas importan-
tes de surdez de percepção ou neurossensorial 
(www.abcdasaude.com.br): 
�� Ruído intenso é causa frequente de 
surdez. Intensidades de som acima de 
75 decibéis podem causar perdas au-
ditivas induzidas pelo ruído. As lesões 
no ouvido interno podem ocorrer após 
uma exposição simples ao ruído ou 
após exposições prolongadas de meses 
ou anos. Exemplos de ruídos mais co-
muns causadores de perdas auditivas: 
máquinas industriais, armas de fogo, 
motocicletas, máquinas de cortar gra-
ma, música em volume alto, estouro de 
foguetes.
�� Infecções bacterianas e virais, especial-
mente rubéola, caxumba e meningite, 
podem causar surdez de percepção.
8.4 Tipos de Perda Auditiva
�� Certos medicamentos, especialmen-
te alguns antibióticos, podem lesar as 
estruturas neurossensoriais, causando 
surdez.
�� Idade. A perda auditiva gradual devido 
ao fator idade, denominada presbia-
cusia, é uma ocorrência quase habi-
tual nos idosos. A deficiência auditiva 
abrange cerca de 30% das pessoas aci-
ma de 65 anos e 50% das acima de 75. A 
presbiacusia é a causa mais comum de 
surdez e provavelmente resulta de uma 
combinação de vulnerabilidade genéti-
ca, doenças e/ou distúrbios metabóli-
cos (diabetes, por exemplo) e exposição 
a ruídos. É um processo degenerativo 
de células sensoriais do ouvido interno 
e fibras nervosas que conectam com o 
cérebro.
�� Surdez congênita. Quando uma criança 
nasce surda, a causa pode ser hereditá-
ria (genética) ou embrionária (intraute-
rina). Entre as causas intrauterinas mais 
frequentes estão: rubéola, sífilis, toxo-
plasmose, herpes, alguns tipos de vírus 
e certos medicamentos usados pela 
gestante.
�� Variações de pressão no líquido do ou-
vido interno podem ocasionar perda 
gradativa da audição; essa alteração 
é chamada doença de Menière e vem 
acompanhada, em sua forma clássica, 
de vertigem e zumbido.
Tumores benignos e malignos que atingem 
o ouvido interno ou a área entre o ouvido inter-
no e o cérebro podem causar surdez, como, por 
exemplo, neurinoma, colesteatoma, hemangio-
ma, glomus, carcinoma.
Marcia Regina Zemella Luccas
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52
A surdez é mista quando existe problema 
em ambos os mecanismos. 
O diagnóstico da causa da surdez é feito por 
meio da história do paciente, de exame do ouvi-
do e de testes com diapasões para determinar o 
tipo de surdez (condução ou percepção). Exames 
com equipamento especial podem ser necessá-
rios para avaliar a audição, sendo a audiometria o 
AtençãoAtenção
Podemos dizer que temos três tipos de 
perda auditiva, a neurossensorial, a con-
dutiva e a mista, ou seja, neurossensorial e 
condutiva juntas.
8.5 Como a Surdez Evolui?
A evolução da surdez depende da causa e da 
gravidade da lesão. Por exemplo, se houver uma 
perda auditiva devido a uma exposição a ruídos, 
acima do limite tolerável (75 decibéis), a audição 
pode retornar ao normal em 24 horas. Entretanto, 
se essa exposição for repetitiva, a lesão causada 
no ouvido interno poderá ser definitiva, e a sur-
dez, portanto, será irreversível. Em crianças com 
infecção no ouvido médio (otite média), haverá 
acúmulo de secreção atrás do tímpano, a qual, na 
maioria das vezes, é absorvida pelo organismo, e 
a audição tende a normalizar em algumas sema-
nas. Na presbiacusia (surdez do idoso) e na perda 
auditiva por medicamentos de uso contínuo, a 
surdez, em geral, aumenta gradativamente (BRA-
SIL, 2005).
mais importante. Quando a tontura está associa-
da, investigam-se o labirinto e o sistema nervoso 
central. A ressonância magnética (RM) pode ser 
necessária quando há suspeita de tumor. 
Exemplo de uma audiometria. A audiome-
tria é um exame que avalia a audição, quantifican-
do-a em grau e tipo: 
Fonte: clinicarenatacavion.blogspot.com
Fundamentos da Educação Especial
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53
O tratamento da surdez depende da causa.   
�� Se a perda auditiva for devido a um 
grande acúmulo de cera no canal do 
ouvido, o médico simplesmente fará a 
remoção do conteúdo usando o instru-
mental do consultório.
�� Nas perfurações timpânicas e nas le-
sões ou fixação dos ossículos (martelo, 
bigorna, estribo), o tratamento é cirúr-
gico.
�� Nos casos de secreção acumulada atrás 
do tímpano (otite secretora) por mais 
de 90 dias, sem melhora da audição, a 
cirurgia também está indicada.
�� Na doença de Menière, o tratamento é 
clínico e, às vezes, cirúrgico.
8.6 Como é o Tratamento?
�� Em casos de tumores, o tratamento in-
dicado pode ser essencialmente cirúrgi-
co, radioterápico ou radiocirúrgico.
Muitos pacientes com surdez beneficiam-se 
com o uso dos aparelhos auditivos convencionais, 
cuja função é amplificar os sons. Para aqueles pa-
cientes com surdez severa e profunda que não se 
beneficiam com esses aparelhos, está indicado o 
uso do implante coclear. Os implantes cocleares 
são sistemas eletrônicos implantados cirurgica-
mente, que têm a função de transmitir estímulos 
elétricos ao cérebro através do nervo auditivo. No 
cérebro, esses estímulos elétricos são interpreta-
dos como sons. 
Segundo diversos livros e sites de saúde 
(www.abcdasaude.com.br), no caso de exposição 
a ruídos intensos, a prevenção da surdez se faz 
com a proteção coletiva (intervenção sobre a fon-
te emissora) ou proteção individual (abafadores 
colocados no ouvido). 
A prevenção da surdez hereditária é feita 
com o aconselhamento genético dos pais. Cuida-
do médico pré-natal na gestante previne a possí-
vel surdez na criança que vai nascer. 
Doenças como rubéola, sífilis e toxoplas-
mose na gestante são exemplos de doenças que 
podem causar surdez e outras anomalias. Toda 
mulher, especialmente dos 15 aos 35 anos, deve 
vacinar-se contra a rubéola. A vacinação é simples 
e altamente eficaz.
Cuidado deve haver, também, com remé-
dios tóxicos ao ouvido da criança e que são admi-
nistrados na gestante. 
8.7 Como se Previne?
Após o nascimento, a audição da criança 
pode ficar comprometida por certas doenças in-
fecciosas como meningite, caxumba ou sarampo, 
contra as quais existe vacinação eficaz. Deve-se 
ter cuidado com alguns remédios, especialmente 
com certos antibióticos que podem ser ototóxi-
cos. 
Com os progressos da ciência e da tecno-
logia, o diagnóstico de surdez em uma criança 
pode ser feito desde o nascimento. Se há suspei-
ta, a consulta médica deve ser imediata. 
Marcia Regina Zemella Luccas
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54
O tratamento na criança surda deve ser ini-
ciado cedo, já nos primeiros meses. Quanto antes 
for iniciado o trabalho de habilitação da criança 
surda, pelos profissionais e pelos pais, maior será 
o aproveitamento na aquisição da linguagem. 
Com a habilitação não se quer dizer necessaria-
mente que o surdo irá desenvolver a fala, mas que 
deverá estar exposto à linguagem, seja esta oral 
ou de sinais. Toda e qualquer língua é aprendida, 
sendo, portanto, necessário um trabalho intenso 
para o seu desenvolvimento.
Quando o deficiente auditivo, ou o surdo, 
chega às nossas escolas, é importante tomarmos 
alguns cuidados para desenvolver o trabalho 
com ele, pois é necessário garantir a sua apren-
dizagem. Se o foco for oralista, algumas atitudes 
podem auxiliar:
�� materiais e equipamentos específicos: pró-
tese auditiva, tablado, softwares educati-
vos específicos, etc.; 
�� textos escritos complementados com ele-
mentos que favoreçam a sua compreensão, 
por exemplo: desenhos, linguagem ges-
tual, língua de sinais - LIBRAS e outros;
�� sistema alternativo de comunicação adap-
tado às possibilidades do aluno: leitura oro-
facial, linguagem gestual e de sinais;
�� salas-ambiente para treinamento auditivo, 
de fala, rítmico, de apoio pedagógico emparalelo ao que está sendo desenvolvido 
em sala de aula, etc.;
�� posicionamento do aluno na sala de tal 
modo que possa ver os movimentos orofa-
ciais do professor e dos colegas;
�� material visual e outros de apoio, para favo-
recer a apreensão das informações expos-
tas verbalmente;
�� procurar falar sempre voltado para o aluno 
para que ele não perca a mensagem trans-
mitida (BRASIL, 2005, p. 73-74).
8.8 O Trabalho com o Surdo
A partir da Resolução nº 4/2009, temos, 
para os alunos com deficiência auditiva, surdez, 
as salas de Atendimento Educacional Especia-
lizado. O trabalho pedagógico com os alunos 
com deficiência auditiva e surdez deve acontecer 
em ambiente bilíngue, ou seja, um espaço onde 
se utilize a língua de sinais e a língua portugue-
sa, respeitando-se o aluno que opta pela apren-
dizagem da língua portuguesa na modalidade 
oral. O atendimento educacional especializado 
deve ocorrer no contraturno da classe regular e 
será organizado em três momentos diferentes: 1. 
atendimento educacional em LIBRAS, em que to-
dos os conhecimentos dos diferentes conteúdos 
curriculares são explicados na língua de sinais; 
2. desenvolvimento da aprendizagem da língua 
brasileira de sinais – Libras; e 3. ensino da língua 
portuguesa, na qual são trabalhadas as especifici-
dades da língua para pessoas com surdez. 
Como pudemos observar, são pequenos 
detalhes que podem fazer a diferença para a 
aprendizagem de alguém que tenha deficiência 
auditiva ou surdez. É importante ressaltar nova-
mente que os serviços de educação especial de 
cada município possuem profissionais especiali-
zados que pode auxiliar você, professor, a pensar 
em outras estratégias mais específicas.
AtençãoAtenção
O trabalho pedagógico com o surdo deve se ba-
sear no visual, visto que este é o canal que eles 
mais utilizam.
Fundamentos da Educação Especial
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55
Neste capítulo, pudemos aprofundar nossos conhecimentos sobre a deficiência auditiva e a surdez. 
Aprendemos que existem diferentes formas de nomear o sujeito que tem uma perda auditiva, mas o 
principal é que essa pessoa pode aprender, e que, para isso, precisamos utilizar recursos diferenciados, 
como imagens, falar voltado para eles e, em alguns casos, utilizar a Libras como língua de comunicação. 
É importante ressaltar que os surdos podem desenvolver a aprendizagem assim como qualquer outra 
criança, mas para isso é necessário que ele tenha formas de comunicação e de compreensão linguística.
Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.
8.9 Resumo do Capítulo
Sugestão de filmes:
 Mr. Holand: Meu adorável Professor;
 Filhos do Silêncio.
Sugestão de livro:
 Vendo Vozes
 Oliver Sacks, Ed. Imago
MultimídiaMultimídia
8.10 Atividades Propostas
Agora, responda: 
1. Como podemos diferenciar a deficiência auditiva da surdez?
2. Cite alguns recursos que os devemos utilizar com alunos com deficiência auditiva e alguns 
para alunos com surdez.
3. Aponte os tipos de perda auditiva e os níveis de perda.
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57
DEFICIÊNCIA FÍSICA9 
Aquilo do qual as crianças precisam não 
é de resignação, mas de paixão. Elas so-
nham com um mundo onde os atores 
possam falar em nome próprio, escapan-
do da obrigação de parecerem confor-
mes. 
Maud Mannoni
Prezado(a) aluno(a),
Entende-se por deficiência física uma va-
riedade bastante ampla de condições orgânicas 
que, de alguma forma, alteram o funcionamento 
normal do aparelho locomotor, comprometendo, 
assim, a movimentação e a deambulação do in-
divíduo. Devemos considerar que as alterações 
podem ocorrer em vários níveis: ósseo, articular, 
muscular e nervoso (AACD, 2002).
AtençãoAtenção
Deficiência física é uma variedade bastante ampla 
de condições orgânicas que, de alguma forma, 
alteram o funcionamento normal do aparelho 
locomotor, comprometendo, assim, a movimen-
tação e a deambulação do indivíduo.
Dentro dessa classificação, observamos não 
só as alterações anatômicas, mas também as alte-
rações fisiológicas do aparelho locomotor. É gran-
de a variabilidade de patologias e agravos que 
alteram a motricidade. Entre elas, procuramos 
enfocar as condições mais comuns que podem 
ocorrer em crianças na idade escolar.
9.1 Quais os Tipos de Deficiência Física
Entre os principais quadros motores apre-
sentados pela pessoa com algum tipo de deficiên-
cia física/neuromotora, torna-se difícil encontrar 
uma classificação que insira todos os possíveis 
distúrbios motores. Sendo assim, iremos mostrar 
alguns quadros, os de maior incidência. 
�� Lesão cerebral (paralisia cerebral, hemi-
plegias/paresias);
�� Lesão medular (paraplegia/tetraple-
gias);
�� Miopatias (distrofias musculares).
9.2 As Causas
Pré-natal (durante a gestação): infecções 
como rubéola, sífilis, toxoplasmose e AIDS; uso de 
drogas, tabagismo, álcool; desnutrição materna; 
alterações cardiocirculatórias maternas, pois to-
dos os nutrientes, inclusive o oxigênio da criança, 
vêm da mãe.
Marcia Regina Zemella Luccas
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58
Perinatal (no momento em que ocorre o 
nascimento): anóxia (falta de oxigênio no cére-
bro), hemorragias intracranianas (trauma obsté-
trico).
Pós-natal (após o nascimento): traumas 
na cabeça, meningites, convulsões, desnutrição, 
falta de estimulação, hidrocefalia. Dependendo 
das partes afetadas, quanto ao tônus muscular 
(grau de tensão), a pessoa com sequela de para-
lisia cerebral pode apresentar as seguintes altera-
ções no comportamento motor:
�� Espástico: apresenta rigidez de movi-
mento e incapacidade para relaxar os 
músculos. É o tipo mais comum.
�� Atetoide: apresenta constantes movi-
mentos involuntários contínuos lentos 
e indesejáveis de contorção das extre-
midades (pés e mãos) e da língua. É a 
falta de fixação do tônus (tanto em re-
pouso quanto em movimento), portan-
to a criança atetoide tem dificuldade de 
realizar o movimento voluntário e de 
manter a postura por muito tempo.
�� Atáxico: apresenta dificuldade de equi-
líbrio corporal e seus movimentos são 
sem ritmo (apresenta tremores ao rea-
lizar os movimentos) e sem direção, 
bruscos. Na realidade, não é um tipo de 
tônus. O que o caracteriza são os movi-
mentos descoordenados.
�� Coreico: há a variação no grau de 
tensão do músculo das raízes e dos 
membros, levando à realização de 
movimentos rápidos e indesejáveis. 
�� Coreatetoide: associação de alguns ti-
pos citados.
�� Mista: caracterizada pela combinação 
de dois dos tipos citados, mais frequen-
temente o espástico e o coreatetoide, 
que ocorre em muitas crianças (AACD, 
2002). 
9.3 Tipos de Deficiência Física
Paralisia Cerebral
Define um conjunto de distúrbios motores 
decorrentes de lesão no cérebro, não progressi-
vo, porém sujeito a mudança. A paralisia cerebral 
também pode ser denominada como uma forma 
de Encefalopatia Crônica não evolutiva. Ela não é 
hereditária, nem contagiosa, também não pode 
ser considerada como doença, mas como uma 
condição física especial que necessita de acom-
panhamento especializado, principalmente du-
rante os primeiros estágios de desenvolvimento. 
Podem ocorrer alteração mental, visual, auditiva, 
da linguagem e do comportamento. A lesão é es-
tática: não muda e não se agrava; o quadro não é 
progressivo. A deficiência motora se expressa em 
padrões normais de postura e movimentos, asso-
ciados com um tônus postural anormal. No entan-
to, algumas características podem mudar com o 
tempo. A lesão atinge o cérebro quando ele ainda 
é imaturo e interfere no desenvolvimento motor 
normal da criança. Os distúrbios mais relevantes 
são os motores, sem, necessariamente, implicar a 
existência de uma deficiência intelectual associa-
da (BRASIL, 2005).
A paralisia cerebral é definida como uma 
desordem do movimento e da postura 
devido a um defeito ou lesão do cérebro 
imaturo [...] A lesão cerebral não é pro-
gressiva e provoca debilitação variável 
na coordenação da ação muscular, com 
resultante incapacidade da criançaem 
manter posturas e realizar movimentos 
normais. Esta deficiência motora central 
está freqüentemente associada a proble-
mas de fala, visão e audição, com vários 
tipos de distúrbios da percepção, um cer-
to grau de atraso cognitivo ou epilepsia 
(BOBATH, 1984, p. 1).
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Dependendo da localização do corpo que 
foi afetada, os tipos abaixo apresentam subdi-
visões que poderíamos chamar de topografias 
(AACD, 2002): 
�� Monoplegia: comprometimento de 
único membro.
�� Hemiplegia: apenas um lado do corpo 
é acometido, podendo ser o lado es-
querdo ou o direito. 
�� Diplegia: os membros superiores 
apresentam melhor função do que os 
membros inferiores.
�� Quadriplegia: os quatro membros es-
tão igualmente comprometidos.
AtençãoAtenção
A paralisia cerebral é caracterizada por uma le-
são no cérebro que irá afetar os movimentos das 
crianças; ela não é evolutiva.
Muitas crianças com paralisia cerebral têm sua 
cognição preservada, sendo possível ensinar 
quaisquer conteúdos.
É uma doença neuromuscular progressiva, 
ainda incurável, que afeta os tecidos musculares 
do corpo de forma grave e contínua. Considerada 
uma doença hereditária, caracteriza-se pela des-
truição e degeneração das fibras musculares que 
vão sendo substituídas por tecido fibroso e adiposo 
(gordura) (AACD, 2002).
A doença é determinada por herança cro-
mossômica porque existe um gene “defeituoso”. 
Nela, a mulher é portadora do gene, e o filho 
homem sofre a manifestação da doença, porém 
a criança apresenta as capacidades intelectual e 
mental preservadas (AACD, 2002). 
Há formas diferentes de distrofia, de acordo 
com os músculos atingidos. Podem ser de origem 
neurogênica (por um mau funcionamento do sis-
tema nervoso) ou miogênica (degeneração das 
próprias fibras musculares). Em alguns casos, evo-
lui para uma paralisia total, impedindo a criança 
de andar e correr, condicionando-a a uma cadei-
ra de rodas, acarretando dificuldade de (AACD, 
2002): 
9.4 Distrofia Muscular Progressiva
�� participação nas atividades da vida diá-
ria; 
�� déficit físico acentuado; 
�� debilidade do sistema muscular respira-
tório. 
A Distrofia Muscular de Duchene é a mais 
comum, ocorrendo um caso a cada 3.300 nasci-
mentos vivos do sexo masculino. É uma doença 
de origem genética, causada pela falta de uma 
proteína, a distrofina, que protege a célula mus-
cular. A ausência dessa proteína torna a célula 
muscular frágil, e ela se rompe com facilidade. 
Com o passar do tempo, vai ocorrendo fraqueza 
muscular, que piora progressivamente e vai com-
prometendo as atividades da vida diária e a loco-
moção, tornando-se necessário o uso de adap-
tações como colete no tronco e tutor nas pernas 
e, posteriormente, cadeira de rodas. Quando a 
fraqueza atinge os músculos da respiração, há ne-
cessidade de aparelhos que auxiliem essa função. 
É acometido de morte prematura por disfunção 
cardíaca por volta dos 20 anos (AACD, 2002).
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A Mielomeningocele é uma anormalidade 
(malformação) congênita do sistema nervoso que 
se desenvolve nos primeiros dois meses de gesta-
ção e apresenta problemas na formação do tubo 
neural.
A Mielomeningocele ou Espinha Bífida 
é um problema no fechamento da coluna verte-
bral em seu arco posterior. É um dos mais graves 
defeitos do tubo neural, podendo apresentar di-
versos graus de comprometimento. Na espinha 
bífida cística ou aberta, a lesão vertebral aparece 
recoberta por uma espécie de membrana em for-
9.5 Mielomeningocele
ma de cisto. Quando contém apenas líquido cefa-
lorraquidiano, a herniação afeta as meninges e é 
chamada de meningocele; quando existem tam-
bém tecido nervoso, medula espinal e raízes ra-
quidianas em forma de rabo-de-cavalo, é chama-
da de Mielomeningocele. Às vezes, a criança com 
mielomeningocele pode ser acometida também 
de hidrocefalia, que é caracterizada pelo aumen-
to de tamanho dos ventrículos cerebrais, com 
aumento da pressão intracraniana, causando um 
desequilíbrio entre a formação e a absorção do lí-
quido cefalorraquidiano (AACD, 2002). 
9.6 Considerações Pedagógicas
É importante a compreensão do processo 
evolutivo do aluno com deficiência física/neuro-
motora e das interferências que limitam parcial 
ou totalmente as suas funções corporais na inte-
ração com o meio. O educador, a partir do diag-
nóstico clínico (deficiência), terá condições de es-
tabelecer parâmetros relativos às:
�� limitações decorrentes do grau e da ex-
tensão das áreas lesadas;
�� implicações pedagógicas;
�� ações previstas e providas no atendi-
mento às necessidades do aluno;
�� estratégias que ofereçam condições de 
oportunidade de igualdade para o de-
senvolvimento do potencial.
Para o desenvolvimento de um trabalho pe-
dagógico efetivo com esse alunado, faz-se neces-
sário estabelecer uma interação com a família e 
os profissionais da área clínico-terapêutica (fisio-
terapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólo-
go, psicólogo) para o entendimento não apenas 
do diagnóstico, mas das implicações motoras no 
desempenho pessoal, educacional e social desse 
aluno. Na prática do contexto escolar, esses co-
nhecimentos básicos relativos ao aluno com de-
ficiência neuromotora trarão segurança à escola e 
ao professor, em sala de aula, no processo ensino-
-aprendizagem, bem como serão indicativos das 
medidas a serem tomadas no atendimento às ne-
cessidades educacionais.
Algumas sugestões de adaptações para o 
melhor desenvolvimento do aluno com deficiên-
cia física:
�� Sistemas aumentativos ou alterna-
tivos de comunicação adaptados às 
possibilidades do aluno impedido de 
falar: sistemas de símbolos (baseados 
em elementos representativos, em de-
senhos lineares, sistemas que combi-
nam símbolos pictográficos, ideográ-
ficos e arbitrários, sistemas baseados 
na ortografia tradicional, linguagem 
codificada), auxílios físicos ou técnicos 
(tabuleiros de comunicação ou sinali-
zadores mecânicos, tecnologia microe-
letrônica), comunicação total e outros.
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�� Adaptação dos elementos materiais: 
edifício escolar (rampa deslizante, ele-
vador, banheiro, pátio de recreio, bar-
ras de apoio, alargamento de portas 
etc.); mobiliário (cadeiras, mesas e car-
teiras); materiais de apoio pedagógico 
(tesoura, ponteiras, computadores que 
funcionam por contato, por pressão ou 
outros tipos de adaptação etc.).
�� Deslocamento de alunos que usam ca-
deira de rodas ou outros equipamentos 
facilitado pela remoção de barreiras ar-
quitetônicas.
�� Utilização de pranchas ou presilhas 
para não deslizar o papel, suporte para 
lápis, presilha de braço, cobertura de te-
clado, etc.
�� Textos escritos complementados com 
elementos de outras linguagens e sis-
temas de comunicação (BRASIL, 2005). 
Uma questão importante que não podemos 
esquecer é que não devemos pré-conceber a 
capacidade de uma criança com deficiência fí-
sica, pois, muitas vezes, em um físico muito com-
prometido, pode estar uma mente brilhante. Por-
tanto, sempre devemos dar a oportunidade de o 
sujeito vivenciar experiências e transformá-las em 
diferentes aprendizagens. Observe a importância 
de realizarmos adaptações e sermos interlocuto-
res desses alunos.
Saiba maisSaiba mais
O deficiente físico precisa, na maior parte das vezes, 
adaptação para sua aprendizagem, pois às vezes 
temos uma mente brilhante presa a um corpo que 
não pode responder. Nós, professores, precisamos 
auxiliar esses alunos a nos contar o que estão pen-
sando.
Aprendemos sobre os diferentes tipos de deficiência física: paralisia cerebral, miopatias e a mielo-
meningocele. São patologias diferentes, mas que causam impacto sobre o sistema locomotor, trazen-
do prejuízos tanto à mobilidade como à motricidade e, muitas vezes, às formas de registro gráfico e à 
comunicação. Porém, também vimos que existem formas deauxiliar o aluno no seu desenvolvimento 
cognitivo e de aprendizagem.
Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.
9.7 Resumo do Capítulo
Algumas sugestões de filmes:
 
 Meu pé esquerdo;
 Gabi.
MultimídiaMultimídia
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9.8 Atividades Propostas
Agora, responda:
1. Defina paralisia cerebral e quais as características de alteração de movimento que existem.
2. Cite alguns recursos que devemos utilizar com alunos com deficiência física.
3. Explicite o que são sistemas aumentativos ou alternativos de comunicação.
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Sonhar não é outro modo de fazer a ex-
periência de um outro mundo. Para o 
sujeito que sonha, é a maneira radical de 
fazer a experiência de seu mundo.
Michel Foucault
Caro(a) aluno(a)
As pessoas com deficiência múltipla são 
aquelas afetadas em duas ou mais áreas, carac-
terizando uma associação entre diferentes defi-
ciências, com possibilidades bastante amplas de 
combinações. Um exemplo seriam as pessoas 
que têm deficiência mental e física. A múltipla de-
ficiência é uma situação grave e, felizmente, sua 
presença na população em geral é menor em ter-
mos numéricos. 
DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA E 
SURDOCEGUEIRA10 
Tradicionalmente, os profissionais especia-
lizados e os familiares de pessoas com múltipla 
deficiência focalizavam sua atenção no que essas 
pessoas não podiam fazer, em suas desvantagens 
e dificuldades. Atualmente, temos uma postura 
diferente: preocupamo-nos em descobrir quais 
são as possibilidades que a criança apresenta e 
quais são as suas necessidades, em vez de desta-
car suas dificuldades. Assim, temos descoberto 
formas e métodos para atendê-la.
É importante que a família e a escola mante-
nham um contato com essa criança por meio dos 
sentidos que não foram lesados, para estimular os 
resíduos possíveis, principalmente o auditivo e o 
visual, se houver. 
A surdocegueira não é somente a perda da 
visão e da audição na sua totalidade, mas tam-
bém é representada pelas perdas parciais da vi-
são e audição de forma conjunta, de tal modo 
que a combinação cause extremas dificuldades 
para a pessoa. 
10.1 Surdocegueira
Saiba maisSaiba mais
Os sentidos da audição e da visão são os sentidos 
que permitem à pessoa o reconhecimento do mun-
do a distância, fornecem informação instantânea a 
sua volta e facilitam o acesso à cultura. A pessoa 
com Surdocegueira é privada dessas facilidades; ela 
precisa recorrer ao tato, que oferece informações 
pontuais, mais demoradas e obtidas por meios de 
comunicação alternativos (MAIA; ARÁOZ, 2001).
 Segundo Lagati (1995), a pessoa que tem 
surdocegueira não pode ser comparada com um 
surdo nem com um cego, pois a pessoa com ce-
gueira e a pessoa surda utilizam seus sentidos de 
forma complementar: a pessoa com deficiência 
visual trabalha mais sua audição, e a pessoa sur-
da conta mais com sua visão. No caso da surdo-
cegueira, essa complementação não acontece 
– é outra deficiência. É por essa razão que escre-
vemos essa deficiência com uma só palavra, “sur-
docegueira” (MAIA; ARÁOZ, 2001).
As causas da surdocegueira podem ser:
�� acidentes graves; 
�� síndrome de Usher (as manifestações 
clínicas dessa síndrome de origem ge-
nética incluem a surdez, que se mani-
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festa logo no início da vida, e a perda 
visual, que ocorre, geralmente, mais 
tarde);
�� surdocegueira congênita, resultante de 
doenças como a rubéola ou de nasci-
mentos prematuros.
É difícil imaginar como uma pessoa surdo-
cega se comunica, mas isso é possível. As pessoas 
com surdocegueira podem ser classificadas de 
duas formas: pré-linguísticas e pós-linguísticas. 
O surdocego pré-linguístico é aquele que nas-
ce surdocego ou adquire a surdocegueira ainda 
bebê, antes da aquisição de uma língua, apresen-
tando graves perdas visuais e auditivas combi-
nadas. Essas pessoas apresentam dificuldade de 
compreensão do universo que as cerca, devido 
à ausência da luz e do som. Têm a tendência de 
se fecharem em si, isolando-se. O surdocego pós-
-linguístico é aquele que apresenta uma deficiên-
cia sensorial (auditiva ou visual) e adquire a outra 
após a aquisição de uma língua (portuguesa ou 
de sinais) ou adquire a surdocegueira após já se 
comunicar por algum idioma, sem portar nenhu-
ma deficiência anteriormente. 
A surdocegueira adquirida manifesta-se 
pela perda progressiva da visão e da audição ou 
de um dos dois sentidos quando o outro já está 
comprometido; dificuldade de percepção de 
proximidade das pessoas, não percepção de ob-
jetos que caem, dificuldade de participação em 
conversação ou jogos coletivos. A surdocegueira 
congênita manifesta-se pela «ausência» da crian-
ça do mundo externo, ou seja, falta de percepção 
de movimentos externos, movimentos das mãos 
muito próximo dos olhos, podendo ser confundi-
da com deficiência mental, devido ao isolamento 
imposto pela ausência de luz e de som (BRASIL, 
2005). 
A reabilitação ou habilitação de pessoas 
surdocegas varia de acordo com a origem da de-
ficiência (congênita ou adquirida) e está centra-
da principalmente nas formas de comunicação 
possíveis para viabilizar sua autonomia e inclusão 
social. São vários os recursos utilizados, entre os 
quais: objetos de referência (por associação a fa-
tos cotidianos); desenhos, movimentos corporais, 
expressão facial, língua de sinais tátil (conversação 
por sinais por meio de toque); alfabeto manual tá-
til (desenho de cada letra do alfabeto na palma 
da mão); tadoma (compreensão das palavras pela 
percepção da vibração da voz por meio de toque 
próximo dos lábios ou das cordas vocais); leitura 
labial (quando há resíduo visual), sistema Braille e 
guia-intérprete. 
10.2 Considerações sobre o Trabalho Pedagógico
A princípio, uma criança com surdocegueira 
congênita é tão isolada do universo que a circun-
da que os familiares podem considerá-la portado-
ra de deficiência intelectual, mas a dificuldade de 
aproximação se dá pela dificuldade de comunica-
ção pelas formas convencionais. Quem cuida de 
uma criança surdocega deve buscar meios alter-
nativos de comunicação e procurar desenvolver 
nela seu potencial de evolução, quebrando a bar-
reira do isolamento (BRASIL, 2005).
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10.3 Resumo do Capítulo
Este capítulo nos mostra que algumas deficiências acabam por comprometer mais de um órgão da 
pessoa. No caso da surdocegueira, é quando a criança apresenta perda sensorial visual e auditiva. Quanto 
à deficiência múltipla, é quando o sujeito tem mais de uma deficiência. É importante ressaltar que a de-
ficiência múltipla não é somente a “junção” de duas ou mais deficiências, mas é um quadro diferenciado, 
que, para cada sujeito, deverá ser visto em sua particularidade.
Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.
Sugestão de filme:
 O milagre de Anne Sullivan.
MultimídiaMultimídia
Agora, responda:
1. Defina surdocegueira.
2. Caracterize deficiência múltipla.
10.4 Atividades Propostas

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