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Prova ECONOMIA brasileira UNESP

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Prova: Economia Brasileira - 1ª semestre de 2023
Francisco Luiz Corsi
1) Segundo Celso Furtado, qual o papel da política de defesa do café na alteração do eixo dinâmico da economia brasileira do setor agrário-exportador para o urbano-industrial no contexto da Crise de 1929 e da Grande Depressão dos anos 30?
A política de defesa do café teve um papel crucial e fundamental na transição e alternância do sistema agrário-exportador, para o urbano- industrial, uma vez que nos termos da análise desenvolvida por Celso Furtado, foi por meio desta que a economia brasileira consolidou os mecanismos necessários e capazes de superar as consequências negativas da contração da procura externa, algo que já se perfazia perceptível já antes de 1929. 
Com a política de valorização houve a manutenção da demanda interna em seus níveis anteriores, como também, criaram-se as condições que permitiriam a transição para um sistema industrial. 
Porém, com as delimitações advindas de um momento de crise, notadamente, as condições da economia em nível mundial, impossibilitavam a obtenção de novos empréstimos a fim de pleitear o financiamento dos excedentes de café. 
A política de controle da oferta no mercado mundial manteve-se em voga com a com a subtração dos excedentes, destinados à queima. Neste ínterim, os empréstimos de ordem exterior foram, acabaram sendo substituídos por recurso engendrados pelo próprio sistema. Nas medidas adotadas consta a cobrança de taxas sobre a exportação de produtos, expansão de créditos. 
Considerando que a acumulação dos estoques de café efetivados antes e em meio à crise tinha em contrapartida assunção de débitos contraídos na esfera exterior. O que não delimitava a incidência de uma possível inversão, ou um equilíbrio, já que o que era investido dentro do país com a acumulação dos estoques, não era o mesmo com a contração de dividas exteriores. 
O fato é que a acumulação dos estoques financiados dentro de nosso país, que tinha por base a expansão do crédito. Deste modo, a compra do café para acumulação representou a criação de uma renda que se adiciona à renda criada pelos dispêndios dos consumidores e dos inversionistas. 
Com estas manobras as condições mínimas que permitiram o deslocamento do centro dinâmico da economia passariam, então, a situar-se em meio a um setor industrial, que encontrou em gênese sua fonte de desenvolvimento na substituição de importações. 
É de valia ponderar que nas palavras de Furtado os anos de depressão ao mesmo tempo em que se contraíam as rendas monetárias e reais, os preços relativos das mercadorias importadas estavam em ascensão. Logo, com a conjugação desses dois valores em voga, houve uma redução na procura de importações. Com isso, e com a baixa de importações a oferta interna se tornou operante. 
Notoriamente, a política de defesa dos preços do café, e sua valorização nos moldes em que se fazia, evitava a contração da renda monetária do setor exportador, o que reduzia e minimizava os efeitos de fatores tais como o do desemprego. 
Com a combinação da deterioração de uma parte do setor exportador, e em contrapartida, das novas condições internas, que se tornaram um chamariz, por sua atratividade, é que Furtado expõe que reside aí à explicação do porque se começaram a desviar capitais de um determinado setor para outro. 
Deste modo, as condições que permitiram a consolidação do setor industrial, formando a base de sua autossuficiência tem na expansão do mercado interno, elevação de preços, delineadas pela tônica da depressão cambial, a consolidação das condições necessárias à instalação de uma indústria de bens de capital. 
Em linhas gerais, a política do café, além de atender aos interesses que são específicos do setor exportador, criaram as condições imprescindíveis para que houvesse amadurecimento de um mercado interno, mantendo-se os níveis de emprego e renda, intensificando-se, então, o processo de substituição de importações. 
1- Segundo Celso Furtado, no que consiste o processo de industrialização via substituição de importações? Quais as condições econômicas que permitiram o desencadeamento desse processo na década de 1930? 
2- Qual foi o papel do Estado no processo de industrialização. Brasileira? Neste processo, qual foi a importância da regulação estatal dos fatores de produção, em especial o da legislação trabalhista como alavanca da acumulação de capital?
3- Segundo Sérgio Silva, em que sentido podemos afirmar que a economia cafeeira era o motor do desenvolvimento capitalismo na Primeira República? De acordo com esse autor, qual era a natureza da relação entre café e indústria nesse período? 
4- Com a Revolução de 1930 e com o desencadeamento do processo de industrialização a agricultura de exportação deixou de ser o setor dinâmico da economia brasileira, mas continuou a ter enorme peso político e econômico. Qual passou a ser o papel desse setor na dinâmica do processo de acumulação de capital a partir desse momento? 
5- A política econômica do governo Dutra foi uma política de cunho liberal? Por que a abertura da economia não se sustentou e desembocou em uma crise cambial em 1947? Qual o peso do contexto internacional nesse desfecho? Em que medida as dificuldades de abrir a economia sugere a inexistência de bases matérias para um desenvolvimento calcado em uma economia aberta, em uma menor presença do Estado na economia e na estabilidade fiscal e monetária. Isto indicaria a inviabilidade do projeto defendido pelos liberais naquele contexto?
Considerando que após a queda do governo Varguista se iniciou o governo Dutra, dentre seus pressupostos, posicionamentos constam ainda princípios liberais, e mesmo com a adoção de um posicionamento contrário ao intervencionismo do governo anterior, pode-se considerar a possibilidade de uma imposição do liberalismo, que se deu tanto por vias internas, quanto externas. Internamente, por nortear a fundação de uma nova ordem politica, mantendo uma forte oposição, contrariedade a vertente autoritarista vigente. 
Sendo assim, o governo Dutra adotou de início uma política liberal no câmbio, já que havia uma considerável reserva internacional, o que atraia investimentos distintos, o que gerava um equilíbrio estrutural no balanço de pagamentos. Deve-se levar em consideração tanto o cenário interno quanto, externo que é caracterizado pelo fim da II Guerra Mundial e a reorganização global sob duas lideranças, Estados Unidos, pelo bloco capitalista, e União Soviética. 
Sob a ótica da Guerra Fria vários esforços foram empreendidos no sentido de reconstrução dos países, constando dentre tais elementos como os acordos de Bretton Woods. Sendo a Guerra Fria o pano de fundo para a compreensão dos investimentos norte-americanos visando à reconstrução do continente europeu, ao tomar como base a politica econômica, o que se visava além do nebuloso horizonte era o equilíbrio orçamentário do governo, com um rígido controle sobre a oferta de moeda, estímulo à entrada de capital estrangeiro, levando em cômputo a necessidade de capitais do país, redução e até mesmo a eliminação de barreiras à movimentação de capital estrangeiro. O fato é que com o fim da guerra havia a esperança da normalização das atividades econômicas, o que possibilitaria a regulação de fluxos comerciais e financeiros internacionais, reduzindo a presença do Estado e das odes governamentais no âmbito da economia.
 Nesse sentido, a política econômica do governo Dutra pautava-se na adoção de uma taxa de câmbio única e livre, garantindo de tal modo, o retorno aos capitais que outrora foram aplicados no país, viabilizando e fomentando desta forma a entrada de capitais estrangeiros, atuava o governo fidedignamente a essa noção por todo mandato, já que não houve controle de capital na conta de capital.
Dentre as medidas adotadas em meio ao liberalismo, é de se pontuar que as reformas administrativas, tendenciosamente, implicariam uma diminuição e desregulamentação Estatal. Em outro ponto, com um viés mais ortodoxo, houve o combate à inflação, com a adoção demedidas políticas fiscais e monetárias contracionistas alinhadas aos Estados Unidos em âmbito político, e em dimensões, mundial e regional. 
As políticas fomentadas pelo governo Dutra sendo marcadas pela redução da necessidade dos gastos públicos, liberalização dos fluxos de capitais, fixação da taxa de câmbio, implicaria uma minimização das reservas internacionais. A postura liberal adotada visava manter a valorização da moeda, abertura comercial, atendendo à demanda por bens de consumo e por equipamentos e matérias primas industriais. 
Todavia, essa postura, adoção de medidas em meados de 1947 culminaram em uma grande crise, na qual, a política de manutenção cambial mostrou-se insustentável, isso, em um cenário em que o país enfrentava uma escassez de moedas estrangeiras. Além da implementação do controle cambial e de sistemas de licenciamento de importações de produtos de cunho essencial. Com tal implantação, velando esse sistema de prioridades, as importações de bens de consumo eram mais fáceis, com isso, há uma ampliação nas taxas de importação, por meio de subsídios, de bens de capital e intermediário, com um aumentando da rentabilidade para a produção e mercado interno. 
Deste modo, Dutra ao identificar a inflação e o déficit orçamentário que permeava a união, adotou medidas voltadas para o câmbio e importações, com o objetivo maior de reduzir o déficit no balanço de pagamentos, ocasionando o crescimento da indústria. 
Neste contexto o setor privado beneficiou relativamente à queda de preços, permitindo a compra de insumos a baixo custo, aumentando a produção interna. Não obstante, é preciso pontuar que a inexistência de uma fonte de financiamento bem definida foi um dos fatores que levaram ao fracasso das medidas econômicas desse período, até mesmo por conta da postura subserviente adotada. 
Objetivamente, a natureza econômica, no governo em questão visava o aumento da produção interna e, subsidiariamente, a importação dos artigos de maior carência, devendo priorizar a melhoria econômica da produção, intensificando direta, ou indiretamente, o empreendimento que visem à entrega dos produtos mais reclamados pelos consumidores, atendendo ainda a demanda reprimida das máquinas, equipamentos e insumos, diminuindo o preço de bens industrializados por meio da ampliação de oferta de produtos estrangeiros importados com câmbio sobrevalorizado, a entrada de capitais estrangeiros na esperança de que a liberalização na saída fosse um fator de atração de recursos. 
Todo esse complexo culminou na crise cambial de 1947, crise que calca seu górdio em equívocos, no que concerne a compreensão do cenário internacional, o barateamento de reservas nas importações dos produtos, ditos, supérfluos, em detrimento de bens de produtivos, se tornaram principal responsável pela escassez de divisas. O cerne da questão é que o nível de divisas era insuficiente para sanar as defasagens sistêmicas de reaparelhamento da economia brasileira. 
Como forma de enfrentamento estruturas como as do Plano Salte, com vistas à reorganização dos gastos estatais levaram o país a crescer. Mas, este crescimento foi afetado negativamente pelo uso das reservas cambiais e pela expansão da dívida externa, o que inviabilizaria uma ação mais contundente em se tratando dos aportes liberais no contexto histórico social em questão. 
6- Segundo Paul Singer, no que consiste o processo de “poupança forçada”? Qual o seu papel no financiamento do desenvolvimento calcado na indústria na década de 1950? Qual a sua importância na crise do chamado trabalhismo, no final dessa década e no início da seguinte?
7- Por que o projeto de desenvolvimento Vargas calcado no Departamento I só foi muito parcialmente implementado? Discuta os problemas relacionados ao financiamento interno e externo da acumulação nesse processo. 
8- Discuta as razões da crise superprodução de café, que se manifestou pela primeira vez ao final do século XIX e que se arrastou pelas décadas seguintes. Qual o papel da política de defesa do café para a cronificação do problema da superprodução? Discuta as bases e as consequências da política de defesa do café.
9- Em que medida o Plano de Metas ao impulsionar o desenvolvimento significou a conclusão do processo de industrialização, conferindo, como argumenta Mello, um comportamento cíclico ao capitalismo brasileiro, baseado na dinâmica do investimento? Ou, como afirmam Singer e Oliveira, o Plano de Metas consolidou uma estrutura interdepartamental desequilibrada e implicou em novas formas de dependência, colocando fim a qualquer sonho de desenvolvimento mais autônomo?

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