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Política Nacional do Meio Ambiente e o Direito Ambiental

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Núcleo de Educação a Distância
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO
Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. 
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas 
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são 
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo 
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de 
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) 
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. 
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professora: Adriana Penna
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela 
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profisisional.
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 CAPÍTULO 01
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E O MEIO AMBIENTE
 CAPÍTULO 02
A POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
Apresentação do Módulo ______________________________________ 10
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Objetivos da PNMA ____________________________________________
SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente __________________
25A Política Agrícola Ambiental ___________________________________
23Instrumentos da PNMA ________________________________________
 CAPÍTULO 03
ESPAÇOS TERRITORIAIS PROTEGIDOS
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza 
(SNUC) _______________________________________________________ 30
Unidades de Proteção Integral (UPI) ____________________________ 34
Unidades de Conservação de Uso Sustentável ___________________ 36
 CAPÍTULO 04
POLUIÇÃO E DANO AMBIENTAL
46Poluição Ambiental ____________________________________________
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Competência Administrativa e Legislativa ________________________ 48
Dano Ambiental ________________________________________________ 49
Peculiaridades do Dano Ambiental ______________________________ 50
 CAPÍTULO 05
RECURSOS HÍDRICOS
55A Política Nacional dos Recursos Hídricos (PNRH) _______________
 CAPÍTULO 06
GESTÃO DE FLORESTAS PÚBLICAS
61A Concessão Florestal __________________________________________
64Referências ____________________________________________________
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A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), instituída pela 
Lei nº 6.938 , em 31 de agosto de 1981, e regulamentada pelo Decreto 
99.274 , de 06 de junho de 1990, teve como objetivo geral a preserva-
ção, a melhoria e a recuperação da qualidade ambiental propícia à vida.
Essa lei se fundamenta nos incisos VI e VII do art. 23 e no 
art. 235 da nossa Constituição Federal de 1988 e estabelece também 
seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, além de constituir 
o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) e instituir o Cadastro 
de Defesa Ambiental.
No Brasil, a proteção ao meio ambiente surge no contexto legal 
a partir de diversas normas esparsas, sendo que o próprio Código de 
1916 é considerado norma percursora dessa proteção ao tratar, nos 
direitos de vizinhança, do uso nocivo da propriedade.
FREDERICO AUGUSTO DI TRINDADE AMARO (2014) nos 
leva a um pequeno passeio para mostrar que, em especial, a partir dos 
anos 60 do século XX, os países começaram a editar normas jurídicas 
mais rígidas para a proteção do meio ambiente. No Brasil, pode-se citar, 
por exemplo, a promulgação do antigo Código Florestal, editado por 
meio da Lei 4.771/1965 (hoje Lei nº 12.727/2012 ), além da já citada Lei 
nº 6.938/1981, que aprovou a Política Nacional do Meio Ambiente.
Mundialmente, o marco foi a Conferência de Estocolmo (Su-
écia), ocorrida em 1972, promovida pela ONU, com a participação de 
113 países, onde se deu um alerta mundial sobre os riscos à existência 
humana trazidos pela degradação excessiva, em que pese à postura re-
trógrada do Brasil à época, que buscava o desenvolvimento econômico 
de todo modo, pois de maneira irresponsável se pregava a preferência 
por um desenvolvimento econômico a qualquer custo ambiental (“rique-
za suja”) do que uma “pobreza limpa”.
Em 1992, realizou-se no Rio de Janeiro a Conferência das Na-
ções Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento– CNUMAD –, 
conhecida como ECO-92 ou RIO-92, oportunidade em que se aprovou 
a Declaração do Rio, documento contendo 27 princípios ambientais, 
bem como a Agenda 21, instrumento não vinculante com metas mun-
diais para a redução da poluição e alcance de um desenvolvimento sus-
tentável. Note-se que tais documentos não têm a natureza jurídica de 
tratados internacionais, pois não integram formalmente o ordenamento 
jurídico brasileiro, mas gozam de forte autoridade ética local e mundial.
Mas o que vem mesmo a ser meio ambiente?
No dicionário Aurélio (FERREIRA, 2005), ambiente é o “que 
cerca ou envolve os seres vivos ou as coisas, por todos os lados”. Por 
isso, alguns entendem que a expressão meio ambiente é redundante, 
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podendo se referir à ambiente simplesmente.
Para a PNMA ele é o conjunto de condições, leis, influências e 
interações de ordem Física, Química e Biológica, que permite, abriga e 
rege a vida em todas as suas formas (art. 3º, inciso I).
O meio ambiente é direito fundamental que origina-se da rea-
ção do homem às ameaças fundamentais que o circundam. Ele é um 
bem jurídico tutelado.
Direitos fundamentais são “o conjunto de direitos da pessoa 
humana expressa ou implicitamente reconhecidos por uma determina-
da ordem constitucional” (VIEIRA, 2006, p. 36).
Os direitos fundamentais apresentam, segundo ANTONIO F. 
G. BELTRÃO (2014), uma dupla faceta: consistem tanto em direitos 
subjetivos como também em elementos fundamentais da ordem consti-
tucional vigente.
Como direitos subjetivos, os direitos fundamentais facultam 
aos seus titulares a possibilidade de impor os seus interesses frente 
aos órgãos obrigados; na condição de elemento fundamental de ordem 
constitucional, os direitos fundamentais representam a base da ordem 
jurídica de um Estado Democrático de Direito (MENDES, 2012).
Assim, veremos ao longo desta apostila que na nova ordem jurídi-
ca advinda com a Carta Constitucional de 1988, o direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado assegura qualidade de vida, com desenvolvi-
mento econômico-social, para as presentes e futuras gerações, consistin-
do em instrumento essencial para garantir a dignidade da pessoa humana.
Ao chegarmos ao final do módulo não teremos a menor dúvida 
que a Constituição Federal de 1988 representou um marco na legislação 
ambiental, pois além de ter sido a responsável pela elevação do meio 
ambiente à categoria dos bens tutelados pelo ordenamento jurídico, sis-
tematizou a matéria ambiental e estabeleceu o direito ao meio ambiente 
sadio como um direito fundamental do indivíduo (SILVA, 2013).
Nosso módulo tratará do meio ambiente na CF/88, os objeti-
vos e instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA); o 
Sistema Nacional do Meio Ambiente e a política agrícola ambiental; os 
espaços territoriais protegidos e o Sistema Nacional de Unidades de 
Conservação da Natureza (SNUC); as questões da poluição e do dano 
ambiental, com respectivas competências administrativa e legislativa; 
os recursos hídricos com algumas noções sobre o ciclo hidrológico, a 
importância da água, os recursos hídricos e geração de energia elétrica, 
bem como justificativas para o disciplinamento da água, por fim, falare-
mos da gestão de florestas públicas.
Desejamos boa leitura e bons estudos, mas antes algumas ob-
servações se fazem necessárias:
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1) Ao final do módulo, encontram-se muitas referências utiliza-
das efetivamente e outras somente consultadas, principalmente artigos 
retirados da World Wide Web (www), conhecida popularmente como 
Internet, que devido ao acesso facilitado na atualidade e até mesmo 
democrático, ajudam sobremaneira para enriquecimentos, para sanar 
questionamentos que por ventura surjam ao longo da leitura e, mais, 
para manterem-se atualizados.
2) Deixamos bem claro que esta composição não se trata de 
um artigo original , pelo contrário, é uma compilação do pensamento 
de vários estudiosos que têm muito a contribuir para a ampliação dos 
nossos conhecimentos. Também reforçamos que existem autores con-
siderados clássicos que não podem ser deixados de lado, apesar de pa-
recer (pela data da publicação) que seus escritos estão ultrapassados, 
afinal de contas, uma obra clássica é aquela capaz de comunicar-se 
com o presente, mesmo que seu passado datável esteja separado pela 
cronologia que lhe é exterior por milênios de distância.
3) Em se tratando de Jurisprudência, entendida como “Inter-
pretação reiterada que os tribunais dão à lei, nos casos concretos sub-
metidos ao seu julgamento” (FERREIRA, 2005) , ou conjunto de solu-
ções dadas às questões de direito pelos tribunais superiores, algumas 
delas poderão constar em nota de rodapé ou em anexo, a título apenas 
de exemplo e enriquecimento.
4) Por uma questão ética, a empresa/instituto não defende po-
sições ideológico-partidária, priorizando o estímulo ao conhecimento e 
ao pensamento crítico.
5) Sabemos que a escrita acadêmica tem como premissa ser 
científica, ou seja, baseada em normas e padrões da academia, portan-
to, pedimos licença para fugir um pouco às regras com o objetivo de nos 
aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem de 
maneira clara e objetiva, mas não menos científicos.
Por fim:
6) Deixaremos em nota de rodapé, sempre que necessário, o 
link para consulta de documentos e legislação pertinente ao assunto, 
visto que esta última está em constante atualização. Caso esteja com 
material digital, basta dar um Ctrl + clique que chegará ao documen-
to original e ali encontrará possíveis leis complementares e/ou outras 
informações atualizadas. Caso esteja com material impresso e tendo 
acesso à Internet, basta digitar o link e chegará ao mesmo local.
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Uma Constituição consiste na lei suprema do ordenamento ju-
rídico do Estado. De acordo com o princípio da supremacia da Consti-
tuição, esta se coloca no topo do ordenamento jurídico de uma nação; 
todas as demais normas apenas serão legítimas na medida em que se 
conformarem com as normas constitucionais.
A Constituição é, pois, a norma de todas as outras normas, o 
fundamento da autoridade de todos os poderes constituídos (CAETANO, 
2015). Consequentemente, não se dá conteúdo à Constituição a partir das 
leis. A fórmula a adotar-se para a explicitação de conceitos opera sempre 
'de cima para baixo', o que serve para dar segurança em suas definições.
De acordo com CELSO RIBEIRO BASTOS (2014), o postulado 
da supremacia da Constituição repele todo o tipo de interpretação que 
venha de baixo, seria o mesmo que dizer, repele toda a tentativa de 
interpretar a Constituição a partir da lei. O que cumpre ser feito é sem-
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E O
MEIO AMBIENTE
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pre o contrário, vale dizer, procede-se à interpretação do ordenamento 
jurídico a partir da Constituição.
Conforme ANTÔNIO HERMAN DE VASCONCELLOS E BENJA-
MIN (2002, p. 93), “A constitucionalização do ambiente, ou seja, a elevação 
das normas de proteção ambiental ao status constitucional, é considerada 
uma tendência mundial irreversível”, dado o crescente número de nações 
que passaram a incluir em suas respectivas Cartas normas de tal natureza.
Neste contexto, a Constituição Federal do Brasil de 1988 é reco-
nhecida internacionalmente como merecedora de elogiosquanto à preo-
cupação ambiental que ostenta. De fato, a Carta de 1988 apresenta uma 
série de preceitos quanto à tutela ambiental, seja de forma fragmentada 
em diversos Capítulos, seja em um Capítulo específico do ambiente.
As referências constitucionais ao ambiente iniciam-se entre os 
direitos e deveres individuais e coletivos (Título lI, Capítulo I, art. 5º, 
LXXIII), ao legitimar qualquer cidadão a interpor ação popular para anu-
lação de ato lesivo ao meio ambiente.
O art. 20, lI, prevê serem bens da União Federal as terras de-
volutas “indispensáveis (...) à preservação ambiental, definidas em lei”. 
No art. 23, VI e VII, a Carta dispõe ser competência comum da 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios a proteção do meio am-
biente e o combate à poluição em qualquer de suas formas, bem como 
a preservação das florestas, da fauna e da flora.
O art. 24, VI, VII e VIII, estabelece a competência legislativa con-
corrente da União, dos Estados e do Distrito Federal, para, respectiva-
mente, “florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa 
do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da 
poluição”, (...) “proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turísti-
co e paisagístico”, e “responsabilidade por dano ao meio ambiente (...)”.
Prevê que o Conselho de Defesa Nacional tem por competên-
cia, entre outras, propor os critérios e condições de utilização de áreas 
indispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu 
efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com 
a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo.
Igualmente, como matéria que pode ser objeto de inquérito civil 
e de ação civil pública pelo Parquet (art. 129, III), como princípio que rege 
a ordem econômica (art. 170, VI), devendo ser considerado por coopera-
tivas de garimpo a serem favorecidas pelo Estado (art. 174, § 3º), e tema 
a ser compreendido na função social da propriedade (art. 186, II).
Ainda, a Carta de 1988 prevê o dever do sistema único de saú-
de de “colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido 
o do trabalho” (art. 200, VIII) e a caracterização de conjuntos urbanos e 
sítios de valor ecológico como patrimônio cultural brasileiro (art. 216, V).
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Finalmente, o art. 220, § 1º, II atribui à lei federal a competência 
para estabelecer “os meios legais que garantam à pessoa e à família a 
possibilidade de se defenderem (...) da propaganda de produtos, práti-
cas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente”, 
e o art. 231, § 1º, que prevê a caracterização como terras tradicional-
mente ocupadas pelos índios as “imprescindíveis à preservação dos re-
cursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua 
reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições”.
Além das referências apontadas, que se encontram explícitas 
no texto constitucional, há várias outras que também denotam, ainda 
que de forma indireta, a tutela ambiental, as quais o professor JOSÉ 
AFONSO DA SILVA (2013) denomina de referências implícitas.
Neste sentido, a competência da União para instituir o Sistema 
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (art. 21, XIX), consis-
te em importante instrumento para a proteção da água e racionalização 
de seu uso.
No mesmo sentido, temos a previsão de que compete à União 
instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, 
saneamento básico e transportes urbanos (art. 21, XX), visto que são 
temas que apresentam grande potencial de degradação ambiental e 
que, portanto, são merecedores de um planejamento em escala nacio-
nal (BELTRÃO, 2014).
Como se vê a Carta assegura a máxima proteção e uso racional 
dos bens ambientais, mas infelizmente, por questões as mais diversas, tais 
como necessidade, ignorância ou ganância, não somente os legisladores 
como grande parte dos cidadãos brasileiros perceberam a necessidade de 
uma legislação das mais severas para que os recursos sejam usados de 
maneira racional sem comprometer as gerações atuais e futuras.
São temas relacionados ao meio ambiente na CF/88:
i. Equidade intergeracional.
ii. Obrigatoriedade da intervenção estatal.
iii. Participação e cooperação coletiva.
iv. Responsabilidade objetiva e reparação integral.
v. Função socioambiental da propriedade.
Além do art. 225 e da referência à ordem econômica, en-
contramos normas relacionadas ao meio ambiente nos capítulos 
que tratam:
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a) dos direitos e deveres individuais e coletivos, consa-
grando princípios de direito ambiental internacional e a defesa dos 
interesses difusos;
b) da organização dos Estados, quando trata da competên-
cia ambiental. Neste caso, ressalte-se que a competência legislativa 
concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal, em matéria 
ambiental, vem definida no art. 24 da CF/88 e, no âmbito da competên-
cia administrativa, não se pode olvidar a recente edição da Lei Com-
plementar 140/2011 , a qual “fixa normas, nos termos dos incisos III, 
VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da CF/88, para a coo-
peração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência 
comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à pro-
teção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas 
formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora;
c) da organização dos poderes, estabelecendo, entre as 
funções institucionais do Ministério Público, a promoção do inqué-
rito civil e ação civil pública;
d) da política agrícola e fundiária, bem como da ordem so-
cial (SILVA, 2013).
Ao estruturar a PNMA com base no que estabelece o art. 23, 
VI e VII, da Carta Magna, a Lei nº 6.938/81, modificada pela Lei nº 
8.028/90, pretendeu estabelecer critério de proteção do meio ambiente 
adaptado à chamada competência material comum, ou seja, proteção 
ambiental adstrita a normas que conferem deveres aos entes da Fede-
ração e não simplesmente faculdades.
A orientação constitucional, portanto, é estabelecer competên-
cias materiais comuns a todos os entes da Federação brasileira, a sa-
ber, União, Estados, Distrito Federal e Municípios (FIORILLO, 2013).
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A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) foi instituída por 
meio da Lei nº 6.938/1981. 
Apesar de cronologicamente anteriores, o Código de Águas (Decreto nº 
24.643, de 10.07.1934 ), o Código Florestal (Lei nº 12.651, de 25 de maio de 
2012), o Código da Caça (Lei nº 5.197, de 03.01.1967 ), o Código de Pesca 
(Decreto-lei 221, de 28.02.1967), o Código de Mineração (Decreto-lei 227, 
de 28.02.1967) e o Código Brasileiro do Ar (Lei nº 6.833, de 30.09.1980 – mas 
que já foi revogado) não são, em regra, considerados normas propriamente 
de tutela do meio ambiente, uma vez que tratam apenas incidentalmente do 
tema (HORTA, 1995, p. 304).
Logo, pode-se afirmar que a Lei nº 6.938/1981 consiste no pri-
meiro diploma legal em nosso direito positivo que disciplina de forma 
sistematizada o meio ambiente, definindo meio ambiente, degradação 
A POLÍTICA NACIONAL DO MEIO
AMBIENTE
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da qualidade ambiental, poluição, poluidor e recursos ambientais.
Essa lei disciplina o meio ambiente nãomais com a visão pri-
vatista, limitada ao conteúdo econômico, própria da doutrina liberal das 
leis que a antecederam; o meio ambiente passa a ser tutelado em seu 
conjunto, como bem pertencente a toda a coletividade, transindividual, 
de natureza difusa e titularidade indeterminada.
É instituída uma Política Ambiental de âmbito nacional, que 
tem por objetivo a proteção do meio ambiente, o planejamento racional 
na utilização dos recursos naturais, a responsabilização civil objetiva 
do infrator, dentre outros, conforme será abordado no item seguinte. 
Outrossim, cria o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), o 
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), indica os seus instru-
mentos legais, entre outras disposições (BELTRÃO, 2014).
Atualmente, a Lei nº 6.938/1981 precisa ser interpretada con-
juntamente com a Lei Complementar 140/2011, que passou a disciplinar 
as competências materiais comuns entre todos os entes federativos, na 
forma do artigo 23, da Constituição Federal.
OBJETIVOS DA PNMA
São objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente estabele-
cidos em seu art. 4º:
I - A compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a 
preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico
Como já falamos, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio 
Ambiente Humano, realizada em junho de 1972 em Estocolmo, Suécia, co-
nhecida como a Declaração de Estocolmo, consiste em um dos primeiros e 
mais importantes documentos internacionais sobre o meio ambiente.
Desde então, estabeleceu-se um certo conflito de interesses 
entre países pobres, que não aceitariam restrições de cunho ambiental 
que dificultassem seu desenvolvimento econômico, e países ricos, que, 
para alcançar o atual estágio de desenvolvimento, destruíram, em re-
gra, boa parte de seus recursos naturais. Da oposição da tese “proteção 
ambiental” com a antítese “desenvolvimento econômico” surgiu a sín-
tese “desenvolvimento sustentável”, de acordo com a forma de Hegel.
O inciso acima trata exatamente desse aparente conflito. A 
PNMA portanto, não pretende sacrificar o desenvolvimento econômico do 
país em benefício do meio ambiente. Por outro lado, tal desenvolvimento 
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econômico há de se compatibilizar com a preservação da qualidade do 
meio ambiente e do equilíbrio ecológico. Um dos principais instrumentos 
para alcançar esse objetivo consiste na utilização de tecnologia.
Ressalte-se que a Constituição Federal prevê expressamente 
no artigo 170, VI que “a defesa do meio ambiente, inclusive mediante 
tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e 
serviços e de seus processos de elaboração e prestação”, consiste em 
um dos princípios gerais que regem a atividade econômica no país.
II - A definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa 
à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses 
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos 
Municípios
O Poder Público, por meio do Poder Executivo nas três esferas, 
Federal, Estadual e Municipal, deve editar políticas públicas que tenham por 
finalidade a preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico.
A qualidade ambiental corresponde ao conjunto de elementos 
propiciadores da vida no mundo natural, sendo pressuposto da qualida-
de de vida; o equilíbrio ecológico consiste na manutenção das caracte-
rísticas essenciais de um ecossistema.
A Carta de 1988 elevou ao status constitucional essa previsão, 
conforme estabelecido em seu art. 225, § 1º, que atribui ao Poder Públi-
co o dever de assegurar a efetividade do direito de todos ao meio am-
biente ecologicamente equilibrado, para atender aos fins ali indicados.
III - O estabelecimento de critérios e padrões da qualidade ambien-
tal e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais
A Política Nacional do Meio Ambiente deve fixar quais os critérios 
a serem observados para a utilização dos recursos ambientais. Consiste 
em um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, confor-
me o art. 9º, I, da Lei nº 6.938/1981, que será mais adiante analisado.
IV - O desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais 
orientadas para o uso racional de recursos ambientais; o uso de 
tecnologia é absolutamente fundamental para alcançar o desenvol-
vimento sustentável
Neste contexto, o Poder Público tem um papel essencial como 
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fomentador de pesquisas e de novas tecnologias, sempre com o objetivo 
de otimizar o processo produtivo, reduzindo o volume final de resíduos 
a serem lançados no ar, nas correntes de água ou absorvidos pelo solo.
Também corresponde a um dos instrumentos da Política Na-
cional do Meio Ambiente, conforme o art. 9º, V, da Lei nº 6.938/1981.
V – A difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divul-
gação de dados e informações ambientais e à formação de uma 
consciência pública sobre a necessidade de preservação da quali-
dade ambiental e do equilíbrio ecológico
Além da necessidade de criação de novas tecnologias, faz-se 
fundamental, naturalmente, divulgá-las para que passem a ser utiliza-
das por um maior número possível de agentes.
O acesso à informação consiste em um dos princípios basilares 
do direito ambiental, pressuposto para a participação pública, essencial 
para a evolução e fortalecimento da proteção do ambiente.
A Lei nº 10.650 , de 16.04.2003, influenciada pela Convenção 
de Aarhus de 1998, disciplina o “acesso público aos dados e informa-
ções existentes nos órgãos e entidades integrantes do SISNAMA”, im-
pondo a todos os órgãos e entidades da administração direta e indireta 
que o integram, o que abrange “União Federal, Estados, Distrito Fede-
ral, Territórios e Municípios,” o dever geral de permitir o acesso público 
aos documentos, expedientes e processos administrativos que tratem 
de matéria ambiental, assim como de fornecer informações ambientais 
que estejam sob sua guarda.
A formação de uma consciência pública sobre a necessidade 
de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico rela-
ciona-se à educação ambiental, dever do Poder Público nos termos do 
art. 225, § 1º, VI, da Constituição Federal.
VI - A preservação e restauração dos recursos ambientais com vis-
tas à sua utilização racional e disponibilidade permanente, concor-
rendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida
Uma característica comum dos recursos naturais é a escassez. 
De fato, se os recursos naturais fossem infindáveis não haveria neces-
sidade de intervenção governamental para regulá-los. Dessa escassez 
decorre o choque de interesses dos diversos setores da sociedade 
acerca de como utilizá-los. Como consequência, o planejamento racio-
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nal por parte das autoridades governamentais é essencial para assegu-
rar que as melhores decisões serão tomadas com intuito do interesse 
da coletividade e do meio ambiente.
A utilização racional dos recursos naturais tem por finalidade 
propiciar a sua disponibilidade permanente, assegurando, assim, o di-
reito das futuras gerações, conforme prevê o art. 225, caput, da Cons-
tituição Federal.
VII - A imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recu-
perar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribui-
ção pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos
Em sua primeira parte, corresponde ao princípio do poluidor-
-pagador, que decorre da teoria econômica segundo a qual se devem 
internalizar os custos externos, impondo-se ao poluidor a responsabili-
dade pelo custo social da degradação ambiental por ele produzida.
Quantoà contribuição do usuário, esta consiste no princípio do 
usuário-pagador, que impõe a cobrança de um valor econômico pela 
utilização de um bem ambiental. Sua natureza é meramente remunera-
tória, ou seja, não é punitiva (BELTRÃO, 2014).
Veja-se que já no ano 1981 se plantou legalmente no Brasil a 
semente do desenvolvimento sustentável, pois a PNMA, desde então, 
prevê entre seus objetivos a compatibilização do desenvolvimento eco-
nômico com a preservação ambiental.
Ademais, os Princípios do Poluidor e do Usuário-pagador ins-
piraram a determinação de impor, ao poluidor e ao predador, a obriga-
ção de recuperar e/ou indenizar os danos causados, e ao usuário, de 
contribuir pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos 
(AMADO, 2014).
SISNAMA – SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
A Lei nº 6.938/81 criou em seu art. 6º, o Sistema Nacional do 
Meio Ambiente (SISNAMA), constituído pelos órgãos e entes responsá-
veis pela “proteção e melhoria da qualidade ambiental” da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
É um sistema de natureza administrativa, composto pelos ór-
gãos ou entes ambientais do Poder Executivo, administração direta ou 
indireta, nas três esferas da Federação, que tem por finalidade a gestão 
do ambiente nacional.
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São órgãos do SISNAMA:
I - órgão superior – o Conselho de Governo, com a função de 
assessorar o Presidente da República na formulação da política nacio-
nal e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos 
ambientais; (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990).
II - órgão consultivo e deliberativo – o Conselho Nacional do 
Meio Ambiente (CONAMA), com a finalidade de assessorar, estudar e 
propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamen-
tais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito 
de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio 
ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de 
vida; (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990).
III - órgão central – a Secretaria do Meio Ambiente da Presidên-
cia da República, com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar 
e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes go-
vernamentais fixadas para o meio ambiente; (Redação dada pela Lei nº 
8.028, de 1990).
IV - órgão executor – o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e 
dos Recursos Naturais Renováveis, com a finalidade de executar e fazer 
executar, como órgão federal, a política e diretrizes governamentais fixa-
das para o meio ambiente; (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990).
IV - órgãos executores – o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente 
e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA e o Instituto Chico Men-
des de Conservação da Biodiversidade – Instituto Chico Mendes, com 
a finalidade de executar e fazer executar a política e as diretrizes gover-
namentais fixadas para o meio ambiente, de acordo com as respectivas 
competências; (Redação dada pela Lei nº 12.856, de 2013).
V - Órgãos Seccionais – os órgãos ou entidades estaduais res-
ponsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle e fis-
calização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental; 
(Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989).
VI - Órgãos Locais – os órgãos ou entidades municipais, res-
ponsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas suas res-
pectivas jurisdições.
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Figura 1: SISNAMA.
Fonte: http://www.direitoambientalemquestao.com.br/2017/05/estrutura-do-
-sistema-nacional-do-meio-ambiente-sisnama-lei-6938-81.html
Vale registrar que não apenas os órgãos e entes ambientais do 
SISNAMA possuem o poder de polícia ambiental. É possível que outras 
entidades públicas também tenham delegação legal para exercê-lo, a 
exemplo da Agência Nacional do Petróleo (AMARO, 2014).
INSTRUMENTOS DA PNMA
A lei nº 6.938/81, com suas modificações subsequentes, elen-
ca em seu art. 9º, treze instrumentos da Política Nacional do Meio Am-
biente. Alguns destes instrumentos já se encontram razoavelmente re-
gulados no direito positivo, enquanto outros ainda aguardam por um 
melhor disciplinamento legal.
São instrumentos da PNMA (Lei 6.938/1981, art. 9º):
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
II - o zoneamento ambiental ;
III - a avaliação de impactos ambientais;
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou poten-
cialmente poluidoras;
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e 
a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qua-
lidade ambiental;
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VI - a criação de reservas e estações ecológicas, áreas de pro-
teção ambiental e as de relevante interesse ecológico, pelo Poder Pú-
blico Federal, Estadual e Municipal;
VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos 
pelo Poder Público Federal, Estadual e Municipal, tais como áreas de 
proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrati-
vistas; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989).
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos 
de Defesa Ambiental;
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não 
cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da 
degradação ambiental;
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a 
ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Re-
cursos Naturais Renováveis – IBAMA; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989).
XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio 
Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando inexis-
tentes; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989).
 XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente 
poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais; (Incluído pela Lei 
nº 7.804, de 1989).
XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servi-
dão ambiental, seguro ambiental e outros. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 
2006).
Muito importante enquanto instrumento do PNMA é o Sistema 
Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente – SINIMA –, sofrendo 
regulamentação pelo artigo 11, II, do Decreto 99.274/1990, competindo 
ao Ministério do Meio Ambiente coordenar a troca de informações entre 
as entidades e órgãos que compõem o SISNAMA.
O SINIMA é gerido pela Secretaria de Articulação Institucional 
e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente – SAIC (Artigo 
31, Decreto 6.101/2007), por meio do Departamento de Coordenação 
do SISNAMA – DSIS (Artigo 32), e possui três eixos estruturantes: o 
desenvolvimento de ferramentas de acesso à informação baseadas em 
programas computacionais livres; a sistematização de estatísticas e 
elaboração de indicadores ambientais; a integração e interoperabilidade 
de sistemas de informação de acordo com uma Arquitetura Orientada 
a Serviços – SOA. Este processo de implementação conta com o apoio 
do Comitê Gestor do SINIMA, instituído pela Portaria nº 310, de 13 de 
dezembro de 2004, no sentido da definição das diretrizes, acordos e 
padrões nacionais para a integração da informação ambiental.
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Nesse sentido, consoante pontifica o artigo 7º, VIII, da LC 
140/2011, compete à União organizar e manter, com a colaboração dos 
órgãos e entidades da administração pública dos Estados, do Distri-
to Federal e dos Municípios, o Sistema Nacional de Informação sobre 
Meio Ambiente – SINIMA.
Inclusive,essa norma passou a prever a criação do Sistema 
Municipal de Informações sobre o Meio Ambiente, a ser organizado e 
mantido pelos municípios (AMARO, 2014).
A POLÍTICA AGRÍCOLA AMBIENTAL
A racionalidade na utilização dos recursos ambientais é, sem 
sombra de dúvidas, objetivo e princípio de direito ambiental, conforme 
foi descrito acima. Considerando que os bens ambientais são escassos, 
faz mister um aproveitamento adequado dos mesmos (BELTRÃO, 2014).
A política agrícola ambiental inclui, além da eletrificação rural 
(art.187 da CF), as atividades agropecuárias, agroindustriais, pesqueiras e 
florestais. A Lei nº 8.171/91 traça os objetivos básicos de proteção, recu-
peração e preservação dos recursos naturais e do meio ambiente. Por sua 
vez, o Estatuto da Terra, Lei nº 4.504 , de 30 de novembro de 1964, regula 
os direitos e obrigações concernentes aos bens imóveis rurais, para os fins 
de execução da Reforma Agrária e promoção da Política Agrícola.
O art. 2º da Lei em tela dispõe sobre a função social da pro-
priedade:
Art. 2º. É assegurada a todos a oportunidade de acesso à pro-
priedade da terra, condicionada pela sua função social, na forma pre-
vista nesta lei.
§ 1º. A propriedade da terra desempenha integralmente a sua 
função social quando, simultaneamente:
a) favorece o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores 
que nela labutavam, assim como de suas famílias;
b) mantém níveis satisfatórios de produtividade;
c) assegura a conservação dos recursos naturais;
d) observa as disposições legais que regulam as justas rela-
ções de trabalho entre os que a possuem e a cultivam.
Portanto, é possível perceber que a Constituição Federal de 
1988 em seu art. 186, seguiu o que determina o art. 2º do estatuto da 
terra (PAIM, 2014).
Quantos aos princípios da política agrícola, estes são discipli-
nados pela Lei nº 8.174 de 30 de janeiro de 1991, que também esta-
belece atribuições ao Conselho Nacional de Política Agrícola (CNPA), 
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tributação compensatória de produtos agrícolas, amparo ao pequeno 
produtor e regras de fixação e liberação dos estoques públicos.
De acordo com o art. 19 da Lei nº 8.171/91, ao poder público 
compete o seguinte:
I - integrar, a nível de Governo Federal, os Estados, o Distrito 
Federal, os Territórios, os Municípios e as comunidades na preservação 
do meio ambiente e conservação dos recursos naturais;
II - disciplinar e fiscalizar o uso racional do solo, da água, da 
fauna e da flora;
III - realizar zoneamentos agroecológicos que permitam esta-
belecer critérios para o disciplinamento e o ordenamento da ocupação 
espacial pelas diversas atividades produtivas, bem como para a instala-
ção de novas hidrelétricas;
IV - promover e/ou estimular a recuperação das áreas em pro-
cesso de desertificação;
V - desenvolver programas de educação ambiental, a nível for-
mal e informal, dirigidos à população;
VI - fomentar a produção de sementes e mudas de essências 
nativas;
VII - coordenar programas de estímulo e incentivo à preserva-
ção das nascentes dos cursos d’água e do meio ambiente, bem como 
o aproveitamento de dejetos animais para conversão em fertilizantes.
Parágrafo único. A fiscalização e o uso racional dos recursos 
naturais do meio ambiente é também de responsabilidade dos proprie-
tários de direito, dos beneficiários da reforma agrária e dos ocupantes 
temporários dos imóveis rurais.
Destaque-se, no conteúdo da Lei nº 8.171/91, o que consta nos 
Artigos 20, 22 e 26, nos quais se reforça a bacia hidrográfica como unidade 
territorial de gestão ambiental, o manejo racional dos recursos naturais e 
a preservação ambiental, como também, a necessidade de planejamento 
das ações ambientais nas atividades agrícolas. O planejamento, embora 
previsto, nunca foi realizado nos termos desta Lei (FLORIANO, 2007).
Na década de 80, em virtude da grande influência exercida 
pela Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, rea-
lizada em Estocolmo, em 1972, houve o aumento da consciência 
ecológica, intensificando, pois, o processo legislativo na busca de 
proteção e preservação do meio ambiente (SILVA, 2013).
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Junto à Lei nº 6.938/81 ressaltamos a Lei nº 7.347/85, a qual 
disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos cau-
sados ao meio ambiente, possibilitando o acesso coletivo à Justiça 
para defesa do meio ambiente e a Lei nº 9.605/98 , também na sua 
qualidade de norma infraconstitucional, merece ser destacada, vis-
to que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas 
de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente (SILVA, 2013).
A articulação entre as políticas agrícolas e ambientais é 
importante ao passo que a atividade agrícola apresenta grande im-
portância para a economia do país, mas produz impactos ambien-
tais indesejáveis. Somente com a articulação entre as duas polí-
ticas é aceitável que a atividade agrícola continue expandindo a 
produção para poder atender as projeções futuras de crescimento 
da demanda sem potencializar os impactos ambientais, visto que a 
atividade agrícola é notavelmente uma atividade poluidora do solo, 
da água e da atmosfera (EMED, 2011).
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Há muito que o ser humano por razões diversas, de ordem 
religiosa, moral, esportiva, por sua beleza cênica, entre outras, delimita 
áreas para preservação de sua fauna e flora. Aponta-se como precursor 
da ideia hodierna de parques a criação do parque nacional de Yellows-
tone, em 1872, nos Estados Unidos da América. No Brasil, o primeiro 
parque nacional foi o de ltatiaia, que data de 1937.
De acordo com JOSÉ AFONSO DA SILVA (2012), os espaços 
territoriais especialmente protegido são áreas geográficas públicas ou pri-
vadas (porção do território nacional) dotadas de atributos ambientais que 
requeiram sua sujeição, pela lei, a um regime jurídico de interesse público 
que implique sua relativa imodificabilidade e sua utilização sustentada, 
tendo em vista a preservação e a proteção da integridade de amostras 
de toda a diversidade de ecossistemas, a proteção ao processo evolutivo 
das espécies, a preservação e a proteção dos recursos naturais.
ESPAÇOS TERRITORIAIS PROTEGIDOS
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Não há em nosso direito pátrio um sistema uno a disciplinar 
harmonicamente todos os espaços territoriais especialmente prote-
gidos. De fato, ANTONIO HERMAN DE VASCONCELOS BENJAMIN 
(2001) ressalta que a adoção do modelo de áreas protegidas no Brasil, 
como instrumento de tutela da natureza, é anterior ao surgimento do 
Direito Ambiental, como disciplina orgânica e autônoma, estruturada em 
torno de características, objetivos, princípios e instrumentos próprios.
Por conta dessa evolução histórica, amiúde sem rumo certo, ao sabor de pres-
sões localizadas – ou, por vezes, de facilidades de criação, como o caráter re-
moto do território –, as áreas protegidas nacionais foram casuística e assistema-
ticamente determinadas e administradas, reféns, no seu desenho teórico, legal e 
prático, da diversidade de filiação filosófica e paternidade política, daí resultando, 
de forma inevitável, frequente confusão de regimes, sobreposição de unidades 
e, pior, ineficiência na consecução de suas finalidades (BENJAMIN, 2001, p. 11).
Como algumas das áreas territoriais especialmente protegidas 
podem abranger propriedadesparticulares, a sua criação pode impor 
aos proprietários privados limites relevantes na utilização e fruição do 
seu respectivo domínio.
De fato, MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO (2002, p, 126) 
assevera que “as limitações administrativas à propriedade originam-se 
de normas gerais e abstratas, destinadas a propriedades indetermina-
das, e têm o propósito de atender interesses coletivos abstratamente 
considerados”.
O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado consiste, 
por excelência, em um direito de interesse coletivo lato sensu, visto per-
tencer a todos, nos termos do caput do art. 225 da Constituição Federal.
Como a natureza é una, não respeitando as fronteiras e limi-
tes políticos erigidos artificialmente pelo homem, o modelo de criação 
de espaços especialmente protegidos padece em sua origem do grave 
defeito de pretender disciplinar de forma fragmentada a natureza, con-
sistindo, portanto, em um contrassenso.
Outrossim, tal modelo pode dar a falsa ideia de que fora de tais 
espaços especialmente protegidos inexistiria natureza, ou, ao menos, dig-
na de preservação pela legislação ambiental, o que, naturalmente, não cor-
responde à verdade. Assim, perigosamente passa-se a impressão de que 
a natureza pode ser algo distante, a ser preservado em um local longínquo 
e inacessível, hermeticamente fechado, resultando no esquecimento de 
nossa própria origem e no essencial elo que nos une (BELTRÃO, 2014).
Os espaços territoriais especialmente protegidos estão previs-
tos expressamente pelo art. 225, § 1º, III, da Constituição Federal e são 
o gênero do qual as unidades de conservação, as áreas de preservação 
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permanente e de reserva legal são espécies.
O SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA NA-
TUREZA (SNUC)
A Lei nº 9.985 , de 18 de setembro de 2000, instituiu o Sistema 
Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, disciplinando os 
critérios para sua criação, implantação e gestão. Encontra-se regula-
mentada pelo Decreto nº 4.340 , de 22.08.2002.
Em seu art. 2°, de forma bastante salutar, conforme já tradicio-
nal técnica legislativa em matéria ambiental, a lei apresenta uma série 
de definições. A unidade de conservação consiste no
espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicio-
nais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Po-
der Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime 
especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de pro-
teção (art. 2º, I, da Lei nº 9.985/2000).
Por tratar-se de um sistema de âmbito nacional, os Estados 
e Municípios também podem criar unidades de conservação, as quais 
estarão inseridas no Sistema Nacional de Unidades de Conservação da 
Natureza (art. 3º).
Caso necessário, para atender às peculiaridades regionais ou 
locais, os Estados e Municípios poderão, em caráter excepcional, criar 
nova categoria de unidade de conservação que integrará o SNUC, des-
de que não se confunda com categoria já existente (art. 6º, parágrafo 
único, da Lei nº 9.985/2000).
O SNUC é gerido a partir de três órgãos:
I - o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que tem 
função consultiva e deliberativa;
II - o Ministério do Meio Ambiente, com o papel de coordenação 
do sistema; e,
III - o Instituto Chico Mendes e o IBAMA, em caráter supleti-
vo, e os órgãos estaduais e municipais com competência ambiental, na 
qualidade de executores do sistema (art. 6º da Lei nº 9.985/2000, com 
a redação dada pela Lei nº 11.516/2007 ).
Logo, a partir da Lei nº 11.516/2007, que deu início ao Institu-
to Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – Instituto Chico 
Mendes –, o qual tem por função, entre outras, executar ações da políti-
ca nacional de unidades de conservação da natureza, referentes às atri-
buições federais relativas à proposição, implantação, gestão, proteção, 
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fiscalização e monitoramento das unidades de conservação instituídas 
pela União (art. 1º, I), a atuação do IBAMA como órgão executor, na 
esfera Federal, do SNUC passou a ser meramente supletiva, ou seja, 
atuará apenas quando o Instituto Chico Mendes for omisso, por falta de 
estrutura, de pessoal, entre outras.
Compete aos órgãos executores propor a criação de unidades 
de conservação, devendo, para tanto, elaborar os estudos preliminares 
e, quando for o caso, realizar consulta pública (art. 4º do Decreto nº 
4.340/2002).
A consulta pública, que é pressuposto obrigatório para a cria-
ção de unidade de conservação, com exceção da Estação Ecológica e 
da Reserva Biológica, tem por finalidade “subsidiar a definição da loca-
lização, da dimensão e dos limites mais adequados para a unidade”, 
ouvindo, para tanto, a população local e outras partes interessadas (art. 
5.° do Decreto nº 4.340/2002).
Segundo ANTONIO F. G. BELTRÃO (2014), agiu bem o legisla-
dor em exigir a consulta pública como condição prévia para quase todas 
as categorias de unidade de conservação, visto que a participação da co-
letividade nos processos decisórios das autoridades públicas relaciona-
dos ao ambiente é um dos princípios que regem o direito ambiental (prin-
cípio da participação). Para melhor subsidiar o público interessado em 
participar do procedimento, o Poder Público tem a obrigação de fornecer 
informações adequadas e inteligíveis (art. 22, § 3º, da Lei nº 9.985/2000).
O art. 22 da Lei nº 9.985/2000 prevê que “as unidades de con-
servação são criadas por ato do Poder Público”, não exigindo, portanto, 
a forma de lei. Da mesma forma, a ampliação dos seus limites territoriais.
Entretanto, a desafetação ou a redução dos limites de uma uni-
dade de conservação só poderá ser feita mediante lei, ainda que tenha 
sido criada por ato diverso como, por exemplo, o decreto (BELTRÃO, 
2014), sendo que tal previsão decorre diretamente do art. 225, § 1º, III, 
da Constituição Federal que expressamente estabelece que a alteração 
e a supressão de espaço territorial especialmente protegido somente 
poderão ocorrer mediante lei.
As unidades de conservação podem abranger os respectivos 
subsolo e espaço aéreo caso exerçam alguma influência na estabilida-
de do ecossistema local.
Outrossim, todas as unidades de conservação, com exceção da 
Área de Proteção Ambiental (APA) e da Reserva Particular do Patrimônio 
Natural (RPPN), devem possuir uma zona de amortecimento e, quando 
conveniente, corredores ecológicos (art. 25 da Lei nº 9.985/2000).
A zona de amortecimento consiste no “entorno de uma unidade 
de conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e 
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restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos nega-
tivos sobre a unidade” (art. 2º, XVIII, da Lei nº 9.985/2000).
Os corredores ecológicos, por sua vez, correspondem a 
porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de con-
servação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da 
biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degra-
dadas, bem como a manutenção de populações que demandam para sua 
sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela das unidades indivi-
duais (art. 2º, XIX, da Lei nº 9.985/2000).
Quando houver uma justaposição ou sobreposição de unida-
des de conservação de categorias distintas e/ou outras áreas protegi-
das, públicas ou privadas, deverá haver uma gestão de todo o conjunto, 
de forma integrada e participativa. É o que se denomina de “mosaico” 
de unidades de conservação, que deve ser reconhecido por ato formal 
do Ministério do Meio Ambiente e gerido por um conselho.Questão complexa e que, certamente, ainda ocasionará muitos 
conflitos entre os entes da federação corresponde à justaposição ou 
sobreposição de unidades de conservação de entes distintos, ou seja, 
uma unidade de conservação federal que abrange parte de unidade de 
conservação estadual, por exemplo (BELTRÃO, 2014).
Trata-se de tema que a doutrina e a jurisprudência ainda prati-
camente não enfrentaram e que será decidido, em última análise, pelo 
Supremo Tribunal Federal, com fulcro no art. 102, I, f, da Constituição 
Federal, por se tratar de conflito federativo.
O Plano de Manejo, documento que define o zoneamento da 
unidade de conservação, assim como o uso da área e o manejo dos 
seus recursos naturais, conforme a definição legal do art. 2º, XVII, da 
Lei nº 9.985/2000, deve abranger não apenas a área da unidade de 
conservação, mas também a zona de amortecimento e os corredores 
ecológicos, caso existentes.
A lei assegura ampla participação da população residente na 
elaboração, atualização e implementação do Plano de Manejo das Reservas 
Extrativistas, das Reservas de Desenvolvimento Sustentável, das Áreas de 
Proteção Ambiental e, quando couber, das Florestas Nacionais e das Áreas 
de Relevante Interesse Ecológico (art. 27, § 2º, da Lei nº 9.985/2000).
Igualmente, prevê que o Plano de Manejo deverá ser elaborado 
no prazo de até cinco anos a partir da criação da respectiva unidade de 
conservação. Entretanto, não há a indicação de qual será a consequência 
legal caso este prazo não seja cumprido (art. 27, § 3º, da Lei nº 9.985/2000).
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Já o art. 36 impõe a obrigação de compensação por signifi-
cativo impacto ambiental, que consiste no dever de o empreendedor 
de obra ou atividade que seja considerada de impacto significativo ao 
ambiente, pelo órgão ambiental competente, apoiar a implantação e 
manutenção de unidade de conservação do grupo de Proteção Integral.
O montante de recursos a ser destinado pelo empreendedor 
para essa implantação e manutenção de unidade de conservação do 
grupo de Proteção Integral será fixado pelo órgão ambiental licencia-
dor de acordo com o grau de impacto ambiental causado pela obra ou 
atividade licenciada. É interessante ver a decisão do Supremo Tribunal 
Federal na ADI 3.378 .
Competirá ao órgão ambiental licenciador definir as unidades 
de conservação a serem beneficiadas ou até mesmo criadas com es-
ses recursos. Excepcionalmente, tais recursos poderão ser destinados 
à unidade de conservação do grupo de Uso Sustentável quando for a 
mesma, ou sua zona de amortecimento, afetada pelo respectivo empre-
endimento (art. 36, § 3º).
A Resolução CONAMA nº 371/2006 estabelece “diretrizes aos 
órgãos ambientais para o cálculo, cobrança, aplicação, aprovação e 
controle de gastos” relativos às receitas obtidas por meio da compensa-
ção ambiental prevista pela Lei nº 9.985/2000.
Há dois grandes grupos de unidades de conservação: as 
de Proteção Integral e as de Uso Sustentável. O primeiro tem por 
objetivo “preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indi-
reto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos 
nesta Lei” (art. 7º, § 1º, da Lei nº 9.985/2000). Já as Unidades de 
Uso Sustentável têm por propósito “compatibilizar a conservação 
da natureza com o uso sustentável de parcela de seus recursos 
naturais” (art. 7º, § 2º, da Lei nº 9.985/2000).
É permitida a introdução de espécies não autóctones nas Áre-
as de Proteção Ambiental, nas Florestas Nacionais, nas Reservas Ex-
trativistas e nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável, sendo ve-
dada nas demais categorias de unidades de conservação (art. 31, § 1º, 
da Lei nº 9.985/2000).
Com exceção da Área de Proteção Ambiental e da Reserva 
Particular do Patrimônio Natural, toda exploração comercial de produ-
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tos, subprodutos ou serviços “obtidos ou desenvolvidos a partir dos re-
cursos naturais, biológicos, cênicos ou culturais ou da exploração da 
imagem de unidade de conservação” de unidade de conservação de-
penderá de prévia autorização de sua respectiva administração e de 
retribuição econômica por parte do explorador (art. 33).
Com o intuito de evitar burocracia e facilitar a entrada de recei-
tas, a Lei expressamente autoriza os órgãos que administram as unida-
des de conservação a receberem diretamente recursos ou doações de 
qualquer natureza, nacionais ou estrangeiras, com ou sem encargos, 
oriundas de organizações públicas ou privadas.
Por fim, as unidades de conservação do grupo de Uso Sus-
tentável podem ser transformadas total ou parcialmente em unidades 
do grupo de Proteção Integral por meio de instrumento normativo do 
mesmo nível hierárquico do que criou a unidade, desde que obedecidos 
os procedimentos de consulta estabelecidos no § 2º do art. 22 da Lei nº 
9.985, de 2000 (art. 22, § 5º).
UNIDADES DE PROTEÇÃO INTEGRAL (UPI)
O grupo dessas unidades compreende cinco categorias de uni-
dades de conservação. Cada uma dessas UPI será dotada de um Conse-
lho Consultivo, presidido pelo órgão responsável por sua administração 
e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da 
sociedade civil, por proprietários de terras localizadas em Refúgios de 
Vida Silvestre ou Monumento Natural, quando for o caso, e, na hipótese 
prevista no § 2º do art. 42, das populações tradicionais residentes, confor-
me se dispuser em regulamento e no ato de criação da unidade (art. 29).
As Unidades de Conservação de Proteção Integral têm por ob-
jetivo preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos 
seus recursos naturais.
As categorias das Unidades de Conservação de Proteção Inte-
gral são as seguintes (Lei nº 9.985/2000, art. 8º):
a) Estação Ecológica;
b) Reserva Biológica;
c) Parque Nacional;
d) Monumento Natural; e
e) Refúgio da Vida Silvestre.
A Estação Ecológica é de posse e domínio públicos, sendo que 
as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, e 
tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesqui-
sas científicas, as quais dependem de autorização prévia do órgão res-
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ponsável pela administração da unidade (Lei nº 9.985/2000, art. 9º, § 1º).
Na Estação Ecológica, a visitação pública é proibida, exceto 
quando com objetivo educacional, de acordo com o que dispuser o Pla-
no de Manejo da unidade ou regulamento específico (Lei nº 9.985/2000, 
art. 9º, § 2º).
Na Estação Ecológica só podem ser permitidas alterações dos 
ecossistemas no caso de (Lei nº 9.985/2000, art. 9º, § 4º, I a IV):
I. medidas que visem a restauração de ecossistemas modifi-
cados;
II. manejo de espécies com o fim de preservar a diversidade 
biológica;
III. coleta de componentes dos ecossistemas com finalidades 
científicas;
IV. pesquisas científicas cujo impacto sobre o ambiente seja 
maior do que aquele causado pela simples observação ou pela coleta 
controlada de componentes dos ecossistemas em uma área correspon-
dente a no máximo 3% (três por cento) da extensão total da unidade e 
até o limite de 1.500 (mil e quinhentos) hectares.
A Reserva Biológica é de posse e domínio públicos, sendo que 
as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas. 
A visitação pública é proibida, exceto aquela com objetivo educacional 
(Lei nº 9.985/2000, art. 10, §§ 1º e 2º).
Na Reserva Biológica, a realização de pesquisa científica depen-
de de autorização prévia do órgão responsável pela administração da uni-
dade e está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem 
como àquelas previstas em regulamento (Lei nº 9.985/2000, art. 10, § 3º).O Parque Nacional é de posse e domínio públicos, sendo que 
as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas.
A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabe-
lecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo 
órgão responsável por sua administração e àquelas previstas em regu-
lamento (Lei nº 9.985/2000, art. 11, §§ 1º e 2º).
No Parque Nacional, a pesquisa científica depende de autori-
zação prévia do órgão responsável pela administração da unidade, bem 
como àquelas previstas em regulamento (Lei nº 9.985/2000, art. 11, § 3º).
Os Parques, quando forem criados pelos Estados ou pelos 
Municípios, serão denominados, respectivamente, Parque Estadual e 
Parque Natural Municipal (Lei nº 9.985/2000, art. 4º).
O Monumento Natural pode ser constituído por áreas particula-
res, desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com 
a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários. 
Caso não haja esta compatibilização, a área deve ser desapropriada 
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(Lei nº 9.985/2000, art. 12, §§ 1º e 2º).
No Monumento Natural, a visitação pública está sujeita às 
condições e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, 
às normas estabelecidas pelo órgão responsável pela administração e 
àquelas previstas em regulamento (Lei nº 9.985/2000, art. 12, § 3º).
O Refúgio da Vida Silvestre pode ser constituído por áreas par-
ticulares, desde que seja possível compatibilizar os objetivos da uni-
dade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos 
proprietários. Caso não haja esta compatibilização, a área deve ser de-
sapropriada (Lei nº 9.985/2000, art. 13, §§ 1º e 2º).
No Refúgio da Vida Silvestre, a visitação pública está sujeita às 
normas e às restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, 
às normas estabelecidas pelo órgão responsável pela administração e 
àquelas previstas em regulamento (Lei nº 9.985/2000, art. 13, § 3º).
No Refúgio da Vida Silvestre, a pesquisa científica depende de 
autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade e 
está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como 
àquelas previstas em regulamento (Lei nº 9.985/2000, art. 13, § 4º).
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE USO SUSTENTÁVEL
Como visto, estas unidades têm por objetivo compatibilizar a 
conservação da natureza com o uso sustentável dos recursos naturais, 
sendo admitido o uso direto dos recursos naturais.
As categorias das Unidades de Conservação de Uso Sustentá-
vel são as seguintes (Lei nº 9.985/2000, art. 14):
i. Área de Proteção Ambiental (APA);
ii. Área de Relevante Interesse Ecológico;
iii. Floresta Nacional;
iv. Reserva Extrativista;
v. Reserva de Fauna;
vi. Reserva de Desenvolvimento Sustentável;
vii. Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).
A Área de Proteção Ambiental é constituída por terras públicas 
ou privadas (Lei nº 9.985/2000, art. 15, § 1º).
Respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas 
normas e restrições para a utilização de uma propriedade privada localiza-
da em uma Área de Proteção Ambiental (Lei nº 9.985/2000, art. 15, § 2º).
Na Área de Proteção Ambiental, as condições para a realiza-
ção de pesquisa científica e visitação pública nas áreas sob domínio 
público serão estabelecidas pelo órgão gestor da unidade e nas áreas 
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sob propriedade privada caberá ao proprietário estabelecê-las (Lei nº 
9.985/2000, art. 15, §§ 3º e 4º).
A Área de Proteção Ambiental (APA) disporá de um Conselho 
presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído 
por representantes dos órgãos públicos, de organizações da sociedade 
civil e da população residente (Lei nº 9.985/2000, art. 15, § 5º).
A Área de Relevante Interesse Ecológico é constituída por ter-
ras públicas ou privadas (Lei 9.985/2000, art. 16, § 1º).
Respeitados os limites constitucionais, podem ser estabeleci-
das normas e restrições para a utilização de uma propriedade priva-
da localizada em uma Área de Relevante Interesse Ecológico (Lei nº 
9.985/2000, art. 16, § 2º).
A Floresta Nacional é de posse e domínio públicos, sendo que 
as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desapropria-
das (Lei nº 9.985/2000, art. 17, § 1º).
Na Floresta Nacional, a visitação pública é permitida, condicio-
nada às normas estabelecidas para o manejo da unidade pelo órgão 
responsável por sua administração (Lei nº 9.985/2000, art. 17, § 3º).
Na Floresta Nacional, a pesquisa científica é permitida e incen-
tivada, sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável pela ad-
ministração da unidade, às condições e restrições por este estabelecidas 
e àquelas previstas em regulamento (Lei nº 9.985/2000, art. 17, § 4º).
A Floresta Nacional disporá de um Conselho Consultivo, pre-
sidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por 
representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil 
e, quando for o caso, das populações tradicionais residentes (Lei nº 
9.985/2000, art. 17, § 5º).
A Floresta, quando criada pelo Estado ou Município, será de-
nominada, respectivamente, Floresta Estadual e Floresta Municipal (Lei 
nº 9.985/2000, art. 17, § 6º).
Reserva Extrativista é de domínio público, com uso concedi-
do às populações extrativistas, mediante contrato, sendo que as áreas 
particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas (Lei nº 
9.985/2000, art. 18, § 1º).
A Reserva Extrativista será gerida por um Conselho Deliberati-
vo, presidido pelo órgão responsável por sua administração e constitu-
ído por representantes de órgãos públicos, de organizações da socie-
dade civil e das populações tradicionais residentes na área, conforme 
se dispuser em regulamento e no ato de criação da unidade (Lei nº 
9.985/2000, art. 18, § 2º).
Na Reserva Extrativista, a visitação pública é permitida, desde 
que compatível com os interesses locais e de acordo com o disposto no 
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Plano de Manejo da área (Lei nº 9.985/2000, art. 18, § 3º).
Na Reserva Extrativista, a pesquisa científica é permitida e incen-
tivada, sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável pela admi-
nistração da unidade, às condições e restrições por este estabelecidas e às 
normas previstas em regulamento (Lei nº 9.985/2000, art. 18, § 4º).
A Reserva de Fauna é de posse e domínio públicos, sendo que 
as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desapropria-
das (Lei nº 9.985/2000, art. 19, § 1º).
Na Reserva de Fauna, a visitação pública pode ser permitida, 
desde que compatível com o manejo da unidade e de acordo com as 
normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração 
(Lei nº 9.985/2000, art. 19, § 2º).
Na Reserva de Fauna, a pesquisa científica é permitida e a 
comercialização dos produtos e subprodutos resultantes destas pesqui-
sas obedecerá ao disposto nas leis sobre fauna e regulamentos (Lei nº 
9.985/2000, art. 19, § 4).
A Reserva de Desenvolvimento Sustentável é de domínio públi-
co, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser, 
quando necessário, desapropriadas (Lei nº 9.985/2000, art. 20, § 2º).
A Reserva de Desenvolvimento Sustentável será gerida por 
um Conselho Deliberativo, presidido pelo órgão responsável por sua 
administração e constituído por representantes de órgãos públicos, de 
organizações da sociedade civil e das populações tradicionais residen-
tes na área, conforme se dispuser em regulamento e no ato de criação 
da unidade (Lei nº 9.985/2000, art. 20, § 4º).
Na Reserva de Desenvolvimento Sustentável, é permitidae in-
centivada a visitação pública, desde que compatível com os interesses 
locais e de acordo com o disposto no Plano de Manejo da área (Lei nº 
9.985/2000, art. 20, § 5º, I).
Na Reserva de Desenvolvimento Sustentável, é permitida e 
incentivada a pesquisa científica voltada à conservação da natureza, 
sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável pela adminis-
tração da unidade, às condições e restrições por este estabelecidas e 
às normas previstas em regulamento (Lei nº 9.985/2000, art. 20, § 5º, I).
A Reserva Particular do Patrimônio Natural é uma área privada, 
gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade 
biológica (Lei nº 9.985/2000, art. 21).
O proprietário deverá assinar um termo de compromisso pe-
rante o órgão ambiental, no qual constará o gravame da perpetuidade, 
e será averbado à margem da inscrição no Registro Público de imóveis 
(Lei nº 9.985/2000, art. 21, § 1º).
Na Reserva Particular do Patrimônio Natural, poderá ser permiti-
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da, conforme se dispuser em regulamento (Lei nº 9.985/2000, art. 21, § 2º):
a) a pesquisa científica; e, b) a visitação com objetivos turísti-
cos, recreativos e educacionais.
Todas as Unidades de Conservação, com exceção da Área de 
Proteção Ambiental e da Reserva Particular do Patrimônio Natural, de-
vem possuir uma zona de amortecimento e, quando conveniente, corre-
dores ecológicos (Lei nº 9.985/2000, art. 25).
Resumo das características das Unidades de Conservação de Proteção Integral
Resumo das características das Unidades de Conservação de Uso Sustentá-
vel (Lei nº 9.985/2000, art. 14):
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As Unidades de Conservação podem ser criadas por ato do 
Poder Executivo, por Decreto. Todavia, nada impede que possam ser 
criadas pelo Poder Legislativo, por lei, entretanto, antes da criação de 
uma Unidade de Conservação, é necessária a realização de consulta 
pública e de estudos técnicos.
A consulta pública, no entanto, não será obrigatória para a cria-
ção das seguintes Unidades de Conservação:
a) Estação Ecológica; e
b) Reserva Biológica.
As Unidades de Conservação de Uso Sustentável podem ser 
transformadas em Unidades de Conservação de Proteção Integral, des-
de que seja utilizado o mesmo nível hierárquico do instrumento norma-
tivo do que criou a Unidade, e sejam realizados estudos técnicos e con-
sulta pública. Assim, se a Unidade de Conservação de Uso Sustentável 
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foi criada por Decreto, somente por Decreto ela poderá ser transforma-
da em uma Unidade de Conservação de Proteção Integral.
Para a ampliação dos limites de uma Unidade de Conserva-
ção também será utilizado o mesmo nível hierárquico do instrumento 
normativo do que a criou, igualmente precedida de consulta pública. A 
desafetação ou a redução dos limites de uma Unidade de Conservação 
só poderá ser realizada por lei específica, importando lembrar que toda 
Unidade de Conservação deve ter o seu Plano de Manejo, o qual deve-
rá ser elaborado dentro de cinco anos, a contar da data de sua criação.
Plano de Manejo é o documento técnico mediante o qual, com 
fundamento nos objetivos gerais de uma Unidade de Conservação, es-
tabelece-se o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso 
da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das 
estruturas físicas necessárias à gestão da unidade (Lei nº 9.985/2000, 
art. 2º, XVII) (FERREIRA JUNIOR, 2011).
De acordo com o art. 3, II do novo Código Florestal (2012), as 
Áreas de Preservação Permanente (APP) são áreas protegidas, cober-
tas ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar 
os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiver-
sidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e asse-
gurar o bem-estar das populações humanas.
Igualmente fala o art. 4º do Código Florestal, que as APP, que 
podem estar presentes em imóveis urbanos e rurais, são criadas por 
força de lei ou por ato do Poder Público.
Consideram-se de preservação permanente as florestas e de-
mais formas de vegetação natural (art. 2º):
I - As faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene 
e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito 
regular, em largura mínima de: (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 
(dez) metros de largura;
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 
10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura;
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 
(cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura;
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham 
de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;
e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham 
largura superior a 600 (seiscentos) metros.
II - As áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa 
com largura mínima de:
a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo 
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d’água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal 
será de 50 (cinquenta) metros;
b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas.
III - As áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, 
decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’água naturais, 
na faixa definida na licença ambiental do empreendimento. (Incluído 
pela Lei nº 12.727, de 2012).
IV - As áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água 
perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo 
de 50 (cinquenta) metros. (Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012).
V - As encostas ou partes destas com declividade superior a 
45°, equivalente a 100% (cem por cento) na linha de maior declive.
VI - As restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras 
de mangues.
VII - Os manguezais, em toda a sua extensão.
VIII - As bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de rup-
tura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções 
horizontais.
IX - No topo de morros, montes, montanhas e serras, com al-
tura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média maior que 25°, as 
áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois 
terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo 
esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho 
d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela 
mais próximo da elevação.
X - As áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) me-
tros, qualquer que seja a vegetação.
XI - Em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com 
largura mínima de 50 (cinquenta) metros, a partir do espaço permanente-
mente brejoso e encharcado.(Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012).
§ 1º Não será exigida Área de Preservação Permanente no 
entorno de reservatórios artificiais de água que não decorram de barra-
mento ou represamento de cursos d’água naturais. (Redação dada pela 
Lei nº 12.727, de 2012).
§ 4º Nas acumulações naturais ou artificiais de água com su-
perfície inferior a 1 (um) hectare, fica dispensada a reserva da faixa de 
proteção prevista nos incisos II e III do caput, vedada nova supressão 
de áreas de vegetação nativa, salvo autorização do órgão ambiental 
competente do Sistema Nacional do Meio Ambiente – Sisnama. (Reda-
ção dada pela Lei nº 12.727, de 2012).
§ 5º É admitido, para a pequena propriedade ou posse rural 
familiar, de que trata o inciso V do art. 3º desta Lei, o plantio de culturas

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