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Projetos, Planejamentos e Licenciamento Ambiental

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Núcleo de Educação a Distância
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO
Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. 
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas 
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são 
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo 
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de 
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) 
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. 
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professora: Adriana Penna
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela 
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profisisional.
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 CAPÍTULO 01
INTRODUÇÃO
 CAPÍTULO 02
PROJETOS
As Contribuições da Informática na Elaboração de Projetos _____ 13
O Desenvolvimento de Projetos Ambientais na Escola ___________ 15
 CAPÍTULO 03
PLANEJAMENTO
O Uso do Geoprocessamento – SIG’S ___________________________ 24
Avaliação Ambiental Estratégica – AAE __________________________ 27
 CAPÍTULO 04
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Nível Federal _________________________________________________ 30
Nível Estadual _________________________________________________ 36
Nível Municipal ________________________________________________ 39
 CAPÍTULO 05
MARKETING VERDE, PASSIVO AMBIENTAL E CRÉDITOS DE CARBONO
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 CAPÍTULO 06
COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS AO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO 
AMBIENTAL
 CAPÍTULO 07
SITES ÚTEIS E INTERESSANTES PARA OBTER INFORMAÇÕES SO-
BRE PROJETOS, PLANEJAMENTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Referências ____________________________________________________ 59
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As consequências negativas da interferência do homem na na-
tureza levam a necessidade de uma educação ambiental voltada para 
a preservação e ao mesmo tempo utilização racional dos recursos na-
turais. Partindo dessa premissa, os cursos de especialização, voltados 
à área ambiental, objetiva formar profissionais que estejam aptos a in-
gressar nas práticas pedagógicas, prestar consultoria, desenvolver pro-
jetos, trabalhar na área de planejamentos e licenciamentos ambientais, 
através do conhecimento da legislação voltada para o meio ambiente e 
dos problemas decorrentes do uso e ocupação do solo.
Introduzimos esta apostila que tratará dos projetos, planeja-
mento e licenciamentos ambientais, instrumentos de extrema importân-
cia para a preservação e utilização responsável, racional e sustentada 
do meio ambiente com vistas a legarmos aos nossos descendentes, se 
não uma vida saudável, pelo menos com chances de sobrevivência.
INTRODUÇÃO
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Há que se concordar com Dias (2003) quando infere que a falta 
de planejamento adequado na utilização dos recursos naturais, acarre-
tará a médio prazo, no esgotamento desses recursos, que muitas vezes 
são irrecuperáveis ou se dá num espaço de tempo muito longo.
Assim, embora o planejamento seja uma condição necessária, 
não é suficiente para nortear a prática ambiental; é fundamental incluir 
a perspectiva da sustentabilidade da atividade em todas as suas dimen-
sões (a sociocultural, a econômica e a ambiental) para que o desenvol-
vimento se dê contemplando todos os setores da sociedade.
Temos também os projetos que mediante objetivos específicos, 
metas estabelecidas e prazos determinados, auxiliam sobremaneira no 
manejo sustentável do ambiente, servindo também como instrumento 
para aulas de educação ambiental.
No Brasil, a avaliação de impacto ambiental e o licenciamento 
de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras constituem instru-
mentos para a execução da Política Nacional de Meio Ambiente. Apre-
sentaremos, em detalhes, todos os passos necessários para obter o 
licenciamento que nada mais é do que obrigação legal prévia à instala-
ção de qualquer empreendimento ouatividade potencialmente poluido-
ra ou degradadora do meio ambiente e possui como uma de suas mais 
expressivas características a participação social na tomada de decisão, 
por meio da realização de Audiências Públicas como parte do processo.
Faremos também, análises nos níveis federal, estadual e muni-
cipal, por acreditar ser de extrema valia para os profissionais que atuam 
em atividades que envolvem o meio ambiente.
Por fim, estamos disponibilizando os endereços dos órgãos 
ambientais em todos os estados brasileiros e sites relacionados ao meio 
ambiente. Acreditamos ser úteis para consultas a maiores informações 
sobre licenciamento ambiental e também para aprofundamento dos te-
mas relativos à questão ambiental.
Desejamos a todos uma boa leitura, ressaltando que essa 
apostila é uma compilação e que o assunto não se esgota aqui.
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Quando desejamos estabelecer políticas de planejamento e 
gestão temos como instrumento essencial a identificação das priorida-
des e para seu sucesso, é fundamental uma gestão dos projetos vol-
tados à inovação, bem como, o estabelecimento de uma metodologia 
congruente com esta proposta. 
Assim, um projeto pode ser entendido como um conjunto de 
ações, realizadas de forma coordenada por uma organização temporá-
ria, na qual são alocados os insumos necessários para alcançar um ob-
jetivo em um determinado prazo. Nesse conceito, os projetos possuem 
um ciclo de vida, no qual as técnicas de administração, voltadas para 
o planejamento, organização e execução, são planejadas e praticadas, 
com o objetivo de possibilitar o controle das atividades neles inseridas.
Segundo a NBR 10.006 (ABNT – Associação Brasileira de Nor-
mas Técnicas), Projeto é um “Processo único, consistindo de um grupo 
PROJETOS
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de atividades coordenadas e controladas com datas para início e tér-
mino, empreendido para alcance de um objetivo conforme requisitos 
específicos, incluindo limitações de tempo, custo e recursos.”
Na área educacional e ambiental, os projetos têm como objeti-
vos, colaborar na formação de pessoas que ajam com responsabilida-
des, autonomia e criatividade, assim como construir uma consciência 
crítica e fomentar conhecimentos sobre ela, além de usar seus recursos 
com sabedoria.
Nossa prioridade em termos de projetos é mostrar algumas 
contribuições do uso das novas tecnologias da informação e comuni-
cação (TIC) na elaboração dos mesmos, exemplificando com alguns 
projetos que podem ser desenvolvidos no âmbito da educação.
AS CONTRIBUIÇÕES DA INFORMÁTICA NA ELABORAÇÃO DE 
PROJETOS
A globalização e a competição acirrada entre as organizações 
e mesmo entre os povos, levaram o mundo a um avanço tecnológico 
que influenciou sobremaneira nas transformações socioeconômicas e 
culturais de um povo, levando, consequentemente, a refletir sobre pos-
síveis e necessárias mudanças de atitude.
É preciso romper com os modelos do passado e buscar novas 
alternativas, estratégias de desenvolvimento e proteção ao meio ambien-
te e de educação para o desenvolvimento de atitudes necessárias à con-
secução da sustentabilidade. Mas, para que as gerações futuras possam 
ter opções, a geração atual deve começar a agir agora, e a agir unida.
Segundo Oliveira (2007), torna se necessário também o de-
senvolvimento de um trabalho de conscientização no sentido de superar 
o individualismo e o egoísmo, pautando se nos valores da solidarieda-
de, da cooperação, do respeito, do compromisso com o coletivo, da 
participação e da responsabilidade social.
A Educação, por conseguinte, não pode furtar se como campo 
científico e prática social complexa de contemplar a vertente ambiental 
na consecução e no redimensionamento epistêmico de seus postulados 
e operacional de suas práticas (matrizes curriculares), visto que, o meio 
ambiente não existe desvinculado das ações, ambições e necessidades 
humanas e o desenvolvimento refere se à nossa participação no sentido 
de melhorar o lugar que ocupamos.
Assim, segundo Oliveira (2007), verificamos que existe uma ne-
cessidade premente de se educar a população para que se possa pre-
servar o meio ambiente e, claro, a vida. Um dos caminhos mais rápidos 
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para essas ações está concentrado no uso da informatização nos meios 
educacionais, como forma de agilizar o processo de divulgação e cons-
cientização dos direitos e deveres de cada cidadão. É preciso ser interdis-
ciplinar utilizando a informática, o direito ambiental e as escolas como ins-
trumentos para reter a ação destruidora predominante nos últimos anos.
Nesse contexto, o uso das novas tecnologias surge como con-
tributo à prática da educação ambiental no processo de aprendizagem 
nas escolas, auxiliando na elaboração de diagnósticos e projetos.
Sobre as redes digitais de informação e conhecimento, sabe-
mos que elas apresentam quatro características fundamentais:
1. Armazenam, tratam e disponibilizam seu conteúdo de modo 
instantâneo, através de meios digitais, como computadores pessoais 
(PC) individuais ou conectados em redes de trabalho (networks);
2. Exigem mínima manutenção, como atualização de conteúdo 
e adoção de mecanismos padronizados de gerenciamento de ambien-
tes virtuais;
3. Permitem tradução de seu conteúdo para variados suportes, 
bem como sua utilização por diversos recursos multimídia, a exemplo de 
saídas de áudio e vídeo simultâneas propiciadas pelos CDs interativos; 
4. Grande facilidade de ligações internas entre os elos das redes.
Esta última característica, mais do que as precedentes, traz im-
plicações diretas sobre a criação de ambientes virtuais de aprendizagem 
para educação de adultos, pelos quais educadores de regiões e países 
com diversificado nível de experiência e de conhecimento sobre a aborda-
gem de questões ambientais na educação podem interagir em profícuos 
intercâmbios de informações e na realização de projetos de conhecimento 
integrados e de benefícios mútuos em diversos contextos socioeducativos.
Assim, no cruzamento das múltiplas oportunidades ensejadas 
pelas redes de informação e conhecimento, com os princípios e expe-
riências da Educação Ambiental surge o caminho para a construção de 
novas práticas interdisciplinares e multirreferenciadas, na medida em 
que a emergência e consolidação dessas redes ampliam o diálogo e os 
mecanismos de troca de capital cultural capazes de reduzir, sensivel-
mente, o fato de que, até o atual momento histórico, segundo Maturana 
e Varella (1995), “a vida cultural dos diferentes povos da terra esteja 
centrada na defesa das fronteiras de suas certezas particulares”. 
Conforme Leal Filho (2003), a informática aplicada ao estu-
do do ambiente facilita este processo de leitura dos dados, tornando-o 
mais ágil e eficaz.
Infelizmente, de acordo com Oliveira (2007), a informática am-
biental no Brasil ainda está engatinhando e parte do problema é a falta 
de pessoal qualificado. No Brasil, seriam necessárias muitas pessoas 
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treinadas, dispersas pelo País, para se trabalhar de forma efetiva nes-
sa área, pois a informática ambiental é uma grande aliada da proteção 
ambiental e representa, sem dúvida, uma tecnologia limpa. Ela reduz 
gastos com viagens, evita o uso de centenas de milhares de documen-
tos escritos, poupa tempo e, ainda, ajuda a melhorar a eficiência de 
qualquer ação, pois informações complexaspodem ser relacionadas e 
disponibilizadas em minutos, em vez de dias ou semanas. Um exemplo 
é o cruzamento dos índices de incêndios com ciclos de chuva, que pode 
ser apurado em segundos hoje em dia, enquanto que, no passado, leva-
va-se algum tempo para relacionar as informações.
Nesse contexto, o uso do computador deve ser encarado por 
educadores e educandos como facilitador do acesso ao conhecimento, 
inerente a formação da cidadania e não restringi-lo apenas à transmis-
são e memorização de informações, pois ele:
• Permite a interação com diferentes formas de representação 
simbólica;
• Pode ser uma importante fonte de informação do mesmo 
modo que fontes tradicionais;
• Possibilita a comunicação entre as pessoas do mundo todo, 
diminuindo a distância de tempo e de espaço;
• Permite ainda, a criação de ambientes de aprendizagem em 
que os alunos possam pesquisar, fazer antecipações e simulações, 
confirmar ideias prévias, experimentar, criar soluções e construir novas 
forma de representação mental.
Projetos desenvolvidos na área ambiental, usando as novas 
tecnologias, com certeza vai de encontro às expectativas de melhor 
aproveitamento do uso da informática na educação, pois, propiciam no-
vas dinâmicas de trabalho através de temas de interesses comuns aos 
educandos, ao mesmo tempo em que o uso do computador como uma 
inovação tecnológica é incorporado ao processo educacional como um 
meio e não como um fim.
O DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS AMBIENTAIS NA ESCOLA
Conforme Vieira (2008), a Educação é a base para o desenvol-
vimento de um país, pois através dela as pessoas têm subsídios para 
exigir seus direitos e cumprir os seus deveres, ou seja, as pessoas têm 
condições de desempenhar o seu papel de cidadãs.
Os artigos 1º e 2º da Lei 9.795/99, que dispõe sobre educação 
ambiental e institui a política nacional de educação ambiental, definem edu-
cação ambiental como os processos por meio dos quais o indivíduo e a co-
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letividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes 
e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de 
uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua susten-
tabilidade, sendo um componente essencial e permanente da educação 
nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis 
e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal.
A Educação Ambiental não entra nesse processo, ao contrário 
da educação tradicional, somente como um meio de passar informa-
ções. Ela leva a tomada de consciência e daí, à mudanças de compor-
tamento e atitudes em relação aos problemas ambientais.
Em se tratando de educação ambiental, essa pode vir a ser 
o principal instrumento para que transformações profundas ocorram 
assegurando a convivência democrática, sustentável e harmônica en-
tre os seres vivos e o meio ambiente, funcionando como uma rede de 
transmissores de conhecimentos envolvendo família, vizinhos, amigos, 
como se fosse realmente uma corrente.
Segundo Vieira (2008), a educação ambiental se baseia na 
premissa de que é na reflexão sobre a ação individual e coletiva em 
relação ao meio ambiente que se dá o processo de aprendizagem. 
Antes de falarmos dos projetos que podem ser desenvolvidos 
nas escolas, vamos enumerar, conforme Dias (1999), os objetivos fun-
damentais da Educação ambiental: 
1. Despertar a consciência e sensibilizar frente às questões 
pertinentes à relação sociedade/meio-ambiente;
2. Dotar de conhecimentos sobre essas questões;
3. Estimular a mudança de comportamentos e propiciar infor-
mações sobre como realizar a mudança de comportamento de outras 
pessoas em um programa de educação ambiental;
4. Desenvolver habilidades através da apresentação de pro-
gramas de educação ambiental e de exercícios práticos;
5. Preparar os futuros profissionais para participarem ativamente 
nas atividades que visam resolver problemas ambientais e melhorar a qua-
lidade ambiental e de vida da população, e para serem fomentadores da 
participação dos demais integrantes dos grupos sociais em que atuarem.
Segundo os PCN`s (BRASIL, 1998), um projeto básico para 
educação ambiental tem como objetivo geral oferecer meios efetivos para 
que cada aluno compreenda os fatos naturais e humanos e desenvolva 
suas potencialidades, adotando posturas pessoais e comportamentos so-
ciais que lhe permitam viver numa relação construtiva consigo mesmo e 
com o meio ambiente, colaborando para que a sociedade seja ambien-
talmente sustentável e socialmente justa; protegendo, preservando todas 
as manifestações de vida no planeta e garantindo as condições para que 
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ela prospere em toda a sua força, abundância e diversidade.
Através de pesquisas de diferentes formas de destruição da 
natureza, exposição de atividades desenvolvidas pelos alunos e cons-
trução de painéis ou maquetes com informações sobre o meio ambien-
te, passeatas pelo bairro onde está inserida a escola e, claro, utilizan-
do multimídia, os professores podem trabalhar interdisciplinarmente os 
conteúdos, envolvendo professores de diversas disciplinas.
Com certeza será proporcionado ao educando embasamento 
para formar conceitos relacionados ao meio ambiente; sensibilizar-se-
-ão para construir uma sociedade mais consciente e solidária na forma 
de uso dos recursos naturais, perceberão que o combate ao desperdí-
cio, o uso racional dos recursos são necessários para a manutenção da 
qualidade de vida, dentre outros.
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Segundo Santos (2004), planejamento é um processo que leva 
ao estabelecimento de um conjunto coordenado de ações, pelo governo 
ou pela direção de uma escola, por exemplo, visando à consecução de 
determinados objetivos.
Segundo Ansarah (2001, p. 66), o planejamento "consiste em um 
conjunto de atividades que envolvem a intenção de estabelecer condições 
favoráveis para alcançar objetivos propostos. Ele tem como objetivo o apri-
sionamento de facilidades e serviços para que uma comunidade atenda 
seus desejos e necessidades". Planejamento ambiental, por conseguinte, 
seria a planificação de ações com vistas a recuperar, preservar, controlar e 
conservar o meio ambiente natural de determinada região, onde podemos 
incluir parques, unidades de conservação, cidades, regiões, etc.
Segundo Floriano (2004, p. 39), a nível macro, a Conferência 
das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento acontecida 
PLANEJAMENTO
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no Rio de Janeiro, conhecida como ECO-92, estabeleceu 27 princípios 
que ligam meio ambiente e desenvolvimento, criando as principais dire-
trizes globais para proteção ambiental em relação ao desenvolvimento. 
A Agenda 21 é um programa, composto de vários planos representados 
pelos seus capítulos, para adoção de medidas e ações que venham a 
auxiliar no desenvolvimento da civilização de forma sustentada em suas 
dimensões sociais e econômicas, prevendo a conservação e gestão dos 
recursos para o desenvolvimento, o fortalecimento do papel dos princi-
pais grupos envolvidos e os meios para implementação do programa. 
A Conferência determina que a Agenda 21 seja implementada em cada 
país que deve elaborar seu próprio plano (Agenda 21 Nacional) e, quan-
do necessário, cada unidade de divisão política de cada nação deve ter 
sua própria agenda. A Agenda 21 é, portanto, um programa para o pla-
nejamentoestatal em cascata atingindo todos os níveis em relação ao 
desenvolvimento e preservação ambiental com o objetivo de melhoria da 
qualidade de vida e sustentabilidade da civilização como um todo.
Como política pública, a questão fica um pouco mais comple-
xa, uma vez que é preciso fazer o levantamento de dados de determina-
da região onde se pretende fazer o planejamento, envolvendo algumas 
variáveis.
Para Santos (2004) o planejamento ambiental de uma região, 
visando integrar informações, diagnosticar ambientes, prever ações 
e normatizar seu uso através de uma linha ética de desenvolvimen-
to, necessita de um estudo detalhado e preciso do meio físico, biótico 
e socioeconômico da região, utilizando como subsídio, o zoneamento 
ecológico-econômico (ZEE) que ajuda inclusive na definição de áreas 
prioritárias ao planejamento ambiental.
Assim, somente conhecendo detalhadamente tudo que existe 
em determinada área e usando de práticas de manejo que não agridem 
o meio ambiente será possível assegurar a perpetuação da produtivida-
de dos ecossistemas para as futuras gerações.
É nesse sentido que as administrações públicas precisam de-
senvolver um modelo de gestão que assegure a preservação e o mane-
jo adequado do meio ambiente. 
Concordando com Schneider (2000, p. 2), acreditamos que o pa-
pel das administrações públicas municipais na preservação do meio am-
biente deve envolver a compreensão de ecossistema, dos mecanismos 
utilizados para conhecimento do meio ambiente, tais como o EIA/RIMA 
(Estudo dos Impactos Ambientais e Relatório dos Impactos Ambientais), a 
legislação e as políticas existentes e façam uso de todos, inclusive repas-
sando sua metodologia de trabalho para as escolas, as quais podem con-
tribuir na preservação através do desenvolvimento de projetos educativos.
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 Abaixo, temos um fluxograma que estrutura o pensamento de 
Schneider para as administrações municipais.
Fonte: Schneider (2000, p. 2)
Citamos acima o EIA/RIMA, pois bem, a confecção do Estudo 
dos Impactos Ambientais, é de extrema importância para a fase do pla-
nejamento em relações às ações que envolvem o meio ambiente.
Partindo do entendimento de que Impacto Ambiental é a altera-
ção no meio ou em algum de seus componentes por determinada ação 
ou atividade e, que essas alterações precisam ser quantificadas, pois 
apresentam variações relativas, podendo ser positivas ou negativas, 
grandes ou pequenas, o estudo desses impactos ambientais tem como 
objetivo principal, avaliar as consequências de algumas ações, para 
que possa haver a prevenção da qualidade de determinado ambiente 
que poderá sofrer a execução de certos projetos ou ações, ou logo após 
a implementação dos mesmos.
O EIA permite analisar e compreender a questão da proteção e 
preservação do ambiente e o crescimento e desenvolvimento econômico.
É possível encontrar, desde grandes áreas impactadas devido 
ao rápido desenvolvimento econômico, sem o controle e manutenção 
dos recursos naturais, levando à escassez de água ou poluição, bem 
como, áreas impactadas por causa do subdesenvolvimento, que traz 
como consequência a ocupação urbana indevida em áreas protegidas e 
a falta de saneamento básico.
Assim, o EIA avalia para planejar. Para Soares (2008), isso 
permite que desenvolvimento econômico e qualidade de vida possam 
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caminhar juntos.
Quatro pontos básicos são premissas do EIA para que depois 
se faça um estudo e avaliação mais específica. São eles:
1. Desenvolver uma compreensão daquilo que está sendo pro-
posto, o que será feito e o tipo de material usado;
2. Compreensão total do ambiente afetado. Que ambiente (bio-
geofísico e/ou socioeconômico) será modificado pela ação;
3. Prever possíveis impactos no ambiente e quantificar as mu-
danças, projetando a proposta para o futuro;
4. Divulgar os resultados do estudo para que possam ser utili-
zados no processo de tomada de decisão.
O EIA também deve atender à legislação expressa na lei de 
Política Nacional do Meio Ambiente. São elas:
1. Observar todas as alternativas tecnológicas e de localização 
do projeto, levando em conta a hipótese da não execução do projeto.
2. Identificar e avaliar os impactos ambientais gerados nas fa-
ses de implantação e operação das atividades.
3. Definir os limites da área geográfica a ser afetada pelos im-
pactos (área de influência do projeto), considerando principalmente a 
“bacia hidrográfica” na qual se localiza;
4. Levar em conta, planos e programas do governo, propostos 
ou em implantação na área de influência do projeto e se há a possibili-
dade de serem compatíveis.
Soares (2008) lembra ainda que é imprescindível que o EIA 
seja feito por vários profissionais, de diferentes áreas, trabalhando em 
conjunto, ponderando que esta visão multidisciplinar é rica para que o 
estudo seja feito de forma completa e de maneira competente, de modo 
a sanar todas as dúvidas e problemas.
Para o mesmo autor mencionado anteriormente, na sequência 
ao estudo dos impactos ambientais, temos o RIMA - Relatório de Impac-
to Ambiental - que reflete todas as conclusões apresentadas no Estudo 
dos Impactos Ambientais. Deve ser elaborado de forma objetiva e pos-
sível de se compreender, ilustrado por mapas, quadros, gráficos, enfim, 
por todos os recursos de comunicação visual. Deve também, respeitar o 
sigilo industrial (se esse for solicitado) e pode ser acessível ao público. 
Para isso, deve constar no relatório:
1. Objetivos e justificativas do projeto e sua relação com políti-
cas setoriais e planos governamentais;
2. Descrição e alternativas tecnológicas do projeto (matéria-pri-
ma, fontes de energia, resíduos etc.);
3. Síntese dos diagnósticos ambientais da área de influência 
do projeto;
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4. Descrição dos prováveis impactos ambientais da implanta-
ção da atividade e dos métodos, técnicas e critérios usados para sua 
identificação;
5. Caracterização da futura qualidade ambiental da área, com-
parando as diferentes situações da implementação do projeto, bem 
como a possibilidade da não realização do mesmo;
6. Descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras em 
relação aos impactos negativos e o grau de alteração esperado;
7. Programa de acompanhamento e monitoramento dos im-
pactos;
8. Conclusão e comentários gerais.
Segundo Lisboa (2008), o EIA/RIMA está vinculado à Licença 
Prévia, por se tratar de um estudo prévio dos impactos que poderão 
vir a ocorrer, com a instalação e/ou operação de um dado empreendi-
mento. A exigência do EIA/RIMA é definida por meio da integração dos 
parâmetros: tipologia, porte e localização do empreendimento. 
O EIA/RIMA deverá ser elaborado por uma equipe técnica 
multi e interdisciplinar que se responsabilize pelos diversos assuntos 
referentes aos meios físico, biológico e socioeconômico da área onde 
será instalado o empreendimento. Portanto, para a sua análise, o órgão 
ambiental deverá, também, formar uma equipe constituída por diversos 
profissionais, com correspondência em termos da especificidade da for-
mação da equipe do proponente, e, se necessário, até interinstitucional. 
Por ser um instrumento democrático de planejamento, durante 
a análise do EIA/RIMA, além da participação da população diretamente 
junto ao órgão ambiental, pode-se realizar as audiências públicas. Essas 
significam o momento mais importante de participação e manifestação da 
comunidade envolvida e/ou das organizações que as representam. Nes-
sa ocasião é apresentado o conteúdo do EIA/RIMA, com o objetivo de es-
clarecer dúvidas e acolher críticas e sugestões sobre o empreendimento. 
A realização da audiênciapública se dá sob a responsabilidade 
do órgão ambiental, e é obrigatória quando requisitada pelo Ministério 
Público, por entidade civil com assento no Conselho Estadual do Meio 
Ambiente ou por solicitação assinada por mais de 50 cidadãos. 
Após realização de quantas audiências forem solicitadas, 
vistoria da área a ser instalado o empreendimento, análise de toda a 
documentação pertinente e reuniões técnicas executadas pelo órgão 
ambiental, é elaborado um parecer final. Esse parecer pode exigir com-
plementações para melhor entendimento do estudo, pode autorizar o 
licenciamento prévio do projeto ou pode indeferi-lo. 
Segundo Lisboa (2007), os principais empreendimentos sujei-
tos à exigência de estudo e respectivo relatório de impacto ambiental 
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conforme previsto na Resolução n.º 001/86 são:
• Rodovias;
• Ferrovias;
• Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos; 
• Aeroportos; 
• Oleodutos, gasodutos, minerodutos; 
• Troncos coletores e emissários de esgoto sanitários; 
• Linha de transmissão de energia elétrica acima de 230 kw ; 
• Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais 
como, barragem para fins hidrelétricos, acima de 10 MW, de saneamen-
to ou de irrigação; 
• Abertura de canais para navegação, drenagem e irrigação; 
• Retificação de cursos d’água;
• Abertura de barras e embocaduras; 
• Transposição de bacias, diques; 
• Extração de combustível fóssil; 
• Extração de minério; 
• Aterros sanitários; 
• Processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos; 
• Usinas de geração de eletricidade, acima de 10 MW; 
• Complexo e unidades industriais e agroindustriais; 
• Distritos industriais e zonas estritamente industriais; 
• Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas 
acima de 100 hectares ou menores, quando forem áreas significativas 
em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental; 
• Projetos urbanísticos, acima de 100 hectares ou em áreas 
consideradas de relevante interesse ambiental; 
• Qualquer atividade que utilizar carvão vegetal, derivados ou 
produtos similares, em quantidade superior a 10 t/dia; 
• Projetos agropecuários que contemplem áreas acima de 1000 
hectares ou menores quando forem áreas significativas em termos percen-
tuais ou de importância do ponto de vista ambiental; e nos casos de empre-
endimentos potencialmente lesivos ao Patrimônio Espeleológico Nacional.
Embora sejam dois documentos distintos, servem como ins-
trumento de Avaliação de Impacto Ambiental – AIA, parte integrante do 
processo de licenciamento ambiental. Sucintamente, no EIA é apresen-
tado o detalhamento de todos os levantamentos técnicos e no RIMA é 
apresentada a conclusão do estudo. Essa exigência teve como base a 
Lei Federal n.º 6.938/81, que instituiu a Política Nacional de Meio Am-
biente, regulamentada pelo Decreto Federal n.º 99.274/90, tornando-se 
uma exigência nos Órgãos Ambientais brasileiros a partir da Resolução 
do CONAMA n.º 001 de 23/01/86.
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Adiante serão tratados detalhes de outros instrumentos, inclu-
sive da AIA, quando discutirmos sobre o licenciamento ambiental.
O USO DO GEOPROCESSAMENTO – SIG’S
Podemos definir um Sistema de Informações Geográficas – 
SIG – como um conjunto de ferramentas para coleta, armazenagem, 
recuperação, transformação e apresentação de dados espaciais sobre 
o mundo real para um conjunto particular de objetivos.
São sistemas informatizados, necessitando de um hardware 
com periféricos, tais como plotadora, impressora, scanner e procedi-
mentos apropriados para implementar as tarefas desejadas. São de-
signados para usar dados espaciais, podendo realizar operações de 
manipulação e análise nesses dados, chamados de dados geográficos. 
Em outras palavras, o SIG é composto por:
• Equipamentos: software e banco de dados;
• Pessoal (capacitado a planejar, implementar e operar o sistema);
• Uma instituição.
O SIG utiliza uma classe particular de dados espaciais: os da-
dos georreferenciados que são aqueles que descrevem fatos, objetos 
e fenômenos do globo terrestre associados à sua localização sobre a 
superfície terrestre, num certo instante ou período de tempo, ou seja, 
possuem três dimensões: temporal, temática e espacial.
Características temáticas são normalmente referidas como atri-
butos e são associadas aos elementos espaciais para fornecer informação 
adicional sobre os mesmos. A localização geográfica, por outro lado, é uma 
característica inerente à informação e indispensável para sua análise.
Para serem usados pelo SIG, os dados precisam de uma referên-
cia espacial matemática. Um objeto qualquer (como um rio ou uma monta-
nha), somente poderá ser localizado se puder ser descrito em relação a ou-
tros objetos cujas posições sejam previamente conhecidas, ou se tiver sua 
localização determinada em uma rede coerente de coordenadas. Vários 
são os sistemas de referenciamento, mas existem dois grandes grupos:
a)sistema de coordenadas geográficas ou terrestres – neste 
grupo, cada ponto da superfície terrestre é localizado na interseção de 
um paralelo com um meridiano, sendo sua representação dada por um 
valor de latitude e longitude;
b)sistema de coordenadas planas ou cartesianas – baseiam-se 
em um conjunto de linhas equidistantes e retangulares, que formam 
uma grade ou quadrícula sobre o qual o fenômeno geográfico é deter-
minado e depois representado graficamente.
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Segundo Alves, Vieira e Andrade (2004), esse referenciamento 
é imprescindível para elaboração de qualquer projeto, pois a escolha de 
um sistema inadequado de referenciamento pode comprometer usos 
futuros do SIG.
Abaixo, temos um modelo de SIG usada como ferramenta para 
o planejamento.
Fonte: Adaptado de Valenzuela (1991, apud ALVES, VIEIRA E ANDRADE, 2004) 
 
Onde os SIGs podem ser aplicados? Eles servem para respon-
der perguntas que incluem questões sobre localização, padrões, ten-
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dências e condições. Por exemplo:
• Onde se encontram as áreas agricultáveis de uma determi-
nada região? 
• Onde deveriam ser implantadas áreas de preservação am-
biental? 
• Quais seriam as implicações ambientais caso uma determina-
da decisão fosse tomada?
Três eixos compõem o SIG: onde (localização), o quê (qual o 
fenômeno) e quando (o tempo).
 No quadro abaixo temos exemplos de análises espaciais exe-
cutadas pelo SIG.
Fonte: Alves, Vieira e Andrade (2004)
Os SIG’s podem ser usados tanto para diagnóstico quanto para 
prognóstico, podendo gerar mapas de risco e potencial ambiental, auxilian-
do sobremaneira no planejamento ou no combate a eventos que ocorrem 
na natureza modificada pela ação do homem, como por exemplo: geren-
ciar recursos agrícolas, planejar microbacias hidrográficas, avaliar aptidão 
agrícola das terras. Enfim, zonear áreas de forma mais eficiente, substituin-
do métodos tradicionais de análise, quase sempre onerosos e de manipu-
lação mais difícil, é uma das grandes vantagens da utilização dos SIG`s.
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AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA – AAE
De acordo com SEMAD-MG (2009), a Avaliação Ambiental Es-
tratégica – AAE – é um processo de identificação de impactos ambientais 
e de alternativas que os minimizam na implantação de políticas e projetos 
governamentais. Geralmente, a avaliação é utilizada na elaboração das 
propostas dessas ações estratégicas, sistematizando os resultadose sua 
utilização para tomadas de decisões ambientalmente sustentáveis.
Conforme SEMAD-MG (2009), a AAE é elaborada de forma 
pública e participativa, baseando-se nos princípios da avaliação de im-
pactos que regem os Estudos de Impacto Ambiental (EIA/RIMA). Tem, 
no entanto, o objetivo de analisar a ação estatal em todos os seus as-
pectos, servindo de subsídio na tomada de decisões ao disponibilizar 
informações sobre as possíveis consequências ambientais das ações 
governamentais, bem como, das alternativas mitigadoras. Sendo que 
as avaliações iniciais serão executadas nos setores de mineração, ge-
ração de energia, agronegócio e saneamento.
Segundo a SEMAD (2008), no caso de Minas Gerais, os órgãos 
que compõem o Sistema Estadual de Meio Ambiente – SEMAD, FEAM, 
IEF, IGAM – são os responsáveis pela análise das propostas das AAE. A 
SEMAD estimula as Avaliações Ambientais Estratégicas na implantação de 
políticas públicas setoriais com impactos sobre o meio ambiente, tendo em 
vista a possibilidade de estabelecer ações governamentais a longo prazo.
No processo de Avaliação Ambiental Estratégica, a participa-
ção do público é um princípio fundamental. O Conselho Estadual de 
Política Ambiental (Copam), juntamente com os Conselhos Setoriais e 
os Comitês de Bacia acompanharão o trabalho, determinando objetivos 
e conteúdos, identificando e fornecendo informações para a realização 
da AAE, avaliando e propondo sugestões para o aperfeiçoamento das 
análises e propostas.
De acordo com SEMAD (2008), a coordenação da elaboração 
da Avaliação Ambiental Estratégica é realizada pelos Núcleos de Gestão 
Ambiental (NGA), criados em 2003, pelo Decreto n° 43.372, estão im-
plantados em cada uma das Secretarias de Estado, com representação 
no Plenário do Copam. Os Núcleos executam ainda o assessoramento 
dos Secretários de Estado, informando sobre as decisões do Copam que 
tenham alguma interferência sobre as políticas e ações das secretarias.
Sugere-se a leitura da Cartilha lançada pelo governo de Minas 
Gerais com o título: “Regularização ambiental integrada: orientação ao 
empreendedor”, a qual consta nas referências bibliográficas, pois ela 
fornece em detalhes os passos para a regularização ambiental.
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Se pensarmos em nível federal, a Gerência de Instrumentos de 
Avaliação Ambiental (GAIA) tem como objetivo oferecer subsídios para 
apoiar o Ministério do Meio Ambiente na consolidação de sua política 
de inserção da temática ambiental nas políticas setoriais, públicas ou 
privadas, relacionadas ao licenciamento ambiental e aos instrumentos 
de avaliação ambiental. 
A gerência tem por atribuição desenvolver estudos e metodo-
logias de avaliação de impacto ambiental, visando a implementação do 
licenciamento ambiental, bem como, estimular sua aplicação pelos de-
mais setores de desenvolvimento na formulação de suas estratégias de 
planejamento e investimento. 
A fim de cumprir sua missão, portanto, a GAIA atua principalmen-
te com os instrumentos de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA); de Ava-
liação Ambiental Estratégica (AAE); de Avaliação Ambiental Integrada de 
Bacias Hidrográficas (AAIB); de Gestão Ambiental Integrada; de Licencia-
mento de Cadeias Produtivas; de abordagem do componente social na 
avaliação ambiental; e de apoio à Gerência de Política para o Licenciamen-
to Ambiental, colaborando na formulação e no desenvolvimento de propos-
tas de trabalho e de análises de propostas de novas regulamentações.
Resumidamente, a importância da avaliação ambiental estra-
tégica é a seguinte:
• Apoiar a decisão em nível estratégico;
• Integrar os princípios da sustentabilidade nos processos de 
formulação de políticas e de planejamento;
• Discutir alternativas enquanto as opções estratégicas ainda 
estão em aberto;
• Considerar processos cumulativos, visão integrada no terri-
tório. 
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Na definição do Ministério do Meio Ambiente – MMA (2009), o 
licenciamento ambiental é o procedimento administrativo pelo qual o ór-
gão ambiental autoriza a localização, instalação, ampliação e operação 
de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, 
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, 
sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental.
De acordo com Dallagnol (2006), o licenciamento ambiental é 
uma forma de intervenção estatal na atividade privada, através do exercício 
do poder de polícia. É um procedimento administrativo vinculado, através 
do qual são verificadas as condições para o desenvolvimento e a operação 
de empreendimentos passíveis de causarem danos ambientais.
No artigo 23 da Constituição Federal de 1988, encontramos 
que é dever constitucional do Estado, em todas suas esferas, proteger 
o meio ambiente, atribuindo-lhe (além de particulares, leia-se coletivida-
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
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de) a responsabilidade de defesa e preservação. No art. 225:
todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder 
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes 
e futuras gerações.( artigo 225, parágrafo 1°, inciso VI, da Constituição Federal)
Nesse sentido e mesmo antes da promulgação da CF de 1988, 
como bem nos lembra Dallagnol (2006), o licenciamento ambiental já 
era um dos instrumentos de que dispunha o Poder Público para fazer 
cumprir os princípios da Política Nacional do Meio Ambiente, de acordo 
com o art. 9º, inciso IV, da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981.
Como vantagens do licenciamento ambiental, temos o estabeleci-
mento de condições e limites para o exercício de determinadas atividades, 
permitindo somente aquelas que tenham impacto ambiental reduzido ou 
dentro de padrões admitidos. Pelo lado do Direito, observa-se claramente 
que ele é a materialização mais clara do princípio da precaução, sendo 
esse o principal princípio orientador das políticas públicas ambientais.
O licenciamento ambiental é uma obrigação legal prévia à insta-
lação de qualquer empreendimento ou atividade potencialmente poluido-
ra ou degradadora do meio ambiente, e possui como uma de suas mais 
expressivas características a participação social na tomada de decisão, 
por meio da realização de audiências públicas como parte do processo.
NÍVEL FEDERAL
Essa obrigação é compartilhada pelos Órgãos Estaduais de 
Meio Ambiente e pelo IBAMA, como partes integrantes do SISNAMA 
(Sistema Nacional do Meio Ambiente). O IBAMA atua, principalmente, 
no licenciamento de grandes projetos de infraestrutura que envolvem 
impactos em mais de um estado e nas atividades do setor de petróleo e 
gás na plataforma continental. 
As principais diretrizes para a execução do licenciamento am-
biental estão expressas na Lei 6.938/81 e nas Resoluções CONAMA nº 
001/86 e nº 237/97. Além dessas, o Ministério do Meio Ambiente emitiu 
recentemente o parecer nº 312, que discorre sobre a competência es-
tadual e federal para o licenciamento, tendo como fundamento a abran-
gência do impacto. 
Segundo MMA (2008), a Diretoria de Licenciamento Ambiental 
é o órgão do Ibama responsável pela execução do licenciamento em 
nível federal e vem realizando esforços na qualificação e na reorganiza-
ção do setor de licenciamento, além de disponibilizar aos empreende-
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doresmódulos de: abertura de processo; atualização de dados técnicos 
do empreendimento; solicitação de licença e envio de documentos e 
boletos de pagamento de taxas do licenciamento em formato on-line.
Pretende-se que o sistema informatizado agilize os trabalhos 
e as comunicações inerentes ao processo de licenciamento e permita 
maior visibilidade e transparência para os processos de licenciamento 
em tramitação no Ibama. 
No Brasil, a avaliação de impacto ambiental e o licenciamento 
de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras constituem instru-
mentos para a execução da Política Nacional de Meio Ambiente, Lei 
nº 6.938, editada em 31 de agosto de 1981. A avaliação de impacto 
ambiental é ainda matéria constitucional, prevista no Art. 225, § 1º, In-
ciso IV da Constituição Federal de 1988, que determina a realização de 
estudo prévio do impacto ambiental para a instalação no país de obras 
ou atividades potencialmente causadoras de significativa degradação 
do meio ambiente, como vimos no tópico anterior.
De acordo com MMA (2008), a normatização brasileira sobre ava-
liação de impacto ambiental e licenciamento não caracteriza fato isolado no 
cenário ambiental, derivando antes de um processo histórico mais amplo, 
cujas origens remontam à emergência da consciência ecológica mundial e 
à realização da 1ª Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, 
em 1972, na Suécia. Motivada, entre outros fatores, pela degradação da 
qualidade ambiental nos países desenvolvidos, sob o efeito cumulativo da 
poluição industrial, bem como, pela ausência de marcos regulatórios in-
ternacionais e pela crítica aos padrões de desenvolvimento estabelecidos 
– consubstanciada no 1º Relatório do Clube de Roma, Os Limites do Cres-
cimento – a Conferência das Nações Unidas significou um divisor de águas 
no tratamento das questões de cunho ambiental, até então, inseridas no 
contexto mais pragmático do desenvolvimento econômico indiscriminado.
Segundo MMA (2008), a Declaração de Estocolmo, documento 
resultante da Conferência de 1972, afirmou como princípios básicos a 
conciliação entre desenvolvimento e proteção ambiental e a salvaguar-
da dos recursos naturais em benefício das gerações atuais e futuras, 
destacando o papel do planejamento racional como instrumento para 
a consecução de tais finalidades. De Estocolmo resultou, ainda no ano 
de 1972, a criação de um mecanismo institucional para tratar das ques-
tões ambientais no âmbito das Nações Unidas: o Programa das Nações 
Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), com sede em Nairóbi, Quênia.
No Brasil, os desdobramentos da Conferência de Estocolmo não 
tardaram a repercutir e, já na década de 70, projetos de grande vulto, 
sob o crivo de organismos multilaterais de financiamento, foram subme-
tidos à Avaliação de Impacto Ambiental, caso da Usina Hidrelétrica de 
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Sobradinho, primeiro empreendimento a sofrer uma avaliação ambien-
tal no Brasil, no ano de 1972. As experiências em avaliação de impacto 
ambiental sucederam-se na década de 70, culminando na consagração 
dessas como instrumento da Política Nacional de Meio Ambiente, Lei nº 
6.938/81, em associação ao licenciamento das atividades utilizadoras dos 
recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras.
Conforme MMA (2008), no âmbito da Lei nº 6.938/81 foi insti-
tuído o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, órgão res-
ponsável pelo estabelecimento de normas e critérios para o licencia-
mento ambiental. Considerando a necessidade de se estabelecerem 
definições, responsabilidades, critérios básicos e diretrizes para o uso 
e implementação da avaliação de impacto ambiental, o CONAMA pu-
blicou, em 23 de janeiro de 1986, a Resolução nº 001, submetendo o 
licenciamento ambiental de determinadas atividades modificadoras do 
meio ambiente à elaboração de estudo de impacto ambiental e respec-
tivo relatório de impacto ambiental/EIA/RIMA.
A evolução das experiências de licenciamento nos órgãos de 
meio ambiente do país, breve demonstrou a necessidade de revisão dos 
procedimentos e critérios utilizados no sistema de licenciamento, dando 
ensejo à publicação, em 19 de dezembro de 1997, da Resolução do CO-
NAMA nº 237 que regulamentou, em normas gerais, as competências 
para o licenciamento nas esferas federal, estadual e distrital, as etapas do 
procedimento de licenciamento, entre outros fatores a serem observados 
pelos empreendimentos passíveis de licenciamento ambiental. 
A Resolução CONAMA nº 237/97 conferiu ainda ao órgão am-
biental a competência para a definição de outros estudos ambientais perti-
nentes ao processo de licenciamento, verificando-se que o empreendimen-
to não é potencialmente causador de significativa degradação ambiental.
Segundo MMA (2008), no ano seguinte, a edição da Lei nº 
9.605, de 12 de fevereiro de 1998, Lei de Crimes Ambientais, elevou 
à condição de crime àquelas condutas lesivas ao meio ambiente, pro-
venientes da não observância da regulamentação afetada ao licencia-
mento ambiental. Foram constituídos em crime ambiental a construção, 
reforma, ampliação, instalação ou funcionamento, em qualquer parte 
do território nacional, de estabelecimentos, obras ou serviços potencial-
mente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais 
competentes ou contrariando as normas legais e regulamentares per-
tinentes ao licenciamento (Art. 60 da Lei nº 9.605/98). A criminalização 
das práticas danosas ao meio ambiente, incorporada ao sistema de li-
cenciamento ambiental, constitui marco representativo no processo de 
responsabilização social e consolidação institucional do licenciamento 
como efetivo instrumento de gestão ambiental.
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Competências para o Licenciamento
No âmbito do Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA, 
é o Conselho Nacional do Meio Ambiente/CONAMA, órgão consultivo e 
deliberativo do SISNAMA, o responsável pelo estabelecimento de nor-
mas e padrões para o meio ambiente ecologicamente equilibrado, de-
vendo os Estados, o Distrito Federal e os municípios, na esfera de suas 
competências e áreas de jurisdição, propor normas supletivas, comple-
mentares e padrões relacionadas a qualidade ambiental.
Para a repartição das competências de licenciamento ambien-
tal entre os órgãos integrantes do SISNAMA foi adotado como funda-
mento o conceito de significância e abrangência do impacto ambiental 
direto, decorrente do empreendimento ou atividade.
Ao IBAMA, atribuiu-se a responsabilidade pelo licenciamento 
daqueles empreendimentos e atividades considerados de significativo 
impacto de âmbito nacional ou regional (Art. 4º da Resolução do CONA-
MA nº 237/97), quando:
I - localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; 
no mar territorial; na plataforma continental; na zona econômica exclusiva; 
em terras indígenas ou em unidades de conservação do domínio da União;
II - localizados ou desenvolvidos em dois ou mais Estados;
III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais do 
País ou de um ou mais Estados;
IV- destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armaze-
nar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia 
nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Co-
missão Nacional de Energia Nuclear - CNEN;
V- bases ou empreendimentos militares, quando couber, observada a legis-
lação específica.
Aos órgãos estaduais e distrital de meio ambiente foi determi-
nada a competência para o licenciamento dos seguintes empreendi-
mentos e atividades (Art. 5º da Resolução CONAMA 237/97):
I - localizados ou desenvolvidos em mais de um Município ou em unidades de 
conservação de domínio estadual ou do Distrito Federal;
II - localizadosou desenvolvidos nas florestas e demais formas de vegetação 
natural de preservação permanente relacionadas no artigo 2º da Lei nº 4.771, 
de 15 de setembro de 1965, e em todas as que assim forem consideradas 
por normas federais, estaduais ou municipais;
III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de 
um ou mais Municípios;
IV - delegados pela União aos Estados ou ao Distrito Federal, por instrumen-
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to legal ou convênio.
Cabe aos municípios a competência para o licenciamento am-
biental de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e 
daquelas delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio.
Como já falamos, o processo de avaliação de impacto ambien-
tal é revestido de caráter público. Nesse sentido, incorpora a participa-
ção social, por meio da realização de consultas públicas que balizam o 
processo decisório sobre a viabilidade ambiental de empreendimentos 
e atividades potencialmente poluidores. 
A audiência pública é a forma de consulta pública usual no pro-
cesso de licenciamento e tem por objetivo a divulgação para a socieda-
de das informações sobre o projeto e discussão do RIMA, que reflete as 
conclusões do EIA – Estudo de Impacto Ambiental. Dependendo do tipo 
de empreendimento e seu impacto, podem ser realizadas uma ou várias 
audiências públicas com a finalidade de informar, esclarecer e coletar 
subsídios junto à sociedade sobre o empreendimento ou atividade em 
processo de licenciamento.
A Licença Ambiental, conforme definido pela Resolução do 
CONAMA nº 237/97, é:
o ato administrativo, pelo qual o Poder Público, via órgão ambiental compe-
tente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental a 
serem cumpridas pelo empreendedor para a implantação de empreendimen-
tos ou atividades utilizadoras dos recursos naturais, efetiva ou potencialmen-
te poluidoras. (CONAMA nº 237/97). 
As Etapas do Licenciamento e seus Prazos de Validade são:
De acordo com o IBAMA (2002), o licenciamento ambiental se 
realiza em um só nível de competência, compreendendo fases distintas, 
caracterizadas, de modo geral, pela emissão sucessiva ou isolada de 
três tipos básicos de Licenças:
• Licença Prévia (LP) – é a licença concedida na fase preli-
minar do planejamento, do empreendimento ou atividade, aprovando 
sua localização, concepção e atestando sua viabilidade ambiental; com 
validade de até cinco anos.
• Licença de Instalação (LI) – é a licença que autoriza a insta-
lação do empreendimento ou atividade; com validade de até seis anos.
• Licença de Operação (LO) – é a licença que autoriza a ope-
ração do empreendimento ou atividade, cumpridas as restrições e con-
dicionantes das licenças anteriores e resguardadas as medidas de con-
trole ambiental do projeto; validade mínima de quatro anos e máxima 
de 10 anos, podendo o órgão ambiental estabelecer prazos de validade 
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específicos para essa Licença, na ocorrência de empreendimentos ou 
atividades que, por sua natureza e peculiaridade, estejam sujeitos a 
encerramento ou modificações em prazos inferiores.
Segundo IBAMA (2002), para a concessão das diferentes moda-
lidades de Licença (LP, LI, LO), o órgão ambiental competente, em função 
das peculiaridades da atividade ou empreendimento, pode estabelecer 
prazos de análise diferenciados. O prazo máximo de análise a ser obser-
vado é de 6 meses, ressalvados os casos em que houver EIA/RIMA e/ou 
audiência pública, quando o prazo de análise é estendido para 12 meses.
Segundo MMA (2008), a contagem do prazo de análise pre-
vista é suspensa quando solicitada ao empreendedor a elaboração de 
estudos ambientais complementares e esclarecimentos adicionais. O 
empreendedor deve atender, em até 4 meses, às requisições do órgão 
ambiental, sob pena de arquivamento de seu pedido de licença.
Enfim, para o MMA (2008), o licenciamento ambiental é um im-
portante instrumento de gestão da Política Nacional do Meio Ambiente. 
Por meio dele, a administração pública busca exercer o necessário con-
trole sobre as atividades humanas que interferem nas condições ambien-
tais. Dessa forma tem, por princípio, a conciliação do desenvolvimento 
econômico com o uso dos recursos naturais, de modo a assegurar a sus-
tentabilidade dos ecossistemas em suas variabilidades físicas, bióticas, 
socioculturais e econômicas. Deve, ainda, apoiar-se a outros instrumen-
tos de planejamento de políticas ambientais, como a avaliação ambiental 
estratégica; avaliação ambiental integrada; bem como, por outros instru-
mentos de gestão – zoneamento ecológico econômico, planos de manejo 
de unidades de conservação, planos de bacia, etc. 
O licenciamento é um poderoso mecanismo para incentivar o 
diálogo setorial, rompendo com a tendência de ações corretivas e indi-
vidualizadas ao adotar uma postura preventiva, mas pró-ativa, com os 
diferentes usuários dos recursos naturais. 
Os procedimentos de licenciamento ambiental nos Estados e 
na área federal são variados, devido à diversidade e especificidade das 
atividades/empreendimentos passíveis de licenciamento. Minas Gerais, 
Amazonas e Rio de Janeiro serão nossos exemplos de licenciamento 
a nível estadual, mas no último capítulo são disponibilizados sites ele-
trônicos e endereços dos diversos órgãos ligados ao IBAMA e meio 
ambiente de maneira geral, para consulta a licenciamento ambiental, 
projetos e legislação pertinente, em todos os estados brasileiros.
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NÍVEL ESTADUAL
Em Minas Gerais, as atribuições do licenciamento ambiental e 
da Autorização Ambiental de Funcionamento (AAF) são exercidas pelo 
Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), das Unidades Re-
gionais Colegiadas (URCs), das Superintendências Regionais de Meio 
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Suprams), que representa 
a Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), o Instituto Mineiro de 
Gestão das Águas (Igam) e o Instituto Estadual de Florestas (IEF). 
Para a regularização ambiental, considera-se a classificação 
dos empreendimentos, conforme o quadro abaixo:
De acordo com a SEMAD (2009), a regularização ambiental de 
um empreendimento não termina, entretanto, com a obtenção da Licen-
ça de Operação (LO) ou da AAF. O fato de ter obtido um ou outro desses 
diplomas legais significa que o empreendimento atendeu a uma exigên-
cia legal, mas a manutenção da regularidade ambiental pressupõe o 
cumprimento permanente de diversas exigências legais e normativas, 
explícitas ou implícitas na licença ambiental ou na AAF. 
Segundo SEMAD (2009), em Minas Gerais, os estudos am-
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bientais solicitados durante o processo de licenciamento ambiental são:
• Estudo de Impacto Ambiental (EIA): deve ser elaborado por 
equipe multidisciplinar, com o objetivo de demonstrar a viabilidade am-
biental do empreendimento ou atividade a ser instalada. Foi instituído 
pela Resolução Conama 01/86, sendo solicitada durante a LP. 
• Relatório de Impacto Ambiental (Rima): explicita as conclusões 
do EIA e que necessariamente sempre o acompanha. À semelhança do 
EIA, o Rima deve ser elaborado por equipe multidisciplinar, redigido em 
linguagem acessível, devidamente ilustrado com mapas, gráficos e ta-
belas, de forma a facilitar a compreensão de todas as consequências 
ambientais e sociais do projeto por parte de todos os segmentos sociais 
interessados, principalmente a comunidade da área diretamente afetada.
• Relatório de Controle Ambiental (RCA): exigido em caso de dis-
pensa do EIA/Rima. É pormeio do RCA que o empreendedor identifica as 
não conformidades efetivas ou potenciais decorrentes da instalação e da 
operação do empreendimento para o qual está sendo requerida a licença.
• Plano de Controle Ambiental (PCA): documento por meio do 
qual o empreendedor apresenta os planos e projetos capazes de pre-
venir e/ou controlar os impactos ambientais decorrentes da instalação 
e da operação do empreendimento para o qual está sendo requerida a 
licença, assim como, para corrigir as não conformidades identificadas. 
O PCA é sempre necessário, independente da exigência ou não de EIA/
Rima, sendo solicitado durante a LI.
• Relatório de Avaliação de Desempenho Ambiental do Sistema 
de Controle e demais Medidas Mitigadoras (Rada): tem a finalidade de 
subsidiar a análise do requerimento de revalidação da LO, de acordo 
com o artigo 3º, inciso I da Deliberação Copam 17/96. O procedimen-
to de revalidação da LO tem por objetivo fazer com que o desempe-
nho ambiental do empreendimento seja formalmente submetido a uma 
avaliação periódica. Esse período é sempre aquele correspondente ao 
prazo de vigência da LO vincenda. A revalidação da LO é também a 
oportunidade para que o empreendedor explicite os compromissos am-
bientais voluntários porventura assumidos, bem como, algum passivo 
ambiental não conhecido ou não declarado por ocasião da LP, ou da LI, 
ou da primeira LO, ou mesmo por ocasião da última revalidação.
Para Firjan (2004), no Estado do Rio de Janeiro, os principais 
documentos exigidos para licenciamento ambiental são: 
• Memorial descritivo do processo industrial da empresa;
• Formulário de Requerimento preenchido e assinado pelo re-
presentante legal;
• Cópia do CPF e Identidade do representante legal que assi-
nar o requerimento;
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• Cópias dos CPFs e Registros nos Conselhos de Classe dos 
profissionais responsáveis pelo projeto, construção e operação do em-
preendimento;
• Cópias do CPF e Identidade de pessoa encarregada do con-
tato entre a empresa e o órgão ambiental;
• Cópias da Procuração, do CPF e da Identidade do procura-
dor, quando houver;
• Cópia da Ata da eleição da última diretoria, quando se tratar 
de sociedade anônima, ou contrato social registrado, quando se tratar 
de sociedade por cotas de responsabilidade limitada;
• Cópia do CNPJ- Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica;
• Cópias do registro de propriedade do imóvel ou de certidão de 
aforamento ou cessão de uso;
• Cópia da Certidão da Prefeitura indicando que o enquadra-
mento do empreendimento está em conformidade com o a Lei de Zone-
amento Municipal;
• Cópia da Licença ambiental anterior, se houver;
• Guia de Recolhimento (GR) do custo de Licença. A efetuação 
do pagamento e custo da taxa referente deverá ser orientada pelo órgão;
• Planta de Localização do empreendimento. Poderá a empre-
sa anexar cópia de mapas do Guia Rex ou outros mapas de ruas, indi-
cando sua localização;
• Croquis ou planta hidráulica, das tubulações que conduzem os 
despejos industriais, esgotos sanitários, águas de refrigeração, águas 
pluviais etc. A representação dessas tubulações deverão ser apresenta-
das com linhas em cores ou traços diferentes.
O Exemplo da Amazônia
Conforme MMA (2007), a implantação do Sistema de Licencia-
mento Ambiental em Propriedade Rural na Amazônia é parte de uma 
ampla estratégia elaborada e executada nos últimos três anos pelo Mi-
nistério do Meio Ambiente. Tal estratégia foi definida no âmbito de um 
processo de consulta aos governos estaduais e aos setores organiza-
dos da sociedade civil, conduzido pela Secretaria de Coordenação da 
Amazônia e ao qual se deu o nome de Agendas Positivas.
Sua finalidade é conter o desmatamento e, ao mesmo tempo, 
tornar viável a implantação de um modelo econômico que valorize a 
permanência da floresta em pé e promova melhores condições de vida 
para a população amazônica.
Segundo MMA (2007), a eficiência do Sistema de Licenciamen-
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to Ambiental em Propriedade Rural foi testada com sucesso no Estado 
do Mato Grosso que, com o apoio do Ministério do Meio Ambiente, o 
adotou em 1999. No primeiro ano de funcionamento, esse sistema re-
duziu em 24% a taxa de desmatamento no Estado e em 53% o número 
de focos de calor registrados no período. Em parceria com os órgãos 
de meio ambiente e os Ministérios Públicos estaduais, o Ministério do 
Meio Ambiente implantará o Sistema de Licenciamento Ambiental em 
Propriedade Rural em todos os estados da Amazônia.
NÍVEL MUNICIPAL
Segundo Schneider (2000) o Sistema Municipal de Proteção 
Ambiental, geralmente, é composto por órgão da prefeitura e entida-
des do município. Poderá integrar entidades de pesquisa e fundações 
responsáveis pela pesquisa em recursos naturais, proteção e melhoria 
da qualidade ambiental, pelo planejamento, controle, fiscalização das 
atividades que afetam o meio ambiente e aplicação de normas a ele 
pertinentes, e pelas ações não governamentais.
O Sistema Municipal de Proteção Ambiental deverá conter:
• Conselho Municipal do Meio Ambiente, órgão superior do Sis-
tema, de caráter consultivo, deliberativo e normativo, responsável pela 
aprovação e acompanhamento da implantação da Política Municipal do 
Meio Ambiente, bem como, dos demais planos afetos à área;
• A Secretaria, Diretoria, Departamento ou Seção de Meio Am-
biente do Município, responsável pelo meio ambiente, como órgão cen-
tral (unidade administrativa);
• As demais Secretarias Municipais e organismos da adminis-
tração direta e indireta, assim como, as instituições governamentais e 
não governamentais com atuação no município.
• Os órgãos responsáveis pela gestão dos recursos ambien-
tais, preservação e conservação do meio ambiente e execução da fis-
calização das normas de proteção ambiental, como órgãos executores.
Segundo Dallagnol (2006), juridicamente, o licenciamento am-
biental é o instrumento básico da Política Municipal de Gestão e Sa-
neamento Ambiental e tem por objetivo a prévia redução dos impactos 
ambientais causados pelos empreendimentos e atividades, de forma a 
assegurar um meio ambiente equilibrado e a qualidade de vida da po-
pulação. Não há dúvidas de que esse controle é a base do conceito de 
desenvolvimento sustentável, que nada mais é do que o equilíbrio entre 
desenvolvimento econômico e a preservação do meio ambiente.
Como já foi afirmado, o licenciamento ambiental é o exercício 
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do poder de polícia, um controle prévio à atividade privada e ação que 
se antecipa à produção do dano ambiental.
De acordo com Dallagnol (2006), no caso do município e à 
luz do Direito, mesmo que o município detenha competência legislativa, 
apenas para complementar ou suplementar a legislação federal e es-
tadual, no que couber (art. 24, inciso VI, c/c art. 30, incisos I e II, todos 
da CF), sua competência executiva, ou administrativa, em matéria de 
proteção ao meio ambiente e combate a poluição, é plena, por força do 
art. 23, VI, da Constituição Federal.
Para o mesmo autor, citado anteriormente, apesar do artigo 10 
da lei nº 6.938/81 determinar ser necessário prévio licenciamento por 
órgão estadual competente, integrante do SISNAMA, o Município tem 
plena legitimidade para realizar o licenciamento ambiental em relação 
àquelas atividades que tenham impacto local, desde que conte com a 
estrutura administrativa adequada, inclusive com a implementação do 
Conselho Municipal do Meio Ambiente e corpo técnico capacitado, além 
da existência da legislação municipal pertinente que legitime sua atu-
ação. Nesse sentido, o Estado e a União têm competência plena para 
licenciar apenas aqueles empreendimentoscujo impacto ultrapasse o 
âmbito local ou regional, respectivamente, e competência suplementar, 
no caso de não existir a estrutura municipal adequada, tanto legal e 
administrativa como também operacionalmente, para promover o licen-
ciamento ambiental, nos casos de empreendimentos com impacto local.
Na resolução 237/97 do CONAMA, artigo 6º, foram estabele-
cidas as atribuições dos municípios no licenciamento de atividades de 
impacto local, sendo que o artigo diz o seguinte: 
Compete ao órgão ambiental municipal, ouvidos os órgãos competentes da 
União, dos Estados e do Distrito Federal, quando couber, o licenciamento 
ambiental de empreendimentos e atividades de impacto local e daqueles que 
lhe forem delegados pelo Estado por instrumento legal ou convênio. (Resolu-
ção 237/97 CONAMA, artigo 6º, 1997)
O importante, de acordo com Firjan (2004), ao final deste tópi-
co, é entendermos que:
• O processo de Licenciamento Ambiental, apesar de ser cons-
tituído de várias etapas e exigências, é uma obrigação legal;
• este processo pode ser simplificado quando as empresas 
buscam trabalhar com o órgão ambiental desde o início, buscando de 
forma transparente as soluções para o desenvolvimento de suas ativi-
dades, respeitando o meio ambiente;
• o real objetivo da criação deste instrumento, o processo Licen-
ciamento Ambiental por órgãos ambientais, é a conciliação do desen-
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volvimento das atividades humanas com o respeito ao meio ambiente.
Algumas Atividades Passíveis de Licenciamento Ambiental
Atividades agropecuárias – têm impactos variados como, por 
exemplo: métodos de cultivo inadequados, podem ocasionar, entre ou-
tros danos, o desmatamento, a degradação dos solos, a salinização e 
desertificação de áreas, a contaminação dos ecossistemas por agrotóxi-
cos, além de emissões de CH4 para a atmosfera devido às queimadas.
Os meios de transporte – rodovias e ferrovias podem ocasionar 
impactos ambientais relacionados a alterações na socioeconomia regional, 
pressão sobre comunidades rurais e áreas sensíveis (indígenas, culturais, 
históricas e turísticas), modificações em sistemas naturais de drenagem 
e desequilíbrio ecológico advindo de mudanças nos ecossistemas locais.
Atividades de energia, mineração, exploração de petróleo, ex-
tração mineral e vegetal, sistemas de abastecimento de água, coleta e 
tratamento de esgoto e resíduos sólidos são outros exemplos de ativi-
dades passíveis de licenciamento ambiental devido às mudanças que 
provocam no meio ambiente.
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Para falarmos de marketing verde, é preciso relembrar alguns 
conceitos importantes como marketing que é uma função fundamental 
em qualquer organização voltada para identificação das necessidades, 
carências e valores de um mercado alvo, ou seja, o que o cliente quer, 
tendo que satisfazê-lo com rapidez, qualidade e eficiência.
Dentro de um cenário em que as tendências se voltam para 
a busca da qualidade de vida, surgiu a necessidade de desenvolver 
produtos e serviços chamados ecologicamente corretos e voltados para 
a satisfação de um público exigente. Assim nasceu o marketing verde.
Segundo Lavorato (2009) marketing verde, trata-se de um nicho 
(pequeno segmento da sociedade) crescente do mercado. É considerado 
nicho porque é ainda incipiente, o que determina baixo volume de produ-
ção e consumo, e é crescente, porque está dentro da necessidade ur-
gente de melhores indicativos de qualidade de vida. O Nicho verde é um 
MARKETING VERDE, PASSIVO AMBIENTAL
E CRÉDITOS DE CARBONO
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segmento específico do mercado que valoriza produtos e serviços ecolo-
gicamente corretos por conhecer, compreender e não aceitar as conse-
quências das atividades extrativistas e não sustentáveis que provocam o 
esgotamento de recursos naturais para as atuais e próximas gerações.
O marketing verde é um sinal de que a humanidade (mesmo 
que ainda numa parcela muito pequena) está se conscientizando que 
o planeta precisa ser “usado” com cautela. A população crescente, um 
estilo de vida extrativista (recursos não-renováveis) e poluidor (descar-
tável) determinam um rápido esgotamento de tudo aquilo que nos pro-
porciona vida (água, ar, solo, fauna e flora) e qualidade de vida (petró-
leo, minerais, energia, espaço, etc.).
De acordo com Lavorato (2009), nesse contexto, o marketing 
verde possui as seguintes fundamentações:
• Lei da Oferta e da Procura: Vivemos num modelo econômico 
que acelera o esgotamento de recursos naturais vitais e não vitais: 
- Produção extrativista (matéria prima) X Recursos Naturais fi-
nitos. 
- Produção Massa (alta produção de resíduos) X Recursos Na-
turais Contaminados (poluição). 
- Consumo Massa (Alta Produção descarte) X Espaços reduzi-
dos (volume de lixo).
• Leis Protecionistas: As leis são determinadas pela socieda-
de, segundo suas necessidades e valores. No caso do meio ambiente, 
desde 1992 (ECO 92), o mundo está atento e interessado. Vários outros 
encontros, debates e acordos mundiais têm se estabelecidos. Como 
exemplo, temos o Protocolo de Kyoto que determina índices de redução 
na emissão de CO2 na atmosfera. Este posicionamento global de pre-
servação ambiental se traduz em incentivo à adoção de novos hábitos 
de produção e consumo. A legislação, as políticas de importação, cam-
panhas e procedimentos, incentivam e impõem a mudança de valores.
• Inovações Tecnológicas: Por outro lado, o acesso à tecnologias 
mais limpas e a própria tecnologia de informação e difusão de conhecimen-
tos agilizam processos e mudanças de hábitos e atitudes. Hoje, já se reco-
nhece a receptividade da atual geração por uma nova ordem de consumo.
• Novos Mercados: O nicho verde trabalha com tendências atu-
ais e futuras, com novos hábitos de consumo, novos produtos e novos 
mercados. Cada Geração avança 1(um) passo em comparação a ante-
rior. Nos próximos 20 anos, teremos decisões mais precisas, escolhas 
mais responsáveis. Hoje, já temos nas prateleiras opções de produtos 
ecológicos como o alimento orgânico, produtos reciclados, carros me-
nos poluidores, equipamentos elétricos com menor consumo de ener-
gia, detergentes biodegradáveis, serviços de coleta seletiva de lixo, etc. 
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• Consumo Responsável: embora façamos parte do ecossis-
tema com uma participação muita pequena (somos uma das espécies) 
temos, porém, grande poder de interferência positiva e/ou negativa e 
não podemos e nem queremos deixar como marca registrada da inter-
ferência humana no planeta, o lixo e a poluição, pois seremos os res-
ponsáveis por nossa própria destruição.
Eis assim, a necessidade de investimento em produtos e ser-
viços ecologicamente corretos que ajudarão a equilibrar nossas contas 
com o planeta. 
Contabilmente, passivo são as obrigações das empresas com 
terceiros, sendo que tais obrigações, mesmo sem uma cobrança formal 
ou legal, devem ser reconhecidas. 
O passivo ambiental representa os danos causados ao meio 
ambiente, representando, assim, a obrigação, a responsabilidade social 
da empresa com aspectos ambientais. Nessa proposta, no balanço pa-
trimonial de uma empresa, é incluído, através de cálculos estimativos, o 
passivo ambiental (danos ambientais gerados), e no ativo (bens e direi-
tos) são incluídos as aplicações de recursos que objetivem a recupera-
ção do ambiente, bem como, investimentos em tecnologia de processos

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