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1 GESTÃO EMPRESARIAL 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA .................................................................. 2 INTRODUÇÃO ......................................................................... 3 História da estratégia ............................................................... 5 Conceito de estratégia ........................................................... 10 Componentes da Estratégia Empresarial .............................. 12 Níveis da estratégia ............................................................... 13 Planejamento Estratégico ...................................................... 14 Planejamento Tático .............................................................. 19 Planejamento Operacional ..................................................... 20 Ferramentas de Gestão ......................................................... 21 Resistência às mudanças ...................................................... 23 CONCLUSÃO ........................................................................ 26 REFERENCIAS ..................................................................... 28 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 INTRODUÇÃO O contexto empresarial atual, com suas drásticas transformações, clama pela reflexão e discussão de vários temas desafiadores, alguns deles encarados como essenciais à sobrevivência das organizações. Esta nova era sempre acompanhada de locuções adjetivas como “da informação”, “do conhecimento” ou “da comunicação”, mostra a relevância do conhecimento como fator capital à prosperidade organizacional. Na sociedade do conhecimento, os trabalhadores do conhecimento desempenham um papel central. O componente intelectual assumiu a supremacia, em detrimento do antigo modelo físico. É urgente e indispensável modificar as formas hierárquicas ultrapassadas e cerceadoras da criatividade. Faz-se necessário tomar consciência da necessidade premente de gerenciar eficazmente o conhecimento. Algumas empresas chegam a gastar mais em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) do que em todas as outras formas de equipamento, levando- se à crença de que elas estão deixando de ser um local onde se produz para se transformarem em um local onde se pensa. O aumento da competitividade, aliado ao contínuo e assustador avanço da tecnologia, faz com que os conhecimentos tenham um ciclo de renovação cada vez mais curto, conforme defende Lévy (1994). Para tanto, as empresas tendem a se diferenciar pelo que sabem e pela forma como conseguem usar esse conhecimento. Numa economia global, o conhecimento se torna a maior vantagem competitiva de uma organização. O crescimento do porte das organizações e o incremento da sua complexidade estrutural, associados à aceleração do ritmo das mudanças ambientais, têm exigido das organizações uma maior capacidade de formular e implementar estratégias que possibilitem superar os crescentes desafios de mercado e atingir os seus objetivos tanto de curto como de médio e longo prazos. 4 A velocidade de ocorrência das mudanças no ambiente de mercado pode estar associada a vários fatores, com destaque para o desenvolvimento tecnológico, a integração de mercados, o deslocamento da concorrência para o âmbito internacional, a redefinição do papel das organizações, além das mudanças no perfil demográfico e nos hábitos dos consumidores (MEIRELLES, 1995). Tais mudanças têm exigido uma redefinição das estratégias adotadas pelas organizações e uma capacidade contínua de inovação e adaptação. A formulação e a implementação de estratégias, principalmente da estratégia corporativa, impõem vários desafios à organização: escolher entre reduzir de maneira defensiva, manter ou aumentar o seu escopo corporativo, escolha que envolve um grande esforço por parte da organização como um todo. A seleção do melhor método leva em conta o tempo gasto para implementação, o custo e o controle do processo escolhido. A estratégia corporativa apresentou grande desenvolvimento, principalmente a partir da década de 1980, quando o fenômeno da reestruturação empresarial – conjunto amplo de decisões e de ações, com dimensão organizacional, financeira e de portfólio (WRIGHT, KROLL e PARNELL, 2000) – ganhou impulso com o desenvolvimento tecnológico dos meios de comunicação e dos transportes, passando a predominar uma dinâmica de interação e integração em nível mundial. Estratégia significava inicialmente a ação de comandar ou conduzir exércitos em tempo de guerra – um esforço de guerra (GHEMAWAT, 2000). Representava um meio de vencer o inimigo, um instrumento de vitória na guerra, mais tarde estendido a outros campos do relacionamento humano: político, econômico e ao contexto empresarial, mantendo em todos os seus usos a raiz semântica, qual seja, a de estabelecer caminhos (GRAVE e MENDES, 2001). Origina-se assim como um meio de “um vencer o outro”, como uma virtude de um general de conduzir seu exército à vitória, utilizando-se para isso de estratagemas e instrumentos que assegurassem a superioridade sobre o inimigo (GRAVE e MENDES, 2001). A estratégia teve várias fases e significados, evoluindo de um conjunto de ações e manobras militares para uma disciplina do Conhecimento 5 Administrativo, a Administração Estratégica, dotada de conteúdo, conceitos e razões práticas, e que vem conquistando espaço tanto no âmbito acadêmico como no empresarial. Traçar estratégias significa o processo de entrelaçamento de tudo o que é preciso para administrar uma organização. Neste novo século, torna-se essencial que as empresas focalizem as estratégias nas competências essenciais intelectuais e de serviços e alavanquem as estratégias baseadas em conhecimento. História da estratégia Estratégia foi criada pelos gregos, que deram ao conceito uma conotação militar. O termo estratégia origina-se do grego “strategos”, sendo traduzida como “general no comando de tropas” ou “a arte do general”, ou ainda “plano de destruição de inimigos através do efetivo uso de recursos” (STEINER; MINER, 1977; BRACKER, 1980; STEAD; STEAD, 2008). Este termo já trazia a ideia de objetivo a ser alcançado e planos de ação a serem realizados em diversos cenários, de acordo com o comportamento do inimigo (SCHNAARS, 1991). Segundo Mintzberg e Quinn (1991), estratégia já era considerada habilidade administrativa na época de Péricles (450 a.C.), significando habilidades gerenciais (administrativas, liderança, oratória, poder). Mas foi somente depois da Segunda grande Guerra Mundial que a estratégia passou a fazer parte da vida das empresas, que cresceram significativamente e precisavam de diretrizes, linhas e caminhos a serem seguidos por todaa sua estrutura (BRACKER, 1980). Este crescimento incrementou a complexidade das organizações e, junto com o acelerado ritmo de mudanças ambientais, passou a exigir que as empresas desenvolvessem uma maior capacidade de criar e gerir estratégias que possibilitassem superar os desafios do mercado, atingindo seus objetivos de curto, médio e longo prazos (DESS; LUMPKIN; EISNER, 2007). 6 Segundo Mintzberg (1987), foi somente na década de 80 que as estratégias nas empresas apresentaram grande desenvolvimento. Fenômenos como reestruturação empresarial, conjunto de decisões e ações com dimensão organizacional, financeira e de portfólio (WRIGHT; KROLL; PARNELL, 1997) foram impulsionados pelo desenvolvimento tecnológico dos meios de comunicação e transportes, predominando-se desde então uma dinâmica de interação e integração em nível global. Hoje, pensar estrategicamente adquiriu o status de fator indispensável na condução e gestão das organizações, com fins lucrativos ou não (MOORE, 2000). Afinal, a estratégia trata da ligação entre o mundo interior das empresas e seu ambiente exterior (PORTH, 2002). Considerando a sua importância, falar de estratégia abre uma discussão entre concepções teóricas, que vão desde as abordagens mais convencionais, que consideram estratégia como uma atividade lógica, racional e sequencial (CHANDLER, 1962), até as mais dinâmicas, que entendem que esse processo está associado a fatores culturais, de aprendizagem, política e relações de poder (MINTZBERG; AHSLTRAND; LAMPEL, 1998). Desta forma, encontram-se dois grandes problemas que afetam a compreensão do que seja o conceito de estratégia: confusão entre estratégia e ferramentas de eficácia, e confusão entre estratégia e planejamento estratégico (PORTER, 1996). A raiz do problema parece estar na falta de uma perfeita compreensão de o que é estratégia. Segundo Bhalla et al. (2009), a gestão estratégica nasceu como uma disciplina híbrida, influenciada pela Sociologia e pela Economia. Pode-se considerar que é uma evolução das teorias das organizações. Começou a receber mais atenção, tanto acadêmica quanto empresarial, somente na década de 1950, porém seu desenvolvimento começa a partir dos anos 60 e 70. Tem como objetivo integrar estratégia, organização e ambiente de forma sinérgica. Para Porth (2002), a gestão estratégica emergiu como parte do planejamento estratégico, que agora é tido como um dos seus principais instrumentos. Ele foi incorporado pela gestão estratégica, que uniu, num mesmo processo, planejamento e gestão. Já Stead e Stead (2008) afirmaram que a gestão estratégica derivou do conceito de política empresarial. Este conceito 7 explicava a organização como um sistema no qual são utilizados recursos econômicos eficazmente e são coordenadas as atividades funcionais da empresa no intuito de obter lucro. Após de ter sido constituída, a gestão estratégica teve rápido desenvolvimento, tanto teórico como de modelos práticos. Surgiu uma grande quantidade de modelos de análise de mercado a partir dos anos 60, como a Matriz BCG, o Modelo SWOT, a Curva de Experiência e a Análise de Portfólio, além de importantes conceitos, como o de análise econômica de estrutura, conduta e desempenho, competência distintiva, competências essenciais, e os chamados sistemas de planejamento estratégico (MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 1998). Atualmente, a gestão estratégica é uma das áreas do campo da gestão de maior destaque e relevância. Sua importância reside no fato de se constituir em um conjunto de ações gerenciais que permitem aos gestores de uma empresa mantê-la integrada ao seu meio envolvente e no curso correto de desenvolvimento, possibilitando atingir seus objetivos e sua missão (DESS; LUMPKIN; EISNER, 2007). Apesar de sua importância, Boyd, Finklstein e Gove (2005) demonstraram que a gestão estratégica apresenta muitos atributos de um campo de estudo ainda imaturo, com pouco consenso e baixos níveis de produtividade. Esta constatação explica o porquê de várias definições a respeito do mesmo conceito. Segundo Bracker (1980), gestão estratégica é a aplicação direta na organização dos conceitos de estratégia empresarial que são desenvolvidos na academia. Isto é, vincula as análises dos ambientes interno e externo de uma empresa para maximizar a utilização de seus recursos visando atingir seus objetivos. Esta afirmação pode ser considerada como uma macrodefinição do conceito de gestão estratégica. A maior importância da gestão estratégica é que ela dá às organizações um modelo de desenvolvimento de habilidades para antecipar as mudanças. Ela também ajuda a desenvolver a habilidade de tratar incertezas futuras pela definição de procedimentos para realizar os objetivos da organização. 8 Para Ansoff e McDonnell (1990), a gestão estratégica é uma abordagem sistemática à gestão de mudanças, compreendendo: posicionamento da organização por meio da estratégia e do planejamento; resposta estratégica em tempo real por meio da gestão de problemas; e gestão sistemática da resistência durante a implementação da estratégia. Já Porth (2002) considera que a gestão estratégica pode ser definida como um processo cruzado de formulação, implementação e avaliação das decisões que habilitam as organizações a definir e alcançar sua missão, e ultimamente para a criação de valor. O processo foca em uma série de questões fundamentais sobre a organização: o que é seu negócio? O que quer tornar-se? Quem são seus consumidores? O que cria valor para eles? Ao responder estas perguntas, o processo de gestão estratégica ajuda a estabelecer a direção futura da empresa. O foco é criar valor para a organização e seus clientes. Para Bowman, Singh e Thomas (2002), a gestão estratégica centra-se nas questões relativas à criação e sustentabilidade de vantagens competitivas, ou ainda a busca por este tipo de vantagem. Já Grant (2002) defendeu que a gestão estratégica envolve um complexo relacionamento entre o foco da organização, os resultados que obtém, e o amplo espectro de variáveis ambientais externas e internas da empresa. Para uma boa gestão estratégica, recomenda o autor, devem-se identificar as relações entre sistema de gestão, estratégia escolhida, estruturas atuais, recursos e capacidades disponíveis. Segundo Dess, Lumpkin e Eisner (2007), a gestão estratégica numa organização deve tornar-se um processo e um caminho único que norteia as ações em toda a organização. Consiste em análises, decisões e ações empreendidas nas organizações para criar e sustentar vantagens competitivas. Esta definição apresenta dois elementos que estão no núcleo da gestão estratégica: primeiro, três processos realizados de forma contínua (análises, decisões e ações); segundo, a essência deste conceito é estudar por que algumas organizações têm desempenho melhor que outras (as vantagens competitivas). Aqueles autores definem quatro atributoschave para a gestão estratégica: é dirigida para os objetivos globais da organização; inclui múltiplos stakeholders no processo de tomada de decisão; requer incorporar perspectivas 9 de curto e longo prazos; envolve o reconhecimento de trade-offs entre efetividade e eficiência. Stead e Stead (2008) definiram a gestão estratégica como um processo contínuo que envolve os esforços dos gestores estratégicos para ajustar a organização ao ambiente onde está inserida, desenvolvendo-se vantagens competitivas. Estas vantagens competitivas permitem que a empresa aproveite oportunidades e minimize ameaças ambientais. A gestão estratégica começa com uma visão do que a empresa é e o que se tornará. Baseado nas suas competências distintivas, implementam-se as estratégias em todos os níveis para realizar as metas da organização, ajustando-a ao ambiente externo. De modo mais geral, a gestão estratégica é um termo amploque abrange a determinação da missão e os objetivos da organização no contexto de seus ambientes externo e interno. Desse modo, segundo Wright, Kroll e Parnell (1997, p. 24). Gestão estratégica pode ser vista como uma série de passos em que a alta gestão deve realizar as tarefas a seguir: (a) Analisar oportunidades e ameaças ou limitações que existem no ambiente externo; (b) Analisar os pontos fortes e fracos de seu ambiente interno; (c) Estabelecer a missão organizacional e os objetivos gerais; (d) Formular estratégias (no nível empresarial, no nível de unidades de negócios e no nível funcional) que permitam à organização combinar os pontos fortes e fracos da organização com as oportunidades e ameaças do ambiente; (e) Implantar as estratégias; (f) Realizar atividades de controle estratégico para assegurar que os objetivos gerais da organização sejam atingidos. 10 Conceito de estratégia Não existe um conceito único, definitivo de estratégia. O vocábulo teve vários significados, diferentes em sua amplitude e complexidade, no decorrer do desenvolvimento da Administração Estratégica. Segundo CABRAL (1998), por sua abrangência, o conceito de estratégia apresenta um paradoxo, pois exige a integração de uma série de teorias e enfoques, o que impede o completo registro de seus conceitos e abordagens. Dependendo do contexto no qual é empregada, a estratégia pode ter o significado de políticas, objetivos, táticas, metas, programas, entre outros, numa tentativa de exprimir os conceitos necessários para defini-la (MINTZBERG e QUINN, 1991). O conceito de estratégia vem sendo utilizado de maneira indiscriminada na área da Administração, podendo significar desde um curso de ação formulado de maneira precisa, todo o posicionamento em seu ambiente, até toda a alma, a personalidade e a razão existencial de uma organização. Trata-se de um conceito de grande emprego acadêmico e empresarial, dotado de uma grande amplitude e diversificação, que em alguns aspectos é complementar e em outros divergente (MEIRELLES e GONÇALVES, 2001). Segundo FAHEY (1999), poucas palavras são objeto de tantos abusos no léxico das empresas, são tão mal definidas na literatura gerencial e estão tão expostas a diferentes significados quanto a palavra estratégia. MINTZBERG, LAMPEL e AHSLTRAND (2000) enfatizam que o termo estratégia é empregado distintamente, ainda que definido tradicionalmente de uma maneira apenas. A estratégia é inimiga das abordagens deterministas e mecanicistas, que minimizam o espaço de liberdade e de escolha; não é apenas uma idéia de como lidar com um inimigo em um ambiente de concorrência ou de mercado, conforme é tratada por grande parte da literatura e em seu uso popular (MINTZBERG e QUINN, 1991), pois não se resume a idéias, proposições, diretrizes, indicativos de caminhos e soluções (MEIRELLES e GONÇALVES, 11 2001); tem uma amplitude e abrangência que engloba o conceito de Eficácia Operacional (PORTER, 1999) e não deve ser confundida com suas táticas; não é só inovação, só diversificação ou planejamento financeiro (LODI, 1969). THOMPSON JR. e STRICKLAND III (2000) definem estratégia como sendo um “conjunto de mudanças competitivas e abordagens comerciais que os gerentes executam para atingir o melhor desempenho da empresa. (...) é o planejamento do jogo de gerência para reforçar a posição da organização no mercado, promover a satisfação dos clientes e atingir os objetivos de desempenho”. Já para MINTZBERG e QUINN (1991), estratégia “é um modelo ou plano que integra os objetivos, as políticas e as ações sequenciais de uma organização, em um todo coeso”. MEIRELLES e GONÇALVES (2001) definem estratégia como a “disciplina da administração que se ocupa da adequação da organização ao seu ambiente”. MICHEL (1990) partilha de uma visão mais operacional do conceito de estratégia, definindo-a como “a decisão sobre quais recursos devem ser adquiridos e usados para que se possam tirar proveito das oportunidades e minimizar fatores que ameaçam a consecução dos resultados desejados”. Para LODI (1969:6), “estratégia é a mobilização de todos os recursos da empresa no âmbito nacional ou internacional visando atingir objetivos a longo prazo (...) seu objetivo é permitir maior flexibilidade de resposta às contingências imprevisíveis”. Dentre os muitos conceitos de estratégia, um dos mais utilizados é o de WRIGHT, KROLL e PARNELL (2000), que a definem como “planos da alta administração para alcançar resultados consistentes com a missão e os objetivos gerais da organização.” Qualquer que seja a definição, destacam-se algumas palavras-chave que sempre a permeiam, entre elas: mudanças, competitividade, desempenho, posicionamento, missão, objetivos, resultados, integração, adequação organizacional, palavras que muitas vezes reduzem sua amplitude, ao serem empregadas como sinônimos dela. 12 Componentes da Estratégia Empresarial Como cita Chiavenato (1994), os três componentes básicos da estratégia empresarial são: a) Ambiente: são as oportunidades visualizadas no ambiente de tarefa, e mais especificamente no mercado, bem como, as restrições, limitações, contingências, coações e ameaças; b) Empresa: são os recursos de que a empresa dispõe, capacidade e habilidades bem como seus pontos fortes e fracos, compromissos e objetivos; c) Adequação entre ambos: é a postura que a empresa deverá adotar para compatibilizar seus objetivos, recursos, potencialidades e limitações com as condições ambientais, no sentido de extrair o máximo das oportunidades externas e expor-se o mínimo às ameaças, coações e contingências ambientais. Ao olhar de Serra (2004), existem três componentes que definem a estratégia: 13 Posicionamento: é a criação de uma posição valiosa e única que envolve um conjunto diferente de atividades. Consiste em desempenhar as mesmas atividades de diferentes maneiras das exercidas pelos competidores; Opções Excludentes (trade-off): requer que sejam feitas opções para competir, ou seja, deve-se escolher o que não deve ser feito; Sinergia: implica em criar sinergia entre as atividades da organização. As escolhas de posicionamento e os trade-offs determinam não só as atividades que devem ser descartadas, mas também o modo como devem relacionar-se umas com as outras. Níveis da estratégia CHANDLER (1962), em estudos de organizações americanas, pregou a divisão da administração da organização em: operações de gerenciamento de atividades a curto prazo, específicas de uma área funcional e rotineiras; e estratégias de gerenciamento a longo prazo de atividades que abrangem a organização como um todo. BERTERO (1995) distingue o nível operacional do estratégico em função do tempo, o operacional é identificado com o cotidiano e o curto prazo, enquanto o nível estratégico é associado ao médio e longo prazo. Na visão de MINTZBERG e QUINN (1991), a estratégia existe em vários níveis em qualquer organização. Não deve restringir-se aos níveis gerenciais e diretivos, mas distribuir-se por toda a organização, levando-se em conta os diferentes graus de importância de cada nível hierárquico para o alcance dos objetivos organizacionais. A alocação hierárquica da estratégia na estrutura organizacional pode ser: corporativa, que determina em qual setor a empresa deve operar; unidade de negócios (UNs), que determina como se deve competir no setor ou negócio escolhido; e funcional, que determina como uma área funcional deve trabalhar a partir da estratégia de negócio escolhida. Segundo FAHEY (1999), a estratégia corporativa explicita como a empresa utilizará os seus recursos e capacidades para construir e sustentar as 14 vantagens competitivas que influenciarão de forma favorável as decisões de compra dos clientes. PORTER (1999)define a estratégia corporativa como o “plano geral para uma empresa diversificada que trata de duas questões diferentes: em que negócios a empresa deve competir e como a sede corporativa deve gerenciar o conjunto de unidades de negócios (...) é o elemento que faz com que o todo corporativo seja superior à soma das unidades de negócios”. Para WRIGHT, KROLL e PARNELL (2000), a estratégia corporativa é a “estratégia que a alta administração formula para toda a empresa”. Destacando sua importância, ZACCARELLI (1995: 25) defende que a estratégia corporativa e a de unidades de negócios, na concepção da moderna estratégia, “existem para propiciar a obtenção de vantagens competitivas nas operações das empresas”. As UNs são subsistemas organizacionais com mercado, conjunto de concorrentes e missão diferente de outros subsistemas organizacionais da empresa (WRIGHT, KROLL e PARNELL, 2000). A estratégia de unidades de negócios diz respeito a como competir com êxito em determinado setor (GUPTA, 1999), podendo ser considerada um conjunto de estratégias genéricas para orientar as organizações. São chamadas genéricas porque podem ser adotadas por qualquer tipo de unidade de negócio (WRIGHT, KROLL e PARNELL, 2000). Já as estratégias funcionais são estratégias buscadas pelas áreas funcionais de uma unidade de negócio, com funções inter-relacionadas, que podem assumir várias formas, dependendo da estratégia genérica adotada (WRIGHT, KROLL e PARNELL, 2000), ou seja, consistem no desenvolvimento de estratégias conjuntamente por todas as áreas funcionais: finanças, produção e operações, compras e materiais, pesquisa e desenvolvimento, sistemas de informação, marketing e recursos humanos. Planejamento Estratégico 15 De acordo com Serra (2004), o planejamento estratégico torna-se uma parte da tarefa diária do executivo. Passa a envolver mais pessoas do que apenas os líderes da organização. O planejamento estratégico é o processo pelo qual procura-se determinar como a organização deve atuar em relação ao ambiente, a partir da definição dos seus objetivos e as estratégias para alcançá- los. Serra (2004), ainda explica que estratégia e planejamento têm significados distintos, mas devem coexistir. A estratégia correlaciona-se com a síntese das tendências do ramo em que a empresa atua e com a procura de um modo de se obter a vantagem competitiva. Já o planejamento depende da análise dos objetivos pré-determinados e das ações a se implementar. Segundo Chiavenato (1994), é um conjunto de tomada deliberada e sistemática de decisões envolvendo empreendimentos que afetam ou deveriam afetar toda a empresa por longos períodos de tempo. Apresenta prazos longos de tempo, é abrangente e desenvolvido nos níveis hierárquicos elevados da empresa. O planejamento estratégico exige as seguintes etapas: a) Determinação dos objetivos empresariais; b) Análise ambiental externa; 16 c) Análise ambiental interna; d) Formulação de alternativas estratégicas e escolha da estratégica empresarial; e) Elaboração do planejamento estratégico; f) Implementação por meios de planos táticos e planos operacionais. A partir dos conceitos apresentados pelos autores citados, podemos constatar que o planejamento estratégico de determinada organização está intimamente ligado à definição do seu: negócio, missão, princípios, ambiente e visão da empresa. Bem como, os objetivos estratégicos que a empresa possui e a estratégia que ela utilizará para alcançar estes objetivos. Negócio: De acordo com Serra (2004), definir o negócio da empresa é explicar o âmbito de atuação da empresa. Na definição do negócio deve ser indicado que mercado atende, tipo de cliente ou em potencial. A definição do negócio implica conhecer: os clientes (quem são e onde estão); os nossos clientes no futuro (quem serão); e a quais necessidades os produtos ou serviços satisfazem. Para a empresa, uma correta definição de negócios traz os seguintes benefícios: a) Orienta a empresa a focar-se no seu diferencial competitivo: o que a faz ser atraente aos olhos dos clientes em relação à concorrência; b) Orienta o posicionamento estratégico: atender um segmento estreito e direcionado; c) Ajuda a identificar quem são seus concorrentes: seus concorrentes principais são os que têm o mesmo entendimento de negócio; d) Ajuda a conquistar mercado; e) Evita a miopia estratégica. Missão: 17 De acordo com Maximiano (2004), é a explicação por escrito das intenções e aspirações da organização. O objetivo da missão é difundir o espírito da empresa que está ligado à sua visão. A missão consiste em difundir o espírito da empresa a todos os membros da organização, o tipo de benefício que ela pode oferecer e o grau de adequação face às oportunidades e pressões externas. Para a empresa, a correta definição de missão traz os seguintes benefícios: a) Orienta a partida: a razão de existência da empresa; b) Evita a armadilha do sucesso: a missão deve ser revista sempre que houver mudanças e tendências no ambiente para não se tornar obsoleta; c) Atrai, motiva e retém talentos: uma missão cria uma unidade e imenso envolvimento. Gera nas mentes das pessoas um quadro de referência, conjunto de critérios e orientações; d) Orienta a formulação de objetivos: para justificar a razão de sua existência a empresa precisa alcançar resultados consistentes. Somente uma definição clara da missão da empresa possibilita ter objetivos claros e realísticos; e) Ajuda a aumentar a produtividade: muitas empresas que atingiram os limites do downsizing e da reengenharia, descobriram que umas das poucas maneiras que ainda restaram para conseguir mais dos funcionários é ajudando- os a encontrar um propósito. Princípios e Valores: Na ótica de Serra (2004), uma empresa decide quais serão seus princípios e valores. Os princípios de uma empresa não devem mudar para reagir a efeitos externos. Segundo o mesmo autor, os princípios só serão úteis se forem efetivamente praticados por todos da empresa, sendo eles em número reduzido e redigidos de forma clara e concisa. Análise do Ambiente Externo e Interno: Conforme Serra (2004), as empresas são afetadas por fatores externos que independem dela e que podem interferir em seu desempenho e 18 funcionamento. Para a empresa já constituída, e que tenha definido seu negócio, missão e princípios, deve ficar atenta ao meio em que está inserida, analisando o ambiente com frequência, avaliando permanentemente sua posição competitiva. De acordo com Chiavenato (2003), a análise ambiental provê um mapa das forças que influem o ambiente onde está inserida a organização. Trata-se do processo de identificação de oportunidades, ameaças, forças e fraquezas que afetam a empresa no cumprimento de sua missão. Pode ser dividida em: análise do ambiente externo e interno. Ambiente Externo: a) Oportunidades: são situações externas, atuais ou futuras, que podem influenciar positivamente o desempenho da empresa; b) Ameaças: são situações externas, atuais ou futuras, que podem influenciar negativamente o desempenho da empresa. Ambiente Interno: a) Forças: são características ou qualidades da empresa, tangíveis ou não, que podem influenciar positivamente o seu desempenho; b) Fraquezas: são as características da empresa, tangíveis ou não, que podem influenciar negativamente o desempenho da organização. Visão: De acordo com Serra (2004), é a percepção não só das necessidades do mercado, mas de como a organização vai conseguir atendê-las. Segundo Ansoff e Mc Donnell (1993) a visão idealmente explicita o direcionamento da empresa em longo prazo e seu intento estratégico. Ela apresenta as seguintes características: a) Focalizada no futuro; b) Ágil; c) Modifica-se diante de novos desafios; 19 d) É o aonde vamos;e) Orienta a estratégia; f) Energiza a empresa; g) É aquilo que se deseja ser; h) É desafiadora. Objetivos Estratégicos: Para Chiavenato (2003), os objetivos estratégicos são resultados que a empresa deve alcançar, em prazo determinado, para concretizar sua visão no ambiente atual e futuro. Além disso, os objetivos ajudam a orientação e a formulação de estratégias para alcançá-los. Os objetivos estratégicos apresentam as seguintes características: a) Ser desafiantes, porém viáveis; b) Ter prazo definido; c) Ser mensuráveis; d) Ser coerentes entre si. E trazem os seguintes benefícios: a) Detalham e quantificam a visão; b) Orientam o processo decisório; c) Fundamentam a avaliação do desempenho; d) Atraem e mantêm talentos; e) Levantam uma bandeira; f) Orientam a formulação de estratégias. Planejamento Tático 20 Para Serra (2004), o planejamento tático traduz os objetivos e planos estratégicos amplos em objetivos e planos que são relevantes para uma parte específica da organização. Os planos táticos focalizam as principais ações que uma unidade deve empreender para realizar sua parte do plano estratégico. Segundo Chiavenato (2003), o planejamento tático é o conjunto de tomada deliberada e sistemática de decisões envolvendo empreendimentos mais limitados, prazos curtos e áreas menos amplas e níveis baixos de hierarquia da organização. Apresenta as seguintes etapas: a) O planejamento é um processo permanente e contínuo; b) É sempre voltado para o futuro; c) Preocupa-se com racionalidade da tomada de decisões; d) Seleciona determinado curso de ação; e) Sistêmico; f) Iterativo; g) É uma técnica de alocação de recursos de forma antecipada, estudada e cíclica; h) Técnica cíclica; i) Função administrativa que interage dinamicamente com as demais; j) Técnica de coordenação; e k) Técnica de mudança e de inovação. Planejamento Operacional Conforme Serra (2004), o planejamento operacional identifica os processos e procedimentos específicos requeridos nos níveis inferiores da organização. Geralmente apresentam planos para períodos de tempo bastante curtos e focalizam tarefas rotineiras. De acordo com Chiavenato (2003), pode ser visualizado como um sistema: começa com os objetivos estabelecidos pelo planejamento tático, desenvolve planos e procedimentos detalhados e proporciona informação de retroação. Caracteriza-se pelo detalhamento com que estabelece as tarefas, pelo caráter imediatista, focalizando o curto prazo. 21 Ferramentas de Gestão Na visão de Colenghi (1997), o Planejamento Estratégico, para atingir seus objetivos, utiliza várias ferramentas de gestão estratégica, entre elas: 1) Brainstorming: é o processo destinado à geração de ideias, sugestões criativas, possibilitando ultrapassar os limites e paradigmas dos membros da equipe. Por meio do brainstorming, pretende-se romper com este paradigma na abordagem das questões. Busca-se encontrar a diversidade de opiniões e ideias. Apresenta os seguintes fatores: a) Fluência: grande quantidade de ideias; b) Flexibilidade: ideia de diferentes categorias; c) Originalidade: ideias totalmente novas; d) Percepção: rompimento com os limites, liberando os indivíduos para além do óbvio; e) Impulsividade: liberar as ideias. Segundo o mesmo autor, brainstorming é um termo de origem britânica e pode ser traduzido como tempestade de ideias. Consiste em reunir grupo de pessoas, ideias e emitir opiniões. Apresenta as seguintes etapas: a) Escolha do coordenador: tem como função esclarecer o tema e os objetivos propostos, conduzir as atividades em clima estimulante para os participantes, estimular a imaginação e orientar os participantes para não terem julgamentos sobre as ideias apresentadas; b) Anotar as ideias; c) Priorização dos problemas: através da ferramenta GUT; d) Seção de sugestões: consiste em reaplicar; 22 e) Relatório de resultados. 2) Analise SWOT: é um instrumento muito útil na elaboração do planejamento estratégico. Através dela pode-se relacionar metodicamente, em um gráfico, quais são as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças que rondam a empresa, ajudando a gerenciá-las para melhorar o desempenho. 3) Análise de GUT: consiste em separar e priorizar os problemas para fins de análise e posterior resolução: “G” – Gravidade – avaliar as consequências negativas que podem trazer para os clientes. “U” – Urgência – avaliar o tempo necessário ou disponível para corrigir os problemas levantados. “T” – Tendência – avaliar o comportamento evolutivo (irá melhorar ou piorar) da situação atual. Para cada fator deve ser atribuída uma nota de acordo com a relevância de cada problema levantado. A seguir, multiplicam-se os fatores por eles mesmos (GxUxT = EP), onde EP é o resultado que estabelece a ordem para resolução dos problemas. Desta forma, os problemas e as pontuações atribuídas a eles devem ser organizados em uma matriz. 4) Matriz 5w2h: esta ferramenta auxilia nas decisões a serem tomadas para implementação de plano de ação de melhorias. Destacamos as sete partes da ferramenta 5W2H: a) What: O que será feito? b) Why: Por que será feito? c) How: Como será feito? d) Where: Onde será feito? e) When: Quando será feito? f) Who: Quem fará? g) How much: Quanto custará? 23 5) Balanced Scorecard (BSC): trata-se de um sistema de medidas e indicadores, no qual o foco principal reside no alinhamento da organização, das pessoas e das iniciativas interdepartamentais de maneira tal que permitam identificar novos processos para o cumprimento dos objetivos globais da organização. O BSC é um método de administração focado no equilíbrio organizacional e se baseia em 4 perspectivas básicas, a saber: finanças, clientes, processos internos e aprendizagem/crescimento organizacional. Essas perspectivas podem ser tantas quanto à organização necessite escolher em função da natureza do seu negócio. O BSC busca estratégias e ações equilibradas em todas as áreas que afetam o negócio da organização como um todo, permitindo que os esforços sejam dirigidos para as áreas de maior competência e detectando e indicando as áreas para eliminação de incompetências. É um sistema focado no comportamento e não no controle. Resistência às mudanças 24 Segundo Hernandez e Caldas (2001), a expressão ‘resistência à mudança’ é creditada a Kurt Lewin (1947), para quem as organizações poderiam ser consideradas processos em equilíbrio quase-estacionário, ou seja, uma organização seria um sistema sujeito a um conjunto de forças opostas, mas de mesma intensidade, que manteria o sistema em equilíbrio ao longo do tempo. Esses processos não estariam em equilíbrio constante, mas mostrariam flutuações em um determinado nível. As mudanças ocorreriam quando uma das forças superasse a antagônica em intensidade, deslocando o equilíbrio para um novo patamar. Assim, a resistência à mudança seria o resultado da tendência de um indivíduo ou de um grupo a se opor às forças sociais que objetivariam conduzir o sistema para um novo patamar de equilíbrio. Tavares (2010) ressalta que a resistência às mudanças se dá tanto em nível individual quanto grupal. No nível individual as resistências passivas manifestam-se na retenção de informações, no não comparecimento a reuniões e na não adoção de novas normas. Já as resistências ativas incluem a oposição ou antagonismo declarados às novas propostas. As resistências no nível grupal se retratam como “feudos, igrejinhas e panelas” que são constituídos por pessoas que compartilham algum tipo de interesse em comum. É um dos mecanismos de autoproteção e autopreservação utilizados ou manifestados 25 para conotar o status distinto em relação aos outros grupos ou pessoas da organização.Kotter e Schlesinger (2000) mencionam que os motivos mais frequentes que levam as pessoas a resistirem às mudanças são o interesse próprio e limitado (o desejo de não perder algo de valor); desentendimento e falta de confiança (compreensão errônea da mudança e suas implicações); avaliações diferentes (ou a crença de que a mudança não faz sentido para a empresa); e baixa tolerância à mudança. Nesse sentido, Oliveira (2010b) corrobora as afirmativas, quando destaca como razões das resistências ao processo de mudanças o fato de (a) as pessoas afetadas sentirem que vão perder alguma coisa que não gostariam de perder; b) a relação custo versus benefícios ser negativa, ou seja, as pessoas afetadas consideram que vão ter mais resultados negativos do que positivos com a mudança; (c) a falta de confiança entre o agente da mudança e as pessoas afetadas pela mudança e d) a efetiva ou suposta falta de capacidade em operacionalizar as novas atividades e comportamentos que a mudança vai exigir das pessoas afetadas. Conforme Kotter (2000), o maior equívoco que executivos cometem ao tentar mudar as empresas é mergulhar no planejamento sem estabelecer um senso de urgência nos gerentes e funcionários, traduzida pelo exame do mercado e das realidades dos concorrentes, além da identificação e discussão das crises, crises potenciais ou oportunidades fundamentais. Dependendo do grau em que ocorre e como é administrada, a resistência também pode provocar a deterioração das relações interpessoais, afetar o moral das pessoas, ter implicações no clima organizacional e comprometer o processo (TAVARES, 2010). Porém, o autor lembra que em meio a essa situação hostil ou de resistências, podem surgir ou florescer boas ideias e alertas que em outras situações não aflorariam. 26 CONCLUSÃO . Analisando-se a evolução do pensamento estratégico, observa-se que ele passou por diferentes fases e contextos semânticos. Desde sua origem milenar, o vocábulo estratégia assumiu diversos significados, sem, contudo, perder sua raiz semântica. Representa hoje um importante instrumento de adequação empresarial a um mercado competitivo e turbulento, preparando a organização para enfrentá-lo e utilizando-se, para isso, de suas competências, qualificações e recursos internos, de maneira sistematizada e objetiva. Apesar da sua constituição tardia, a Administração Estratégica evoluiu do rígido e “limitado” planejamento estratégico para uma disciplina que ocupa atualmente um papel de destaque no Conhecimento Administrativo, por sua potencial capacidade norteadora e sinalizadora de caminhos mais seguros e viáveis à sobrevivência e ao crescimento da organização. Desempenha, assim, uma função crucial: a de integrar estratégia, organização e ambiente de forma sinérgica. A estratégia empresarial, apesar de ter sua elaboração concentrada na alta administração, deve ser conhecida por todos os funcionários da organização, os quais devem atuar de forma participativa na sua implantação. Essa atuação dos funcionários como colaboradores é necessária em razão do caráter transitório e adaptativo dessa estratégia, que é um processo contínuo e propenso a mudanças e adequações, mergulhado em um contexto de incertezas macroeconômicas. Existem diferenças entre as decisões que são tomadas nos diversos níveis hierárquicos das organizações e os níveis da estratégia – corporativa ou empresarial, de unidades de negócios e funcional. A estratégia corporativa é mais abrangente, englobando e influenciando as demais. Suas decisões estratégicas envolvem o delineamento do escopo corporativo, a seleção do 27 melhor método de diversificação e a forma de competição entre as unidades de negócios. Sendo assim, a estratégia corporativa deve receber uma atenção maior da alta administração, uma vez que seu fracasso pode acarretar a falência da organização. Ela é abrangente e crucial para a sobrevivência e crescimento de uma organização. O conjunto de decisões que estão sob sua chancela influencia os objetivos, missão e rumos da organização, além de impactar significativamente na sua rentabilidade, grau de competitividade e na satisfação dos seus diversos stakeholders. Compete à alta administração selecionar o melhor método de diversificação e delineamento do escopo corporativo e implementar as ações e diretrizes necessárias para a transferência e compartilhamento de atividades entre as unidades de negócios, de maneira sinérgica e participativa. Em virtude da turbulência do ambiente de mercado atual, a Administração Estratégica deve ser vista como um processo contínuo, no qual as estratégias devem ser constantemente revistas, pois nem sempre se alcançam os objetivos pretendidos. Uma estratégia pretendida pode ser realizada em sua forma original, modificada ou até mesmo de forma completamente diferente. Ocasionalmente, é claro, a estratégia pretendida pela administração é implementada, mas normalmente há diferenças entre essa e a realizada, o que significa que a Administração Estratégica deve ser um processo contínuo e retroalimentável. 28 REFERENCIAS ANSOFF, H. I. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL. SÃO PAULO: MCGRAW-HILL, 1977. _____; MCDONNELL, E. J. 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