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Resumo de: Maíra Lara – 6° Período de Medicina Veterinária – UniLavras – 2024/1 Apidismo • + de 20000 espécies de Apis melífera ; • Insetos himenópteros (possuem dois pares de asas membranosas) ; • Medem de 2mm a 4cm; • Tem grande importância econômica; • Não existe epidemiologia → Os acidentes são frequentes pela prática diária; • O número de picadas + o efeito do veneno vai conduzir como vai ser a reação, se será local ou sistêmica; o Número de picadas por quilo: Mais de 20 picadas por quilo o prognóstico tende a ser desfavorável; • No Brasil as abelhas produtoras de mel nativas são sem ferrão, mas como as abelhas com ferrão produzem mais mel, houve um cruzamento entre as abelhas africanas e europeias, essas são as abelhas africanizadas, que são utilizadas na apicultura brasileira. Abelhas Africanizadas • São mais rápidas, mais excitáveis e mais nervosas que as europeias; • Não tendem a picar quando retiram néctar e pólen das flores : o Picam em sua defesa quando são provocadas. • Respondem rapidamente e atacam em enxames (15 a 20 segundos do ataque = + de 200 abelhas voando); • Se sentem ameaçadas por pessoas e animais a menos de 15m da colmeia e podem causar ataques; o Sentem vibrações a 30m da colmeia; o Perseguem 400m ou mais. • Colmeias: São cavidades pequenas em áreas protegidas (caixas, latas e baldes vazios, carros abandonados, madeira empilhada, moirões de cercas, galhos e ocos de árvores, garagens, muros e telhados) . Ordem Hymenoptera • Insetos com ferrões verdadeiros: o Família Apidae: Abelhas o Família Vespidae : Vespas e marimbondos o Família Formicidae : Formigas • Cabeça e tórax com pelos ramificados ou plumosos Resumo de: Maíra Lara – 6° Período de Medicina Veterinária – UniLavras – 2024/1 Família Apidae Aparelho do ferrão • Dividido em duas partes: o Estrutura muscular e quitinosa: Introdução do ferrão e injeção do veneno; o Porção glandular: Produção e armazenamento do veneno; o Ferroada: Inserem 2 a 3 mm do ferrão: ▪ Perdem o ferrão e morrem, o ferrão é ligado ao TGI. Composição do veneno • Melitina: (50%): Maioria dos efeitos deletérios ; • Fosfolipase A2 (12%): Principalmente efeito hemolítico; • Fosfatase ácida: Alergênica moderada. • Histamina, hialuronidase, apamina e um fator degranulador de mastócitos ; • Alta absorção e distribuição do veneno; o Hialuronidase: Rápida absorção e dispersão do veneno; o Fosfolipase A2 Histamina e melitina: Substâncias vasoativas: ↑ permeabilidade vascular. Ação do veneno • Hemolítica • Cardiotoxica: Principal reação é a cardiológica • Citotóxica • Neurotoxica Sinais clínicos • Áreas mais afetadas: ocular, nasal e oral ; • Cães mais acometidos (humanos); o Comportamento – latido e movimentação frequente incomodam as abelhas, que se sentem ameaçadas e atacam. • Cores escuras atraem mais abelhas: o Acidentes – ↑ animais pelagem escuras. Resumo de: Maíra Lara – 6° Período de Medicina Veterinária – UniLavras – 2024/1 • Três tipos de acidente: o Animais recebem uma ou poucas picadas; o Animal sensível ou sensibilizado - reação de hipersensibilidade tipo I ou choque anafilático; o Múltiplas picadas; • Uma ou poucas picadas: o Mais frequente, tende a ter uma reação inflamatória local. o O animal pode ter reação de hipersensibilidade ou choque: ▪ Animal sensível até a picada única; ▪ Dor, eritema, prurido e edema; ▪ Choque (aminas vasoativas): • Clínica da hipersensibilidade I; • Hipotensão (relativa), taquicardia; • Estresse respiratório: edema e broncoespasmo. • Múltiplas picadas: o Mais grave; o Ação sistêmica pela toxina; o Ferrões pelo corpo; o Agitação, prostração; o Náusea, êmese; o Hipotensão e taquicardia; o Taquipneia e edema pulmonar; o Mialgia generalizada; o Incoordenação, tremores e espasmos musculares; o Nistagmos, convulsões e coma; o Manifestações clínicas tardias: ▪ Hematúria; ▪ Hemoglobinúria; ▪ Hematomas; ▪ Rabdomiólise; ▪ IRA. o O animal morre devido a cardiotoxicidade. Resumo de: Maíra Lara – 6° Período de Medicina Veterinária – UniLavras – 2024/1 Tratamento • Não existe anti-veneno específico na veterinária ; • O tratamento é sintomático de suporte; • Fluidoterapia: o Volemia e rim; • Oxigenioterapia; • Adrenalina 1:1000 (choque – 0,01 a 0,05 mg/kg); • Anti-histamínicos: o Cimetidina 5-10mg/kg, IM ou IV, 8-8h o Cloridrato de prometazina 0,2 a 1mg/kg, SC • Monitorar o animal; • Urinálise e monitorar a quantidade de urina produzida; o Proteinúria, hemoglobinúria e hematúria; o Leucócitos e descamação célular. • Concentrações séricas de eletrólitos ; • Ureia e creatinina aumentados; • Volemia: Fluido ou sangue; • Corticoides: o Succinato de prednisolona sódica ou hidrocortisona : 50 a 150 mg/kg IV, repetir em 3 a 4 horas se necessário; • Antibióticoterapia em casos de imunossupressão; • Rabdomiólise: o Bicabornato; • Para retirada dos ferrões: o Raspagem; o Cerca de 2/3 do veneno permanecem no ferrão! • A morte do animal acontece vários dias após o tratamento (10 dias); • Casos moderados levam cerca de 7 dias para melhora. Acidentes por picadas de Vespas • Acidente por 3 espécies: o Paulistinha ou mariquinha (Polybia paulista) o Marimbondo cavalo (Polistes versicolor); o Caçununga (Stenopolybia vicina ). • São mais de 400 espécies de ‘vespas sociais’; • Todas da subfamília Polistinae; • Possuem o abdômen mais afilado e pedículo (cintura) ; • Não perde o ferrão após a picada . Resumo de: Maíra Lara – 6° Período de Medicina Veterinária – UniLavras – 2024/1 Composição do veneno • Mastoparanos: Degranulam mastócitos e liberam catecolaminas; • Fosfolipase A2: Principalmente efeito hemolítico; • Peptídeos quimiotáticos: Quimiotaxia de neutrófilos e monócitos; • Cininas: Histamina e bradicininas (inflamação); • Hialuronidase: Absorção e dispersão do veneno. • Efeito local e sistêmico semelhante ao provocado pelas abelhas; • Esquema terapêutico idêntico ao adotado para envenenamento por picada de abelhas. Acidentes por Picadas de Formigas • Ordem Hymenoptera , Superfamília Formicoidea; • Insetos sociais; • Estrutura social complexa: o Inúmeras operárias e guerreiras ; o Rainhas e machos alados (reprodução) . • Algumas espécies possuem agulhão abdominal (glândula de veneno) ; • Picada pode ser muito dolorosa; o Complicações: Anafilaxia, necrose e infecção secundária • Formigas do gênero Atta; • Saúvas; • Comuns em todo Brasil ; • Produzir cortes na pele animal com as potentes mandíbulas ; Subfamília Myrmicinae • Formigas do gênero Solenopsis ; • Formigas-de-fogo ou lava-pés; • Agressivas e atacam em grande número se o formigueiro for perturbado ; • Fazem um formigueiro baixo, largo, com inúmeras saídas , não atacam a vegetação próxima; • Ferroada extremamente dolorosa: o 10-12 vezes: Pequena lesão dupla no centro de várias lesões pustulosas; Resumo de: Maíra Lara – 6° Período de Medicina Veterinária – UniLavras – 2024/1 Sinais clínicos • Pápulas de 0,5 a 1 cm; • Dor local (cede em algumas horas); • Prurido; • 24 horas: o Pápula → pústula estéril (reabsorvida em 7 dias); • Acidentes múltiplos são comuns; • Infecção secundária decorrente do rompimento da pústula que se forma acima da lesão devido à alta prurido. Composição do veneno • 90% alcalóides oleosos; o Solenopsin A: Possui efeito citotóxico; • 10% proteínas; o Reação alérgica com efeito individual; • Morte celular induzida pelo veneno; o Diapedese de neutrófilos. Complicações • Processos alérgicos em diferentes graus (óbito); • Infecção secundária (abscessos); • Celulite • Diagnóstico clínico. Tratamento • Solenopsis sp (Lava-pés); o Compressas friasno local; o Corticoides tópicos; o Analgésicos e anti-histamínicos • Acidentes maciços ou complicações alérgicas: o Corticoides IV; o Anti-histamínicos; o Choque anafilático: Volemia, oxigenação. Resumo de: Maíra Lara – 6° Período de Medicina Veterinária – UniLavras – 2024/1 Anfíbios • Mais de 5.918 espécies no mundo, no Brasil existem cerca de 875 espécies; o 61: Família Bufonidae (sapos); o Gênero Rhinella . • São robustos, de pele seca e rugosa, possuem membros posteriores curtos, possuem saltos pequenos ou andam caminhando. A lentidão faz com que muitos cães peguem o animal e acabem sofrendo o acidente; • Cerca de 200 espécies do gênero Rhinella : o Ocorrência mundial, principalmente em países de clima tropical e temperado úmido; o Possuem hábitos noturnos, durante o dia ficam em tocas, entre raízes de árvores, no solo e pedras; o Nem todas as espécies são venenosas. • As principais espécies presentes no Brasil são: o R. ictericus; o R. shneideri; o R. marinus; Rhinella ictericus • Bufo ictericus; • Nativos da América do Sul (Argentina, Paraguai e Brasil); • Sapo-cururu; • Habitat: Florestas tropicais, subtropicais, cerrado e pampa. Rhinella shneideri • Bufo shneideri (B. paracnemis); • Nativos da América do Sul (Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai); • Sapo-boi (confundido com o sapo-cururu); • Tamanho grande: 10 a 15 cm; • Possuem glândula de veneno na pata traseira (glândula tibial); Rhinella marinus • Bufo marinus; • Sapo-jururu, xué-guaçu, xué-açu, aguá e sapo-gigante; • Tamanho grande: 10 a 15 cm (38cm); • Nativos da América do Sul e América Central; • Possuem apetite voraz, podem interferir no controle biológico; o Praga: Mata predadores nativos Resumo de: Maíra Lara – 6° Período de Medicina Veterinária – UniLavras – 2024/1 Veneno do sapo • Os sinais clínicos são agudos, acontecem muito rápido, em cerca de 15 minutos o animal já apresenta sintomas como: o Irritação do TGI; o Sinais cardíacos pela ação cardiotoxica; o Sinais neurológicos pela ação neurotóxica. • O animal vai se intoxicar pela: o Ingestão do sapo; o Lambedura; o Abocanhamento. o Contato em mucosa ocular ou ferimentos; o Rápida absorção do veneno. • Aminas biogênicas: o Serotonina: ▪ Vasoconstrição e ação neurotransmissor: • Efeitos na termorregulação, ciclos de sono e no controle motor dos músculos periféricos. o Bufotenina, dihidrobufotenia e butotionina : ▪ Efeitos alucinógenos – SNC. Sinais clínicos • A severidade dos sintomas vai depender da: o Espécie do sapo; o Vômito e sialorreia; o Quantidade de veneno ingerida/absorvida; o Porte e susceptibilidade do animal acometido; ▪ Raças braquicefálicas. o Os sintomas imediatos são: ▪ Local e TGI. ▪ Sistema cardiotoxico. • Quadros leves: o Irritação da mucosa oral; o Sialorréia. • Quadros moderados: o Vômito; o Fraqueza, ataxia, depressão; o Andar em círculos; o Anormalidades do ritmo cardíaco e evacuação e micção espontânea. Resumo de: Maíra Lara – 6° Período de Medicina Veterinária – UniLavras – 2024/1 • Quadros graves: o Irritação da mucosa oral, sialorreia e vômito; o Depressão, fraqueza, ataxia e andar em círculos; o Anormalidades do ritmo cardíaco; o Evacuação e micção espontâneas, diarreia e dor abdominal; o Decúbito esternal, sem reflexo pupilar, convulsões, opstótono e nistagmo; o Edema pulmonar e cianose; o Óbito. o Excitação, arqueamento de dorso, incontinência fecal, perturbação visual, paralisia muscular progressiva, cegueira e vocalização. Tratamento • Não há antidoto específico; • Lavar cavidade oral; • Lavagem gástrica, carvão ativado de forma precoce (até 2 horas após o acidente); • Anticonvulsivantes; • Protetor de mucosa; • Fluidoterapia; • Arritmias (propanolol); • Oxigenioterapia; • 90% dos casos tem recuperação em até 6 dias.
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