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Processos Patológicos Gerais Degeneração Celular Ana Paula Fernandes Mac Degeneração: Define-se como lesão reversível secundária a alterações bioquímicas que resultam em acúmulo de substâncias no interior das células. ↓ Síntese de RNA, enzimas e proteínasIntegridade Genética Hipobiose,↓metabolismo, ↓ potencial de adaptação Proteínas e Enzimas ↓ ATP e pH, ↑Ca+2, ativação de enzimas líticasRespiração Celular Alteração na permeabilidade de membrana e na pressão osmótica Membrana Celular Degeneração Celular Alterações Metabólicas Lesão ↓ da função celular MECANISMOS DE ACÚMULOS INTRACELULARES Água e Eletrólitos Degeneração Hidrópica Lipídios Proteínas Degeneração Gordurosa (esteatose e lipidoses) Carboidratos Degeneração Glicogênica (glicogenoses) Degeneração Hialina e Mucoide Degeneração Hidrópica CLASSIFICAÇÃO Degeneração Hidrópica Caracteriza-se pelo acúmulo de água no citoplasma, que se torna volumoso e pálido. Também denominada edema celular. Geralmente acomete células paraquimentosas, principalmente do rim, fígado e coração. Aspectos microscópicos: células tumefeitas, apresentando pequenos vacúolos e grânulos no citoplasma. Aspectos macroscópicos: palidez, ↑ de volume e peso, com perda de brilho. Ao corte, o parênquima sobrepõe-se à cápsula. É provocada por distúrbios no equilíbrio hidroeletrolítico que resultam em retenção de eletrólitos e água. Patogenia e Etiologia ↓ funcionamento da bomba eletrolítica • Alteração na produção ou no consumo de ATP • Alterações na integridade de membranas • Modificações nas moléculas que formam a bomba Na/K Agentes Lesivos: • Hipóxia, desacopladores da fosforilação mitocondrial, inibidores da cadeira respiratória, agentes tóxicos, hipertermia. • Toxinas com atividade de fosfolipases, agressões geradoras de radicais livres. • Substâncias inibidoras da ATPase Na+/K+ Retenção de sódio, redução de potássio e aumento da pressão osmótica intracelular, levando à entrada de água no citoplasma. Degeneração hidrópica de hepatócitos Degeneração Gordurosa Caracteriza-se ao acúmulo anormal de lipídios no interior das células paraquimentosas. Também denominada esteatose. Geralmente acomete o fígado e órgãos relacionados ao metabolismo lipídico. Aspectos microscópicos: vacúolos citoplasmáticos localizados próximo ao núcleo (esteatose microgoticular). Com a progressão do processo os vacúlos fundem-se (esteatose macrogoticular). Aspectos macroscópicos: ↑ de volume e peso, cor amarelada e consistência amolecida. Os bordos são arredondados. Patogenia e Etiologia Etiologia Entrada excessiva de ácidos graxos livres, decréscimo de síntese proteica, ↓ na oxidação de ácidos graxos, ↑ na esterificação de ác. graxos livres para TG (álcool), ↑ de triglicerídes plasmáticos (álcool e diabetes), ↓ liberação de lipoproteínas do hepatócito (álcool). Esteatose hepática SÍNDROME DE KWASHIORKOR A alteração do fígado ocorre pela carência de apolipoproteínas que transportam os lipídios do fígados para os outros tecidos corporais. Lipidoses Caracteriza-se ao acúmulo anormal de lipídios por outros mecanismos patogênicos (doenças do acúmulo, aterosclerose, hiperlipidemias primárias e secundárias). Xantelasma Aterosclerose Macrófagos xantomatosos e cristais de colesterol reacionais a um craniofaringioma Degeneração Hialina Na patologia clássica, são classificadas como processos degenerativos dependentes do metabolismo protéico alterado. DH goticular Corpúsculo de Russell Corpúsculo de Councilman-Rocha Lima DH de Mallory DH na deficiência da alfa-1-antitripsina DH de Crooke Degeneração cérea de Zenker Degeneração Hialiana propriamente dita Amiloidose Degeneração Hialina Extracelulares Intracelulares DH Extracelulares Pulmão: Síndrome da Angústia Respiratória das crianças e adultos. Pâncreas: Hialinização das ilhotas de Langerhans na diabetes. Paredes de Vasos: HAS, glomerulonefrites, lúpus eritrematosos. Na DH propriamente dita ocorre hialinização do tecido conjuntivo fibroso e/ou da parede de vasos (deg. conjuntivo-vascular). Aspectos microscópicos: recentes – área da lesão é vermelha, tumefeita, edema e tecido conjuntivo jovem; tardios – fibras compactas em uma massa homogênea e eosinófilica. Aspectos macroscópicos: pouco significativas, sem lesão aparente. Hialinose arteriolar e hialinização glomerular na hipertensão arterial Amiloidose Síndrome que agrupa processos patológicos diversos, cuja característica comum é o depósito de substância hialina amorfa, proteinácea→ substância amiloide. Composta por fibrilas de estrutura molecular beta, cora-se em vermelho congo e pouco solúvel. DH Intracelulares Corpúsculo de Russel: A substância hialina refere-se a Imunoglobulinas, IgG sobretudo, que se cristaliza no citoplasma dos plasmócitos no interior das cisternas do RE. Degeneração Hialina de Mallory: Presente na cirrose alcoólica. Os hepatócitos apresentam no citoplasma massas hialinas grumosas de tamanho e formas diferentes com bordas filamentosas. Degeneração hialina de Mallory Degeneração Mucoide Caracteriza-se pelo acúmulo de muco no interior das células. Ocorre em células produtoras de muco – nas inflamações da mucosa (inflamação catarral), em alguns cânceres (estômago, intestino e ovário) Aspectos microscópicos: o muco desloca o núcleo conferindo a célula o aspecto de “anel de sinete”. Aspectos macroscópicos: aspecto gelatinoso. Etiologia Hérnias de disco, rotura dos meniscos, valvas cardíacas na doença reumática, síndromes hereditárias (mucoviscidose), síndrome de Hurler e de Hunter. Degeneração mucoide em adenocarcinoma indiferenciado do estômago Degeneração Glicogênica Caracteriza-se pelo acúmulo de glicogênio no interior das células. Também denominada glicogenoses. Ocorre em estados de hiperglicemia. Aspectos microscópicos: coloração positiva para o PAS Aspectos macroscópicos: pouco significativas, sem lesão aparente podendo apresentar um discreto aumento de volume. Etiologia Diabetes, obesidade, síndromes genéticas que promovem defeitos do metabolismo do glicogênio (doença de von Gierke e síndrome de McArdle e etc). Glicogenose hepática tipo I ou Doença de von Gierke Processos Patológicos Gerais Calcificações Patológicas Prof. Ana Paula Fernandes Calcificação Patológica Calcificação: depósitos de sais de cálcio nos tecidos na formação dos ossos e das cartilagens (processo fisiológico). Calcificação Patológica: deposição anormal de sais de cálcio e outros sais minerais heterotopicamente. Alteração da homeostase→ Deposição de Ca Classificação (constituição do tecido e metabolismo do Ca) Calcificação Distrófica Calculose ou Litíase Calcificação Metastática Calcificação Idiopática→ causa desconhecida Calcificação Distrófica → Não reflete apenas o acúmulo de cálcio derivado da morte celular, mas também a deposição do cálcio circulante e dos fluidos intesticiais sobre o tecido necrótico. Comumente observadas em necroses (caseosas, isquêmicas e gordurosas) e raramente na necrose liquefativa. Mecanismo de calcificação semelhante ao de ossificação, que ocorre em tecidos lesionados. Calcificação distrófica da valva aórtica Pontos de calcificação na camada íntima da aorta em um processo avançado de ateroesclerose A pinça destaca uma placa de ateroma calcificada, que se desloca da túnica íntima (PI) Trombo calcificado Calcificação em nódulo de origem tuberculosa Calculoses (Litíases) → A calculose pode levar à obstrução, lesão e/ou infecções de ductos, principalmente no pâncreas, glândula salivar, próstata e tratos urinários e biliar. Calcificação distrófica localizada em estruturas tubulares (diferentes dos vasos sanguíneos). Cálculos renais Calculose em ducto da glândula parótida Litíase da vesícula biliar Litíase renal Calcificação Metastática Pode ocorrer em: sarcadoises, hipertireoidismo, doença de Addison, leucemias síndromes paraneoplásicase imobilizações ósseas prolongadas. Observada no ↑ paratormônio, excesso de vitamina D, ↑ mobilidade do Ca ósseo, em doenças renais crônicas e no hiperparatireoidismo secundário. Processo de calcificação está relacionado ao aumento do cálcio circulante (hipercalcemia). O cálcio circulante deposita-se em tecidos normais, acentuando-se mais nos locais onde houver tecidos lesados. Calcificações metastáticas em dura-máter Calcificações metastáticas em alvéolo pulmonar Processos Patológicos Gerais Pigmentação Patológica Prof. Ana Paula Fernandes Pigmentos e Pigmentação Patológica Pigmentos: são substâncias químicas ou biológicas que tem cor própria. Pigmentação: formação e/ou acúmulo de pigmentos nos diversos tecidos do organismo. Podendo ser um processo fisiológico ou patológico. Pigmentação Patológica: acúmulo anormal de pigmentos exógenos ou endógenos nas células e tecidos decorrentes da perda de homeostase celular. Pigmentos Exógenos Pigmentos advindos do exterior e que alcançam o interior dos tecidos por via respiratória, digestiva ou por inoculação em pele e mucosas. Classificação (de acordo com o pigmento) 1) Antracose: cor enegrecida (carvão) 2) Siderose: cor ferruginosa (ferro) 3) Argiria: cor azulada ou acinzentada (sais de prata) 4) Tatuagem: cor variada (Al, Ti, C...) – fagocitada por macrófagos 5) Chumbo: cor azul (geralmente localizada na gengiva) 6) Bismuto: cor enegrecida (terapia para sífilis) Antracose e siderose pulmonar Argiria Antracose Tatuagem por amálgama Tatuagem Chumbo Bismuto Pigmentos Endógenos Pigmentos produzidos por meio da atividade metabólica das próprias células do organismo. � Melanina: pigmento acastanhado produzido por melanócitos – disfunções hipermelanose (lentigo, efelídes, melanoma e nevo melanócito) e hipomelanose (albinismo e viligo) � Hemoglobina e seus derivados: se originam da lise da hemoglobina – hemossiderina e bilirrubina � Lipocromos: pigmento marrom-amarelado relacionado ao envelhecimento celular - lipofuscina Hiperpigmentação da camada basal na efélide Pigmentação melânica na camada basal Bilirrubina na cirrose biliar Siderose Grânulos de hemossiderina em células hepáticas ICTERÍCIA Definida como coloração amarelada da pele, escleróticas e membranas mucosas consequente à deposição de pigmento biliar (bilirrubina), o qual se encontra em níveis elevados no plasma (hiperbilirrubinemia). Manifestação clínica comum nas doenças hepáticas. Grânulos de lipofuscina em miócitos cardíacos ALBINISMO Forma recessiva e autossômica. Os melanócitos encontram-se em número normal, mas não produzem pigmentos melânicos. Forma de apigmentação. VITILIGO Diminuição adquirida e progressiva do número de melanócitos. Caso Clínico Paciente do sexo masculino, 71 anos, com história de dificuldade de deglutição associado à perda de 12 kg neste período. Seis meses depois iniciou quadro de progressivo aumento de volume de região submentoniana de consistência amolecida associado a macroglossia e dificuldade de protrusão da língua. Foi realizada biópsia de língua na qual substâncias róseas foram encontradas sugestivas de sustância amilóide. Foi realizado aspirado de gordura abdominal, o qual mostrou presença de substância amilóide, fechando, deste modo, o diagnóstico de amiloidose sistêmica. Caso Clínico Paciente feminina, 48 anos, após realizar hemodiálise por 13 anos em razão de IRC agudizada secundária a tuberculose renal na infância, iniciou quadro de hemoptise, febre, dispneia aos grandes esforços e tosse produtiva. O exame físico do sistema respiratório revelou sibilos, estertores esparsos e difusos. Biópsia a céu aberto revelou tecido pulmonar com exuberante hemossiderose alveolar associada a microcalcificações localizadas em septos alveolares e em paredes vasculares, compatível com CPM (calcificação pulmonar metastática). Caso Clínico O primeiro caso foi um homem de 75 anos, sem história clínica relevante. Na dermatoscopia, observou-se um padrão homogêneo azul nos dedos do paciente. O segundo caso, um homem de 70 anos que também apresentou algumas manchas de coloração cinza-azul em ambas as mãos. As biópsias mostraram a presença de múltiplos pigmentos enegrecidos depositados sobre as fibras elásticas da derme. Manchas melanocíticas foram negativas. O estudo histológico com microscopia de campo escuro mostrou uma luminosidade característica (Fig. 2D). Em uma anamnese mais abrangente, os pacientes reconheceram terem trabalhado por mais de 30 anos como joalheiros, manipulando repetidamente prata.
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