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PATOLOGIA GERAL Patologia confere entendimento de como as doenças funcionam e como elas podem ser diagnosticadas, tratadas e prevenidas. Conecta os estudos de forma e funções normais (anatomia, histologia e fisiologia) com o estudo da clínica médica. - Conservação em formol 10% Coloração de hematoxilina e eosina (HE) Hematoxilina – cora substâncias basofílicas (azulado). Eosina – cora substâncias eosinofilicas (róseo). Doença: qualquer desvio ou interrupção da estrutura ou função normal de qualquer parte, órgão ou sistema orgânico (ou uma combinação destes). Manifestada por uma série de sinais clínicos (sintomas) característicos e cuja etiologia (causa), patologia (lesões) e prognóstico podem ser conhecidos ou desconhecidos. Caso clínico: corpo estranho (arame) no retículo de um bovino. Animal apresentava: Dificuldades de locomoção, cansaço, dor ao exame físico, jugular bem ingurgitada, retículo aderido ao diafragma, arame perfurou a parede reticular, perfurou o diafragma, adentrou o tórax e chegou ao coração fazendo um orifício no saco pericárdico trazendo consigo uma carga bacteriana causando inflamação no saco pericárdico e no epicárdio (folheto visceral e parietal) formando fibrina (inflamação fibrinosa) Retículo-pericardite traumática. Patogênese: é o mecanismo de desenvolvimento de uma doença desde o seu início até suas manifestações celulares e moleculares. Permite compreender como a doença inicia e evolui, sua relação com os sinais clínicos nos diferentes estágios da doença e como proceder clinicamente de forma apropriada. Sinais clínicos: é o conjunto de manifestações de uma determinada doença. Exemplos: febre, dispneia, tosse, agressividade, paralisia, diarreia, vômito, anorexia, emagrecimento. Juntamente a exames clínicos, permite o estabelecimento de um diagnóstico clínico. Sarna sarcoptera: muito pruruginosa. Sinais clínicos: alocepia, crostas, prurido intenso. Prognóstico: uma previsão da evolução de um determinado caso clínico: - Exemplo 1: um cão com adenoma sebáceo (tumor benigno de glândulas sebáceas); prognóstico favorável. - Exemplo 2: uma cadela com um tumor mamário maligno; prognóstico reservado a desfavorável. Utilizado em exames histopatológicos e biópsias. - Prognóstico desfavorável Patologia geral: estudo das respostas básicas das células e tecidos às agressões, independentemente dos órgãos, sistemas ou espécie animal envolvidos. Células normais, adaptadas e lesadas: Uma célula normal (em homeostasia/equilíbrio) pode receber um estímulo como estresse e aumento de demanda fisiológica que a obrigará a adaptar-se (morfológicamente e funcionalmente). Exemplo: hipertrofia (aumenta de volume para tentar fazer suas funções normalmente), atrofia (diminui de volume), hiperplasia (aumenta o número de células), metaplasia (mudam e se modificam; tem determinada função e passa a ter outra). A partir disso, ou tem sucesso na adaptação ou é incapaz de se adaptar sofre exaustão ficando incapaz de seguir se adaptando e isso leva a uma lesão celular. A lesão por incapacidade de se adaptar é reversível, pois a célula pode se recuperar, mas dependendo da intensidade, se a partir dessa lesão essa célula morrer, será irreversível ocorrendo morte celular. A célula também pode receber um estímulo danoso ou nocivo que leva à uma lesão, podendo ser reversível ou irreversível dependendo da intensidade da lesão. Estímulo nocivo/danoso: causas e lesões celulares - Hipóxia, agentes físicos, agentes infecciosos, desequilíbrios e deficiências nutricionais, anormalidades genéticas, desequilíbrio da carga de trabalho, substâncias químicas, fármacos e toxinas, disfunção imunológica, envelhecimento, entre outras. Acúmulos intracelulares: - Tumefação celular aguda: degeneração hidrópica - Lipídios - Glicogênio - Proteínas - Outras inclusões intracelulares Tumefação celular aguda: também chamada de degeneração hidrópica (num estágio mais avançado). Manifesta-se como um aumento no tamanho e volume celular (célula tumefeita). Resulta de uma sobrecarga de água. Causada pela falha da célula em manter a homeostase e em regular a entrada e saída de água (falha na bomba de sódio e potássio (Na/K). - Agressão como por exemplo uma hipóxia – diminuição da produção de ATP, falha na bomba de Na/K – entrada de sódio aumenta a pressão osmótica e de água – saída de potássio – vacuilização do citoplasma por excesso de água – degeneração hidrópica. Principais causas: hipóxia, mecânicas, tóxicas, infecciosas, imuno- mediadas... Mecanismos para que ocorra: - Falha na produção celular de energia, Danos às membranas celulares, Danos às enzimas reguladoras dos canais iônicos das membranas. Características morfológicas macroscópicas: - Aumento de volume do órgão afetado, bordos dos lobos arredondados, mais pesado (por ter mais água), mais pálido, ao corte o parênquima protrui um pouco sobre a cápsula (alívio de pressão) Características morfológicas microscópicas: coloração da hematoxilina-eosina (HE): palidez e degeneração vacuolar citoplasmática (vacúolos não corados). Principais células afetadas: endotélios, epitélios, cardiomiócitos e neurônios. Lipídios: podem se acumular nas células triglicerídeos, colesterol e fosfolipídeos. Acúmulo ocorre principalmente nos hepatócitos (lipidose hepática), mas pode acometer o músculo cardíaco, os músculos esqueléticos e os rins. - Lipidose hepática: esteatose hepática ou fígado gorduroso. Metabolismo normal dos ácidos graxos no fígado: Entra no hepatócito como ácido graxo livre, sofre ação do acetato e a partir disso vários processos irão acontecer: oxidação em corpos cetônicos, formação fosfolipídeos, formação colesterol. Esse ácido graxo quando sofre ação do alfa-glicerofosfato se transforma em triglicerídeo (forma de armazenamento) que através da união com a apoproteína forma uma lipoproteína que é secretada do hepatócito. Mecanismos para ocorrência da lipidose hepática: - Liberação excessiva de ácidos graxos livres provenientes do intestino (dieta gordurosa) ou do tecido adiposo (lipólise, animal não está comendo). Chega ácido graxo em excesso e satura, ocorrendo vacuolização do citoplasma por excesso de lipídeos. - Alteração da beta-oxidação de ácidos graxos em corpos cetônicos e em outras substâncias devido à lesão mitocondral (toxinas, hipóxia) – vacuolização do citoplasma por excesso de lipídeos. - Síntese prejudicada de apoproteína (aflatoxicose) – triglicerídeos em excesso (se acumulam). Visualização da mesma forma em todos esses mecanismos. - Combinação prejudicada de triglicerídeos e proteínas para formação de lipoproteínas (incomum). Hepatócito consegue produzir apoproteína, mas não consegue fazer a ligação entre triglicerídeos a elas, não formando lipoproteínas, acumulando triglicerídeos dentro do hepatócito. Mais rara. - Liberação prejudicada (secreção) de lipoproteínas do hepatócito (incomum). Lipoproteína acumulada não consegue sair do hepatócito. Características morfológicas macroscópicas: - Acúmulo leve: pode não ser detectável macroscopicamente; - Acúmulo acentuado (lipidose hepática acentuada); fígado aumentado de volume, amarelado, macio, friável (quebradiço), bordos dos lobos arredondados, ao corte protrusão do parênquima e textura gordurosa. Características morfológicas microscópicas: - vacuolização citoplasmática: vacúolos pequenos (microvacúolos) ou vacúolos grandes (macrovacúolos). - Quando há muita gordura citoplasmática, o núcleo pode ser deslocado para a periferia. O tratamento com xilol ou álcool deixa o vacúolo vazio pois remove a gordura. Coloraçõesespeciais: técnicas histoquímicas Em cortes de congelação: para não remover a gordura ao processamento histológico com xilol e álcool; - Sudan (Sudão) III e IV - Oil red O - Sulfato azul do nilo O sudan deixa o vacúolo vermelho. Glicogênio: normalmente armazenado nos hepatócitos e miócitos. Em excesso: - Metabolismo da glicose ou do glicogênio é anormal (diabetes melittus). - Em animais que receberam doses excessivas de corticóides ou excesso de corticóides endógenos. - Nas glicogenoses (enzimas defeituosas não metabolizam o glicogênio adequadamente). Características morfológicas macroscópicas: - Acúmulo leve: pode não ser detectável macroscopicamente. - Acúmulo acentuado (freqüente): fígado aumentado de volume, bordos dos lobos arredondados, pálido, bege ou marrom, firme e ao corte sua superfície não é gordurosa. Caso de hepatopatia por corticóide em cão com adenoma funcional na adrenal. Adenoma funcional levando a produção excessiva de corticóide. Características morfológicas microscópicas: - Vacuolização citoplasmática, são espaços claros, irregulares, com contornos pouco definidos. Com o formol, boa parte é lavada e fica incolor. Para preservar o glicogênio, usando formol ou etanol, leve a geladeira (4 graus). - Geralmente os núcleos permanecem no centro do hepatócito, mas se há grandes quantidades de glicogênio, o núcleo pode ser deslocado para a periferia. Colorações especiais – técnicas histoquímicas Técnica do ácido periódico de Schiff (PAS): Vacúolos vão corar em rosa, PAS não é só para glicogênio, também cora muco, por isso se usa uma contra prova: antes de passar pelo PAS pega uma lâmina e coloca diastase que digere o glicogênio ficando incolor, assim comprova-se que era glicogênio mesmo. Proteínas: de diferentes tipos e incluem gotículas arredondadas eosinofílicas e agregados eosinofílicos. - Hialina: termo descritivo histológico para a aparência homogênea (amorfa), eosinofílica (rosada) e vítrea. - Substâncias/proteínas hialinas podem ser intracelulares ou extracelulares. Proteínas hialinas intracelulares: - Gotículas de reabsorção (gotas hialinas); - Produção excessiva de proteína normal (Imunoglobulinas): corpúsculo de Russel nos plasmócitos. Gotículas de reabsorção: Células epiteliais dos túbulos renais reabsorvendo proteína perdida através do glomérulo em doença renal glomerular (glomerulonefrite) com proteinúria. Se está passando um conteúdo proteinasso as células dos túbulos contorcido proximais fazem a captação, pois o organismo não quer perder proteína. Se tem uma lesão no glomérulo que está deixando passar proteínas – doença renal. Células dos túbulos CP fazendo esforço para tentar recuperar o prejuízo, tentando reabsorver a proteína que está passando pela luz, formando gotículas de reabsorção (pode ser rosada até um tom mais avermelhada). Corpúsculos de Russel nos plasmócitos (células de Mott): Plasmócitos função de produzir imunoglobulinas, só que se ele é estimulado por longo tempo fica produzindo imunoglobulina ao ponto de acumular essa proteína na célula ficando rósea. Proteínas hialinas extracelulares: - Conteúdos hialinos (proteinose tubular renal) - Proteínas plasmáticas na parede dos vasos - Amiloide Conteúdos hialinos (proteinose tubular renal): cilindros hialinos (proteinose tubular) em glomerulonefrites; indicação de proteinúria (perda de proteína na urina). Acúmulo extracelular – cilindros hialinos; Lesão do glomérulo. Proteínas plasmáticas na parede de vasos: Lesão do endotélio vai permitir que proteínas passem do lúmen do vaso para a parede (podendo acumular fibrina). Amiloide: designa um grupo de substâncias proteináceas quimicamente diversas, principalmente extracelulares. Histologicamente, é uma substância extracelular hialina, amorfa e eosinofílica. Classificação: - Amiloide AL: depósitos de cadeias leves de Imunoglobulinas. Ocorre em distúrbios nos plasmócitos (plasmocitoma; tumor/neoplasma). - Amiloide AA: amiloidose reativa sistêmica, secundária a inflamações crônicas. Mais comum em animais. (Depósitos de amilóide nos rins, glomérulos). Há tanto acúmulo que fica no meio extracelular – depósito. Plasmocitoma cutâneo com amiloidose (AL): Colorações especiais – técnicas histoquímicas: - Vermelho congo (para amilóide) O que antes era róseo fica alaranjado ou avermelhado. Filtro polarizador aqueles depósitos laranja ficam refringentes. Outras inclusões intracelulares: corpúsculos de inclusão viral - Em algumas doenças virais, aglomerados de partículas/proteínas virais, os corpúsculos de inclusão vira, são observados nas células infectadas e sua presença é tão característica que pode ser utilizada no diagnóstico da doença. Citoplasma da célula – corpúsculo de inclusão eosinofílico intracitoplasmático de célula de epitélio da vesícula urinária de cão é exclusivo da cinomose. Localização: intranucleares, intracitoplasmáticos ou ambos (em células diferentes: o mesmo vírus da cinomose por exemplo pode estar no cérebro nos neurônios ou astrócitos em forma intranuclear). Vírus DNA tendem a fazer inclusões intracelulares; os RNA, intracitoplasmáticos; há exceções (ex: poxvírus). Cromatina só no bordo, ela tinha que estar ocupando todo o núcleo (borda roxa) – material acumulado intranuclear. Cor: eosinofílicos (róseos), basofílicos (azulados) e anfofílicos (róseo-azulados). Quantidade: únicos ou múltiplos. CALCIFICAÇÃO/MINERALIZAÇÃO PATOLÓGICA Depósito anormal de sais de cálcio, juntamente a quantidades menores de outros minerais. Dois tipos: calcificação distrófica e metastática. Ocorre em tecidos moles, órgãos e tecidos onde não deveria acontecer. Composta de Fosfatos e carbonatos de cálcio com uma quantidade menor de outros minerais. CALCIFICAÇÃO DISTRÓFICA: Ocorre de forma mais localizada, em locais com lesão prévia (células mortas ou morrendo não regulam o influxo de cálcio para o citoplasma) e não depende da calcemia. Número de tecidos mais restrito. Pode ser em mais de um órgão e mais de um local, mas é mais localizada. Geralmente nas células é nas mitocôndrias que começam a se mineralizar. Pulmão / fragmento de fígado em uma calcificação distrófica por tuberculose. Tem necrose (lesão prévia) no fígado. Bovino sem alteração na calcemia. São areas mais claras, mais amareladas com a sensação de cortar areia. Basofílico; Depositado nas áreas com lesão prévia. CALCIFICAÇÃO METASTÁTICA: Geralmente é disseminada, podendo ocorrer em tecidos aparentemente normais quanto a morfologia e depende da hipercalcemia. Processo disseminado; sem lesão aparente macroscopicamente; picos de hipercalcemia favorece que ele se deposite nessas áreas de tecido favorável. Exemplo de calcificação metastática por intoxicação por vitamina D3: ingestão de plantas calcinogênicas como a nierembergia veitchii. Foto2: calcificação da aorta torácica e de numerosos vasos, valvas cardíacas, pulmão, rim. Estimula a produção da proteína de ligação do cálcio intestinal. Exemplo ovinos que comem essa planta; tem na sua composição substancia análogas a vit d3. Calcinose enzootica dos ovinos. Dificuldade respiratória, dispnéia, dificuldade de locomoção, tendões e ligamentos também podem se mineralizar. Colorações especiais – técnicas histoquímicas: Técnica de Von Kossa para cálcio PIGMENTOS E PIGMENTAÇÕES PATOLÓGICAS PIGMENTOS EXÓGENOS: Inalados, ingeridos e inseridos na pele. INALADOS: ANTRACOSE: inalação de partículas de carvão (poluente no ar). Único pigmento inalado com vivencia sala de necropsia; cor própria, marrom escuroou preto HE. Pulmão de cães de zona urbana. Fagocitado por esses macrófagos; não é digerido pelo macrófago, pois não tem enzimas necessárias. Acumulação de partículas de carvão dentro do citoplasma. Na grande maioria das vezes não causa lesão. Antracose no pulmão: Antracose nos linfonodos traqueobrônquicos Pela linfa vai até os linfonodos regionais. O carvão (antracose em animais – cães urbanos), geralmente é inerte (inofensivo) aos tecidos. Exceção: quando é inalado em quantidades exageradas (ex: doença em humanos: pneumoconiose dos mineradores de carvão (carvão + sílica; silicose). Pneumoconioses = são doenças causadas pelo acúmulo de substâncias particuladas no parênquima pulmonar (ex: silicose) INGERIDO: PIGMENTO CAROTENOIDE: Alimentos podem conter pigmentos carotenoides que são lipossolúveis, originados de plantas e incluem os precursores da vitamina A (beta-caroteno). Visualização somente macroscópica. Locais: córtex adrenal, plasma/soro e gordura de cavalos, bovinos (ex: Jersey); outras células como ovários. Glândula adrenal Num cão chama atenção, mas em herbívoros é comum devido a alimentação. Gordura equino INSERIDOS NA PELE Tatuagem: pigmentos inoculados na pele. Utilizada na identificação de animais. Macrófagos residentes na derme. Face interna do pavilhão auricular Fagocitam macrófagos e permanecem ali em toda vida do indivíduo. PIGMENTO ENDÓGENOS Hematógenos: - Hemoglobina - Hemossiderina - Bilirrubina (pigmentos biliares) Pigmentos lipídicos: - Lipofuscina e ceroide Melanina HEMATÓGENOS: hemoglobina (Hb), Hemossiderina (Fe) e Bilirrubina 4 frações heme, ferro na área central ligado a grupos pirrolicos ou porfirinas. + globina = hemoglobina. Excesso de hb livre. Hemólise (liberação hb) Com o passar do tempo essa hb passa a ser desdobrada, reciclagem, pode ocorrer excesso de ferro – Ferro acumulado nos tecidos = Hemossiderina (excesso = hemossiderose). Pigmentos biliares = bilirrubina (acúmulo nos tecidos = icterícia). Originados da porfirinas. HEMOGLOBINA (Hb): derivada da degradação dos eritrócitos sendo abundantemente encontrada na circulação sanguínea em doenças que cursam com hemólise intravascular. Ex: doença com hemólise intravascular: babesiose bovina. Hemólise massiva, destruição de grande número. Libera hb em grande quantidade na corrente sanguínea. Hb livre no sangue/plasma (hemoglobinemia) - Exame de sangue. Liberada na urina (hemoglobinúria). Exame de urina; tingida de vermelho. Babesiose bovina: Urina vermelha/avermelhada: Centrifugar: se for sangue, as células sanguíneas se acumularão no fundo. 1. Trauma ou trato urinário sangue 2. Doença hemolítica (hb) 3. Mioglobinúria: ocorre em doenças que cursam com necrose de grandes massas musculares. HEMOSSIDERINA: ferro acumulado nos tecidos – pigmento de hemossiderina (excesso = hemossiderose) Normalmente Uma parte do Fe vai tentar ser armazenado nas células. Não perceptível numa avaliação histopatológico. Precisa de um acúmulo maior – hemossiderose. Ferro normalmente armazenado (reciclado) nas células como ferritina (não visível na microscopia). Quando há excesso local ou sistêmico de ferro, a ferritina forma grânulos de hemossiderina (vistos na microscopia). Visualização macroscópica é variável. Hemossiderina – grânulos citoplasmáticos marrom- dourados. Hemácias vão sendo degradadas onde teve hemorragia em um trauma. Baço: nódulos siderocalcíficos ou siderofibróticos (corpúsculos de Gamna-gandy) Geralmente cães mais velhos, nódulos na superfície do baço. Áreas antigas de hemorragia, traumas nas cápsulas, macrófagos cheios de hemossiderina, acumulando fibrose, achado incidental. Colorações especiais = técnicas histoquímicas: Azul da Prússia para demonstrar ferro Células do vício cardíaco (falha cardíaca). São macrófagos contendo hemossiderina. Grande quantidade de sangue nos capilares – lesão cardíaca, insuficiência do lado esquerdo, congestão pulmonar, volta o sangue para o pulmão. Macrófago alveolar fagocita a hemácia. Digere e faz a quebra, acumulando dentro do citoplasma a hemossiderina. ICTERÍCIA Grupos pirrólicos (porfirina) dão origem à bilirrubina. Distúrbio clínico comum causado por excesso de bilirrubina dentro das células e tecidos. Vista como uma coloração amarelada nas mucosas visíveis, pele, tecido subcutâneo, serosa de órgãos, etc. Leptospirose canina Pode ter origem: - Pré-hepática (hemolítica) - Intra-hepática (tóxica ou infecciosa) - Pós-hepática (obstrutiva - Vias biliares) Pré-hepática (hemolítica): Hb livre (desdobrada) grupos pirrólicos biliverdina bilirrubina bilirrubina + albumina = hemobilirrubina (bilirrubina não-conjugada) sangue. Em doenças hemolíticas intravasculares – ex: babesiose bovina. Intra-hepática (tóxica ou infecciosa): bilirrubina fígado bilirrubina + ácido glicurônico = colebilirrubina (bilirrubina conjugada). Exemplo: intoxicação por planta hepatotóxica Lantana camara em bovinos. Doença infecciosa, planta tóxica. Pós-hepática (obstrutiva): fígado colebirrubina + bactérias intestinais = urobilinogênio excretado pela bile (e urina). Ex: obstrução das vias biliares por cálculos, tumores, parasitas, etc. PIGMENTOS LIPÍDICOS LIPOFUSCINA: relacionado à idade celular (pigmento do envelhecimento; lixo biológico). CEROIDE: acúmulo patológica de um pigmento similar a lipofuscina. LIPOFUSCINA Atinge tecido nervoso, células musculares cardíacas, células de longa vida. Bovino velho, encéfalo com lipofuscina achado incidental (mais freqüência naqueles de cara preta). Lipofuscinose, bovino velho: coloração especial: HE, PAS (ácido periódico de Schiff) CEROIDE: dano. Ocorre em resposta a má nutrição severa (ex: deficiência de vitamina E). Ceroide intestinal em cães. MELANINA: melanose; deposição ectópica de melanina. Melanócitos: pelagem, pele, olhos. Leptomeninges Sem repercussão clínica. Tronco aórtico MORTE CELULAR Morte de um grupo de células em um tecido ou órgão de um indivíduo vivo (necrose ou apoptose). Morte de um animal (morte somática) resulta em morte de todas as células que compõem o animal (autólise pós- mortal). Ex: área focal de necrose hepática. NECROSE: morte das células em um animal vivo. Conjunto de alterações morfológicas (macroscópicas e microscópicas) indicativas de morte celular em um indivíduo vivo. ALTERAÇÕES HISTOLÓGICAS NA NECROSE Há alterações nucleares e citoplasmáticas: Picnose: Diminuído de tamanho e escuro, hipercromático. Cariorrexia: fragmentação do núcleo. Cariólise: núcleo estado degradativo, desaparecendo. rim ALTERAÇÕES HISTOLÓGICAS CITOPLASMÁTICAS: Início: aumento da eosinofilia (citoplasma fica róseo- escuro e homogêneo). Segue-se a palidez citoplasmática. Perda dos limites citoplasmáticas pela ruptura da membrana celular. Aumento eosinofilia/ Palidez citoplasmática / Quando ela se rompe, libera Enzimas e substancias que atraem células inflamatórias. TIPOS DE NECROSE: - Necrose de coagulação (coagulativa) - Necrose caseosa (de caseificação) - Necrose liquefativa (de liquefação) - Necrose gangrenosa (gangrena) - Necrose da gordura NECROSE DE COAGULAÇÃO: É caracterizada pela preservação da estrutura/arquitetura do tecido ou órgão acometido. É mais frequentemente observada nos rins, fígado e músculos. Causada por hipóxia (devido à isquemia), exotoxinas bacterianas, toxinas químicas. Infarto = necrose de coagulação decorrente de isquemia (falta de irrigação). Normal/infarto Perdem-se os detalhes NECROSECASEOSA: as células mortas formam uma massa brancacenta ou amarelada, granulosa e grosseira. A área necrótica é composta por restos (detritos) celulares e geralmente não permite a identificação do órgão/tecido onde ocorreu. Pode ocorrer calcificação distrófica nas áreas necróticas. Atraem cálcio. Linfonodo; tuberculose NECROSE DE LIQUEFAÇÃO: é um tipo comum de necrose que ocorre no SNC, onde ocorre a rápida dissolução enzimática do neurópilo (liquefação). As áreas afetadas no SNC são denominadas áreas de malacia. Enzimas que vão dissolvendo o parênquima. NECROSE DE LIQUEFAÇÃO: em outros tecidos ocorre associada à infecção por bactérias piogênicas com liberação de enzimas dos neutrófilos acumulados. Ocorre coleção líquida focal de neutrófilos necróticos e debris celulares (pus); pode formar abscessos. Fígado de um terneirinho que engoliu um pedaço de arame. NECROSE GANGRENOSA (GANGRENA): não é realmente um tipo específico de necrose, mas uma complicação dela. O mecanismo básico da maioria dessas formas é a necrose de coagulação. Ocorre quando há invasão dos tecidos mortos por bactérias saprófitas (que causam putrefação). Três tipos: gangrena seca, úmida e gasosa. Gangrena úmida/ gasosa: NECROSE DA GORDURA: necrose do tecido adiposo associada à liberação de enzimas, frequentemente secundária a lesões pancreáticas (ex: pancreatite). Acomete principalmente o tecido adiposo peripancreático. APOPTOSE: morte celular programada. Refere-se à morte celular individual, auto-induzida. Pode ser fisiológica ou patológica. Envolvem grupo de enzimas. Órgãos linfóides destruição de células alteradas. Caracteriza-se por: cromatina nuclear condensada, com formação de fragmentos citoplasmáticos que são encontrados em macrófagos como corpos apoptóticos. Não há inflamação associada a apoptose (não há liberação de enzimas citoplasmáticas). Superfície começa a formar projeções. As organelas migram pra essas projeções e chega um ponto que os fragmentos se separam envoltos por membrana (sem liberação de enzimas que atraem inflamação). Macrófagos encontram esses corpos apoptotipos e fagocitam. Corpúsculos tingíveis = macrófagos que fagocitaram corpos apoptóticos. ALTERAÇÕES PÓS-MORTAIS Rigor mortis: contração muscular após a morte. Ao tentar movimentar os membros eles ficam contraídos. Inicia em poucas horas após a morte e depois passa. Algor mortis: resfriamento gradual do cadáver. Quanto mais rápido o resfriamento, retarda a autólise. Livor mortis: congestão hipostática, hipostase. É o deslocamento gravitacional do sangue para o lado de baixo do animal. Órgãos pares ficam um mais escuro que o outro. Embebição hemoglobínica: resulta da liberação da hemoglobina após a lise dos eritrócitos. Os tecidos ficam difusamente tingidos de vermelho. Embebição biliar: a bile atravessa a parede da vesícula biliar e tinge os tecidos adjacentes (fígado, intestino, estômago, etc). Pseudomelanose: alteração da cor dos tecidos, tornando-se esverdeados, azul-esverdeados ou enegrecidos. Observada em carcaças entrando em putrefação. Bactérias do intestino saem pela corrente circulatória. Amolecimento dos tecidos: resultante da autólise das células e do tecido conjuntivo, auxiliado pela putrefação bacteriana. Formação de gás e deslocamento de órgãos: resulta da formação de gás bacteriano no lúmen dos órgãos do trato gastrintestinal após a morte.
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