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Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER Enfermeira graduada pelo Centro Universitário Barão de Mauá – Ribeirão Preto (SP). É mestra e doutora em Ciências pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, na linha de pesquisa sobre saúde do idoso, temática de traumatismos. Professora universitária no curso de Enfermagem e de Medicina no Centro Universitário Barão de Mauá – Ribeirão Preto. E-mail: <glau_degani@yahoo.com.br>. Olá, meu nome é Danielle Monteiro Vilela Dias, possuo graduação em Enfermagem pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (2004), mestrado em Enfermagem Fundamental pela EERP/USP (2011) e doutorado em Enfermagem em Saúde Pública pela EERP/USP (2015). Atualmente, sou professora do Centro Universitário Claretiano e da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto- USP. Sou Membro Pesquisador do Grupo de Pesquisa sobre Enfermagem no Cuidado à Criança e ao Adolescente (GPECCA). Tenho experiência na área de Enfermagem, com ênfase em Ciências da Saúde, atuando principalmente nos seguintes temas: assistência de enfermagem, enfermagem neonatal, educação em saúde, materiais de ensino, tecnologias de ensino, recém-nascido, prematuro e avaliação clínica neonatal. E-mail: <danielledias@claretiano.edu.br>. Claretiano – Centro Universitário Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000 cead@claretiano.edu.br Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006 claretiano.edu.br/batatais Gláucia Costa Degani Danielle Monteiro Vilela Batatais Claretiano 2019 ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER © Ação Educacional Claretiana, 2015 – Batatais (SP) Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana. CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera • Cátia Aparecida Ribeiro • Elaine Aparecida de Lima Moraes • Josiane Marchiori Martins • Lidiane Maria Magalini • Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos Sançana de Melo • Patrícia Alves Veronez Montera • Simone Rodrigues de Oliveira Revisão: Eduardo Henrique Marinheiro • Filipi Andrade de Deus Silveira • Rafael Antonio Morotti • Rodrigo Ferreira Daverni • Vanessa Vergani Machado Projeto gráfico, diagramação e capa: Bruno do Carmo Bulgarelli • Joice Cristina Micai • Lúcia Maria de Sousa Ferrão • Luis Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires Botta Murakami Videoaula: André Luís Menari Pereira • Bruna Giovanaz Bulgarelli • Gustavo Fonseca • Luis Gustavo Millan • Marilene Baviera • Renan de Omote Cardoso Bibliotecária: Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) 610.7367 D361e Degani, Gláucia Costa Enfermagem em Ginecologia, Obstetrícia e Saúde da Mulher / Gláucia Costa Degani, Danielle Monteiro Vilela – Batatais, SP : Claretiano, 2019. 121 p. ISBN: 978-65-88553-01-5 1. Enfermagem Obstétrica. 2. Enfermagem Ginecológica. 3. Saúde da mulher. 4. Saúde materna. 5. Obstetrícia. 6. Ginecologia. 7. Gestantes. 8. Serviços de saúde da mulher. I. Vilela, Danielle Monteiro. II. Enfermagem em Ginecologia, Obstetrícia e Saúde da Mulher. CDD 610.7367 INFORMAÇÕES GERAIS Cursos: Graduação Título: Enfermagem em Ginecologia, Obstetrícia e Saúde da Mulher Versão: ago./2019 Formato: 15x21 cm Páginas: 121 páginas SUMÁRIO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11 2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS ............................................................................ 12 3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE ............................................................... 16 4. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 16 5. E-REFERÊNCIA .................................................................................................. 17 UNIDADE 1 – SAÚDE DA MULHER 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 21 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 22 2.1. POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE DA MULHER ...................................... 22 2.2. DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS .................................................... 25 2.3. SITUAÇÃO SOCIAL DA SAÚDE DA MULHER ........................................... 33 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 35 3.1. POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE DA MULHER ...................................... 35 3.2. DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS .................................................... 36 3.3. SITUAÇÃO SOCIAL DA SAÚDE DA MULHER ........................................... 39 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 39 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 42 6. E-REFERÊNCIA .................................................................................................. 42 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 42 UNIDADE 2 – ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 47 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 47 2.1. SAÚDE DA MULHER IDOSA E CUIDADOS DE ENFERMAGEM ............... 47 2.2. CÂNCER DE MAMA E CÂNCER CÉRVICO-UTERINO .............................. 49 2.3. CONSULTA DE ENFERMAGEM E SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA DA MULHER ................................................................................................... 60 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 66 3.1. SAÚDE DA MULHER IDOSA E CUIDADOS DE ENFERMAGEM ............... 66 3.2. CÂNCER DE MAMA E CÂNCER CÉRVICO-UTERINO .............................. 67 3.3. CONSULTA DE ENFERMAGEM E SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA DA MULHER ................................................................................................... 68 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 70 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 72 6. E-REFERÊNCIA .................................................................................................. 72 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 73 UNIDADE 3 – ENFERMAGEM OBSTETRÍCA: A MULHER NA GESTAÇÃO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 77 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 77 2.1. GRAVIDEZ: SINTOMAS E DIAGNÓSTICO ................................................ 77 2.2. PRÉ-NATALE A PARTICIPAÇÃO DO ENFERMEIRO ................................. 83 2.3. GRAVIDEZ DE ALTO RISCO, DOENÇAS E INTERCORRÊNCIAS DA GRAVIDEZ ................................................................................................. 86 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 90 3.1. GRAVIDEZ: SINTOMAS E DIAGNÓSTICO ................................................ 90 3.2. PRÉ-NATAL E A PARTICIPAÇÃO DO ENFERMEIRO ................................. 91 3.3. GRAVIDEZ DE ALTO RISCO, DOENÇAS E INTERCORRÊNCIAS DA GRAVIDEZ ................................................................................................. 92 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 93 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 95 6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 96 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 96 UNIDADE 4 – ENFERMAGEM OBSTETRÍCA: A MULHER DURANTE O PARTO E PUERPÉRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 99 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 99 2.1. POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O PARTO E ASSISTÊNCIA À PARTURIENTE 100 2.2. TRABALHO DE PARTO E PARTO ............................................................. 104 2.3. PERÍODO PUERPERAL ............................................................................. 110 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 112 3.1. POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O PARTO E ASSISTÊNCIA À PARTURIENTE ........................................................................................ 112 3.2. TRABALHO DE PARTO E PARTO ............................................................. 113 3.3. PERÍODO PUERPERAL ............................................................................. 116 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 118 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 120 6. E-REFERÊNCIA .................................................................................................. 120 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 120 © ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER 9 CONTEÚDO INTRODUTÓRIO Conteúdo ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– A disciplina de Enfermagem em Ginecologia, Obstetrícia e Saúde da Mulher tem por intuito desenvolver condições para a organização da assistência e consulta de enfermagem em ginecologia e obstetrícia no atendimento ambula- torial de pré-natal, centro obstétrico, unidade de puerpério e saúde da mulher, atendendo as Políticas Públicas de atenção à saúde da mulher. Aborda direitos reprodutivos, saúde reprodutiva, métodos contraceptivos, planejamento fami- liar e situação social e da saúde da mulher no Brasil. Enfoca a assistência de enfermagem no ciclo gravídico puerperal, gestação de alto risco, alterações fisiológicas e psicossociais da gravidez normal e estratégias na prevenção do câncer ginecológico e mamário. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Bibliografia Básica BARROS, S. M. O. (Org.). Enfermagem no ciclo gravídico-puerperal. Barueri: Manole, 2006. BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Parto, aborto e puerpério: Assistência humanizada à saúde. Ministério da Saúde, 2003. NEME, Bussâmara. Obstetrícia básica. 3. ed. São Paulo: Sarvier, 2005. Bibliografia Complementar BRASIL. Ministério da Saúde. Assistência pré-natal: manual técnico. Equipe de elaboração: Janine Schirmer et al. 3. ed. Brasília: Secretaria de Políticas de Saúde – SPS/ Ministério da Saúde, 2000. BRASIL, Ministério da Saúde. Manual do Planejamento Familiar. Ministério da Saúde, 2002. 10 © ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER CONTEÚDO INTRODUTÓRIO BRASIL, Ministério da Saúde. Gestante de alto risco. Ministério da Saúde, 2001. BRASIL, Ministério da Saúde. Urgências e emergências maternas: Guia para diagnóstico e conduta em situações de risco de morte materna. 2. ed. Ministério da Saúde, 2003. LOWDERMILK, Deitra Leonard; PIERRY, Shannon E.; BOBAK, Irene M. O cuidado em enfermagem materna. 5. ed. Porto Alegre: Artmed. 2002. E-referências BRASIL. Ministério da Saúde. Urgências e emergências maternas: Guia para diagnóstico e conduta em situações de risco de morte materna. 2. ed. Ministério da Saúde, 2003. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/0105urgencias.pdf>. Acesso em: 28 jul. 2018. É importante saber Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes: Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes necessárias à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os principais conceitos, os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua origem?) referentes a um campo de saber. Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente se- lecionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou disponibilizados em sites acadêmicos confiáveis. É chamado "Conteúdo Digital Integrador" porque é imprescindível para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referência. Juntos, não apenas privilegiam a convergência de mídias (vídeos complementares) e a leitu- ra de "navegação" (hipertexto), como também garantem a abrangência, a densidade e a profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigató- rios, para efeito de avaliação. 11© ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 1. INTRODUÇÃO Enfermagem em Ginecologia, Obstetrícia e Saúde da Mul- her desenvolverá diversos conteúdos que se encontram inseri- dos em nosso cotidiano. Na Unidade 1, serão apresentados os conteúdos referentes à saúde da mulher, como: organização da saúde da mulher, atendendo as políticas públicas de atenção à saúde; métodos anticoncepcionais, determinantes do plane- jamento familiar e infertilidade; aspectos da saúde da mulher adolescente e da mulher no climatério; e, para finalizar, alguns aspectos da situação social da mulher no Brasil. Na Unidade 2, vocês poderão aprender sobre a saúde da mulher idosa e os cuidados de enfermagem, considerando o pro- cesso de envelhecimento populacional e suas especificidades. Além disso, conhecerão os aspectos que envolvem a preven- ção e o controle do câncer de mama e cérvico-uterino, e com- preenderão a consulta de enfermagem e como realizar a semio- logia e semiotécnica na mulher. As particularidades da mulher no período gravídico, quan- to à saúde materna e fetal, as doenças infecciosas na gravidez e as infecções congênitas, a gravidez de alto risco e as principais doenças e intercorrências da gravidez serão enfatizadas na Uni- dade 3. A Unidade 4 trará conteúdos quanto às necessidades da mulher no trabalho de parto e no parto, com abordagem das po- líticas públicas sobre o parto e a assistência à parturiente, sobre a prática de enfermagem no parto e no período puerperal, além da prática de enfermagem no período puerperal. Dessa forma, os conhecimentos apresentados visam acompanhar a mulher antes mesmo da fase reprodutiva até sua 12 © ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER CONTEÚDO INTRODUTÓRIO velhice, demonstrando e enfatizando suas necessidades físicas, psicológicas e sociais. 2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e precisa das definições conceituais, possibilitando um bom domí-nio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conheci- mento dos temas tratados. 1) Aborto: "Feto de menos de 500 g na ocasião da expul- são do útero, sem possibilidade de sobreviver; ação ou fenômeno de abortar" (DICIONÁRIO MÉDICO, 2014). 2) Amenorreia: "Ausência de período menstrual. Pode ser primária, nas mulheres que nunca menstruaram, ou secundária, em mulheres que já tiveram períodos menstruais e deixaram de tê-los" (DICIONÁRIO MÉDI- CO, 2014). 3) Anticoncepção: "Prevenção da gravidez" (DICIONÁRIO MÉDICO, 2014). 4) Cesariana: "Cirurgia realizada por via abdominal, para permitir o nascimento de um produto de uma gesta- ção viável" (DICIONÁRIO MÉDICO, 2014). 5) Climatério: "Conjunto de mudanças adaptativas que são produzidas na mulher como consequência do de- clínio da função ovariana na menopausa. Consiste em aumento de peso, ‘calores’ frequentes, alterações da distribuição dos pelos corporais e dispareunia" (DICIO- NÁRIO MÉDICO, 2014). 6) Colpocitologia oncótica: "Método de coloração para amostras de tecido, particularmente difundido por sua 13© ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER CONTEÚDO INTRODUTÓRIO utilização na detecção precoce do câncer de colo uteri- no" (DICIONÁRIO MÉDICO, 2014). 7) Concepção: "ato de ser concebido ou gerado; fecunda- ção de ovo" (DICIONÁRIO MÉDICO, 2014). 8) Dispareunia: "Coito doloroso para a mulher" (DICIO- NÁRIO MÉDICO, 2014). 9) Distócia: "Perturbação no trabalho de parto; parto di- fícil" (DICIONÁRIO MÉDICO, 2014). 10) Eclampsia: "Estado caracterizado por ataques convul- sivos de início brusco, que pode se manifestar nos úl- timos meses de gravidez, durante ou após o parto. A pré-eclâmpsia caracteriza-se por edema generalizado, proteinúria e hipertensão, que pode evoluir para con- vulsão e coma" (DICIONÁRIO MÉDICO, 2014). 11) Endométrio: "Membrana mucosa que reveste a pare- de interna do útero" (DICIONÁRIO MÉDICO, 2014). 12) Episiotomia: "Incisão vulvar destinada a evitar a rup- tura do peritônio durante o parto" (DICIONÁRIO MÉ- DICO, 2014). 13) Estrógeno: "Grupo hormonal produzido principalmen- te pelos ovários e responsáveis por numerosas ações no organismo feminino (indução da primeira fase do ci- clo menstrual, desenvolvimento dos ductos mamários, distribuição corporal do tecido adiposo em um padrão feminino, entre outras)" (DICIONÁRIO MÉDICO, 2014). 14) Fecundação: "Fertilização do óvulo pela penetração do elemento fecundante do espermatozoide" (DICIONÁ- RIO MÉDICO, 2014). 14 © ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 15) Fogacho: "Sensação de calor que vem à face por emo- ção ou estado mórbido, notadamente na síndrome do climatério" (DICIONÁRIO MÉDICO, 2014). 16) Ginecologia: "Ramo da Medicina que estuda a consti- tuição feminina e as doenças da mulher" (DICIONÁRIO MÉDICO, 2014). 17) Hiperêmese gravídica: "Vômito abundante, especial- mente na gravidez” (DICIONÁRIO MÉDICO, 2014). 18) Hipotonia uterina: “Diminuição da tensão, da contra- ção normal do útero” (DICIONÁRIO MÉDICO, 2014). 19) Infecção congênita: “Entrada e desenvolvimento no organismo, durante o nascimento, de microrganismos patogênicos capazes de provocar determinada doen- ça. A doença infecciosa pode ser causada por bacté- rias, fungos, protozoários e vírus” (DICIONÁRIO MÉDI- CO, 2014). 20) Lactância: “Período de vida em que a criança mama” (DICIONÁRIO MÉDICO, 2014). 21) Maternidade: “Qualidade de mãe; hospital onde as mulheres dão à luz os seus filhos” (DICIONÁRIO MÉ- DICO, 2014). 22) Mecônio: “Conteúdo intestinal, de cor azeitona escu- ra, eliminada pelo feto nos primeiros dias de vida; mis- tura de bílis com detritos de células, muco e secreções intestinais, também chamada ferrado” (DICIONÁRIO MÉDICO, 2014). 23) Menarca: “Primeira menstruação. Pode aparecer en- tre os 13 e 16 anos, dependendo de fatores genéticos e ambientais” (DICIONÁRIO MÉDICO, 2014). 15© ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 24) Menopausa: “Estado fisiológico caracterizado pela in- terrupção dos ciclos menstruais normais, acompanha- da de alterações hormonais em mulheres após os 45 anos” (DICIONÁRIO MÉDICO, 2014). 25) Menstruação: “Sangramento cíclico através da vagina, produzido após um ciclo ovulatório normal e que cor- responde à perda da camada mais superficial do endo- métrio uterino” (DICIONÁRIO MÉDICO, 2014). 26) Multípara: “Mulher que teve vários filhos” (DICIONÁ- RIO MÉDICO, 2014). 27) Nulípara: “Nome dado à mulher que ainda não teve parto” (DICIONÁRIO MÉDICO, 2014). 28) Parto: “Ato de parir; produto da concepção; expulsão do filho” (DICIONÁRIO MÉDICO, 2014). 29) Parto gemelar: “parto de dois filhos” (DICIONÁRIO MÉDICO, 2014). 30) Parto induzido: “parto provocado na gestação prolon- gada, ou nas anormalidades gestatórias” (DICIONÁRIO MÉDICO, 2014). 31) Parto prematuro: “parto que se realiza antes do perío- do normal de gestação” (DICIONÁRIO MÉDICO, 2014). 32) Parto serotino: “Parto realizado após duração excessi- va da gravidez” (DICIONÁRIO MÉDICO, 2014). 33) Perinatal: “relativo aos períodos imediatamente ante- rior e posterior ao parto” (DICIONÁRIO MÉDICO, 2014). 34) Primípara: “Mulher que pariu pela primeira vez” (DI- CIONÁRIO MÉDICO, 2014). 35) Puerpério: “Período compreendido entre o parto e a completa recuperação anatomofisiológica da mulher; 16 © ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER CONTEÚDO INTRODUTÓRIO pós-parto (aproximadamente seis semanas)” (DICIO- NÁRIO MÉDICO, 2014). 3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE O Esquema a seguir possibilita uma visão geral dos concei- tos mais importantes deste estudo. Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave de Enfermagem em Ginecologia, Obstetrícia e Saúde da Mulher. 4. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA FERNANDES, R. A. Q.; NARCHI, N. Z. Enfermagem e saúde da mulher. Barueri: Manole, 2007. Período Não Gravídico Saúde da Mulher Adolescência Políticas públicas Redes de atenção Direitos sexuais e reprodutivos Trabalho de parto, parto e puerpério Doenças Intercorrências Violência Gestante Planejamento familiar Métodos anticoncepcionais Infertilidade Semiologia e Semiotécnica da mulher Consulta de Enfermagem 17© ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 5. E-REFERÊNCIA DICIONÁRIO MÉDICO. Conceitos. 2014. Disponível em: <https://www.xn-- dicionriomdico-0gb6k.com/display.php?action=search&word=Aborto&nr_page=1>. Acesso em: 3 maio 2019. © ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER 19 UNIDADE 1 SAÚDE DA MULHER Objetivo • Entender como acontece a organização da saúde da mulher, para, assim, atender as políticas públicas de atenção à saúde. • Conhecer os métodos anticoncepcionais, os determi- nantes do planejamento familiar e a infertilidade. • Entender os aspectos da saúde da mulher adolescente e no climatério. • Conhecer a situação social da mulher no Brasil. Conteúdos • As políticas públicas de saúde da mulher e as redes de atenção. • Gênero e saúde-doença das mulheres. • Direitos sexuais e reprodutivos da mulher. • Determinantes do planejamento familiar e métodos anticoncepcionais. • Infertilidade: bases para os cuidados de enfermagem. • A mulher adolescente e no climatério. • A participação das mulheres na vida social. • Violência contra a mulher (videoaula). 20 © ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 1 – SAÚDE DA MULLHER Orientações para o estudo da unidade Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir: 1) Não se limite ao conteúdo deste Caderno de Referên- cia de Conteúdo; busque outras informações em sites confiáveis e/ou nas referências bibliográficas, apresen- tadas ao final de cada unidade. Lembre-se de que, na modalidade EaD, o engajamento pessoal é um fator determinante para o seu crescimento intelectual. 2) Busque identificar os principaisconceitos apresenta- dos e realize as revisões sugeridas no início de cada unidade. 3) Não deixe de recorrer aos materiais complementares, descritos no Conteúdo Digital Integrador. Neles se- rão orientados os estudos sobre a atenção à saúde da mulher. 21© ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 1 – SAÚDE DA MULLHER 1. INTRODUÇÃO Vamos iniciar nossa primeira unidade de estudo, você está preparado? A disciplina Enfermagem em Ginecologia, Obstetrícia e Saúde da Mulher está dividida em cinco ciclos de aprendizagem, cada um deles correspondendo a um grupo de conteúdos e ob- jetivos específicos. Esses conteúdos e objetivos visam contribuir para a forma- ção do enfermeiro que irá atuar no cuidado à saúde da mulher em diversas fases do seu ciclo de vida. Nesta unidade, você conhecerá as políticas públicas de saúde da mulher e as redes de atenção, as questões de gênero e saúde-doença das mulheres, os direitos sexuais e reprodutivos da mulher, o planejamento familiar e métodos anticoncepcio- nais, a infertilidade como base para os cuidados de enfermagem, a participação das mulheres na vida social e, como videoaula, o tema da violência contra a mulher. Nessa perspectiva, a disciplina visa proporcionar ao futuro enfermeiro a compreensão das políticas de saúde em relação à mulher nos ciclos da vida, tais como adolescência, gestante, parto, puerpério, e climatério, e o cuidado específico para cada ciclo. Por fim, os estudos dessa disciplina objetivam contribuir para a formação de um enfermeiro capaz de constante avaliação crítica a respeito de suas ações. 22 © ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 1 – SAÚDE DA MULLHER 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma su- cinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteú- do Digital Integrador. 2.1. POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE DA MULHER As políticas públicas são um conjunto de ações do gover- no que têm por objetivo produzir um efeito específico. No caso das mulheres, as políticas públicas surgiram da necessidade em garantir a igualdade do direito das mulheres, por exemplo, ao considerar a desigualdade no acesso ao trabalho. De acordo com Alexandre (2007), o Sistema Único de Saú- de (SUS), como política de saúde, possui princípios e diretrizes que pretendem conduzir o setor da saúde para qualificação da assistência à saúde da população brasileira. No Brasil, a saúde da mulher foi incorporada às políticas públicas nacionais nas primeiras décadas do século 20, pois, antes disso, o que havia eram ações limitadas às demandas de gravidez e parto. Com o movimento feminista, iniciou-se a luta contra a perspectiva reducionista da saúde da mulher, o que, aos poucos, possibilitou a inclusão de importantes itens na agenda da política nacional (ALEXANDRE, 2007). A Política Nacional para Mulheres (PNM) tem caráter per- manente e fornece linhas gerais sobre os planos, que têm caráter mais abundante e que são sujeitos a modificações mais frequen- tes. Dentre os princípios da PNM, estão: 1) Igualdade e respeito à diversidade. 23© ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 1 – SAÚDE DA MULLHER 2) Equidade. 3) Autonomia das mulheres. 4) Laicidade do Estado. 5) Universidade das políticas. 6) Justiça social. 7) Transparência dos atos públicos. 8) Participação e controle social. A Política de Saúde da Mulher tem o enfoque no direciona- mento dos recursos mínimos necessários e abrangentes à saúde da mulher. Dentre seus objetivos gerais, estão: • Promover a melhoria das condições de vida e de saúde das mulheres brasileiras; [...] • Contribuir para a redução da morbidade e mortalidade feminina no Brasil, especialmente por causas evitáveis; [...] • Ampliar, qualificar e humanizar a atenção integral à saúde da mulher no SUS (ALEXANDRE, 2007, p. 67). Em 1984, o Ministério da Saúde elaborou o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), que representou um marco para a assistência da população feminina no Brasil, pois fez cumprir os princípios e as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), incorporando ações educativas, preventivas, de diagnóstico, de tratamento e recuperação em todos os ciclos de vida da mulher: ginecologia, pré-natal, parto, puerpério, clima- tério, planejamento familiar, doenças infecciosas, neoplasias e violências (ALEXANDRE, 2007). No entanto, uma crítica à formulação das políticas pú- blicas de saúde da mulher diz respeito às questões de gênero, que revelam a histórica desigualdade de poder entre homens e mulheres e seu impacto nas condições de saúde da população; 24 © ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 1 – SAÚDE DA MULLHER como exemplo, podemos citar que o processo de saúde e doen- ça resulta da atuação de fatores sociais, econômicos, culturais e históricos. Nessa perspectiva, as mulheres são mais vulneráveis, já que se encontram em maior situação de pobreza, trabalham mais horas e gastam pelo menos metade do seu tempo em ativi- dades não remuneradas, diminuindo seu acesso aos bens sociais e aos serviços de saúde (ALEXANDRE, 2007). Tais questões contribuem, também, para a organização das famílias no Brasil, que, apesar de se apresentar de diversas for- mas, ainda demonstra o predomínio do papel social da mulher subordinada ao homem, servindo-lhe como suporte. Quando a mulher assume a chefia da família, na maioria das vezes, a mu- lher tem piores condições econômicas, sociais e afetivas e renda familiar menor (ALEXANDRE, 2007). Ainda prevalecem sobre a mulher as obrigações da mater- nidade, da manutenção da boa saúde e da educação da prole e, no que diz respeito à saúde da mulher, o foco ainda está voltado para a saúde materna ou à ausência de doenças associadas à reprodução humana. Portanto, há a necessidade emergente de considerar os direitos humanos e as questões de cidadania na saúde da mulher (ALEXANDRE, 2007). Nesse sentido, a literatura afirma que a mulher precisa exercer seus direitos de expressar seus pensamentos, manifestar sua participação política, gerar autonomia e usufruir dos direi- tos sociais, protegendo-se contra a violência de gênero e sexo e garantindo seu atendimento com respeito e humanidade (ALE- XANDRE, 2007). No que se refere aos planos para a saúde da mulher, ou seja, a base para as ações, o I Plano Nacional de Políticas para Mulheres (PNPM) foi criado em 2004 e atuou em quatro linhas 25© ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 1 – SAÚDE DA MULLHER importantes e mais urgentes: autonomia, igualdade no mundo do trabalho e cidadania; educação inclusiva e não sexista; saúde das mulheres, direitos sexuais e reprodutivos; e enfrentamento à violência contra a mulher. Ou seja, foi um compromisso que o governo assumiu em ser parceiro na erradicação da discrimina- ção contra mulheres. No mesmo ano, ampliou-se o PAISM, com a inclusão de mulheres rurais, com deficiência, negras, indígenas, presidiárias e lésbicas, que ganharam participação nas discussões, além de serem discutidas atividades sobre saúde da mulher. Assim, o PAISM ganhou status de Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher. Com as leituras e o vídeo indicados no Tópico 3. 1, você conhecerá mais sobre as políticas públicas para saúde das mulheres. Antes de prosseguir para o próximo assunto, aces- se os materiais indicados, procurando assimilar o conteúdo estudado. 2.2. DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS Segundo Alexandre (2007), com o processo de envelhe- cimento populacional, observou-se a queda da fecundidade no mundo e no Brasil, motivada por avanços socioeconômicos e au- mento da migração rural-urbana. A mulher passou, então, a as- sumir novos papéis na sociedade, aumentando sua participação no mercado de trabalho, além de ter aumentado a escolaridade e o acesso à informação. 26 © ENFERMAGEMEM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 1 – SAÚDE DA MULLHER Esse novo panorama demográfico tem exigido ações pro- gramáticas mais abrangentes, especialmente quanto aos direi- tos sexuais e reprodutivos. São considerados direitos sexuais e reprodutivos os direitos a liberdade, privacidade, intimidade e autonomia, sem discriminação, coerção ou violência; ou seja, na atenção primária à saúde, as ações são exemplificadas por aconselhamento, informação, educação, comunicação e pelos serviços de planejamento familiar, atenção pré-natal, partos sem riscos, atenção pós-parto, lactância materna, atenção materno- -infantil, prevenção e tratamento adequado em casos de infer- tilidade, interrupção da gravidez, tratamento das infecções do aparelho reprodutor e das doenças sexualmente transmissíveis, informação e educação sobre sexualidade humana, saúde repro- dutiva e paternidade responsável (BARBIERI, 2007). Em suma, as recomendações internacionais para atender os direitos sexuais e reprodutivos da mulher precisam estar nas agendas governamentais, o que não é tarefa fácil. Planejamento familiar O planejamento familiar ou reprodutivo trata-se de um di- reito básico do ser humano e cabe ao Estado proporcionar recur- sos e meios para alcançar o mais elevado nível possível de saúde sexual e reprodutiva (CAMIÁ; BARBIERI, 2009). Além disso, o planejamento familiar pretende conscienti- zar os casais quanto ao número de filhos e às condições necessá- rias para criá-los (CAMIÁ; BARBIERI, 2009). Considera-se a fase reprodutiva da mulher o período da menarca e da menopausa, aproximadamente entre 10 e 49 anos. No entanto, o planejamento envolve decisões conscientes não 27© ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 1 – SAÚDE DA MULLHER só pela mulher, mas, também, pelo homem ou casal. A assistên- cia em anticoncepção pressupõe a oferta de todas as alternati- vas possíveis de métodos anticoncepcionais, o conhecimento de suas indicações, contraindicações e aplicações de uso, garantin- do a todos os envolvidos os elementos necessários para a opção dos métodos que melhor se adaptem (CAMIÁ; BARBIERI, 2009). A decisão sobre qual método anticoncepcional é melhor para o indivíduo ou casal é individual e abrange eficácia, inocui- dade, aceitabilidade, disponibilidade, facilidade de uso e reversi- bilidade do método (CAMIÁ; BARBIERI, 2009). Atualmente, há diversos métodos anticoncepcionais dispo- níveis, e não existe um método perfeito ou ideal, ou seja, que possa ser utilizado por toda mulher, que seja totalmente eficaz, de fácil acesso, não tenha efeitos colaterais, não interfira no ato sexual ou que seja aceito sem restrições moral, psicossocial e religiosa. O melhor método é aquele que mais se adéqua às necessidades e às condições de saúde do indivíduo, aquele que oferece maior número de benefícios com o mínimo de risco, di- ferenciando-se cada caso em particular, sendo de decisão con- junta do casal ou da mulher, sob orientação de um profissional da saúde (CAMIÁ; BARBIERI, 2009). Os principais métodos anticoncepcionais são representa- dos por: método Ogino-Knaus ou tabelinha, método da tempe- ratura basal, método de Billings ou método da ovulação ou mu- cocervical, método sintotérmico, coito interrompido, método da amenorreia da lactação, preservativo masculino ou condom ou camisinha, preservativo feminino, diafragma, espermicidas, an- ticoncepcionais hormonais orais, anticoncepcionais hormonais injetáveis, anticoncepcional hormonal vaginal, anticoncepcional hormonal transdérmico, implantes anticoncepcionais, contra- 28 © ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 1 – SAÚDE DA MULLHER cepção de emergência, dispositivo intrauterino, laqueadura tu- bária e vasectomia (CAMIÁ; BARBIERI, 2009). Os profissionais de saúde precisam se atualizar sobre os diversos métodos disponíveis, ter habilidade de comunicação interpessoal para poder comunicar-se com os usuários dos ser- viços e saúde, falar de maneira adequada, utilizar apoio visual, escutar e verificar a compressão e ter postura aberta e de respei- to aos direitos da pessoa (CAMIÁ; BARBIERI, 2009). Além disso, ao enfermeiro incumbe: obter a história clínica e reprodutiva da mulher; realizar o exame físico e ginecológico; investigar metas reprodutivas; reforçar a importância do planeja- mento familiar; avaliar o conhecimento prévio dos métodos anti- concepcionais e seu nível de compreensão; ajudar na escolha do melhor método, mas sempre respeitando os desejos e interesses do usuário; oferecer informações precisas sobre o método es- colhido; discutir a vulnerabilidade para as doenças sexualmente transmissíveis e sua prevenção; encaminhar para consulta médi- ca, se necessário; realizar coleta de material para colpocitologia oncótica, se necessário; fornecer o método anticoncepcional, aprazar o retorno, registrar todas as informações e realizar esta- tísticas (CAMIÁ; BARBIERI, 2009). Isso significa que as ações de enfermagem abrangem des- de a orientação de hábito de saúde, como o método escolhido e uso de preservativos em todas as relações sexuais, os resultados dos exames, autoexame das mamas, até o agendamento de gru- pos de esterilização e sexualidade, o encaminhamento ao servi- ço de psicologia, a coleta de exames preventivos (Papanicolau), exames de rotina e a escuta da usuária (CAMIÁ; BARBIERI, 2009). 29© ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 1 – SAÚDE DA MULLHER Com as leituras e o vídeo sugeridos no Tópico 3. 2, am- plie seu conhecimento com as leituras das principais recomen- dações para o planejamento familiar\reprodutivo e métodos anticoncepcionais. Antes de prosseguir para o próximo as- sunto, acesse os materiais indicados, procurando assimilar o conteúdo estudado. Morbidade e mortalidade feminina Conforme Alexandre (2007), a morbidade e a mortalida- de da população feminina são determinadas por aspectos bio- lógicos, culturais e sociais. As principais causas de morte entre mulheres são representadas por causas cardiovasculares, como o acidente vascular encefálico e doenças hipertensivas; causas infecciosas, como a AIDS; causas violentas, como o homicídio; e neoplasias, como o câncer de mama, útero e tecido linfático. O perfil epidemiológico feminino atual tem sido relacionado aos desgastes proporcionados pelo excesso de atividades e respon- sabilidades que as mulheres exercem. De relevância ímpar, incluem-se as mortes por complica- ções da gravidez, do parto e do puerpério, que quase sempre são causadas por inadequada e\ou tardia assistência médica e que também podem ser evitadas. Exemplos das causas de mor- tes maternas são: hemorragia, hipertensão, infecção puerperal, embolia pulmonar e doenças infeciosas e parasitárias (ALEXAN- DRE, 2007). Em vista desse quadro, vê-se como é importante o conhecimento do profissional de saúde, pois permite que ações preventivas sejam estimuladas e implementadas. De acordo com Barbieri (2007), os desafios são inúmeros, uma vez que os indicadores apontam para elevada mortalidade 30 © ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 1 – SAÚDE DA MULLHER materna, má qualidade da assistência pré-natal, ao parto e ao pós-parto, atenção ao parto ainda marcada por medicalização, intervenções e prática abusiva da cesariana, aborto realizado em condições de risco e insegurança, anticoncepção designada pela pouca expressividade de outros métodos além da laqueadura tubária e hormônios orais, desconhecimento da magnitude das doenças sexualmente transmissíveis na gravidez e aumento da mortalidade provocada por cânceres ginecológicos. Outros temas importantes que merecem ser abordados em saúde da mulher e que envolvem direitos sexuais e repro- dutivos são a infertilidade, a mulher adolescente e a mulher no climatério. Mulher: infertilidade, adolescência e climatério A infertilidade é um tema complexo e importante que en- volve a saúdeda mulher. Para a reprodução humana, são ne- cessárias condições anatômicas, fisiológicas e sociopsicológicas harmônicas. A infertilidade é definida como a inabilidade de con- ceber, após um ano de tentativa regular sem contracepção, ou de levar a gestação até um nascimento, podendo ser classificada em primária ou secundária (MAMEDE; CLAPIS; PANOBIANCO, 2017). As causas da infertilidade podem ser condições ou doenças da mulher, como endometriose e doença inflamatória pélvica, ou doenças do homem, como distúrbios endócrinos, doenças sexualmente transmissíveis, entre outras. A enfermagem poderá ajudar o casal conhecendo os aspectos clínicos e as implicações psicológicas da infertilidade, identificando suas necessidades e auxiliando-o a superar suas dificuldades e os modalidades de tratamento de infertilidade (MAMEDE; CLAPIS; PANOBIANCO, 2017). 31© ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 1 – SAÚDE DA MULLHER A saúde das mulheres adolescentes deve levar em consi- deração que essa fase engloba mudanças fisiológicas hormonais, crescimento acelerado, aparecimento de características sexuais secundárias, desenvolvimento de órgãos e mudanças no apare- lho reprodutivo (MANDÚ, 2007). A fase da adolescência é construída socialmente em meio a condições e relações socioculturais, de acordo com cada so- ciedade, cultura e grupo. Os serviços de saúde ainda não estão preparados para lidar com famílias, crianças e adolescentes em questões relacionadas à sexualidade. A falta de condições apro- priadas de vida, os controles culturais exercidos sobre as vidas e os corpos dos adolescentes e a inadequada qualidade da aten- ção à saúde resultam em graus diferentes de problemas de saú- de em adolescentes. Somam-se a esses problemas os sofrimen- tos psicoemocionais relacionados à autoestima (MANDÚ, 2007). Para Mandú (2007), cuidar da saúde dos adolescentes re- quer medidas amplas e promocionais de saúde, com atenção es- pecial à sua história de saúde, tendo como base muito diálogo, escuta, aceitação e respeito. Já Alexandre (2007) explica que as políticas públicas de atenção ao adolescente têm o objetivo de orientar as adolescen- tes segundo os parâmetros dos direitos sexuais e reprodutivos, bem como chamar a atenção para o desenvolvimento da corres- ponsabilidade masculina na reprodução e na contracepção. O climatério, assim como a adolescência, é um processo complexo de mudanças físicas, emocionais e socioculturais, e existem vários fatores que podem influenciar a forma como cada mulher o vivenciará. Ele refere-se ao período da vida reprodutiva da mulher durante o qual a menopausa ocorre, uma vez que a menopausa é a cessação permanente das menstruações por um 32 © ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 1 – SAÚDE DA MULLHER período de doze meses de amenorreia, pela perda da função fo- licular dos ovários (GONÇALVES; MERIGHI, 2007). O climatério e a menopausa não são doenças, constituindo uma fase da vida da mulher em cujo desequilíbrio hormonal é brusco e pode gerar certo desconforto (ALEXANDRE, 2007). Os sinais e sintomas do climatério podem iniciar com a irregularida- de menstrual, fogachos, prurido, dispaurenia, alterações da pele e dos fâneros e até fadiga e depressão (GONÇALVES; MERIGHI, 2007). Incluem, ainda, ressecamento vaginal e urgência miccio- nal, com repercussão na esfera sexual e na qualidade de vida da mulher, dificuldades cognitivas e irritabilidade emocional (PINEL- LI; SOARES, 2009). O climatério ocasiona alterações no sistema ósseo da mu- lher, tendo como consequência principal a perda de massa óssea e sua relação com osteoporose. Dessa forma, é imprescindível a educação em saúde visando à prevenção de complicações da os- teoporose, como dieta rica em cálcio e fósforo, exercícios físicos e banho de sol moderado (PINELLI; SOARES, 2009). As mulheres nessa fase da vida podem sofrer preconceitos relacionados à idade e também à incapacidade da maternidade. Além disso, há ainda a possibilidade de mudanças sociais, como aposentadoria, morte do companheiro e saída dos filhos de casa (ALEXANDRE, 2007). No âmbito da saúde pública, o climatério ainda é visto como problema de solução individual e centrado no aspecto bi- ológico. É imprescindível o empenho dos profissionais de saúde no que se refere à orientação das mulheres sobre o climatério, em um contexto interdisciplinar que vise à melhoria da quali- dade de vida das mulheres e à manutenção de hábitos de vida saudáveis (GONÇALVES; MERIGHI, 2007). 33© ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 1 – SAÚDE DA MULLHER Com as leituras e o vídeo sugeridos no Tópico 3. 2, am- plie seu conhecimento sobre infertilidade e saúde da mulher adolescente e no climatério. Antes de prosseguir para o próxi- mo assunto, acesse os materiais indicados, procurando assimi- lar o conteúdo estudado. 2.3. SITUAÇÃO SOCIAL DA SAÚDE DA MULHER De acordo com Fonseca (2007), a maneira como são inter- pretados os fenômenos sociais depende da visão de mundo que se aplica. O processo saúde-doença é um fenômeno social e vê a doença como proveniente da ação de múltiplos fatores, relacio- nados ao sujeito, ao meio ambiente e ao agente causador. Assim, o processo saúde-doença determinado socialmente decorre da inserção do indivíduo ou do grupo basicamente em uma dada classe social, num determinado gênero, numa geração e numa raça-etnia, além de outros aspectos. Considera-se gênero uma construção histórica, que se re- fere ao sexo social, com base nos processos sociais de construção de feminilidade e de masculinidade. O processo saúde-doença das mulheres decorre dos processos de degastes característicos das mulheres numa dada sociedade e numa dada época. Obser- va-se que as mulheres ocupam uma posição social subalterna à dos homens na sociedade, e isso pode ser verificado por sua situação de iniquidade no trabalho e nos rendimentos, na es- colarização, na propriedade e no acesso a bens e serviços, bem como no exercício de seus direitos (FONSECA, 2007). Há vários processos que interferem negativamente na vida e na saúde das mulheres, tais como: aumento na proporção de 34 © ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 1 – SAÚDE DA MULLHER mulheres chefes de família sem os suportes jurídicos e salariais vigentes para os homens, agudização do processo de subvalori- zação do trabalho feminino e do peso da tripla carga de trabalho para possibilitar condições de sobrevivência familiar; atividades político-participativas e agudização da falta de bens de consumo e serviços para dar suporte às atividades femininas (FONSECA, 2007). A assistência à saúde da mulher deve ser norteada nos princípios do SUS e deve ter como objetivo assistir as mulheres no que diz respeito à sua saúde e contribuir para emancipação de gênero, tanto na dimensão biológica quanto social (FONSECA, 2007). Como já mencionado, os programas governamentais preci- sam ampliar o enfoque da saúde da mulher para além do perío- do gestacional ou gravídico-puerperal. Os programas nacionais para atenção e assistência à saúde da mulher trazem recomendações que orientam a assistência de enfermagem e possibilitam o levantamento de diagnósticos e in- tervenções de enfermagem. O Programa Rede Cegonha é uma estratégia que tem a fi- nalidade de estruturar e organizar a atenção à saúde materno-in- fantil por meio de planejamento reprodutivo e atenção humani- zada à gravidez, ao parto e ao puerpério (pós-parto), bem como através de garantia às crianças do direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis (BRASIL, 2013). 35© ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 1 – SAÚDE DA MULLHER Com as leituras e o vídeo sugeridos no Tópico 3. 3, co- nheça mais sobre os principais programas nacionais para aten- ção e assistência à saúde da mulher. Antes de prosseguir para o próximo assunto, acesse os materiaisindicados, procurando assimilar o conteúdo estudado. 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR O Conteúdo Digital Integrador é a condição necessária e in- dispensável para você compreender integralmente os conteúdos apresentados nesta unidade. 3.1. POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE DA MULHER Nessa perspectiva, os textos a seguir apresentam aspectos que envolvem as mulheres nas questões de gênero, de autono- mia, de igualdade, de educação, formas de violência contra as mulheres e enfrentamento das desigualdades, no âmbito das políticas públicas nacionais. • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estra- tégicas. Política nacional de atenção integral à saúde da mulher: princípios e diretrizes. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. Disponível em: <http://bvsms.saude. gov.br/bvs/publicacoes/politica_nac_atencao_mulher. pdf>. Acesso em: 10 dez. 2018. • BRASIL. Secretaria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres. II Plano Nacional de Políticas para as Mulhe- res. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/dmdo- 36 © ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 1 – SAÚDE DA MULLHER cuments/planonacional_politicamulheres.pdf>. Acesso em: 17 set. 2018. • BRASIL. Secretaria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres. Plano Nacional de Políticas para as mulheres. 2005. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ publicacoes/pnpm_compacta.pdf>. Acesso em: 17 set. 2018. 3.2. DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS Os textos são recomendações importantes sobre direitos sexuais e reprodutivos, planejamento familiar, métodos anticon- cepcionais, participação do enfermeiro e uma análise sobre a mortalidade materna, para leitura e compreensão na íntegra. • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estra- tégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Direitos Se- xuais e Direitos Reprodutivos: uma prioridade do gover- no. Brasília: Ministério da Saúde, 2005. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartilha_ direitos_sexuais_reprodutivos.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2018. • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estraté- gicas. Direitos sexuais, direitos reprodutivos e métodos anticoncepcionais. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publi- cacoes/direitos_sexuais_reprodutivos_metodos_anti- concepcionais.pdf>. Acesso em: 14 jan. 2019. 37© ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 1 – SAÚDE DA MULLHER • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde se- xual e saúde reprodutiva. Brasília: Ministério da Saú- de, 2010. Disponível em: <http://189.28.128.100/dab/ docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad26.pdf>. Acesso em: 14 jan. 2019. • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde se- xual e saúde reprodutiva. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ publicacoes/saude_sexual_saude_reprodutiva.pdf>. Acesso em: 14 jan. 2019. • BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolos da Atenção Básica: Saúde das Mulheres. Brasília: Ministério da Saú- de, 2016. Disponível em: <http://189.28.128.100/dab/ docs/portaldab/publicacoes/protocolo_saude_mulher. pdf>. Acesso em: 15 jan. 2019. • VIANA, R. C.; NOVAES, M. R. C. G.; CALDERON, I. M. Mor- talidade Materna – uma abordagem atualizada. Com. Ciências Saúde, 22, sup. 1, p. S141-S152, 2011. Disponí- vel em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/morta- lidade_materna.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2018. • UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Centro de Ciências da Saúde. Curso de Especialização Mul- tiprofissional na Atenção Básica � Modalidade a Dis- tância. Atenção integral à saúde da mulher: medicina. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2016. Disponível em: <https://unasus.ufsc.br/atencao- basica/files/2017/10/Aten%C3%A7%C3%A3o-Integral- -%C3%A0-Sa%C3%BAde-da-Mulher-ilovepdf-compres- sed.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2018. 38 © ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 1 – SAÚDE DA MULLHER • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Assistência em Planejamento Familiar: Manual Técnico. Brasília: Minis- tério da Saúde, 2002. Disponível em: <http://bvsms. saude.gov.br/bvs/publicacoes/0102assistencia1.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2018. • BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolos da Atenção Bá- sica: Saúde das Mulheres. Brasília: Ministério da Saú- de, 2016. Disponível em: <http://www.saude.sc.gov. br/index.php/documentos/informacoes-gerais/redes- -de-atencao-a-saude-2/rede-aten-a-saude-materna-e- -infantil-rede-cegonha/manuais-e-publicacoes/12088- -protocolo-saude-das-mulheres/file>. Acesso em: 13 dez. 2018. • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estra- tégicas Saúde do adolescente: competências e habili- dades. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2008. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publi- cacoes/saude_adolescente_competencias_habilidades. pdf>. Acesso em: 14 jan. 2019. • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estra- tégicas. Manual de Atenção à Mulher no Climatério/ Menopausa. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2008. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ publicacoes/manual_atencao_mulher_climaterio.pdf>. Acesso em: 14 jan. 2019. 39© ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 1 – SAÚDE DA MULLHER 3.3. SITUAÇÃO SOCIAL DA SAÚDE DA MULHER Os textos a seguir apresentam aspectos que envolvem a assistência de enfermagem à saúde da mulher e a Rede Cegonha. • SÃO PAULO (Cidade). Secretaria da Saúde. Manual téc- nico: saúde da mulher nas Unidades Básicas de Saú- de. 2. ed. São Paulo: SMS, 2012. Disponível em: <sms. sp.bvs.br/lildbi/docsonline/get.php?id=7667>. Acesso em: 7 jan. 2018. • UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO. UNA-SUS/ UFMA. Redes de atenção à saúde: a Rede Cegonha. São Luís, 2015. Disponível em: <www.saude.mt.gov.br/ar- quivo/3062>. Acesso em: 7 jan. 2018. • BRASIL. Ministério da Saúde. Rede Cegonha. Disponí- vel em: <http://portalms.saude.gov.br/acoes-e-progra- mas/rede-cegonha>. Acesso em: 19 jul. 2017. 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em re- sponder às questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos estudados para sanar as suas dúvidas. 1) (Questão adaptada de FUNIVERSA, 2011) As políticas públicas de saúde no Brasil surgiram com enfoque de ações voltadas para o caráter coletivo. No decorrer dos tempos e com os avanços nas discussões de autores e legisla- ções, começou-se a norteá-las para a assistência médica individual. Acerca de políticas públicas de saúde da mulher, assinale a alternativa correta: a) A violência doméstica contra a mulher compreende apenas a violência psicológica, entendida como qualquer ofensa que configure calúnia, difamação ou injúria. 40 © ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 1 – SAÚDE DA MULLHER b) A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar está assegurada na Lei Maria da Penha. c) A violência doméstica se caracteriza apenas pela violência física. d) Nenhuma das alternativas anteriores. 2) (Questão adaptada de FUNIVERSA, 2011) A estratégia Rede Cegonha tem a finalidade de estruturar e organizar a atenção à saúde materno-infantil no país e será implantada, gradativamente, em todo o território nacional. Os princípios da Rede Cegonha são: a) Humanização do parto e do nascimento. b) Acolhimento apenas da gestante. c) Realização do pré-natal, sem acompanhamento posterior da mulher. d) Não é uma política para a saúde da mulher e da criança. 3) Sobre as açõesde saúde da mulher, analise as afirmações a seguir e assi- nale a alternativa falsa: a) Os altos índices de mortalidade materna e neonatal e as taxas crescen- tes de cirurgia cesariana dos últimos anos evidenciam a necessidade de colocar em discussão o modelo de atenção obstétrica e neonatal hegemônico no país. b) Apesar do avanço na melhoria da atenção ao pré-natal, ao parto e ao nascimento, fruto de uma série de esforços e de iniciativas dos gover- nos e da sociedade nos últimos 30 anos, a redução da morbimortalida- de materna e neonatal permanece como um desafio. c) Nas práticas de atenção e de gestão, predominam arranjos organiza- cionais que dificultam a participação tanto de trabalhadores quanto de usuários e uma assistência marcada por intensa medicalização e intervenções potencialmente iatrogênicas, sem respaldo em evidên- cias científicas. d) A Rede Cegonha tem por objetivo fomentar a implementação de um modelo de atenção à saúde da criança durante o seu desenvolvimento no período em qualquer faixa etária de idade. 4) Assinale a resposta correta: a Rede Cegonha irá monitorar os seguintes indicadores de mortalidade e morbidade: a) Cobertura de equipes de Saúde da Família; Tipo de parto: % de partos cesáreos e partos normais, bem como as cesáreas em primíparas com IG > 32 semanas; idade materna; % de gestantes captadas até a 12ª 41© ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 1 – SAÚDE DA MULLHER semana de gestação; % de crianças com consultas preconizadas até 24 meses de idade; de crianças com as vacinas de rotina de acordo com a agenda programada. b) Número absoluto de óbitos infantis (neonatal e pós-neonatal); Núme- ro absoluto de óbitos maternos por município. % de crianças com con- sultas preconizadas até 24 meses de idade; de crianças com as vacinas de rotina de acordo com a agenda programada. c) Número de nascidos vivos e % de mais de 7 consultas no pré-natal; Incidência de sífilis congênita (indicador 7 do Pacto pela Vida); Número absoluto de óbitos infantis (neonatal e pós-neonatal); Número absolu- to de óbitos maternos por município. d) Número de nascidos vivos e % de mais de 7 consultas no pré-natal; In- cidência de sífilis congênita (indicador 7 do Pacto pela Vida); Cobertura de equipes de Saúde da Família; Tipo de parto: % de partos cesáreos e partos normais, bem como as cesáreas em primíparas com IG > 32 semanas; idade materna. 5) Assinale a alternativa correta em relação ao climatério. a) São sinais do climatério: ondas de calor, suores noturnos, variações da PA e taquicardia. b) Devido ao aumento do estrógeno, pode ocorrer a osteoporose. c) Nas manifestações genitais, são comuns o ressecamento vaginal e o aumento de pelos. d) A terapia hormonal não é recomendada para as mulheres nesse período. Gabarito Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au- toavaliativas propostas: 1) b. 2) a. 3) d. 4) a. 5) a. 42 © ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 1 – SAÚDE DA MULLHER 5. CONSIDERAÇÕES Chegamos ao final da primeira unidade, na qual você teve a oportunidade de conhecer as políticas públicas de saúde da mulher e as redes de atenção, as questões de gênero e saúde- -doença das mulheres, os direitos sexuais e reprodutivos da mulher, os determinantes do planejamento familiar e métodos anticoncepcionais, a infertilidade e as bases para os cuidados de enfermagem, aspectos sobre a mulher adolescente e no climaté- rio, a participação das mulheres na vida social e sobre violência contra a mulher. É relevante a interação de todo o conhecimento adquirido nas obras estudadas até o momento para a prática clí- nica do enfermeiro. Veja, agora, as leituras do Conteúdo Digital Integrador, que ampliarão seu conhecimento sobre o assunto. Na próxima uni- dade, você será apresentado aos cuidados do enfermeiro quanto à saúde da mulher fora do ciclo gravídico-puerperal. 6. E-REFERÊNCIA BRASIL, Ministério da Saúde. Manual do Planejamento Familiar. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ publicacoes/0102assistencia1.pdf>. Acesso em: 28 jul. 2018. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALEXANDRE, L. B. S. P. Políticas públicas de saúde da mulher. In: FERNANDES, R. A. Q.; NARCHI, N. Z. Enfermagem e saúde da mulher. Barueri: Manole, 2007. Cap. 1, p. 1-29. BARBIERI, M. Direitos sexuais e reprodutivos da mulher. In: FERNANDES, R. A. Q.; NARCHI, N. Z. Enfermagem e saúde da mulher. Barueri: Manole, 2007. Cap. 3, p. 62-81. CAMIÁ, G. E. K.; BARBIERI, M. Planejamento familiar. In: BARROS, S. M. O. de. Enfermagem obstétrica e ginecológica: guia para a prática assistencial. 2. ed. Sao Paulo: Roca, 2009. Cap. 2, p. 19-48. 43© ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 1 – SAÚDE DA MULLHER FONSECA, R. M. G. S. da. Gênero e saúde-doença: uma releitura do processo saúde- doença das mulheres. In: FERNANDES, R. A. Q.; NARCHI, N. Z. Enfermagem e saúde da mulher. Barueri: Manole, 2007. Cap. 2, p. 30-61. GONÇALVES, R.; MERIGHI, M. A. B. Climáterio: novas abordagens para o cuidar. In: FERNANDES, R. A. Q.; NARCHI, N. Z. Enfermagem e saúde da mulher. Barueri: Manole, 2007. Cap. 11, p. 211-223. MAMEDE, F. V.; CLAPIS, M. J.; PANOBIANCO, M. S. Infertilidade: bases para o cuidado de enfermagem. In: FERNANDES, R. A. Q.; NARCHI, N. Z. Enfermagem e saúde da mulher. Barueri: Manole, 2007. Cap. 4, p. 82-91. MANDÚ, E. N. T. Adolescência: o cuidar nessa fase do ciclo vital. In: FERNANDES, R. A. Q.; NARCHI, N. Z. Enfermagem e saúde da mulher. Barueri: Manole, 2007. Cap. 10, p. 190-210. PINELLI, F. G. S.; SOARES, L. H. Promoção à saude da mulher. In: BARROS, S. M. O. de. Enfermagem obstétrica e ginecológica: guia para a prática assistencial. 2. ed. São Paulo: Rosa, 2009. Cap. 20, p. 373-385. © ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER 45 UNIDADE 2 ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA Objetivo • Entender a saúde da mulher idosa e os cuidados de enfermagem. • Conhecer os aspectos que envolvem a prevenção e o controle dos cânceres de mama e cérvico-uterino. • Entender a consulta de enfermagem e a realização da semiologia e semiotécnica na mulher. Conteúdos • Cuidados de enfermagem da mulher idosa. • Prevenção e controle dos cânceres de mama e cérvico-uterino. • Programa Viva Mulher. • Autoexame das mamas e coleta de material para colpo- citologia oncótica (videoaula). • Consulta de enfermagem e exame físico da mulher fora do ciclo gravídico-puerperal. Orientações para o estudo da unidade Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir: 46 © ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 2 – ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA 1) Não se limite ao conteúdo deste Caderno de Referên- cia de Conteúdo; busque outras informações em sites confiáveis e/ou nas referências bibliográficas, apresen- tadas ao final de cada unidade. Lembre-se de que, na modalidade EaD, o engajamento pessoal é um fator determinante para o seu crescimento intelectual. 2) Busque identificar os principais conceitos apresenta- dos e realize as revisões sugeridas no início de cada capítulo. Amplie seu conhecimento revisando o con- teúdo sobre a anatomia e fisiologia das mamas e do sistema reprodutor feminino, sobre a consulta de en- fermagem na Atenção Primária à Saúde e a Semiologia e Semiotécnica em Enfermagem. 3) Não deixe de recorrer aos materiais complementa- res descritos no Conteúdo Digital Integrador. Neles serão orientados os estudos sobre a enfermagem ginecológica. 47© ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 2 – ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA 1. INTRODUÇÃO Dando continuidade em nossos estudos, nesta unidade, você será apresentado aos principais conteúdos relacionados à enfermagem ginecológica. No entanto, antes disso, você estuda- rá sobre a saúde das mulheres idosas, uma vez que as mulheres têm vivido mais do que os homens, e suas necessidades de saú- de sãoespecíficas. Em seguida, serão apresentadas medidas públicas para a prevenção e o controle dos cânceres de mama e cérvico-uterino. Por fim, será dada ênfase aos principais elementos para a avaliação do enfermeiro sobre a saúde da mulher fora do ciclo gravídico-puerperal, a partir do processo de enfermagem. 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma su- cinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteú- do Digital Integrador. 2.1. SAÚDE DA MULHER IDOSA E CUIDADOS DE ENFERMAGEM As mulheres idosas representam o público que mais cresce no país, e essa situação tem grande impacto nos serviços de saúde, uma vez que a mulher, biologicamente, sofre mais agra- vos à saúde do que os homens. Nesse sentido, vale ressaltar que saúde para o idoso significa manter a melhor qualidade de vida possível (TEIXEIRA, 2007). 48 © ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 2 – ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA Segundo Teixeira (2007), a maioria das idosas nunca exer- ceu uma atividade que lhes pudesse garantir aposentadoria, o que gera um grave problema médico-social. O processo de envelhecimento se dá de forma variada en- tre as pessoas e, no caso das mulheres, depende de como ela se preparou para esse momento e do valor cultural que a sociedade atribui à velhice (TEIXEIRA, 2007). Todos os sistemas orgânicos se alteram na velhice, e o pa- pel do enfermeiro, nesse contexto, é atuar em conjunto com uma equipe multidisciplinar, como geriatras, psicólogos, assistentes sociais, educadores físicos, entre outros, para ajudar no preparo da mulher para o processo de envelhecimento. Para envelhec- er de modo saudável, há a necessidade de alguns cuidados ao longo da vida, como não fumar, beber apenas socialmente, ter alimentação balanceada, praticar exercícios físicos regulares e mentais e participar de atividade sociais familiares ou na comu- nidade (TEIXEIRA, 2007). Usualmente, a atenção à saúde da mulher idosa acontece nas unidades de saúde, e a consulta de enfermagem é a melhor forma de realizá-la (TEIXEIRA, 2007). Há recomendações para que as atividades para as mul- heres sejam individuais, mas, também, que se estendam a gru- pos, por permitirem desenvolver novos conhecimentos e aumen- tar a autoestima, o altruísmo, a socialização e novas habilidades dos participantes. As ações específicas para as mulheres idosas precisam atender suas necessidades e enfrentar os problemas físicos e psicológicos do processo de envelhecimento (TEIXEIRA, 2007). 49© ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 2 – ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA Com as leituras e o vídeo indicados no Tópico 3. 1, você conhecerá mais sobre as recomendações para atender as ne- cessidades da saúde da mulher idosa. Antes de prosseguir para o próximo assunto, acesse os materiais indicados, procurando assimilar o conteúdo estudado. 2.2. CÂNCER DE MAMA E CÂNCER CÉRVICO-UTERINO O câncer de mama como doença tem sido descrito pelos egípcios há mais de 3000 anos (BERGAMASCO; TSUNECHIRO, 2007). Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA, 2018): O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células da mama. Esse processo gera células anormais que se multiplicam, formando um tumor. [...] É o tipo da doença mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do câncer de pele não melanoma, correspon- dendo a cerca de 25% dos casos novos a cada ano. No Brasil, esse percentual é de 29%. Para 2018, são esperados 59.700 casos novos de câncer de mama no Brasil. Excluído o câncer de pele não melanoma, é o mais frequente nas mulheres das regiões Sul, Sudeste, Cen- tro-Oeste e Nordeste. O câncer de mama também acomete homens, porém é raro; a ocorrência neste público representa apenas 1% do total de casos da doença. O câncer de mama apresenta-se como: um tumor de consistência dura, de limites mal definidos, de tamanho que pode variar de um até vários centímetros de diâ- metro, de acordo com o tempo de evolução. Pode estar com a mobilidade preservada ou aderido à pele, ao gradil costal ou a ambos. A pele que recobre a mama pode estar íntegra, ul- 50 © ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 2 – ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA cerada pelo tumor ou apresentar-se como uma casca de laranja (BERGAMASCO; TSUNECHIRO, 2007, p. 118). A doença pode ser percebida em sua fase inicial, na maio- ria dos casos, é reconhecida por meio de sinais e sintomas tais como: nódulo (caroço) fixo e geralmente indolor (é a principal manifestação da doença, percebida pela própria mulher), pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de la- ranja, alterações no mamilo, pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço, saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos (INCA, 2018). A Figura 1, a seguir, ilustra tais sintomas: Figura 1 Sinais e sintomas do câncer de mama. Segundo o INCA (2018), o aumento do risco de desenvolvi- mento do câncer de mama está relacionado com o aumento da expectativa da vida, a industrialização, a urbanização, os avanços tecnológicos na área da saúde e a mudança de hábitos de vida. Assim, para evitar essa doença, é necessária a adoção de hábitos saudáveis de vida, como: praticar atividade física, alimentar-se 51© ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 2 – ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA de forma saudável, manter o peso corporal adequado, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, amamentar e evitar uso de hor- mônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposi- ção hormonal (INCA, 2018). Por fim, é importante destacar que estratégias para detecção precoce do câncer devem ser incenti- vadas (BERGAMASCO; TSUNECHIRO, 2007). Conforme Bergamasco e Tsunechiro (2007, p.110), as mu- lheres que estão em risco são aquelas com história familiar de câncer de mama em ascendentes ou parentes diretos (mãe ou irmã), na pré-menopausa, que ti- veram diagnóstico prévio de hiperplasia atípica ou neoplasia lobular ou ainda câncer de mama prévio. Para essas mulheres, recomendam-se autoexame mensal e exame clínico semestral ou anual. O prognóstico da mulher com câncer de mama é elevado quando a doença é diagnosticada em estágio inicial, mesmo que os tratamentos em uso não garantam a cura. Por outro lado, a mortalidade também é elevada quando se é diagnosticado em fases avançadas, o que acontece comumente no Brasil (BERGA- MASCO; TSUNECHIRO, 2007). Os métodos clínicos, o autoexame de mama e o exame fí- sico, os métodos instrumentais e a mamografia são os recursos mais importantes utilizados para a detecção precoce da doença (BERGAMASCO; TSUNECHIRO, 2007). A detecção precoce deve ser realizada na atenção primá- ria à saúde, com o exame físico das mamas, e, durante o proce- dimento, a mulher deve ser estimulada e incentivada a realizar o autoexame da mama, esclarecendo-se a ela a importância de adotar esse hábito como cuidado para a própria saúde (BERGA- MASCO; TSUNECHIRO, 2007). 52 © ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 2 – ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA Para tanto, é importante que as mulheres observem suas mamas sempre que possível, no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano, sem técnica específica, valorizando a descoberta casual de pequenas alterações mamá- rias (INCA, 2018). O autoexame da mama trata-se de um exame realizado pela própria mulher com o objetivo de descobrir alguma altera- ção. O autoexame não desvaloriza e nem substitui o exame físico das mamas realizado pelo profissional de saúde, mas é uma for- ma de autocuidado e compartilhamento de responsabilidades em saúde (BERGAMASCO; TSUNECHIRO, 2007). É recomendado para todas as mulheres 7 a 10 dias após a menstruação, ou, para aquelas que não menstruam, deve-se escolher um dia do mês para sua realização. Espera-se que a mulher busque poralgum endurecimento nodular localizado (BERGAMASCO; TSUNECHI- RO, 2007). Com as leituras e o vídeo sugeridos no Tópico 3. 2, saiba como se realiza o autoexame da mama. Antes de prosseguir para o próximo assunto, acesse os materiais indicados, procu- rando assimilar o conteúdo estudado. Diagnóstico da doença O período entre a percepção das primeiras evidências da doença e a constatação do câncer de mama envolve sentimen- tos, comportamentos e atitudes que variam entre as mulheres e que exigem do enfermeiro um cuidado especial, com acolhimen- to e apoio. 53© ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 2 – ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA O Ministério da Saúde recomenda que a mamografia de rastreamento (exame realizado quando não há sinais nem sinto- mas suspeitos) seja ofertada para mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos. Mamografia é uma radiografia das mamas fei- ta por um mamógrafo, capaz de identificar alterações suspeitas de câncer antes do surgimento dos sintomas, ou seja, antes que seja palpada qualquer alteração nas mamas. A mamografia de rastreamento pode ajudar a reduzir a mortalidade por câncer de mama, mas também expõe a mulher a alguns riscos, os quais devem ser discutidos com o médico que acompanha a mulher (INCA, 2018). Ainda segundo o INCA (2018), o diagnóstico da doença só é confirmado por meio da biópsia, técnica que consiste na retirada de um fragmento do nódulo ou da lesão suspeita por meio de punções (extração por agulha) ou de uma pequena cirurgia. O material retirado é analisado pelo patologista para a definição do diagnóstico, uma vez que há vários tipos de cânceres de mama. Por suas variáveis apresentações, há diversas terapêu- ticas disponíveis, sendo que o tratamento do câncer de mama depende da fase em que a doença se encontra, ou seja, do es- tadiamento e do tipo do tumor. Pode ser tratado com cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica (terapia-alvo) (INCA, 2018). Como já mencionado, quando a doença é diagnosticada no início, o tratamento tem maior potencial curativo. No caso de a doença já possuir metástases, o tratamento busca prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida. Há preocupação cons- tante com a qualidade de vida da paciente com câncer de mama pelos profissionais de saúde ao longo de todo o processo tera- pêutico (INCA, 2018). 54 © ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 2 – ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA Com as leituras e o vídeo sugeridos no Tópico 3. 2, co- nheça mais sobre o diagnóstico e tratamento do câncer de mama e as ações do enfermeiro. Antes de prosseguir para o próximo assunto, acesse os materiais indicados, procurando assimilar o conteúdo estudado. Câncer cérvico-uterino Assim como o câncer de mama, o câncer cérvico-uterino há décadas preocupa a comunidade científica devido ao quadro de morbimortalidade que atinge a população feminina (NARCHI; JANICAS; FERNANDES, 2007). Esse tipo de câncer inicia-se a partir de uma lesão intrae- pitelial progressiva que evolui para um câncer invasivo em torno de dez a vinte anos, caso não seja oferecido tratamento. Durante o processo de evolução, a doença pode ser prevenida e curada (NARCHI; JANICAS; FERNANDES, 2007). Está associada a grupos femininos com maior vulnerabili- dade social e a algumas infecções, como a provocada pelo Papilo- mavírus Humano (HPV). Tabagismo, multiplicidade de parceiros, início precoce da atividade sexual, más condições de higiene e alimentação e uso de contraceptivos orais também têm sido as- sociados ao surgimento da doença, predominantemente na faixa etária de 25 a 59 anos (NARCHI; JANICAS; FERNANDES, 2007). A prevenção primária do câncer está relacionada à diminui- ção do risco de contágio pelo HPV, que é transmitido por via se- xual. O uso de preservativos (camisinha masculina ou feminina) durante a relação sexual com penetração protege parcialmente do contágio pelo HPV, que também pode ocorrer pelo contato 55© ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 2 – ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA com a pele da vulva, as regiões perineal e perianal e a bolsa es- crotal (INCA, 2018). Observa-se que o uso de preservativos para diminuição do potencial risco de transmissão do HPV depende do conhecimen- to sobre a doença e suas formas de prevenção, da percepção do risco de infecção, das crenças e dos valores culturais, das iniqui- dades de gênero e de como elas se revelam, do grau de autono- mia e poder de negociação sexual nas relações afetivo-sexuais, do acesso ao serviço de saúde e da oferta de preservativos (NAR- CHI; JANICAS; FERNANDES, 2007). Tais saberes são fundamentais para o planejamento da as- sistência de enfermagem para prevenção primária do câncer cér- vico-uterino. Assim, para exemplificar, podemos mencionar que diversas estratégias podem reduzir os fatores de risco, como: formação de grupos educativos que permitam a discussão de temas como sexualidade e gênero, vulnerabilidade e prevenção das doenças sexualmente transmissíveis, planejamento familiar\ reprodutivo, qualidade de vida e prevenção do câncer ginecoló- gico; mobilização das mulheres para o autocuidado e para a bus- ca por melhor qualidade de vida (grupos de caminhada, cultura de hortas caseiras); valorização da integralidade na assistência e no estímulo a uma participação das mulheres, com atitudes assertivas em relação à saúde; identificação e minimização das dificuldades de acesso ao serviço de saúde (NARCHI; JANICAS; FERNANDES, 2007). Em 2014, o Ministério da Saúde implementou, no calendá- rio vacinal, a vacina tetravalente contra o HPV para meninas de 9 a 13 anos. A partir de 2017, o Ministério estendeu a vacina para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Essa vacina protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. Os dois primeiros 56 © ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 2 – ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA causam verrugas genitais e os dois últimos são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero (INCA, 2018). A vacinação e a realização do exame preventivo (Papani- colau) se complementam como ações de prevenção desse tipo de câncer. Mesmo as mulheres vacinadas, quando alcançarem a idade preconizada (a partir dos 25 anos), deverão fazer o exame preventivo periodicamente, pois a vacina não protege contra to- dos os tipos oncogênicos do HPV (INCA, 2018). A prevenção secundária do câncer cérvico-uterino é rea- lizada por meio do exame citopatológico para detecção do cân- cer in situ ou das lesões precursoras, tratáveis e curáveis em até 100% dos casos (NARCHI; JANICAS; FERNANDES, 2007). O exame citopatológico ou Papanicolau pode ser realizado em unidades de saúde da rede pública que tenham profissionais capacitados. O exame é indolor, simples e rápido. Pode, no máxi- mo, causar um pequeno desconforto. Para garantir um resultado correto, a mulher não deve ter relações sexuais (mesmo com ca- misinha) no dia anterior ao exame e deve evitar o uso de duchas, medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas anteriores à sua realização. É importante também que não esteja menstruada, porque a presença de sangue pode alterar o resul- tado. Mulheres grávidas também podem se submeter ao exame, sem prejuízo para sua saúde ou para a do bebê (INCA, 2018). Para a coleta do material, é introduzido na vagina um es- péculo, por meio do qual o profissional de saúde faz a inspeção visual do interior da vagina e do colo do útero. Promove-se a escamação da superfície externa e interna da cérvice com uma espátula de madeira e uma escovinha. As células colhidas são colocadas numa lâmina de vidro para análise em laboratório es- pecializado em citopatologia (INCA, 2018). 57© ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA, OBSTETRÍCIA E SAÚDE DA MULHER UNIDADE 2 – ENFERMAGEM EM GINECOLOGIA Todas as mulheres que têm ou já tiveram vida sexual e que estão entre 25 e 64 anos de idade devem
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