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Gestão em Saúde e Segurança no Trabalho

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GESTÃO EM SAÚDE 
E SEGURANÇA NO 
TRABALHO
PROF. JULIANO BERTOLOTTI MOURA
“A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais, visando à 
geração, sistematização e disseminação do conhecimento, 
para formar profissionais empreendedores que promovam 
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e 
cultural da comunidade em que estão inseridos.
Missão da Faculdade Católica Paulista
 Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
 www.uca.edu.br
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma 
sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, 
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a 
emissão de conceitos.
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
GESTÃO EM SAÚDE E SEGURANÇA 
NO TRABALHO
PROF. JULIANO BERTOLOTTI MOURA
SUMÁRIO
AULA 01
AULA 02
AULA 03
AULA 04
AULA 05
AULA 06
AULA 07
AULA 08
AULA 09
AULA 10
AULA 11
AULA 12
AULA 13
AULA 14
INTRODUÇÃO A HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
LEGISLAÇÃO APLICADA À SAÚDE E SEGURANÇA DO 
TRABALHO
SEGURANÇA DO TRABALHO NAS ORGANIZAÇÕES
COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES – 
(CIPA)
SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE 
SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO (SESMT)
PERIGOS E RISCOS OCUPACIONAIS – PARTE 1
PERIGOS E RISCOS OCUPACIONAIS – PARTE 2
CAUSAS DE ACIDENTES DE TRABALHO – ATOS 
INSEGUROS
CAUSAS DE ACIDENTES DE TRABALHO – CONDIÇÃO 
INSEGURA
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI
MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA – EPC
PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS 
(PCMSO E PGR)
CONDIÇÕES AMBIENTAIS E SEGURANÇA DO 
TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL
FERRAMENTAS DE IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DE 
RISCOS
05
11
18
25
32
40
48
55
62
69
77
83
89
96
GESTÃO EM SAÚDE E SEGURANÇA 
NO TRABALHO
PROF. JULIANO BERTOLOTTI MOURA
AULA 15
AULA 16
INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE
PREVENÇÃO DE COMBATE A INCÊNDIO E PÂNICO
104
112
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GESTÃO EM SAÚDE E SEGURANÇA 
NO TRABALHO
PROF. JULIANO BERTOLOTTI MOURA
AULA 1
INTRODUÇÃO A HIGIENE E 
SEGURANÇA DO TRABALHO
 
Fonte: https://bit.ly/3cJVcLg
A história da segurança do trabalho
A Segurança do trabalho, nos dias de hoje, tem 
sido melhor compreendida por empregadores e 
empregados. Porém, historicamente a segurança do 
trabalho, embora pareça nova, quando comparada à 
história, já havia indícios de sua existência no tempo 
do antigo Egito, império Babilônico e na civilização 
greco-romana. Foram encontrados registros da 
relação do trabalho com a saúde e as doenças. 
https://bit.ly/3cJVcLg
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GESTÃO EM SAÚDE E SEGURANÇA 
NO TRABALHO
PROF. JULIANO BERTOLOTTI MOURA
De acordo com Mattos e Másculo (2011), existem registros datados de 2360 a.C., tais 
como: o Papiro Seler II, que relaciona o ambiente e os riscos inerentes ao ambiente de 
trabalho e o Papiro Anastasi V, o qual é mais conhecido como “Sátira dos Ofícios”, datado de 
1800 a.C., onde são descritos os problemas de insalubridade, periculosidade e a penosidade 
das profissões. 
Por volta de 1750 a.C. foi criado o “Código de Hamurabi” pelo Império Babilônico. Neste 
código foram descritos 281 artigos tratando das questões envolvendo as relações de trabalho, 
família, propriedade e escravidão. O imperador Hamurabi, ao tratar das responsabilidades 
profissionais, sentencia a pena de morte o arquiteto responsável pela construção de uma 
casa, que desmorone e cause a morte de seus ocupantes (BARSANO; BARBOSA, 2018).
Já na sociedade grega e romana, os escravos eram utilizados para realizar as atividades 
que geravam riscos de acidentes e doenças. Assim, estas sociedades não valorizavam os 
estudos que tratavam da segurança no trabalho.
Anote isso
Por volta de 1750 a.C. foi criado o “Código de Hamurabi” pelo império Babilônico.
Na metade do século IV a.C. Hipócrates, que foi considerado uma pessoa importante na 
história da saúde, descreveu a gravidade toxicológica causada pelo chumbo nas pessoas 
que trabalhavam em minas (CHIRMICI, 2016).
Ao longo dos anos os conceitos da época foram evoluindo, surgindo assim novos estudos, 
que segundo Barsano e Barbosa (2018, p. 24), foram:
• Século IV a.C. – Hipócrates (Grécia, 460-375 a.C.): houve mudanças do 
paradigma espiritualista para o naturalista. O mecanismo do processo 
saúde-doença pela teoria dos miasmas vigorou até o século XIX. Hipócrates 
descreveu a “intoxicação saturnina” em um mineiro, porém omitiu o ambiente 
de trabalho e a ocupação. O Tratado de Hipócrates (Ares, águas e lugares) 
informava ao médico a relação entre ambiente e saúde (clima, topografia, 
qualidade da água, organização política). 
• Século I a.C.: Lucrécio também falava a respeito dos trabalhadores das 
minas. No tratado História Natural (Naturalis Historia), Plínio, o Velho (23-79 
a.C.), relatou o aspecto de trabalhadores expostos a chumbo, mercúrio e 
poeiras. Fez também a descrição dos primeiros equipamentos de proteção 
individual utilizados, como máscaras (panos e bexigas de carneiros) para 
evitar a inalação de poeiras e fumos.
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GESTÃO EM SAÚDE E SEGURANÇA 
NO TRABALHO
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As instituições responsáveis por tratar os conflitos trabalhistas, na Grécia, eram denominadas 
“erans”. Em Roma, as instituições eram chamadas “collegia”. Os “erans” admitiam cidadãos 
gregos, filhos de escravos, mesmo não sendo pessoas com direito pleno, já os “collegia” 
qualquer pessoa tinha o direito de se membro desta associação, incluindo os escravos e os 
libertos (BARSANO; BARBOSA, 2018). Entre o ápice do domínio do Império Romano e o final 
do período da Idade Média, não foram encontrados estudos ou discussões documentadas 
sobre as doenças da época. 
Em meados do ano de 1700, foi publicado em Modena, Itália, a obra “De Morbis Artificium 
Diatriba” – As Doenças do Trabalho, escrita por um médico chamado Bernardino Ramazzini. 
No livro, Romazzini apresenta aproximadamente 50 tipos de ocupações e as medidas a 
serem tomadas para a redução dos perigos à saúde dos trabalhadores. A obra de Romazzini 
é considerada a pioneira no assunto e serviu como base para que a higiene ocupacional 
se desenvolvesse. Bernardino Romazzini é considerado, até os dias de hoje, como o pai da 
medicina ocupacional (CHIRMICI, 2016).
1.1 Revolução Industrial
No Século XVIII, com o surgimento das máquinas, 
houve um grande avanço tecnológico para as 
organizações da época, pois possibilitou o 
aumento da produtividade e consequentemente 
maior oferta dos produtos com acabamentos 
melhores e em menor tempo de entrega. 
Porém, houve também o surgimento de alguns 
outros problemas, consequências negativas 
que acompanharam esta evolução 
 (CHIRMICI, 2016).
Com o aumento da produtividade, aumentou também as dificuldades em manter um 
ambiente saudável, surgindo assim as doenças ocupacionais. As taxas de acidentes também 
aumentaram vertiginosamente, afetando todos os trabalhadores, homens, mulheres, idosos 
e crianças. Os trabalhadores realizavam os mais diversos tipos de tarefas em condições de 
vida e de trabalho, em alguns casos, deploráveis. Neste período, segundo Chirmici (2016), 
não se controlava a segurança dos trabalhadores no desenvolvimento de suas atividades 
de trabalho, nem tampouco se observava a carga horária e o período de descanso, o que 
aumentava o nível de morte nos ambientes fabris a números assustadores. 
Fonte: https://bit.ly/3grvfRG
https://bit.ly/3grvfRG
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GESTÃO EM SAÚDE E SEGURANÇA 
NO TRABALHO
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Além de todos os problemas causados pelo número de acidentes, mortes, condições 
insalubres, entre outros, ainda havia, por parte dos trabalhadores, o receio de que as pessoas 
seriam substituídas pelas máquinas, ou seja, vou perder oemprego! Com este pensamento, 
os trabalhadores começaram a se mobilizar, fazendo surgir o primeiro movimento para 
reivindicar os seus direitos. Neste período, os trabalhadores se associaram a sindicatos e se 
recusaram a realizar as suas atividades e a resistir ao controle de seus superiores. Com esta 
pressão, por parte dos trabalhadores, as empresas então tiveram que desenvolver outros 
meios para organizar o trabalho (CHIRMICI, 2016).
Anote isso
Com o aumento da produtividade, aumentou também as dificuldades em manter um 
ambiente saudável, surgindo assim as doenças ocupacionais.
1.2 Segurança do trabalho no Brasil
No período que antecede o final da escravidão não há registros de doenças relacionadas 
ao trabalho. Como as atividades laborais manuais e mais pesadas eram realizadas pelos 
escravos, não era dada importância aos senhores. Durante os anos de 1907 e 1912, durante 
a construção da ferrovia Madeira-Mamoré, liderada pelo doutor Oswaldo Cruz, surgiram os 
primeiros casos de doenças relacionadas ao trabalho. A partir de 1920, os vários estudos 
realizados demonstraram a relação entre as más condições e os acidentes e doenças do 
trabalho. 
Os registros dos acidentes ocorridos neste período estão relacionados às empresas 
europeias instaladas no Brasil, refletindo o mesmo problema ocorrido na Europa no século 
anterior. Porém, também não foi diferente o que ocorreu no Brasil quanto à luta por melhores 
condições de trabalho, pois os movimentos sociais e trabalhistas, bem como as denúncias 
dos trabalhadores, culminaram na publicação de leis que tinham o objetivo de proteger os 
trabalhadores (CHIRMICI, 2016).
Em 1966, dentre uma série de decretos criados voltados à segurança do trabalho, surge a 
Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (FUNDACENTRO). 
Após 14 anos de existência a FUNDACENTRO, nos anos de 1980, publicou suas primeiras 
normas de Higiene do Trabalho (NHTs), substituídas pelas NHOs no ano de 1999. 
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GESTÃO EM SAÚDE E SEGURANÇA 
NO TRABALHO
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Em 1992, segundo Chirmici (2016), foi introduzido o mapa de riscos permitindo a participação 
dos trabalhadores no reconhecimento dos riscos ocupacionais. Em 1994, após a ocorrência 
do primeiro encontro brasileiro de higienistas ocupacionais, foi criada a Associação Brasileira 
de Higienistas Ocupacionais (ABHO).
1.3 Organização Internacional do Trabalho (OIT)
A Organização das Nações Unidas (ONU) é responsável pela garantia de que os homens 
e mulheres tenham acesso a um trabalho decente e produtivo, com liberdade, equidade, 
segurança e dignidade. A OIT formalizou no ano de 1999, o termo “decente” como sendo 
o respeito ao direito do trabalhador, especialmente os que são definidos como essenciais, 
conforme a Declaração Relativa aos Direitos e Princípios Fundamentais no Trabalho, que 
representam quatro objetivos estratégicos OIT. Segundo Chirmici (2016, p.6), os quatro 
objetivos da OIT são:
− Liberdade sindical e reconhecimento efetivo do direito de negociação coletiva
− Eliminação de todas as formas de trabalho forçado
− Abolição efetiva do trabalho infantil
− Eliminação de todas as formas de discriminação em matéria de emprego e 
ocupação, promoção do emprego produtivo e de qualidade, extensão da proteção 
social e fortalecimento do diálogo social.
1.4 Occupational Safety and Health Administration (OSHA)
A OSHA é uma agência pertencente ao Departamento de Trabalho americano, sendo este 
bem semelhante à FUNDACENTRO, no Brasil. Esta agência foi criada em 29 de dezembro 
de 1970, tendo como objetivo supervisionar a segurança do trabalho, impedir que acidentes 
fatais ou não ocorram, bem como as doenças do trabalho por meio das normas de segurança 
e saúde no trabalho. As normas estabelecidas pela OSHA descrevem os métodos a serem 
seguidos pelos empregadores para que os trabalhadores estejam protegidos dos riscos. A 
agência disponibiliza diversos materiais educacionais e instrumentos eletrônicos em sua 
home-page. Para a identificação das melhores soluções para os locais de trabalho, a OSHA, 
por meio de softwares e ferramentas eletrônicas, fornece informações sobre a segurança, 
saúde e sobre os problemas comuns (CHIRMICI, 2016).
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NO TRABALHO
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1.5 National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH)
A NIOSH é uma agência federal dos Estados Unidos e tem a responsabilidade de realizar 
pesquisas e produzir orientações para a prevenção de lesões e doenças relacionadas ao 
trabalho. Esta agência é ligada ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos. No Brasil, 
segundo Chirmici (2016), a importância desta agência é a produção de conhecimentos e 
publicações de métodos para a realização de avaliação, amostragem e análise de substâncias 
e agentes químicos. O manual de estratégia de amostragem é disponibilizado gratuitamente 
e pode ser acessado por meio do site da Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais. 
1.6 American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH)
A associação americana de higienistas industriais, que tem como o objetivo a produção 
de conhecimentos e informações para proteger os trabalhadores, é chamada de ACGIH, 
que significa, American Conference of Governmental Industrial Hygienists. Esta instituição foi 
criada há mais de 75 anos e é respeitada por todas as instituições da higiene industrial e 
indústria de saúde e segurança ocupacional e ambiental. É uma instituição que possibilita a 
adesão de higienistas do mundo todo. No Brasil, de acordo com Chirmici (2016), assim como 
em outros vários países, os limites de tolerância estabelecidos pela ACGIH, são tomados 
como referência devido à falta destes limites estabelecidos nas normas nacionais. Assim, na 
própria redação das normas nacionais, quando não há limites de tolerâncias para os agentes 
ocupacionais, estas indicam como referência para estes limites, os requisitos estabelecidos 
na ACGIH. 
Isto acontece na prática
O mundo de hoje encontra-se num processo de plena busca pela produção máxima e 
custo máximo. Tal objetivo deve-se ao fato da procura do desenvolvimento por parte 
dos subdesenvolvidos e, pela busca do controle econômico mundial por parte dos 
países desenvolvidos. Evidentemente, que esse interesse geral está relacionado com 
o bem-estar do ser humano, pois o Estado tem como meta principal, a sociedade.
Para ampliar os seus conhecimentos, leia o artigo: HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO DOS 
CONCEITOS DE SEGURANÇA
Disponível em: http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep1998_art369.pdf<>. Acesso 
em: 25 de mar. de 2021.
http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep1998_art369.pdf<>
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NO TRABALHO
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AULA 2
LEGISLAÇÃO APLICADA À SAÚDE E 
SEGURANÇA DO TRABALHO
 
Fonte: https://bit.ly/3gpVJEI
A evolução histórica da legislação de saúde e segurança do trabalho passou por muitas 
transformações até alcançar o patamar atual. No Brasil, a aprovação das leis, decretos, 
portarias, normas regulamentadoras entre outros, teve que passar por muitas situações 
complexas, tais como a ocorrência de acidentes leves e fatais, mortes, greves, bem como 
estudos, pesquisas e reivindicação da sociedade (BARSANO, 2014). A legislação voltada à 
segurança do trabalho em sua evolução estabelece várias normas ao longo destes anos, 
conforme apresentado a seguir.
A aprovação do Decreto n°. 1.313, no ano de 1891, estabeleceu as primeiras ações para 
regularizar o trabalho dos menores trabalhadores nas empresas da capital federal. 27 anos 
mais tarde foi aprovado o Decreto n°. 3.550, com o objetivo de preparar e dar execução 
https://bit.ly/3gpVJEI
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GESTÃO EM SAÚDE E SEGURANÇA 
NO TRABALHO
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regulamentar as medidas pertinentes ao trabalho, bem como dirigir e proteger e amparar osimigrantes, superintender a colonização nacional e estrangeira, regulamentar e inspecionar 
o Patronato Agrícola (BARSANO, 2014). Em 1943, por meio do decreto 5.453, foi publicada a 
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Porém, somente em 1977, por meio da publicação 
da Lei 6.514, o Brasil aprofunda as medidas preventivas para melhorar sua posição no ranking 
mundial, que até então era o de campeão mundial em acidentes de trabalho. A Lei 6.514 
altera o art. 200 da CLT, transmitindo a competência normativa ao Ministério do Trabalho, 
tanto para regulamentar como para complementar as normas estabelecidas no Capítulo VII, 
referente à Segurança e Medicina do Trabalho (CAMISASSA, 2021). Em 1978 foi publicada 
a Portaria 3.214, do antigo Ministério do Trabalho e Emprego, consolidando a legislação em 
saúde ocupacional em Normas Regulamentadoras (NRs). Dez anos depois é então aprovada 
a Constituição Federal (CF/88), que consagrou os diversos mandamentos constitucionais 
relacionados à saúde e segurança do trabalho (BARSANO, 2014).
2.1 Hierarquia das normas de saúde e segurança do trabalho.
Em praticamente tudo existe uma hierarquia, ou seja, sempre há alguém ou alguma coisa 
que estabelece a prioridade sobre outras. A legislação, como um todo tem as suas regras 
hierárquicas, sendo a de maior nível a Constituição Federal de 1998. Essa hierarquia, segundo 
Brasil (2021 – [on-line]¹), é descrita no preâmbulo da constituição da seguinte forma:
[...] Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional 
Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o 
exercí- cio dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-
estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de 
uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia 
social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica 
das controvérsias, promulgamo-nos, sob a proteção de Deus, a seguinte 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDE- RATIVA DO BRASIL.
A seguir, a Figura 1 apresenta a hierarquia das normas jurídicas no Brasil.
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GESTÃO EM SAÚDE E SEGURANÇA 
NO TRABALHO
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Figura 1- Hierarqua das normas. Fonte: Barsano e Barbosa (2014, p. 25).
2.2 Normas Regulamentadoras
As Normas Regulamentadoras (NR) foram criadas por meio da portaria n°. 3.214, de 08 
de jun. de 1978. Estas normas foram criadas com o objetivo de regulamentar o disposto 
no Cap. V, Título II, da CLT, com relação à Segurança e Medicina do Trabalho. Estas normas 
são de fundamental importância para as empresas, empregados e demais envolvidos nas 
atividades laborais, independentemente da área de atuação, pois estabelece os requisitos 
de segurança necessários para que os trabalhadores estejam seguros durante a realização 
de suas atividades laborais. Segundo Brasil (2021 – [on-line]²), as normas regulamentadoras 
complementam o capítulo V da CLT e determinam as obrigações, direitos e deveres a serem 
cumpridos, tanto para trabalhadores como para os empregadores. O objetivo é garantir que 
o trabalho seja realizado de forma segura e sadia, prevenindo as doenças e/ou acidentes 
de trabalho.
Anote isso
As Normas Regulamentadoras (NR) foram criadas por meio da portaria n°. 3.214, de 
08 de jun. de 1978.
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GESTÃO EM SAÚDE E SEGURANÇA 
NO TRABALHO
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O Quadro 1 apresenta as normas regulamentadoras vigentes no Brasil, publicadas pela 
Escola Nacional da Inspeção do Trabalho (ENIT).
N°. DESCRIÇÃO
NR-1 DISPOSIÇÕES GERAIS E GERENCIAMENTO DE RISCOS OCUPACIONAIS
NR-3 EMBARGO OU INTERDIÇÃO
NR-4 SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO
NR-5 COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES
NR-6 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI
NR-7 PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL
NR-8 EDIFICAÇÕES
NR-9 AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS A AGENTES FÍSICOS, QUÍMICOS 
E BIOLÓGICOS
NR-10 SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE
NR-11 TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE MATERIAIS
NR-12 SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
NR-13 CALDEIRAS, VASOS DE PRESSÃO E TUBULAÇÕES E TANQUES METÁLICOS DE ARMAZENAMENTO
NR-14 FORNOS
NR-15 ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES
NR-16 ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS
NR-17 ERGONOMIA
NR-18 CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO
NR-19 EXPLOSIVOS
NR-20 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS
NR-21 TRABALHOS A CÉU ABERTO
NR-22 SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL NA MINERAÇÃO
NR-23 PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS
NR-24 CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE TRABALHO
NR-25 RESÍDUOS INDUSTRIAIS
NR-26 SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA
NR-28 FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES
NR-29 NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO PORTUÁRIO
NR-30 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO AQUAVIÁRIO
NR-31 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA AGRICULTURA, PECUÁRIA SILVICULTURA, EXPLORAÇÃO 
FLORESTAL E AQUICULTURA
NR-32 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE
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NR-33 SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABALHOS EM ESPAÇOS CONFINADOS
NR-34 CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO, REPARAÇÃO 
E DESMONTE NAVAL
NR-35 TRABALHO EM ALTURA
NR-36 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM EMPRESAS DE ABATE E PROCESSAMENTO DE CARNES 
E DERIVADOS
NR-37 SEGURANÇA E SAÚDE EM PLATAFORMAS DE PETRÓLEO
Quadro 1. Normas Regulamentadoras vigentes no Brasil. Fonte: Brasil (2021 [on-line]²).
O desenvolvimento das normas regulamentadoras demanda tempo entre as definições 
normativas e sua publicação, devido aos diversos interesses envolvidos. Neste processo, 
segundo Chirmici (2016, p. 68), a criação de uma norma regulamentadora, estão envolvidas 
as seguintes etapas:
• Definição de prioridades: CTPP
• Formulação de texto técnico básico: grupo de trabalho (GT) ou grupo de 
estudos tripartite (GET)
• Consulta pública: publicação no Diário Oficial da União (DOU) pela Secretaria 
de Inspeção do Trabalho (SIT)
• Discussão tripartite: grupo tripartite de trabalho (GTT)
• Análise final: feita pela CTPP e revisada pela SIT
• Publicação pela SIT
• Acompanhamento: Comissão Nacional Temática Tripartite (CNTT).
2.3 Leis, decretos, normas e portarias complementares
Embora haja um grande número de normas regulamentadoras aplicadas à segurança do 
trabalho, estas não são as únicas. Além destas existem outras legislações que podem ser 
utilizadas pelas organizações, tais como as convenções estabelecidas pela Organização 
Internacional do Trabalho (OIT), o Decreto 7.602, que dispõe da Política Nacional de Segurança 
e Saúde do Trabalhador, bem como as Normas Técnicas da ABNT. Estas convenções, segundo 
Chirmici (2016, p. 121) são:
• Convenção 176, sobre segurança e saúde nas minas.
• Convenção 174, sobre prevenção de acidentes industriais maiores.
• Convenção 171, sobre trabalho noturno.
• Convenção 170, sobre segurança no trabalho com produtos químicos.
• Convenção 167, sobre segurança e saúde na construção.
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• Convenção 164, sobre proteção à saúde e assistência médica aos trabalhadores 
marítimos.
• Convenção 162, sobre a utilização de amianto com segurança.
• Convenção 161, sobre serviços de saúde no trabalho.
• Convenção 159, sobre reabilitação profissional e emprego de pessoas deficientes.
• Convenção 155, sobre segurança e saúde dos trabalhadores.
• Convenção 152, sobre segurança e higiene dos trabalhadores portuários.
• Convenção 148, sobre contaminação do ar, ruído e vibrações.
• Convenção 139, sobre prevenção e controle de riscos profissionais causados por 
substâncias ou agentes cancerígenos.
• Convenção136, sobre proteção contra os riscos da intoxicação pelo benzeno.
• Convenção 134, sobre prevenção de acidentes de trabalho dos trabalhadores marítimos.
• Convenção 127, sobre peso máximo das cargas.
• Convenção 124, sobre exame médico dos adolescentes para o trabalho subterrâneo 
nas minas.
• Convenção 115, sobre proteção contra radiações.
• Convenção 113, sobre exame médico dos pescadores.
As normas ABNT, quando se trata de segurança e saúde no trabalho, são complementares 
às NRs ou até mesmo são mandatórias em alguns requisitos. O objetivo das normas NBRs é 
definir as regras, diretrizes, características e/ou as orientações para alguns tipos de processos, 
serviços, produtos ou materiais. Embora tenham uma relação com as atividades desenvolvidas 
nas organizações, não são obrigatórias, pois não são normas pertencentes ao poder público, 
mas sim a uma instituição privada. A ISO também é bem representativa nas áreas da 
segurança do trabalho. No Brasil, a ISO é representada pela Associação Brasileira de Normas 
Técnicas (ABNT). Desde o ano de 2018 foi publicada a norma ISO 45001. Esta norma trata 
especificamente sobre o sistema de gestão de segurança do trabalho. Esta norma estabelece 
os requisitos para o desenvolvimento de um sistema de gestão em segurança do trabalho 
eficiente e robusto para auxiliar as organizações na promoção de um ambiente saudável 
e seguro (ZIA, 2021 [on-line]³). Esta norma substitui a OSHAS 18001, que até então era a 
norma que estabelecia as diretrizes para a saúde e segurança nos ambientes de trabalho.
Além de todas as normas apresentadas, ainda há outras normas que auxiliam na segurança 
do trabalho, aplicáveis a segmentos específicos de atividades realizadas nas empresas.
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Isto acontece na prática
Diante de um mundo globalizado é importante que as grandes organizações voltem 
sua atenção não apenas para o desenvolvimento da produção e comercialização de 
seus produtos e serviços, mas principalmente para seus colaboradores de forma que 
esses não sejam encarados como meros recursos produtivos. As empresas devem 
atuar de forma ampla no mercado, enxergando os impactos que as suas atividades 
geram na saúde e segurança de seus trabalhadores, no mercado consumidor, e no 
meio ambiente.
Para ampliar os seus conhecimentos, leia o artigo: Segurança do Trabalho: um Estudo 
em uma Empresa da Construção Civil na Cidade de Maceió.
Disponível em: https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos12/56316676.pdf. Acesso 
em: 29 de mar. de 2021.
https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos12/56316676.pdf
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AULA 3
SEGURANÇA DO TRABALHO NAS 
ORGANIZAÇÕES
 
Fonte: https://bit.ly/3wvNhta 
A segurança do trabalho nas organizações tem sido cada vez mais exigida. A interligação 
entre as entidades governamentais e as empresas tem feito com que as ações desenvolvidas 
nas empresas, quanto à segurança, sejam informadas quase que em tempo real. 
A segurança, segundo Cardella (2016, p. 27) “é o conjunto de ações exercidas com o 
intuito de reduzir danos e perdas provocados por agentes agressivos”. A segurança faz 
parte das cinco funções que devem ser exercidas juntamente com a missão estabelecida 
em qualquer organização. 
As empresas, segundo Rojas (2015), têm a necessidade de produzir com qualidade e 
eficiência para que o seu papel seja cumprido em uma economia global competitiva. Como 
visto anteriormente, o Brasil tem orientado as empresas/organizações por meio das legislações 
https://bit.ly/3wvNhta
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estabelecidas para que estas busquem a sustentabilidade. Neste sentido, é importante que 
as empresas/organizações mudem a sua mentalidade quanto à necessidade de melhorar a 
qualidade do ambiente de trabalho e proporcione ações ou atividades de avaliação, correção, 
controles e ações preventivas em benefício da saúde e segurança do trabalhador. 
Ao falar de ambiente de trabalho, este, nos dias de hoje, transcendem os limites internos 
de uma organização, pois abrange o meio ambiente de trabalho bem como o local onde o 
trabalhador reside e convive com sua família e com a sociedade. De acordo com a definição 
dada pela Organização das Nações Unidas (ONU), segundo Rojas (2015, p. 70), o meio 
ambiente é definido como “[...] conjunto de componentes físicos, químicos, biológicos e 
sociais capazes de causar efeitos diretos ou indiretos, em um prazo curto ou longo, sobre 
os seres vivos e as atividades humanas.” A Constituição Federal de 1988, no Capítulo VI – 
do Meio Ambiente, art. 225, declara: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se 
ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e 
futuras gerações” (BRASIL, 1988 – [On-line]¹).
A integridade física e mental de todos os trabalhadores tem sido uma preocupação das 
organizações, pois como dito, há uma necessidade legal. Existem diversos fatores que trazem 
riscos aos ambientes de trabalho e podem causar danos tanto aos ambientes quanto às 
pessoas. 
Muitas pessoas, quando se fala em segurança do trabalho pensam em perigos e riscos, 
iluminação, ruídos, temperatura, entre outros. No entanto, embora estes sejam fatores de 
riscos, dos quais trataremos mais adiante, outros fatores podem gerar um ambiente inseguro 
dentro das organizações. 
A gestão de segurança e saúde no trabalho implica às organizações uma série de 
responsabilidades. A extensa legislação trabalhista, conjuntamente com as normas do código 
civil e penal, forma uma sólida camada de proteção do trabalhador e que tem responsabilidade 
sobre aqueles que por requisito legal ou por contrato, devem preservar a saúde e integridade 
física de seus empregados (CHIRMICI, 2016).
De acordo com Barsano e Barbosa (2014, p. 47), um ambiente de trabalho é “todo espaço, 
físico ou abstrato que, ao interagir com o trabalhador, influencia-o de maneira positiva ou 
negativa, alterando seu estado físico, psíquico e social”. Assim, todo o ambiente de trabalho 
é composto por fatores interdependentes e quando um ou vários destes fatores fogem do 
controle, o ambiente de trabalho pode desencadear algumas das patologias conhecidas em 
saúde e segurança do trabalho como: acidentes do trabalho, doenças profissionais ou doenças 
do trabalho. Deste modo, é preciso encontrar as condições que proporcionem um alto grau de 
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proteção, bem como a satisfação de todos. Esta combinação gera um aumento considerável 
na produtividade, melhoria na qualidade dos serviços, reduz o índice de absenteísmo e reduz 
significativamente as doenças e acidentes do trabalho (BARSANO; BARBOSA, 2014).
Anote isso
[...] um ambiente de trabalho é “todo espaço, físico ou abstrato que, ao interagir com o 
trabalhador, influencia-o de maneira positiva ou negativa, alterando seu estado físico, 
psíquico e social” (BARSANO; BARBOSA, 2014, p. 47).
Alguns fatores podem prejudicar o ambiente laboral nas organizações, bem como a saúde 
dos trabalhadores. Vejamos algumas delas.
3.1 Poluentes
Os poluentes têm influência direta ou indireta na qualidade de vida do ambiente e podem 
causar danos à saúde das pessoas que estão expostas nestes ambientes sem nenhum tipo 
de proteção adequada. Os poluentes podem ser classificados como:
− Primários: são emitidos de forma direta por meio de fontes identificáveis, presentes na 
atmosfera na forma que são emitidos, tais como: poeiras em geral, monóxido de carbono, 
compostos de enxofre, orgânicos, de hidrogênio e ou radioativos.
− Secundários: são aqueles produzidos no ar por meio da reação entre dois ou maispoluentes, tais como o dióxido de enxofre advindo das atividades desenvolvidas nas 
indústrias, por exemplo: combustão de óleos, operações de fusão, usinas químicas, bem 
como a neblina de ácido sulfúrico.
− Fontes naturais de poluentes: pólen, vegetação, gotículas do mar, poeiras, entre outros.
De acordo com Barsano e Barbosa (2019, p. 48), as fontes de poluição são:
• Nas indústrias: poluentes emitidos. 
• Metalúrgica: monóxido de carbono, dióxido metálico, gás sulfuroso, fumos 
de chumbo, cinzas.
• Manufatura e acabamento de metais: fumos metálicos, poeiras da fundição, 
névoas e vapores solventes.
• Mineração: gases explosivos, poeiras em geral, monóxido de carbono.
• Produtos alimentícios: substâncias cloríferas.
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• Indústrias mecânicas: poeira e névoa do departamento de acabamento, 
fumaça e fumos no tratamento térmico.
• Indústrias de papel e papelão: sulfeto de hidrogênio, algumas partículas. 
• Indústria de madeiras: poeira, solventes, fumaça da queima de resíduos 
da madeira. 
• Química e farmacêutica: todas as formas de poluição do ar.
3.2 Fatores que Influenciam o Ambiente de Trabalho
O homem passa uma boa parte de sua vida trabalhando. Durante este período, de um 
modo geral está exposto às condições do ambiente em que desenvolve suas atividades 
diárias. Estas condições, nem sempre estão adequadas ao tipo de atividade desenvolvida e 
precisam, em muitos casos, ter uma intervenção para que as consequências desta exposição 
sejam minimizadas ao máximo (ROJAS, 2015). Por este motivo, o ambiente de trabalho 
deve ter maior atenção por parte dos profissionais de segurança do trabalho. Neste sentido, 
estes profissionais devem estar atentos aos vários fatores aos quais os trabalhadores estão 
sujeitos durante a jornada de trabalho, entre eles os fatores meteorológicos, topográficos e 
os emocionais. Vejamos estes fatores a seguir.
3.2.1 Fatores meteorológicos e topográficos
A atmosfera é um dos meios de propagação da poluição do ar, assim como também 
é um agente que difunde os agentes poluentes. São vários fatores meteorológicos que 
influenciam este fenômeno, sobretudo, os ventos, temperatura e umidade do ar, como também 
as precipitações de chuvas, neve etc. 
Os tipos de ventos são fundamentais, pois a direção em que sopram determina também a 
direção para onde vai a poluição e a sua velocidade irá determinar o quanto as substâncias 
poluentes serão diluídas. 
A temperatura do ar e a temperatura dos gases emitidos influenciam nas condições de 
dispersão vertical dos ventos. Um fator importante é a umidade relativa do ar, pois depende 
dela as reações que irão formar as neblinas. As células também influenciam de maneira 
considerável na depuração do ar. Estes fatores podem desencadear doenças antes ocultas 
no organismo dos trabalhadores, dentre elas, a rinite alérgica, que normalmente aparece 
quando o trabalhador desenvolve suas atividades em ambientes com poeiras, ar seco etc. 
(BARSANO; BARBOSA, 2019).
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3.2.2 Fatores emocionais
 
Fonte: https://bit.ly/3gmo6Dp
Naturalmente, o trabalhador acaba levando alguns problemas pessoas para o ambiente 
de trabalho e não consegue contornar o fato de que não está bem. Existem problemas que, 
devido à gravidade ou intensidade, somente o próprio trabalhador tem condições de mensurar, 
tais como a perda de um ente querido, a falta de perspectiva profissional, entre outras 
situações que podem influenciar em sua condição emocional. Problemas que envolvem fatores 
emocionais são, na maioria dos casos, os grandes causadores do aumento do absenteísmo 
(atrasos e faltas no trabalho), presenteísmo (embora o trabalhador esteja presente, porém sem 
produzir; não querer trabalhar, somente cumprir o horário). Também são responsáveis pelo 
acometimento de doenças e acidentes de trabalho. Neste caso, os profissionais de segurança 
do trabalho devem tomar ações e estabelecer medidas que proporcionem a melhoria contínua 
do ambiente de trabalho. Ações como campanhas e palestras motivacionais, estudo do clima 
organizacional, melhoria na qualidade de vida, reeducação, entre outras medidas (BARSANO; 
BARBOSA, 2019).
As necessidades das pessoas são elementos essenciais das organizações. Neste caso, 
segundo Cordella (2016), ao conseguir uma adequada satisfação da necessidade de 
segurança, o indivíduo se torna menos preocupado consigo mesmo. Cordella (2016) descreve 
as necessidades dos trabalhadores por meio da pirâmide das necessidades de Maslow. 
Neste sentido, de acordo com a teoria de Maslow, uma necessidade ativada torna-se um 
estímulo à ação. 
https://bit.ly/3gmo6Dp
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Outro aspecto ou fator importante para promover a segurança do trabalho nas organizações 
é a cultura organizacional. Neste sentido, a característica da cultura organizacional é um 
tanto complexa, pois envolve padrões de comportamento, crenças, valores espirituais e 
materiais. Ou seja, a cultura organizacional é constituída pelas formas com que um grupo 
social se expressa. Estas expressões envolvem a maneira de pensar, viver, usos, costumes, 
crenças, hábitos, linguagem, entre outras questões. Estes elementos podem representar a 
“visão de mundo” ou simplesmente os paradigmas dominantes na organização. O fato é 
que esta cultura nasce da necessidade de perpetuar a cultura organizacional nas empresas/
organizações (CORDELLA, 2016).
Anote isso
[...] os profissionais de segurança do trabalho devem tomar ações e estabelecer medidas 
que proporcionem a melhoria contínua do ambiente de trabalho.
Você, caro aluno, talvez esteja se perguntando: o que a cultura organizacional tem a ver 
com a segurança do trabalho?
Veja que, quando uma empresa tem suas regras de trabalho, comportamento e normas 
de procedimentos estabelecidas e muito bem esclarecidas para todos os trabalhadores, 
gera uma cultura de trabalho dentro desta organização que reflete na responsabilidade 
de cumprimento destas por cada um dos trabalhadores. Porém, é imprescindível que seja 
demonstradas as razões pelas quais estas regras devem ser cumpridas, principalmente, 
quais são os benefícios para garantir não só a qualidade dos processos e produtos, mas 
também a saúde e segurança dos trabalhadores durante a sua jornada de trabalho. Porém, 
para que uma cultura de saúde e segurança do trabalho nas organizações seja estabelecida 
de forma eficaz, o processo deve ser conduzido pelas lideranças. O maior exemplo é o que 
move as pessoas, pois quando há líderes que buscam ser este exemplo, faz com que as 
demais pessoas sejam impelidas a imitar esta liderança, pois demonstra o comprometimento 
e respeito com o que é estabelecido. 
Imagine você, em um ambiente de trabalho, onde seu líder obedece a todas as regras 
de segurança estabelecidas. Como você reagiria se, por exemplo, esquecesse de utilizar o 
protetor auricular (auditivo)? De repente, você olha o seu líder e observa que ele está utilizando 
todos os equipamentos de proteção necessários para circular no setor. Com certeza, você, 
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ao perceber que esqueceu de pegar o seu protetor, se sentirá constrangido com a situação 
e irá rapidamente buscar o seu equipamento de proteção. 
A cultura organizacional promove estas situações, onde as pessoas se comprometem 
por si só a manterem as condições ambientais de acordo com o que foi estabelecido pela 
organização. 
Vemos que a segurança do trabalho nas organizações não depende unicamente da aplicação 
das normas regulamentadoras, CLT, Constituição entre outros. A condução das ações para a 
promoção de um ambiente saudável é de responsabilidade de todos, da própria organizaçãocom as ações para disponibilizar as condições de trabalho seguro, e principalmente, de todas 
as pessoas que trabalham nas organizações, pois, se as pessoas não aderirem às ações e 
regras propostas, todo o trabalho e investimento feito pelas organizações tendem ao fracasso. 
Isto acontece na prática
A gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (SST) reduz riscos de acidentes, promove 
a saúde e a satisfação dos trabalhadores, melhora os resultados operacionais e a 
imagem das organizações, sobretudo daquelas do setor industrial. Este artigo tem como 
principal objetivo identificar, a partir do método de estudo de caso duplo, boas práticas 
e principais dificuldades relacionadas à gestão da SST em empresas fabricantes de 
baterias automotivas da região centro-oeste do Estado de São Paulo.
Para ampliar os seus conhecimentos, leia o artigo: Gestão da segurança e saúde no 
trabalho em empresas produtoras de baterias automotivas: um estudo para identificar 
boas práticas.
Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/prod/v20n3/aop_t600040058.pdf. Acesso 
em: 03 de abr. de 2021.
https://www.scielo.br/pdf/prod/v20n3/aop_t600040058.pdf
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AULA 4
COMISSÃO INTERNA DE 
PREVENÇÃO DE ACIDENTES – 
(CIPA)
 
Fonte: https://bit.ly/3cGtvTU
A comissão interna de prevenção de acidentes (CIPA) é uma forma estabelecida pela 
legislação do trabalho brasileira, por meio da Norma Regulamentadora NR 5 – Comissão 
Interna de Prevenção de Acidentes. Assim, vamos conhecer um pouco sobre esta importante 
frente de trabalho em prol da saúde e segurança no ambiente de trabalho.
4.1 Histórico da CIPA
A primeira grande manifestação para a promoção das atividades de prevenção de acidentes 
do trabalho no Brasil foi a CIPA. Também foi o primeiro movimento nacional com caráter 
prático envolvendo as autoridades que criaram os dispositivos legais e as empresas privadas 
responsáveis por estabelecer e organizar as CIPAs em suas unidades. Com o estabelecimento 
https://bit.ly/3cGtvTU
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da CIPA nas organizações, institucionalizou-se a prevenção de acidentes do trabalho, pois, 
antes disso, a prevenção de acidentes era só uma ideia que ia sendo disseminada por 
algumas pessoas que se preocupavam com os problemas de acidentes (PAOLESCHI, 2009). 
Devido à ocorrência de acidentes e os seus impactos na economia e sociais nas organizações, 
a ideia de prevenção de acidentes se tornou mais forte. Embora tenha iniciado de forma 
confusa, devido às instruções para o seu desenvolvimento, a CIPA foi tomando vida e se 
fortalecendo ao passo que ia sendo implementada, tornando-se a instituição de prevenção 
de acidentes no trabalho mais tradicional. Porém, para a implementação da CIPA houve a 
contribuição do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, Associação Brasileira para 
Prevenção de Acidentes (ABPA), bem como o Serviço Social da Indústria (SESI). As empresas 
particulares e as pessoas envolvidas e preocupadas com a saúde e segurança, também 
foram contribuintes e não mediram esforços para que a CIPA se tornasse uma realidade 
(PAOLESCHI, 2009).
Embora se tenha a ideia de que a CIPA nasceu no Brasil, esta surgiu a partir das sugestões de 
trabalhadores de vários países. Assim, estes países, reunidos com a Organização Internacional 
do Trabalho (OIT), organizaram, em 1921, um Comitê para discutir e estudar os assuntos 
envolvendo a segurança e higiene do trabalho. Neste estudo buscaram recomendar medidas de 
prevenção de doenças e acidentes de trabalho a serem adotadas pelos países representados, 
conforme o interesse de cada país em desenvolver as melhorias necessárias nas condições 
de trabalho de sua população (MATTOS; MÁSCULO, 2019).
De acordo com Mattos e Másculo (2019), no Brasil, a CIPA foi criada em 10 de novembro de 
1944. Esta criação se deu por meio de um ato do então Presidente da República Getúlio Vargas, 
que promulgou o Decreto-lei n.º 7.036 que ficou conhecida como a Nova Lei da Prevenção 
de Acidentes. Atualmente, a CIPA é regulamentada pela Consolidação das Leis do Trabalho 
(CLT), por meio dos artigos 162 a 165 e, conforme já citado, pela Norma Regulamentadora 
NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, contida na Portaria n.º 3.214 de 08 
de junho de 1978, baixada pelo então Ministério do Trabalho. 
4.2 Organização da CIPA
A CIPA deve ser organizada obrigatoriamente nos locais de trabalho, independentemente 
das características da atividade desenvolvida, seja comercial, industrial, bancária, com ou sem 
fins lucrativos, filantrópicas, educativas, bem como as empresas públicas, com número maior 
ou igual a 20 trabalhadores registrados pela CLT, conforme estabelecido pelo Quadro I da 
Norma regulamentadora NR 5 (MATTOS; MÁSCULO, 2019). Porém, ainda que não haja número 
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suficiente de trabalhadores para que seja constituída a CIPA, deverá, independentemente da 
atividade econômica, um representante, chamado de “designado de CIPA”. 
Anote isso
A CIPA deve ser organizada obrigatoriamente nos locais de trabalho, independentemente 
das características da atividade desenvolvida, seja comercial, industrial, bancária, com 
ou sem fins lucrativos, filantrópicas, educativas, bem como as empresas públicas, com 
número maior ou igual a 20 trabalhadores registrados pela CLT.
De acordo com Chirmici (2016), a NR 5 define as dimensões e atribuições da CIPA, que 
é formada por pessoas que representam os trabalhadores e os empregadores. Neste caso, 
os representantes dos trabalhadores são eleitos por trabalhadores em eleições organizadas 
pela CIPA responsável pela gestão atual. A eleição deve ser secreta e realizada em horário 
normal de trabalho, sendo obrigatório a participação de 50% (+1) do total de trabalhadores 
registrados na organização. A empresa só organiza a eleição na primeira constituição da CIPA.
Ao organizar o processo eleitoral da CIPA deve ser elaborada uma lista de votação contendo 
o nome de todos os trabalhadores. Esta lista, após a realização da eleição, deverá ser mantida 
disponível na empresa por um período de no mínimo três anos. A eleição da CIPA pode ser 
anulada, caso seja constatada alguma irregularidade durante a sua organização e realização. 
Esta anulação é baseada em lei e tem como executor da fiscalização a Superintendência 
Regional do Trabalho e Emprego (SRTE). 
Os candidatos mais votados assumem como membros titulares, sendo que, em caso de 
empate, assume aquele que trabalha na empresa por mais tempo. Os outros candidatos 
assumem o papel de suplentes, sendo que a classificação respeita a ordem decrescente 
dos votos obtidos. Uma ata com os resultados obtidos com a eleição deve ser redigida 
contendo o nome de todos os candidatos em ordem decrescente de votos dos participantes 
do pleito, eleitos ou não, de forma que possibilite uma futura nomeação. Os titulares e 
suplentes da CIPA, não poderão ser conduzidos por mais de dois mandatos consecutivos 
(MATTOS; MÁSCULO, 2019). 
A composição da CIPA, segundo Mattos e Másculo (2019), é dada com a seguinte estrutura: 
presidente (indicado pelo empregador); Vice-presidente (nomeado, entre os titulares, pelos 
representantes dos trabalhadores); Secretário e suplente (escolhidos pelos representantes 
dos empregados e representantes do empregador, de comum acordo). 
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4.3 Atribuições da CIPA
O objetivo da CIPA é fazer com que o empregador e os empregados trabalhem em conjunto 
nas atribuições de prevenção de acidentes e doenças profissionais e do trabalho, além de 
promover qualidade de vida para os trabalhadores. Assim, segundo Barsano e Barbosa (2018, 
p.143), algumas das atribuições da CIPA são:Identificar os riscos do processo de trabalho e elaborar o mapa de riscos, com 
a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, 
onde houver. 
Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de 
problemas de segurança e saúde no trabalho. 
Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de 
prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos 
locais de trabalho. 
Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes das condições de trabalho 
visando à identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança 
e saúde dos trabalhadores. 
Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu 
plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas.
Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no 
trabalho. 
Participar com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo 
empregador para avaliar os impactos de alterações no ambiente e no processo 
de trabalho relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores. 
Promover anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana 
Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT).
4.4 Funcionamento da CIPA
4.4.1 Reuniões Ordinárias: a CIPA tem como requisito a realização de reuniões mensais 
(ordinárias) de acordo com um calendário anual pré-estabelecido. Estas reuniões têm o 
objetivo de tratar das questões observadas ao longo do mês analisado, bem como para propor 
melhorias observadas ou sugeridas pelos trabalhadores. A cada reunião deve ser gerada uma 
ata, onde todos os participantes assinam. Uma cópia da ata deve ser emitida para todos 
os membros e ficarão disponíveis na empresa à disposição para eventuais fiscalizações da 
Secretaria do Trabalho. Sobre as reuniões, uma regra é que, um membro titular ao qual forem 
computadas quatro faltas em reuniões ordinárias, sem justificativa plausível irá perder seu 
mandato e será substituído por um suplente (BARSANO; BARBOSA, 2018). 
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4.4.2 Reuniões extraordinárias: são reuniões que ocorrem quando há denúncias de 
situações de risco grave ou iminente que necessitam de ações corretivas emergenciais ou 
quando ocorre um acidente grave ou fatal.
4.4.3 Decisões da CIPA: todas as decisões da CIPA devem ser por consenso, pois, caso 
contrário, as tentativas de negociações podem ser frustradas, sejam elas diretas ou por meio 
de mediação. Neste caso, deve ser instalado um processo de votação fazendo o registro da 
ocorrência na ata da reunião. Quanto estas decisões poderá haver o pedido de reconsideração, 
mediante um requerimento justificado e este pedido deve ser apresentado à CIPA até a 
próxima reunião ordinária. No caso em que houver o afastamento do presidente, o empregador 
deverá indicar um substituto em dois dias úteis. Em caso de afastamento definitivo do vice-
presidente, os mesmos titulares da representação dos empregados escolherão o substituto. 
Caso, não haja suplentes para preencher o cargo vago, a empresa deverá instalar uma eleição 
extraordinária. Todas as exigências do processo de eleição devem ser respeitadas.
4.5 Processo Eleitoral
O processo eleitoral da CIPA deve ser de responsabilidade do empregador para escolher 
seus representantes. Este processo deve ocorrer em um prazo mínimo de sessenta dias antes 
do término do mandato em curso. O presidente e o vice-presidente da gestão atual deverão 
constituir a comissão eleitoral dentre seus membros em um prazo máximo de quarenta e 
cinco dias que antecedem o final do mandato. 
Anote isso
O processo eleitoral da CIPA deve ser de responsabilidade do empregador para escolher 
seus representantes.
A comissão estabelecida será a responsável por organizar e acompanhar todo o processo 
eleitoral. Assim, o processo deve transcorrer de acordo com os requisitos descritos a seguir:
a. publicação e divulgação de edital, em locais de fácil acesso e visualização, 
no prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias antes do término do mandato 
em curso;
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b. inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição 
será de quinze dias; 
c. liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento, 
independentemente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de 
comprovante; 
d. garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição; 
e. realização da eleição no prazo mínimo de 30 (trinta) dias antes do término 
do mandato da CIPA, quando houver; 
f. realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando-se os horários de 
turnos, e em horário que possibilite a participação da maioria dos empregados; 
g. voto secreto; 
h. apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com acompanhamento 
de representante do empregador e dos empregados, em número a ser definido 
pela comissão eleitoral; 
i. faculdade de eleição por meios eletrônicos; 
j. guarda, pelo empregador, de todos os documentos relativos à eleição por um 
período mínimo de cinco anos (BARSANO; BARBOSA, 2018, p. 148).
4.6 Treinamento da cipa
O treinamento da CIPA deve ser realizado após o processo de eleição ser completado. No 
caso de ser o primeiro mandato de CIPA, o treinamento deverá ser realizado em um prazo 
máximo de trinta dias, contados a partir da posse. Este treinamento deve ser realizado para 
todos os titulares e suplentes empossados, porém, caso as empresas que são dispensadas 
da CIPA devem promover o treinamento anual para o seu designado responsável pela gestão 
da segurança. O treinamento da CIPA deve contemplar os seguintes itens:
a. estudo do ambiente, das condições de trabalho e dos riscos originados do 
processo produtivo;
b. metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho;
c. noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição aos 
riscos existentes na empresa; 
d. noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e medidas 
de prevenção; 
e. noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à segurança 
e saúde no trabalho; 
f. princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos riscos; 
g. organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das atribuições 
da comissão. O treinamento terá carga horária de 20 (vinte horas), distribuídas 
em no máximo oito horas diárias, e será realizado durante o expediente normal 
da empresa (BARSANO; BARBOSA, 2018, p. 148).
O treinamento da CIPA pode ser ministrado pelo SESMT, sindicato patronal ou dos 
trabalhadores, ou profissionais capacitados e que tenham conhecimento sobre os temas a 
serem ministrados. 
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De acordo com Barsano e Barbosa (2018), quando o treinamento não atender os requisitos 
estabelecidos na norma NR 5, no que diz respeito ao item específico que trata do treinamento, 
a unidade descentralizada da Secretaria do Trabalho irá determinar a complementação do 
treinamento ou um outro treinamento completo em um prazo máximo de trinta dias, contados 
a partir da ata de ciência da empresa sobre a decisão tomada.
Isto acontece na prática
O texto tece considerações sobre as limitações encontradas na aplicação do Mapa de 
Risco no Brasil, sob o ponto de vista legal e metodológico. Inicialmente, são apresentadas 
conceituação, origem e importância desta metodologia na Reforma Sanitária Italiana. 
A seguir, são colocadas as versões quanto a sua introdução no Brasil, no início da 
década de 80, e a sua repercussão nas empresas após ter se tornado exigência legal 
para aquelas empresas que possuam Cipa. Finalmente, é feita uma breve discussão 
quanto à sua eficácia na prevenção de riscos à saúde pelos trabalhadores.
Para ampliar os seus conhecimentos, leia o artigo: Mapa de riscono Brasil: as limitações 
da aplicabilidade de um modelo operário.
Disponível em: https://www.scielosp.org/article/csp/1994.v10n2/251-258/pt/. Acesso 
em: 10 de abr. de 2021.
https://www.scielosp.org/article/csp/1994.v10n2/251-258/pt/
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AULA 5
SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM 
ENGENHARIA DE SEGURANÇA 
E EM MEDICINA DO TRABALHO 
(SESMT)
 
Fonte: https://bit.ly/35lejr4
As empresas, de acordo com o tipo de atividade desenvolvida, e a quantidade de trabalhadores 
registrados, são obrigadas a manter em suas dependências o Serviço Especializado em 
Engenharia de Segurança do Trabalho (SESMT).
5.1 Dimensionamento do SESMT
O dimensionamento do SESMT e os profissionais que irão compor a equipe são definidos 
de acordo com o risco da atividade principal e a quantidade de trabalhadores que compõem 
https://bit.ly/35lejr4
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o quadro funcional da empresa. Este dimensionamento deve ser realizado de acordo com o 
Quadro 2 da Norma Regulamentadora NR 4, conforme apresentado no Quadro
Grau 
de 
Risco
Nº de empregados no 
estabelecimento
50 
a 
100
101 
a 
250
251 
a 
500
501 a 
1.000
1.001 
a 
2.000
2.001 
a 
3.500
3.501 
a 
5.000
Acima de 5.000 para 
cada grupo de 4.000 
ou fração acima de 
2.000**
1
Técnicos 
Técnico Seg. Trabalho - - - 1 1 1 2 1
Engenheiro Seg. Trabalho - - - - - 1* 1 1*
Aux. Enfermagem Trabalho - - - - - 1 1 1
Enfermeiro do Trabalho - - - - - - 1* -
Médico do Trabalho - - - - 1* 1* 1 1*
2
Técnico Seg. Trabalho - - - 1 1 2 5 1
Engenheiro Seg. Trabalho - - - - 1* 1 1 1*
Aux. Enfermagem Trabalho - - - - 1 1 1 1
Enfermeiro do Trabalho - - - - - - 1 -
Médico do Trabalho - - - - 1* 1 1 1
3
Técnico Seg. Trabalho - 1 2 3 4 6 8 3
Engenheiro Seg. Trabalho - - - 1* 1 1 2 1
Aux. Enfermagem Trabalho - - - - 1 2 1 1
Enfermeiro do Trabalho - - - - - - 1 -
Médico do Trabalho - - - 1* 1 1 2 1
4
Técnico Seg. Trabalho 1 2 3 4 5 8 10 3
Engenheiro Seg. Trabalho - 1* 1* 1 1 2 3 1
Aux. Enfermagem Trabalho - - - 1 1 2 1 1
Enfermeiro do Trabalho - - - - - - 1 -
Médico do Trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1
(*) - Tempo parcial (mínimo de três horas)
(**) - O dimensionamento total deverá ser feito 
levando-se em consideração o dimensionamento 
da faixa de 3.501 a 5.000 mais o dimensionamento 
do(s) grupo(s) de 4.000 ou fração de 2.000.
OBS.: Hospitais, Ambulatórios, Maternidades, Casas de 
Saúde e Repouso, Clínicas e estabelecimentos similares com 
mais de 500 (quinhentos) empregados deverão contratar 
um Enfermeiro do Trabalho em tempo integral.
Quadro 2. Dimensionamento do SESMT. Fonte: BRASIL (2016 – [on-line]³)
Como observado no Quadro 2 o SESMT é composto por: Médicos do trabalho, Engenheiro 
de Segurança do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho e por 
Auxiliar de Enfermagem do Trabalho. Cada profissional citado tem suas atribuições, carga 
horária e requisitos determinados na Norma Regulamentadora (NR 4).
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5.1.1 Profissionais de nível médio (técnico)
Os profissionais de nível técnico são: Técnico de Segurança do Trabalho e o Auxiliar de 
Enfermagem do Trabalho. Neste caso, a carga horária é de oito (08) horas de trabalho diário, 
dedicados às atividades do SESMT.
5.1.2 Profissionais de nível superior
Estes profissionais são os Engenheiros de Segurança do Trabalho, o Médico e o Enfermeiro 
do Trabalho. A carga horária para estes profissionais pode ser integral ou parcial, conforme 
apresentado no Quadro 3. 
CARGA HORÁRIA DE ATIVIDADE SESMT
Tempo parcial 3:00 horas/dia.
Tempo integral 6:00 horas/dia.
Quadro 3- Carga horária para profissionais de nível superior. Fonte: adaptado de Barsano e Barbosa (2014, p. 161).
De acordo com o item 4.4.1 da norma NR 4,
os profissionais integrantes do SESMT devem possuir formação e registro 
profissional em conformidade com o disposto na regulamentação da profissão 
e nos instrumentos normativos emitidos pelo respectivo Conselho Profissional, 
quando existente (BRASIL, 2016 – [on-line]³, p. 5).
Observe que a norma é clara quando determina que somente aqueles profissionais que 
realmente estejam em conformidade com a legislação poderão assumir cargos que dizem 
respeito ao SESMT. Este requisito da norma é importante destacar, pois a responsabilidade 
atribuída a cada um dos profissionais que compõem a SESMT envolvem principalmente a 
saúde e segurança de pessoas, assim, é imprescindível que tenham passado por formação 
e capacitação para assumir estas responsabilidades. A seguir veremos as competências 
do SESMT.
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5.2 Competências do SESMT
Fonte: https://bit.ly/3gBZgOK
O SESMT, como responsável por estabelecer ações e diretrizes para garantir a segurança 
dos trabalhadores, de acordo com o item 4.12 da Norma Regulamentadora NR 4, têm as 
seguintes competências:
a. Aplicar o conhecimento de engenharia de segurança do trabalho ao ambiente laboral e 
a todos os demais componentes, incluindo máquinas e equipamentos, de forma a diminuir 
ou eliminar os riscos existentes.
b. Determinar a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) de acordo com a 
concentração, intensidade ou característica do agente, conforme o estabelecido na Norma 
Regulamentadora NR 6. Esta ação deve ser tomada quando os agentes de risco ainda 
estiverem presentes após a realização das medidas possíveis de redução ou eliminação 
dos mesmos.
c. Colaborar nos projetos e implementação de novas instalações (físicas, tecnológicas).
d. Ser responsável técnico pela orientação e cumprimento dos requisitos estabelecidos 
nas normas, quando aplicáveis à organização.
e. Estabelecer o relacionamento com a CIPA, servindo de apoio, bem como realizar 
treinamentos e atendimento às suas solicitações, conforme disposto na norma NR 5.
https://bit.ly/3gBZgOK
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f. Promover ações para conscientizar, educar e orientar os trabalhadores para prevenção 
de acidentes e doenças ocupacionais ou do trabalho, assim como promover campanhas 
permanentes sobre a saúde e segurança do trabalho.
g. Esclarecer e conscientizar os empregadores sobre os acidentes e doenças ocupacionais 
de forma a estimulá-los em favor da prevenção.
h. Realizar a análise e registros dos acidentes ocorridos em documentos específicos, 
independentemente de haver vítimas ou não, descrevendo a história e as características do 
acidente ou doença ocupacional, fatores ambientais, características dos agentes, bem como 
as condições das pessoas portadoras de doença ocupacional ou acidentado.
i. Fazer registro mensal dos dados atualizados de acidentes do trabalho, doenças 
ocupacionais e agentes de insalubridade, preenchendo ao menos os quesitos descritos 
nos modelos apresentados nos quadros III, IV, V e V, dispostos na Norma Regulamentadora 
NR 4. Os documentos pertinentes aos acidentes devem estar a disposição de autoridades 
inspetoras do trabalho.
j. Manter os registros referentes aos itens “h” e “i” citados acima, arquivados de forma 
segura em sua sede, podendo ser da escolha do empregador a forma de arquivamento e 
manutenção destes documentos. Este arquivamento deve ser por um período não inferior 
a (05) anos.
k. As atividades atribuídas ao SESMT são essencialmente prevencionistas, ainda que 
vedado o atendimento a situações de emergência, quando se tornar necessário. No entanto, 
ações para elaboração de planos de controle de efeitos de catástrofes, combate a incêndios, 
salvamento e imediata atenção à vítima deste ou qualquer outro tipo de acidente, estão 
incluídos em suas atividades (BRASIL, 2016 – [on-line]³).
Anoteisso
O SESMT, como responsável por estabelecer ações e diretrizes para garantir a segurança 
dos trabalhadores.
Veja que a norma estabelece todas as responsabilidades do SESMT e o atendimento destes 
requisitos são de suma importância, tanto para os trabalhadores, quanto para a organização. A 
Norma Regulamentadora NR 4 descreve várias ações envolvendo o SESMT. Assim, recomendo 
que você leia a norma para ter um melhor atendimento sobre o envolvimento deste setor 
nas empresas.
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5.3 Programas do SESMT
O SESMT é responsável pelo desenvolvimento e implementação de programas para orientar 
o trabalhador sobre uma variedade de assuntos que devem contribuir para garantir o seu bem-
estar, saúde e segurança, como visto no tópico anterior. Estes programas contribuem para 
a melhoria da qualidade de vida do trabalhador, refletindo assim, na imagem da empresa. A 
seguir, são apresentados alguns dos programas mais importantes desenvolvidos pelo SESMT.
- Programa de Segurança no Trabalho: este programa tem o objetivo de proporcionar a 
saúde à integridade física e psíquica dos trabalhadores. Neste caso, a orientação diz respeito 
à necessidade de cumprimento das normas e dos equipamentos de proteção, bem como 
a instrução sobre os perigos relacionados à saúde por meio de palestras, cursos, cartazes 
entre outros. 
- Programa de Recreação Laboral: este tipo de programa sempre traz grandes benefícios 
para o desempenho físico e controle emocional dos trabalhadores. Neste caso, a qualidade 
de vida se torna melhor e as questões que envolvem o desenvolvimento de doenças como 
LER/DORT são reduzidas consideravelmente. Para o desenvolvimento deste programa é 
necessário que um profissional de educação física e terapia ocupacional complementem 
as orientações prescritas pelo médico do trabalho, CIPA ou recursos humanos da empresa. 
O trabalho realizado neste programa busca desenvolver o autoconhecimento, a criatividade, 
a motivação, assim como integração e cooperação nas tarefas que exigem a participação 
da equipe. Neste caso, pode melhorar o relacionamento social e gerar o bem estar físico 
e mental, além de dar oportunidades de melhoria no comportamento, desenvolvimento de 
virtudes e competências, tais como liderança e autoconfiança.
- Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT): este programa tem sua estrutura 
desenvolvida em conjunto com o governo, empresa e os trabalhadores. Este programa foi 
instituído pela Lei n° 6.321, de 14 de abril de 1976, e pelo decreto n° 5, de 14 de janeiro de 1991. 
As ações descritas nesta Lei e Decreto citados priorizam o atendimento aos trabalhadores 
que recebem até cinco (05) salários mínimos mensais. De acordo com o Artigo 4, da Portaria 
n° 3, de 1° de março de 2002, a contribuição financeira do trabalhador não pode exceder os 
20% do custo direto da alimentação. O Quadro 3 apresenta os objetivos do PAT.
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Objetivos do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT)
Para o trabalhador
Melhoria das condições nutricionais e da qualidade de vida
Aumento da capacidade física
Aumento da resistência à fadiga
Aumento da resistência a doença
Para as empresas
Aumento de produtividade
Maior integração entre trabalhador e empresa
Redução do absenteísmo (atrasos e faltas)
Redução da rotatividade
Para o governo
Redução de despesas e investimentos na área da saúde
Crescimento da atividade econômica
Bem-estar social
Quadro 4. Objetivos do PAT. Fonte: Rojas (2015, p. 24)
O SESMT é o responsável por gerir este programa. 
5.4 Tecnólogo em Segurança do Trabalho
Este tipo de profissional foi incluído recentemente na segurança do trabalho. Trata-se de um 
profissional altamente capacitado para atuar na área, pois tem conhecimentos aprofundados 
sobre o assunto. Para as empresas, este tipo de profissional é contratado para desenvolver 
trabalhos de consultoria e treinamentos de aperfeiçoamento para os membros dos SESMT.
Vimos nesta unidade que o SESMT é um setor fundamental para a saúde e segurança 
do trabalho nas organizações.
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Isto acontece na prática
A terceirização de atividades pode ser definida como a transferência da responsabilidade 
de um serviço ou parte da produção de uma organização para outra, sendo que este 
processo atualmente é utilizado por diversos países. A decisão por terceirizar uma atividade 
normalmente está vinculada à redução de custos e de procedimentos burocráticos, 
à possibilidade de melhoria na qualidade dos produtos e serviços e ao aumento da 
flexibilidade para atender às exigências do mercado. Tal processo geralmente resulta 
em modificações na natureza das tarefas, na distribuição das atividades, na organização 
dos relacionamentos entre as empresas e na interação entre os funcionários de ambas 
as partes, além de causar impactos negativos aos trabalhadores na medida em que 
reforça as relações de dominação e controle social sobre a força de trabalho.
Para ampliar os seus conhecimentos, leia o artigo: Realocação de servidores públicos 
ante um processo de terceirização: estudo de caso em um restaurante universitário 
de uma universidade pública brasileira.
D i s p o n í v e l e m : h t t p s : / / w w w. s c i e l o . b r / s c i e l o . p h p ? p i d = S 0 3 0 3 -
76572019000100306&script=sci_arttext. Acesso em: 12 de abr. de 2021.
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0303-76572019000100306&script=sci_arttext
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0303-76572019000100306&script=sci_arttext
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AULA 6
PERIGOS E RISCOS OCUPACIONAIS 
– PARTE 1
 
Fonte: https://bit.ly/3wrqI8H
Estar exposto a perigos e riscos no ambiente de trabalho é uma constante. Isso significa 
que a qualquer momento podemos sofrer um acidente de trabalho, seja por meio de um 
equipamento, de um procedimento mal executado, ou até mesmo por meio de uma condição do 
ambiente, como um piso molhado por exemplo. O fato é que os perigos e riscos ocupacionais 
estão presentes e é necessário trabalhar com muita atenção para não se tornar parte da 
estatística de acidente de trabalho e isso é o que não se deseja, não é mesmo!
De acordo com a Norma Regulamentadora NR n.º 01, perigo é definido como sendo: 
“Fonte com o potencial de causar lesões ou agravos à saúde. Elemento que isoladamente ou 
em combinação com outros tem o potencial intrínseco de dar origem a lesões ou agravos à 
saúde” (ENIT, 2020 – [on-line]4). Podemos dizer então que o perigo é aquilo que proporciona 
https://bit.ly/3wrqI8H
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o risco de prejudicar a saúde e a integridade física ou mental de uma pessoa. Porém, o 
perigo também se estende para as organizações, pois sua estrutura pode estar exposta a 
uma situação de perigo. Um exemplo pode ser dado por um programa de manutenção mal 
elaborado e executado em máquinas e equipamentos. O problema é que uma situação de 
perigo está sempre ligada a algum tipo de risco e estes riscos podem ser protagonistas de 
grandes eventos que podem levar pessoas à morte e grandes organizações à falência ou 
perda total de seu patrimônio. 
Mas o que é risco ocupacional? De acordo com a Norma Regulamentadora NR n.º 01, o 
risco ocupacional é definido como: “Combinação da probabilidade de ocorrer lesão ou agravo à 
saúde causados por um evento perigoso, exposição a agente nocivo ou exigência da atividade 
de trabalho e da severidade dessa lesão ou agravo à saúde” (ENIT, 2020 – [on-line]4). Ao 
observarmos a definição de riscos, é possível verificar que os riscos são consequências da 
exposição ao perigo. Voltando ao caso citadosobre o programa de manutenção, podemos 
dizer que os riscos atribuídos à má execução da manutenção nas máquinas e equipamentos 
é a parada do processo de produção por falha de um dos equipamentos disponíveis na 
planta. Agora, imagine em uma pessoa que realiza o seu trabalho em altura e não realiza as 
manutenções e verificações de seus equipamentos de proteção, tais como cinto, talabarte, 
trava-quedas, corda etc., antes de executar a atividade. Qual é o perigo e o risco neste 
caso? O perigo está em o trabalhador não atender as prerrogativas de manutenção periódica 
e checagem do equipamento antes de realizar a atividade em altura. O risco está em o 
equipamento falhar e o trabalhador cair e sofrer um dano grave ou então morrer no local. 
No trabalho, segundo Chirmici (2016), ao exercermos uma profissão, estamos expostos 
aos riscos ocupacionais ou riscos ambientais, o que justifica a existência dos profissionais 
de segurança do trabalho. E neste caso, cabe a estes profissionais identificar, prevenir e 
controlar os riscos que estão relacionados ao trabalho. Conhecer os riscos ocupacionais é 
de extrema importância para o desempenho do profissional. Na legislação brasileira, existem 
cinco tipos de riscos ocupacionais, sendo estes:
• Riscos físicos;
• Riscos químicos;
• Riscos biológicos;
• Riscos ergonômicos;
• Riscos mecânicos (acidentes).
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Vejamos os conceitos de cada um dos riscos apresentados e os possíveis efeitos causados 
por eles.
6.1 Riscos físicos
Estes tipos de riscos estão relacionados com vários tipos de energia que podem interagir 
com o organismo, tais como vibrações, calor, ruído, pressões anormais, temperatura, radiações, 
entre outras.
6.1.1 Ruído
O ruído é considerado geralmente como um barulho qualquer que ocorre dentro ou fora 
de um ambiente. Neste caso, um prato que cai no chão, uma buzina, uma conversa, entre 
outras coisas, pode ser considerado como sendo um ruído. Porém, à luz de um conceito mais 
técnico, segundo Chirmici (2016), o ruído é considerado uma pressão sonora. Esta pressão 
sonora pode ser resultado de um equipamento em operação, um trator, uma esmerilhadeira, 
furadeira etc. 
Anote isso
O ruído é considerado geralmente como um barulho qualquer que ocorre dentro ou 
fora de um ambiente.
O som que se desloca destas fontes de ruídos forma ondas invisíveis que chegam aos 
nossos ouvidos. O ouvido humano é composto de partes sensíveis que, ao entrar em contato 
com estas ondas são transformadas em pulsos elétricos que são transmitidas ao nosso 
cérebro que então processa as informações recebidas e nos permite identificar qual o tipo 
de ruído que estamos escutando. Vejamos como é composto o ouvido humano na Figura 2.
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Figura 2- Representação das partes do ouvido humano. Fonte: Chirmici (2016, p. 42)
Existem dois tipos de ruído, o contínuo ou intermitente e o ruído de impacto. Os ruídos 
contínuos são aqueles que ocorrem de forma contínua, ou seja, sem interrupções, tal como 
uma furadeira, um gerador de energia, entre outros. Já o ruído de impacto é aquele que 
possui um ruído muito alto com duração de menos de um segundo, sucedido de um ruído 
mais fraco com duração maior do que um segundo. A utilização de uma prensa ou de um 
bate-estacas na construção civil são exemplos de ruído de impacto.
O ouvido humano responde à pressão sonora conforme as frequências emitidas. Alguns 
estudos específicos sobre o comportamento dos ruídos estabeleceram um limiar de audibilidade 
entre 0 dB (zero decibel), sendo esse o nível utilizado pelos fabricantes de decibelímetros. No 
que diz respeito ao limiar de dor e extremo desconforto ocorre a 140 dB. Assim, a conclusão 
é de que a 0 dB o ser humano não percebe o ruído, em contrapartida, a partir de 140 dB, o 
ser humano passa a sofrer um extremo desconforto e dor no sistema auditivo (CHIRMICI, 
2016). Vejamos os valores estabelecidos pela norma NR 15 para a exposição diária permitida 
ao ruído contínuo e intermitente no Quadro 5.
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Nível de ruído dB 
(A)
Máxima exposição 
diária permissível
85 8 h
86 7 h
87 6 h
88 5 h
89 4 h 30 min
90 4 h
91 3 h 30 min
92 3 h
93 2 h 40 min
94 2 h 15 min
95 2 h
96 1 h 45 min
98 1 h 15 min
100 1 h
102 45 min
104 35 min
105 30 min
106 25 min
108 20 min
110 15 min
112 10 min
114 8 min
115 7 min
Quadro 5- Limites de tolerância para exposição ao ruído. Fonte: BRASIL (2019 – [on-line]5)
Anote isso
Na pressão sonora em 0 dB o ser humano não percebe o ruído, em contrapartida, 
a partir de 140 dB, o ser humano passa a sofrer um extremo desconforto e dor no 
sistema auditivo.
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Ainda há o ultrassom e o infrassom. Infrassom são os sons gerados em baixa frequência 
(entre 1 e 80 Hz). O ultrassom são as ondas emitidas em alta frequência (superior a 10.000 
Hz). Estes dois tipos de som são imperceptíveis ao ouvido humano (CHIRMICI, 2016).
Os equipamentos utilizados para avaliar os níveis de ruído são o dosímetro de ruído e o 
decibelímetro.
6.1.2 Vibração
De acordo com Chirmici (2016), a vibração é a energia transmitida por meio de equipamentos 
que produzem certos tipos de ondas que podem impactar nocivamente o trabalhador. Um 
operador de trator está exposto a este tipo de risco, pois recebe os impactos por meio 
do volante, pedais e banco, que atingem várias partes do corpo. Este tipo de vibração é 
denominado Vibração de Corpo Inteiro - VCI. Já as vibrações recebidas pelas palmas das mãos 
e dedos por meio da utilização de equipamentos como furadeiras, lixadeiras, é denominada 
Vibração de Mãos e Braços - VMB (CHIRMICI, 2016). Os limites de tolerância de vibração, 
bem como a forma de avaliação estão descritos na Norma Regulamentadora NR 15 – Anexo 
VIII e nas normas de Higiene Ocupacional (NHO 09 e NHO 10), da FUNDACENTRO.
O equipamento para a avaliação do nível de vibração é o medidor de vibração.
6.1.3 Radiação ionizante
Este é o tipo de risco a qual o trabalhador que desenvolve suas atividades em ambientes 
onde estão presentes materiais radioativos, tais como R-X e Raios gama. A ionização, segundo 
Chirmici (2016), ocorre por meio do carregamento elétrico de um elemento. Os efeitos da 
exposição de uma pessoa a este tipo de energia são vários, tais como: danos às células, 
alteração do material genético, geração de doenças graves, alterações no sistema digestivo, 
podendo afetar o aparelho urinário, vascular, fígado, pele, entre outros. 
6.1.4 Radiação não ionizante
As radiações ionizantes são aquelas produzidas por baixa frequência, ou seja, não são 
capazes de desalojar elétrons do tecido humano. Este tipo de energia é produzido por radiação 
à luz visível, infravermelho, micro-ondas, radar, frequências de rádio, entre outros. A exposição 
a este tipo de radiação pode gerar danos no organismo, sendo os mais comuns e conhecidos 
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os problemas com a visão, queimaduras, lesões na pele e a perda de elasticidade (CHIRMICI, 
2016).
6.1.5 Temperatura
A temperatura em um ambiente de trabalho pode ser dividida em frio e calor. De acordo 
com Chirmici (2016), o calor se dá pela exposição do trabalhador a uma carga térmica por 
meio de condução, convecção, radiação e por meio do metabolismo, sendo o calor metabólico 
considerado aquele constituinte da parte do calor total absorvido pelo organismo (CHIMIRCI, 
2016). Neste caso, o dano causado pelo calor, segundo Barsano e Barbosa (2014), pode 
ser a desidratação, erupção da pele, câimbras, fadiga, insolação, entre outros. Neste caso, 
segundo Brasil (2020 [on-line]5)

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