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MÓDULO I Turismo Sustentável Reitor José Daniel Diniz Melo Vice-Reitor Henio Ferreira de Miranda Diretoria Administrativa da EDUFRN Maria das Graças Soares Rodrigues (Diretora) Helton Rubiano de Macedo (Diretor Adjunto) Bruno Francisco Xavier (Secretário) Conselho Editorial Maria das Graças Soares Rodrigues (Presidente) Judithe da Costa Leite Albuquerque (Secretária) Adriana Rosa Carvalho Alexandro Teixeira Gomes Elaine Cristina Gavioli Everton Rodrigues Barbosa Fabrício Germano Alves Francisco Wildson Confessor Gilberto Corso Gleydson Pinheiro Albano Gustavo Zampier dos Santos Lima Izabel Souza do Nascimento Josenildo Soares Bezerra Ligia Rejane Siqueira Garcia Lucélio Dantas de Aquino Marcelo de Sousa da Silva Márcia Maria de Cruz Castro Márcio Dias Pereira Martin Pablo Cammarota Nereida Soares Martins Roberval Edson Pinheiro de Lima Tatyana Mabel Nobre Barbosa Tercia Maria Souza de Moura Marques Secretária de Educação a Distância Maria Carmem Freire Diógenes Rêgo Secretária Adjunta de Educação a Distância Ione Rodrigues Diniz Morais Coordenadora de Produção de Materiais Didáticos Maria Carmem Freire Diógenes Rêgo Coordenador Editorial Maurício Oliveira Jr Gestão do Fluxo de Revisão Fabíola Barreto Gonçalves Gestão do Fluxo de Editoração Maurício Oliveira Jr Revisão Linguístico-textual Fabíola Barreto Gonçalves Revisão de ABNT Edineide Marques Revisão Tipográfica Fabíola Barreto Gonçalves Projeto Gráfico Carol Costa Capa Foto de Turiano L P Neto Diagramação Adalberto Cristh Ilustrações Laura Viana Presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva Ministra de Estado do Turismo Daniela Moté de Souza Carneiro Secretaria Nacional de Planejamento, Sustentabilidade e Competitividade no Turismo Marcelo Lima Costa Diretor do Departamento de Qualidade, Sustentabilidade e Ações Climáticas no Turismo Leandro Luiz de Jesus Gomes Coordenadora-Geral de Sustentabilidade e Ações Climáticas no Turismo Rafaela Levay Lehmann Herrmann Coordenadora de Sustentabilidade e Ações Climáticas no Turismo Carolina Fávero de Souza Coordenadora de Turismo Responsável Laís Campelo Corrêa Torres Equipe Técnica da Coordenação- Geral de Sustentabilidade e Ações Climáticas no Turismo – MTur Carolina Fávero de Souza Edson Teixeira Viana Barros Laís Campelo Corrêa Torres Rafaela Levay Lehmann Herrmann Regina Motta Coordenação e Revisão Técnica – MTur Carolina Fávero de Souza Laís Campelo Corrêa Torres Rafaela Levay Lehmann Herrmann Regina Motta Projeto “Brasil, essa é a nossa praia!” – Coordenação Geral / UFRN Leilianne Michelle Trindade da Silva Barreto Ricardo Lanzarini Pesquisadores – PPGTUR/UFRN Andréa Virgínia Sousa Dantas Kerlei Eniele Sonaglio Colaboradores – PPGTUR/UFRN Francisco Xavier da Silva Júnior Carla Stefânia Cabral de Medeiros Santana Pedro Paulo Alves dos Santos Revisão Científica – PPGTUR/UFRN Ricardo Lanzarini Wilker Ricardo de Mendonça Nóbrega MÓDULO I Turismo Sustentável Natal, 2023 Todos os direitos desta edição reservados à EDUFRN – Editora da UFRN Av. Senador Salgado Filho, 3000 | Campus Universitário Lagoa Nova | 59.078-970 | Natal/RN | Brasil e-mail: contao@editora.ufrn.br | www.editora.ufrn.br Telefone: 84 3342 2221 Turismo sustentável [recurso eletrônico] / Leilianne Michelle Trindade da Silva Barreto e Ricardo Lanzarini (coord.). – 1. ed. – Natal: SEDIS-UFRN; Brasília: Ministério do Turismo, 2023. 4500 KB., PDF. ISBN 978-65-5569-356-0 Projeto Brasil, esse é nossa Praia! 1. Turismo Responsável. 2. Sustentabilidade. 3. Agenda 2030. 4. Gestão de Turismo Responsável. 5. Destinos Turísticos. I. Barreto, Leilianne Michelle Trindade da Silva. II. Lanzarini, Ricardo. CDU 338.48 S964 Coordenadoria de Processos Técnicos Catalogação da Publicação na Fonte.UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede Elaborado por Edineide da Silva Marques – CRB-15/488 Lista de figuras Figura 1 – os cinco eixos de atuação (5 P) da Agenda 2030 Figura 2 – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) Figura 3 – selos Figura 4 – Green Destinations logo Figura 5 – GSTC logo Figura 6 – ensino ODS Figura 7 – normas Figura 8 - Bandeira Azul logo Figura 9 – selo Prêmio Braztoa de Sustentabilidade Figura 10 – logo WTM LA Figura 11 – greenwashing Figura 12 – bluewashing Figura 13 – Bonito, MS Figura 14 – logo Rede Batuc Figura 15 – praia Lista de siglas CEUC – Centro Estadual de Unidades de Conservação CONAI – Comissão Nacional de Assuntos Indígenas DETUR – Departamento de Turismo da UFRN FCT – Fórum de Comunidades Tradicionais Funpec – Fundação Norte-Rio-Grandense de Pesquisa e Cultura ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade ICT – Instituto Costarriquenho de Turismo IDHM – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal IVT/UFRJ – Instituto Virtual do Turismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro MCTI – Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá MDA – Ministério de Desenvolvimento Agrário MMA – Ministério do Meio Ambiente MTur – Ministério do Turismo OEA – Organização de Estados Americanos OIT – Organização Internacional do Trabalho PNT – Plano Nacional de Turismo PPGTUR – Programa de Pós-Graduação em Turismo da UFRN Redturs-OIT – Rede de Turismo Sustentável Comunitário da América Latina SDS – Secretaria de Desenvolvimento Sustentável do Estado do Amazonas SEMMAS – Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Município de Manaus Setur – BA Secretaria de Turismo do Estado da Bahia SNPDTur – Secretaria Nacional de Programas de Desenvolvimento de Turismo TBC – Turismo de Base Comunitária Turisrio – Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro Sumário APRESENTAÇÃO ................................................................................................................. 9 TURISMO SUSTENTÁVEL ............................................................................................... 11 Ementa ....................................................................................................................................................11 Objetivos ................................................................................................................................................11 Geral .......................................................................................................................................................................11 Específicos ...........................................................................................................................................................11 1 TURISMO SUSTENTÁVEL E RESPONSÁVEL .........................................................12 1.1 Turismo Sustentável e Turismo Responsável: o que são e qual é a diferença entre eles? ............................................................................. 12 1.2 A Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU ....... 15 2 BOAS PRÁTICAS EM TURISMO..................................................................................17 2.1. Certificações e Premiações em Sustentabilidade ..................................................... 17 2.1.1 Green Destinations Awards & Certification .............................................................................. 19 2.1.2 Conselho Global de Turismo Sustentável ................................................................................. 20 2.1.3 Centro SEBRAE de Sustentabilidade (CSS) .............................................................................. 20 2.1.4 ISO 14000 ................................................................................................................................................. 21 2.1.5 ISO 21401 .................................................................................................................................................... 21 2.1.6 Programa Bandeira Azul ...................................................................................................................222.1.7 Programa Green Key ...........................................................................................................................22 2.1.8 Prêmio Braztoa de Sustentabilidade ..........................................................................................23 2.1.9 Prêmio de Turismo Responsável da WTM-LA .........................................................................24 2.2 Como Não Agir: Greenwashing e Bluewashing ...........................................................25 2.2.1 Greenwashing .........................................................................................................................................25 2.2.2 Bluewashing ............................................................................................................................ 26 2.3 Exemplos de Boas Práticas em Turismo Sustentável ............................................. 28 2.3.1 Boas práticas de Turismo Sustentável em destinos ............................................................ 28 Bonito, Mato Grosso do Sul ........................................................................................................................29 Rede BATUC, Bahia ......................................................................................................................................... 30 Socorro, São Paulo .......................................................................................................................................... 31 2.3.2 Boas práticas de turismo sustentável em empreendedorismo e em empreendimentos turísticos..........................................................................................................33 Exemplo de Empreendedorismo no Brasil: Sisterwave ................................................................33 Exemplo do Trade Turístico: Iberostar Hoteis e Resorts ...............................................................34 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 35 MÓDULO I Turismo Sustentável APRESENTAÇÃO Um dos maiores desafios do século XXI se concentra na humanidade e suas relações com o meio, incluindo toda a sua diversidade social, am-biental, cultural, econômica e político-administrativa. O Brasil certa- mente possui um dos ambientes mais diversos, em que se encontram inúmeros cenários naturais e culturais que são ou podem ser aproveitados pela atividade turística. Porém, pensar no turismo como fonte de riquezas e desenvolvimento implica múltiplos desafios. O caminho trilhado até aqui tem apontado para uma busca incessante por destinos turísticos ecologicamente sustentáveis, comprometidos com a ética social e a diversidade cultural. Nesse cenário, o Turismo Responsável, debatido em nível global desde os anos 1980 e em nível nacional desde os anos 2000, tem se apresentado como um caminho possível para a minimização dos impactos negativos e maximização dos impactos positivos, beneficiando as comunidades receptoras, o poder público, a iniciativa privada e os próprios turistas, destacan- do-se como um diferencial de mercado capaz de promover a competitividade internacional e a sustentabilidade dos recursos naturais e culturais brasileiros para as próximas gerações. É nessa perspectiva que surge o “Curso de Turismo Responsável”, na mo- dalidade EaD, de forma democrática e inclusiva, para todo o território nacional, como uma parceria frutífera entre o Departamento de Turismo (DETUR), o Pro- grama de Pós-graduação em Turismo (PPGTUR) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e o Ministério do Turismo (MTur), por meio do Projeto “Brasil, essa é a nossa praia!”. Tal ação, direcionada a gestores públicos e privados de turismo e prestadores de serviços turísticos do país, está concentrada em três bases fundamentais e prioritárias para a melhoria do turismo nacional, que são o Turismo Sustentável, o Turismo de Base Comunitária e a Segurança Turística. 9 MÓDULO I Turismo Sustentável Neste caderno (Módulo I – 20h), o Turismo Sustentável é apresentado como desafio central na prática do Turismo Responsável, em que são tratados os princípios da responsabilidade no turismo, da gestão de destinos e empresas responsáveis e da Agenda 2030 como um compromisso global que deve orien- tar os destinos brasileiros, além de identificar as principais certificações e pre- miações em sustentabilidade turística, as ferramentas para a gestão do Turis- mo Sustentável em empreendimentos e atrativos turísticos, bem como alguns modelos de gestão e boas práticas sustentáveis que podem servir de inspiração para os mais variados destinos brasileiros. Bons estudos! Equipe do Projeto “Brasil, essa é a nossa praia!”. 10 MÓDULO I Turismo Sustentável TURISMO SUSTENTÁVEL Ementa Conceitos de Turismo Sustentável e de Turismo Responsável. Turismo e Agenda 2030. Certificações e Premiações em Turismo Sustentável. Gestão do Turismo Sustentável em empreendimentos e atrativos turísticos. Boas práticas em Turismo Sustentável. Objetivos Geral Reconhecer as boas práticas em Turismo Sustentável que contribuem para a responsabilidade nas atividades turísticas. Específicos 1. Distinguir os conceitos e as dimensões do Turismo Sustentável. 2. Estabelecer conexões entre o turismo e a Agenda 2030 das Organiza- ções das Nações Unidas. 3. Identificar as principais certificações e premiações em sustentabilida- de turística. 4. Identificar ferramentas para a gestão do Turismo Sustentável em em- preendimentos e atrativos turísticos. 5. Exemplificar modelos de gestão e boas práticas de turismo sustentável. 11 MÓDULO I Turismo Sustentável 1 TURISMO SUSTENTÁVEL E RESPONSÁVEL 1.1 Turismo Sustentável e Turismo Responsável: o que são e qual é a diferença entre eles? Você sabe qual o significado, a importância e a aplicabilidade do Turismo Sustentável? Desde o final dos anos 1980, quando foi publicado o Relatório Brundtland pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Desenvolvimento Sustentável tornou-se o paradigma a ser seguido por empresas, destinos, profissionais e cidadãos. O Desenvolvimento Sustentável foi definido, naquela ocasião, como sendo “aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades”. (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E. DESENVOLVIMENTO, 1991, p. 46). A noção de um consumo equilibrado dos recursos naturais, que são limi- tados, satisfazendo as nossas necessidades presentes, mas sem comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras – de nossos filhos, netos e bisnetos –, e principalmente sem prejudicar a continuidade da vida no nosso planeta, passou cada vez mais a ser visto com importância, e foi adotada pelo turismo nos anos 1990: Turismo Sustentável é a atividade que satisfaz as necessidades dos visitantes e as necessidades socioeconômicas das regiões receptoras, enquanto os aspectos culturais, a integridade dos ambientes naturais e a diversidade biológica são mantidas para o futuro (BRASIL, 2007, p. 25). 12 MÓDULO I Turismo Sustentável Por muito tempo, o Turismo Sustentável foi identificado como um segmen- to específico, em vez de uma orientação geral ao mercado. Além disso, havia muita ênfase sobre a questão ambiental, e o entendimento ficou muito abstra- to, variando segundo os interesses em questão. Todas essas questões dificulta- ram sua aplicação na prática. No início dos anos 2000, estudiosos, gestores e profissionais do turismo acharam por bem enfatizar a importância de se passar do discurso à ação. Sur- ge, então, em 2002, o conceito de Turismo Responsável. Retomando as dimen- sões do turismo sustentável – meio ambiente, sociedade, economia e institui- ções – e enfatizando a necessidade de o turismo proporcionar melhores lugares para as pessoas viverem e visitarem,nessa ordem. A Declaração da Cidade do Cabo define o turismo responsável como sendo “a determinação em fazer um turismo mais sustentável, e aceitar que é de responsabilidade de todas as par- tes interessadas no turismo alcançar formas mais sustentáveis de turismo” (CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE TURISMO RESPONSÁVEL, 2002, p. 3, tradução nossa, grifo nosso). O Turismo Responsável é uma prática que envolve todos os segmen- tos de mercado e atores ligados à atividade turística, com o objetivo de sanar ou mitigar os efeitos negativos e intensificar os efeitos de- sejáveis gerados pelo turismo nos destinos. Ele possui três aspectos essenciais a serem destacados: a tomada de responsabilidade, por todos os envolvidos no turismo, para a gestão do turismo e de seus impactos; a identificação desses impactos (positivos e negativos) causados pelo turismo nos destinos; e a mensuração e o monitora- mento dos resultados desses impactos. Essa definição enfatiza a responsabilidade de cada um que compõe a cadeia produtiva do turismo – desde o gestor de destinos, passando pelo gestor de em- presas, trabalhadores do setor, os visitantes e até o morador local – de cuidar 13 MÓDULO I Turismo Sustentável dos impactos gerados e de preservar os locais onde acontecem as atividades turísticas, fazendo aquilo que lhe compete fazer, no seu âmbito individual. É a soma das ações executadas por cada um em prol da sustentabilidade que resul- tará em um lugar bom para se viver e para se visitar. Assim, cabe a cada um de nós realizarmos ações de prevenção para, em vez de remediar, continuarmos a aproveitar de tudo o que as nossas cidades, as nossas paisagens, os nossos povos e o nosso meio ambiente têm de melhor a oferecer. Você Sabia? Perceba que a sustentabilidade ou o Turismo Sustentável não deixa- ram de existir. Ao contrário, a adoção do termo “Turismo Responsá- vel” é apenas uma forma de colocar ênfase na responsabilidade de cada um de nós que participamos indiretamente ou diretamente do fenômeno do turismo, seja quando estamos trabalhando, visitando lugares ou apenas acolhendo visitantes em nossas cidades, de tor- nar os locais e essa atividade mais sustentável, indo além do mero discurso e das boas intenções. O emprego do termo “responsabilidade” visa também desfazer a ideia de que existe uma forma de turismo mais sustentável do que outra que deve ser priorizada. Por exemplo, durante muito tempo o Ecoturismo foi visto como si- nônimo de Turismo Sustentável. A sustentabilidade no turismo é uma orienta- ção geral, e não um segmento de mercado, que pode e deve ser perseguida por todas as suas modalidades. 14 MÓDULO I Turismo Sustentável 1.2 A Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU Em 2015, a Agenda 2015 da ONU foi prorrogada para os próximos 15 anos, ou seja, de 2016 a 2030. Os 193 Estados-membros da Organização das Nações Unidas reafirmaram o compromisso de seguir as medidas recomendadas no documento “Transformando o Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvol- vimento Sustentável” (A/70/L. 1). De oito objetivos do milênio, passaram-se a 17 Objetivos de Desenvolvimen- to Sustentável (ODS), que buscam abranger os cinco pilares ou dimensões do desenvolvimento sustentável: Figura 1 - os cinco eixos de atuação (5 P) da Agenda 2030 Fonte: elaboração própria (2023) A Agenda 2030 da ONU considera 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os 17 ODS procuram valorizar todas as dimen- sões da sustentabilidade, sem hierarquização entre elas. 15 MÓDULO I Turismo Sustentável Figura 2 - Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) Fonte: OMT (2019) Você Sabia? O turismo é mencionado diretamente pela ONU como podendo con- tribuir para os ODS 8, 12 e 14. Entretanto, a OMT considera que o tu- rismo pode contribuir substancialmente com todos os 17 ODS. Curiosidades Ficou curioso(a) para conhecer mais sobre a Agenda 2030 da ONU e sua relação com o turismo responsável? No e-book que acompanha esse curso, você encontrará de maneira detalhada todos os 17 ODS e as formas pelas quais as organizações internacionais, como a Orga- nização Mundial do Turismo (OMT) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), acreditam que o turismo, quando gerido e praticado de maneira responsável, pode impactar positiva- mente em cada um dos 17 objetivos da Agenda 2030. 16 MÓDULO I Turismo Sustentável 2 BOAS PRÁTICAS EM TURISMO 2.1. Certificações e Premiações em Sustentabilidade Para que as práticas turísticas sustentáveis sejam assim reconhecidas é fun- damental a aquisição de certificações, selos ou lograr premiações que atestem o cumprimento de dispositivos legais e normativos que visam à sustentabilidade. Figura 3 - selos Fonte: elaboração própria (2023) O Ministério do Turismo no Brasil atua no incentivo e na parceria com enti- dades certificadoras e que realizam premiações em turismo sustentável. Você Sabia? O “Guia Turismo e Sustentabilidade” do Ministério do Turismo (BRA- SIL, 2016) também recomenda uma série de medidas sustentáveis a serem adotadas tanto por empresas quanto por destinos, baseadas em estudos e pesquisas desenvolvidos por organizações internacio- nais tais como o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a Organização Mundial do Turismo (OMT), a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), entre outras. 17 MÓDULO I Turismo Sustentável Este Guia tem como objetivo estimular o trade turístico a adotar práticas sustentáveis e implementar iniciativas simples que ajudam a reduzir custos ou minimizar o impacto social e ambiental dos empreendimentos. Você Sabia? O destaque principal da iniciativa do Ministério do Turismo é a de chamar a atenção sobre a responsabilidade do setor em relação à sustentabilidade e a um turismo mais responsável, trazendo dicas que podem contribuir na mitigação de impactos ambientais; na pro- moção de um turismo mais inclusivo, com orientações sobre acessi- bilidade; nas informações de como prevenir a exploração sexual de crianças e adolescentes, no âmbito do turismo, entre outras dicas! O conteúdo do Guia mantém os critérios do Ministério do Turismo que con- sidera as relações entre turismo e sustentabilidade com base em quatro princí- pios do desenvolvimento sustentável, essenciais para o Programa de Regionali- zação do Turismo brasileiro: 1. Sustentabilidade ambiental – envolve processos relacionados aos re- cursos naturais. 2. Sustentabilidade sociocultural – considera a cultura local e os valores morais da comunidade. 3. Sustentabilidade econômica – visa assegurar a distribuição da renda gerada pelo turismo para a população local. 4. Sustentabilidade político-institucional – que visa garantir os compromis- sos entre os setores público e privado e demais atores da sociedade civil. 18 MÓDULO I Turismo Sustentável Você conhece alguma certificação ou premiação em turismo sustentável? Conheça algumas certificações/premiações nacionais e internacionais re- levantes para o Turismo: 2.1.1 Green Destinations Awards & Certification Figura 4 - Green Destinations logo Fonte: Green Destinations (2023) Esta certificação visa ao desenvolvimento e reconhecimento de destinos e de empresas turísticas sustentáveis. Seus critérios são baseados em: gestão de destino; natureza e paisagem; meio ambiente e clima; cultura e tradição; bem- -estar social; e negócios e hospitalidade. A certificação, via auditoria, se dá por meio da plataforma Green Destinations Awards & Certification. No ano de 2020, nove municípios brasileiros estiveram na lista dos 100 principais destinos sus- tentáveis. Na Feira de Turismo ITB Berlim, na Alemanha, realizada em março de 2023, mais um município brasileiro foi agraciado com o certificado prata de gestão sustentável: Bombinhas (SC).Curiosidades Ficou curioso(a) para conhecer os destinos premiados de 2020 e de 2021? Então, acesse o site https://www.greendestinations.org/home/ about/destinations-collection/ confira as premiações e as regras so- bre como participar! 19 https://www.greendestinations.org/home/about/destinations-collection/ https://www.greendestinations.org/home/about/destinations-collection/ MÓDULO I Turismo Sustentável 2.1.2 Conselho Global de Turismo Sustentável Figura 5 - GSTC logo Fonte: GSTC (2023) O GSTC funciona como organismo acreditador de entidades certificadoras e reconhece programas/ selos de turismo sustentável. Curiosidades Confira os critérios de certificação no site https://certifications.con- trolunion.com/pt/certification-programs/certification-programs/ gstc-conselho-global-de-turismo-sustentavel. 2.1.3 Centro SEBRAE de Sustentabilidade (CSS) Figura 6 - ensino ODS Fonte: elaboração própria (2023) 20 https://certifications.controlunion.com/pt/certification-programs/certification-programs/gstc-conselho-global-de-turismo-sustentavel https://certifications.controlunion.com/pt/certification-programs/certification-programs/gstc-conselho-global-de-turismo-sustentavel https://certifications.controlunion.com/pt/certification-programs/certification-programs/gstc-conselho-global-de-turismo-sustentavel MÓDULO I Turismo Sustentável Fonte: elaboração própria (2023) ISO 14000 é constituído por uma série de normas que determinam diretri- zes para garantir que determinada empresa (pública ou privada) pratique a ges- tão ambiental. Estas normas são conhecidas pelo Sistema de Gestão Ambiental (SGA), que é definido pela ISO (International Organization for Standardization). 2.1.5 ISO 21401 A série corresponde a um Sistema de Gestão de Sustentabilidade para Meios de Hospedagem, editado pela Organização Internacional de Padronização (ISO, International Organization for Standardization). Nessas normas estão reunidas uma série de orientações sobre o sistema de gestão com foco em transformar o meio de hospedagem em um negócio sustentável. A missão do CSS é prospectar, gerar e disseminar conhecimentos e práticas em sustentabilidade, aplicadas às micro e pequenas empresas, para apoiar o atendimento de mais de 700 postos da instituição, distribuídos pelo país. Curiosidades Confira o vídeo sobre CSS aqui https://www.braztoa.com.br/ 2.1.4 ISO 14000 Figura 7 - normas 21 https://www.braztoa.com.br/ https://www.braztoa.com.br/ MÓDULO I Turismo Sustentável Fonte: Bandeira Azul (2023) Bandeira Azul é uma das maiores premiações globais de caráter ecológico e voluntário dedicadas à gestão de praias, marinas e embarcações de turismo. Para poder se qualificar, uma série de critérios com foco em gestão ambiental, qualidade da água, educação ambiental, segurança e serviços, turismo susten- tável e responsabilidade social devem ser atendidos, mantidos e comprovados anualmente. Curiosidades Ficou curioso(a) para saber mais? Então acesse: https://bandeiraazul.org.br/. 2.1.7 Programa Green Key Trata-se de um selo ecológico de abrangência internacional atribuído a em- presas turísticas que se destacam no campo da responsabilidade ambiental e da gestão sustentável. Esta iniciativa é da responsabilidade da Foundation for Environmental Education (FEE), sediada na Dinamarca, que também tem parti- cipação no Programa Bandeira Azul, entre outros. Para saber mais, acesse: https://greenkey.org.br/ 2.1.6 Programa Bandeira Azul Figura 8 - Bandeira Azul logo 22 https://bandeiraazul.org.br/ https://greenkey.org.br/ MÓDULO I Turismo Sustentável 2.1.8 Prêmio Braztoa de Sustentabilidade Figura 9 - selo Prêmio Braztoa de Sustentabilidade Fonte: mercado & eventos (2020) Com a chancela da Organização Mundial do Turismo e do Ministério do Tu- rismo brasileiro, o Prêmio Braztoa de Sustentabilidade figura como o principal reconhecimento em turismo sustentável no Brasil. O prêmio objetiva incenti- var, reconhecer e conferir visibilidade às iniciativas que se destaquem por suas excelentes práticas de sustentabilidade em todos os segmentos do turismo na- cional e respectivas cadeias e contribui com o disposto na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável no país. Curiosidades Ficou curioso(a) para conhecer os(as) premiados(as)? Então acesse o site https://www.braztoa.com.br/ e confira as premiações! 23 http://www.agenda2030.org.br/ http://www.agenda2030.org.br/ https://www.braztoa.com.br/ MÓDULO I Turismo Sustentável 2.1.9 Prêmio de Turismo Responsável da WTM-LA Figura 10 - logo WTM LA Fonte: Ministério do Turismo (2022) O prêmio reconhece as iniciativas mais inspiradoras e replicáveis em Turis- mo Sustentável e Responsável, em seis categorias: 1. Descarbonização do setor de viagens e turismo. 2. Apoio a funcionários e comunidades durante a pandemia. 3. Destinos que apoiam a construção mais sustentável pós-covid. 4. Aumento da diversidade no turismo: quão inclusiva é a nossa indústria? 5. Reduzindo o desperdício de plástico no meio ambiente. 6. Aumento do benefício econômico local. A premiação faz parte do grupo de prêmios Global Responsible Awards criados para validar as boas práticas de Turismo Responsável. Os finalistas são julgados por especialistas e profissionais de diversas áreas e nacionalidades, de acordo com três critérios: originalidade, impactos e potencial de replicação dentro da indústria do turismo. Curiosidades Ficou curioso(a) para conhecer os(as) premiados(as)? Então acesse o site https://www.wtm.com/latin-america/pt-br/programacao/pre- mio-turismo-responsavel.html e confira as premiações! 24 https://www.wtm.com/latin-america/pt-br/programacao/premio-turismo-responsavel.html https://www.wtm.com/latin-america/pt-br/programacao/premio-turismo-responsavel.html MÓDULO I Turismo Sustentável 2.2 Como Não Agir: Greenwashing e Bluewashing 2.2.1 Greenwashing Atitudes responsáveis frente ao meio ambiente são questões imprescindíveis se quisermos melhorar a qualidade de vida do morador local e a experiência tu- rística do visitante. Ações como o descarte adequado do lixo e o respeito à vida selvagem ajudam no bem-estar da sociedade e do meio ambiente (HE et al., 2022). Enquanto sociedade responsavelmente comprometida, podemos contribuir para a preservação ambiental adotando medidas simples, tais como: o uso racio- nal da água; a utilização de outras fontes energéticas, como a energia solar, por exemplo; a gestão de resíduos sólidos; e a redução do desperdício de alimentos. Algo, contudo, que se deve ter cuidado, é com a forma de divulgar as ações de responsabilidade ambiental. O uso de termos vagos para fins promocionais, sem a necessária comprovação prática e a divulgação de informações com- plementares sobre o tratamento adequado dos resíduos gerados, é conhecido como greenwashing, ou “lavagem verde”, ou seja, o uso de informações enga- nosas para passar uma imagem de responsabilidade ambiental e conquistar posições no mercado. Figura 11 - greenwashing Fonte: elaboração própria (2023) Assim, simplesmente fornecer um folheto ou instalar uma placa com re- comendações sobre o comportamento ambientalmente adequado do visitan- 25 MÓDULO I Turismo Sustentável te, sem a ratificação oral durante uma visita guiada a uma área protegida, por exemplo, ou a aquisição de produtos de plástico compostável ou bioplástico (PLA ou PHA) sem a sua correta disposição na natureza ou reciclagem, não con- figuram práticas de responsabilidade ambiental, mas simplesmente de gre- enwashing. As práticas ecoeficientes mais genéricas, como a iluminação por sensores de movimento ou os avisos sobre a economia de água e de energia, por serem mais aplicadas pelo impacto na redução de custos do que qualquer outra coisa, também podem ser consideradas como tentativas de greenwashing. Nesse sentido, o verdadeiro marketing verde deve ter um comprometimen- to ético para poder configurar responsabilidadeambiental, e não greenwashing. Você já teve contato com o marketing de algum destino turístico? Caso sim, você considera que esta ação se trata de uma boa prática em marketing verde? Para Saber Mais Para saber mais sobre o código mundial de ética do turismo, acesse o link a seguir: http://www.each.usp.br/turismo/livros/codigo_de_eti- ca_mundial_para_o_turismo_UNWTO.pdf 2.2.2 Bluewashing Não cabe somente à gestão pública promover a inclusão social, a redução da pobreza, o pertencimento e a valorização identitária por meio do turismo. Os empreendedores têm também a responsabilidade de aplicar e de fazer aplicar por parte de seus colaboradores, parceiros e fornecedores uma série de medi- das que existem para fomentar o desenvolvimento humano e a valorização da 26 http://www.each.usp.br/turismo/livros/codigo_de_etica_mundial_para_o_turismo_UNWTO.pdf http://www.each.usp.br/turismo/livros/codigo_de_etica_mundial_para_o_turismo_UNWTO.pdf MÓDULO I Turismo Sustentável identidade cultural nos locais onde se encontra o empreendimento. Medidas que vão além do dever social básico de geração de empregos, do fornecimento de condições justas e de um bom ambiente de trabalho. As empresas podem e devem criar valor compartilhado na sociedade, co- municando adequadamente as ações empreendidas e os programas dos quais participam, que contribuam para o desenvolvimento humano, a boa gover- nança, a inclusão social e melhoria ambiental. Essa abordagem é conhecida como Responsabilidade Social Corporativa ou simplesmente Responsabilidade Social, e demanda uma consistência entre o marketing social ou o marketing verde praticado e as ações empreendidas. Do contrário, estar-se-á praticando o bluewashing (literalmente, “lavagem azul”), que é o marketing enganoso e va- zio, pautado por selos e certificações sociais de fachada e no seguimento dos 17 ODS da ONU somente no nível do discurso. Figura 12 - bluewashing Fonte: elaboração própria (2023) O mercado de consumidores conscientes e bem informados aumen- ta a cada ano, e os prejuízos para a imagem de empresas e destinos que praticam um marketing social vazio, sem o real comprometi- mento e engajamento que fundamente o seu discurso na prática, são maiores e mais difíceis de serem revertidos. A responsabilidade social se faz também na comunicação: a adesão a se- los falsos ou a certificações de fachada para poder atingir o mercado de con- sumidores verdes ou consumidores conscientes pode mais prejudicar do que 27 MÓDULO I Turismo Sustentável beneficiar, uma vez que esses, ao se darem conta de que não passa de um falso discurso, podem fazer denúncias nos inúmeros canais à disposição na internet e nas redes sociais. 2.3 Exemplos de Boas Práticas em Turismo Sustentável 2.3.1 Boas práticas de Turismo Sustentável em destinos Existem muitos casos de sucesso de destinos e iniciativas brasileiras em Tu- rismo Sustentável. Muitos deles podem ser encontrados no Mapa Brasileiro do Turismo Responsável, uma iniciativa do Ministério do Turismo que tem como objetivo destacar os destinos turísticos que adotam práticas sustentáveis e res- ponsáveis. O mapeamento de boas práticas em turismo responsável no Brasil <http:// mapadoturismoresponsavel.turismo.gov.br/> contempla boas práticas de sus- tentabilidade nas regiões brasileiras do Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste a partir de experiências, roteiros, destinos, equipamentos/infraestru- tura turística e projetos premiados ou de reconhecimento nacional/internacio- nal. Aqui vão alguns exemplos de destinos turísticos de sucesso que constam no Mapa: 28 http://mapadoturismoresponsavel.turismo.gov.br/ http://mapadoturismoresponsavel.turismo.gov.br/ MÓDULO I Turismo Sustentável • Bonito, Mato Grosso do Sul Figura 13 - Bonito, MS Fonte: Esse Mundo é Nosso (2022) Bonito é um destino turístico conhecido por suas águas cristalinas, cacho- eiras, rios e grutas. Desde a década de 1990, a cidade tem se destacado pela ado- ção de práticas sustentáveis no turismo. A cidade tem investido em ações para preservar o meio ambiente e promo- ver o turismo sustentável. Entre as iniciativas adotadas em Bonito, pode-se des- tacar a gestão integrada dos resíduos sólidos, a utilização de energias renová- veis, a promoção da educação ambiental e a valorização da cultura local. Além disso, os empreendimentos turísticos da região têm adotado práticas sustentá- veis, como a utilização de produtos orgânicos na alimentação, a redução do uso de plásticos descartáveis e a captação de água da chuva. Essas ações contribuem para a preservação da beleza natural da região e para o desenvolvimento econômico sustentável. 29 MÓDULO I Turismo Sustentável • Rede BATUC, Bahia Figura 14 - logo Rede Batuc Fonte: facebook A Rede BATUC (Batuque Território de União e Cooperação) é uma iniciativa de turismo comunitário localizada na Bahia que tem como objetivo promover o turismo sustentável na região, valorizando a cultura e a identidade local, e ge- rando renda para as comunidades envolvidas. A Rede é formada por oito comunidades quilombolas que se uniram para desenvolver o turismo comunitário em suas áreas. As comunidades oferecem aos visitantes uma experiência autêntica e imersiva na cultura quilombola, com atividades como visitas a museus comunitários, trilhas ecológicas, passeios de canoa, oficinas de artesanato e culinária tradicional, entre outras. Além de promover o turismo sustentável, a Rede BATUC também tem como objetivo fortalecer a economia local e a preservação da cultura e do meio am- biente. As atividades turísticas são conduzidas pelas próprias comunidades, gerando emprego e renda para as famílias envolvidas. A iniciativa também in- centiva a preservação da natureza e da cultura local, uma vez que o turismo é desenvolvido de forma consciente e responsável. A Rede BATUC é um exemplo de como o turismo pode ser utilizado como uma ferramenta para o desenvolvimento sustentável das comunidades locais. A iniciativa tem sido reconhecida nacionalmente e internacionalmente, tendo re- 30 MÓDULO I Turismo Sustentável cebido o prêmio Gold de Turismo Responsável da WTM-Latin América em 2023 na categoria Melhores Soluções para a Promoção da Diversidade e da Inclusão. Para ir mais longe Confira aqui esses e outros destinos e iniciativas de Turismo Susten- tável realizadas que integram o Mapa Brasileiro do Turismo Respon- sável: http:// mapadoturismoresponsavel.turismo.gov.br/ Além disso, cabe mencionar que dez destinos brasileiros se encontram en- tre os 100 mais sustentáveis para o turismo no mundo em 2022. O reconheci- mento foi feito no Dia Mundial do Turismo (27/09) pela organização holandesa Green Destinations. Entre os premiados aparecem as cidades de Epitaciolândia (AC), Diamantina (MG), Capitólio (MG), Tibau do Sul (RN), Tibau (RN), Corguinho (MS), Pedro Gomes (MS), Bombinhas (SC), Orleans (SC) e Itá (SC). Para saber mais, acesse a notícia: https://www.gov.br/pt-br/noticias/viagens-e-turismo/2022/09/ brasil-tem-dez-destinos-entre-os-100-mais-sustentaveis-do-mundo • Socorro, São Paulo Ainda na categoria de destinos turísticos sustentáveis, o município de So- corro/SP foi agraciado com o prêmio BRAZTOA de Sustentabilidade de 2022, um dos mais importantes da categoria no país. O destino foi o primeiro do Brasil a tornar-se membro, em novembro de 2021, da rede internacional Cittaslow, após cumprir uma série de requisitos relacionados à sustentabilidade social, am- biental, econômica e de governança que fazem o “bem viver” de uma localidade. 31 https://www.gov.br/pt-br/noticias/viagens-e-turismo/2022/09/brasil-tem-dez-destinos-entre-os-100-mais-sustentaveis-do-mundo https://www.gov.br/pt-br/noticias/viagens-e-turismo/2022/09/brasil-tem-dez-destinos-entre-os-100-mais-sustentaveis-do-mundo MÓDULO I Turismo Sustentável Você Sabia? A desaceleração do Cittaslow propõe que as pessoas diminuam avelocidade com que fazem tudo, de forma a aproveitar melhor cada momento. O termo, que pode ser traduzido como “Cidades Lentas”, surgiu há pouco mais de duas décadas, em uma pequena cidade da Toscana, na Itália, como uma alternativa para conciliar o desenvolvi- mento urbano sustentável e a qualidade de vida. A ideia é melhorar o bem-estar dos cidadãos, especialmente em relação ao meio am- biente e ao território que ocupam. Com o objetivo de evidenciar a tranquilidade que já é típica do interior e pro- jetar a cidade nacionalmente, inserindo-a no mercado estrangeiro, o município de Socorro se tornou o primeiro Cittaslow do Brasil – “Cidade do Bem Viver”. A obtenção da certificação envolveu diversos atores: todas as secretarias muni- cipais; a secretaria de turismo, como idealizadora, gestora e patrocinadora do projeto; organizações do terceiro setor, empresários, sociedade civil, conselhos municipais e uma empresa de consultoria para a inovação. Essa integração entre os diversos atores do turismo é um dos fatores de su- cesso do destino paulista. A atuação em redes se dá principalmente por meio da Associação de Turismo da Estância de Socorro – SP (ASTUR). A ASTUR tem como objetivo a promoção de ações para o desenvolvimento sustentável das empresas associadas e o fomento do turismo de Socorro, sempre em conso- nância com o Conselho Municipal de Turismo (COMTUR) da cidade. Atualmente, são 70 empresas associadas de diversos setores turísticos como hospedagem, ecoturismo, atividades de aventura, turismo rural, gastronomia e compras (SO- CORRO, 2022). Assista https://youtu.be/b4LXqxchwQY aqui o vídeo sobre a cidade de Socor- ro e acesse <http://mapadoturismoresponsavel.turismo.gov.br/> as informa- ções sobre este destino e outras boas práticas de sustentabilidade brasileiras. 32 https://youtu.be/b4LXqxchwQY http://mapadoturismoresponsavel.turismo.gov.br/ MÓDULO I Turismo Sustentável Fonte: freepik (2023) Na mesma premiação realizada em 2021 pela Organização Mundial do Tu- rismo que selecionou as Bahamas, a startup brasileira Sisterwave se destacou entre mais de 10 mil propostas concorrentes e foi agraciada com o Prêmio Glo- bal de Startups na categoria “ODS 5: Igualdade de Gênero”. A startup, oriunda de Brasília/DF, está ligada a um projeto de Inovação e Sustentabilidade. Trata-se de uma plataforma online que conecta mais de 18 mil mulheres viajantes a moradoras que possam ser anfitriãs em destinos vi- sitados. O projeto destaca-se por dar à mulher que viaja sozinha a segurança durante sua estada em algum destino (ONU NEWS, 2021). 2.3.2 Boas práticas de turismo sustentável em empreendedorismo e em empreendimentos turísticos • Exemplo de Empreendedorismo no Brasil: Sisterwave Figura 15 - praia 33 MÓDULO I Turismo Sustentável Para Saber Mais Assista aqui o vídeo onde a criadora do serviço digital, Jussara Pelli- cano Botelho, explica em detalhes a sua ideia e os serviços prestados pela plataforma: https://youtu.be/kAgML9pAg6s. • Exemplo do Trade Turístico: Iberostar Hoteis e Resorts Essa rede de hotéis quatro e cinco estrelas presente em 16 países, entre eles o Brasil, iniciou um projeto em 2017 para se tornar livre de resíduos até 2025 e neutro em carbono até 2030. Foi premiada duplamente na edição da WTM-LA de 2022 em primeiro lugar (Gold) na categoria “Descarbonização do setor de viagens e turismo” e em segundo lugar (Silver) na categoria “Reduzindo o des- perdício de plástico no meio ambiente”. A empresa levantou, por meio de uma ambiciosa auditoria corporativa, to- dos os produtos que continham plástico. Os canudos de plástico constituíram o resultado mais expressivo: a utilização foi reduzida em 10%, o que em termos reais significa uma redução de 10 milhões de unidades. Com relação à descarbonização, a principal estratégia da empresa é o Pro- grama de compensação de carbono azul natural, que inclui projetos de res- tauração de manguezais, identificados como uma solução fundamental para enfrentar as mudanças climáticas, tendo reflorestado 2.000 manguezais na República Dominicana em 2020. Conheça esta e outras práticas de Turismo Sustentável da Iberostar aqui: https://www.iberostar.com/br/wave-of-change/#:~:text=Cuide%20dos%20ocea- nos%20e%20viva,emiss%C3%B5es%20de%20carbono%20at%C3%A9%202030 Você conhece alguma boa prática em Turismo Sustentável no Brasil que considere os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável? Reflita sobre quais Objetivos a iniciativa conseguiu atender. 34 https://youtu.be/kAgML9pAg6s https://www.iberostar.com/br/wave-of-change/#:~:text=Cuide%20dos%20oceanos%20e%20viva,emiss%C3%B5es%20de%20carbono%20at%C3%A9%202030 https://www.iberostar.com/br/wave-of-change/#:~:text=Cuide%20dos%20oceanos%20e%20viva,emiss%C3%B5es%20de%20carbono%20at%C3%A9%202030 MÓDULO I Turismo Sustentável REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS OPERADORAS DE TURISMO. BRAZTOA. Prêmio BRAZTOA de sustentabilidade 2016: regulamento. [S. l.: s. n.], 2016. Disponível em: https://docplayer.com.br/26750150-Os-cinco-p-s-da-agenda-2030.html. Acesso em: 20 jan. 2022. BENI, Mario Carlos. 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