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Estado: finalidade, formas de estado e formas de governo SST Codonho, Maria Leonor Paes Cavalcanti Ferreira Estado: finalidade, formas de estado e formas de gover- no / Maria Leonor Paes Cavalcanti Ferreira Codonho Local: 2020 nº de p. : 14 Copyright © 2019. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. Estado: finalidade, formas de estado e formas de governo 3 Apresentação Os Estados nacionais são um construção histórica e um fato consolidado na atualidade. Ser cidadão de um Estado traz diversas vantagens relacionados a direitos da personalidade, sociais e individuais. A existência dos Estados é um fato tão consolidado em nossas vidas que raramente nos questionamos sobre ele. Neste estudo, o tema abordado será o Estado. Primeiro, será analisada a sua finalidade, isto é o porquê da existência dos Estados. Na segunda partes, o enfoque será nas formas de Estado, estudo que se refere às suas possíveis estruturas. Por fim, serão apresentadas o que são formas de governo e analisadas duas formas de governo específicas. Finalidade do estado De acordo com Fuhrer e Milaré (2005), juridicamente falando, no plano externo o Estado visa defender sua independência e o território nacional e, no âmbito interno, manter a ordem pública, garantindo direitos e justiça. Os autores sustentam que o Estado tem, também, como finalidade social promover o bem público, cabendo-lhe usar de todos os meios para favorecer ao indivíduo uma vida melhor. Saúde pública Fonte: Plataforma Deduca (2020). 4 Por exemplo, no Brasil, existe o Sistema Único de Saúde (SUS), que é uma política pública voltada para atender a todos os cidadãos brasileiros. O mesmo ocorre com a educação: a rede de escolas públicas deve garantir vagas e acesso a todos os cidadãos brasileiros para que cursem a Educação Básica. Que outros serviços devem ser fornecidos pelo Estado, pois são um direito do cidadão? Verifique se a lista que você fez constitui uma finalidade do Estado, como cumpridor do seu dever social. Curiosidade Para cumprir com tais finalidades, o Estado se organiza em diferentes formatos. Formas de estado Quando falamos nas formas de Estado, nos referimos à sua estrutura. Enquanto alguns Estados apresentam-se como um todo homogêneo, com uma soberania absolutamente indivisa, outros surgem como um conjunto de outros Estados, fracionando, de certa maneira, soberania. Assim, segundo Fuhrer e Milaré (2005), o Estado é dividido em forma unitária e forma composta. Forma unitária O Estado unitário ou simples é formado por uma unidade indivisível e soberana. Esta soberania é exercida em dois âmbitos: frente ao povo e em relação aos outros Estados constituídos. Nesse tipo de Estado, o governo nacional assume a direção exclusiva de todos os negócios públicos. Perceba, mesmo que exista uma divisão geográfica do Estado, como na Inglaterra, que possui distritos e condados, essas partes menores não possuem leis próprias: submetem-se totalmente à autoridade maior. 5 Inglaterra como um exemplo de Estado unitário Fonte: Plataforma Deduca (2020) Gusmão (1997) assinala que o Estado simples é aquele que, em regra, tem governo unitário, exercido em todo o seu território. Vale lembrar que, nesta forma, existe somente um Poder Executivo, um Poder Legislativo e um Poder Judiciário, todos centrais, com sede na capital. Fuhrer e Milaré (2005) destacam que nesse caso, todas as autoridades executivas ou judiciárias que existem no território são delegações do Poder Central, tirando dele sua força. São exemplos de Estados que adotam essa forma unitária: Espanha, França, Itália e Portugal. Forma composta O Estado composto surge quando dois ou mais Estados decidem se unir por algum motivo específico, como ocorreu quando Portugal e Espanha uniram-se pelo casamento realizado entre seus reis (Reino Unido de Castela e Aragão). Atualmente, existem dois tipos de estados compostos: a federação e a confederação. 6 Federação: a federação é formada pela união de várias unidades territoriais, chamadas de Estados-membros, que abdicam de sua soberania em favor da União Federal. Gusmão (1997) assinala que, na federação, o governo central é denominado de governo nacional ou federal, enquanto os governos regionais ou estaduais são aqueles que exercem o poder político nos territórios dos Estados- membros que governam. O Brasil é um exemplo de federação. Fonte: Plataforma Deduca (2020) Confederação: a confederação é formada por vários Estados soberanos que se unem por meio de tratados. Segundo Fuhrer e Milaré (2005), esta união pode ter em vista o desenvolvimento econômico, social, além de ampliar a segurança da população ou facilitar a defesa do território, por exemplo. Gusmão (1997) ressalta que, a confederação é a união de Estados soberanos para defesa em comum ou para realização de obra que visa o interesse de todos os seus membros. A confederação, por ser estabelecida por tratados internacionais, pode ter vida passageira: cada Estado pode se retirar a qualquer momento, embora isso nem sempre se realize na prática, pois os membros podem ser coagidos a permanecer na confederação. A ex-União Soviética era uma confederação formada por diferentes Estados-membros que ganharam autonomia com o fim da URSS. 7 Fonte: Plataforma Deduca (2020) Segundo Fuhrer e Milaré (2005), enquanto na federação os Estados-membros estão unidos por uma Constituição, de maneira que o Estado Federal é regulado pelo Direito Constitucional, na confederação os Estados estão ligados por um tratado internacional, regulados, portanto, pelo Direito Internacional Formas de Estado Simples ou unitário Não possui divisões que apresentem leis internas próprias. Composto Federação: os Estados-membros submetem-se totalmente ao poder central. Confederação: Os Estados-membros conservam plena soberania. Fonte: Fuhrer e Milaré (2005) 8 Formas de governo É importante distinguir as formas de Estado e as formas de governo. Segundo Martins (2010), as formas de governo são a monarquia e a república. Monarquia Na monarquia, quem governa e faz as leis é o soberano. Ele tem o poder supremo e vitalício. O trono é hereditário, ou seja, passado de pai para filho. Poder soberano Fonte: Plataforma Deduca (2020). A monarquia pode ser absoluta, limitada ou constitucional. Também pode ser categorizada em monarquia pura ou parlamentar. Na monarquia absoluta, o governo caberá a um indivíduo que possuirá poderes ilimitados, fazendo e aplicando as leis. 9 Na monarquia limitada o exercício do poder é feito por elementos aristocráticos e democráticos. A aristocracia é o governo de poucos, geralmente dos nobres e dos mais ricos. A monarquia constitucional é aquela que ocorre quando o rei governa, mas sujeita-se às limitações previstas constitucionalmente. Na monarquia pura, o monarca é chefe de Estado e de governo. Na monarquia parlamentar a chefia de governo é exercida pelo Gabinete ou Conselho de Ministros. República Segundo Martins (2010), a república é uma forma democrática de governo, exercida pelo povo, em seu benefício, por meio de voto. Na república os mandatos políticos são temporários e não há sucessão hereditária. República por meio de votos Fonte: Plataforma Deduca (2020). O Brasil, desde sua instituição, passou por diferentes formas de Estado e de governo: foi Reino Unido a Portugal e Algarves (1815), viveu o sistema monarquista e o republicano, em diferentes modelos – incluindo o presidencialista e o parlamentarista. Passou, também, por ditaduras. É uma história que mostra a 10 pluralidade de opções para reger as regras da convivência social, em que atuam as instituições de direito público e privado. Fechamento Estudamos sobre alguns dos principais aspectos dos Estados. Como visto, além de serem formas de organização social complexas, os Estados cumprem funções e finalidade específicas como promover o bem comum, ser forte e garantir direitos sociaisrelacionados à saúde, educação etc. Neste estudo, foi possível reconhecer que os Estados podem assumir formatos distintos, apesar de suas finalidades serem as mesmas. As classificações podem levar em conta tanto as estruturas como as formas de governo. 11 Referências FUHRER, M. C. A.; MILARÉ, É. Manual de Direito Público e Privado. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005. GUSMÃO, P. D. de. Introdução ao Estudo do Direito. Rio de Janeiro: Forense, 1997. MARTINS, S. P. Instituições de Direito Público e Privado. São Paulo: Atlas, 2010. 12 13 14