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Psicologia Jurídica - Aula 1 - I Unidade

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DATA: 19/03/2024
DIREITO
PSICOLOGIA JURÍDICA
Prof.ª Jéssica Correia
UNIDADE 1
Psicologia Jurídica
Objetivos desta aula:
Conhecer a psicologia jurídica;
Compreender a psicologia e a conexão com as áreas do direito;
Aprender sobre a psicologia forense;
Estudar sobre o trabalho dos psicólogos jurídicos e forenses;
Entender o papel do psicólogo no sistema carcerário.
Vamos aos estudos!!!
NOÇÕES PRELIMINARES DA PSICOLOGIA JURÍDICA
A psicologia tem suas raízes na filosofia, pois a natureza humana era estudada mediante a especulação, a intuição e generalização. 
A origem da palavra psicologia deriva do grego: psyché = alma + logos = razão. 
Aristóteles foi considerado o primeiro autor que estudou a psicologia. 
Um fato histórico que marcou o nascimento da psicologia científica foi em 1875 quando Wilhelm Wundt propôs o primeiro laboratório de psicologia experimental na Universidade de Leipzig, na Alemanha. 
NOÇÕES PRELIMINARES DA PSICOLOGIA JURÍDICA
A psicologia jurídica é uma área da psicologia conectada com o direito, relacionada à aplicação do seu conhecimento e prática da psicologia no âmbito do Poder Judiciário. Desse modo, o termo psicologia forense pode ser usado para se referir à prática psicológica o sistema jurídico. 
Psicologia Jurídica = Psicologia + Direito
A principal função do psicólogo jurídico é auxiliar em questões relacionadas à saúde mental dos envolvidos em um processo judicial. Esse auxílio, por meio de laudos, pode ocorrer em estudos sociais dos crimes praticados pelo agente, quanto à personalidade de uma pessoa, em um caso que envolva crianças e ou adolescentes, entre outros.
A CONSTITUIÇÃO E O HISTÓRICO DA ÁREA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Na Antiguidade, buscavam-se respostas para o que vem a ser o fenômeno delitivo. Na Grécia, o delinquente era expulso do clã por ser considerado um ser anormal. No século III, o entendimento quanto à delinquência era de que as pessoas que não cumpriam as regras sociais estavam influenciadas pelo demônio. Mais adiante no tempo, o homem passou a ser visto como condutor de sua vida e, nessa fase, iniciou-se a busca pela humanização da pena. 
A história da Psicologia Jurídica está na atuação do psicólogo no sistema prisional, uma forma punitiva realizada antes da introdução do que se conhece por Estado nas sociedades. As punições eram aplicadas no século XVIII com penas privativas de liberdade. 
Estudiosos entendem que o início da psicologia jurídica se deu em 1868 com a publicação do livro “Psychologie Naturelle”, de autoria do médico francês Prosper Despine, onde o autor apresentou estudos de casos de criminosos daquela época. Os casos foram divididos em grupos de acordo com o motivo do crime, observando as particularidades psicológicas. 
A CONSTITUIÇÃO E O HISTÓRICO DA ÁREA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
No ano de 1835, apareceu pela primeira vez o termo Psicologia Judicial na publicação do “Manual Sistemático de Psicologia Judicial”. Nessa obra, destacou-se a importância da Antropologia e da Psicologia auxiliando a atividade judicial corretamente.
Percebam que filósofos, sociólogos, juristas, enfim, pensadores, foram formando a construção da conexão do Direito com a Psicologia, e esse fator se deu principalmente entre os crimes e as análises do comportamento dos criminosos.
O pensador francês Michel Foucault (1926-1984), que apontava o desequilíbrio da aplicação das penas para as diferentes formas de infração, observando que a justiça parece, em sua aplicação, mais eficaz no que se refere às penas para as pessoas menos favorecidas economicamente. Essa percepção viciosa possibilita que naturalmente sejam percebidos comportamentos indicadores de delitos que se ajustam às crenças arraigadas quanto à pobreza. 
A CONSTITUIÇÃO E O HISTÓRICO DA ÁREA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
O papel do psicólogo jurídico é muito importante nessa área de atuação, especialmente por trazer uma visão humanizada e multifacetada do sujeito, primando pela saúde mental, bem-estar e recuperação do indivíduo.
Atualmente, a psicologia jurídica brasileira está presente em várias frentes: temos psicólogos jurídicos atuantes nas delegacias, penitenciárias, fóruns, em casos derivados de crimes ou não, tais como os casos da vara da infância e juventude e da vara da família.
Lembrando que nesse campo temos a junção da Psicologia com o Direito, geralmente da Psicologia Jurídica com o Direito Penal ou Cível.
A CONSTITUIÇÃO E O HISTÓRICO DA ÁREA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Na primeira metade do século XX, o trabalho da Psicologia foi pautado sob a ótica positivista com a aplicação de testes psicológicos. Na Alemanha e na França, psicólogos desenvolveram trabalhos empíricos sobre o testemunho e a participação nos processos judiciais, mais precisamente quanto aos estudos acerca dos interrogatórios, dos delitos, da verificação de falsos testemunhos, da simulação de amnésias e dos testemunhos de crianças. Esses trabalhos ascenderam a Psicologia quanto ao testemunho e ao auxílio ao Direito.
Os psicólogos iniciaram a prática da psicologia jurídica no Brasil por volta da década de 1960 com a prestação voluntária de serviços na área criminal, tendo em vista a avaliação de pessoas em situação prisional e de adolescentes infratores.
A partir da promulgação da Lei de Execução Penal, Lei n° 7.210/84, o psicólogo passou a receber reconhecimento pela instituição penitenciária.
A CONSTITUIÇÃO E O HISTÓRICO DA ÁREA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Em 1979, essa atuação foi estendida também para a área civil, atuando voluntariamente e de modo informal junto às famílias em vulnerabilidade econômico-social no estado de São Paulo. 
No ano 2000, a Psicologia Jurídica foi reconhecida oficialmente como especialidade do psicólogo pelo Conselho Federal de Psicologia – CFP, através da Resolução CFP nº 014/00.
As especialidades da psicologia são reconhecidas no art. 3º da referida Resolução, sendo: 
Psicologia Escolar;
Educacional;
Psicologia Organizacional e do Trabalho;
Psicologia de Trânsito;
Psicologia Jurídica; 
Psicologia do Esporte;
A CONSTITUIÇÃO E O HISTÓRICO DA ÁREA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Psicologia Hospitalar;
Psicologia Clínica;
Psicopedagogia;
Psicomotricidade.
A Psicologia Jurídica exerce uma complementaridade ao Direito, pois como ciência autônoma, produz conhecimento relacionado ao conhecimento produzido pelo Direito, formando uma intersecção de objetos de estudo e conhecimento comum. Assim, há uma interação entre Psicologia e Direito e um diálogo com outras áreas, tais como: Sociologia, Criminologia, História, entre outros.
A Psicologia Jurídica atua também no Direito do Trabalho. O psicólogo pode atuar como perito em processos trabalhistas com relação às condições de trabalho e como elas reverberam na saúde mental do indivíduo. Por exemplo: ambientes insalubres; ambientes expostos a excessivo barulho; assédio moral no trabalho, entre outros.
A CONSTITUIÇÃO E O HISTÓRICO DA ÁREA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Ainda, o psicólogo jurídico pode atuar quanto à vitimologia e à psicologia do testemunho.
A vitimologia busca traçar o perfil da vítima para avaliar seu comportamento e personalidade. 
A psicologia do testemunho se refere à avaliação da veracidade dos depoimentos das partes envolvidas no processo, tais como: vítimas, testemunhas e dos suspeitos.
PANORAMA ATUAL DA PSICOLOGIA JURÍDICA
A Psicologia Forense é uma área de saber que articula a psicologia à atuação jurídica nos tribunais. É importante nesse segmento profissional ter conhecimento técnico em ambas às disciplinas para elaborar laudos e pareceres que são utilizados para tomadas de decisões judiciais. Nesse caso, após a graduação o profissional precisa fazer uma especialização na área para adquirir capacidade técnica para atuação. 
Os psicólogos forenses são analistas do comportamento humano, porque, ao atuarem nessa área, consideram os fatores do contexto social no qual as pessoas envolvidas estão inseridas, tendo em vista que a Psicologia Forense faz intersecção com qualquerárea do sistema legal, e não apenas com o Direito Penal. Interessante notar que a Psicologia Forense tem sustentação na pesquisa e na ciência. Assim, a linguagem científica é do cotidiano dos psicólogos forenses, os quais também utilizam a linguagem do senso comum.
PANORAMA ATUAL DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Algumas possibilidades de atuação do psicólogo forense:
1. Psicologia do crime: se refere aos processos comportamentais do adulto e jovem infrator, e tem o objetivo de descrever como um comportamento é adquirido, aprendido, evocado, mantido e modificado pelas consequências. Examina-se e avalia-se a prevenção, a intervenção e suas estratégias direcionadas a reduzir o comportamento criminoso e o transtorno da personalidade antissocial;
2. Avaliação forense: é o cerne da Psicologia Forense, porque é calcada nos maiores instrumentos da psicologia: a entrevista e a observação. É importante que sejam identificados e descritos os padrões comportamentais e determinada a responsabilidade do indivíduo sobre seus atos;
PANORAMA ATUAL DA PSICOLOGIA JURÍDICA
3. Psicologia aplicada ao Sistema Correcional e a Programas de Prevenção: Os programas de prevenção deveriam servir para solucionar os problemas da delinquência e do crime, desde que fosse possível modificar de pronto o ambiente no qual o sujeito está inserido. Políticas públicas tendem a trabalhar com a identificação precoce e a prevenção de comportamentos antissociais. Caso os psicólogos conseguissem atuar nas variáveis que estão relacionadas à criminalidade, a prevenção seria efetiva;
4. Psicologia aplicada à polícia: é possível trabalhar com identificação de estresse, resiliência, perfil de grupos de elite etc. Nesse caso, compreende-se que a maioria dos policiais é honesta, diferentemente do que é veiculado na mídia. Na verdade, as notícias veiculadas são negativas porque saltam aos olhos apenas as ações da polícia contra a sociedade. Nessa Psicologia, verificou-se um número expressivo de policiais com transtorno de estresse pós-traumático, distúrbios da ansiedade pelos atendimentos de crimes que fazem cotidianamente e pelos baixos salários que recebem mensalmente.
LOCAL DE ATENDIMENTO DOS PSICÓLOGOS FORENSES
Os psicólogos forenses atendem junto aos presídios, aos centros de socio educação, delegacias, comunidades terapêuticas, clínicas-escolas e clínicas particulares, laboratórios, programas de liberdade assistida, abrigos, organizações não governamentais. Por seu trabalho de elaborar laudos e pareceres, é possível que o psicólogo seja chamado para testemunhar, falar sobre o andamento da terapia da criança abrigada, por exemplo, não podendo se negar a dar essas informações, porque o cliente do psicólogo forense é o Poder Judiciário, mesmo que uma criança assistida, por exemplo, seja sua paciente.
Portanto, esse psicólogo pode atuar como perito, elaborando laudos da saúde mental de envolvidos em ações penais, bem como trabalhar como mediador em processos de conciliação cíveis. Exemplos: elaboração de laudo de suspeito de crime; atendimento de menores e seus pais e/ou representantes legais para determinação de guarda por motivo de divórcio.
LOCAL DE ATENDIMENTO DOS PSICÓLOGOS FORENSES
Atenção! 
As prováveis áreas que o psicólogo jurídico na área forense irá atuar quando dos processos judiciais são:
Violência doméstica;
Alienação parental;
Mediação;
Comportamento antissocial; 
Questões de guarda;
Adolescentes em conflito com a lei; 
Violência sexual;
Assédio moral;
Crianças e adolescentes em situação de acolhimento institucional;
Encarcerados.
LOCAL DE ATENDIMENTO DOS PSICÓLOGOS FORENSES
A elaboração de laudos e pareceres desses psicólogos é de extrema importância, porque influencia na decisão judicial que leva um indivíduo à prisão ou a uma instituição hospitalar própria para cumprimento de medida de segurança.
Assim, é válido ressaltar que:
1º A medida de segurança é aplicada aos que praticaram crime e, por serem portadores de doenças mentais, não podem ser considerados responsáveis pelos seus atos, portanto, devem ser tratados e não punidos;
2º A medida de segurança não é pena. É um tratamento a que deve ser submetido o autor de crime com o fim de curá-lo ou, se for o caso de doença mental incurável, a buscar por torná-lo apto a conviver em sociedade sem cometer crimes;
3º O tratamento é feito em hospital de custódia, nos casos em que é necessária internação do paciente, ou ambulatorial, com a apresentação da pessoa durante o dia em local próprio para o atendimento. O presídio não pode ser considerado estabelecimento adequado para tratar esse doente.
A PSICOLOGIA JURÍDICA E OS DIREITOS HUMANOS
As leis e normas de uma sociedade servem para disciplinar as relações de identidade, cidadania e o respeito às diversidades existentes. A Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou em 10 de dezembro de 1948 a Declaração dos Direitos Humanos, que dispõe sobre os direitos humanos que constituem em direitos básicos e liberdades fundamentais pertencentes a todos os seres humanos. 
As aplicações de pena receberam também a inspiração dos direitos humanos e, em 1984, no Brasil foi publicada a Lei de Execução Penal (LEP), que além de prever a individualização da pena dos indivíduos, previu a readaptação desses à sociedade, reconhecendo os direitos humanos e garantindo assistência médica, jurídica educacional, social, religiosa e material. 
Para esse cumprimento de pena e a progressão de regime, será necessária a intervenção da Psicologia, por meio do atendimento desses indivíduos pelos psicólogos forenses que serão os responsáveis pela elaboração de laudos e pareceres que analisem o comportamento dos sentenciados. Esses laudos e pareceres serão juntados ao processo judicial que estará então tramitando pela Vara das Execuções Penais, para que o juiz de direito decida pela progressão ou não do regime de cumprimento de pena.
A PSICOLOGIA JURÍDICA E OS DIREITOS HUMANOS
O Conselho Federal de Psicologia (2008) entende que a proposta principal do sistema penal de ressocializar e reintegrar, punir e intimidar apresenta-se como uma alternativa fracassada, pois a pena é cumprida de maneira incongruente, tendo em vista as condições existentes nos estabelecimentos prisionais. Os principais problemas apontados são:
1.Superlotações carcerárias;
2. Violências exercidas entre os próprios detentos;
3. Abusos de autoridade que estão relacionados aos maus tratos e às torturas;
A soma dos problemas descritos demonstra a inexistência de garantia dos direitos humanos dentro do cárcere. 
As penitenciárias no Brasil buscam o foco na ressocialização, resgatando o direito de cidadão dos indivíduos apenados, visando colocar a Lei de Execuções Penais em prática. Desse modo, o trabalho do psicólogo jurídico está voltado para o fim de ressocializar esses indivíduos, ressignificando suas vidas. 
A PSICOLOGIA JURÍDICA E OS DIREITOS HUMANOS
O Conselho Federal de Psicologia entende ainda que a lei também não é cumprida quando as estatísticas demonstram que o perfil dos indivíduos apenados é na maioria de desfavorecidos economicamente, com pouca ou nenhuma escolaridade, e do sexo masculino.
As penitenciárias no Brasil buscam o foco na ressocialização, resgatando o direito de cidadão dos indivíduos apenados, visando colocar a Lei de Execuções Penais em prática. Desse modo, o trabalho do psicólogo jurídico está voltado para o fim de ressocializar esses indivíduos, ressignificando suas vidas.
O TRABALHO DO PSICÓLOGO JURÍDICO JUNTO AOS ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS
O trabalho do psicólogo jurídico junto às penitenciárias se conecta com a área dos Direitos Humanos ao combater as formas de exclusões existentes no sistema prisional, contribuindo para que a sociedade reflita sobre a violação desses direitos.
A importância do trabalho do psicólogo dentro do sistema prisional visa resguardar a subjetividade do indivíduo e o combate às violações dos direitos humanos. A Psicologia desenvolve um trabalho amplo dentro das penitenciárias. O psicólogoparticipa das Comissões Técnicas de Classificação e trabalha junto aos presos, suas famílias, a comunidade e os profissionais que atuam dentro da instituição prisional.
O TRABALHO DO PSICÓLOGO JURÍDICO JUNTO AOS ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS
A intervenção do psicólogo dentro do sistema prisional está ligada à atuação que busca promover mudanças satisfatórias em relação às pessoas em cumprimento de pena privativa de liberdade e no sistema como um todo. Conforme a Resolução do CFP 012/2011, para todas as práticas realizadas dentro do âmbito do sistema prisional, o psicólogo deverá visar ao cumprimento dos direitos humanos das pessoas em cumprimento de pena privativa de liberdade, procurando construir a cidadania e a reinserção na vida social. 
A Lei de Execução Penal (LEP) fundou as Comissões Técnicas de Classificação (CTCs), formadas por uma equipe especializada, orientada pelo diretor e composta por dois chefes de serviço, um psiquiatra, um psicólogo e um assistente social, devendo existir em cada estabelecimento. 
O TRABALHO DO PSICÓLOGO JURÍDICO JUNTO AOS ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS
Conforme o artigo 9º da LEP, cada membro da comissão deve contribuir com seu saber, visando a um plano de individualização da pena do indivíduo que está encarcerado para que se tenha um tratamento penal adequado, podendo entrevistar pessoas, requisitar informações a qualquer estabelecimento privado ou repartições, além de proceder a exames ou outras diligências que se fizerem necessárias.
O artigo 6º da mesma lei informa que a Comissão Técnica de Classificação poderá elaborar o exame criminológico, com a finalidade de estabelecer um programa individualizado da pena privativa de liberdade adequado ao indivíduo que está no sistema prisional.
O Conselho Federal de Psicologia entende que não cabe aos psicólogos efetuarem qualquer tipo de parecer sobre a periculosidade das pessoas em cumprimento de pena privativa de liberdade e sua irresponsabilidade penal. O Conselho entende ainda que “desnaturalizar, ouvir, incluir, respeitar as diferenças, promover a liberdade” são missões do psicólogo, mas “classificar, disciplinar, julgar, punir” não são missões para o psicólogo.
O TRABALHO DO PSICÓLOGO JURÍDICO JUNTO AOS ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS
O Conselho, na Resolução 09/2010 regulamentou no artigo 4º que, de acordo com a Lei nº 10792/2003, é vedado ao psicólogo atuante em prisões realizar exame criminológico e participar de ações e/ou decisões que envolvam a prática de caráter punitivo e também disciplinar.
Quanto aos encaminhamentos prestados pelo psicólogo jurídico no sistema prisional, seguem os critérios a seguir:
1. Se o preso é analfabeto, o mesmo é dirigido à alfabetização; 
2. Caso não tenha profissão, irá para um curso profissionalizante;
3. Caso tenha transtorno mental, irá para a avaliação psiquiátrica pelo sistema único de saúde; 
4. Caso tenha alguma doença, passará por avaliação médica especializada; 
5. Caso tenha histórico de abuso de drogas, poderá ser incluído em grupos específicos da Psicologia, entre outros.
O TRABALHO DO PSICÓLOGO JURÍDICO JUNTO AOS ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS
A atenção individualizada ao encarcerado se refere a todo atendimento psicológico, psicoterapêutico, diálogo, acolhimento, acompanhamento, orientação, psicoterapia breve, psicoterapia de apoio e atendimento ambulatorial, os quais podem ser acrescidos de outros atendimentos.
Conforme o Conselho Federal de Psicologia, os atendimentos individuais podem ser solicitados não só pelo próprio apenado como também pelos funcionários da instituição prisional ou até mesmo pelos familiares, pois esses atendimentos objetivam compreender os encarcerados, avaliar sua saúde mental, dar acolhimento, escutar suas demandas, promovendo saúde e defendendo os direitos humanos. Nesse caso, podem também ser realizados plantões psicológicos. Essas intervenções são realizadas de forma individual, visando a atendimentos de emergência, e objetivam o acolhimento ao indivíduo que está cumprindo pena.
O TRABALHO DO PSICÓLOGO JURÍDICO JUNTO AOS ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS
O atendimento psicológico, em geral, é valorizado pelos presos, pois os mesmos passam a enxergar nos atendimentos um espaço que oferece a eles uma reflexão sobre sua atuação como indivíduo, fato que está oculto enquanto pessoas encarceradas, como também um momento de privacidade, impossível de ocorrer no âmbito das prisões.
Os psicólogos que trabalham dentro do sistema prisional podem também atuar juntamente aos familiares dos indivíduos encarcerados. Essa intervenção pode ser por meio de entrevistas, que geralmente têm objetivo de se obter uma melhor compreensão do caso de cada indivíduo atendido e do encarcerado. Os psicólogos jurídicos oferecem, nesse caso, o trabalho de acolhimento e escuta, pois muitas vezes os familiares não aceitam a situação, como também podem ser realizados atendimentos para compartilhar informações sobre o preso.
No mesmo sentido que o Conselho Federal de Psicologia, a Lei de Execução Penal de 1984 já previa em seus artigos 25, 26 e 27 a assistência aos egressos do sistema prisional, orientando e apoiando na reintegração à vida social.
O TRABALHO DO PSICÓLOGO JURÍDICO JUNTO AOS ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS
Conforme o Conselho Federal de Psicologia, o trabalho com os egressos apresenta desafios, pois existem preconceitos para serem vencidos, tanto da comunidade como dos familiares, dificultando a reabilitação social, além da grande falta de políticas públicas nessa área. Contudo, muitos são os caminhos desenvolvidos para lidar com esse desafio da reintegração dos egressos na sociedade, tais como:
A resolução das lacunas inerentes à baixa escolaridade;
A falta de documentação;
A conscientização e responsabilização da comunidade como um todo para a ressocialização dos egressos.
No Brasil não se acredita na readaptação das pessoas que passaram pelo sistema prisional. Desse modo, o papel da Psicologia Jurídica vai além dos atendimentos para elaboração de pareceres e laudos sobre o comportamento dos presos, no caso do sistema prisional, mas também uma concatenação de valores para o trabalho com os direitos humanos.
OBRIGADA E ATÉ A PRÓXIMA AULA!

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