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1 G Ademir Machado de Oliveira Guia Para Planejamento, Elaboração e Apresentação de Monografias e Pesquisas Científicas nas Ciências Sociais Aplicadas (Versão Preliminar) i Ademir Machado de Oliveira Guia Para Planejamento, Elaboração e Apresentação de Monografias e Pesquisas Científicas nas Ciências Sociais Aplicadas (Versão Preliminar) Sinop 2008 ii Ficha Catalográfica O48f Oliveira, Ademir Machado de Guia para Planejamento, Elaboração e Apresentação de Monografias e Pesquisas Científicas nas Ciências Sociais Aplicadas (Versão Preliminar) / Ademir Machado de Oliveira. – Sinop, MT, 2008. 1. Monografia/Pesquisa científica – Planejamento 2. Monografia/Pesquisa científica – Elaboração 3. Monografia/Pesquisa científica – Apresentação 4. Monografia/Pesquisa científica – Guia 5. Monografia/Pesquisa científica – Normas Técnicas I. Título iii SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................1 2 CONHECIMENTO CIENTÍFICO, CIÊNCIA E ESPIRITO CIENTÍFICO..............5 2.1 Conceito de Conhecimento Científico............................................................................6 2.2 Ciência: Natureza e Especificidades ..............................................................................6 2.2.1 Conceito de ciência ........................................................................................................6 2.2.2 A Economia como ciência .............................................................................................7 2.3 Características do Conhecimento Científico.................................................................7 2.4 Formação do Espírito Científico ....................................................................................9 2.5 A Investigação Científica ..............................................................................................10 2.5.1 Finalidades da pesquisa científica .............................................................................10 2.5.2 Níveis e objetivos de uma pesquisa científica ...........................................................11 2.5.3 O Trabalho científico e o relatório científico versus o trabalho de prestação de serviços e o relatório técnico ................................................................................................11 2.5.4 O Pesquisador e suas qualificações............................................................................13 2.5.5 O Trabalho científico e seu papel na formação universitária de um profissional 13 2.6 Considerações Finais .....................................................................................................15 3 ELEMENTOS DE UM PROJETO DE MONOGRAFIA E DE UMA MONOGRAFIA ...................................................................................................................17 3.1 Elementos da Estrutura de uma Monografia .............................................................17 3.2 Elementos da Estrutura de um Projeto de Monografia.............................................19 3.2.1 Particularidades do Projeto de Monografia .............................................................20 3.2.2 Os Relatórios do Projeto de Monografia e da Monografia .....................................23 3.3 Elementos Pré-textuais de um Projeto de Monografia e Monografia ......................24 3.3.1 Capa ............................................................................................................................25 3.3.2 Folha de rosto ..............................................................................................................25 3.3.3 As capas e a lombada ..................................................................................................26 3.3.4 Errata ...........................................................................................................................28 3.3.5 Folha de aprovação .....................................................................................................29 iv 3.3.6 Folha de atestado de ética...........................................................................................30 3.3.7 Dedicatória...................................................................................................................30 3.3.8 Agradecimento ............................................................................................................31 3.3.9 Epígrafe........................................................................................................................32 3.3.10 Resumo na língua vernácula....................................................................................32 3.3.11 Resumo na língua estrangeira .................................................................................34 3.3.12 Sumário......................................................................................................................35 3.3.13 Listas de tabelas ........................................................................................................36 3.3.14 Lista de quadros........................................................................................................41 3.3.15 Lista de figuras..........................................................................................................42 3.3.16 Lista de abreviaturas e siglas...................................................................................45 3.3.17 Lista de símbolos.......................................................................................................46 3.4 Elementos Textuais de uma Monografia.....................................................................47 2.4.1 Introdução....................................................................................................................47 2.4.2 Desenvolvimento..........................................................................................................48 3.5 Elementos Pós-Textuais de Uma Monografia.............................................................49 3.5.1 Referências bibliográficas ..........................................................................................49 3.5.2 Bibliografia ..................................................................................................................49 3.5.3 Anexos e apêndices......................................................................................................50 3.5.4 Glossário ......................................................................................................................52 3.5.5 Índice ............................................................................................................................54 3.6 Considerações Gerais sobre os Elementos de Uma Monografia ...............................54 4 A CONTEXTUALIZAÇÃO DE UMA PESQUISA .....................................................56 4.1 Temática da Pesquisa ....................................................................................................57 4.2 Problematização da pesquisa .......................................................................................58 4.2.1 Dicas de como encontrar um problema de pesquisa................................................60 4.2.2 Alguns aspectos que devem ser considerados na formulação do problema de ......... pesquisa ............................................................................................................................61 4.2.3 Avaliação do problema pesquisa ...............................................................................62 4.3 Hipóteses e variáveis da pesquisa.................................................................................634.3.1 Importância das hipóteses ..........................................................................................64 4.3.2 Função das hipóteses...................................................................................................65 4.3.3 Função das variáveis ...................................................................................................65 4.3.4 Tipos e níveis de mensuração de variáveis................................................................65 v 4.3.5 Tipos de hipóteses........................................................................................................66 4.3.6 Modelagem e teste das hipóteses da pesquisa...........................................................69 4.3.7 Definição de termos e variáveis da pesquisa.............................................................70 4.4 Objetivos da pesquisa....................................................................................................71 4.4.1 Objetivo geral da pesquisa .........................................................................................72 4.4.2 Objetivos específicos da pesquisa ..............................................................................72 4.5 Justificativa da Pesquisa ...............................................................................................73 4.6 Resultados Esperados da Pesquisa ..............................................................................75 5 REVISÃO DE LITERATURA DE UMA PESQUISA.................................................76 5.1 Alguns Objetivos da Revisão de Literatura ................................................................76 5.2 Definições de Conceitos e Termos da Pesquisa...........................................................80 5.3 Base Conceitual das Hipóteses da Pesquisa ................................................................80 5.4 Fundamentação Teórica da Pesquisa ..........................................................................80 6 METODOLOGIA DA PESQUISA ................................................................................81 6.1 Aspectos metodológicos.................................................................................................81 6.1.1 Métodos de abordagem da pesquisa..........................................................................82 6.1.2 Métodos de procedimentos da pesquisa ....................................................................86 6.2 Tipologia e técnicas de pesquisa...................................................................................90 6.2 Procedimentos e instrumentos de coleta e sistematização dos dados .......................95 1) Levantamento bibliográfico .......................................................................................96 2) Observação ..................................................................................................................97 3) Entrevista.....................................................................................................................98 4) Questionário ................................................................................................................98 5) Formulário...................................................................................................................99 6) Pesquisa na internet ....................................................................................................99 7) Técnica Delphi ...........................................................................................................100 8) Amostragem...............................................................................................................101 8) Técnicas de normalização e formatação de dados .................................................102 6.3 Síntese da Tipologia, das Técnicas e dos Procedimentos em uma Pesquisa ..........103 6.4 Tipologia das Fontes e Tratamento dos Dados .........................................................105 6.5 Critérios de Definição da Amostragem da Pesquisa ................................................106 7 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS E CONSIDERAÇÕES FINAIS DA PESQUISA.....................................................................................................107 7.1 Apresentação e Análise dos Resultados.....................................................................107 vi 7.2 Conclusão ou Considerações Finais ...........................................................................108 7 REGRAS GERAIS DE APRESENTAÇÃO................................................................110 7.1 Apresentação Gráfica..................................................................................................110 7.1.1 Papel ..........................................................................................................................110 7.1.2 Editoração gráfica.....................................................................................................111 7.1.3 Margens......................................................................................................................112 7.1.4 Espaçamentos ............................................................................................................112 7.1.5 Paginação....................................................................................................................119 7.1.6 Notas de Rodapé........................................................................................................121 7.1.7 Volumes e tamanho da obra.....................................................................................122 7.1.8 Indicativos de seções .................................................................................................123 7.1.9 Alíneas ........................................................................................................................125 7.2 Fichamento e Uso das Informações Bibliográficas...................................................127 7.2.1 Fichamento ................................................................................................................127 Figura 14 – Foto da tela “pastas, subpastas e arquivos de fichamentos”......................132 7.3 Citações.........................................................................................................................132 7.4 Elementos da Defesa e Depósito da Monografia.......................................................136 7.4.1 Encadernação em espiral e brochura......................................................................137 7.4.2 Número de exemplares para a defesa......................................................................137 7.4.3 Número de exemplares definitivos...........................................................................138 7.4.4 Arquivo eletrônico do exemplar definitivo .............................................................138 8 FONTES BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................................139 8.1 Periódicos Científicos Nacionais em Economia ........................................................142 8.2 Periódicos Científicos Nacionais em Áreas Afins à Economia ................................149 8.3 Periódicos Técnicos Nacionais em Economia e Áreas Afins....................................156 8.4 Publicações de Dados e Indicadores Econômicos e Conjuntura Econômica .........165 8.5 Bases de dados Nacionais e Internacionais ...............................................................167 8.6 Pesquisa nos Principais jornais Brasileiros...............................................................174 8.7 Pesquisa na Internet pelas Ferramentas de Busca ...................................................175 8.8 Bibliografia para Planejamento, Elaboração e Apresentação deMonografias.....178 8.9 Fontes de Financiamento à Pesquisa Científica e Tecnológica e Projetos Públicos e Privados no Brasil e Exterior ............................................................................................185 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................193 ANEXOS ..........................................................................................................................195 vii Anexo 1 – Modelo de Capa para Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)..................196 Anexo 2 – Modelo de Folha de Rosto para Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)..197 Anexo 3 – Modelo de Lombada e Capa da Versão “Capa Dura” do TCC ...................198 Anexo 4 – Modelo de Folha de Aprovação para Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) ................................................................................................................199 Anexo 5 – Modelo de Folha de “Atestado de Ética” para TCC e Estágio.....................200 Anexo 6 – Modelo de Folha de “Dedicatória” para TCC ...............................................201 Anexo 7 – Modelo de Folha de “Agradecimento” para TCC.........................................202 Anexo 8 – Modelo de Folha de “Resumo” e/ou “Abstract” para TCC .........................203 Anexo 9 – Modelo de Exemplificação de Formatação de Página para TCC ................204 Anexo 10 – Modelo de Cronograma de Pesquisa ............................................................205 Quadro 3 – Cronograma e período de realização das atividades da pesquisa..............205 Anexo 11 – Estrutura Proposta para a Pesquisa .............................................................206 Anexo 12 – Modelo de Ficha para Fichamentos ..............................................................208 Quadro 4 – Modelo de ficha para fichamento de temas da pesquisa ............................208 Anexo 13 – Modelo de Ficha de Avaliação de Monografia.............................................209 Anexo 14 – Modelo de Ficha de Avaliação de Projeto de Pesquisa (Monografia)........211 viii LISTA DE TABELAS, QUADROS E FIGURAS Figura 1 – Elementos que compõem a forma de apresentação aberta de uma monografia ............................................................................................................................27 Exemplo de Tabela: Tabela 1 – Rateio do material indireto*..........................................40 Quadro 1 – Diferentes gastos indiretos e possíveis bases (critérios) de rateio ................42 Figura 2 – Visão sistêmica da operacionalização de um SIG de custos...........................43 Quadro 2 – Etapas e tipologia da pesquisa e as respectivas técnicas e procedimentos de coleta e sistematização dos dados utilizados..................................................104 Figura 3 – Foto da tela “parágrafo” configurada para título de ilustrações ................114 Figura 4 – Foto da tela “quebra” de seção dos capítulos ................................................114 Figura 5 – Foto da tela “parágrafo” configurada para título de capítulos ...................115 Figura 6 – Foto da tela “estilos e formatação” de título de capítulos ............................116 Figura 7 – Foto da tela “Novo estilo” de título de capítulos ...........................................117 Figura 8 – Foto da tela “parágrafo” configurada para títulos secundários até quinários ...........................................................................................................117 Figura 9 – Foto da tela “Novo estilo” de título de nível secundário até o quinário......118 Figura 10 – Foto da tela “números de pagina”................................................................120 Figura 11 – Foto da tela “formatar número de página” de seção pré-textual ..............120 Figura 12 – Foto da tela “formatar número de página” de seção textual .....................121 Figura 13 – Foto da tela “nota de rodapé e nota de fim”................................................122 Figura 14 – Foto da tela “pastas, subpastas e arquivos de fichamentos”......................132 Quadro 3 – Cronograma e período de realização das atividades da pesquisa..............205 Quadro 4 – Modelo de ficha para fichamento de temas da pesquisa ............................208 APRESENTAÇÃO As diversas publicações existentes que abordam temas ligados a como planejar, elaborar e apresentar uma Monografia, ou Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), as mesmas parecem carecer de consistência em algo muito importante, quando se esta procurando explicar as várias nuances de como se fazer uma pesquisa científica, que é a questão ligada às relações que existem entre os vários elementos que são necessários para dar sentido, coesão e sustentação a uma pesquisa científica que, de modo geral, são relegados na abordagem deferida nas diversas publicações. O que se deve considerar é que a soma das partes não revela o seu todo, ou seja, os vários elementos que são necessários para dar sentido, coesão e sustentação a uma pesquisa científica, só oferecerão tais condições se cada elemento for abordado revelando o seu sentido (o porquê de sua necessidade de existência e de ter tal forma) dentro de um todo maior (o trabalho científico), de modo que poderá garantir a coesão e sustentação necessária a uma pesquisa científica a ponto de com a mesma se fazer ciência. Tal fato acredita-se que ocorra porque a grande maioria das obras aborda temas centrais relacionadas à metodologia científica e técnicas de pesquisa científica de forma isolada, obviamente se sabe que as mesmas são diferentes, porém muitos dos seus elementos são interdependentes e, por isso, precisam ser trabalhados conjuntamente, especialmente, quando se procura explicar como fazer uma pesquisa científica a um estudante iniciante na pesquisa científica. Assim, para cada elemento deve-se explicar de modo lógico o porquê da necessidade de sua existência e do mesmo ter determinada forma e ordem de apresentação, para que em relação aos demais elementos e com estes tenha-se um conjunto, um formato, que corresponda às necessidades inerentes a um trabalho científico (a Monografia ou TCC). E, quando se esta à frente da coordenação de Estágio e TCC é que se vê a necessidade de se poder disponibilizar aos acadêmicos um material que procure sanar tais deficiências que acredita-se existirem nas muitas publicações existentes. Considerando a necessidade de uma melhor sistematização e regulamentação do trabalho de Monografia ou TCC, na condição de Coordenador de Estágio Supervisionado e x TCC em Economia, da Universidade do Estado de Mato Grosso – Unemat, que se buscou elaborar o presente Guia, assim como seus anexos, como elemento para melhor disciplinar a matéria. De modo geral, o material pode ser utilizado em outros cursos da própria instituição, em especial os cursos das ciências sociais aplicadas, ou cursos de graduação e especialização de outras Instituições de Ensino Superior (IES), que em muitos casos, têm normas próprias que divergem um pouco das aqui apresentadas, em que na sua grande maioria as diferenças encontradas referem-se à capa, lombada e à folha de rosto dos trabalhos. A forma de apresentação, assim como seus elementos constituintes, que deve ter uma Monografia (ou trabalho monográfico) é alvo das delimitações e prescrições da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT – www.abnt.org.br), assim este material usa-se destas delimitações e prescrições, sendo que em muitos casos é exposto aquilo que se considera o mais adequado para as características de um curso de economia em si dado à natureza de seus estudos. Desta forma, o texto apresenta inúmeros e, por vezes, extensos exemplos e orientações em tópicos relevantes para a elaboração e apresentação de uma monografia científica. Noentanto, os elementos que não se encontram delimitados neste guia, devem os mesmos seguir as normas da ABNT para formatação e apresentação de trabalhos monográficos. As corriqueiras atualizações das normas nacionais (NBR) pela ABNT exigirão revisões deste guia, além de esta edição inicial é uma ‘versão preliminar’ do formato final que se quer a este guia, especialmente por que dado a pretensão de ser um guia sobre o tema, o mesmo precisará sofrer a acareação dos maiores interessados sobre o mesmo, os acadêmicos e seus professores orientadores. Este guia ao sistematizar em um único documento as normas essenciais para o planejamento, elaboração e apresentação de trabalhos monográficos acredita-se que, com isso, o mesmo dá um passo importante na facilitação do entendimento da consecução e apresentação destes trabalhos pelos acadêmicos, e na orientação dos mesmos pelos professores. Portanto, com este instrumento, objetiva-se adotar um padrão de qualidade na elaboração e apresentação dos trabalhos de monografia e dos relatórios de estágio curricular supervisionado dos acadêmicos do Curso de Economia e qualquer outra pesquisa que venha a ocorrer especialmente nas ciências sociais aplicadas. Profº. Ademir Machado de Oliveira, Msc. Coordenador de Estágio e Monografia Universidade do Estado de Mato Grosso 1 INTRODUÇÃO Existem várias definições e conceitos sobre Monografia (ou trabalho monográfico), os quais dependem da natureza sobre a qual se sustenta à análise dos seus autores. Num contexto geral Monografia “é o tratamento escrito de um tema específico que resulte de investigação científica com o escopo de apresentar uma contribuição relevante ou original e pessoal à ciência” (SOLOMON, 1993, p.179). Segundo as definições da norma NBR 14724 (Informação e documentação – Trabalhos acadêmicos – Apresentação), de janeiro de 2006, da ABNT, para trabalhos acadêmicos, adota-se como: a) trabalhos acadêmicos: denominados às vezes de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), ou Trabalhos de Graduação Interdisciplinares (TGI), ou Trabalhos de Especialização, os trabalhos que consistem em um documento que representa o resultado de estudo, devendo expressar conhecimento do assunto escolhido, que deve ser obrigatoriamente emanado da disciplina, módulo, estudo independente, curso, programa e outros ministrados. Deve ser feito sob a coordenação de um orientador; b) dissertação: o documento que representa o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico retrospectivo, de tema único e bem delimitado em sua extensão, com o objetivo de reunir, analisar e interpretar informações. Deve evidenciar o conhecimento de literatura existente sobre o assunto e a capacidade de sistematização do candidato. É feito sob a coordenação de um orientador (doutor), visando à obtenção do título de mestre; c) tese: o documento que representa o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico de tema único e bem delimitado; deve ser elaborado com base em investigação original, constituindo-se em real contribuição para a especialidade em questão. É feito sob a coordenação de um orientador (doutor) e visa à obtenção do título de doutor, ou similar. 2 Além dos trabalhos acadêmicos citados é comum durante o desenvolvimento das disciplinas serem elaborados diversos trabalhos de acordo com os interesses e orientações de cada docente, e segundo os objetivos específicos de cada disciplina e tema tratado. De maneira geral podem estes trabalhos ser assim descritos: • trabalho de síntese: Exposição resumida de um assunto tratado em uma ou mais obras, isto é, a reprodução condensada dos elementos essenciais de uma ou mais obras, sem emitir juízo de valor acerca do assunto. O objetivo é fazer com que o aluno faça a distinção dos elementos essenciais dos elementos acessórios, das idéias principais das secundárias em um texto. Neste se enquadram os resumos indicativo e informativo. • trabalho de revisão bibliográfica: Consiste no exame/revisão de um conjunto de bibliografias (livros, artigos, documentos, etc.) escritos sobre determinado assunto, por autores pertencentes a diferentes correntes de pensamento. Tem por objetivo fazer com que o acadêmico conheça os diferentes especialistas de determinada área do conhecimento e seus diferentes pontos de vista. • resenha: Apresentação do conteúdo de uma obra, acompanhada de uma avaliação crítica. Expõe conteúdo, propósito e método e em seguida desenvolve uma apreciação crítica em relação ao conteúdo, distribuição das partes, do método, de sua forma e estilo. A crítica pode ser para concordar e/ou discordar no todo ou em partes da obra. Utiliza-se outros autores para fundamentar a crítica. Para sua elaboração é necessário ter conhecimento da obra, competência na matéria exposta no livro, capacidade de juízo crítico, independência de juízo, ou seja saber se as conclusões foram deduzidas corretamente, fidelidade ao pensamento do autor, respeito com a opinião e com a pessoa do autor. • trabalhos do tipo ensaio: É um comentário breve, informal e subjetivo, de natureza reflexiva e teórica sobre um tema ou obra. Parte de um pressuposto ou tese que inclui juízo de valor sobre determinado assunto (tese pessoal). Dispensa aparato técnico exterior e domínio de técnicas de pesquisa científica. Exige, sim, cultura e maturidade intelectual, pois procura expor e comprovar pressupostos/teses que defende através de juízos de valor, experiências pessoais e argumentos teóricos. • relatório de estágio: É a descrição de um processo de aprendizado do qual o aluno participa ou participou. Os itens obrigatórios normalmente seguem os de um projeto 3 de TCC, de acordo com as solicitações da coordenação de estágio, ou de cada professor, instituição ou objetivo do relatório. Em um âmbito mais específico, o termo monografia está associado aos trabalhos de conclusão de curso (TCC), desenvolvidos em níveis de graduação e pós-graduação lato sensu (especialização e mestrado profissional), e representa um documento escrito sobre determinado tema, consolidando os resultados da investigação científica realizada e obedecendo a métodos e técnicas científicas adequadas a natureza do tema abordado. Neste contexto, a Monografia é um trabalho acadêmico de cunho científico, ou seja, é uma pesquisa científica, e como tal necessita primeiramente de um planejamento do que e como se irá pesquisar, este planejamento se dá através da elaboração de um projeto. O projeto de uma Monografia é uma das etapas componentes do processo de elaboração, execução e apresentação da pesquisa, é onde o pesquisador explicita a sua intenção de pesquisa, ou seja, aquilo a que se propõe a pesquisar. Assim, o projeto de Monografia funciona como o planejamento prévio da pesquisa a ser desenvolvida, é o guia inicial que serve de orientação na consecução da pesquisa em si. Esta necessita do seu projeto para que seja planejada em seus aspectos teóricos, conceituais, técnicos e operacionais, para que assim, o pesquisador possa ter êxito na sua busca de conhecimentos verdadeiros. Como todo projeto existe uma série de partes componentes que lhe dão coesão e sentido, desta forma, um projeto de monografia, ou projeto de pesquisa, possui alguns passos que devem ser seguidos para que sejam desenvolvidos adequadamente seus componentes. Após suscitar (despertar) o interesse por algum assunto a ser pesquisado, o investigador deve primeiramente ter um contato com as obras que possuem relação direta com o assunto de estudo, o que permitirá que o mesmo possa clarificar melhor algo a ser estudado, com isso, a clarificação dos enunciados de assunto fornece um tema, o qual deverá ser verificado em que estado de desenvolvimento científico se encontra, para que com isso tenha-se condições de delimitar melhor algo que necessite e/ou possibilitemaiores esclarecimentos, e/ou aprofundamentos e/ou aplicações. Quando dentro de um assunto é encontrado um tema que possibilita maiores esclarecimento, aprofundamentos e aplicações, tem-se então ‘algo’ dentro do campo científico que possibilita a busca por maiores conhecimentos. A busca por maiores conhecimentos é a pesquisa em si, e o ‘algo’ a ser pesquisado é o problema de pesquisa, ou a questão norteadora da pesquisa. 4 Assim, antes de se começar a elaborar o projeto de pesquisa, deve-se ter um esboço de um tema/problema de pesquisa, este é a base do anteprojeto de pesquisa, o qual como visto resultou da delimitação dos alcances teórico, conceitual e prático da pesquisa. Em síntese, o anteprojeto de pesquisa é a base para se elaborar o projeto, o qual consiste na ampliação da visão de pesquisa, e na apresentação de forma integrada dos diferentes elementos teóricos, conceituais e metodológicos da intenção de pesquisa. Neste contexto, existe uma série de passos (etapas que compõem a estrutura do projeto) a serem seguidos, os quais não são absolutos nem tão pouco únicos, pois cada estudo tem suas características próprias, onde o projeto nada mais é do que o instrumento que coloca em evidencia estas particularidades segundo aspectos teóricos, conceituais e metodológicos. Considerando o termo Monografia na sua concepção global, observa-se uma estrutura composta de elementos opcionais e obrigatórios, que devem ser desenvolvidos e apresentados em uma ordem que explicita e determina uma lógica da geração do conhecimento científico em si. Antes de se começar a pensar em um problema de pesquisa e no anteprojeto de uma pesquisa científica convêm expormos os principais aspectos que diferenciam a pesquisa científica e o conhecimento científico que resulta desta pesquisa, dos demais tipos de pesquisa e conhecimentos existentes. 2 CONHECIMENTO CIENTÍFICO, CIÊNCIA E ESPIRITO CIENTÍFICO Existem quatro tipos de conhecimento: • Conhecimento Prático (ou vulgar, ou popular ou de senso comum); • Conhecimento Religioso (teológico ou mítico); • Conhecimento Filosófico; e • Conhecimento Científico. Em termos cognitivos (intelecto) a grande diferenciação entre os vários tipos de conhecimentos que existem é a forma como nós os produzimos e os estabelecemos, ou seja, a diferenciação está no processo mental necessário para nós os adquirirmos e a forma (a maneira) como este conhecimento é estabelecido na mente dos indivíduos ou como parte do corpo de conhecimento existente, em síntese: a) Conhecimento Prático: É adquirido através das experiências de vida e das atividades práticas desenvolvidas ao longo da nossa vivência. b) Conhecimento Religioso: Pode ser adquirido através do uso da fé e de deduções lógicas, que faz com que aceitemos princípios e doutrinas de forma a não questioná- los quanto a sua veracidade (verdade dos fatos). c) Conhecimento Filosófico: Adquirido através das experiências de vida, que nos transmitem determinados valores e princípios sobre o contexto social e cultural no qual estamos inseridos, e do uso da razão (reflexão) para sistematizarmos (organizarmos mentalmente) e o apreendermos. d) Conhecimento Científico: Produzido através do uso da metodologia científica adequada ao objeto de estudo, o que garante que o que se está fazendo é ciência. Assim, cada objeto de estudo vai exigir o uso de métodos e procedimentos específicos (adequados) ao mesmo. 6 2.1 Conceito de Conhecimento Científico “O conhecimento científico corresponde a um tipo de conhecimento em que uma atividade cognitiva (teórica) orientada aos fatos segundo princípios estabelecidos e métodos determinados resulta em conhecimentos objetivos e comunicáveis” (MONTEIRO e SAVEDRA, 2001, p. 34). 2.2 Ciência: Natureza e Especificidades A ciência, segundo os estudiosos da área, possui três aspectos essenciais: • A confiabilidade de seu conjunto de conhecimentos; • A maneira pela qual este conjunto de conhecimentos está organizado; e • O(s) método(s) utilizado(s) para se produzir este conjunto de conhecimentos e os acrescê-los. 2.2.1 Conceito de ciência Ao longo dos tempos, foi procurado definir um conceito de ciência que incorporasse seus três aspectos essenciais: a confiabilidade de seu corpo de conhecimentos, sua organização e seu método, Ogburn e Nimkoff apud Marconi e Lakatos (2000, p. 23). Neste sentido, Marconi e Lakatos (2000, p. 24), após analisar vários conceitos, nos colocam que: A ciência, portanto, constitui-se em conjunto de proposições e enunciados, hierarquicamente correlacionados, de maneira ascendente ou descendente, indo gradativamente de fatos particulares para os gerais, e vice versa (conexão ascendente = indução; conexão descendente = dedução), comprovados (com a certeza de serem fundamentados) pela pesquisa empírica (submetidos à verificação). Por sua vez, [...] o aspecto técnico da ciência corresponde ao instrumento metodológico e ao arsenal técnico que indica a melhor maneira de se operar em cada caso específico. 7 Como visto o conhecimento para ser chamado de ciência tem um formato que o faz assim ser chamado, e este formato é dado pelas técnicas utilizadas na operacionalização da pesquisa, na pesquisa científica. 2.2.2 A Economia como ciência O conceito de ciência a cima dimensiona em linhas gerais os elementos que caracterizam o que venha a ser ciência, neste sentido, em relação a inserção da economia como ciência podemos argumentar que A Economia caracteriza-se como ciência social ou humana porque tem objetos definidos: a produção, a distribuição e o uso dos bens e serviços. Seu esforço, como o de qualquer ciência, consiste em estudar sistematicamente a ocorrência dos fenômenos que compõem seu objeto. Seu objetivo [enquanto ciência] é a descoberta das leis que regem a ocorrência dos fenômenos do seu objeto, seguindo os procedimentos básicos que caracterizam qualquer esforço cientifico e acumulando suas conquistas num vasto, rico e diverso patrimônio [conceitual, teórico e político], formado por escolas, correntes e autores (BORBA, et al., 2004, p. 40). O excerto a cima situa a economia enquanto ciência social e humana, no entanto, outras classificações a definem como ciência social e aplicada, uma alusão as intervenções que a aplicação de suas teorias tem nos meios sociais. 2.3 Características do Conhecimento Científico As autoras Marconi e Lakatos (2000, p. 30-42) apresentam as principais características do conhecimento científico nas ciências factuais, as quais são resumidas da seguinte forma: a) Racional: porque nos utilizamos da razão para refletirmos sobre aquilo que iremos procurar entender e explicar e assim organizamos o estudo (métodos, procedimentos, conceitos, proposições, etc) de forma a oferecermos soluções e respostas adequadas ao mesmo. b) Objetivo: porque quando vamos realizar um estudo, devemos procurar encontrar as verdades dos fatos e fenômenos, devemos encontrar as causas e as relações que estão por trás da forma como o problema de estudo se apresenta ou se manifesta. 8 c) Factual: o estudo deve sempre partir dos fatos, na procura de encontrar as verdades das causas e das relações que estão por dos mesmos, ou seja, da forma como se apresentam e se manifestam. d) Transcendente aos fatos: em muitos casos a realidade que está por trás dos fatos e fenômenos vai além das percepções dos nossos sentidos, assim, muitas vezes, estudamos partes desta realidade e os resultados obtidos são então generalizados para o todo, para toda a realidade na qual o problema de estudo se insere. e) Analítico: uma das formas de abordar o problema de estudo é através da análise dos fatos, ou seja, decompormos o objeto de estudo nas suas várias partes constituintes para as entendermos, depois a reunimos de novo através da síntese para entendermos o objeto por completo. f) Claroe Preciso: para se dar a abordagem correta (clareza e precisão), ao objeto de estudo, devemos nos utilizar de uma linguagem adequada ao mesmo, através do uso de métodos e procedimentos específicos ao estudo. g) Comunicável: depois de realizado o estudo, deve-se procurar comunicá-lo, para que assim a sociedade e a comunidade científica atribuam um valor ao mesmo, ou seja, atribuam a sua contribuição e sua aplicação como teoria científica. h) Verificável: o estudo deve oferecer condições de ser verificado se as conclusões e resultados apresentados são realmente resultantes dos métodos e procedimentos (caminho) utilizados no mesmo. i) Dependente de investigação metódica: para se produzir conhecimento científico deve-se empregar métodos e procedimentos adequados (metodologia científica) ao objeto de estudo, para que assim possamos dar a abordagem correta ao problema de estudo. j) Sistemático: devemos organizar as idéias do estudo (sistematizar) de uma forma a transmitir as informações e a abordagem utilizada sobre o que estamos tratando (teoria) no estudo. k) Acumulativo: o ponto de partida dos estudos são sempre as teorias já existentes, assim à medida que se produz, comunica e valida o estudo, o mesmo passa então a fazer parte, acumular-se, ao conjunto de conhecimentos existentes daquela teoria que o mesmo trata. l) Falível: após se produzir, comunicar e validar o estudo e à medida que o conhecimento novo for mais aceito que o conhecimento antigo que tratava da mesma teoria, o conhecimento novo para então a decretar a falência do conhecimento antigo, 9 ou seja, o novo é o mais aceito e o mais utilizado por que explica melhor a realidade do objeto de estudo. m) Geral: porque procura sempre entender e explicar a realidade (o geral) dos fatos e fenômenos, mas em muitos casos não é possível partir do estudo da realidade na sua integra (dedução), então estuda-se partes desta realidade (casos particulares) e depois generaliza-se (indução) os resultados para toda realidade em que o problema de estudo se relaciona e se manifesta. n) Explicativo: porque procura explicar os fatos (descrever e encontrar suas causas), e o que está por trás da sua forma de manifestação (as relações existentes), através do uso de métodos e procedimentos específicos (conceitos, proposições, sistemas de idéias, instrumentos de pesquisa, etc) ao objeto de estudo. o) Preditivo: porque muitos dos estudos são produzidos para resultarem em previsões, e também muitas das teorias existentes são utilizadas para se fazer previsões, para tal, utiliza-se, em muitos casos, de instrumentos matemáticos e estatísticos. p) Aberto: pois não estabelece limites ao seu desenvolvimento, pois sempre se está acrescentando algo de novo ao conhecimento já existente, em muitos casos, isto é conseqüência da crescente multidisciplinaridade, inter-relação e interdependência que as diversas ciências atualmente possuem. q) Útil: devido aos avanços sociais, políticos, econômicos, tecnológicos que resultam em mudanças comportamentais, o conhecimento necessita avançar também no mesmo ritmo para poder buscar a verdade, a compreensão e explicação da realidade. Assim se produz conhecimento que poderá ser útil à sociedade e ao cotidiano das pessoas. 2.4 Formação do Espírito Científico A partir das inquietudes e indagações do ser humano quanto aos fatos e fenômenos que ocorrem no universo e no ambiente no qual está inserido; e da sua necessidade de conhecer, entender e explicar estes fatos e fenômenos, associado a sua área de estudo e do seu conhecimento da mesma; faz com que, tal sujeito, na função de pesquisador, libere seu espírito científico, ou seja, busque conhecer, entender e explicar tais fatos e fenômenos que o despertaram o interesse pelo estudo. 10 2.5 A Investigação Científica O que é pesquisa? Esta pergunta pode ser respondida de muitas formas, de forma bem simples, pesquisar significa, procurar respostas para indagações propostas. Para Demo (1996, p. 34) a pesquisa é como atividade cotidiana, considera-a como uma atitude de “questionamento sistemático crítico e criativo, mais a intervenção competente na realidade, ou o diálogo crítico permanente com a realidade em sentido teórico e prático”. Em Gil (1999, p. 42), a pesquisa tem um caráter pragmático, é um “processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos”. Em síntese, a pesquisa científica, ou investigação científica, nada mais é do que a busca do saber, do conhecimento por meio de métodos e procedimentos específicos e adequados ao objeto de estudo. Estes compreendem uma série de modalidades que expressam as diversas maneiras de se conduzir uma pesquisa. Dessa forma, dentro da metodologia da pesquisa, a ser tratada a seguir, serão melhor abordados os métodos, técnicas e procedimentos que são usuais nas diversas tipologias da investigação científica nas ciências sociais aplicadas. 2.5.1 Finalidades da pesquisa científica A pesquisa científica pode ter inúmeras finalidades que são derivadas de interesses pessoais e intelectuais do pesquisador, do ponto de vista científico as pesquisas poderão ter duas grandes finalidades, a de serem puras ou aplicadas: • A pesquisa pura (ou básica): são estudos que visam essencialmente dar uma contribuição teórica para a ciência, sem a preocupação com a aplicação prática dos estudos. • A pesquisa aplicada: são estudos que visam além da contribuição teórica, dar uma contribuição e aplicação (utilização e suas conseqüências) prática dos conhecimentos produzidos. 11 2.5.2 Níveis e objetivos de uma pesquisa científica Toda pesquisa independente da área científica que estiver relacionada, seja pura ou aplicada, tem em si na mente do pesquisador um objetivo a ser alcançado, o qual deve ser entendido como indo além dos resultados esperados da pesquisa ou dos objetivos internos da pesquisa (ambos explicados na contextualização da pesquisa), este objetivo esta relacionado à tipologia e o nível de compreensão e entendimento dos fatos. Se a pesquisa pretende explicar a realidade dos fatos, ela tem um nível explicativo (ver esta e outras definições na metodologia da pesquisa), o qual é o nível de compreensão dos fatos mais elevado que existe. Luna (2000, p. 15-16) expõe alguns objetivos (associados à tipologia da pesquisa, item abordado na metodologia da pesquisa) a serem atingidos por uma pesquisa científica: • demonstração da existência (ou da ausência) de relações entre diferentes fenômenos; • estabelecimento da consistência interna entre conceitos dentro de uma dada teoria; • desenvolvimento de novas tecnologias ou demonstração de novas aplicações de tecnologias conhecidas; • aumento da generalidade do conhecimento; • descrição das condições sob as quais um fenômeno ocorre. Enfim, o objetivo a ser atingido por uma pesquisa fica nas entrelinhas dos posicionamentos e abordagens adotados pelo pesquisador, sendo que se tem um bom indicativo deste objetivo nos tópicos ‘resultados esperados’ e/ou nas ‘considerações finais’, quando são expostos as esperadas e possíveis aplicações da pesquisa. 2.5.3 O Trabalho científico e o relatório científico versus o trabalho de prestação de serviços e o relatório técnico Devido à evolução do pensamento epistemológico em que pese a substituição da busca da verdade pela tentativa de aumentar o poder explicativo das teorias existentes, e as mudanças educacionais que buscam através de estágios acadêmicos e da maior inserção (principalmente via projetos de extensão) da universidade com a comunidade maior repasse e aplicação de conhecimentos, o papel do pesquisador passou paulatinamente a ser o de um interprete da realidade e não o de estabelecedor da veracidade das suas constatações.12 Neste contexto, o pesquisador passou a ter mais compromisso com a transformação da realidade pesquisada (seja pela intervenção direta, seja pelas implicações sociais do conhecimento produzido) do que com a veracidade do conhecimento produzido. Então a atividade de pesquisador passou, em muitos casos, a ser substituída pela do prestador de serviços. A distinção pode ser melhor caracterizada retomando-se um dos critérios para se definir pesquisa: a produção de conhecimento novo. Ao se realizar uma pesquisa, espera-se que o ponto de partida identifique um problema cuja resposta não se encontre explicitamente na literatura; conseqüentemente, a resposta obtida ao final da pesquisa – constatada a correção metodológica – deve ser relevante para a comunidade científica, não apenas por se tratar de uma resposta, mas, principalmente, por se tratar de uma resposta importante de ser obtida. Desta forma, pesquisa é sempre um elo de ligação entre o pesquisador e a comunidade científica, razão pela qual sua publicidade é elemento indispensável do processo de produção de conhecimento. Nos projetos de intervenção [ou de prestação de serviços], o profissional (e não necessariamente o pesquisador) está a serviço de um interlocutor (individuo, grupo ou comunidade) que apresenta um problema que, para maior facilidade de comunicação, identificarei aqui como “queixa”. Cabe ao profissional identificá-la ou levar o seu interlocutor a identificá-la e colocar sua habilitação a serviço do encaminhamento de soluções. Desta forma, um projeto de intervenção parte da “queixa” (ou da necessidade de identificá-la) e tem como ponto de chegada a sua solução. Se isto ocorrer, ter-se-á caracterizado uma adequada prestação de serviços (LUNA, 2000, p. 15-16). Nada contra a prestação de serviços, aliás, o ideal é o pesquisador estudar uma realidade e, ao mesmo tempo, prestar serviços aos envolvidos nela. Entretanto, o que não se pode é alguém fazer uma prestação de serviços (normalmente atendendo a seus interesses pessoais) e qualificá-la e apresentá-la como sendo uma pesquisa científica, pois se não se está fazendo ciência, não se deve dizer que se está. Sabe-se que muitos fazem isto sem saber que realmente o estão fazendo, e tem esta atitude por que desconhecem os elementos que distinguem uma pesquisa científica de um trabalho de intervenção. O que garante que em um estudo se está fazendo pesquisa científica e, por conseguinte, ciência, são os métodos, as técnicas e os procedimentos utilizados para tal, os quais devem estar adequados a realidade e natureza do objeto de estudo. Portanto, e sem querer estabelecer juízo de valor, grande parte do que faz hoje nos estudos de graduação, especialização, mestrado e até doutorado (estes dois últimos em menor grau) são trabalhos de prestação de serviços e não pesquisa científica. Esta evidência é tão clara que basta ver que muitos dos trabalhos apresentados para conclusão de cursos têm um formato (que revela a sua forma de elaboração) de relatório técnico e não de uma pesquisa científica, à medida que esta 13 deverá compreender uma série de elementos (conteúdo e forma) bem específicos, os quais em sua maioria serão discutidos ao longo deste trabalho. O trabalho científico, propriamente dito, é avaliado, segundo Demo (1991), pela sua qualidade política e pela sua qualidade formal. Qualidade política refere-se fundamentalmente aos conteúdos, aos fins e à substância do trabalho científico. Qualidade formal diz respeito aos meios e formas usados na produção do trabalho. Refere-se ao domínio de técnicas de coleta e interpretação de dados, manipulação de fontes de informação, conhecimento demonstrado na apresentação do referencial teórico e apresentação escrita ou oral em conformidade com os ritos acadêmicos. Dessa forma, este trabalho tem a preocupação maior servir como um guia na orientação para elaboração e apresentação de trabalhos científicos e não de trabalhos técnicos de prestação de serviços. 2.5.4 O Pesquisador e suas qualificações Alguns atributos pessoais são desejáveis para se ser um bom pesquisador. Para Gil (1999), um bom pesquisador precisa, além do conhecimento do assunto, ter curiosidade, criatividade, integridade intelectual e sensibilidade social. São igualmente importantes a humildade para ter atitude autocorretiva, a imaginação disciplinada, a perseverança, a paciência e a confiança na experiência. Atualmente, seu sucesso como pesquisador está vinculado, cada vez mais, a sua capacidade de captar recursos, enredar pessoas para trabalhar em sua equipe e fazer alianças que proporcionem a tecnologia e os recursos necessários para o desenvolvimento de sua pesquisa. Quanto maior for o seu prestígio e reconhecimento, obtido pelas suas publicações, maior será o seu poder de persuasão e sedução no processo de fazer aliados. 2.5.5 O Trabalho científico e seu papel na formação universitária de um profissional O que diferencia as diversas atividades profissionais existentes é o tipo de conhecimento que cada profissional usa na sua prática profissional. Por exemplo, o que diferencia primordialmente a atividade profissional de um pedreiro e de um engenheiro civil é que o primeiro usa conhecimentos práticos e o segundo usa (ou pelo menos deveria usar) 14 conhecimentos científicos. O pedreiro no caso de fazer uma argamassa precisa saber as quantidades ideais em que se irá misturar o cimento, a areia e a água para fazer uma argamassa com determinada densidade, já o engenheiro precisa ter conhecimentos científicos para determinar (normalmente ao mestre de obra e este determina ao pedreiro ou ao seu servente) em que proporções os ingredientes deverão ser combinados a ponto de se fazer uma argamassa para ser utilizada no alicerce de um edifício com a densidade (resistência dos materiais) adequada para suportar o peso e pressão exercida pelos seus andares. Se a combinação for determinada pelo engenheiro e esta seguida na execução da obra e o edifício vier a cair quem será responsabilizado por tal ato será o engenheiro e não o pedreiro ou o mestre de obra. Portanto, quem tem a obrigação de ter um conhecimento verdadeiro (correto nas suas proposições e enunciados) é quem detêm e aplica conhecimentos científicos e não quem conhece e aplica conhecimentos práticos. As atuações dos diversos profissionais com formação universitária têm impactos sociais relevantes à medida que interferem sobre maneira na condição pessoal do ser humano em termos físico, mental, intelectual, econômico, etc. Sendo que, cada uma das formações universitárias tem maior ou menor grau de participação nos elementos formadores da condição pessoal de cada ser humano. Assim, quando uma pessoa no termino de sua formação universitária recebe uma determinada titulação, e se intitula “formado” em tal área de conhecimento, deve realmente ter conhecimento suficiente sobre tal área para seja considerado formado em ela, ou seja, sabe os princípios e em que condições as teorias e as leis universais da ciência da qual estudou se aplicam. Dessa forma, para que uma pessoa receba determinado grau (bacharel, especialista, mestre, doutor e pós-doutor) ela deve provar (aos representantes da comunidade científica, representada pelos professores e estudiosos da área) que adquiriu conhecimento suficiente da ciência na qual estudou a ponto de receber dada titulação, indicando que tem determinado nível de “formação” e conhecimento desta ciência. E, é sobre o seu trabalho e na argüição sobre o mesmo que se prova que se detêm determinado conhecimento. Portanto cada estudante deve o fazer individualmente (até mesmo porque receberá de forma individual a carteira de classe, e responderá individualmente pelos seus atos profissionais perante o seu conselho de classe), e não em grupo, senão não tem sentido o estudo final ser chamado de Monografia, que significa escritopor uma só pessoa. Em suma, o Trabalho de Conclusão de Curso, a Monografia tem como papel primordial na formação universitária de um futuro profissional o de provar a si mesmo, a 15 comunidade acadêmica (representado na banca de defesa pelos membros da banca), ao seu órgão de classe (representado na banca de defesa pelos membros da banca) e a sociedade que possui conhecimento suficiente sobre sua futura profissão e está apto a atuar na referida área em que se intitula. Neste sentido, o professor orientador de um estudo de qualquer nível tem um papel de grande importância, cabe a ele indicar o caminho a ser trilhado para que o estudante desenvolva um estudo que prove que detêm conhecimentos suficientes ao grau que almeja alcançar dentro da ciência que estuda. Por isso, se exige sempre uma titulação superior, ou equivalente e com maior experiência acadêmica e profissional, para o professor orientador, pois significa que este já provou a outros membros e representantes da ciência que possui tal grau de conhecimento o que lhe torna apto a orientar, obviamente não se discutirá aqui a sua qualificação e aptidão prática para tal. Os membros de uma banca de defesa de monografia, seja esta de graduação, especialização, mestrado ou doutorado, têm um papel importante no momento da defesa, pois eles são os porta-vozes da comunidade científica, do órgão de classe (da futura profissão do acadêmico de graduação) e da sociedade, por isso, cabe ao acadêmico apresentar a banca um estudo com rigor científico o bastante que associado a sua argüição prove que está apto a receber uma titulação que indica uma determinada formação técnico-científica. Considerando o que fora ligeiramente exposto, é que este trabalho tem a preocupação maior de servir como o guia que orientará os acadêmicos na elaboração e apresentação de trabalhos científicos com rigor científico necessário para a titulação a qual almejam. Tenha-se em mente aqui como rigor científico a qualidade em que os itens e as amarrações metodológicas, técnicas e procedimentais serão desenvolvidos no trabalho a ponto de dar coerência e sustentação aos seus resultados alcançados. 2.6 Considerações Finais Após estas colocações iniciais, a seguir, trabalha-se a estrutura básica e genérica de um de “Projeto de Monografia” (ou de qualquer outra pesquisa científica), e da Monografia em si, a qual envolve desde a escolha do tema; a delimitação do problema; a construção das hipóteses; a fixação dos objetivos; a apresentação da justificativa; a determinação da 16 metodologia; a definição dos instrumentos de coleta, análise e interpretação dos dados; entre outros, que devem estar previstos em um projeto de pesquisa, e em uma pesquisa científica de qualquer natureza. 3 ELEMENTOS DE UM PROJETO DE MONOGRAFIA E DE UMA MONOGRAFIA Um projeto de monografia (TCC ou pesquisa) é realizado para servir de planejamento para o desenvolvimento da monografia, seja em estudos de graduação (monografia), de especialização (monografia), de mestrado (dissertação) e para doutorado (tese) ou qualquer outra pesquisa científica ou de iniciação científica. Dessa forma, a seguir apresentam-se os elementos que compreendem tanto a monografia quanto ao projeto de monografia e os relatórios destes trabalhos ou trabalhos correlatos. 3.1 Elementos da Estrutura de uma Monografia A estrutura de uma Monografia contempla elementos pré-textuais, textuais e pós- textuais. Estes elementos são comuns e também específicos para cada tipo de estudo monográfico, como monografia (para graduação e pós-graduação latu sensu: especialização e mestrado profissional), dissertação (para mestrado) e tese (para doutorado), e também para pesquisas científicas de qualquer natureza. A NBR-15287, de dezembro de 2005, que estabelece parâmetros para apresentação e documentação de Projeto de Pesquisa e a NBR-14724, também de dezembro de 2005, fixa as normas para apresentação de trabalhos acadêmicos, segundo estas, as quais têm muito em comum, na estrutura de um projeto de pesquisa (ou Monografia), segundo os critérios de sua adoção (obrigatório ou opcional), os seguintes elementos devem estar contemplados: • pré-textuais: capa (obrigatório), folha de rosto (obrigatório), errata (opcional), folha de aprovação (obrigatório), atestado de ética (obrigatório) dedicatória (opcional), agradecimentos (opcional), epígrafe (opcional), resumo na língua vernácula (obrigatório), resumo em língua estrangeira (opcional), sumário (obrigatório), listas de tabelas (opcional), listas de quadros (opcional), listas de figuras (opcional), lista de abreviaturas e siglas (opcional); 18 • textuais: introdução, desenvolvimento (capítulos) e conclusões (pesquisas empíricas) ou considerações finais (pesquisas exploratórias, descritivas, documentais etc); e • pós-textuais: referências bibliográficas (obrigatório), bibliografia (opcional), apêndice (opcional), anexo (opcional), glossário (opcional) e índice (opcional). Em síntese, a estrutura básica dos elementos que compreendem uma “Monografia” de graduação e especialização, ou uma “pesquisa científica” em geral, nas ciências sociais, normalmente, inclui os seguintes itens pré-textuais, textuais e pós-textuais e a seguinte ordem de apresentação: CAPA; FOLHA DE ROSTO; ERRATA (opcional) FOLHA DE APROVAÇÃO ATESTADO DE ÉTICA RESUMO (na língua vernácula) RESUMO (na língua inglesa) SUMÁRIO LISTA DE TABELAS (opcional) LISTA DE QUADROS (opcional) LISTA DE FIGURAS (opcional) LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS (opcional) LISTA DE SÍMBOLOS (opcional) INTRODUÇÃO 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA PESQUISA 1.1 Temática da Pesquisa 1.2 Problema de Pesquisa 1.3 Hipóteses e Variáveis da Pesquisa 1.4 Objetivos da Pesquisa 1.4.1 Objetivo geral da pesquisa 1.4.2 Objetivos específicos da pesquisa 1.5 Justificativa (Relevância e Contribuição) da Pesquisa 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DA PESQUISA 2.1 Definições de Conceitos e Termos da Pesquisa 2.2 Fundamentação Conceitual e Teórica da Pesquisa 3 METODOLOGIA DA PESQUISA 3.1 Tipologia e técnicas da pesquisa 3.2 Procedimentos e instrumentos de coleta e sistematização dos dados 3.3 Tipologia das Fontes e Tratamento dos Dados 3.4 Critérios de Definição da Amostragem da Pesquisa (pesquisa de campo) 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 4 CONCLUSÕES (estudos empíricos) 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS (demais estudos) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXOS (opcional) GLOSSÁRIO (opcional) ÍNDICE (opcional) Elementos Pós-textuais Desenvol- vimento Elementos Pré-textuais Elementos Textuais 19 A seguir são abordados os elementos que deverão compreender a estrutura básica de um “Projeto de Monografia”, e no anexo 14 é apresentado um “Modelo de Ficha de Avaliação de “Projeto de Monografia”. 3.2 Elementos da Estrutura de um Projeto de Monografia Segundo as Normas da ABNT projeto de monografia (pesquisa ou TCC) é um documento que descreve os planos, fases e procedimentos de um processo de investigação científica a ser realizado. Um projeto de pesquisa é realizado para servir de planejamento para as pesquisas de graduação (monografia), de especialização (monografia), de mestrado (dissertação) e para doutorado (tese) ou qualquer outra pesquisa científica ou de iniciação científica. No caso de uma “Monografia” ou “Pesquisa” ou “TCC” da estrutura do Projeto de Monografia apresentada a seguir deve-se acrescentar alguns itens e readequar alguns de seus conteúdos destes itens. Um Projeto de Pesquisa (Projeto de Monografia ou Projeto de TCC) de qualquer natureza deve conter, de modo genérico, em ordem de apresentação, na sua estrutura os seguintes elementos: CAPA; FOLHA DE ROSTO; SUMÁRIO LISTA DE TABELAS (opcional) LISTA DE QUADROS (opcional) LISTA DE FIGURAS (opcional) LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS (opcional) LISTA DE SÍMBOLOS (opcional) INTRODUÇÃO 1 CONTEXTUALIZAÇÃODA PESQUISA 1.1 Temática da Pesquisa 1.2 Problema de Pesquisa 1.3 Hipóteses e Variáveis da Pesquisa 20 1.4 Objetivos da Pesquisa 1.4.1 Objetivo geral da pesquisa 1.4.2 Objetivos específicos da pesquisa 1.5 Justificativa (Relevância e Contribuição) da Pesquisa 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DA PESQUISA 2.1 Definições de Conceitos e Termos da Pesquisa 2.2 Fundamentação Teórica da Pesquisa 3 METODOLOGIA DA PESQUISA 3.1 Tipologia e técnicas da pesquisa 3.2 Procedimentos e instrumentos de coleta e sistematização dos dados 3.3 Tipologia das Fontes e Tratamento dos Dados 3.4 Critérios de Definição da Amostragem da Pesquisa (pesquisa de campo) 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 5 CONCLUSÃO (estudos empíricos) 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS (demais estudos) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXOS Anexo I – Cronograma da pesquisa Anexo II – Estrutura proposta para a pesquisa (opcional) Anexo III – Instrumentos de pesquisa (questionário, entrevista,…) (se existir) GLOSSÁRIO (opcional) ÍNDICE (opcional) Como se observa entre os elementos que compreendem m Projeto de Monografia (Pesquisa ou TCC) e uma Monografia ambos possuem muitos elementos em comum, o que era de se esperar à medida que o Projeto de Monografia é base da Monografia e, enquanto tal, devem resguardar relações entre seus elementos, contudo, existem algumas particularidades entre ambos, começamos evidenciando as particularidades do projeto para de depois trabalharmos os elementos da Monografia, que com isso, estaremos também abordando os elementos em comum que esta possui com o seu projeto. 3.2.1 Particularidades do Projeto de Monografia Primeiramente, dentre as particularidades de um projeto de monografia de graduação destaca-se que a apresentação da Revisão de Literatura ou Revisão Bibliográfica é tida, 21 normalmente, como item opcional, em muitos casos, porque dado à pequena experiência dos pesquisadores, a sua contextualização e metodologia da pesquisa exposta no projeto poderá sofrer grandes alterações, por isso, para evitar a perda de tempo da descrição de revisão de literatura sobre temas e assuntos que poderão ser alterados pelo professor orientador, deixa-se de fora em um primeiro momento a sua apresentação. Mas, desde o primeiro momento que o acadêmico começa o processo de pesquisa bibliográfica para delimitar melhor seu tema/assunto (e depois problema, objetivos, justificativa e metodologia) de pesquisa ele já está fazendo revisão bibliográfica, desta forma, sugere-se que vá fazendo os fichamentos destas obras, que posteriormente poderão ser utilizadas na sua revisão de literatura. Outro motivo porque em muitos casos não se exige a apresentação da Revisão Bibliográfica no Projeto de Monografia nas ciências sociais é porque, de modo geral, nos estudos de graduação, a revisão de literatura representa a maior parte do estudo em si. Entretanto, se o acadêmico desenvolve seu projeto assistido por um professor, sugere-se que ele deva ir já alinhavando sua revisão, além de que a Revisão Bibliográfica apresentada no Projeto de Monografia será alvo de críticas do coordenador de TCC, o que poderá contribuir para sua melhor elaboração no seu todo. Desta forma, sugere-se que os acadêmicos desenvolvam e apresentem na Revisão Bibliográfica do seu de Projeto de Monografia ao menos a fundamentação dos temas e conceitos abordados pela sua pesquisa. Um tópico que é obrigatório, mas que só é apresentado (junto aos anexos) no Projeto de Monografia, é o Cronograma da Pesquisa, este item nas versões da Monografia para a banca de defesa e capa dura não tem necessidade de ser apresentado. O quadro no anexo 10 apresenta um modelo de cronograma de pesquisa de acordo com as atividades e o período de realização das mesmas, segundo: o ano, os meses e as quinzenas (1ª e 2ª). Em cronogramas de Dissertação (mestrado) e Tese (doutorado), normalmente, utiliza-se somente anos e meses já que se realizam em um período de tempo maior que uma Monografia de graduação ou especialização. O conjunto de atividades, como mostra o quadro 2, deverá estar disposto em uma ordem seqüencial de realização, porém como revela o período de realização de cada uma das atividades elas ocorrem em momentos sobrepostos a outras, isto denota que muitas das atividades são complementares e interdependentes umas às outras. De modo geral, estas atividades contemplam a grande maioria das atividades de planejamento e elaboração de qualquer pesquisa, ou no mínimo são as mais importantes. Cabe lembrar que o cronograma descrito no anexo 10 serve de exemplo, porém acredita-se que trabalhar com outras datas em um estudo de graduação (onde normalmente junto ao trabalho de Monografia o acadêmico cursa disciplinas), especialmente em termos de período de tempo menor, pode significar o comprometimento da qualidade da pesquisa e, 22 conseqüentemente, a possibilidade do estudo não sair satisfatório o bastante para ser aprovado na banca de defesa, por isso, deve-se procurar segui-lo com o máximo de afinco. Outro tópico que só é apresentado (junto aos anexos) no Projeto de Monografia é a “Estrutura Proposta para a Pesquisa”, definir este item é basicamente pensar em como a Monografia vai ficar em termos de conteúdo e forma depois de pronta. A pesar de ser item opcional de ser apresentado no “Projeto de Monografia” é item importante de estar dentro de um projeto, por isso, recomenda-se fortemente a sua apresentação, pois o quanto antes este item for definido mais direcionado será o trabalho de pesquisa bibliográfica e a realização da pesquisa em si. A definição da “Estrutura Proposta para a Pesquisa” dá uma noção clara do que se deverá procurar ao longo da pesquisa, portanto, a sua definição é de suma importância em termos de planejamento e operacionalização da pesquisa. Caso a “Estrutura Proposta para a Pesquisa” não seja apresentada no Projeto de Pesquisa sugere-se que ela seja feita, logo após a definição do projeto, pelo acadêmico junto ao professor orientador para que ambos tenham uma noção clara dos rumos que serão dados a pesquisa, e até mesmo para que o professor sugira bibliografias a serem consultadas sobre os temas e abordagens a serem trabalhados na pesquisa. A definição da estrutura da pesquisa previamente facilitará a orientação e o controle das atividades do acadêmico pelo professor orientador. E para o acadêmico servirá para o mesmo se orientar em relação ao cronograma de atividades versus o tempo necessário para realização das mesmas. A definição da estrutura da pesquisa não é muito comum em estudos de mestrado e de doutorado talvez porque seus pesquisadores não preferem amarar muito o rumo da sua pesquisa, e preferem então deixar que o rumo seja dado à medida que a pesquisa vai se desenvolvendo, talvez o façam na expectativa de que surja ao longo da pesquisa novas idéias e nortes que permitam a descoberta de algo singular. Mas até mesmo para estes tipos de estudos é importante a definição da estrutura da pesquisa, porque facilitará o planejamento e operacionalização da pesquisa, e qualquer novo rumo que se venha a dar a pesquisa, isto pode ser feito livremente porque a definição previa da estrutura da pesquisa não implica que ela deva ser seguida à risca, simplesmente ela deve servir de suporte, e não de uma amara a rumos da pesquisa. O anexo 11 mostra um exemplo de definição de uma estrutura de pesquisa. E, no anexo 14 há um “modelo de ficha de avaliação de projeto de pesquisa” (ou projeto de monografia). Sendo que, independente do tipo cada projeto monografia deverá apresentar um somatório equivalente a 70% da pontuação total para que seja recomendada a sua continuidade. Assim, a ficha no anexo 14 deverá ser entregue pelo acadêmico junto com o Projeto de Monografia à Coordenação de Estágio e TCC para que esta aprecie o projeto e faça suas recomendações sobre o mesmo. 23 3.2.2 Os Relatórios do Projeto de Monografiae da Monografia Os diversos tipos de trabalhos científicos apresentam alguns itens em comum, mas em geral, apresentam elementos e formas diferentes. Estas diferenças, normalmente, procuram salientar os propósitos em termos do tipo de comunicação que se quer dar ao trabalho, e/ou de acordo com o nível de aprofundamento que o trabalho deu a um dado tema de pesquisa. Independente da natureza do trabalho é comum aos pesquisadores fazerem relatórios, estes também terão formatos específicos, especialmente adequados ao estágio em que se encontra o trabalho em relação ao seu todo, distinguimos então independente do tipo de pesquisa científica os tipos de relatórios em: relatórios de atividades, relatórios preliminares (ou relatórios finais de fases), e relatórios conclusivos. Os relatórios são importantes porque é através deles que o próprio pesquisador vai vendo os resultados de pesquisa se materializarem em termos de conteúdo. E, é a maneira como os orientadores possuem para monitorar o andamento da pesquisa de seus orientandos. Os relatórios de atividades normalmente são definidos segundo um cronograma de atividades feito entre orientador e pesquisador. Este cronograma de atividades normalmente vincula-se a periodicidade das reuniões entre ambos, mas em geral, segue os itens evidenciados no modelo de cronograma de pesquisa para Monografia (ou TCC) e demais estudos (Dissertação e Teses) apresentado no anexo 10. De modo geral os relatórios preliminares e os relatórios conclusivos são relatórios de atividades, porém estes estabelecem um divisor de águas na pesquisa em termos da sua evolução. Os relatórios preliminares (ou relatórios finais de fases) são, em geral, estabelecidos segundo blocos temáticos ou capítulos de obra. Algo como o Relatório Preliminar I de uma pesquisa seja a apresentação do “Projeto de Pesquisa”, o Relatório Preliminar II ser a apresentação da “Revisão Bibliográfica da Pesquisa”, e o Relatório Preliminar III ser a apresentação da “Análise e Interpretação dos Resultados”. Os relatórios conclusivos, como o próprio nome indica, contêm conteúdos que finalizam determinadas etapas de uma pesquisa, ou a concluem. Assim, o relatório conclusivo mais importante é o que apresenta a Monografia na sua versão pra a Banca de Defesa. 24 Ao longo das etapas posteriores serão abordados diversos conteúdos que enfatizam a forma e o conteúdo que devem conter um relatório de pesquisa que apresenta a Monografia na sua versão pra a Banca de Defesa. Assim, a seguir comenta-se quais os elementos, e suas formas, de um “Projeto de Pesquisa” ou “projeto de Monografia” ou “Projeto de TCC”. Dentre os elementos comenta-se a elaboração de um Cronograma de Pesquisa no seu todo, o que serve de subsídios para acadêmico e professor orientador estabelecerem os diversos relatórios de pesquisa a serem apresentados pelo acadêmico. 3.3 Elementos Pré-textuais de um Projeto de Monografia e Monografia Os elementos pré-textuais não diferem muito de um tipo para outro de estudo, seja ele: Pesquisa, Monografia, Dissertação ou Tese, ou projeto destes. No caso de apresentação de uma Monografia deve-se contemplar os seguintes itens: • capa (obrigatório); • folha de rosto (obrigatório); • errata (opcional); • folha de aprovação (obrigatório); • atestado de ética (opcional ou obrigatório segundo a IES); • resumo na língua vernácula (obrigatório); • listas de tabelas (opcional); • listas de quadros (opcional); • listas de figuras (opcional); • lista de abreviaturas e siglas (opcional). No caso de apresentação do estudo finalizado pode-se então inserir outros itens opcionais como dedicatória, agradecimentos, etc. As páginas relativas aos elementos pré- textuais devem ser numeradas com algarismos romanos a partir da Folha de Rosto, porém para efeito de paginação a contagem inicia-se a partir da Capa. 25 3.3.1 Capa É a proteção externa da Monografia e deve conter, somente, os elementos necessários à sua identificação: a instituição à qual é submetido o trabalho (Faculdades Integradas da Rede de Ensino Univest); o nome do autor; o título do trabalho (deve fazer relação direta com o estudo, deve ser conciso, claro, e preciso, e deve conter elementos textuais que facilitem a indexação do mesmo); o subtítulo, se houver, precedido de dois pontos; o local (cidade da Instituição de ensino onde é submetido); e a data de defesa (mês e ano). A forma, ordem, e disposição devem seguir o modelo no anexo 1. Após a defesa da Monografia a versão final (feita às correções caso necessárias) de entrega para depósito e catalogação na biblioteca da UNEMAT, a mesma deve ser feita em capa dura, com revestimento na cor preta e com letras na cor dourada ou prateada, ver exemplo no Anexo 3. Para o Projeto de Monografia deve-se também seguir o exemplo de capa do anexo 1, entretanto, não se faz necessário a entrega do projeto em capa dura, tão somente uma versão encadernada em espiral se vê como adequada. 3.3.2 Folha de rosto Após a capa, a folha de rosto é a primeira página da monografia, e apresenta os elementos essenciais à identificação do trabalho, devendo constar: o nome do autor; o título do trabalho; o subtítulo, se houver, precedido de dois pontos; o número de volume, caso exista mais de um volume em cada folha de rosto de cada volume deve constar o seu respectivo n° de volume, caso seja apenas um volume não há necessidade de especificação; as informações sobre o grau pleiteado (bacharel em Economia), e sobre a área de concentração do estudo (Agroindústria ou Tecnologia da Informação); as informações sobre a natureza do estudo (Monografia de graduação); o nome do professor orientador, e, caso houver, do co-orientador, com sua titulação. O Dr., vai a frente do nome de doutores, Esp., Msc. e Ph.D vai depois dos nomes de especialistas, mestres e philosophical doctor – título de doutor obtido em instituição que usam tal nomenclatura, não é representativo do título de pós-doutor, este ainda carece de 26 uma nomenclatura específica, respectivamente. A forma, ordem, e disposição da folha de rosto devem seguir o modelo no anexo 2. O modelo do anexo 2 também pode ser usado para o “Projeto de Monografia” e “Relatório Final de Estágio Curricular”, sendo feitas as seguintes adaptações: onde tem TCC substituir para “Projeto de Monografia” ou “Relatório Final de Estágio Curricular”. Como se trata de estudo de graduação, não há a obrigatoriedade de no verso da folha de rosto constar à ficha catalográfica, conforme o código de Catalogação Anglo-americano- CCAA2. A forma, ordem, e disposição da folha de rosto devem seguir o modelo em anexo. 3.3.3 As capas e a lombada A confecção das versões da monografia, a serem enviadas para análise pela banca examinadora, devem ser elaborados com material impresso em papel A4 (210 x 297 mm) e encadernados (ver no capítulo 4 mais orientações e dicas sobre as formas de apresentação de uma monografia). Porém, após a defesa dois exemplares da versão final da monografia (inclusive com as revisões e alterações solicitadas pela banca) deverão ser entregues a coordenação de TCC e Estágio, estas versões devem estar confeccionadas com “capa dura” (brochura). A capa dura quanto à sua forma de apresentação em uma Monografia compõe-se de capas externas (primeira e quarta capa), de capas internas (segunda e terceira capa) que não são obrigatórias, do miolo ou corpo (as folhas de textos e materiais da monografia) e da lombada (obrigatória). Em livros além destes muitas vezes aparecem: marcador; sobrecapa; orelhas e folhas de guarda. A versão em capa dura deve conter “lombada” (ou dorso), que é a parte encadernada oposta ao corte das folhas. A lombada, segundo a NBR 12225 de julho de 2004 da ABNT, se constitui na “parte da capa do trabalho que reúne as margens internas das folhas, sejam elas costuradas, grampeadas,
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