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A FUNÇÃO DO SUPERVISOR PEDAGÓGICO NO PROCESSO AVALIATIVO DOS ALUNOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

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11
 A FUNÇÃO DO SUPERVISOR PEDAGÓGICO NO PROCESSO AVALIATIVO DOS ALUNOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL 
ANACLETO[footnoteRef:1],Eder dos Reis [1: Pedagogo com pós Graduação em Supervisão Escolar, pela UNIFAL, Universidade Federal de Alfenas – MG. ] 
RESUMO- É de extrema importância ter o acompanhamento da Supervisão Pedagógica durante o processo avaliativo na Educação Infantil, pois para que tudo seja possível os professores necessitam de um acompanhamento para que o planejamento das ações educativas, principalmente no momento da avaliação sejam capaz de proporcionar oportunidades significativas de aprendizagem para as crianças. Desta forma, esse artigo tem como objetivo refletir sobre a função do supervisor pedagógico no processo avaliativo dos alunos da Educação Infantil. O presente estudo trata-se de um estudo de natureza teórica, é realizada por meio de análise bibliográfica. Refere-se a uma leitura atenta e sistemática que se faz acompanhar de anotações e fichamentos. Este estudo está divido em três partes: a primeira parte discorre sobre o papel do supervisor pedagógico. Na segunda parte o enfoque é dado no desenvolvimento infantil e a aquisição de conhecimento e também ressalta o papel do professor da Educação Infantil. Já na terceira parte é apresentado como o supervisor pedagógico deve conduzir o processo de avaliação na Educação Infantil. 
PALAVRAS-CHAVE: Avaliação. Educação Infantil. Supervisor Pedagógico. 
ABSTRACT - It is extremely important to have the monitoring of Pedagogical Supervision during the evaluation process in Early Childhood Education, because for everything to be possible, teachers need monitoring so that the planning of educational actions, especially at the time of evaluation, are able to provide opportunities meaningful learning experiences for children. Thus, this article aims to reflect on the role of the pedagogical supervisor in the evaluation process of Early Childhood Education students. The present study is a study of theoretical nature, it is carried out through bibliographic analysis. It refers to an attentive and systematic reading that is accompanied by notes and notes. This study is divided into three parts: the first part discusses the role of the pedagogical supervisor. In the second part, the focus is on child development and the acquisition of knowledge and also emphasizes the role of the Early Childhood Education teacher. In the third part, it is presented how the pedagogical supervisor should conduct the evaluation process in Early Childhood Education.
KEYWORDS: Evaluation. Child education. Pedagogical Supervisor.
INTRODUÇÃO
Acompanhar a criança em seu desenvolvimento demanda um olhar reflexivo sobre seu contexto sociocultural e manifestações oriundas da natureza evolutiva do seu pensamento, ou seja, primordial a respeitá-la em sua individualidade e em suas contínuas e gradativas conquistas de conhecimento em todas as áreas. É fundamental considerar que o desenvolvimento infantil acontece de forma aceleradíssima em todos os aspectos, seja a oralidade, a motricidade e o interesse por novas descobertas, porém precisamos ter conhecimento que tudo isso acontece de forma e em tempo diferentes de uma criança para outra. Portanto, a avaliação da aprendizagem, precisa ser orientada, pois é permeada por várias interrogações e indefinições quanto a sua realização, o que nos leva na prática, a recorrer a uma concepção que tenha por intenção a melhoria da ação educativa. 
Diante deste contexto, é de extrema importância ter o acompanhamento da Supervisão Pedagógica durante o processo avaliativo na Educação Infantil, pois para que tudo seja possível os professores necessitam de um acompanhamento para que o planejamento das ações educativas, principalmente no momento da avaliação sejam capazes de proporcionar oportunidades significativas de aprendizagem para as crianças. 
Desta forma, esse artigo tem como objetivo refletir sobre a função do supervisor pedagógico no processo avaliativo dos alunos da Educação Infantil. 
O presente estudo trata-se de um estudo de natureza teórica, é realizada por meio de análise bibliográfica. Refere-se a uma leitura atenta e sistemática que se faz acompanhar de anotações e fichamentos. É uma pesquisa bibliográfica, de cunho descritivo, isto é, leitura e fichamento da bibliografia selecionada de autores que discorrem sobre o tema proposto, pesquisando informações e explicações para solucionar a problemática que surgiu diante da escolha do tema. 
Sendo assim, este estudo está divido em três partes: a primeira parte discorre sobre o papel do Supervisor Pedagógico. Na segunda parte o enfoque é dado no desenvolvimento infantil e a aquisição de conhecimento e também ressalta o papel do professor da Educação Infantil. Já na terceira parte é apresentado como o supervisor pedagógico deve conduzir o processo de avaliação na Educação Infantil. 
2 DESENVOLVIMENTO 
O Papel do Supervisor Pedagógico 
Ser supervisor vai muito além de garantir a eficiência escolar através da inspeção dos docentes. “A Supervisão Pedagógica é responsável pela avaliação do desempenho do docente, sempre voltando-se a uma ótica formadora, reflexiva e interativa” IPED, 2019). 
O objetivo principal de seu trabalho é o de proporcionar a sua equipe caminhos para que os mesmos possam nortear uma educação de qualidade, capaz de oferecer meios para formar seres humanos livres e cientes dos seus direitos e deveres na sociedade. Diante desta constatação IPED afirma que: 
o supervisor garante que o trabalho pedagógico seja de qualidade e voltado à ação humanizadora, tornando possível uma sociedade capaz de reinvenções e de melhorias. Esse tipo de trabalho é algo imprescindível no Brasil, visto o descaso e precariedade de ensino de muitas escolas. O supervisor participa ativamente a construir essa escola dinâmica, cooperando com mudanças construtivas no ensino e no aprendizado, interagindo com toda a comunidade escolar (IPED, 2019).
Além de tudo isso que foi evidenciado é importante frisar que além de promover o entendimento das vamos de avaliar, a supervisão pedagógica também se responsabiliza pela: 
Análise e orientação de diversas atividades pedagógicas; Adoção de estilos de liderança que sejam eficientes e eficazes, sempre preocupando-se pelo equilíbrio entre pessoas/grupos e tarefas/objetivos; Identificação de necessidades de desenvolvimentos, tanto pessoal quanto profissional, tendo em vista as condições necessárias para que o aprendizado seja contínuo (IPED, 2019).
Outro fator interessante para ser destacado e a interação estabelecida entre o professor e o supervisor “essa relação deve ser responsável pela troca de experiências/vivencias e por um diálogo construtivo para ambos os lados, colaborando para que o processo educativo seja cada vez mais significativo” (IDEP, 2019).
A prática cotidiana do Supervisor deve estar voltada para o Projeto Político Pedagógico. O supervisor comprometido com a melhoria das condições de trabalho proporciona momentos de reflexão do fazer na escola e realiza o acompanhamento sistemático no trabalho do cotidiano escolar, ressaltando a importância do Supervisor Educacional ao Longo dos tempos, através da análise da prática supervisora, das teorias relacionadas à evolução da Supervisão educacional (SCHIMIT,2019).
	Neste contexto, pode-se afirmar que o desafio enfrentado pelas escolas nos dias atuais, determina que os profissionais da educação, em especial o supervisor escolar, uma competência técnica e política que o habita a participar da edificação da autonomia escolar construída no contexto da autonomia garantida pela lei, faz com que o trabalho pedagógico seja discutido e alarguem amplas perspectivas que além de estimular, assegurem a participação de todos. Enfim, o supervisor pedagógico possui uma função globalizada do conhecimento através da integração dos diferentes componentes curriculares, pois sem esta ação integradora, o aluno recebe informações soltas, muitas vezes inócuas e é avaliada de forma errônea e desarticulada.2.2 O desenvolvimento infantil e a aquisição de conhecimento
O homem ao nascer apresenta uma plasticidade muito grande, desta forma desenvolve vários tipos de comportamentos, aprende muitas línguas, e tem a capacidade de utilizar diferentes recursos e estratégias para se inserir no meio e agir sobre ele. Porém o indivíduo apenas aprende e utiliza as formas de ação que existirem no meio ao qual este inserido, ou seja, a cultura ‚ constituinte do processo de desenvolvimento e aprendizagem, caso, determinadas estratégias de ação e padrões de interação entre as pessoas, forem definidas pela prática cultural, tornando-se este, fator determinante no processo de desenvolvimento da criança. 
O desenvolvimento ‚ um processo integral, que abrange todos os aspectos da vida do ser humano (físico, emocional, cognitivo e social), no complexo, no qual diversas funções são formadas. Segundo a visão de Vygotsky (1988, p89) “viver e desenvolver-se implica em transformações contínuas que se realizam através da interação dos indivíduos entre si e entre os indivíduos e o meio no qual se inserem”. O indivíduo não se desenvolve apenas psicologicamente, trata-se de um ser concreto em plena relação com o real. Considerando este fator, o homem apresenta possibilidades cognitivas de aprender e compreensão da realidade, de transformação desta realidade e de si próprio, além de ser o produtor e consumidor de conhecimentos.
Os períodos de desenvolvimento do ser humano são normalmente referidos como infância, adolescência, maturidade e velhice. Porém, estas são categorias muito amplas e a própria definição de cada uma. Assim como sua duração, dependera de cada cultura, o que torna mais visível pensar neste processo em termos das transformações sucessivas que o caracterizam.
Para Piaget (1971, p89), a caminhada do pensamento na criança poderia ser assim resumida: de 0 a cerca de 2 anos, ou até a aquisição da linguagem, estagio sensório-motor, quando a criança tem uma inteligência essencialmente prática. Cerca de 2 anos a aproximadamente 7 anos, estágio pré-operatório. A criança faz leituras incompletas da realidade, prioriza alguns aspectos em detrimento de outros, não estabelece relações e é centrada em si mesma. Aos 7 anos a cerca de 10 anos, estágio das operações concretas. A criança demonstra sinais de lógica peculiar dos adultos e começa a pensar de forma mais organizada e sistemática. Entre 12 anos a cerca de 15 anos, estágio de operações formais com pensamento hipotético-dedutivo. 
Quando a criança realiza tais operações, transita no universo abstrato em que a realidade se mostra como a realização material de uma entrada as inúmeras possibilidades pensadas e por isso 
está estreitamente relacionada com seus esquemas de assimilação e de interpretação da realidade e consequentemente com sua capacidade de aprender e tirar proveito do ensino sistemático a propósito de um conteúdo escolar concreto como, por exemplo, os mecanismos de participação dos cidadãos no funcionamento de um sistema democrático (COOL, 1977, p. 157). 
É a partir deste resultado de experiência que essa teoria vai corroborando a construção do objetivo da escola, como sendo, o de desenvolver as capacidades dos indivíduos. 
A aprendizagem da criança não pode ser entendida simplesmente como aprendizagem de conhecimento formal, pois além de aprender o que lhe ‚ ensinado na creche, na pré-escola e na escola, aprende também a desempenhar papeis, a se relacionar afetivamente com outras pessoas da família e da comunidade e a agir como elemento integrante do grupo. 
Deste modo, o aspecto afetivo do desenvolvimento ‚ é tão importante quanto o cognitivo, ou seja, uma criança emocionalmente com o que ser proposto aprende com muito mais facilidade. Outro fator importante, para a compreensão do processo de desenvolvimento e aprendizagem da criança é o ritmo. A criança desempenha um papel fundamental, na formulação de seu próprio conhecimento, trata-se de um agente nesta construção. Contudo, antropologicamente falando, este processo, também, necessita da ação dos adultos pertencentes ao contexto desta criança.
O adulto detém um papel importante, culturalmente determinado, com relação á construção do conhecimento. Qualquer cultura subsiste exatamente pela transmissão que seus mais velhos fazem aos recém-chegados. No que diz respeito escola, esta ação ‚ proferida pelo professor, na sua função pedagógica. A ação da criança depende da maturação orgânica e das possibilidades que o meio lhe oferece: ela não poder  realizar uma ação para a qual não esteja fisicamente preparada, assim como não o fará  mesmo que o organicamente madura, se a organização do seu físico e social não a ensinar e/ou proporcionar sua realização.
2.2.1 O papel do professor da Educação Infantil 
A aprendizagem é desencadeada por situações nas quais os alunos, interagindo com outras pessoas podem levantar hipóteses, receber ajuda, refletir. Acreditar na capacidade dos alunos é fundamental para seu avanço, pois nos leva a respeitá-los e apoiá-los. Desde a infância, estamos imersos em um mundo expresso por linguagens. Entre as linguagens com as quais convivemos está à linguagem escrita e falada, todo o processo de aprendizagem deve ser espontâneo e cabe ao professor ministrar suas aulas de forma criativa e dinâmica. 
Diante disso é importante ressaltar que o papel da escola é propiciar a aquisição de determinados conhecimentos, onde haja situações que problematizam o conhecimento e propiciam interação em que os alunos participam ativamente de atividades específicas que levam à aprendizagem, ou à apropriação do conhecimento. 
O educador precisa saber despertar nas crianças a imaginação isto é: leva-lás brincar com as letras, construí-las com palitos, contornar o seu formato feito com cordas utilizando o corpo, passar o dedo em pranchas com texturas diferentes, possibilitando assim o conhecimento de suas características, contar histórias e identificá-las no contexto, ou seja, adquirir o conhecimento físico. Após essas ações se torna mais fácil utilizar as letras em suas hipóteses para escrever e relacioná-las mentalmente.	De acordo com Simó e Roca (2003, p.143) “Sem uma reflexão sobre a própria prática esta se torna automática e corre o risco de distanciar-se cada vez mais da realidade mutante da sala de aula”. 
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil 
para que as crianças possam criar suas produções, é preciso que o professor ofereça oportunidades diversas para que elas se familiarizem com alguns procedimentos ligados aos materiais utilizados, aos diversos tipos de suporte e para que possam refletir sobre os resultados obtidos. É aconselhável, portanto, que o trabalho seja organizado de forma a oferecer às crianças a possibilidade de contato, uso e exploração de materiais (RCNEI, 1998, p 100). 
Desta forma, dia após dia o professor, necessita criar condições e mecanismos diferenciados de ensino que proporcionem ao aluno o aprendizado efetivo, contribuindo na transmissão e interação do conteúdo. Pois, segundo os paradigmas atuais de educação, o papel desempenhado pelo professor deixa de ser o condutor de conteúdos para ser a ponte de ligação entre o conhecimento e o aluno, bem como avaliador do processo ensino-aprendizagem.
O professor da educação infantil, orientado pelo supervisor pedagógico, necessita desenvolver a capacidade de observação e reflexão sobre a prática, alimentadas por informações teóricas para conhecer a criança. A escolha dos materiais e sua maneira de organizar o espaço e compor um ambiente. 
O papel do professor é essencial para a organização do espaço e do tempo das aprendizagens da criança. Nesse sentido o professor em uma fase pré-ativa irá organizar as condições de aprendizagem para que, em uma fase de ação educativa, possa colocar as crianças em situação de aprendizagem, gerindo a dinâmica das interações sociais e das condutas de aprendizagem (SAVATER, 2005, p28).
 O bom andamento das atividades de ensino depende diretamente da ação docente,que está a todo o momento sendo supervisionado e orientado pelo supervisor pedagógico, de como se faz a mediação entre o conhecimento e a criança. É esse profissional que também deve se tornar um aprendiz, que organiza a dimensão interativa, contextualizando o saber ao aprender. Dessa forma, evidencia-se a importância das ações docentes planejadas para a construção de projetos educativos de qualidade, que se comprometam com práticas educativas. 
A criança precisa ser estimulada a observar e explorar o ambiente e a utilizar as várias linguagens (corporal, plástica, oral, escrita e musical) com diferentes intenções e em diferentes intenções e em diferentes situações nas quais aprendem a expressar ideias, sentimentos, necessidades e desejos, avançando no processo de construção de significados (SAVATER, 2005, p36).
Enfim, percebe-se dentro deste contexto que reconhecer o professor, o supervisor e as crianças como parceiras integrantes do processo de ensino e aprendizagem é o ponto de partida. 
2.3 Como o supervisor pedagógico deve conduzir o processo de avaliação na Educação Infantil 
	O conceito de avaliação precisa ser claro, para que todo o processo seja efetivo, Hoffmam (2012, p.13) diz que “avaliar não é julgar, mas acompanhar um percurso de vida da criança, durante o qual ocorrem mudança em múltiplas dimensões com a intenção de favorecer o máximo possível seu desenvolvimento” e completa:
Não basta estar ao lado da criança, observando-a. Planejar atividades e práticas pedagógicas, redefinir posturas, reorganizar o ambiente de aprendizagens e outras ações, com base no que se observa, são procedimentos inerentes ao processo avaliativo. Sem a ação pedagógica, não se completa o ciclo da avaliação na sua concepção de continuidade, de ação-reflexão-ação. Um primeiro alerta sobre isso é que não se deve denominar por “avaliação”, dessa forma, os instrumentos que fazem parte do “processo de acompanhamento” das crianças, tais como pareceres descritivos, fichas, relatórios, e outras formas de registros ou anotações. Esses registros são “instrumentos” utilizados no processo – tal como um termômetro serve para medir a febre de um paciente. O instrumento como tal, não pode ser denominado avaliação. Ele integra o processo. Como ferramenta, só adquire sentido à medida que auxilia a tornar o acompanhamento e o fazer pedagógico mais significativos (HOFFMAM, 2012, p.15). 
	Como 	pode-se perceber avaliar na Educação Infantil é permanecer atento a cada criança, pensando em suas ações e reações, descobrindo seus diferentes jeitos de ser e aprender. Ao conduzir o processo avaliativo da educação infantil, o supervisor pedagógico precisa saber o que os da sua equipe pensam sobre as crianças, sobre a aprendizagem, sobre seu papel educativo, sobre posturas disciplinadoras e muitas outras questões que irão permear o seu dia a dia com elas. É neste contexto que o supervisor pedagógico deve agir, mostrar sua equipe que: 
A avaliação, portanto, envolve um conjunto de procedimentos inerentes ao fazer pedagógico. Os princípios que embasam a avaliação norteiam o planejamento, as propostas pedagógicas e a relação entre todos os elementos da ação educativa. Eles se refletem, de forma vigorosa, em todo o trabalho da escola. Sem uma reflexão séria sobre as concepções e os procedimentos avaliativos de forma mais ampla, perdem-se os rumos da educação e a clareza das ações a efetivar em termos da melhoria da aprendizagem das crianças e da organização do cenário educativo (HOFFMAM, 2012, p.17). 
	É relevante deixar bem claro aos professores que a dinamicidade e flexibilidade que caracterizam o olhar avaliativo pode ser visto da seguinte forma: 
Viver a espontaneidade de cada momento, estabelecer o múltiplo diálogo com as crianças, com a sensibilidade e o conhecimento necessários para fazer provocações diferentes a cada minuto e direcionadas a cada uma, diversificando o apoio pedagógico sem discriminar, sem rotular, sem desrespeitar o tempo e o jeito de cada criança (HOFFMAM, 2012, p.18). 
Isso é relacionado com a teoria de Vygotsky (1988) o professor não deve levar em conta, como ponto de partida para a ação pedagógica, apenas o que a criança já conhece ou faz, mas, principalmente, deve levar em conta suas potencialidades cognitivas, fazendo outros desafios e mais exigentes no sentido de envolve-las em novas situações de modo a provoca-las, permanentemente, à superação cognitiva. 
Outra função importante do supervisor pedagógico e o esclarecimento das leis que rege a educação, no caso aqui em estudo vamos enfocar a Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional (LDB nº9.394/96) que diz em seu artigo nº31 “ na Educação Infantil, a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao Ensino Fundamental”. Entendendo o que diz a lei, o supervisor pedagógico tem como função alertar seus professores que: 
A avalição, da maneira como aparece, acaba se tornando um instrumento forte e presente nesses momentos da educação, podendo trazer consequências negativas às crianças. Não queremos uma avaliação Classificatória e seletiva na educação, pelo contrário, almejamos uma avaliação que auxilie o trabalho do professor e que favoreça o crescimento da criança, e não a sua exclusão, e isso não deve se restringir à educação das crianças pequenas, mas deve ser válida para todos os níveis escolares (GODOI 2010, p41) 
Enfim, o supervisor deve promover uma reflexão com sua equipe sobre as seguintes questões: como uma criança descobre e conquista o seu mundo? De que forma domina uma língua de tamanha complexidade em termos de vocabulários, entonações e estrutura gramatical? Enfim “a permanente curiosidade dos professores sobre as crianças é premissa básica da avaliação em Educação Infantil, e não a intenção de julgar como positivo ou negativo o que uma criança é ou não é capaz de fazer ou aprender (Hoffman, 2012, p 25)”, desta forma eles podem perceber que tendo em vista o alcance do significado primordial de acompanhar e compreender o desenvolvimento infantil para replanejar a ação educativa. Por isso, é fundamental que o supervisor pedagógico capacitado e empenhado no processo educacional seja capaz de ressignificar a avaliação na Educação Infantil, resgatando os seus pressupostos básicos e desatrelando- a dos modelos classificatórios ainda vigentes nos demais níveis escolares. 
1. CONCLUSÃO
Ao termino de trabalho pode-se dizer que o papel do supervisor pedagógico no processo avaliativo dos alunos da Educação Infantil é de extrema importância, pois cabe a ele inúmeras funções, tais como: saber o que os da sua equipe pensam sobre as crianças, o esclarecimento das leis que rege a educação, ressignificar a avaliação na Educação Infantil, garantir que o trabalho pedagógico seja de qualidade e voltado à ação humanizadora, competência técnica e política que o habita a participar da edificação da autonomia escolar construída no contexto da autonomia garantida pela lei, estimular, assegurem a participação de todos, enfim, o supervisor pedagógico possui uma função globalizada do conhecimento. 
 Diante disso, fica claro e evidente que trabalhar na educação infantil requer muita criatividade, pois a criança é dotada de imaginação grandiosa. Portanto é de extrema importância que dia-a-dia das crianças na instituição de ensino seja estimulador, capaz de levá-los a conhecer o mundo, e desenvolvendo desta forma seu processo de aprendizagem. 
Por fim, podemos dizer o papel do supervisor pedagógico é muito amplo perante a prática avaliativa, pois não interfere apenas na relação professor/criança, mas nas múltiplas relações que se estabelecem entre os elementos da ação educativa. 
REFERÊNCIAS bibliográficas
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Secretária de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: Brasília: MEC/SEF, 1998.
________. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponívelem http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf. Acesso em 09 junho de 2022. 
GODOI, Elisandra Girardelli. Avaliação na educação Infantil: um encontro com a realidade. Porto Alegre: Mediação, 2010. 
HOFFMANN, Jussara. AVALIAÇÃO E EDUCAÇÃO INFANTIL: um olhar sensível e reflexivo sobre a criança. Porto Alegre: Mediação, 2012. 
IPED. Importância da Supervisão Pedagógica. Disponível em: https://www.iped.com.br/materias/educacao-e-pedagogia/importancia-supervisao-pedagogica.html. Acesso dia 05 de junho de 2022.
PIAGET, J. A Formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho,imagem e representação. Tradução de Alvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.
SAVATER, Fernando. O valor de educar. São Paulo: Planeta 2005. 
SCHMITT, Carmemleda Rizzi. Atribuição, função e Papel do supervisor escolar. Disponível em: http://centraldeinteligenciaacademica.blogspot.com/2014/10/atribuicao-funcao-e-papel-do-supervisor.html. Acesso dia 05 de junho de 2022. 
SIMÓ,Rosa, ROCA, Neus. Aprendendo a ensinar. In: TEBEROSKY, Ana, TOLCHINSKY, Liiana (Org.) Além da alfabetização: a aprendizagem fonológica, ortográfica, textual e matemática. São Paulo: Ática,2003.
VYGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1988.

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