Unidade 3 AULA 2

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Unidade 3
O novo capitalismo consciente
Aula 2
ESG e o Mercado Financeiro: um novo perfil de investidor engajado
Objetivo da Aula:
Apresentar perfil do investidor brasileiro.
Entender o impacto na maneira de investir de acordo com a faixa etária.
Analisar como isso molda as perspectivas do conceito ESG.
Conceitos Abordados:
Economia, investimentos, Consumo, Gerações
Fundamentação Teórica
O perfil do investidor brasileiro mudou e está mais jovem do que até o final do século 20. Segundo um estudo da B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), divulgado em 2020, a média de idade é de 32 anos, sendo 60% sem filhos e 56% com renda mensal média de R$ 5 mil. Em outubro desse mesmo ano, o número de contas na B3 ultrapassou 3,2 milhões. É o maior número de pessoas na história da Bolsa nacional. São focados em aprendizado sobre o tema e diversificação de investimentos, com uma boa parte no longo prazo. No geral, 42% têm entre 25 e 34 anos e 26% entre 18 e 24 anos. Apenas 10% dos investidores têm mais de 45 anos. Apesar de 74% ainda serem homens, o número de mulheres investidoras é crescente. Em 2018 elas eram 179 mil. Em 2020 já chegavam a mais de 809 mil mulheres.
Esses números dizem muito sobre a expansão do conceito ESG. Uma bolsa de valores formada por jovens será uma bolsa de valores que deseja não apenas lucrar, mas investir nas empresas que têm em suas diretrizes compromissos e práticas evidentes de sustentabilidade, responsabilidade social, transparência e ética no modo como atuam. Pelo recorte de idade indicado no levantamento da B3, uma boa parte dos novos investidores são da chamada Geração Z, aqueles que nasceram a partir de 1995.
De acordo com uma pesquisa da Do Something Strategic, consultoria americana voltada a impacto social, mais de 75% dos jovens da Geração Z compraram ou considerariam comprar um produto de uma marca que apoia causas. E também estão dispostos a boicotar marcas: mais de 65% deixariam de comprar ou apoiar uma marca que não tivesse os valores que consideram essenciais no mundo hoje. Entre as causas que chamam a atenção e preocupam a moçada estão os impactos da pobreza, da fome, proteção do meio ambiente, direitos humanos, inclusão e igualdade.
Vale dizer que parte desses princípios já guiavam os Millennials, geração anterior nascida entre 1980 e 1994, também conhecida como geração Y e que está em peso na B3 atualmente. Foram eles que começaram a pregar ideias como menos bens e mais experiências, ser parte de uma comunidade é legal, é preciso confiar e acreditar em uma marca para apoiá-la, o social e o meio ambiente importam e também foram os que primeiro entenderam o poder da conectividade e a facilidade das compras online. Tiveram que aprender, ao contrário da Geração Z, que já é de nativos digitais.
Contextualização
Jovens sempre foram protagonistas de transformações em todo o mundo. Protestos contra guerras, contra corrupções, contra violações aos direitos humanos. Estudantes de diferentes origens e nacionalidades lideram movimentos de tempos em tempos que chacoalharam as estruturas de sociedades inteiras pedindo por justiça e sociedades mais igualitárias. Hoje não é diferente, mas agora eles têm a internet e as redes sociais como aliadas de mobilização e comunicação que ganham velocidade estrondosa e enorme capilaridade em diferentes países praticamente no mesmo momento.
A Greve Mundial Pelo Clima, inspirada pela jovem ativista sueca Greta Thunberg (nascida em 2003) e iniciada em 2018, é um dos exemplos recentes. A manifestação levou milhões de pessoas às ruas em mais de 150 países em 2019 para alertar as autoridades sobre a gravidade das mudanças climáticas e exigir medidas imediatas e práticas para enfrentar a situação. Também com forte presença de jovens, o movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) chegou ao seu auge em 2020, em plena pandemia, depois da morte de George Floyd, um homem negro, que foi sufocado por um policial nos Estados Unidos.
Millennials e Geração Z já são 46% da população global em 2021, se tornando o principal público consumidor, investidor e mobilizador de transformações socioeconômicas, segundo análise da Euromonitor International. Os quatro pilares que eles estão de olho nas empresas em tempos de Covid-19?
Ativismo, valores, inovação e preço.
Referências Bibliográficas
B3 divulga estudo sobre os 2 milhões de investidores que entraram na bolsa entre 2019 e 2020. 14 de dezembro de 2020. Site B3. Disponível em: <http://www.b3.com.br/pt_br/notícias/investidores.htm> Acesso em abril de 2021.
SOROSINI, Marcela; CARDOSO, Letycia. Millennials: entenda a geração que mudou a forma de consumir. 16 de setembro de 2018. O Globo. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/economia/millennials-entenda-geracao-que-mudou-forma-de-consumir-23073519> Acesso em abril de 2021.
The latest research. Do Something Strategic. Disponível em: <https://dosomethingstrategic.org/insights> Acesso em abril de 2021.
ANGUS, Alison; HA, Lan. New Strategies to Engage Millennials and Generation Z in Times of Uncertainty. 15 de março de 2021. Euromonitor International. Disponível em: <https://blog.euromonitor.com/new-strategies-to-engage-millennials- and-generation-z-in-times-of-uncertainty/> Acesso em abril de 2021.
ARRUDA, Jessica. O que é Black Lives Matter: entenda o movimento por trás da hashtag que mobiliza atos. 3 de junho de 2020. Portal UOL Universa. Disponível em: <https://www.uol.com.br/universa/notícias/redação/2020/06/03/ black-lives-matter-conheca-o-movimento-fundado-por-tres-mulheres.htm> Acesso em abril de 2021.
Greve Global pelo Clima leva milhares de manifestantes às ruas contra mudanças climáticas. 20 de setembro de 2019. Portal G1. Disponível em: <https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/09/20/manifestantes-protestam-em-greve-global-pelo-clima-nesta-sexta.ghtml> Acesso em abril de 2021.
MEIRELES, Leandro. Geração Z usa ativismo digital para moldar mercado sustentável. 22 de novembro de 2019. Consumidor Moderno. Disponível em: <https://www.consumidormoderno.com.br/2019/11/22/geracao-z-ativismo-mercado-sustentavel/> Acesso em abril de 2021.
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