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DÉBORA RODRIGUES – MED XXX GINECOLOGIA & OBSTETRICIA AMENORREIA Sinal caraterizado pela ausência de menstruação. CLASSIFICAÇÃO CAUSAS DIAGNOSTICO AMENORREIA PRIMARIA: Meninas de 13 anos com ausência de caracteres sexuais secundários. Meninas de 15 anos, com caracteres sexuais secundários. Menarca que não ocorre 5 anos após o aparecimento de caracteres sexuais secundários. Hipogonadismo hipogonadotrófico: tumor, trauma, obesidade, desnutrição. Hipogonadismo hipergonadotrófico: infecção, síndrome de Turner. Causas mecânicas: hímen imperfurado, septos longitudinais ou verticais. BHCG - LH/FSH ↑: insuficiência gonadal. LH/FSH ↓ : defeito no hipotálamo ou hipófise. AMENORREIA SECUNDÁRIA Ausência de menstruacao por 3 meses. Ocorrem menos de 9 menstruações ao longo de um ano. Gravidez. SOP. Hiperprolactinemia. Estresse. Obesidade, anorexia nervosa. BHCG – ↑ TSH, T4L normal: hipotireoidismo. FSH normal, ↑ PRL: hiperprolactinemia. FSH normal, PRL normal: SOP, hiperplasia adrenal, obesidade. FSH ↑, PRL normal: menopausa. FSH ↓ , PRL normal: disfunção hipotalâmica. SÍNDROME DO OVARIO POLICSITICO Endocrinopatia caracterizada por: ETIOLOGIA FISIOPATOGENESE DIAGNOSTICO DIAGNOSTICO DIFERENCIAL TRATAMENTO Fator ambiental. Disposição genética. FENOTIPOS A: Hiperandrogenismo; Anovulação; Cistos. B: Hiperandrogenismo; Anovulação. C: Hiperandrogenismo; Cistos. D: Anovulação; Cistos. ALTERAÇÃO DE PULSO RESISTENCIA INSULINICA SÍNDROME METABÓLICA Excluir outras causas. Critérios de Rotterdam: - Ciclos menstruais longos. - Amenorreia com anovulação. - Hiperandrogenismo clinico e/ou laboratorial. - Identificação ultrassonográfica de ovários policísticos. Clinico: hiperandrogenismo, amenorreia, acantosis nigricans. Laboratorial: aumento de LH, testosterona, SHBF, SHDEA, perfil lipídico, glicose. USG: 12 folículos entre 2 e 9 mm. Dosar: BHCG. Prolactina. Hormônios da tireoide. 17- OHP. Cortisol. COMPLICAÇÃO Alterações metabólicas. Alterações reprodutivas. Alterações cardiovascular. NÃO MEDICAMENTOSO Dieta e exercício físico. MEDICAMENTOSO Resistência insulínica: Metformina - 500mg. VO – 30 cp – 1/dia. Hiperandrogenismo, amenorreia e gravidez: AC combinados. Etinilestradiol 0,03mg + acetato de ciproterona 2 mg. Hiperandrogenismo: Acetato de ciproterona. Tratamento cosmético. Disfunção menstrual sem hiperandrogenismo: Progestagênico (ciproterona). ANTICONCEPCIONAL: Os AHC são resultado da associação entre um componente estrogênico e outro progestogênico, sendo este último o principal responsável pela eficácia contraceptiva, visto que provoca anovulação por inibição do eixo hipotálamo-hipófise-ovariano. CLASSIFICAÇÃO: o Definitivos: laqueadura e vasectomia. o Hormonal: oral, injetável, adesivo, anel vaginal, implante. o Barreira: preservativo, diafragma e espermicida. o Comportamentais: muco cervical, tabelinha, coito interrompido. o DIU. ANTICONCEPCIONAL MECANISMO DE AÇÃO EFEITOS ADVERSOS COMPLICAÇÃO CONTRAINDICAÇÃO AHC Estrógeno + progestina. Progestina mulheres que não podem usar estrogênio, amamentação,. Inibe GnRH. ↑ progestina: inibe LH, evitando a ovulação. ↑ estrógeno: inibe FSH, evitando a seleção e crescimento do folículo dominante. Náuseas. Vômitos. Fadiga. Edema. Aumento de apetite. TVP. IAM. AVC. Resistencia insulínica. TVP: HF, HPP, atual. Mulheres tabagistas > 35 anos. IAM: HPP, atual. AVC: HPP, atual. Câncer de mama. SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL O sangramento uterino anormal (SUA) nas pacientes em idade reprodutiva consiste em um padrão de sangramento que não é consistente com parâmetros do ciclo menstrual normal (frequência, regularidade, duração e volume). FISIOLOGICO: ETIOLOGIA PALM-COIEIN: CAUSAS ESTRUTURAIS Pólipo. Adenomiose. Leiomioma. Malignas e hiperplasia. CAUSAS NÃO ESTRTURAIS Coagulopatia. Ovulatória. Endometrial. Iatrogênica. Não classificada. MIOMA São os tumores benignos mais frequentes em idade fértil, do músculo liso do útero. CLASSIFICAÇÃO Subseroso: sob a superfície externa do útero; Intramural: na parede do útero; Submucoso: sob o revestimento do útero maior causador de SUA. FATOR DE RISCO HF. Obesidade. Alimentação rica em carne bovina. FATOR DE PROTEÇÃO Paridade. AC combinado. Tabagismo. SINAIS E SINTOMAS SUA. Dor e pressão pélvica sintomas urinários e sintomas intestinais. Infertilidade. DIAGNÓSTICO Anamnese. Toque vaginal bimanual aumento do volume uterino, presença de nódulo (endurecido, imóvel). EXAMES COMPLEMENTARES USG transvaginal. Histeroscopia: permite a visualização de nódulos. TRATAMENTO Assintomáticos: conduta expectante. Sintomáticos: o AC combinado ou progestagênico. o Análogo de GnRH IM: tentam diminuir o mioma. o AINEs. o Antifibrinolíticos. Cirúrgico: o Medicamentoso não funcionou. o Compressão pélvica. o Miomectomia: preserva a fertilidade. o Histerectomia: tratamento definitivo. o Embolização das artérias uterinas. PAPILOMAVÍRUS – HPV O papilomavírus humano (HPV) infecta as células epiteliais e é considerado o agente da infecção viral sexualmente transmissível mais prevalente em todo o mundo. A infecção é transmitida por contato, pelo coito e via vertical. O vírus tem predileção pelas células juncionais. PATOGENESE Baixo risco oncogênico: 6, 11, 40, 42, 43 e 44. Alto risco oncogênico: 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59 e 66. SINTOMAS Dependendo da forma em que o vírus interaja com a célula e com o tipo celular, podem aparecer, ou não, lesões. Infecções latentes. Manifestação subclínica (LSIL e HSIL). Verrugas genitais. DIAGNOSTICO BIOLOGIA MOLECULAR (PCR): diagnosticam a infecção mas não a lesão. CITOPATOLOGIA: classificam o tipo de lesão. o LSIL ou HSIL. o ASC-US ou ASC-H. COLPOSCOPIA: diagnosticam a manifestação subclínica da lesão. Em caso de anormalidade, deve-se realizar biopsia. HISTOPATOLOGICO: padrão ouro na identificação de lesões induzidas por HPV. o Coilocitose. IMUNOHISTOQUIMICA. CONIZAÇÃO: diagnostico de HSIL. TRATAMENTO A conduta deve variar conforme a apresentação do quadro infeccioso. Infecção latente em qualquer sítio: conduta expectante. Lesão subclínica: o LSIL: pode ser expectante com seguimento até sua involução. Quadros clínicos persistentes podem ser tratados com métodos destrutivos, imunomodulação ou exérese dependendo do sítio; o HSIL: dependendo da idade pode ser seguimento (≤ 24 anos) ou tratamento (> 24 anos). Lesão clínica: pode ser por imunomodulação, exérese ou destruição conforme o sítio, número de lesões e experiência do especialista. Tratar parceiro. PROFILAXIA Uso de preservativo. Vacinação. NOMENCLATURA PAPANICOLAU RASTREIO POPULAÇÃO-ALVO O exame citopatológico deve ser realizado em mulheres de 25 a 64 anos de idade, uma vez por ano e, após dois exames anuais consecutivos negativos, a cada três anos. GESTANTES Têm o mesmo risco que não gestantes de apresentarem câncer do colo do útero ou suas lesões precursoras. O achado dessas alterações durante o ciclo grávido puerperal reflete a oportunidade do rastreamento durante o pré-natal. PÓS-MENOPAUSA Mulheres na pós-menopausa, sem história de diagnóstico ou tratamento de lesões precursoras do câncer de colo uterino, apresentam baixo riscopara desenvolvimento de câncer. O rastreamento citológico em mulheres menopausadas pode levar a resultados falso-positivos causados pela atrofia secundária ao hipoestrogenismo, gerando ansiedade na mulher e procedimentos diagnósticos e terapêuticos desnecessários. HISTERECTOMIZADAS Mulheres submetidas à histerectomia total por lesões benignas, sem história prévia de diagnóstico ou tratamento de lesões cervicais de alto grau, podem ser excluídas do rastreamento, desde que apresentem exames anteriores normais. Em casos de histerectomia por lesão precursora ou câncer do colo do útero, a mulher deverá ser acompanhada de acordo com a lesão tratada. IMUNOSSUPRIMIDAS O exame citopatológico deve ser realizado nesse grupo de mulheres após o início da atividade sexual com intervalos semestrais no primeiro ano e, se normais, manter seguimento anual enquanto se mantiver o fator de imunossupressão. SEM HISTÓRIA DE ATIVIDADE SEXUAL Não devem ser submetidas ao rastreamento de câncer de colo de útero. O exame citopatológico deve ser realizado em mulheres de 25 a 64 anos de idade, uma vez por ano e, após dois exames anuais consecutivos negativos, a cada três anos. AMOSTRA SATISFATÓRIA: células bem representadas, bem distribuídas, fixadas e coradas. AMOSTRA INSATISFATÓRIA: material acelular ou hipocelular ou leitura prejudicada. o Repetir o exame em 6-12 meses. CÉLULAS PRESENTES: células escamosas. células glandulares. células metaplásicas. SISTEMA BETHESDA SISTEMA BETHESDA (2001) Alterações benignas Atipias de significado indeterminado LSIL HSIL HSIL Adenocarcinoma in situ (AIS) Carcinoma invasor CÂNCER DE MAMA Cânceres de mama são, na maioria das vezes, tumores epiteliais envolvendo os ductos ou lóbulos. FATOR DE RISCO HF de 1º grau. Menarca precoce. Menopausa tardia. Reposição hormonal por mais de 5 anos. Gravidez > 30 anos. Estilo de vida. EXAME FISICO INSPEÇÃO PALPAÇÃO INSPEÇÃO ESTÁTICA: Inicia-se com a inspeção estática, em que, com a paciente mantendo os braços pendentes ao lado do corpo, verificamos o volume, simetria, integridade da pele e complexo areolopapilar, retrações, abaulamentos e presença de sinais flogísticos. INSPEÇÃO DINÂMICA: Na inspeção dinâmica, a paciente aperta as mãos na cintura no intuito de contrair o músculo peitoral maior, e depois levanta as mãos acima da cabeça, ajudando assim a mostrar eventuais retrações ou abaulamentos não verificados durante a inspeção estática. CADEIA GANGLIONAR Com a paciente sentada, inicia-se a palpação pelas cadeias ganglionares cervicais e supraclaviculares, posicionando-se de frente para a paciente, na sequência, palpa-se as cadeias infra- ganglionares e, por fim, as cadeias axilares. Deve-se observar a presença de gânglios, localização dos mesmos, tamanho, mobilidade, relação entre si, aderência a planos profundos e eventuais ulcerações. MAMAS Para a palpação das mamas, a paciente deve estar em decúbito dorsal, de forma que toda a mama se distribua sobre a parede torácica. Deve-se iniciar pela mama sadia, colocando o braço correspondente embaixo do dorso. Deve-se utilizar a ponta e a polpa digital dos dedos com movimentos de dedilhamento, de massagem e de deslizamento das mãos. Termina-se a palpação com a expressão das mamas, apalpando a auréola. SINTOMAS A maioria das pacientes apresenta uma massa assintomática descoberta durante exame clínico ou mamografia de triagem. Algumas pacientes com câncer de mama apresentam sinais como nódulos ou massas, alterações na pele, descarga anormal no mamilo, assimetria mamaria, inchaço ou edema, presença de linfonodos palpáveis. NÓDULOS BENIGNOS: textura mais macia, doloridos, bem delimitados, tamanho < 3 cm, móveis. NÓDULOS MALIGNOS: endurecidos, indolores, mal delimitados, tamanho > 3 cm, imóveis. RASTREAMENTO É recomendado que mulheres de 50 a 69 anos façam uma mamografia a cada dois anos, antes dessa idade, as mamas são mais densas e com menos gordura, o que limita o exame e gera muitos resultados incorretos. No entanto, a mamografia para avaliar uma alteração suspeita na mama é chamada de mamografia diagnóstica e poderá ser feita em qualquer idade quando há indicação médica. Para mulheres com histórico familiar, recomenda-se começar aos 35 anos ou 10 anos antes do diagnostico do familiar. MAMOGRAFIA A maioria dos cânceres de mama são diagnosticados como resultado de uma mamografia anormal, mas nem todos os achados mamográficos representam câncer. Se uma anormalidade for encontrada em uma mamografia de rastreamento, a mamografia diagnóstica é utilizada para avaliação adicional. Após a mamografia adicional diagnostica, a lesão é atribuída a uma das categorias: Existem duas categorias gerais de achados mamográficos sugestivos de câncer de mama: massa ou assimetria de tecidos moles e microcalcificações suspeitas. Nesses casos deve-se realizar biopsia. VULVOVAGINITES FISIOLOGICO SECREÇÃO VAGINAL: Assintomática. Geralmente é transparente ou branca. É mais elástica no período pré-ovulatório. Não tem cheiro. pH < 4,5 mantido pela produção de acido láctico. COMPOSTA POR: o Glândulas sebáceas, sudoríparas, de Bartholin e Skene. o Leucócitos. o Células vaginais e cervicais. o Muco cervical. o Líquidos endometriais. o Flora vaginal aeróbica com lactobacilos. o CLUE CELLS: são células epiteliais vaginais superficiais que aderem bactérias, habitualmente Gardnerella vaginalis, obscurecendo a nitidez da borda celular ao exame microscópico. FUNÇÕES DA MICROBIOTA VAGINAL: o Escudo contra microrganismos. o Produção de substancias antimicrobianas. o Estimulação do sistema imunitário. o Protege a integridade da mucosa. o Favorece a secreção de muco. o Mantem o pH acido protetor. PATOLOGIA SINTOMAS SECREÇÃO DIAGNOSTICO TRATAMENTO VAGINOSE BACTERIANA (Gardnerella vaginalis, Mycoplasma hominis) Odor vaginal tipo peixe, corrimento branco- acinzentado, aderido às paredes vaginais, pode ser bolhoso. FATOR DE RISCO: Ducha vaginal. Múltiplos parceiros. Relações sexuais frequentes. COMPLICAÇÃO: Corioamnionite. Sintomas. pH > 4,5. Aumento de clue cells. Teste de KOH +. Redução de leucócitos e lactobacilos. Metronidazol - 250 mg VO - 3x/dia - 7 dias; TRICOMONIASE (Trichomonas vaginalis) IST Corrimento amarelo- esverdeado, bolhoso e fétido, pode ser bolhoso e apresentar odor característico. Pode haver prurido, dispareunia, dor pélvica, sintomas urinários e colpite macular. Sintomas. pH > 5. Trichomonas moveis. Aumento de leucócitos. Teste de KOH +. Células alvo. Rastrear outras IST’s. Metronidazol – 2g – VO – dose única. Tratar parceiro. Abstinência sexual. CANDIDIASE (Candida albicans) Prurido vulvar, corrimento branco, presença de grumo. Irritação vaginal, dispareunia, disuria, edema. FATOR DE RISCO: Gravidez. Imunossuprimidos. Diabetes. Estresse. pH normal. Cultura com fungos. Teste de KOH -. Fluconazol - 150 mg – VO – dose única. Miconazol – creme 2% - 5 g – 7 dias. CERVICITE (Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis) IST Corrimento vaginal, sangramento intermenstrual ou pós coito, dispareunia, disuria, polaciúria, dor pélvica crônica. EXAME FISICO: Dor a mobilização do colo uterino, edema cervical, material mucopurulento no orifício externo do colo, sangramento ao toque. COMPLICAÇÃO: DIP Cultura + gonococo em meio seletivo a partir de amostras endocervicais (sintomático). CLAMIDIA Azitromicina – 1 g – VO – doseúnica. GONORREIA Ceftriaxona – 250 mg – IM – dose única. DIP (Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis) IST DISSEMINAÇÃO ASCENDENTE PARA A TROMPA. Dor abdominal, prurido, odor, sangramento vaginal, dispareunia, disuria, vomito e dor lombar. FATOR DE RISCO: Múltiplos parceiros. IST’s anteriores. HPP de DIP. Tabagismo. COMPLICAÇÃO: Abcesso tubo-ovariano. Infertilidade. Gravidez ectópica. INTERNAÇÃO: Emergências cirúrgicas. Peritonite. HIV/imunossupressão. DIU. Antibioticoterapia não tolerada ou não efetiva. Gravidez. AMBULATORIAL: Ceftriaxona – 500 mg – IM – dose única. HOSPITALAR: Abcesso. Gravidez. Intolerância/resposta inadequada ao AB. Náusea, vomito. Ceftriaxona – 1g – IV – 14 dias. TRATAR PARCEIRO! CRITERIOS MAIORES Dor no hipogástrio. Dor à palpação dos anexos. Dor à mobilização do colo uterino. CRITERIOS MENORES Secreção anormal. Massa pélvica. > 10 leucócitos/campo. Leucocitose. Proteína C reativa. Comprovação laboratorial. CRITERIOS ELABORADOS Evidencia histopatológica de endometrite. Presença de abcesso tubo-ovariano ou fundo de saco de Douglas. Laparoscopia com DIP. EXAMES COMPLEMENTARES: hemograma, VHS, PCR, EAS e cultura, bacterioscopia, USTV, teste de gravidez, sorologia. 3 critérios maiores + 1 critério menor/elaborado. SÍFILIS A sífilis é uma infecção bacteriana sistêmica, crônica, curável e exclusiva do ser humano. Quando não tratada, evolui para estágios de gravidade variada, podendo acometer diversos órgãos e sistemas do corpo. Agente etiológico: Treponema pallidum, uma bactéria gram negativa. Transmissão: se dá principalmente por contato sexual; contudo, a infecção pode ser transmitida verticalmente para o feto durante a gestação de uma mulher com sífilis não tratada ou tratada de forma não adequada. É maior nos estágios iniciais da doença (sífilis primaria ou secundaria), devido a riqueza de treponemas nas lesões. SÍFILIS PRIMÁRIA SÍFILIS SECUNDÁRIA SÍFILIS LATENTE SÍFILIS TERCIÁRIA Incubação: 10-90 dias; até um ano de evolução. CLÍNICA: Ulcera rica em treponemas (cancro duro). Linfadenopatia regional. Ate um ano de evolução. Ocorre entre 6 semanas e seis meses da cicatrização do cancro. A sintomatologia desaparece em algumas semanas, trazendo falsa impressão de cura. CLÍNICA: Lesões muco-cutâneas. Condilomas. Quadro neurológico. Período em que se observa nenhum sinal ou sintoma. A sífilis latente é dividida em latente recente (até um ano de infecção) e latente tardia (mais de um ano de infecção). Mais de um ano de evolução. CLÍNICA: Destruição tecidual. Acometimento do sistema nervoso e cardiovascular. Gomas sifilíticas. DIAGNÓSTICO: Teste treponêmico REAGENTE (teste rápido) + teste não treponêmico REAGENTE (VDRL) = diagnostico de sífilis confirmado. DIAGNOSTICO DIFERENCIAL: Dermatoses bolhosas, erupção fixa por drogas, carcinoma espinocelular. IST’s: herpes genital, cancroide, clamídia. CONDUTA: 1. Teste rápido. 2. Teste não treponêmico reagente (VDRL). Recomenda-se tratamento imediato com Benzilpenicilina benzatina após somente um teste reagente para sífilis (treponêmico ou não treponêmico) nas seguintes situações (independente da presença de sinais e sintomas para sífilis): Gestantes. Vítimas de violência sexual. Pessoas com chance de perda de seguimento. Pessoas com sinais/sintomas de sífilis primaria ou secundaria. Pessoas sem diagnostico prévio de sífilis. 3. Realizar notificação compulsória. 4. Tratar paciente. 5. Tratar parceiro. 6. Monitorar. A persistência de resultados reagentes em testes não treponêmicos após o tratamento adequado e com queda prévia da titulação em pelo menos duas diluições, quando descartada nova exposição de risco durante o período analisado, é chamada de “cicatriz sorológica” e não caracteriza falha terapêutica. São critérios de retratamento e necessitam de conduta ativa do profissional de saúde: Ausência de redução da titulação em duas diluições no intervalo de seis meses (sífilis recente, primária e secundária) ou 12 meses (sífilis tardia) após o tratamento adequado (ex.: de 1:32 para >1:8; ou de 1:128 para >1:32). Aumento da titulação em duas diluições ou mais (ex.: de 1:16 para 1:64; ou de 1:4 para 1:16). Persistência ou recorrência de sinais e sintomas clínicos. TOXOPLASMOSE O Toxoplasma Gondii, agente etiológico da toxoplasmose, é um protozoário intracelular obrigatório que apresenta ciclo evolutivo com três formas principais sendo todas elas dotadas de competência para realizar a infecção: taquizoítos, bradizoítos e esporozoítas. A transmissão ocorre por: Via oral (ingestão de alimentos e água contaminados). Congênita (transmitido de mãe para filho durante gestação). GESTANTE SINTOMAS A infecção materna geralmente é assintomática. Quando ocorre sintomas são inespecíficos, como: febre, calafrios, adenomegalia, dores de cabeça, mialgia. DIAGNOSTICO DIAGNOSTICO DIFERENCIAL Mononucleose. Sífilis. Rubéola. Herpes. Doenças febris. TRATAMENTO PROFILAXIA: Não ingerir carnes cruas ou mal cozidas. Lavar bem frutas e verduras. Ferver e pasteurizar o leite antes de consumir. Lavar as mãos antes de se alimentar. Água deve ser tratada ou fervida. CRIANÇA CLÍNICA 1º e 2º trimestre aborto, prematuridade, coriorrenite, retardo mental, surdez, calcificacoes cerebrias. 3º trimestre anemia, coriorrenite, estrabismo, ictericia, hepatomegalia. DIAGNOSTICO USG focos hipercogenicos ou calcificaoes intracranianas e dilatacao dos ventriculos cerebrais. PCR de liquido amniotico. TRATAMENTO Esquema triplice Sulfadizina – 500 mg – 2 comprimidos – 8/8h Pirimetamina – 25 mg – 12/12h Acido folinico – 15mg – dose única. Caso haja alterações significativas nos exames de controle, o tratamento deve ser suspenso, sendo substituído pela espiramicina na dose de 3g ao dia. O tratamento com sulfadiazina e pirimetamina é contraindicado durante o primeiro trimestre da gestação, devendo ser iniciado a partir da 16a semana ABORTAMENTO A Organização Mundial da Saúde (OMS), na CID-11, define abortamento como a interrupção da gestação com menos de 22 semanas completas ou com produto da concepção (embrião ou feto) pesando menos de 500 g. ABORTO: produto da concepção eliminado no processo de abortamento. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À INTENÇÃO: o abortamento pode ser espontâneo, se ocorrer sem ação deliberada de qualquer natureza, ou induzido (provocado), caso a interrupção da gestação seja resultante de interferência intencional antes de alcançadas as condições mínimas de sobrevivência extrauterina do produto conceptual. QUANTO À CRONOLOGIA: o abortamento é denominado como precoce se a perda gestacional ocorrer até 12 semanas e tardio, se ocorrer entre 12 e 20 semanas de gestação. ETIOLOGIA Anormalidades cromossômicas. Alterações endócrinas. Infecções. Causas uterinas. o A incompetência cervical é uma condição que se caracteriza por perda fetal recorrente no segundo trimestre da gravidez, em consequência de insuficiência do sistema de oclusão do colo uterino. o O tratamento clássico da incompetência cervical é a realização da cerclagem do colo uterino. Fatores imunológicos. Trombofilia hereditária. Drogas e agentes nocivos. Trauma. FATOR DE RISCO História de aborto prévio. Drogas. Idade materna avançada > 35 anos. Malformações uterinas. FORMAS CLINICAS DE ABORTAMENTO AVALIAÇÃO DO ABORTAMENTO HABITUAL ocorrência consecutiva de três ou mais abortamentos espontâneos. Cariotipagem. Triagem para doenças trombóticas. TSH e teste para diabetes. Histerossonografia para verificar anormalidade estruturais uterinas. TRATAMENTO Misoprostol – 800 μg/dia – via vaginal – 2 dias. AB: Ampicilina – 2g – IV – 6/6h. Anti-D: 1 ampola de 300 mcg. DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL A doença trofoblástica gestacional é a proliferação de tecido trofoblástico em gestantes ou em mulheres que tenham passado recentemente por uma gestação. Pode ser classificada benignamente em Mola Hidatiforme e, de forma maligna, em Mola Invasora, Coriocarcinoma e Tumor Trofoblástico. MOLA HIDATIFORME Molas hidatiformes são tumores placentários benignos com potencial maligno. Consistem em proliferações dos trofoblastos vilosos. São ainda classificados como nevos completos ou parciais. SINTOMAS EXAME FISICO EXAMES COMPLEMENTARES PROGNOSTICO Sangramento vaginal. Eliminação espontânea de vesículas. Pode ter dores no hipogástrio. Vômitos. Hiperêmese. Aumento exagerado do volume uterino. Cistos ovarianos. Pressão alta, podendo evoluir para pré-eclâmpsia. Taquicardia. Pele úmida. Tremores. Valores séricos elevados de hCG, especialmente acima de 200.000 mUI/mL. USG: múltiplas áreas anecoicas entremeadas por ecos amorfos. hCG > 100.000 mUI/mL. Útero grande para a idade gestacional. Cisto > 6 cm. Idade materna > 40 anos. Complicações clinicas: hipertireoidismo, pré- eclâmpsia, embolização trofoblástica). GRAVIDEZ ECTÓPICA A gravidez ectópica (ectociese) pode ser reconhecida quando o ovo se implanta fora do útero, sendo também denominada gravidez extrauterina (tubária, ovariana, abdominal). A gravidez tubária representa mais de 95% das ectópicas. PATOGENESE Se o trânsito do ovo para o útero for lentificado ou obstruído, ou sua capacidade de implantação, a qual ocorre geralmente entre o 7o e o 8o dia após a fecundação, for antecipada, tem-se um risco de ocorrência de gestação ectópica. FATOR DE RISCO Gravidez ectópica previa. Cirurgia tubaria previa. DIP. Tabagismo. Tratamento de infertilidade. DIAGNOSTICO ANAMNESE EXAME FISICO EXAMES LABORATORIAIS EXAMES COMPLEMENTARES Tríade clássica: dor, amenorreia e sangramento vaginal. Sinais que caracterizam estado hipovolêmico: palidez cutaneomucosa, taquicardia, hipotensão. Genital: útero aumentado e amolecido; dor à palpação do fundo de saco posterior. Abdominal: Blumberg + rotura de trompa. Os testes de gravidez na urina podem detectar níveis de β-hCG ≥ 20 mUI/ml , enquanto os testes de gravidez no soro são capazes de detectar níveis > 5 mUI/ml. USG: indicado quando o BHCG for positivo. Presença de saco gestacional ectópico e liquido livre no fundo de saco. DIAGNOSTICO DIFERENCIAL Apendicite. DIP. TRATAMENTO Pode-se realizar tratamento com metotrexato nas seguintes pacientes: Hemodinamicamente estável, sem sinais de ruptura. Função renal e hepática normais. Gestação tem < 3/4 cm de diâmetro. BCF ausente. BHCG < 5000 mUI/Ml. CONDUTA Internação. Solicitar BHCG, hemograma, EAS, USG, VHS, PCR. BHCG + o Tipagem sanguínea e fator Rh. o Laparotomia exploratória. o Analgesia. o Decidir tratamento. COMPLICAÇÃO Ruptura da Trompa de Falópio hemorragia interna. Infertilidade. Infecção. PLACENTA PRÉVIA A placenta prévia é definida como a presença de tecido placentário que recobre ou está muito próximo ao orifício interno do colo uterino após 28 semanas. CLASSIFICAÇÃO PLACENTA PRÉVIA: o Completa: recobre totalmente a área do orifício interno do colo uterino. o Parcial: recobre parcialmente a área do orifício interno do colo uterino. o Inserção baixa: localizada no segmento inferior do útero. FATOR DE RISCO Cicatriz uterina previa. Idade materna avançada. Multiparidade. Tabagismo. Cesárea previa. EPIDEMIOLOGIA 2% das gestações. PATOGENESE A placenta procura se implantar em locais ricamente vascularizados. Em condições de hipoxia relativa, ocorre hipertrofia compensatória das vilosidades coriônicas, e então a placenta desvia-se da área de inserção primitiva e procura áreas com melhores condições para nutrir o feto. DIAGNOSTICO CLINICO Sangramento vaginal vivo, indolor, insidioso. EXAME FISICO PALPAÇÃO: útero de consistência normal e indolor. Contrações com tônus normal. E. ESPECULAR: colo uterino normal com tampão mucoso sanguinolento. E. VAGINAL: não deve ser feito. USG Padrão-ouro fecha o diagnóstico EXAMES LABORATORIAIS Hemograma. Coagulograma. Tipagem sanguínea e fator Rh. DIAGNOSTICO DIFERENCIAL DPP. Acretismo placentário. Vasa previa. COMPLICAÇÕES MATERNAS Hemorragia. Sepse. Histerectomia. FETAIS Ruprema. Anomalias congênitas. Mortalidade. CONDUTA Internação. Acesso venoso. Hemograma, Coagulograma, tipagem e fator Rh. Cesárea eletiva: IG avançada. Cesárea: PP total e PP parcial. Histerectomia: placenta acreta, placenta increta e placenta percreta. DESCOLAMENTO PREMATURO DE PLACENTA O descolamento prematuro de placenta (DPP) consiste na separação da placenta normalmente inserida (corpo ou fundo do útero) antes da expulsão do feto em gestação de 20 ou mais semanas completas. O que implica em sangramento uterino e redução de aporte de oxigênio e nutrientes para o feto. CLASSIFICAÇÃO FATOR DE RISCO Hipertensão arterial. RMPO. Tabagismo. Drogas. Cesárea previa. EPIDEMIOLOGIA 1% das gestações. PATOGENESE A hipertensão gera uma fragilidade vascular e o pico hipertensivo causa ruptura dos vasos maternos que infiltra a decídua uterina, ocasionando o descolamento da placenta. DIAGNOSTICO CLINICO Dor abdominal, sangramento escuro, súbito, grave com coágulos. EXAME FISICO HAS, choque hipovolêmico. PALPAÇÃO: dor à palpação do útero, hipertonia uterina. BCF difícil ou ausente. USG A ultrassonografia mostra-se mais útil para avaliar a possibilidade de placenta prévia do que para confirmar o diagnóstico de descolamento prematuro de placenta, e deve ser realizada apenas nos casos duvidosos. EXAMES LABORATORIAIS Hemograma. Tipagem e fator Rh. Coagulograma. Aferir PA. DIAGNOSTICO DIFERENCIAL Placenta previa. Rotura uterina. Vasa previa. COMPLICAÇÕES MATERNA Hemorragia. Choque. Histerectomia. FETAIS Prematuridade. Baixo peso ao nascer. Sofrimento fetal. Óbito fetal. CONDUTA Internação. Acesso venoso. Transfusão sanguínea. Cesárea de emergência. DIABETES GESTACIONAL Diabetes mellitus descreve um grupo de doenças em que se observa metabolismo anormal de carboidratos, caracterizado por hiperglicemia. DIABETES MELLITUS GESTACIONAL Mulher com hiperglicemia detectada pela primeira vez durante a gestação, com níveis glicêmicos que não atingem critérios diagnósticos para DM. OVERT DIABETES Mulher sem diagnóstico prévio de DM, em que a hiperglicemia foi detectada na gestação, mas que os níveis glicêmicos encontrados nos exames, atingem os critérios da OMS para DM prévio, ou seja, na ausência da gestação. FATOR DE RISCO Idade materna avançada. Sobrepeso e obesidade. HF de 1º grau. Ganho excessivo de peso na gravidez. DMG prévio. Pré-eclâmpsia na gravidez atual. PATOGENESE Na gestação, já a partir do primeiro trimestre, há aumento da secreção de insulina permitindo armazenamento nutricional para suprir as demandas calóricas do terceiro trimestre e da lactação. A secreção dos hormônios anti-insulínicos leva a uma maior oferta de glicose e exige secreção aumentada e insulina, a fim de manter a gestante normoglicêmica. Como o consumo de glicose fetal é continuo, para manter a disponibilização de glicose ao feto, há aumento daresistência insulínica materna, conhecido como efeito diabetogênico. Isso ocorre em virtude da secreção placentária de alguns hormônios diabetogênicos, como GH, cortisol, hormônio lactogênico placentário, prolactina e adipocinas (leptina, TNF-a, IL-6). ALTERAÇÕES HORMONAIS FASE ANABÓLICA: o Ocorre na 1ª metade da gestação. o ↑ síntese de substancias para o desenvolvimento do feto. o ↑ hormônio lactogênico placentário. o ↑ estrogeno. o ↑ progestágeno. o ↑ deposito de gordura. FASE CATABÓLICA: o Ocorre na 2ª metade da gestação. o ↑ reserva energética. o ↑ RI. o ↑ lipólise. o ↑ neoglicogênese. COMPLICAÇÕES MATERNAS Candidíase. ITU. Risco aumentado para desenvolver DM no futuro. FETAIS Macrossomia. Abortamento. Risco aumentado para desenvolver síndrome metabólica no futuro. DIAGNÓSTICO CONDUTA OBS: Deve ser considerado o nível ideal de HbA1c de 6,0% para engravidar. 1. Dietoterapia. 2. Atividade física. 3. Automonitorização. 4. Insulinoterapia. o 0,5 UI/kg/dia. o Ajustes são feitos baseados no monitoramento diário da glicose. 5. Hipoglicemiantes. o Metformina – 500 mg – VO – 2x/dia. o Indicado como alternativa à insulina. o Pode ser usado associado à insulina. o Contraindicação: feto abaixo do percentil 50, presença de crescimento intrauterino restrito, gestante com doença renal crônica. MOMENTO DO PARTO Pacientes tratadas apenas com dieta não precisa antecipar o parto indução eletiva. Pacientes em uso de insulina antecipar o parto com 38 semanas indução ou cesariana eletiva, se peso > 4,5 kg). Bem-estar do feto comprometido antecipar o parto. AVALIAÇÃO PÓS-PARTO
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