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─ Urgência emergência e saúde mental – Choque séptico e hipovolêmico N1 e N2 Data: 12/05/23 Robbson Haugusto Dambros • Perfusão tecidual = DC x RVP. • DC = FC x Volume sistólico • RVP = arteríolas • Perfusão tecidual o Débito urinário quantificar por pelo menos 30 minutos, mínimo aceitável 0,5 ml/kg/h o Lactato e tempo de enchimento capilar – sinal precoce de hipoperfusão tecidual; o Saturação venosa central (SVCO2) >= 70% ou saturação venosa mista >= 65%. o DO2: quantidade que <doa= oxigênio p/ tecidos. o VO2: demanda de oxigênio do tecido. (TEO2 – taxa de extração de O2). • Vasoplegia: o Frequente no pós op de cirurgia cardíaca o Conduta: amina vasoativa (noradrenalina) 1 ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS NO CHOQUE 1.1 FISIOPATOLOGIA • No choque, a utilização do O2 está comprometida, levando a hipoxia. • Com oxigênio indisponível, células são incapazes de manter o metabolismo aeróbico, fazendo com que realize metabolismo anaeróbico (metaboliza glicose em piruvato com conversão do piruvato em lactato, gerando menos ATP) • DC = FC x DS, DS = pré carga x contratilidade/pós- carga. • Redução do DC, a resposta precoce é taquicardia. • Qualquer doença que comprometa FC, pré carga, contratilidade, RVS ou hemoglobina, poderá reduzir o aporte de O2, gerando hipóxia celular. 1.2 ESTÁGIOS DO CHOQUE • Choque compensado o Mecanismo compensatório tentará manter perfusão tecidual adequada. o Principal resposta é: relação entre o débito cardíaco e resistência vascular periférica. • Choque descompensado o Manifestações clínicas e laboratoriais ficam mais evidentes. • Choque irreversível 1.3 CHOQUE HIPODINÂMICOS • Baixo débito cardíaco e aumento da resistência vascular sistêmica (RVS) (vasoconstrição) • Exemplos: o Hipovolêmico, cardiogênico e obstrutivo extracardíacas. • DC está comprometido por uma redução primária do retorno venoso, sendo um defeito na bomba cardíaca (cardiogênico) ou obstrução mecânica (obstrutivo) • Reduz o DC → queda da PAM → estímulo imediato de baroceptores; 1.4 CHOQUE HIPERDINÂMICO • Alto débito cardíaco e redução da RVS (vasodilatação) • Choques distributivos o Sépticos, sirético, anafilático e neurogênico • Intensa vasodilatação sistêmica, comprometendo leitos arterial e venoso e má distribuição do fluxo a nível microvascular. • Ambiente microvascular totalmente corrompido. 2 CHOQUE HIPOVOLÊMICO ➢ <Chega menos sangue ao coração → redução da pré carga=. ➢ Débito cardíaco é reduzido → aumento compensatório na RVP. ➢ Principal causa é hemorragia. ➢ Paciente politraumatizado em choque, até que se prove o contrario é hipovolêmico. ➢ Fácies de sofrimento: palidez cutâneo-mucosa, sudorese fria e pegajosa principalmente nas extremidades, taquicardia, taquipneia com pulsos radiais finos ou impalpáveis, oliguria e hipotensão arterial (PAS < 90mmHg) ➢ Classificação do choque 2.1 AVALIAÇÃO INICIAL ➢ Interromper o sangramento e repor as perdas de volume. ➢ Fornece O2 ➢ Passar sonda nasogástrica ou orogástrica ➢ Sonda urinária para monitorização continua da diurese e avaliar presença de hematúria, exceto na suspeita de trauma uretral. ➢ Sinais: o Mucosa seca, sinais clínicos de desidratação o Aumento DC a elevação de membros inferiores o PVC < 5mmHg. 2.2 TRATAMENTO ➢ Controle do sangramento ➢ Hemorragia externa ➔ comprimidas ou elevação do membro; pode usar torniquetes como na amputação traumática ou sangramento externo arterial. 2.2.1 Reposição volêmica ➢ Precoce ➢ Punção de 2 acessos venosos periféricos. ➢ Coletar amostra de sangue para tipagem, dosagem de hemoglobina, hematócrito, amilase, beta-hcg e exames toxicológicos ➢ AVC não deve ser realizado no atendimento inicial ➢ Se não conseguir AVP, pode acesso intraósseo ➢ Utiliza: o Soluções cristaloides isotônicas aquecidas, preferencialmente a 39ºC o Ringer lactato o Há risco de acidose hiperclorêmica (pcte insuficiência renal) o Reposição inicial de 1000ml, volumes subsequentes dependendo da resposta do paciente. ➢ Débito urinário no adulto é 0,5ml/kg/h o Criança 0-3 anos → 2 ml/kg/h o 3 – 5 anos → 1 ml/kg/h ➢ Agentes hemostáticos o Ácido tranexâmico ou ácido aminocaproico o Ácido tranexâmico usa: EV, 1g dentro das primeiras 3 horas do trauma. ➢ Resposta transitória apresentam sangramento persistente ou reanimação inadequada até o momento ➢ Resposta mínima ou ausente precisa de intervenção cirúrgica 2.2.2 Reposição de sangue ➢ Deve repor em pacientes com perda estimada maior que 30% do volume sanguíneo total (choque grau III). ➢ Hipocalcemia é evento temido após transfusão maciça. o Trata com gluconato de cálcio (30mg/kg) ou cloreto de cálcio (10mg/ml). 2.3 REPOSIÇÃO VOLÊMICA NO CHOQUE HIPOVOLÊMICO ➢ Deve-se iniciar com infusão de Ringer Lactato 1000ml por veia periférica ➢ Grau I: sem história de perda e sem alterações de dados vitais, não deve ser feita a reposição e eventualmente posterga-a. ➢ Grau II: há perda de 15-30% da volemia, havendo taquicardia e diminuição da pressão de pulso (< 30mmHg) e déficit de bases está entre -2 e -6. Neste caso é imperativa a reposição do cristaloide. ➢ Grau III: perda está entre 31 a 40% da volemia, há hipotensão e déficit de bases fica entre -6 e -10, já indicando o concentrado de hemácias, sem deixar de infundir 1000ml de ringer. ➢ Grau IV: apresenta hemorragia maciça e perda volêmica > 40% da volemia, hipotensão severa, perda da consciência, oliguria severa, taquicardia, taquipneia. Protocolo de reposição maciça – infusão de concentrado de hemácias O- ou O+, além do plasma fresco e concentrado de plaquetas. 3 CHOQUE DISTRIBUTIVO - SÉPTICO ➔ Principal característica → redução da resistência vascular periférica. ➔ Promove aumento compensatório no débito cardíaco ➔ Principal causa: sepse! ➔ Sepse provoca liberação de citocinas as quais promovem queda da RVP, aumento da permeabilidade capilar, ocasionando extravasamento de conteúdo intravascular para o interstício. ➔ Definição: persistência de hipotensão e lactato sérico elevado (>18 mg/dl ou > 2mmol/L), mesmo com ressuscitação volêmica adequada, esses pacientes precisar usar aminas vasopressoras p/ manter PAM ≥ 65 mmHg. 4 TRATAMENTO 4.1 HIPOVOLÊMICO ➔ Cristaloide (SF 0,9%, ringer lactato) ➔ Ultrassonografia a beira do leito (POCUS) →avaliar se o paciente pode receber mais volume o Avaliação da veia cava (colapso > 50%) /kissing walls ➔ Hemodinâmica funcional o Elevação passiva das pernas >= 10% no DC → paciente irá responder a volume. o Diferença de pressão de pulso e volume sistólico (>= 13%, paciente se beneficia com reposição de volume) – valido em ritmo sinusal, sob ventilação mecânica, modos não espontâneos, com volume corrente em 8 ml/kg de peso ➔ Hemoderivados: 4.2 CARDIOGÊNICO ➔ Inotrópico o Dobutamina (3-20 ug/kg/min) o Dopamina (Beta se 3-10 ug/kg/min) o Milrinona melhora a contração o Balão intra-aórtico 4.3 DISTRIBUTIVO ➔ Vasopressor o Noradrenalina (alfa-1 adrenérgico – 0,01 ug/kg/min) o Vasopressina (receptor V1 – 0,01 a 0,03 U/min) o Dopamina (alfa se > 10 ug/kg/min) o Adrenalina (alfa em dose aumentada) / choque anafilático em IM. ➔ Redução da VO2 (consumo de oxigênio) o Reduz consumo → distribui melhor moléculas de O2. o Antitérmicos p/ febre/hipotermia o Analgésicos para dor o Ansiolíticos para ansiedade o Ventilação mecânica para trabalho respiratório 5 DROGAS VASOATIVAS Se hipoperfusão tecidual persistir após ressuscitação volêmica. Se DC estiver reduzido, iniciar inotrópicos Se DC estiver normal/aumentado, iniciar vasopressores Avaliar o DC: o Tempo de enchimento capilar <2s perfusão está adequada o Temperatura dos pés semelhante do joelho indica boa perfusão o Presença de pulso pedioso amplo indica bom DC.5.1 INOTRÓPICOS Usado em choque cardiogênico, em que DC está reduzido 5.1.1 Dobutamina Atua receptor Beta (B1 aumento inotropismo e B2 promove vasodilatação) Maioria das vezes precisa usar um vasopressor concomitante a dobutamina. 5.2 VASOPRESSORES Indicado em paciente que mantem a hipotensão após expansão volêmica inicial. Deve ser administrado em acesso venoso central, porém, na fase crítica pode ser administrado em acesso periférico calibroso até obter central. 5.2.1 Noradrenalina Atua receptor alta-1 (vasoconstrição) e beta-1 (inotropismo) Vasopressor de escolha 5.2.2 Dopamina Atua em diferentes receptores o Dose baixa (<5 mcg/kg/min) – dopaminérgicos o Dose intermediária (5-10 mcg/kg/min) – Beta o Dose elevada (>10 mcg/kg/min) – alfa. Principal utilidade é manejo de bradiarritmias instáveis 5.2.3 Vasopressina Atua nos receptores V1, causa vasoconstrição pela contração do músculo liso vascular e pela ligação aos receptores V2, promove reabsorção de água ao nível do sistema excretor renal. Usada como 2ª droga no choque séptico Não administrar em baixo débito cardíaco 6 RESUMINDO 6.1 CHOQUE DISTRIBUTIVO ➔ Caracteriza pela vasodilatação secundária a processo inflamatório e uma consequente hipovolemia ➔ DC aumentado ➔ Etiologias o Choque séptico o Pancreatite, anafilaxia, grandes queimados, politrauma, choque neurogênico e PO de cirurgia grande. 6.2 CHOQUE HIPOVOLÊMICO ➔ Secundário a perda de liquido intravascular, gerando vasoconstricção, diminuição de retorno venoso e comprometimento de DC. ➔ Hemorrágico quando há perda de sangue ➔ Não hemorrágico: diarreia, vômitos, desidratação ➔ Tratamento → correção da hipovolemia e abordagem da causa 6.3 CHOQUE CARDIOGÊNICO ➔ Ocorre devido a falha do bombeamento de sangue pelo coração, compromete DC com consequente aumento das pressões de enchimento cardíacas e aumento da resistência periférica ➔ Etiologia: IAM, ICC descompensada, arritmias, miocardiopatias.
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