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Ofendido

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Ofendido
Adriel dos Santos Silva
Alana Dias Braga
Introdução
Quem é o ofendido?
O art. 201 do CPP cuida da
posição processual do ofendido
enquanto elemento e fonte de
prova.
As declarações do ofendido têm
natureza de meio de prova.
Funções do Ofendido no
Processo Penal
Como autorizador da persecução
penal (nas ações penais condicionadas,
como titular do direito de representação
ou da requisição ministerial).
Como autor da ação penal
(querelante); ora como assistente da
acusação (CPP, art. 268).
Como objeto de
prova, quando a ação
delitiva recai sobre seu
corpo e então se
transforma no próprio
corpo de delito (ex.:
crime de lesões
corporais, homicídio).
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 Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente do Ministério Público, o ofendido ou seu
representante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31 . CADI
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art31
Como fonte de prova, quando, inquirido pelo juiz, tem o
dever de indicar todos os meios de prova de que tenha
conhecimento.
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Como elemento de prova, quando então, inquirido pelo
juiz, prestará todas as informações de que tem
conhecimento a respeito do delito de que foi vítima.
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Funções do Ofendido no
Processo Penal
Inquirido
Sempre que possível, o ofendido
será qualificado e perguntado
sobre as circunstâncias da
infração, quem seja ou presuma
ser o seu autor, as provas que
possa indicar, tomando-se por
termo as suas declarações.
Art. 201 do CPP
Princípio da busca da verdade real
Há casos em que a inquirição do
ofendido demanda particular
sensibilidade do juiz, tal como se
verifica nos crimes contra a
dignidade sexual e outros violentos,
verdadeiramente traumáticos para o
ofendido.
Inquirido
Antes do início da audiência
e durante a sua realização,
será reservado espaço
separado para o ofendido.
É uma garantia.
Art. 201, § 4º do CPP
Se o juiz verificar que a presença do réu
poderá causar humilhação, temor, ou sério
constrangimento à testemunha ou ao
ofendido, de modo que prejudique a verdade
do depoimento, fará a inquirição por
videoconferência e, somente na
impossibilidade dessa forma, determinará a
retirada do réu, prosseguindo na inquirição,
com a presença do seu defensor.
Art. 217 do CPP
Perguntas
ao Ofendido
Em respeito aos princípios do
contraditório e da ampla defesa, é
sem sombra de dúvida que, após a
inquirição do ofendido pelo juiz, deve
ser aberta a palavra ao Ministério
Público e também à defesa, nessa
ordem, para eventuais reperguntas.
Não há no CPP regra que permita
essa prática.
Possibilidade de
Condução Coercitiva
Art. 201, § 1º, do CPP: Se,
intimado para esse fim, deixar de
comparecer sem motivo justo, o
ofendido poderá ser conduzido à
presença da autoridade.
O ofendido não comete
crime de desobediência, art.
330 do CP: desobedecer a
ordem legal de funcionário
público.
Decorre também, da regra geral segundo
a qual ninguém se exime do dever de
colaborar com o Poder Judiciário.
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Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a
verdade como testemunha, perito, contador,
tradutor ou intérprete em processo judicial, ou
administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral:
Pode ser responsabilizado por denúncia caluniosa
Art. 339 do CP: Dar causa à instauração de inquérito
policial, de procedimento investigatório criminal, de
processo judicial, de processo administrativo
disciplinar, de inquérito civil ou de ação de
improbidade administrativa contra alguém,
imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato
ímprobo de que o sabe inocente.
Dispensa do
compromisso
de dizer a
verdade
O ofendido não é
testemunha
O ofendido não comete
crime de falso testemunho
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Art. 201, § 2º do CPP: O ofendido será
comunicado dos atos processuais relativos
ao ingresso e à saída do acusado da prisão,
à designação de data para audiência e à
sentença e respectivos acórdãos que a
mantenham ou modifiquem.
Art. 201, § 3º do CPP: As comunicações ao
ofendido deverão ser feitas no endereço
por ele indicado, admitindo-se, por opção
do ofendido, o uso de meio eletrônico.
A disponibilização de tais
informações permite não apenas a
adoção de providências jurídicas
(contratação de assistente de
acusação; ajuizamento de ação civil
ex delicto), mas, sobretudo, a
contenção emocional a partir da
ciência de que os fatos não caíram
no esquecimento e foram adotados
os procedimentos jurídicos, seja
qual for o resultado do processo.
Comunicação ao Ofendido
dos Atos Processuais
Atendimento
Multidisciplinar ao ofendido
Art. 201, § 5º do CPP: se o juiz
entender necessário, poderá
encaminhar o ofendido para
atendimento multidisciplinar,
especialmente nas áreas
psicossocial, de assistência
jurídica e de saúde, a expensas
do ofensor ou do Estado.
01 O pagamento do profissional
ficará a cargo do acusado ou
do Estado, conforme decidir.
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O ofendido, é evidente, não
está obrigado a se submeter
ao tratamento disponibilizado.
Preservação da
Intimidade do Ofendido
Art. 201, §6º do CPP: O juiz tomará as providências necessárias à preservação da
intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o
segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras informações constantes
dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos meios de comunicação.
Art. 5º, inc. LX: a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a
defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
Art. 792, § 1º do CPP: se da publicidade da audiência, da sessão ou do ato processual,
puder resultar escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem, o juiz,
ou o tribunal, câmara, ou turma, poderá, de ofício ou a requerimento da parte ou do
Ministério Público, determinar que o ato seja realizado a portas fechadas, limitando o
número de pessoas que possam estar presentes.
Isoladamente, a palavra do ofendido
não basta para fundamentar
condenação.
Crimes de violência doméstica, crimes
contra a dignidade sexual, e outros
mais praticados na clandestinidade
(roubo, sequestro etc.), a palavra do
ofendido ganha maior relevância.
Valor Probatório
das Declarações
do Ofendido
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Vítima
Individual ou coletiva
Atentado à integridade
física ou mental
Sofrimento de ordem moral
Perda material
Declaração dos Princípios Fundamentais de
Justiça Relativos às da Criminalidade e de
Abuso de Poder
Mariana Ferrer (2018)
Boate Kiss (2013)
Casos
preambulares
Atendado a direitos
fundamentais
Familiares
Assistentes a vítimas
O que faz
o Estado?
Primária (decorrente do crime)
Secundária (decorrente da justiça)
Terciária (decorrente da sociedade)
Vitimização (efeitos do delito)
Intenções suicidas
Depressão
Culpa
Doenças relacionadas
Vazio existencial
Consequência das dores
Uma justiça efetiva não prescinde do
apoio às vítimas
Coadjuvante x protagonista
Estado x infrator
Notas de rodapé (Howard Zehr)
Mau funcionamento do sistema de justiça
Demora excessiva
Trauma revivido indefinidamente
Causa mais dano que justiça
Vitimização secundária
Vítima no
Processo Penal
Papel da vítima
Justiça Restaurativa
Valoriza a autonomia
e o diálogo01 04
02 05Compreensão conjunta
Conciliação harmônica03 06
Inclusão e
responsabilidade social
Vítima com voz ativa
Processo construtivo
de reparação
Princípios
Corresponsabilidade
Informalidade
Participação
Confidencialidade
Reparação dos danos
Voluntariedade
Empoderamento
Celeridade
Necessidades de todos
Imparcialidade
Consensualidade
Urbanidade
Problemas de comunicação
Reparação x agravamento
Oficina com detentos da Maria da
Penha e feminicídio
Gradação da facilitação
Resultado menos lesivo
Restauração das relações
após atropelamento
Casos finais
Referências Bibliográficas
MARCÃO, Renato. Código de Processo Penal Comentado. Editora Saraiva. 2016.
BRASILEIRO, Renato. Manual de Processo Penal, v. único. 8ª ed.. Salvador: Jus podivn, 2020.
KLEMPOVUS, Kássia R. Breus. A Vítima no ProcessoPenal. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2020.
Fim.

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