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ANATOMIA- DR MARIO

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ANATOMIA DOS ANIMAIS 
Prof. Doutor Mário Elias 
 
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ANATOMIA 
Anatomia – É uma palavra de origem grega cujo significado era “corte em partes” referida como 
desmembramento ou dissociação de partes do corpo. Actualmente é definida como sendo o ramo 
da biologia que estuda a forma e estrutura dos organismos. 
 
ANATOMIA VETERINARIA constitui o ramo da morfologia que se incumbe do estudo da 
conformaçäo e da estrutura dos animais domésticos. 
O estudo da anatomia pode ser dividido nas seguintes partes: 
I- Anatomia sistemática. 
II-Anatomia topográfica. 
III-Anatomia aplicada. 
Anatomia sistemática divide o organismo em sistemas orgânicos e estuda-os sucessivamente em 
separado comparando as diferentes espécies animais. 
A anatomia topográfica verifica certas porções ou regiões corporais com todo o conteúdo presente 
nos mesmos e determina as suas posições relativas. 
Anatomia Aplicada é a interação dos conhecimentos anatómicos com outras áreas como a cirurgia. 
 
ANATOMIA SISTEMATICA 
ORGÃOS E SISTEMAS 
Orgão é uma parte corporal especialmente demarcada, composta de tecidos variáveis e adaptados 
a realizaçäo duma função complicada. Cada orgão presente no corpo tem uma posição fixa e ao 
mesmo tempo uma relação funcional com outros orgãos do seu sistema correspondente. 
Sistema orgânico é o conjunto de orgãos de funçäo comum. O estudo basea-se no princípio de 
dentro para fora. Nos animais domésticos distinguem-se os seguintes sistemas: 
- Systema sceleti (sistema osseo). Estuda o esqueleto e serve de suporte e protecção das partes 
moles. O estudo do sistema é também conhecido por osteologia. 
- Sindesmologia (Artrologia). Estuda as articulações e inclui ligamentos e tendões 
-Systema musculorum (sistema muscular). Estuda os musculos e estruturas acessórias que ajudam 
a dar mobilidade aos ossos. 
-Systema digestorium (sistema digestivo). 
-Systema respiratorium (sistema respiratorium). 
-Systema uropoeticum (sistema urinario). 
-Systema genitale (sistema genital). 
-Systema vasorum (sistema circulatório). 
-Systema endicronologica (sistema endócrino). 
-Systema nervosum (sistema nervoso). 
-Organa sensum (orgãos sensoriais) são os orgãos dos sentidos que põem o indivíduo em contacto 
com o meio ambiente. 
-Systema cutanea (sistema cutáneo) estuda o revestimento em geral. 
 
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NOMENCLATURA ANATOMICA VETERINARIA. 
A anatomia veterinária, como as demais áreas da morfologia, tem a sua linguagem própria. Esta 
linguagem compreendendo o conjunto de termos para designar as inumeras partes do organismo 
animal, constitui a nomeclatura anatómica veterinária. Ela se propõe, assim, a solucionar o 
problema criado pelo uso de nomeclaturas diversas restritas a determinados autores. 
Para facilitar a descriçäo da posiçäo das partes corporais particulares ou dos orgãos situados na 
superfície ou no interior do corpo, usam-se alguns termos gerais. Estes expressam a relaçäo do 
orgão ou alguma relaçäo corporal com planos mentais. 
 
I.PLANA SAGITALIA. 
Os planos sagitais dividem longitudinalmente o corpo na direcçäo vertical, quer dizer 
de cima para baixo. Um dos planos que passa pela metade do corpo é o plano mediano (planum 
medianum), dividindo-o em duas metades similares: 
a) Pars dextra, a parte direita. 
b) Pars sinistra, a parte esquerda. 
 
Noutros planos sagitais paralelos ao plano mediano os orgãos situados próximo à ele estão 
colocados na direcçäo (medial). Os que estão distantes do que o outro, estão na direcçäo (lateral) 
ou lateralmente. 
 
II. PLANA DORSALIA. 
Os planos dorsais dividem o corpo em parte dorsal (dorsalis) e em parte ventral (ventralis). 
 
III. PLANA TRANSVERSALIA. 
Os planos transversais dividem o corpo em parte anterior (pars cranialis) e em parte posterior 
(pars caudalis). 
Na descriçäo da cabeça em vez do termo cranialis o termo rostral (rostralis), e na direcçäo posterior 
utilizamos o termo (caudalis). 
 
Nas extremidades, as partes situadas mais perto do tronco designam-se (proximalis), e aquelas que 
estão proximas das partes terminais das extremidades chamam-se (distalis). 
 
A área anterior das extremidades, do carpo ou tarso até os dedos designa-se por face dorsal (facis 
dorsalis) e a área posterior é designada face palmar (facis palmaris ) no membro torácico e por 
face plantar (facis plantaris) no membro pelvico 
 
Os planos dos digitos existem nos animais em que o eixo longitudinal da extremidade passa entre 
o 3º e o 4º dedos como os suínos e os ruminantes. 
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Usam-se ainda os termos axial (axialis) e abaxial (abaxialis) para determinar os planos dos dedos 
nos animais em que o eixo longitudinal da extremidade passa entre IIIº e o IVº dedos 
particularmente nos suínos e ruminantes. 
A parte proximal dos membros torácico e pelvico, desde o carpo ou tarso apresenta anteriormente 
a face cranial (facis cranialis) e posteriormente a face caudal (facis caudalis). 
 
DIVISÃO DO CORPO DOS ANIMAIS 
As partes individuais do corpo são frequentemente designadas de acordo com a base da região. 
O corpo dos animais é composto por cabeça (caput), pescoço (collum), tronco (truncus), 
extremidades membri: membra thoracica et pelvina e por cauda (cauda). 
O tronco é constituído por torax, abdome e pelve. 
O eixo do corpo é formado, sucessivamente, pela cabeça, pescoço, torax (thorax), abdomen 
(abdomen), pelve (pelvis), e cauda. 
A coluna vertebral é formada por uma série de vertebras, desde o cranio até a extremidade da 
cauda. 
 
CABEÇA - CAPUT 
A cabeça é a parte corporal na qual estão situados o cérebro, parte inicial dos orgãos digestivos e 
das vias respiratórias, bem como alguns orgãos sensoriais importantes. A cabeça 
divide-se em regiões craniais (regiones cranii) situadas na porçäo caudal e dorsal na cabeça. 
Regiões faciais (regiones faciei), onde estão as partes iniciais dos orgãos digestivos e respiratórios. 
 
REGIONES CRANII 
1- Região frontal (regio frontalis), nos bovinos nascem os cornos (cornua), encontra-se nela a 
protuberancia intercornual (protuberantia intercornualis). 
2- Região parietal (regio parietalis) 
3- Região occipital (regio occipitalis) 
4- Região temporal (regio temporalis) 
5- Região supraorbital (regio supraorbitalis). 
6- Fossa supraorbital (fossa supraorbitalis) nos equideos. 
7- Região auricular (regio auricularis). 
8- Topete (cirrus capitis), nos cavalos. 
9- Região cornual (regio cornualis). 
 
 
REGIONES FACIEI 
1- Região nasal (regio nasalis). 
Região lateral do nariz (regio lateralis nasi). 
Região dorsal do nariz (regio dorsalis nasi) 
Região do nariz (regio naris) 
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2- Região oral (regio oralis). 
Região labial superior (regio labialis superior). 
Região labial inferior (regio labialis inferior). 
3- Região mental (regio mentalis). 
4- Região orbital (regio orbitalis). 
Região palpebral superior (regio palpebralis superior). 
Região palpebral inferior (regio palpebralis inferior). 
5- Região zigomatica (regio zygomatica). 
6- Região infraorbitária (regio infraorbitalis). 
7- Região da articulaçäo temporomandibular (regio articulationes temporomandibularis). 
8- Região masseterica (regio masseterica). 
9- Região maxilar (regio maxillaris). 
10- Região bucal (regio buccalis). 
11- Região mandibular (regio mandibularis). 
12- Região intermandibular (regio intermandibularis). 
 
PESCOÇO - COLLUM, CERVIX. 
Liga a cabeça ao tronco. 
REGIONES COLLI 
1- Região parótidea (regio parotidea). 
2- Região dorsal do pescoço (regio colli dorsalis). 
Margem dorsal do pescoço (margo colli dorsalis) 
Crina (juba) no equideo. 
3- Região lateral do pescoço (regio colli lateralis). 
Sulco jugular (sulcus jugularis). 
4- Região ventral do pescoço (regio colli ventralis). 
 Regiãolaringea (regio laringea). 
Prega ventral do pescoço ou barbela (palear, plica ventralis colli). 
5- Região pre-escapular (regio prescapularis). 
 
TRONCO - TRUNCUS 
TORAX- THORAX 
É uma parte do tronco ligada as vertebras torácicas, costelas e ao esterno. No torax existem as 
seguintes regiões: 
1- Região costal (regio costalis). É a zona das costelas. 
2- Regiões do peito (regiones pectoris). 
Região esternal (regio sternalis). Tem como base o osso esternal . 
Região presternal (regio presternalis). 
3- Região mamária do torax (regio mammaria thoracica) nos carnívoros, suínos. 
4- Região escapular (regio scapularis). 
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 Região supraspinata (regio supraspinata). 
 Região da cartilagem escapular (regio cartilaginis scapulae). 
 Região infraspinata (regio infraspinata). 
 Região acromial (regio acrominalis). 
5- Região da articulação do úmero (regio articulationis humeri). 
 
ABDOME - ABDOMEN 
O abdome demarca a cavidade abdominal, onde estão situados os orgãos abdominais. 
Ventre (venter), é o abdome propriamente dito, carece de base óssea e divide-se em: 
1- Região cranial do abdome (regio abdominis cranialis). 
 Região hypocondríaca (regio hypochondrica). 
 Região xifoidea (regio xiphoidea) 
2- Região média do abdome (regio abdominis media). 
 Região lateral do abdome (regio abdominis lateralis). 
 Fossa paralumbar (fossa paralumbalis) 
 Região da prega lateral do joelho (regio plica lateralis). 
 Região umbilical (regio umbilicalis) 
3- Região caudal do abdome (regio abdominis caudalis). 
 Região inguinal (regio inguinalis), aqui se encontram ventrolateralmente os canais 
inguinais. 
 Região púbica (regio pubica), aqui se encontra a glândula mamária das fêmeas dos ruminantes 
e equídeos, e escroto nos mâchos. 
 
REGIÃO DORSAL - REGIONES DORSI 
1- Região vertebral torácica (regio vertebralis thoracis), situa-se na porçäo caudal da região 
interscapular. 
 Região interscapular (regio interscapularis). É a parte mais elevada do corpo quando a cabeça 
esta inclinada para baixo. 
2- Região lombar (regio lumbalis). Com base formada pelas vertebras lombares. 
 
PELVE - PELVIS 
É a parte do tronco que liga-se com a região lombar e é a parte mais musculosa do tronco. 
 
REGIÕES DA PELVE - REGIONES PELVIS. 
1- Região sacral (regio sacralis). 
2- Região do tuber coxal (regio tuberis coxae). 
3- Região glutea (regio glutea). 
4- Região da articulação coxal ou região trocantérica (regio articulationis coxae ou regio 
trochanterica). 
5- Região do tuber esquiatico (regio tuberis ischiadici). 
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6- Região da nádega (regio clunis). 
7- Região do períneo (regio perinealis). 
Região anal (regio analis) 
Região urogenital (regio urogenitalis). No gato e porco. 
8- Região caudal ou coccígea (regio caudalis). 
 
 
EXTREMIDADES - MEMBRII 
Regiões do membro torácico (regiones membri thoracici). 
1-Região da articulação do úmero (regio articulationes humeri). 
2- Região da axila (regio axillaris). 
3- Região do braço (regio brachii). 
4- Região tricipital (regio tricipitalis). 
5- Região do cúbito (regio cubitis). 
6- Região do antebraço (regio antebrachii). 
7- Região do carpo (regio carpi). 
8- Região do metacarpo (regio metacarpi). 
9- Região dos dedos da mão (regio digitorum manus). 
 
Regiões do membro pelvico (regiones membri pelvini). 
1- Região da articulação da coxa (regio articulations coxae). 
Região trocantérica (regio trochanterica). 
2- Região do fêmur (regio femoris). 
3- Região do joelho (regio genus). 
4- Região poplitea (regio poplitea). 
5- Região crural (regio cruris). 
6- Região do tendão comum de aquiles (regio tendinis calcanei communis). 
7- Região do tarso (regio tarsi). 
8- Região do metatarso (regio metatarsi). 
9- Região dos dedos do pé (regio digitorum pedis). 
 
OSTEOLOGIA. 
DIVISÄO DO ESQUELETO. 
O esqueleto pode ser dividido em esqueleto axial (skeleton axiale) esqueleto apendicular (skeleton 
appendiculare) e esqueleto visceral. 
O esqueleto axial compreende os ossos da cabeça, do pescoço e do tronco. 
O esqueleto apendicular inclui os ossos dos membros torácicos e pelvicos. 
O esqueleto visceral é constituido por alguns ossos que se desenvolvem em determinadas visceras, 
como por exemplo o osso do coração do boi, o osso do pénis do cão e do gato. 
 
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NÚMERO DE OSSOS. 
O número de ossos de um animal varia de acordo com a idade. O feto e os animais jovens tem número 
maior que os adultos, pois, nestes últimos, alguns ossos tendem a fusionar-se e por conseguinte, 
diminuem o número total de ossos. Assim em algumas espécies, tal como a ovina, o número de 
vertebras lombares pode ser 6 ou 7. O mínimo de vertebras coccígeas é bastante variável. Variações 
acentuadas no número de ossos são verificadas entre diferentes espécies domésticas. 
 
TIPOS DE OSSOS 
Comumente, os ossos säo classificados quanto a sua forma em: 
1- Ossa longa - ossos longos. 
2- Ossa brevia - ossos curtos. 
3- Ossa plana - ossos planos. 
4- Ossa mixa - ossos mistos. 
5- Ossa pneumatica - ossos pneumaticos. 
 
OSSA LONGA. 
Ossos compridos, também denominados ossos tubulares, compostos de corpo tubular chamado 
diaphysis e, de duas partes terminais alargadas, epiphysis (proximalis et distalis). A cavidade ossea 
(medular)- cavum medulare cheia de medula ossea (medulla ossium). 
Os ossos longos säo o humero, o radio, a ulna, o fêmur e a tíbia. 
 
OSSA BREVIA 
Todas as três medidas säo quase iguais. 
 
OSSA PLANA 
Tem forma de placas. 
 
OSSA MIXA 
Formam a transiçäo entre os ossos já indicados, exemplo deste tipo de ossos encontra-se nas costelas. 
 
OSSA PNEUMATICA 
Têm cavidade com ar e estäo na cabeça. 
 
SUPERFÍCIE DOS OSSOS 
A superfície dos ossos apresenta áreas irregulares, com saliências e depressões. Estes acidentes säo 
bem visíveis em ossos preparados dos quais foram removidas as estruturas moles. 
1- Promontórios lisos (processus articulares) säo: caput - cabeça; capitulum- cabecinha; condylus- 
condilo; trochlea- troclea. 
2-Promontorios rugosos säo: tuber-tuber; tuberculum- tuberculo; tuberositas- tuberosidade; 
trochanter- trocanter; processus- processo. 
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3- Saliências laminares säo denominadas: línea- linha; crista- crista; spina- espinha; promontorium- 
promontorio. 
4- Concavidades lisas cobertas por cartilagens falangicas que em conjunto designam-se por fovea 
articularis- covas ou fossas falangicas. 
5- concavidades rugosas: fossa- fossa (cova); cavitas- cavidade; fossula- fosseta; fovea- fovea; 
fissura- fissura (fenda, racha, rachadura); incisura- incisura; sulcus- sulco; collum- colo; arcus- arco. 
6- Aberturas, orifícios e canais. Os vasos entram nos ossos através de foramina nutritiva- canais 
nutritivos. 
Orgãos variáveis tem seus ossos entre eles, formados os foramina- orificios, as fanestrae - janelas, ou 
ainda canalis -canaliculos. 
 
PERIOSTEUM - PERIÓSTEO 
É uma membrana conjutiva que reveste os ossos, excepto nas superfícies articulares. Ele é constituido 
por uma camada externa, fibrosa, uma camada interna cujas células têm capacidade osteogénica. 
Durante o crescimento do animal, a camada interna fica muito desenvolvida. 
 
COLUMNA VERTEBRALIS - COLUNA VERTEBRAL. 
É constituida por uma cadeia de ossos impares, irregulares, situados no plano mediano desde o craneo 
até a cauda e denominados vertebras. 
A coluna é subdividida por cinco regiões, de acordo com a parte do corpo do animal: vertebrae 
cervicales, thoracicae, lumbales, sacrales et caudales / coccigea – vertebras cervicais, torácicas, 
lombares, sacrais e caudais respectivamente. 
Vertebras säo unidades independentes, excepto na regiäosacral, onde se encontram fundidas para 
formar os sacrum (o osso sacro). Säo articuladas às vizinhas por meio de disci intervertebrales (discos 
intervertebrais) e possuem um pequeno grau de movimento, o que confere a coluna vertebral certa 
mobilidade. 
O número de vertebras é variável com excepçäo do número das cervicais, que é constante em todos 
os mamíferos domésticos. 
 
CARACTERISTICAS GERAIS DAS VERTEBRAS 
Uma vertebra típica consiste de corpo (corpus vertebrae), o arco (arcus vertebrae) e vários processos 
para inserçäo dos músculos e ligamentos. O corpo é mais ou menos cilindrico. A cabeça constitui a 
extremidade cranial (extremitas cranialis) do corpo enquanto a extremidade caudal (extremitas 
caudalis ) apresenta uma depresäo, a fossa da vetebra. A face dorsal (facies dorsalis) do corpo é plana 
e forma o assoalho do forame vertebral (foramen vertebrale). A face ventral apresenta medialmente 
uma crista ventral (crista ventralis). Dorsalmente ao corpo está o arco (arcus vertebrae) que constitui 
as paredes dorso- laterais do forame vertebral (foramen vertebralis). O conjunto de forames vertebrais 
constitui o canal vertebral (canalis vertebralis) que aloja e proteje a medula espinhal (medula 
spinalis). 
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O arco vertebral é constituído por duas metades, que compreendem pediculo (pediculus arcus 
vertebrae) e lâmina (lamina arcus vertebrae). 
O arco apresenta nos bordos craniais (margo cranialis) e caudal (margo caudalis) dos pediculos, 
duas reentrancias, as incisuras vertebrais cranial e caudal (incisurae vertebralis cranialis et caudalis) 
respectivamnete. As incisuras de duas vertebras adjacentes delimitam uma abertura, o forame 
intervertebral (foramen intervertebralis), para passagem dos nervos e vasos espinhais. 
De cada arco vertebral projecta-se dorsalmente o processo espinhoso (processus espinosus) que varia 
conforme a regiäo e atinge grande desenvolvimento nas vertebras torácicas. 
De cada lado do corpo da vertebra originam-se os processos transversais (processus transversi). Nos 
bordos cranial e caudal do arcco vertebral encontram-se superficies lisas denominadas processos 
articulares (processus articulares craniales et caudales). 
 
VERTEBRAE CERVICALES - VERTEBRAS CERVICAIS 
As vertebras do pescoço em todos os animais mamíferos säo em número de sete 7, o corpo (corpus 
vertebrae) é aproximadamente duas vezes mais comprido do que o corpo das vertebras torácicas 
 
ATLAS - ATLAS 
O atlas é a 1ª vertebra cervical. É uma vertebra atípica desprovida de corpo e processo espinhoso 
(processus espinosus), no lugar do corpo aparecem duas massas laterais (massa lateralis) unidas por 
dois arcus, um dorsal e outro ventral. O arco dorsal é delgado e apresenta medialmente o tuberculo 
dorsal (tuberculum dorsalis). O arco ventral apresenta ventralmente o tuberculo ventral (tuberculum 
ventralis). A face dorsal deste arco forma o assoalho do forame vertebral (foramen vertebrale) e, 
próximo a sua borda caudal aparecem duas áreas lisas que constituem a fovea do dente (fovea dentis). 
As massas laterais (massa lateralis) apresentam, cranialmente duas concavidades, as foveas articulares 
craniais (fovea articularis cranialis), que se articulam com os condilos do osso occipital. 
Caudalmente, as massas laterais apresentam as foveas articulares caudais (foveae articulares 
caudales) para articulaçäo com o axis. 
No atlas, os processos transversais (processus transversus) estäo representados por duas asas. Na face 
dorsal da asa, proximo a sua borda cranial, observa-se uma fosseta na qual se abrem medialmente o 
forame vertebral lateral (foramen vertebrale laterale ), lateralmete abre-se o forame alar (foramen 
alare). No cavalo, na porçäo caudal das asas do atlas encontra-se um forame transversario (foramen 
transversarium). Na face ventral da asa observa-se uma depressäo a fossa do atlas (fossa atlantis). 
Nos ruminantes o atlas é mais potente, tendo as asas situadas horizontalmente, sem o forame 
transversario. No cäo o atlas tem arcos vertebral estreitos mas, as asas säo largas, nelas falta o foramen 
alare e é substituído pela incisura alare. 
Nos suínos em vez de forame transversario existe o (canalis transversarium), que começa na margem 
da porçäo caudal da asa. 
 
AXIS - O ÁXIS 
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É a mais longa das vertebras cervicais, carecteriza-se por apresentar o dente (dens axis) que se projecta 
cranialmente ao corpo, é típico para cada espécie animal. No cavalo tem forma de pá, nos ruminantes 
de cilindro, no porco de protuberância massissa e nos carnívoros cónica. 
Ele articula-se com o arco ventral (arcus ventralis) e com face interna das massas laterais do atlas. A 
face dorsal do dente é rugosa, a extremidade caudal é igual a das vertebras típicas. Possui a fossa 
vertebral para articulaçäo com a cabeça da 3ª vertebra cervical. Os processos articulares caudais säo 
bastante desenvolvidos. A face ventral apresenta uma crista ventral (crista ventralis) bem manifesta. 
O processo espinhoso (processus espinosus) forma uma crista que na parte caudal se divide em duas 
partes que terminam próximo dos promotórios articulares (processus articulares caudales) só no 
cavalo, noutros animais o processo espinhoso é unitário. Os processos transversais (processus 
transverus) säo ponteagudos, dirigem-se caudalmente, para cima e para fora. O forame vertebral está 
desenvolvido, situa-se proximo da borda cranial. 
O bovino tem o axis mais curto, com a espinha mais alta e em vez de canalis transversarius, tem o 
forame transverso (foramen transversarium). Nos suínos o axis é muito curto a espinha (processus 
spinosus) é alto. 
O axis do cäo é relativamente comprido e, em vez de forame vertebral lateral tem a (incisura 
vertebralis cranialis). 
As vertebras cervicais da terceira a sexta säo muito semelhantes. Na parte ventral há uma crista 
ventral. O processo espinhoso está desenvolvido só na ultima vertebra, e mesmo este é de tamanho 
reduzido. 
Nas raízes dos arcus há incisuras vertebrais (incisurae vertebralis cranialis et caudalis). O 
promontório lateral (processus transversus) está dividido em dois tuberculos (tuberculum dorsale et 
venrale) ao lado da raíz encontra-se o processo transverso perfurado pelo orifício (foramen 
transversarium). 
O promotório lateral da 6ª vertebra (processus transversus), tem (tuberculum dorsale et lamina 
ventralis). 
A ultima, a 7ª vertebra tem faces articulares formadas para articulaçäo com a cabeça da 1ª costela é 
(fovea costalis caudalis). 
 
 
VERTEBRAE THORACICAE - AS VERTEBRAS TORACICAS. 
 Têm os corpos relactivamente curtos (longos nos ruminantes) com crista (crista ventralis) na parte 
ventral. Aos lados das duas extremidades do corpo de cada vertebra encontram-se as foveas costais 
(craniais e caudais), (foveae costales craniales et foveae costales caudales). As foveas costais de 
vertebras adjacentes formam uma cavidade articular para a cabeça da costela respectivamente. A 
última vertebra torácica näo possui foveas costais caudais. Os processos articulares estäo reduzidos á 
simples faces articulares em quase todas as vertebras torácicas. 
Os processos transversais (processus transversi) säo curtos e grossos. A extremidade livre de cada 
processo transverso apresenta uma superfície articular para o tuberculo da costela, a fovea costal 
transversal (fovea costalis transversalis). 
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Os processos espinhosos (processus spinosus) säo bastante desenvolvidos, os da 3ª e 4ª vertebras säo 
geralmente os mais (desenvolvidos) altos e os subsequentes decrescem sucessivamente. Tem 
orientaçäo no sentido caudal, o processo espinhoso 13º (com excepçäo do cavalo que é 15º) é dirigido 
verticalmente, chama-se vertebra anticlinal (vertebra anticlinalis). 
Os arcos vertebrais possuem na sua baseincisões (incisurae vertebrales cranialis et caudales) que 
estäo entre duas vetebras e demarcam os orifícios intervertebrais (foramina intervertebrale) 
destinados a saída dos nervos. No cavalo, por vezes no bovino e suíno quase sempre o forame 
intervertebral é substituído pelo forame vertebral lateral que está situado no local da incisura vertebral 
caudalis (näo existe nos ovinos e caprinos). 
VERTEBRAE LUMBALES - VERTEBRAS LOMBARES 
Caracterizam-se pelos seus processos transversos (processus costarii) muito desenvolvidos, que se 
situam lateralmente. No cavalo o seu comprimento aumenta desde 1ª á 4ª e as últimas vertebras 
deminuem o seu comprimento e ao mesmo tempo mudam a sua posiçäo transversal a craniolateral. 
Nos outros animais o penúltimo promotório é mais comprido. O processo costal na ultima vertebra 
lombar do cavalo possui faces articulares para articulaçäo com o osso sagrado (facies articularis 
transversalis). Nos outros animais domésticos näo existem articulaçöes nem reciprocamente entre si 
nem com o osso sagrado. As outras partes das vertebras tais como: corpo, promontorio espinhoso, 
pequenas protuberancias e facies articulares, säo identicas ás das últimas vertebras torácicas. 
 
OS SACRUM - O OSSO SAGRADO 
As vertebras desta parte da coluna estäo unidas e formam um osso comun o (os sacrum), este articula-
se cranialmente com a última vertebra lombar, caudalmente com a 1ª vertebra coccigea e lateralmente 
com o osso quadril. Na parte dorsal do osso sagrado, plano médio há uma crista (crista sacralis 
mediana) formada pelos promontorios espinhosos das vertebras sagradas. Entre os processos 
espinhosos das vertebras do osso sacro estäo (spatia intespinalia), e na face pelvica do sacro entre as 
vertebras estäo umas linhas transversais (lineae transversae). Nas partes laterais do osso sagrado 
originam-se os processos transversos, e nas raízes dos processos encontram-se uns orifícios (foramina 
sacralia dorsalia et pelvina). 
Os processos transversus da 1ª vertebra sacral formam a base, a asa do osso (ala ossis sacri), na face 
dorsal da asa há uma face articular (facies auricularis) destinada á articulaçäo com a pelve. No cavalo 
existe na asa uma face articular para articulaçäo com a ultima vertebra lombar é (facies articulares 
transversalis). 
Na porçäo cranial do corpo é possível identificar um promontorio (promontorium), que é perceptivel 
durante a palpaçäo dos animais grandes na exploraçäo rectal. O promontório é deste modo um ponto 
orientador importante. 
 
 
VERTEBRAE COCCIGEAE - VERTEBRAS COCCIGEAS. 
Estas deminuem progressivamente de tamanho devido a reduçäo do tamanho dos corpos, dos seus 
processos espinhosos e transversos. As últimas vertebras caudais têm forma de cilindro. 
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TORAX- TORAX. 
O esqueleto do torax é formado pelas vertebras torácicas dorsalmente, costelas e cartilagens costais 
lateralmente e pelo esterno ventralmente. O torax forma a parede da cavidade torácica e tem aberturas 
torácicas cranial e caudal, (apertura thoracis cranialis et caudalis). 
 
COSTAE- COSTELAS. 
Nos vertebrados inferiores há costelas ao longo de toda a coluna vertebral. No homem e mamíferos 
domésticos parte delas é rodumentar, fundem-se com as vertebras e formam processos costais. Só na 
região torácica é que elas permanecem bem desenvolvidas. 
O número de pares de costelas corresponde ao número de vertebras torácicas por exemplo: 12 pares 
no homem, 13 nos ruminantes e carnívoros, 14 a 15 nos suínos e 18 nos cavalos. 
Costelas são ossos alongados e curvados que formam o esqueleto da parede torácica lateral, elas estão 
dispostas em séries de pares. Cada costela articula-se dorsalmente com duas vertebras adjacentes e 
são continuadas ventralmente pelas cartilagens costais. 
As costelas que se articulam com o esterno através das suas cartilagens são chamadas esternais, 
vertebras verdadeiras ou (costae verae) as restantes são falsas ou asternais (costae spuriae/ 
asternales). Elas não se juntam directamente com o esterno, mas as suas cartilagens juntam-se umas 
as outras formando o arco costal (arcus costalis). As costelas no fim da série e que têm as suas 
terminações ventrais livres e não encostadas a alguma cartilagem adjacente são chamadas costelas 
flutuantes: o último par no cão, as últimas duas costelas no homem. 
O intervalo entre as costelas é chamado espaço intercostal (spatia intercostalia). 
O ratio das costelas verdadeiras com as falsas é o seguinte: 
 
espécie verdadeiras costelas falsas 
cavalo 8 10 
ruminantes 8 5 
suíno 7 7 
carnívoros 9 4 
 
 
Cada costela é dividida numa porção ossea, (os costale), situadas dorsalmente, e a porção 
cartilaginosa ventralmente (cartilago costalis). 
O corpo (corpus costae), é alongado, estreito, e muito curvado. A face lateral é convexa no seu 
comprimento, a face medial é concava no seu comprimento. 
Na face medial próximo da borda caudal, encontra-se o (sulcus costae), que acomoda os vasos e 
nervos intercostais. A borda cranial é concava e a caudal é convexa. 
A extremidade vertebral (extremitas vertebralis) tem cabeça, colo e tuberculo. 
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A cabeça, (caput costae) tem face articular que é composta por duas facetas convexas, a cranial e a 
caudal, separadas pela crista da cabeça da costela (crista capitis costae). Elas se articulam com os 
corpos de duas vertebras torácicas adjacentes. 
O colo da costela (collum costae), junta a cabeça ao seu corpo. 
O tuberculo da costela (tuberculum costae), projecta-se caudalmente na junção do colo com o corpo, 
tem uma faceta (facies articularis tuberculi costae), para articulação com o processo tranverso da 
vertebra caudal. 
Distalmente ao tuberculo , a extremidade vertebral da costela forma um angulo (angulus costae). 
A extremidade esternal da costela forma a junção costocondral com a cartilagem costal. A angulação 
da costela com a cartilagem costal é o joelho da costela (genus costae). 
A cartilagem costal termina sob forma de cilindro que se articula com o esterno. 
As costelas verdadeiras articulam-se com o esterno e as falsas sobrepõem-se e encostam-se umas as 
outras com ajuda de tecido elástico para formar o arco costal. 
 
 
STERNUM- OSSO DO PEITO, ESTERNO. 
É um osso mediano segmentado. Os segmentos (sternebrae), são unidos por meio de cartilagem que 
ossifica e funsionam-se no adulto. As cartilagens das costelas verdadeiras localizam-se lateralmente. 
Entre sternebrae encontam-se (syncondrosis interstenebrales). O esterno do cavalo tem a forma de 
canoa, é aplanado lateralmente, excepto a parte caudal, que é aplanada dorsoventralmente. Tem 7 
sternebrae no cavalo e nos ruminantes, 6 no suíno, e 8 as vezes 9 segmentos no carnívoro. 
A extremidade cranial (extremitas cranialis) do externo consiste largamente dum prolongamento 
cartilaginoso achatado lateralmente, o manubrio do esterno (manubrium sterni). O manubrio esterno 
representa aquela parte do esterno que se estende cranialmente. Caudalmente o manubrio articula-se 
com o corpo (corpus sterni). O corpo do esterno estende-se caudalmente na mesma extensão da 
inserção das costelas verdadeiras. 
A porção lateral do corpo apresenta na sua parte dorsal as incisuras costais (incisurae costales) para 
articulação com cartilagens das costelas esternais. 
O último segmento do corpo forma o processo xifoide (processus xiphoideus), que é caudal, e é a 
continuação mediana do esterno sem alguma conecção com as costelas. O processo tem uma 
cartilagem (cartilago xiphideus), que se projecta caudalmente. 
 
 
SKELETON CAPITIS- OSSOS DA CABEÇA 
 No esqueleto da cabeça estudam-se os ossos da crânio em conjunto. No caso presente estão 
mencionados os acidentes mais importantes. Para uma descrição mais pormenorizada devem ser 
consultados tratados de anatomia veterinaria. 
O esqueletoda cabeça nas diversas espécies animais é muito diferente, havendo porém muitas 
caracteristicas do crânio que são comuns a todos os animais domésticos. 
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Ao esqueleto da cabeça pertecem, na maioria dos casos, ossos planos ligados por comissuras imóveis. 
Só a mandibula e os ossos da hioide é que têm ligações móveis. 
De acordo com a sua função os ossos da cabeça dividem-se em ossos do crânio (ossa cranii ou 
neurocranium) e os ossos da face (ossa faciei ou splancnocranium). Os ossos podem ser pares ou 
impares. 
OSSOS DO CRÂNIO - OSSA CRANII. 
Ossos impares: osso basisfenoide (os basisphenoidale), osso pre-esfenoide (os presphenoidale), osso 
interparietal (os interparietale) e osso occipital (os occipitale). 
Ossos pares: ossos parietais (ossa parietale), ossos frontais (ossa frontale) e ossos temporais (ossa 
temporale). 
 
OSSOS DA FACE - OSSA FACIAI ou SPLANCNOCRANIUM. 
 
OSSA FACIEI. 
Osso nasal (os nasale), osso lacrimal (os lacrimale), osso maxila (os maxilla), osso incisivo (os 
incisivum), ossso palatino (os palatinum), osso zigomatico (os zygomaticum), osso mandibula (os 
mandibula) e osso hiode (os hyoideum). 
 
OSSOS NASAIS. 
São alongados, formam parte da parede dorsal da cavidade nasal, a sua extremidade rostral esta 
dividida em dois ramos ponteagudos. Na sua direcção caudal os ossos nasais comunicam com os 
ossos maxilar, lacrimal e frontal. 
 
OSSOS LACRIMAIS - OSSA LACRIMALE. 
Os ossos lacrimais participam na formação da orbita. Trata-se de ossos intercalados entre os ossos 
nasal, maxila, frontal e zigomatico. Fazem parte da parede ossea da orbita, onde apresentam um 
orificio, o forame lacrimal (foramen lacrimale) que é o início do canal nasolacrimal (canalis 
nasolacrimalis). Este canal percorre o interior dos ossos lacrimais e maxilar e abre-se na cavidade 
nasal. O ossos lacrimais têm face facial (facies facialis) e face orbital (facies orbitalis). Nos 
ruminantes os ossos lacrimais apresentam uma bolha lacrimal (bulla lacrimalis). 
 
OSSOS MAXILARES- OSSA MAXILLAE. 
São os ossos mais desenvolvidos na face. Estão unidos aos ossos nasais, lacrimais, ziygomaticos e 
incisivos. Cada um é composto por corpo (corpus maxillae) e por promontórios (processi). Na sua 
porção média apresenta uma elevação linear a crista facial (crista facialis) que termina rostralmente 
numa saliência rugosa, o tuber facial (tuber faciale) ao nível do terceiro pre-molar no cavalo, primeiro 
pre-molar no bovino. 
Rostralmente ao tuber facialis ao nível do primeiro pre- molar, encontra-se o forame infraorbitário 
(foramen infraorbitale). Este forame pode ser duplo nos ruminantes. 
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A partir do corpo da maxilla, diversos promontórios se originam: processos alveolares (processus 
alveolaris) com alveolos dentais (alveoli dentales) para inserçao dos dentes e processos palatinus 
(processus palatinus) que forma a base, palato duro (palatum durum). 
 
OSSOS INCISIVOS - OSSA INCISIVII. 
Cada um é composto por corpo (corpus incisivi) no qual em todos os animais, menos nos ruminantes, 
estão formados os alveolos para os dentes. O ossos incisivos têm promontórios, os processos 
alveolares (processus alveolaris). 
 
OSSOS PALATINOS - OSSA PALATINII. 
A parte caudal do palato duro é composta pela lâmina horizontal (lamina horizontalis) do osso 
palatino. O osso palatino é também constituído por uma lâmina perpendicular (lamina 
perprndicularis) que forma a parede lateral da coana. Entre ambas as lâminas encontra-se o seio 
palatino. 
 
OSSOS ZIGOMATICOS- OSSA ZYGOMATICII. 
Situam-se caudodorsalmente às maxilas, formam parte da parede ventral da orbita óssea. Da sua 
porção caudal destacam-se dois processos: 
- Processo frontal (processus frontalis), que se encontra nos ruminantes e nos carnívoros. Dirige-se 
dorsalmente para se unir ao processo zigomatico (processus zugomaticus) do osso frontal. 
- Processo temporal (processus temporalis), que se dirige caudalmente e se une ao processo 
zigomatico (processus zygomaticus) do osso temporal para formar o arco zigomatico (arcus 
zygomaticus). 
 
MANDIBULA - MANDIBULA. 
Mandibula é composta por duas partes unidas por sincondrose intermandibular (synchondrosis 
intermandibularis). A sincondrose ossifica no cavalo e porco, depois deste processo a mandibula fica 
como que um único osso. Cada mandibula é formada por corpo, (corpus mandibulae), angulo 
(angulos mandibulae) e ramo (ramus mandibulae). O corpo é a porção rostral disposta 
longitudinalmente. Apresenta uma face externa (facies externa), voltada para os labios e uma face 
interna (facies interna) voltada para a língua. A face externa é lisa e apresenta próximo da extremidade 
rostral, um ou dois forames mentais (foramina mentalia), nos carnivoros aparecem dois ou três e no 
porco é constituído por quatro ou cinco orifícios através dos quais emergem vasos e nervos mentais. 
A face é lisa. Na borda dorsal da mandibula situam-se os alveolos para os dentes da arcada inferior. 
Rostralmente encontram-se os alveolos para os dentes incisivos (pars incisiva) de cada lado. 
Caudalmente situam-se os dentes premolares que estão nos respectivos alveolos para os dentes 
molares na (pars molaris). O espaço sem alveolos, entre os incisivos e os pre molares denomina-se 
borda interalveolar (margo interalveolaris). 
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O ramo da mandibula projecta-se dorsalmente a partir do ângulo (angulos mandibulae). A sua 
extremidade dorsal, livre, apresenta-se dividida pela incisura mandibular (incisurae mandibulae) em 
dois processos: 
- Processo coronoide (processus coronoideus) rostralmente. 
-Processo condilar (processus condylaris), caudalmente é formado por uma superficie articular (caput 
mandibulae) e por uma porção extreita, o colo (collum mandibulae). A superfície medial do ramo 
apresenta um orifício, o forame da mandibula (foramen mandibulae) onde se inicia o canal da 
mamdibula (canal mandibulae). Na face externa há uma fossa masseterica (fossa masseterica) e na 
face interna há uma fossa pterigoide (fossa pterygoidea). 
 
OSSO HIÓIDE- OS HYOIDEUM. 
O osso hiode encontra-se na cabeça e no pescoço, articula-se dorsalmente com o processo estiloide 
(processus stiloideus) do osso temporal. Ao hióide estão presas à língua e a laringe. 
O osso hióide é constituído pelos seguintes segmentos: 
-Basi-hióide (basihyoideum), que se dispõe transversalmente. 
-Processo língual (processus lingualis), projecta-se rostralmente à basehioide. 
-Tiro-híóide (thyrohyoideum) que se projecta da basehioide e se dirige caudalmente para se articular 
com a cartilagem tiroide da laringe. 
-Cerato-hióide (ceratohyoideum), cada uma delas forma projecçao ossea dorsal que se articula com 
epi-hióide. 
-Epi-hióide (epihyoideum), cada uma delas é pequena e cilindrica nos ruminantes, nos cavalos 
fundem-se cedo com estilo-hióide. 
-Eestilo-hióide (stilohyoideum), são ossos direcionados caudal e dorsalmente, e se articulam com a 
parte petrosa do osso temporal através da timpano-hióide (tympanohyoideum). 
Os estilo-hióides são os maiores segmentos do hióide. 
 
OSSOS OCCIPITAIS- OSSA OCCIPITALIA. 
Os ossos occipitais demarcam o extremo caudal do crânio. Nos animais jovens, cada osso é composto 
por corpo (pars basilaris), partes lateralis (pars lateralis), e escama (squama occipitalis). Nos animais 
adultos estas formações articulam-se sem limite ou demarcação evidente. Os ossos apresentam mais 
ou menos no seu centro, uma saliência rugosa, a protuberância occipital externa (protuberantia 
occipitalis externa), onde se insere o ligamento da nuca. Nos bovinos esta protuberância se encontra 
nos ossos parietais. Ventralmente a face caudal apresenta uma larga abertura, o forame magmo 
(foramen magnum), por onde sai a medula espinhal. De cada lado daquele forame encontram-seos 
condilos occipitais (condylus occipitalis). Lateral e rostralmente aos condilos encontram-se os 
processus paracondilares (processus paracondilaris). 
 
 OSSO PARIETAL - OS PARIETALIS. 
 Os ossos parietais relacionam-se na linha média formando a crista sagital externa (crista sagitalis 
externa), particularmente no cavalo e no cão. 
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 OSSO INTERPARIETAL- OS INBTERPARIETALIS. 
 Estes ossos fusionam-se formando um único osso, a parte interna o processo tentórico (processus 
tentoricus) nos carnívoros e cavalos. O processo tentórico projecta se para o interior da cavidade 
craniana e forma com o processo tentorial dos ossos occipital e parietal o tentório ósseo do cerebelo 
(tentorium cerebellii osseum), que separa incompletamente a cavidade cerebral da cerebelar. 
 
OSSO FRONTAL - OS FRONTALIS. 
É composto por duas placas que ligam os sinos frontais e que pertecem as cavidades nasais acessórias. 
O osso frontal emite dois promontórios: 
- Processo orbital (processus orbitalis), que forma a base da parede interna da orbita. 
- Processos zigomático (processus zygomaticus) que demarca a orbita. 
No bovino a testa é cumprida e forma a base dum espaço intercornual (protuberantia intercornualis), 
nos lados existem espansões, os processos cornuais (processus cornualis).O osso da testa do gado 
bovino é todo ele pneumatizado. 
 
OSSO TEMPORAL - OS TEMPORALIS. 
Este osso pode ser dividido em três partes: escamosa (pars squamosa), timpanica (pars tympanica) e 
petrosa (pars petrosa). 
Parte escamosa, é a porção mais dorsal do osso temporal, emite processus zigomatico (processus 
zygomaticus), que participa na formação do arco zigomatico. Na parte ventral tem uma placa falangica 
(facies articularis) para articulação com a mandibula (processus retroarticularis). 
Parte timpanica, situa-se ventralmente à parte escamosa, nela estão situados o meato acústico externo 
(meatus acusticus externus), a sua sutura externa denomina-se poro acústico externo (porus acusticus 
externus). 
Parte petrosa, encera a parte interna da orelha chamada meato acústico interno (meatus acusticus 
internus). 
 
OSSOS PTERIGOIDEOS - OSSA PTERYGOIDEUS. 
São ossos pequenos, planos lateralmente em relação ao vômer. Entre os ossos pterigoideos 
encontram-se grandes orifícios, a coana (choana). A porção ventral dos ossos é livre e forma hamulo 
ptergoide (hamulus pterygoideus). 
 
VÔMER - VOMER. 
Participa na formação do septo nasal (septum nasi), na sua margem dorsal encontra-se um sulco, o 
sulco septal (sulcus septalis) no qual se acomoda a cartilagem do septo nasal (cartilago septi nasi). 
 
OSSO ETMOIDAL - OS ETHMOIDALE. 
O osso olfactivo é plano, pregueado, com localização profunda no limiar da cavidade nasal e craniana. 
É composto por duas placas perfuradas, a lâmina crivosa (lamina cribrosa), onde se encontram duas 
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fossas (fossa ethmoidale), separadas por uma placa média a lâmina perpendicular (lamina 
perpendicularis). Contém um labirinto olfactivo, o labirinto etmoidal (labyrinthus ethmoidalis). O 
labirinto tem um número de delicados ossos em forma de rolo, ossos etmoturbinais, que são 
envolvidos dorsal, lateral e ventralmente e estão inseridos na lâmina piperácea, que é uma lâmina 
óssea muito fina. Em cada uma das metades da cavidade nasal, a ethmoturbinalis divide-se em placas 
grandes (endoturbinalia), em placas pequenas (ectoturbinalis). Os invólucros olfactivos em conjunto 
formam o labirinto olfactivo já referido. 
OSSO BASISFENOIDE- OS BASISPHENOIDALE. 
É um osso impar, está situado no fundo, na parte ventral, do crânio. É composto por corpo e por dois 
pares de asas (alae basisphenoidale). 
OSSO PREESFENOIDE - OS PRAESPHENOIDALE. 
Esta situado como o basifenoide no fundo do crânio. É composto pelo corpo (corpus ossis 
presphenoidale). Junta-se através da sincondrose intersfenoide com o osso basisfenoide 
 
ORBITA - ORBITA. 
É a cavidade que contém o globo ocular (bulbus ocularis), musculos, vasos, nervos e partes do 
aparelho lacrimal incluindo a glandula lacrimal. Na parede mediana da orbita situa-se a cova (fossa 
sacci lacrimalis) através da qual entram as lagrimas para atravessarem o ducto osseo (canalis 
lacrimalis) que desemboca na cavidade nasal. Na face dorsolateral, a glandula lacrimal deixa a sua 
impressão em forma da fossa (fossa glandulae lacrimalis). 
Na porção ventral da orbita encontra-se a fossa pterigopalatina (fossa pterygopalatina) que na sua 
parte caudal dispõe de 6 a 7 orifícios. Na posição mais dorsal dos mesmos encontra-se o primeiro 
forame, o (foramen ethmoidale), através do qual entram na cavidade craniana vasos e nervos com a 
mesma denominacao. O orifício seguinte é o segundo, (canalis opticus), depois segue a (fissura 
orbitalis) através da qual passam os nervos ópticos, oculomotor e abducente. 
O quarto orifício posterior é o (foramen trochlear), serve para a passagem do quarto nervo da cabeça, 
o nervo trochelear. O quinto forame é o (foramen rotundum) que está situado no lado ventrolateral do 
quarto forame. O último orifício é o sexto, o (foramen alare rostrale). 
Na posição rostral da fossa pterigopalatina estão situadas 3 aberturas, na direcção lateral está o 
primeiro forame, o (foramen maxillare) que desemboca formando o canalis infraorbitalis (canalis 
infraorbitalis). Na porção média encontra-se o segundo forame, o (foramen sphenopalatinum), que 
termina na cavidade nasal, na parte ventral da fossa pterigopalatina está colocado o terceiro forame, 
o (foramen palatinum caudale) que se dirige ao canal palatino caudal (canlis palatinus caudalis) que 
por sua vez se dirige ao canal palatino maior (canalis palatinus major), este desemboca no foramen 
palatino maior (forame palatino major). 
 
CAVIDADE NASAL - CAVUM NASI. 
A cavidade nasal é demarcada pelos ossos nasais, maxila e pelos ossos palatinos. A cavidade nasal é 
dividida pelo tabique, septo nasal (septum nasi) em duas partes. 
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 - Septo nasal que é formado pela cartilagem nasal (cartilago nasi) e pelo vômer. Nas paredes laterais 
da cavidade nasal, estão fixadas as conchas. Na porção caudal da cavidade nasal há um labirinto 
olfactivo. A cavidade nasal principal emite para os ossos circunvizinhos aneurismas, os seios para 
nasais (sinus paranasalis). 
 
PALATO DURO - PALATUM OSSEUM. 
É uma parede que separa a cavidade bucal da cavidade nasal. É constituída pelo processo palatino do 
osso incisivo (processus palatinus ossis incisivi), pelo processo palatino da maxila (processus 
palatino maxillae) e pela lâmina horizontal do osso palatino (lamina horizontal ossis palatinu). Na 
parte caudal do palato ósseo desemboca em cada lado o forame palatino maior, que caudalmente 
continua como canal palatino. 
 
ARCO ZIGOMATICO - ARCUS ZYGOMATICUS. 
É formado pelo processo zigomatico (processus zygomaticus ossis temporalis), pelo processus 
zigomatico do osso frontal (processus zygomaticus ossis frontalis), pelo processo zigomatico do ossos 
maxila (processus zygomaticus ossis maxila) e pelo processo temporal do osso zigomatico (processus 
temporalis ossis zygomatici). 
 
CAVIDADE DO CRANIO - CAVUM CRANII. 
A cavidade craniana encerra o cérebro, com as suas membranas e vasos. 
A cavidade craniana divide-se em partes cerebral e cerebelar. Ambas as partes estão incompletamente 
divididas por uma protuberância interna (protuberantia occipitalis interna) e pelo tentório 
(tentorium). 
Nas paredes dorsais e laterais encontram-se impressões das circunvalações e dos sulcos cerebrais 
(impressiones digitatae). Na parede rostral encontram-se as fossas etmoidais e cada uma é perfurada 
pelo forame etmoidal (foramen ethmoidale) que termina na orbita. 
Na porção rostral da cavidade craniana estão presentes os sulcos chiasmáticos que desembocam nos(canali fasciculi optici). Na direcção caudal dos mesmos encontra-se a fossa da hipófise ou sella 
turcica (cella turcica). Nos lados encontram-se as fossas (fossae lobi piriformis), que são impressões 
dos lobos piriformis do cérebro. 
Na porção caudal da cavidade craniana encontram-se fossas da ponte da medula oblongata (fossae 
medulae oblongata). Nos bordos encontram-se orifícios (foramen lacerum) no cavalo e porco; forame 
jugular (foramen jugulare) e forame oval (foramen ovale) nos ruminantes e carnívoros. 
 
OSSOS DO MEMBRO TORÁCICO-OSSA MEMBRI THORACICI. 
O esqueleto do membro torácico é composto por ossos da cintura do membro torácico (cingulum 
membri thoracici) e pelo esqueleto do membro livre (ossa membri liberi). 
A cintura completa do membro torácico é composta por escápula, clavícula e osso coracóide (scapula, 
clavicula et os coracoide). A cintura dos animais domésticos está reduzida a um só osso, a escápula. 
 
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ESCÁPULA- SCAPULA. 
A escápula é um osso plano triangular no qual se descreve: 
- Borda cranial (margo cranialis). 
- Borda caudal (margo caudalis). 
- Borda dorsal (margo dorsalis). 
- Ângulo cranial (angulus cranialis). 
- Ângulo caudal (angulus caudalis). 
- Ângulo ventral (angulus ventralis). 
 
Na face lateral (facies lateralis) encontra-se a espinha da escápula (spina scapulae) que a divide em 
duas fossas, a fossa supraspinhosa (fossa supraspinata) cranialmente a spina scapulae é pequena e 
estreita. A (fossa infraspinata) fossa infra espinhosa é a mais longa das duas, situa-se caudalmente a 
spina scapulae. Na spina scapulae encontra-se uma eminência rugosa denominada tuber da espinha 
da escapula (tuber spinae scapulae) no suíno e equídeo. Na extremidade distal da espinha da escapula 
encontra-se o acrómio (acromion) que é pouco acentuado no cavalo e no porco. No cão encontramos 
processo hamato (processus hamatus) e no gato processo suprahamato (processus suprahamatus). 
Na face costal ou face medial (face costalis/face medialis), da escápula encontra-se a fossa 
subscapular (fossa subscapularis) que ocupa quase toda a sua extensão, na porção proximal há duas 
superfícies rugosas, superfícies serreadas (facies serrata). 
A extremidade distal da escapula constitui o colo da escapula (collum scapulae) e ângulo ventral 
(angulos ventralis) o qual apresenta uma superfície lisa, oval e concava, cavidade glenoidal (cavitas 
glenoidal). Dorsalmente à mesma encontra-se uma tuberosidade, tuberculo supraglenoidal 
(tuberculum supraglenoidale). 
Da porção medial do tuberculo destaca-se o processo coracoide (processus corocoideus). 
Os ruminantes têm margo dorsalis largo, a spina scapulae é puxada para a margo cranialis, o acromion 
é alto. Os equínos não têm acrómio. Os suínos têm tuber spinae scapulae largo, alto e inclinado sobre 
a fossa infraspinhosa, o acrómio não está desenvolvido. Nos carnívoros a spina scapulae fica situada 
no meio da face lateral, o acrómio está desenvolvido e apresenta o processo hamato, e no gato o 
processo suprahamato. 
 
ESQUELETO DO MEMBRO LIVRE - OSSA MEMBRI LIBER. 
ÚMERO - HUMERUS. 
É costituído por corpo e duas extremidades proximal e distal (corpus, epiphysis proximalis et distalis). 
A extremidade proximal é constituída por cabeça (caput humeri) esférica virada para a direcção 
caudal, colo (collum humeri), tuberculo maior (tuberculum majus), tuberculo menor (tuberculum 
minus), ambos os tuberculos estão divididos por um sulco intertubercular (sulcus intertubercularis) o 
qual no cavalo está dividido por um tuberculo intermédio (tuberculum intermedium) em dois sulcos. 
Noutros animais, o sulco é unitário. 
O corpo do úmero (corpus humeri ou diaphysis) apresenta faces cranial, caudal, lateral e medial 
(facies cranialis, caudalis, lateralis et medialis). 
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A face lateral é lisa e está ocupada quase totalmente por uma depressão larga e lisa denominada sulco 
do musculo braquial (sulcus musculi brachialis), a tuberosidade deltoide (tuberositas deltoidea), a 
crista do úmero (crista humeri) que corre distalmente no corpo do úmero, no sentido lateromedial, e 
ainda a superfície do musculo infra-espinhoso (facies musculi infraspinata). 
A face medial apresenta próximo ao terço médio, uma área, a tuberosidade redonda maior tuberositas 
teres major). 
A face cranial é curta, sem acidentes. 
Na epífise distal encontram-se caudalmente os condilos medial e lateral (condylus medialis et 
condylus lateralis), o epicondilo medial e o epicondilo lateral (epicondylus medialis et lateralis), 
troclea (trochlea), fossa do olecrano (fossa olecrani), fossa coronoide (fossa coronoidea). 
Nos carnívoros e por vezes, nos suínos a fossa alecrano e a fossa coroneide comunicam-se e formam 
o forame supratroclear (foramen supratrochleare). No gato o úmero está perfurado imediatamente na 
direcção proximal e sobre o epicondilo medial por um orifício denominado forame supracondilar 
(foramen supracondylare). 
 
OSSOS DO ANTEBRAÇO - OSSA ANTEBRACHII. 
Formados pelos ossos radio (radius) e ulna (ulna). O radio é o mais volumoso e o mais cranial dos 
dois ossos do antebraço. 
 
O RADIO é constituído por cabeça (caput), colo (collum), corpus (corpus) e troclea (trochlea). 
A cabeça (caput radii) tem fovea da cabeça do radio (fovea capitis radii) que se articula com o osso 
do braço. A tuberosidade do radio (tuberositas radii) que é uma eminência pouco saliente, e se 
encontra na porção craniomedial do colo. A face caudal da cabeça do radio apresenta faces para 
articulação com ulna. 
O corpo do radio tem face cranial e caudal, separadas pelas bordas lateral e medial (margo lateral et 
medialis), estas bordas são lisas e algo aredondadas. Na face entre estes ossos se formam os espaços 
interósseos proximal e distal (spatium interosseum antebrachii proximalis et distalis) 
A extremidade distal tem face articular irregular, a face articular cárpea (facies articularis carpea). 
Nos bordos há promontórios (processus styloideus medialis et lateralis). 
 
A ULNA é um osso cuja extremidade proximal se projecta e forma o olecrano (olecranon). Esta parte 
da ulna é o tuber do olecrano (tuber olecranon). O olecrano apresenta ainda uma incisura troclear 
(incisura trochlearis) que por sua vez destaca na sua parte proximal o processo anconeu (processus 
anconeus) que se projecta cranialmente enquanto distalmente aparecem os processos coronoides 
lateral e medial (processus coronoideus lateralis et medialis) e entre os dois processos encontra-se a 
incisura radial da ulna (incisura radialis) que se articula com a circunferência articular do radio. 
O corpo da ulna é triangular e ligeiramente convexo cranialmente. 
Na epífise distal a ulna se projecta como processo stiloide ulnar (processus styloideus), aqui se 
encontra a circunferência articular ulnar (circumferentia articularis) para articulação com o radio no 
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suíno e carnívoro. Nos ruminantes ela está fundida ao radio. No equino a extremidade distal da ulna 
funde-se à troclea do radio para formar o processo estiloide lateral. 
Nos suínos os ossos do antebraço têm grossura aproximadamente idêntica estão unidos por tecido 
conjuntivo e, não se aderem um ao outro. Nos carnívoros, o esqueleto do antebraço é relativamente 
comprido. 
 
OSSOS CÁRPICOS- OSSA CARPI 
Os ossos cárpicos são ossos pequenos formados por duas fiadas, ordo proximal e ordo distal. Na fiada 
proximal encontram-se na direcção medial o osso radial do carpo (os carpi radiale), o segundo 
colocado na zona intermédia osso intemédio do carpo (os carpi intermedium), o terceiro, o osso ulnar 
do carpo (os carpi ulnare) e o quarto, o osso acessório do carpo (os carpi acessorium). Osso acessório 
do carpo ressalta do grupo dos ossos cárpicos na direcção palmar. 
Na fiada distal osossos recebem nomes ordenados em, I, II, III e IV (ossa carpii primum, secundum, 
tercium et quartum). 
Os rumunantes não têm formado o osso cárpico I. Os ossos cárpicos II e III estão aderidos e formam 
o (os carpi trapezoideocapitatum). O osso cárpico IV está separado. 
Nos suínos estão presentes todos os 8 ossos cárpicos. 
No cão o ossso radial do carpo adere ao osso intermédio do carpo e formam o osso intermedioradial 
do carpo (os carpi intermedio radial). 
No equídeo o primeiro osso cárpico, os carpi radiale, pode faltar. 
 
OSSOS METACÁRPICOS - OSSA METECARPALIA. 
Os ossos metacárpicos do ponto de vista de anatomia comparada e do ponto de vista filogenético têm 
desenvolvidos no máximo 5 ossos metacárpicos conforme o número dos dedos. Aquele número de 
ossos metacárpicos, encontra-se no homem e nos carnívoros. De acordo com o uso limitado das 
extremidades e aceleração da locomoção em algumas espécies de mamíferos, durante a sua evolução 
aconteceu a redução do número de dedos e do número de ossos metacárpicos simultaneamente. No 
cavalo está desenvolvido apenas um dedo, o terceiro. Assim o esqueleto metacarpal tem apenas um 
osso complentamente desenvolvido, o osso metacárpico III (os metacarpale tertium). O segundo e o 
quarto ossos metacárpicos (os metacarpale secundum et quartum) estão em processo de atrofia, 
estando desenvolvidas somente as porções proximais. O primeiro e o quinto osso metacárpicos 
desapareceram completamente. 
 
TERCEIRO OSSO METACARPAL - OS METACARPALE TERTIUM. 
É osso tubular comprido e apresenta base (basis) ou extremidade proximal, corpo (corpus) ou diáfise 
e cabeça (caput) ou extremidade distal. A extremidade proximal tem faces articulares (facies 
articularis). A porção dorso medial apresenta a tuberosidade do osso metacarpal (tuberositas ossis 
metacarpalis). 
A porção distal do osso forma a troclea do osso metacarpal (trochlea ossis metacarpalis) dividida 
pelas espinhas em duas porções: medial e lateral. 
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Os ossos metacarpicos II e IV têm as suas cabeças alargadas estreitando os seus corpos na direcção 
distal, onde o corpo termina com engrossamento botoniforme. 
Nos ruminantes estão completamente desenvolvidos dois dedos (III et IV), estando os outros dois 
atrofiados. O osso metacarpal origina-se da aderência do terceiro e quarto ossos metacárpicos. A face 
dorsal é convexa e possui um sulco, o sulco longitudinal dorsal (sulcus longitudinalis dorsalis), este 
sulco liga os canais metacárpicos proximais e distais (canalis metacarpi proximalis et distalis). A face 
palmar é plana e apresenta um sulco longitudinal palmar (sulcus longitudinalis palmaris). A 
extremidade distal, está dividida por uma profunda incisura intertroclear (incisura intertrochlearis) 
em duas trocleas medial e lateral. Cada troclea apresenta uma crista. 
Nos suínos extinguiu-se só o primeiro dedo, por isso, o porco tem 4 dedos e 4 ossos metacárpicos II, 
III, IV e V, sendo o III e o IV os mais pontentes e mais compridos. 
Os carnívoros têm 5 dedos e 5 ossos metacárpicos, dos quais o primeiro dedo é substancialmente 
menor. 
 
OSSOS DOS DEDOS DA MÃO - OSSA DIGITIRUM MANUS. 
Cada dedo compõe-se de 3 falanges, a primeira falange (phalanx proximalis ou os compedale), a 
segunda falange (phalanx media ou os coronale) e a terceira falange (phalanx distalis ou os ungulare). 
O primeiro dedo dos carnívoros (polex) possui duas falanges dedais. 
Na face palmar da primeira falange juntam-se os ossos sesamoides proximais (ossa sesamoidea 
proximalia). No bovino estão presentes quatro na direcção palmar, sendo dois para cada dedo. No 
cavalo estão presentes 2 em posição palmar de cada dedo. No cão, na face palmar de cada articulação 
metacarpofalange dos dedos principais há dois ossos sesamoides. Apenas um osso sesamoide se 
encontra na face palmar da articulação metacarpofalange do primeiro dedo. 
Na porção dorsal de cada um dos 4 dedos principais, na articulação metacarpofalange há um osso 
sesamoide que costuma ser cartilaginoso. Nas faces dorsal e palmar da articulação interfalange distal 
encontram-se uns nódulos cartilaginosos. 
Os ossos sesamoides distais encontram-se na direcção palmar na junção das falanges média e distal. 
No cavalo encontra-se um e no bovino são dois em cada membro. 
 As primeiras e segundas falanges, estão formadas por ossos curtos, com a cavidade glenoidal 
(articular) no extremo proximal (fovea articularis) e com a roldana convexa no extremo distal 
(trochlea phalangis). 
A forma e composição da terceira falange depende de espécie animal em causa. Phalanx distal ou os 
ungulare está completamente encerrado num estojo córneo do casco. Nesta falange descrevemos três 
faces, a (facies parietalis) que é uma superfície pariental dorsal convexa, a (facies solearis) que é uma 
superfície pavimentar concava e a (facie articularis). As três superfícies se reunem palmarmente na 
lança do osso do casco (processus palmaris). 
As superfícies parietal e articular estão separadas entre si através da (margo coronalis) da qual se 
estende dorsal e proximalmente o promontório (processus extensorius) ao qual se liga o musculo 
extensor comum do dedo. A separação das superfícies parietal e solear se efectua pelo bordo (margo 
solearis). A superfície tem numerosos orifícios nutritivos que na parte da margo solear são 
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especialmente manifestados, trata-se dos forames marginais (foramina marginalis). Nas partes 
laterais da superfície encontram-se dois sulcus, um de cada lado (sulcus parietalis). A superfície 
solearis tem forma de meia lua e está dividida em plano cutaneo (planum cutaneum) e face flexória 
(facies flexoria) na qual termina o tendão do musculo flexor profundo do dedo, em cada lado deste 
encontra-se um orifício o forame solear (foramen solearis). 
 
OSSA MEMBRI PELVINI - OSSOS DO MEMBRO PELVICO. 
CINTURA PÉLVICA - CÍNGULO. 
O cíngulo ou cintura pélvica consiste em ossos coxais (osso coxal de cada lado), sacro e as três 
primeiras ou mais vértebras caudais. 
Os ossos ilium, pubis, e ischi dos lados esquerdo e direito unem-se (fundem-se) e constituem os 2 
ossos coxais. Os ossos coxais e o osso sacrum formam pelvis (pelve). 
Os ossos coxais (direito e esquerdo) formam uma articulação cartilaginosa ao longo da linha mediana 
ventral (sínfise pélvica). A sínfise pélvica por sua vez, consiste das sínfises púbica e esquiádica. 
 
OSSO ILIO - OS ILIUM. 
 É o maior e o mais cranial dos três ossos. É irregularmente triangular e apresenta uma asa, com duas 
faces, e um corpo. A porção mais larga do ilio é chamada asa e a sua face é denominada facies glutea, 
voltada dorso lateralmente. A facie glutea apresenta uma línea glutea. A facies sacropelvina é 
convexa, nela encontra-se a facies auricularis para articulação com o sacro. O eixo maior da asa do 
ilio termina em duas extremidades tuber sacral situado medialmente e tuber coxae lateralmente unindo 
os dois tubers encontra-se a crista iliaca. O tuber sacral continua-se caudalmente com a incisura 
esquiadica major, que se estende até spina isquiadica (espinha isquiadica). 
O corpo do ilio é estreito e termina caudalmente fundindo-se ao pubi e ao isquio. Neste ponto da 
união, os três ossos formam uma cavidade articular para o fêmur, esta é denominada acetabulo 
(acetabulum). A face medial do corpo apresenta uma descreta e descontínua elevação a chamada 
crista ileopectínea. Esta linha é interrompida no terço médio por uma elevação tuberculum musculo 
psoas minor. A linha arqueada termina na eminentia iliopubica. 
 
OS PUBIS - OSSO PUBICO. 
O osso pubico é o menor dos três ossos e forma a porção cranial e assoalho da pelve. Ele é constituído 
por ramos craniais e caudais, e pelo corpo. O ramo cranial dirige-se para a frente e para fora e termina 
no acetábulo. O ramo caudal é menor e continua-se com o isquio.Os dois pubis unem-se no plamo 
mediano, constituindo parte da sínfisi pelvica como sínfisi pubica. Entre esta sinfise e acetábulo, o 
ramo cranial do pubi apresenta eminentia iliopubica. 
 
OSSO ISQUIADICO - OS ISCHII. 
Constitui juntamnete com o lado oposto, a porçäo caudal do assoalho da pelve. É um osso 
irregularmente achatado e apresenta para descriçäo: ramo, corpo, tábula, tuber e incisura. O ramo é a 
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porção mais medial do osso e une-se com o lado oposto, constituindo a parte caudal da synphysis 
pelvica. O corpo está unido, sem limites nítidos, com o ramo e estende-se até a acetábulo. 
A tábula é a porçäo mais larga do isquio. A incisura isquiadica minor é a reentrância do esquio, 
estende-se da espinha isquiadica ao tuber esquiadicum. As bordas caudais dos dois isquios formam 
em conjunto, o arco isquiadico - arcus isquiadicus. 
 
ACETABULO - ACETABULUM. 
É a cavidade que aloja a cabeça do fêmur, a superfície da cavidade acetabular apresenta uma área 
rugosa, a fossa acetabuli. 
O bordo é interrompido pela incisura acetábuli, a parte restante do acetabulo está coberta pela 
cartilago acetabulares e denomina-se facies lunata. O acetábulo é constituído pelos ossos iliaco, 
pubico e ischiadico. 
 
FORAME OBTURATO - FORAMEN OBTURATUM. 
Forame obturato é o espaço (circunscrito) circundando pelo pubis e pelo isquio. O forame apresenta 
algumas caracteristicas ligadas ao sexo, na fêmea ele é mais largo e quase circular, no macho é mais 
estreito e ovoide. 
 
OSSOS DE MEMBRO LIVRE - OSSA MEMBRI LIBERI. 
FÊMUR- FEMUR. 
 É o osso corporal mais comprido, é constituído por corpo e duas extremidades. 
Na EPÍFISIS PROXIMALIS - encontra-se a cabeça, colo e trocanteres maior e minor. A caput femoris 
está orientada na direcção medial, onde se articula com o acetábulo da pelve. A facies articularis da 
cabeça têm a fovea capitis fêmur o colo (collum femoris) é o segmento ósseo que prende a cabeça ao 
corpo, é muito acentuado nos carnívoros na parte lateral da cabeça há uma protuberância, trocanter 
major, que nos carnívoros é mais baixo que a cabeça. No cavalo está dividido por uma incisura em 
pars cranialis et pars caudalis. Na parte caudal do extremo proximal há uma cova profunda, fossa 
trocantérica, demarcada na parte lateral pela crista intertrocanterica, ela liga o trocanter maior ao 
trocanter menor. A face lateral do osso em todos os animais, é aredondada, no cavalo é um pouco 
facetada em forma de trocanter tertius, nos ruminantes so se vê vestigio. 
O corpo na porçäo distal da face lateral encontra-se a fossa supracondylares. Nos ruminantes é menos 
profunda, no porco está representada por elevação áspera e rugosa. 
 
A EPIPHYSIS DISTALIS é formada por troclea e pelos seus condilos. A troclea situa-se obliquamente 
na porção cranial da extremidade distal. Os 2 condilos, lateral e medial, situam-se caudalmente á 
troclea. A fossa intercondilar separa os 2 condilos. A face medial do condilo medial é rugosa e 
apresenta o epicondilo medial, o condilo lateral na sua face lateral apresenta o epicondylus lateralis. 
Distal e caudalmente ao epicondilo lateral encontram-se duas pequenas fossas, a distal é a do musculo 
popliteu- fossa musculi poplitei. Entre o condilo e a troclea, encontra-se a fossa dos extensores - fossa 
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extensória. Na direcção proximal e medial da troclea encontra-se o tuberculum trochleae ossis 
femoris. 
O fêmur do gado bovino tem corpo relativamente mais débil, mas os extremos do osso são mais 
poderosos. 
No porco o osso é mais curto e grosseiro. 
No fêmur do cão todas as protubarâncias são pouco expressas. 
 
RÓTULA - PATELA. 
É um osso sesamoide articulado à troclea do fêmur. Tem aproximadamente uma forma triangular, 
com o vértice orientado distalmente. A sua parte caudal apresenta uma face articular (facies 
articularis) para a troclea do fêmur. 
Nos pequenos ruminantes a patela é mais longa e extreita. 
A patela apresenta para descrição duas faces (facie articularis / facie cranialis), duas bordas (margo 
medialis / lateralis), uma base (basis patellae), um ápice ou vértice (apex patellae) e um processo 
cartilaginoso (processus cartilagineus). 
 
ESQUELETO ANTEPATELAR - OSSA CRURIS. 
É formado por dois ossos, o osso principal deste complexo é a tíbia, ao qual se junta lateralmente um 
osso mais fino a fíbula. 
 
TIBIA - TIBIA. 
É osso largo da perna, a extremidade proximal da tíbia é larga e aproximadamene triangular, apresenta 
condilos medial e lateral (codylus medialis et lateralis). Entre os dois condilos e aproximadamente no 
centro projecta-se a eminência intercondilar (eminentia intercondylaris), que está dividida pela 
pequena fossa intercondylaris, em (tuberculum intercondylare mediale et laterale). Entre os condilos 
lateral e medial encontra-se a (area intercondylare cranialis, centralis e caudalis). Debaixo do 
circuito dorsal dos condilos há uma rugosidade marcada (tuberositas tibia). 
O corpo apresenta 3 faces: medial, lateral e caudal, e três bordos: cranial medial e lateral. A face 
caudal é àspera, tem linhas musculares lineae muscularis. 
A extremidade distal é bem menor que a proximal, apresenta face articular para a articulaçäo com 
ossos do tarso, A cochlea tíbia que é formada por dois sulcos separados por uma crista - crista tibiae, 
que apresenta ou pode apresentar uma fossa sinovial. Nos bordos da epífisi estão colocados os tobilhos 
(malleolus lateralis et medialis). 
A tíbia dos ruminantes, pela sua forma, é identica à tíbia do cavalo, mas a epífise distal tem a posição 
da rodela na direcção sagital - a troclea tibial não está inclinada obliquamente como no cavalo. Na 
parte lateral da epífisi distal encontra-se uma superfície rugosa para a união com o osso maleolare, 
que constitui malleolos lateralis. 
 
OSSO MALEOLARE- OSSO MALLEOLARE. 
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É constante em todos os ruminantes domésticos. A face medial se articula com o talus, a face lateral 
é irregular, a face distal articula-se com o calcâneo. A extremidade proximal apresenta duas facetas 
articulares separadas por um processo ponteagudo. 
 
PANTORILHA - FÍBULA. 
Nos aniamis domésticos existe em forma de desenvolvimento diferentes, nos suínos e nos carnívoros 
está completamente desenvolvida, unida por meio da articulações com a tíbia. O extremo proximal 
está engrossado constituindo o caput fibulae. A diafisis (corpus) é extreita e a extremidade distal 
forma o maleolo lateral (malleous lateralis), que está unido á tíbia pela facies articularis malleoli. 
No cavalo só está desenvolvido um rudimento, o do extremo proximal e uma parte do corpo, em 
forma de uma estaca. 
A fíbula dos ruminantes só tem desenvolvidos rudimentos, nas epifises proximal e distal, enquanto o 
corpo naqueles ossos não se ossifica. 
Nos carnívoros, o esqueleto antepatelar é muito comprido, a fibula é mais fina que a tíbia e, está à ela 
unida através de articulações sólidas (rígidas). 
 
OSSOS TÁRSICOS - OSSA TARSI. 
O esqueleto társico é composto por ossos pequenos curtos de forma variável, ordenados em três fiadas 
sobrepostas. O cavalo tem 6, os ruminantes tem 5, o porco e os carnívoros têm 7 ossos társicos. 
ORDO PROXIMALIS - formam dois ossos maiores, quer dizer, o tabilho - talus e o osso do calcanhar 
- calcaneus. 
TALUS - tem aproximadamente forma cúbica. Na direcção proximal apresenta uma elevaçäo articular 
- troclea tali proximalis, a sua face distal apresenta a troclea tali distalis que se articula com o osso 
centroquarto. 
CALCÂNEUS - o corpo do osso calcaneus termina com uma protuberância calcânea- tuber calcanei. 
O corpo na sua porçäo interna emite uma grande apófise sustentaculum tali. 
ORDO CENTRALIS - forma um único osso, o osso társi central. 
ORDO DISTALIS - tem 4 ossos - os tarsi primum, secundum, tertiumet quartum. 
No cavalo, o osso tarso I adere-se com o osso tarso II. 
Nos ruminantes, osso tarso central funde-se com osso tarso IV e forma-se os centroquartele, e osso 
tarso II adere-se com osso tarso III. 
Nos carnívoros e suínos está desenvolvido um número completo de ossos társicos. 
 
OSSOS METATÁRSICOS - OSSA METATARSALIA. 
Os ossos metatársicos são dispostos da mesma meneira com os ossos metacárpicos no membro 
torácico, mas são em cada animal mais compridos. 
No cavalo e nos ruminantes são circulares ao corte transvesal, contrariamente aos ossos metacárpicos, 
que são de secção oval. 
ESQUELETO DO DEDO-SKELETON DIGITALIS. 
O esqueleto do dedo anatomicamente é identico ao dos dedos da extremidade torácica. 
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Nos carnívoros estão desenvolvidos apenas 4 dedos, o primeiro desenvolve-se de forma rudimentar. 
 
 
ARTROLOGIA 
É o estudo das articulações e ligamentos. 
 
ARTICULAÇÕES - ARTICULATIONES 
As partes particulares do esqueleto estão unidas de modos diferentes. 
Articulações permanentes sem cavidades articulares são denominadas articulações fibrosas, 
(articulationes fibrosae), e as articulações cartilaginosas são (articulationes cartilagineae). Nas 
regiões de grande mobilidade desenvolvem-se articulações sinoviais (articulationes sinoviales). 
 
Sinartroses- synarthrosis, são articulações nas quais entre as faces de contacto dos ossos, se deposita 
outro tecido. Geralmente aparecem nos locais, onde os ossos têm mobilidade limitada. 
De acordo com os tipos de tecido presente nas articulações reconhecem-se: 
1- Sinartrose óssea - synostosis- é uma aderéncia normal de dois ossos anteriorimente separados. O 
tecido presente neste caso é o ósseo. 
 
2- Sinartrose cartilagínea - synchondrosis-. Origina-se pela ligação dos ossos, através do tecido 
cartilagíneo. Possibilita um movimento insignificante e reduzido. Outro tipo de synchondrosis se 
chama symphysis. 
 
3- Articulação tecidual - syndesmosis, é a ligação dos ossos por intermédio do tecido: 
 - Colagénio (syndesmosis fibrosa) e se o tecido for extensivo como na união entre o rádio e a ulna, 
faz lembrar uma membrana interossea 
 - Elástico (syndesmosis elástica). 
 
Uma quantidade maior do tecido conjuntivo existe nas comissuras dos ossos da cabeça, designados 
por suturas (suturae). De acordo com a forma das faces das superfícies de contacto, as suturas dos 
ossos podem ser classificadas em: 
 a) Sutura em serra - sutura serrata, com faces de contacto em forma dos dentes da serra. 
 b) Sutura escamosa - sutura squamosa, na qual as faces obliquamente cortadas se dobram em 
formas sobrepostas. 
 c) Sutura foliácia - sutura foliata, tem pequenas placas verticais alternadas inseridas nas incisuras 
do osso oposto, que fazem lembrar uma folha. 
 d) Sutura plana - sutura plana, na qual ambos os ossos têm faces de contacto lisas com margens 
ligeiramente asperas que podem ossificar nos animais velhos. 
e) Sutura muscular - synsarcosis, onde o tecido conjuntivo é a musculatura. Exemplo: a fixação das 
extremidades torácicas ao tronco. Este tipo de ligação possibilita movimentos muito extensos. 
 
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4- Gonfose – gomphosis, interpolação na qual um dos ossos forma promontório(s) que se 
introduz(em) na fenda (brecha) do outro osso. Exemplo: a fixação do dente no seu álveolo pelo 
periodonte ou periosteo alveolar ( articulação dentoalveolaris ). 
 
5-Articulação sinovial típica (articulationes synoviales) é a ligação entre dois ou mais ossos que é 
constituída pelas seguintes partes: faces superfíciais contactantes e que têm cartilagem articular 
(cartilago articularis), cápsula articular (capsula articularis) e ligamentos (ligamenta). Existe um 
espaço, a cavidade articular (cavum articulare) e cápsula articular (capsula articularis) que é 
composta por duas camadas: 
a) Camada externa / membrana fibrosa (stratum fibrosum) é composta por um tecido sólido (rígido) 
que passa ao periósteo de ambos os ossos da articulação. 
b) Camada interna / membrana sinovial - (stratum synoviale) que forma vilosidades e pregas (villi et 
plicae synoviales). 
 No interior da cavidade articular há uma pequena quantidade dum líquido transparente chamado 
(synovia) sinovia. 
 
Ligamentos - ligamenta são cordões ou lâminas, formados por um tecido fibroso ou elástico, que 
participam na ligação dos ossos. Eles fazem parte da camada externa da capsula articular com 
ligamentos intracapsulares( ligg. intracapsularia), ou ocorrem como ligamentos extracapsulares 
independentes (ligg. extracapsularia) ou ainda como ligamentos capsulares (ligg. capsularia). 
Os ligamentos podem ser separados em próprios (ligamenta propri), ou podem formar uma 
parte das articulações, aderem a cápsula articular. Os ligamentos reforçam a ligação dos ossos, ou 
actuam como ligamentos de barreira, limitando alguns movimentos da articulação. 
 
CLASSIFICAÇÃO DE ARTICULAÇÕES SINOVIAIS. 
As articulações sinoviais podem dividir-se de acordo com critérios: morfológicos, quantitativos e 
fisiológicos. 
I- Morfológicos (forma das superfícies articulares). 
De acordo com a forma das faces articulares conhecem-se os seguintes tipos de articulações: 
1- Articulação esferoide (articulatio spheroidea) articulação globosa, esférica em que uma face 
tem a forma duma semi-esfera e outra tem uma fossa articular (exemplo: as articulações umeral e 
do quadril). Nestas articulações há possibilidade de grandes extensões de movimento em todas as 
direcções. 
 
2- Articulação elipsoide (articulatio ellipsoidea), é uma derivação da articulação globosa. 
Teoricamente existem possibilidades de movimento nos planos perpendiculares, horizontais e 
verticais ou combinação de ambos. Nos mamíferos domésticos este tipo da articulação não existe, 
mas encontra-se nas aves. 
 
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3- Articulação selar (articulatio sellaris), esta articulação tem as superfícies articulares em forma 
de sela, sagitalmente concavas, mas transversalmente convexas. A articulação possibilita 
movimentos em dois planos perpendiculares como os de flexão e extensão. 
Os movimentos ao redor do eixo sagital são consideravelmente restritos pelos ligamentos colaterais. 
Ex articulação entre 2ª e 3ª falanges. 
 
4- Articulação cilindrica, tem superfícies articulares com a forma de cilindro. Os movimentos são 
possíveis apenas num plano. Nos animais domésticos existem derivações desta articulação. 
a) Articulação em forma de roldana (articulatio trochlearis). 
b) Em forma de parafuso (articulatio cochlearis). 
 
5- Articulação plana (articulatio plana), esta apresenta as superfícies planas ou achatadas que limitam 
o movimento e, possibilitam apenas o deslizamento, como por exemplo entre os promontórios das 
vertebras. Ex. Articulações entre processos articulares das vértebras. 
 
6- Articulação apertada/forte (Amphiarthorosis), articulação é sólida tem faces articulares planas 
irregulares, a capsula é sólida, curta e os ligamentos são curtos e inelásticos. os movimentos são 
mínimos, ex: articulações carpometacarpo, ou articulação sacroiliaca. 
 
7- Articulação condylar (articulatio condylaris) onde a superfície articular tem a forma de condilo ou 
barreira que é congruente com a cavidade articular côncava; este tipo de articulação só permite 
movimentos em volta do eixo do condilo, por ex: flexão e extensão. Normalmente é reforçada por 
ligamentos colaterais fortes que restringem os seus movimentos. 
 
8- Articulação em dobradiça (articulatio ginglymus) Tem sua superfície articular e o eixo é 
transverso. Só são possíveis movimentos de flexão e extensão ao longo dum curso fixo, mas mesmo 
assim estes movimentos são assegurados por sulcos e cristas nas barreiras ou entre os condilos e a 
cavidade articular plana, respectivamente

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