Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
NOTAS DE AULA: MODAIS DE TRANSPORTE Material preparado pelo prof. Evandro (evandro@ita.br). O material pode ser utilizado livremente desde que citada a fonte. Este texto apresenta uma visão geral sobre as principais características dos modais aquaviário, aéreo, ferroviário, rodoviário e dutoviário. Sumário 1 MODAL AQUAVIÁRIO ............................................................................................................. 2 1.1 Modal Aquaviário: Regulação ............................................................................................ 3 1.2 Modal Aquaviário: Infraestrutura e embarcações .............................................................. 4 1.3 Modal Aquaviário: Características ..................................................................................... 6 1.4 Modal Aquaviário: Estatísticas .......................................................................................... 6 2 MODAL AÉREO ....................................................................................................................... 7 2.1 Modal Aéreo: Regulação ................................................................................................... 8 2.2 Modal Aéreo: Infraestrutura e Aeronaves .......................................................................... 9 2.3 Modal Aéreo: Características .......................................................................................... 18 2.4 Modal Aéreo: Dados e Estatísticas .................................................................................. 18 3 MODAL FERROVIÁRIO ......................................................................................................... 19 3.1 Modal Ferroviário: Regulação ......................................................................................... 19 3.2 Modal Ferroviário: Infraestrutura e veículos .................................................................... 19 3.3 Modal Ferroviário: Rede com transbordo ........................................................................ 23 3.4 Modal Ferroviário: Características ................................................................................... 24 3.5 Modal Ferroviário: Estatísticas ........................................................................................ 24 4 MODAL RODOVIÁRIO ........................................................................................................... 24 4.1 Modal Rodoviário: Regulação ......................................................................................... 25 4.2 Modal Rodoviário: Infraestrutura e veículos .................................................................... 25 4.3 Modal Rodoviário: Características ................................................................................... 26 4.4 Modal Rodoviário: Estatísticas ........................................................................................ 27 4.5 Modal Rodoviário: Análise de Capacidade ...................................................................... 28 5 MODAL DUTOVIÁRIO ........................................................................................................... 28 Bibliografia .................................................................................................................................... 29 mailto:evandro@ita.br Disciplina: TRA-57 - Operações em Aeroportos. Modais de Transporte. Prof. Evandro. ITA. 2018. Versão 1 P á g i n a 2 | 31 1 MODAL AQUAVIÁRIO Principal modal para o transporte internacional de cargas, concorre com o transporte aéreo em regiões isoladas para o transporte de passageiros. Pode ser também uma alternativa à construção de pontes. Compreende todas as formas de transporte que utilizem a água como via. O transporte hidroviário e o transporte marítimo são exemplos deste tipo de transporte. Conforme (BRASIL, 2015): Transporte hidroviário é o tipo de transporte aquaviário realizado nas hidrovias (são percursos pré-determinados para o tráfego sobre águas) para transporte de pessoas e mercadorias. As hidrovias de interior podem ser rios, lagos e lagoas navegáveis que receberam algum tipo de melhoria/sinalização/balizamento para que um determinado tipo de embarcação possa trafegar com segurança por esta via. O transporte marítimo por sua vez compreende a utilização de mares abertos, podendo ter caráter doméstico ou internacional. A navegação interior é aquela realizada em águas abrigadas ou parcialmente abrigadas, tais como como lagos, lagoas, baías, rios e canais podendo apresentar ondas e influência das marés. (BRASIL, 2016) “A navegação costeira é aquela realizada entre portos nacionais e estrangeiros dentro do limite da visibilidade da costa, não excedendo a 20 milhas náuticas. ” (BRASIL, 2016) Outras modalidades de navegação, de acordo com a Lei 9432 de 1997 (BRASIL, 1997): ➢ navegação de apoio portuário: a realizada exclusivamente nos portos e terminais aquaviários, para atendimento a embarcações e instalações portuárias; ➢ navegação de apoio marítimo: a realizada para o apoio logístico a embarcações e instalações em águas territoriais nacionais e na Zona Econômica, que atuem nas atividades de pesquisa e lavra de minerais e hidrocarbonetos; ➢ navegação de cabotagem: a realizada entre portos ou pontos do território brasileiro, utilizando a via marítima ou esta e as vias navegáveis interiores; ➢ navegação interior: a realizada em hidrovias interiores, em percurso nacional ou internacional; ➢ navegação de longo curso: a realizada entre portos brasileiros e estrangeiros; ➢ navegação de travessia: aquela realizada: a) transversalmente aos cursos dos rios e canais; (Incluído pela Lei nº 12.379, de 2010) b) entre 2 (dois) pontos das margens em lagos, lagoas, baías, angras e enseadas; (Incluído pela Lei nº12.379, de 2010) Capítulo 1 c) entre ilhas e margens de rios, de lagos, de lagoas, de baías, de angras e de enseadas, numa extensão inferior a 11 (onze) milhas náuticas; (Incluído pela Lei nº 12.379, de 2010) d) entre 2 (dois) pontos de uma mesma rodovia ou ferrovia interceptada por corpo de água. Porto organizado “é o porto construído e aparelhado para atender às necessidades da navegação e da movimentação e armazenagem de mercadorias, concedido ou explorado pela Disciplina: TRA-57 - Operações em Aeroportos. Modais de Transporte. Prof. Evandro. ITA. 2018. Versão 1 P á g i n a 3 | 31 União, cujo tráfego e operações portuárias estejam sob a jurisdição de uma autoridade portuária. As funções no porto organizado são exercidas, de forma integrada e harmônica, pela Administração do Porto, denominada autoridade portuária, e as autoridades aduaneira, marítima, sanitária, de saúde e de polícia marítima”. (BRASIL, 2016) 1.1 Modal Aquaviário: Regulação A regulação deste setor no Brasil é exercida pela ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários). Conforme (BRASIL, 2016): A Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ é uma entidade que integra a Administração Federal indireta, de regime autárquico especial, com personalidade jurídica de direito público, independência administrativa, autonomia financeira e funcional, vinculada à Secretaria de Portos da Presidência da República – SEP/PR. Foi criada pela Lei nº 10.233/2001 e instalada em 17 de fevereiro de 2002. A ANTAQ tem por finalidade implementar as políticas formuladas pela Secretaria de Portos da Presidência da República – SEP/PR, pelo Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte – CONIT, e pelo Ministério dos Transportes, segundo os princípiose diretrizes estabelecidos na legislação. É responsável por regular, supervisionar e fiscalizar as atividades de prestação de serviços de transporte aquaviário e de exploração da infraestrutura portuária e aquaviária. A Agência dedica-se a tornar mais econômica e segura a movimentação de pessoas e bens pelas vias aquaviárias brasileiras, em cumprimento a padrões de eficiência, segurança, conforto, regularidade, pontualidade e modicidade nos fretes e tarifas. Arbitra conflitos de interesses para impedir situações que configurem competição imperfeita ou infração contra a ordem econômica, e harmoniza os interesses dos usuários com os das empresas e entidades do setor, sempre preservando o interesse público. Constituem esfera de atuação da ANTAQ: - a navegação fluvial, lacustre e de travessia; - a navegação de apoio marítimo, de apoio portuário, de cabotagem e de longo curso; - os portos organizados e as instalações portuárias neles localizadas; - os terminais de uso privado; - as estações de transbordo de carga; - as instalações portuárias públicas de pequeno porte; e - as instalações portuárias de turismo. Ainda, são de especial interesse as regulamentações da Marinha; as leis 9.432 de 1997 (BRASIL, 1997) e a lei 12.815 de 2013 (BRASIL, 2013) - a chamada lei dos portos; e os acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário. Lista de empresas autorizadas pela ANTAQ para navegação marítima e de apoio: link http://web.antaq.gov.br/Portal/Frota/ConsultarEmpresaAutorizada.aspx Disciplina: TRA-57 - Operações em Aeroportos. Modais de Transporte. Prof. Evandro. ITA. 2018. Versão 1 P á g i n a 4 | 31 1.2 Modal Aquaviário: Infraestrutura e embarcações A infraestrutura é composta por portos, canais, eclusas, pontes móveis, moles, sinalização (balizamento, faróis), estações meteorológicas, entre outros. Um porto precisa estar localizado em uma região com condições favoráveis para a manobra dos navios a média e baixa velocidade e para a sua atracação. Isso pode exigir a construção de moles para diminuição dos efeitos das ondas. Também podem ser utilizados locais com topografia natural que assim o permita. Em alguns locais, é necessária a dragagem constante para a remoção de sedimentos, o que fica mais difícil quando a geografia não é favorável e quando o calado das embarcações aumenta. Classificação dos navios: link1 As características dos navios, fornecidas no link acima são importantes para o planejamento, projeto e operação dos portos. Algumas definições importantes, de acordo com (ADMINISTRAÇÃO DOS PORTOS DE PARANAGUÁ E ANTONINA): ◙ Calado (Draught): profundidade em que cada navio está submerso na água. Tecnicamente é a distância da lâmina d’água até a quilha do navio. ◙ DeadWeight: O mesmo que porte. 2. O Gross Deadweight, ou porte bruto, é todo o peso possível de carregar a bordo, tais como tripulação, carga, passageiros, peças suplentes, mantimentos, apetrechos, combustíveis, água e tudo o que se puder colocar no interior do navio. 3. Net Deadweight, ou porte líquido, restringe-se apenas ao peso da carga transportada e passageiros. ◙ TEU - Twenty-foot Equivalent Unit: Unidade equivalente a 20 pés (20 ft ou 20’) - Unidade de medida de contêiner, tendo como unidade base o contêiner de 20 pés. Por exemplo, um contêiner de 40’ equivale a 2 TEU, e um de 30’ equivale a 1,5 TEU. A Figura 2 apresenta dados importantes sobre navios atuais e futuros para o transporte de contêineres. E a Figura 3 apresenta relações importantes sobre o consumo de combustíveis no transporte de contêineres. O link a seguir apresenta os principais equipamentos associados a cada tipo de carga: LINK: Movimentacao de cargas_ PFRI UNIRU hungary.pdf E este link apresenta um vídeo sobre a movimentação de contêineres. 1 O currículo do autor deste material pode ser encontrado em: http://lattes.cnpq.br/0559813300765859 https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwjpspDFg8nVAhVpx1QKHRoFBHAQFggmMAA&url=http%3A%2F%2Fwww.fatecpg.com.br%2Ffatec%2FLists%2FAvisos%2FAttachments%2F266%2FTreinamento%2520B%25C3%25A1sico%2520de%2520Shipping%2520Fatec%2520%2520PG.pdf&usg=AFQjCNE0di2jGncAdcdZGHZK3cdMWrd2FA http://www.pfri.uniri.hr/~bopri/documents/17-ME-tal_000.pdf https://www.youtube.com/watch?v=2t2cqiQl0BE http://lattes.cnpq.br/0559813300765859 Disciplina: TRA-57 - Operações em Aeroportos. Modais de Transporte. Prof. Evandro. ITA. 2018. Versão 1 P á g i n a 5 | 31 Figura 1 – Capacidade de carga de navios existentes e futuros Fonte: (GLOBAL SECURITY, 2011) Figura 2 – Consumo de combustível no transporte de contêineres Fonte: (RODRIGUE, 2016) Disciplina: TRA-57 - Operações em Aeroportos. Modais de Transporte. Prof. Evandro. ITA. 2018. Versão 1 P á g i n a 6 | 31 Tabela 1 – Exemplos de Navios porta contêiner entregues pela Hyundai Heavy Industries Fonte: (HYUNDAI HEAVY INDUSTRIES, 2015) Figura 3 – Navio Full Containership da Hyundai Heavy Industries com 19.000 TEUs Fonte: (HYUNDAI HEAVY INDUSTRIES, 2015) 1.3 Modal Aquaviário: Características ➢ Baixo custo de transporte; ➢ Altos investimentos (terminais, navios, estruturas de apoio); ➢ Alta capacidade de carga; ➢ Terminal-Terminal: é necessário um modal complementar (Rodoviário, por exemplo); ➢ Flexível quanto ao tipo de carga (grandes volumes e dimensões); ➢ Lento e sujeito às marés e épocas do ano (navegação interior); ➢ Produtos típicos: granéis (sólido e liquido (petróleo, álcool, óleo), cargas conteinerizadas e cargas gerais. Agerschou (2004) apresenta critérios e metodologias de projeto na área de portos e canais, inclusive com enfoque nas questões operacionais e econômicas. 1.4 Modal Aquaviário: Estatísticas ➢ Estatísticas do Brasil: ver o anuário estatístico da Antaq; ➢ Estatísticas internacionais: ver: Review of Maritime Transport (Series): LINK http://unctad.org/en/Pages/Publications/Review-of-Maritime-Transport-(Series).aspx Disciplina: TRA-57 - Operações em Aeroportos. Modais de Transporte. Prof. Evandro. ITA. 2018. Versão 1 P á g i n a 7 | 31 2 MODAL AÉREO Este é o mais veloz e um dos mais caros modais de transporte, portanto, mais adequado a passageiros do que cargas, de forma geral. No entanto, aquelas cargas de elevada urgência ou de alto valor agregado são economicamente transportadas pelo ar. Além disso, em muitos voos regulares de passageiros, a capacidade da aeronave não se esgota completamente, o que faz com que as empresas aéreas despachem carga na capacidade remanescente do voo. Isso é mais corriqueiro em aeronaves de grandes dimensões, pelo próprio formato circular da seção da fuselagem: quanto maior o diâmetro, mais espaço sobra no porão. O transporte aéreo poderá ser economicamente mais atrativo em distâncias curtas em regiões remotas e de difícil acesso, em baixo volume de transporte. Em longas distâncias, conta a seu favor o fator tempo de viagem, que de forma geral é mais crítico para pessoas do que para cargas. Em situações de emergência e em transportes especiais, o modal aéreo poderá ser a única opção. A aviação possui diversos nichos e classificações, segundo as quais as regras de exploração são estabelecidas. Ex.: um aeroporto pode estar aberto a operaçõesde aviação executiva, mas fechado à operação comercial para uma mesma aeronave. Um operador de transporte aéreo (empresa aérea) pode ter registro público ou privado. Somente no primeiro caso é permitido vender bilhete. Conforme ANAC (2018), “Espécie de operação” significa uma das cinco operações de transporte aéreo público que o detentor de certificado está autorizado a conduzir, como especificado em suas especificações operativas: doméstica, de bandeira, suplementar, complementar ou por demanda.” Esta norma define operação doméstica com requisitos para aviões e localidades: (1) aviões: (i) aviões propelidos a jato; (ii) aviões propelidos a hélice tendo uma configuração para passageiros com mais de 9 assentos, excluindo cada assento para tripulantes; ou (iii) aviões propelidos a hélice tendo uma capacidade de carga paga superior a 3400kg (7500lb). (2) localidades: entre quaisquer aeródromos dentro do Brasil. A operação de bandeira por sua vez envolveria localidades fora do Brasil. Qualquer aeronave que chegue ao Brasil ou que saia dele, precisa utilizar um aeroporto internacional, aparelhado com os controles previstos em lei, como serviços de imigração, aduanas, controle agropecuário e de saúde. ANAC (2018) também diferencia operações regulares e não-regulares: Operação regular significa uma operação de transporte aéreo público para a qual o detentor do certificado ou seu representante informa previamente o horário e local de partida e o local de chegada. Disciplina: TRA-57 - Operações em Aeroportos. Modais de Transporte. Prof. Evandro. ITA. 2018. Versão 1 P á g i n a 8 | 31 Operação não-regular significa uma operação de serviço transporte aéreo público para a qual o horário, o local de partida e o local de destino são função da demanda e cujo preço pode ou não ser especificamente negociado com os usuários ou com seus representantes. Além da aviação comercial, o setor de aviação civil também engloba a aviação executiva, a aviação agrícola, operações de treinamento, operações de ensaio em voo, entre outros. Além disso, avanços recentes no desenvolvimento e utilização de aeronaves não tripuladas têm gerado novas demandas regulatórias. As definições de cada grupo de operações devem ser verificadas conforme leis locais e acordos internacionais, sendo aplicáveis diferentes regras técnicas e econômicas. 2.1 Modal Aéreo: Regulação A regulação deste setor no Brasil é realizada pela ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), sendo o Brasil signatário da OACI (Organização Internacional da Aviação Civil) ou ICAO, em inglês, que é um braço da ONU para a aviação civil. Além disso, aplicam-se acordos bilaterais. O CBA – Código Brasileiro de Aeronáutica – é o marco legal do setor no Brasil. Cabe à ANAC: A Lei de Criação da ANAC (Lei nº 11.182) estabelece que cabe à Agência regular e fiscalizar as atividades de aviação civil e da infraestrutura aeronáutica e aeroportuária, observadas as orientações, políticas e diretrizes do Governo Federal. Dentre as principais competências destacam-se: ➢ Representar o Brasil junto a organismos internacionais de aviação e negociar acordos e tratados sobre transporte aéreo internacional. ➢ Emitir regras sobre segurança em área aeroportuária e a bordo de aeronaves civis. ➢ Conceder, permitir ou autorizar a exploração de serviços aéreos e de infraestrutura aeroportuária. ➢ Estabelecer o regime tarifário da exploração da infraestrutura aeroportuária. ➢ Administrar o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB). ➢ Homologar, registrar e cadastrar os aeródromos. ➢ Emitir certificados de aeronavegabilidade atestando aeronaves, produtos e processos aeronáuticos e oficinas de manutenção. ➢ Fiscalizar serviços aéreos e aeronaves civis. ➢ Certificar licenças e habilitações dos profissionais de aviação civil. ➢ Autorizar, regular e fiscalizar atividades de aeroclubes e escolas e cursos de aviação civil. ➢ Reprimir infrações às normas do setor, inclusive quanto aos direitos dos usuários, aplicando as sanções cabíveis. A ANAC possui duas grandes áreas de regulação: técnica e econômica. No âmbito da regulação técnica, muitos padrões derivam da própria ICAO ou de normas estrangeiras (JAR/FAR), no caso da certificação aeronáutica, por exemplo. Já a regulação econômica se preocupa com a promoção e o acesso ao transporte aéreo, estabelecendo as regras de exploração dos aeroportos e do transporte aéreo de forma geral, incluindo as concessões, os critérios de qualidade do serviço e assim por diante. Disciplina: TRA-57 - Operações em Aeroportos. Modais de Transporte. Prof. Evandro. ITA. 2018. Versão 1 P á g i n a 9 | 31 O espaço aéreo brasileiro é controlado pelo DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) ligado ao Comando da Aeronáutica. A este último também está ligado o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA). Ainda, a IATA (International Air Transport Association) é uma importante referência para o setor, contribuindo com estatísticas, manuais, padrões, etc. Cada país possui seu próprio órgão de aviação civil, como a FAA nos Estados Unidos; a DGCA (Direction Générale de l'Aviation Civile) na França; a CASA (Civil Aviation Safety Authority) na Austrália, a EASA (European Agency for Aviation Safety), no âmbito da união europeia; e assim por diante. 2.2 Modal Aéreo: Infraestrutura e Aeronaves A infraestrutura de um sistema de transporte é composta por terminais, vias e instalações de apoio. No caso do transporte aéreo, basicamente tem-se: aeroportos, estações meteorológicas, auxílios à navegação, radares, centros de controle e o espaço aéreo. Em nosso país, cada um destes componentes é remunerado com taxas específicas, cada uma destinada a distintos órgãos, como a administração do aeroporto, O DECEA, a união, estados e municípios. Conforme INFRAERO (2016): 1) Tarifa aeroportuária paga pelo PASSAGEIRO: ◙ Tarifa de Embarque - É fixada em função da categoria do aeroporto e da natureza da viagem (doméstica ou internacional) e cobrada antes do embarque do passageiro. Remunera a prestação dos serviços e a utilização de instalações e facilidades existentes nos terminais de passageiros, com vistas ao embarque, desembarque, orientação, conforto e segurança dos usuários. A tarifa de embarque é cobrada ao passageiro por intermédio da companhia aérea. Trata-se de sistemática que atende ao princípio de facilitação, recomendado pela Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), aceito pela Airports Council International (ACI) e adotada pela maioria dos países membros dessas Organizações. 2) Tarifas aeroportuárias e de navegação aérea, pagas pela Companhia Aérea ou pelo operador da aeronave: ◙ Tarifa de Pouso - Remunera os custos dos serviços e das facilidades proporcionados às operações de pouso, rolagem e permanência da aeronave em até três horas após o pouso. É fixada em função da categoria do aeroporto e da natureza do voo (doméstico ou internacional). ◙ Tarifa de Permanência - Remunera a utilização dos serviços e das facilidades disponíveis no pátio de manobras e na área de estadia, depois de ultrapassadas as três primeiras horas após o pouso, sendo devida pelo proprietário ou explorador da aeronave. A Tarifa de Permanência é constituída de: a) Tarifa de Permanência no Pátio de Manobras - TPM; b) Tarifa de Permanência na Área de Estadia - TPE. http://www.iata.org/ Disciplina: TRA-57 - Operações em Aeroportos. Modais de Transporte. Prof. Evandro. ITA. 2018. Versão 1P á g i n a 10 | 31 ◙ Tarifa de Conexão - Remunera a utilização das instalações e facilidades existentes no terminal de passageiros, sendo devida pelo proprietário ou explorador da aeronave, e cobrada em função de cada passageiro que desembarca em aeroporto intermediário, para reembarcar na mesma aeronave ou em outra, em voo de conexão de mesma natureza, em prosseguimento à mesma viagem, constante do respectivo bilhete de passagem. ◙ Tarifa de Uso das Comunicações e dos Auxílios à Navegação Aérea em Rota – TAN - Remunera os serviços e as facilidades disponíveis aos usuários, destinados a apoiar e tornar segura a navegação aérea, proporcionados pelo Comando da Aeronáutica e/ou Infraero. É fixada em função dos serviços prestados nas regiões de informação de voo e de áreas de controle e da natureza do voo (doméstico ou internacional). ◙ Tarifa de Uso das Comunicações e dos Auxílios Rádio à Navegação Aérea em Área de Controle de Aproximação (TAT APP) - Remunera os custos devidos pela utilização dos serviços, instalações, auxílios e facilidades destinadas à operação de aproximação em área terminal de tráfego aéreo, quando em procedimento de subida ou descida em aeródromos classificados. ◙ Tarifa de Uso das Comunicações e dos Auxílios Rádio à Navegação Aérea em Área de Controle de Aeródromo (TAT ADR) - Remunera os custos devidos pela utilização dos serviços, instalações, auxílios e facilidades empregadas na operação de pouso ou decolagem em aeródromos classificados. PROVEDORES DE SERVIÇOS DE NAVEGAÇÃO AÉREA, REMUNERADOS PELAS TARIFAS TAT APP E TAT ADR. 3) Tarifas aeroportuárias pagas pelo consignatário (importador / exportador da carga): ◙ Tarifa de Armazenagem - Devida pelo armazenamento, guarda e controle de mercadorias nos armazéns de carga aérea dos aeroportos; incide sobre o consignatário ou o transportador, no caso de carga aérea em trânsito. ◙ Tarifa de Capatazia - Devida pela movimentação e manuseio de mercadorias a que se refere o item anterior; incide sobre o consignatário ou o transportador, no caso de carga aérea em trânsito. As condições da operação (noturna ou diurna, visual ou por instrumentos) geram diferentes demandas sobre o sistema de controle, sobre o treinamento dos pilotos, sobre os equipamentos embarcados e sobre os critérios de proteção contra obstáculos. As características das aeronaves e as condições ambientais geram diferentes demandas sobre os aeroportos, aplicando-se diferentes classificações para dimensionamento geométrico e estrutural de pistas e pátios, para dimensionamento de serviços de resgate e combate a incêndios, dimensionamento de terminais de passageiros, entre outros. A Figura 4 apresenta o layout básico de um aeroporto. HORONJEFF et al. (2010) e KAZDA e CAVES (2007) podem ser consultados como livros texto para o projeto de aeroportos. No Brasil, a principal norma relacionada ao projeto de aeroportos é a RBAC 154 (ANAC, 2018a). O Brasil possui atualmente 583 aeródromos públicos e 1.940 aeródromos privados (ANAC, 2018b). A partir desta fonte, podem ser compiladas algumas informações apresentadas nas figuras 5,6,7 e 8. Percebe-se que o grupo de aeródromos privados apresenta pistas mais curtas e de menor largura. Quanto aos materiais, 73% dos aeródromos públicos possuem superfícies em asfalto ou concreto. Para os aeródromos privados, esse número não chega a 18%. Se forem considerados apenas os Disciplina: TRA-57 - Operações em Aeroportos. Modais de Transporte. Prof. Evandro. ITA. 2018. Versão 1 P á g i n a 11 | 31 aeródromos com pista principal em asfalto ou concreto, são encontrados no Brasil 427 aeródromos públicos e 344 privados. Figura 4 – Layout de um aeroporto Fonte:https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/86/Airport_infrastructure.png Figura 5 – Comprimento (m) da pista principal dos aeródromos no Brasil Fonte: Compilado a partir de ANAC(2018b), com auxílio do site http://shiny.chemgrid.org/boxplotr/ Existem no país 268 pistas de concreto ou asfalto com largura de 30m ou mais e comprimento de 1.200 m ou mais, considerando-se apenas os aeródromos públicos. Deste grupo de 268 aeródromos públicos, 55 apresentam pistas com 45m de largura ou mais e com 2.000m de comprimento ou mais. Estatis tica Aerod. publ icos Aerod. privados Whisker superior 2218 1600 3ª quarti l 1568 1100 Mediana 1300 900 1º quarti l 1100 760 Whisker inferior 570 250 Número de pontos 583 1940 Média 1402 951 http://shiny.chemgrid.org/boxplotr/ Disciplina: TRA-57 - Operações em Aeroportos. Modais de Transporte. Prof. Evandro. ITA. 2018. Versão 1 P á g i n a 12 | 31 Figura 6 – Comprimento (m) da pista principal dos aeródromos no Brasil com pista de asfalto ou concreto Fonte: Compilado a partir de ANAC (2018b), com auxílio do site http://shiny.chemgrid.org/boxplotr/ Figura 7 – Largura (m) da pista principal dos aeródromos no Brasil com pista de asfalto ou concreto Fonte: Compilado a partir de ANAC (2018b), com auxílio do site http://shiny.chemgrid.org/boxplotr/ O transporte comercial de passageiros e cargas chega a um grupo de 127 cidades no país, conforme ANAC (2017), com base em dados de 2016. A Figura 9 apresenta a distribuição destes 127 aeródromos por estado, e também o ranking de destinos das companhias nacionais em 2016. Estatistica Aerod. publicos Aerod. privados Whisker superior 36 30 3ª quartil 30 23 Mediana 30 20 1º quartil 24 18 Whisker inferior 17 12 Número de pontos 426 344 Média 30,49 22,01 Estatís tica Aerod. publ icos Aerod. privados Whisker superior 2400 2000 3ª quarti l 1694 1390 Mediana 1440 1157 1º quarti l 1200 965 Whisker inferior 700 410 Número de pontos 427 344 Média 1520 1150 http://shiny.chemgrid.org/boxplotr/ http://shiny.chemgrid.org/boxplotr/ Disciplina: TRA-57 - Operações em Aeroportos. Modais de Transporte. Prof. Evandro. ITA. 2018. Versão 1 P á g i n a 13 | 31 Figura 8 – Superfície das pistas principais dos aeródromos brasileiros Fonte: Compilado a partir de ANAC (2018b) Figura 9 – Número de aeroportos utilizados para voos domésticos regulares e não regulares por unidade da federação, 2016 Fonte: ANAC (2017) A Tabela 2 apresenta uma lista dos 20 principais aeroportos brasileiros, considerando-se o número de passageiros embarcados em voos domésticos em 2016. Este grupo de aeroportos concentra 85,15% do índice. A Tabela 3 apresenta as 20 principais rotas do mercado doméstico em 2016. Asfa lto 17% Concreto 0% Terra 28% Grama 22% Outros 33% Aeródromos privados Asfa lto 72% Concreto 1% Terra 15% Grama 5% Outros 7% Aeródromos públicos Número de aeródromos com voos comerciais em 2016 Número de destinos de cada companhia nacional em 2016 Disciplina: TRA-57 - Operações em Aeroportos. Modais de Transporte. Prof. Evandro. ITA. 2018. Versão 1 P á g i n a 14 | 31 Tabela 2 – Passageiros embarcados em 2016 – mercado doméstico: 20 principais aeroportos Aeroporto Cod. ICAO % BR Pax Guarulhos - Governador André Franco Montoro SBGR 12,66% 11.225.468 Congonhas SBSP 11,36% 10.074.858 Presidente Juscelino Kubitschek -Brasília SBBR 9,53% 8.448.185 Aeroporto InternacionalDo Rio De Janeiro/Galeão SBGL 6,54% 5.799.743 Tancredo Neves - Confins SBCF 5,08% 4.504.479 Santos Dumont - Rio de Janeiro SBRJ 4,97% 4.407.778 Viracopos - Campinas SBKP 4,73% 4.195.771 Salvador - Dep. Luís Eduardo Magalhães SBSV 4,05% 3.595.838 Salgado Filho - Porto Alegre SBPA 3,99% 3.535.343 Guararapes - Gilberto Freyre /Recife SBRF 3,63% 3.221.342 Afonso Pena - Curitiba SBCT 3,49% 3.090.848 Pinto Martins - Fortaleza SBFZ 3,01% 2.672.748 Hercílio Luz - Florianópolis SBFL 1,80% 1.599.838 Val De Cans - Belém SBBE 1,71% 1.516.699 Eurico Salles - Vitória SBVT 1,70% 1.509.559 Santa Genoveva - Goiás SBGO 1,61% 1.429.609 Marechal Rondon- Varzea Grande/Cuiabá SBCY 1,57% 1.389.999 Eduardo Gomes - Manaus SBEG 1,39% 1.230.795 São Gonçalo do Amarante - Natal SBSG 1,23% 1.091.449 Zumbi dos Palmares - Maceió SBMO 1,09% 970.544 Outros Outros 14,85% 13.166.725 TOTAL BR - 100,00% 88.677.618 FONTE: (ANAC, 2017) Tabela 3 –Passageiros pagos transportados nas 20 principais rotas do mercado doméstico Rota 2015* 2016* Rio de Janeiro (Santos Dummont) - São Paulo (Congonhas) 4.047.159 3.906.171 São Paulo (Congonhas) - Brasília 2.225.368 2.078.804 Salvador - São Paulo (Guarulhos) 2.203.929 1.856.072 Porto Alegre - São Paulo (Guarulhos) 2.018.492 1.811.195 São Paulo (Guarulhos) - Recife 1.975.741 1.752.261 São Paulo (Congonhas) - Belo Horizonte (Confins) 1.822.059 1.737.740 São Paulo (Congonhas) - Porto Alegre 1.696.188 1.726.640 Curitiba - São Paulo (Guarulhos) 1.392.023 1.490.442 Fortaleza - São Paulo (Guarulhos) 1.678.284 1.479.841 São Paulo (Congonhas) - Curitiba 1.520.855 1.447.058 Rio de Janeiro (Galeão) - São Paulo (Guarulhos) 1.390.138 1.308.077 Belo Horizonte (Confins) - São Paulo (Guarulhos) 1.243.330 1.164.835 Salvador - Rio de Janeiro (Galeão) 1.344.205 1.140.958 Brasília - Rio de Janeiro (Santos Dummont) 1.338.162 1.117.575 Brasília - São Paulo (Guarulhos) 1.352.031 1.064.470 Florianópolis - São Paulo (Guarulhos) 1.064.819 1.013.807 São Paulo (Congonhas) - Rio de Janeiro (Galeão) 939.168 951.193 Rio de Janeiro (Galeão) - Porto Alegre 1.032.211 874.735 Rio de Janeiro (Galeão) - Recife 852.699 834.933 Rio de Janeiro (Santos Dummont) - Belo Horizonte (Confins) 953.547 833.881 FONTE: (ANAC, 2017) Disciplina: TRA-57 - Operações em Aeroportos. Modais de Transporte. Prof. Evandro. ITA. 2018. Versão 1 P á g i n a 15 | 31 As aeronaves podem ser de asa fixa ou asa rotativa. Aeronaves de asa rotativa possuem capacidade de decolagem vertical (VTOL), podendo operar em espaços mais restritos, no entanto apresentam, de forma geral, maior custo operacional, menor velocidade e menor alcance. Quando operando em condições atmosféricas desfavoráveis e com elevada carga, a decolagem vertical pode não ser possível. Neste caso, a aeronave eleva-se a baixa altura sob efeito solo para ganhar velocidade horizontal e assim aumentar sua sustentação. Em caso de perda de potência, este tipo de aeronave pode executar auto-rotação e planar até o local de pouso. Em termos de transporte, helicópteros são utilizados mais frequentemente em grandes centros urbanos e em aplicações específicas, como na indústria de petróleo com produção offshore. A seguir são exemplificadas algumas instalações que atendem a aeronaves de asa rotativa. A Figura 10 mostra o aeroporto de Den Helder nos Países Baixos, um dos 6 maiores da Europa em movimentação de helicópteros. Em 2017 foram executados 8.437 pousos neste aeroporto, resultando em 45.756 desembarques e 45.764 embarques (DEN HELDER AIRPORT, 2018). Portanto, a média é de 5,42 passageiros por movimento. Figura 10 – Aeroporto de Den Helder, nos Países Baixos Fonte: Google Earth, imagem de 18/mar/2018. No Brasil, além da indústria petroleira, destaca-se a região metropolitana de São Paulo, que possui intensa movimentação de helicópteros, impulsionada pelo congestionamento nos modos de superfície e pela violência urbana. A Figura 11 apresenta uma vista das instalações do Helipark, um dos maiores centros de manutenção e hangaragem de helicópteros da América Latina (HELIPARK, 2018). O local conta com 10 spots de estacionamento e está localizado em Carapicuíba, na região metropolitana de São Paulo. Disciplina: TRA-57 - Operações em Aeroportos. Modais de Transporte. Prof. Evandro. ITA. 2018. Versão 1 P á g i n a 16 | 31 Figura 11 – Helipark: centro de serviços a helicópteros em Carapicuíba -SP Fonte: Google Earth, imagem de 05/jul/2017. Helicópteros privados normalmente possuem capacidade entre 1 e 5 passageiros, com MTOW entre 3.000 lb e 6.000lb. Já os helicópteros comerciais, como os utilizados no apoio à produção offshore, possuem capacidades maiores, na faixa de 10 a 50 passageiros, com MTOW entre 10.000 lb e 50.000lb. (HORONJEFF, MCKELVEY, et al., 2010). A Tabela 4 apresenta três modelos representativos da frota brasileira de helicópteros 2. Por sua vez, as aeronaves de asa fixa permitem cobrir distâncias maiores do que helicópteros com maior velocidade e menor consumo de energia. Como desvantagem está a infraestrutura requerida, exigindo maior espaço disponível e consideráveis investimentos em pistas e áreas de proteção. Aeronaves de transporte exigem preparação das superfícies físicas que utilizam, seja para garantia da capacidade de suporte, aderência, atrito, prevenção contra FOD (Foreign Object Damage), entre outros. De forma geral, aeronaves movidas a jato exigem áreas pavimentadas e pistas mais longas do que turboélices. Exceções a esse padrão podem ser encontradas em jatos especialmente desenvolvidos para pistas não preparadas ou semipreparadas, como os aviões KC-390 e Pilatus PC-24. “ O KC-390 pode operar normalmente em uma pista semipreparada com solo macio (CBR-6: solos de areia / argila compacto) de 4.000 pés de comprimento (CFL*) transportando 12 toneladas de carga a uma distância de 500 nm.” (EMBRAER, 2018) A Tabela 5 apresenta três modelos de aeronaves que atualmente encontram-se em operação no Brasil. Aeronaves de asa fixa são capazes de cobrir grandes distâncias pela adição de capacidade de armazenamento extra de combustível. No caso de helicópteros este acréscimo é mais limitado. 2 http://www.rottaativa.com/infografico-frota-brasileira-de-helicopteros/ (Acesso em 21/07/2018) http://www.rottaativa.com/infografico-frota-brasileira-de-helicopteros/ Disciplina: TRA-57 - Operações em Aeroportos. Modais de Transporte. Prof. Evandro. ITA. 2018. Versão 1 P á g i n a 17 | 31 Tabela 4 – Características de 3 helicópteros utilizados nos Brasil Característica R22* H 125** S 76 *** Exemplo de missão típica Treinamento Salvamento, transporte de passageiros Transporte Offshore M o to r Tipo de motor Convencional, 4 cilindros 1 turbina biturbina Capacidade do tanque (standard) 46 kg 540 litros 1.030 litros Potência 131 hp (máxima) 847 shp 1.300 shp (total) P es o s e D im en sõ es MTOW 622 kg 2.250 kg 5.306 kg Peso Vazio 399 kg 1.278 kg 3.181 kg Comprimento total 8,76 m 12,92 m 16 m Diâmetro do rotorprincipal 7,67 m 10,99 m 13,41 m Pessoas Passageiros 1 5 ou 6 12 ou 13 Tripulantes 1 1 ou 2 1 ou 2 D es em p en h o Velocidade de cruzeiro 96 nós 140 nós 137 nós Velocidade máxima 102 nós 155 nós 155 nós Alcance 460 km 651 km 762 km Altitude máxima para voo pairado fora do efeito solo (OGE) 8.000 pés 11.100 pés 3.300 pés Altitude máxima para voo pairado em efeito solo (IGE) 9.400 pés 13.200 pés 7.050 pés Altitude máxima de operação 14.000 pés 23.000 pés 15.000 pés * R22 Beta II Brochure, ROBINSON HELICOPTER COMPANY (Dec. 2016) ** Airbus Helicopters ***Fonte 1:s76C++ Technical Information.Sikorsky. S76-084 F Feb. 2007. Fonte 2: https://www.sikorskyarchives.com/S-76.php Tabela 5 – Características de três modelos de aeronaves de asa fixa Característica ATR72* E195** A380-800*** Uso típico Transporte doméstico regional Transporte doméstico (linhas de média densidade) Transporte internacional de alta densidade M o to r Tipo de motor Turboélice, 2 motores turbofan, 2 motores turbofan, 4 motores Capacidade de combustível (kg) 5.000 13.100 253.984 Potência total 4.950 SHP - - P es o s e D im en sõ es MTOW (PMD) (kg) 21.500 50.790 560.000 MLW 21.350 45.000 386.000 Peso Vazio (kg) 13.000 28.700 276800< Disciplina: TRA-57 - Operações em Aeroportos. Modais de Transporte. Prof. Evandro. ITA. 2018. Versão 1 P á g i n a 18 | 31 Característica ATR72* E195** A380-800*** Comprimento total (m) 27,17 38,67 72,73 Altura (m) 7,65 10,57 24,27 Envergadura (m) 27,05 28,72 79,75 Pessoas Passageiros (depende da configuração) 70$ 118 555 Comissários (trip. Simples) 2$ 3$ - D es em p en h o Velocidade de cruzeiro (km/h) 517 & 870 900 § Alcance (km) (ISA) # 1.490 3.700 14.700 Distância de decolagem (ISA, MTOW, SL) (m) 1.211 1.700 2.750 Distância de pouso (ISA, MLW, SL) 902 1.260 1.900 Teto operacional (m) 7.620+ 12.497$ 13.106§§ *ATR. ATR 200-210 brochure. Blagnac. 2011.Versão básica. ** EMBRAER. EMBRAER. Embraer 195 Airport Planning Manual. REVISION 11 - 09 OCTOBER 2015. APM-1997. São José dos Campos. 2006. Versão 195LR, motores CF34‐10E7 *** AIRBUS. A380 Aircraft Characteristics Airport and Maintenance Planning. Rev. Dez. 2016. Blagnac. 2005. Motores Trent 900. Versão WV000 $ http://www.anac.gov.br/assuntos/setor-regulado/empresas/especificacoes-operativas. Azul linhas aéreas &: Max Cruise speed (95% MTOW - ISA - Optimum FL) #: número máximo de passageiros +: ANAC. TYPE CERTIFICATE DATA SHEET Nº EA-9312. ATR - GIE Avions de Transport Régional. Brasília. 2016. <: http://www.flugzeuginfo.net/acdata_php/acdata_a380_en.php §: https://www.emirates.com/english/experience/our-fleet/a380/ §§: FAA. FEDERAL AVIATION ADMINISTRATION. FAA Type Certificate Data Sheet No. A58nm. Type Certificate Holder: Airbus SAS. Washington. 2017. 2.3 Modal Aéreo: Características ➢ Alto custo de transporte; ➢ Altos investimentos (aeroportos, aeronaves, treinamento, certificação, manutenção); ➢ Baixa e média capacidade de carga; ➢ Terminal-Terminal: é necessário um modal complementar (Rodoviário, por exemplo); ➢ Pouco flexível quanto ao tipo de carga (container aéreo possui dimensões restritas); ➢ Veloz e confiável; ➢ Produtos típicos: produtos de alto valor agregado: correio e encomendas, produtos eletrônicos, produtos perecíveis, peças críticas (inclusive para outras aeronaves). 2.4 Modal Aéreo: Dados e Estatísticas ➢ Estatísticas do Brasil: ver http://www.anac.gov.br/assuntos/dados-e-estatisticas; ➢ Estatísticas internacionais: ver: http://www.iata.org/ (muitos dados não são livres); ➢ Dados de aeronaves: fabricantes e autoridades certificadoras (ANAC, FAA, EASA); ➢ Aeroportos: Administradoras de aeroportos. http://www.anac.gov.br/assuntos/dados-e-estatisticas http://www.iata.org/ Disciplina: TRA-57 - Operações em Aeroportos. Modais de Transporte. Prof. Evandro. ITA. 2018. Versão 1 P á g i n a 19 | 31 3 MODAL FERROVIÁRIO Este é um dos modais mais inflexíveis, pois terminais e vias precisam ser planejados para horizontes de tempo longos. Além disso, exige modais complementares, como o rodoviário, por exemplo. Este modal possui alta eficiência energética e é mais seguro do que o transporte rodoviário, além de possuir uma capacidade de pax/carga por faixa muito elevada. No Brasil é muito utilizado para o transporte de minérios. De acordo com ANTT (2013), as cargas típicas deste modal no Brasil são: ➢ Produtos Siderúrgicos; ➢ Grãos; ➢ Minério de Ferro; ➢ Cimento e Cal; ➢ Adubos e Fertilizantes; ➢ Derivados de Petróleo; ➢ Calcário; ➢ Carvão Mineral e Clínquer; ➢ Contêineres. No transporte de passageiros, o uso no Brasil restringe-se ao transporte urbano. 3.1 Modal Ferroviário: Regulação A agência reguladora dos transportes terrestres é a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), responsável pelo transporte rodoviário, ferroviário e dutoviário. Suas competências são: ➢ CONCESSÃO: ferrovias, rodovias e transporte ferroviário associado à exploração da infraestrutura. ➢ PERMISSÃO: transporte coletivo regular de passageiros pelos meios rodoviário e ferroviário não associados à exploração da infraestrutura. ➢ AUTORIZAÇÃO: transporte de passageiros por empresa de turismo e sob regime de fretamento, transporte internacional de cargas, transporte multimodal e terminais (ANTT, 2013). 3.2 Modal Ferroviário: Infraestrutura e veículos De acordo com Nabais (2014), a ferrovia é composta por um conjunto de componentes básicos como o material rodante (veículos tratores e veículos rebocados) e a via permanente (infraestrutura e superestrutura). A infraestrutura compreende estruturas como as fundações e obras como pontes e aterros. A superestrutura é composta pelos trilhos, aparelhos de mudança de via, dormentes, lastro e sublastro. A largura que separa os trilhos é chamada de bitola. Já do ponto de vista do material rodante, os veículos tratores mais utilizados no Brasil para o transporte de cargas, são do tipo Diesel-Elétrico, com locomotivas pesando entre 150t e 180t. De acordo com ANTF (2016) os vagões podem ser de vários tipos, conforme a carga: ➢ Vagões tipo fechado: para granéis sólidos, ensacados, caixarias, cargas unitizadas e transporte de produtos em geral que não podem ser expostos ao tempo; ➢ Vagões tipo gôndola: para granéis sólidos e produtos diversos que podem ser expostos ao tempo; Disciplina: TRA-57 - Operações em Aeroportos. Modais de Transporte. Prof. Evandro. ITA. 2018. Versão 1 P á g i n a 20 | 31 ➢ Vagões tipo hopper: fechados para granéis corrosivos e granéis sólidos que não podem ser expostos ao tempo e abertos para os granéis que podem ser expostos ao tempo; ➢ Vagões tipo isotérmico - produtos congelados em geral; ➢ Vagões tipo plataforma - contêineres, produtos siderúrgicos, grandes volumes, madeira, peças de grandes dimensões: ➢ Vagões tipo tanque - cimento a granel, derivados de petróleo claros e líquidos não corrosivos em geral: ➢ Vagões especiais - produtos com características de transporte bem distintas das anteriores: o Torpedo (produtos siderúrgicos de alta temperatura) o Basculante o Plataforma para lingotes, placas de aço, etc. o Gôndolas para sucata, escórias, etc. A Figura 12 apresenta exemplos de locomotivas utilizadas no Brasil e de um tipo interessante de vagão, capaz de rodar também fora dos trilhos. A Tabela 7 apresenta a frota brasileira de vagões de carga em 2011 e 2012.Figura 12 – Exemplos de material rodante: locomotivas (superior) e vagão terra-trilho inferior. Fonte: (ANTF, 2016) – locomotivas; e (RUMO, 2015) – vagão. Disciplina: TRA-57 - Operações em Aeroportos. Modais de Transporte. Prof. Evandro. ITA. 2018. Versão 1 P á g i n a 21 | 31 Tabela 6 – Frota brasileira de vagões em 2011 e 2012 Fonte: (REVISTA FERROVIÁRIA, 2012) O desempenho operacional dos trens em serviço costuma ser estudado a partir da velocidade e da carga transportada. A velocidade de percurso representa a velocidade média sem a consideração das paradas e esperas, enquanto a velocidade comercial considera estes tempos. A carga costuma ser medida através de um momento de transporte, ou seja, Carga*Distância. Uma medida comum no setor é o TKU (transporte de uma tonelada de carga útil pela distância de 1 km); ou o TKB (transporte de uma tonelada de carga + trem pela distância de 1 km). A Tabela 7 apresenta dados de velocidade média no percurso nas ferrovias brasileiras em 2012 e 2013. E Figura 12 a apresenta uma série sobre a produção global das ferrovias entre 2004 e 2013. Tabela 7 – Velocidade média no percurso (km/h) Fonte: (ANTT, 2014) Disciplina: TRA-57 - Operações em Aeroportos. Modais de Transporte. Prof. Evandro. ITA. 2018. Versão 1 P á g i n a 22 | 31 Figura 13 – Produção global no transporte ferroviário de cargas nas ferrovias concedidas Fonte: (ANTT, 2014) Figura 14 – Principais produtos transportados em 2013 (em milhões de TKU) nas ferrovias concedidas Fonte: (ANTT, 2014) Minério de ferro prod. Agrícola Soja e farelo de soja Disciplina: TRA-57 - Operações em Aeroportos. Modais de Transporte. Prof. Evandro. ITA. 2018. Versão 1 P á g i n a 23 | 31 3.3 Modal Ferroviário: Rede com transbordo No Brasil as concessões ferroviárias estão geograficamente segregadas e a malha, além de limitada em dimensões, não oferece rotas múltiplas. No entanto, em sistemas densos como o americano, com grande extensão de vias e rotas alternativas, a frequência do serviço pode ser drasticamente aumentada pelo uso de pontos de transbordo na rede. No transporte ferroviário o transbordo pode ser feito pela reconfiguração da composição, em pátios de transbordo como demonstrado na Figura 15. E mesmo em redes reduzidas como a nossa, a simples utilização de contêineres pode facilitar o transbordo e a intermodalidade, conforme representa a Figura 16. Ver link Figura 15 – Pátio de manobra para trens de carga. Fonte: link Figura 16 – Representação de um sistema de transbordo entre os modais rodoviário e ferroviário. Fonte: (JAEHN, 2013) https://www.google.com.br/maps/search/train+hump+waycross/@31.1862682,-82.3976657,3403m/data=!3m1!1e3 https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/originals/a3/3f/93/a33f9360e5d1fa6a17447456949cbbce.jpg Disciplina: TRA-57 - Operações em Aeroportos. Modais de Transporte. Prof. Evandro. ITA. 2018. Versão 1 P á g i n a 24 | 31 3.4 Modal Ferroviário: Características ➢ Baixo custo energético de operação; ➢ Altos investimentos; ➢ Alta capacidade de carga; ➢ Capaz de transportar cargas de grande massa e médio volume; ➢ Capaz de transportar os mesmos contêineres utilizados em caminhões e navios; ➢ Geograficamente fixo pela malha; ➢ Acomoda vários tipos de cargas; ➢ Confiável em termos de tempo; ➢ Baixos índices de acidentes; ➢ Produtos típicos no Brasil: minérios, soja, açúcar, combustíveis. 3.5 Modal Ferroviário: Estatísticas ➢ Ver: http://www.antt.gov.br ; e ➢ Ver: http://www.antf.org.br/ 4 MODAL RODOVIÁRIO Embora seus custos variáveis de transporte sejam mais altos do que aqueles do transporte ferroviário e aquaviário, este é o mais flexível de todos os modais, podendo utilizar vias pavimentadas ou não, e atuando como complementar aos outros modais. Além disso, os custos fixos do transporte rodoviário são os menores, conforme ilustra a Figura 17. Apesar de ser mais eficiente em distâncias pequenas, este modal também é utilizado para o transporte internacional de cargas, especialmente no âmbito do Mercosul. Figura 17 – Relação custo versus distância dos modais marítimo, ferroviário e rodoviário Fonte: (RODRIGUE, 2016) http://www.antt.gov.br/ http://www.antf.org.br/ Disciplina: TRA-57 - Operações em Aeroportos. Modais de Transporte. Prof. Evandro. ITA. 2018. Versão 1 P á g i n a 25 | 31 4.1 Modal Rodoviário: Regulação A agência reguladora é a ANTT. A lei 11.442 (BRASIL, 2007) dispõe sobre o transporte rodoviário de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração. Na regulação do transporte internacional de cargas (TRIC) a ANTT é o órgão que representa o Brasil. 4.2 Modal Rodoviário: Infraestrutura e veículos No âmbito do projeto, a geometria das vias está diretamente relacionada à velocidade, à acessibilidade e à segurança viária. Ainda, o tipo de pavimento escolhido e sua programação de manutenção deve considerar a intensidade e a frequência das cargas solicitantes. A altura de túneis, pontes e viadutos, bem como os raios das vias podem impor restrições adicionais aos veículos de maior porte, que tendem a oferecer menores custos de operação por tonelada transportada. Os veículos de carga variam de 3,5 a mais de 70 toneladas. No entanto, regras nacionais, estaduais ou municipais podem restringir os veículos por região e horário com base nas suas dimensões, peso bruto, tipo de carga, etc. Na cidade de São Paulo restrições de circulação limitam a entrega de carga em determinados locais e horários a VUCs (Veículos Urbanos de Carga ). De acordo com a portaria 31/2016: Entende-se por VUC, para os efeitos desta Portaria, o caminhão que apresenta as seguintes características, respeitada a definição estabelecida no Decreto no 56.920/16: I - largura máxima: 2,20m (dois metros e vinte centímetros); II- comprimento máximo: 7,20m (sete metros e vinte centímetros); III - data de fabricação a partir de janeiro de 2005. De acordo com (GUIA DO TRC, 2016), os caminhões podem ser dos seguintes tipos: ◙ VUCs; ◙ Caminhões: são veículos fixos, monoblocos, constituindo-se de uma única parte que incorpora a cabine, com motor, e a unidade de carga (carroceria). Podem apresentar os mais variados tamanhos ter de 2 ou 4 eixos, podendo atingir peso bruto total de até 29 toneladas; e ◙ Carretas: são veículos articulados e, portanto, possuindo unidades de tração e de carga em módulos separados. Estas duas unidades são denominadas cavalos mecânicos e semi-reboques. Os semirreboques são equipamentos que não apresentam qualquer eixo na dianteira, mas tão-somente na traseira, devendo ser acoplados aos cavalos mecânicos. Eles podem ser dos mais diversos tipos como abertos, em forma de gaiolas, plataformas, cegonheiras, tanques ou fechados (baús), cada qual apropriado a uma determinada carga. Os semirreboques fechados podem ser equipados com maquinários de refrigeração para transporte de cargas que necessitam de controle de temperatura. Algumas definições, de acordo com (BRASIL, 2008): ➢ CAMINHÃO – veículo automotor destinado ao transporte de carga, com PBT acima de 3.500 quilogramas, podendotracionar ou arrastar outro veículo, desde que tenha capacidade máxima de tração compatível. Disciplina: TRA-57 - Operações em Aeroportos. Modais de Transporte. Prof. Evandro. ITA. 2018. Versão 1 P á g i n a 26 | 31 ➢ CMT - CAPACIDADE MÁXIMA DE TRAÇÃO - Máximo peso que a unidade de tração é capaz de tracionar, indicado pelo fabricante, baseado em condições sobre suas limitações de geração e multiplicação de momento de força e resistência dos elementos que compõem a transmissão. ➢ PESOS E CAPACIDADES INDICADOS – pesos máximos e capacidades máximas informados pelo fabricante ou importador como limites técnicos do veículo; ➢ PESOS E CAPACIDADES AUTORIZADOS – o menor valor entre os pesos e capacidades máximos estabelecidos pelos regulamentos vigentes (valores legais) e os pesos e capacidades indicados pelo fabricante ou importador (valores técnicos); ➢ PESO BRUTO TOTAL (PBT) - o peso máximo (autorizado) que o veículo pode transmitir ao pavimento, constituído da soma da tara mais a lotação; ➢ PESO BRUTO TOTAL COMBINADO (PBTC) – Peso máximo que pode ser transmitido ao pavimento pela combinação de um veículo de tração ou de carga, mais seu(s) semi-reboque(s), reboque(s), respeitada a relação potência/peso, estabelecida pelo INMETRO – Instituto de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, a Capacidade Máxima de Tração da unidade de tração, conforme definida no item 2.7 do anexo dessa Resolução e o limite máximo estabelecido na Resolução CONTRAN nº 211/06, e suas sucedâneas; ➢ TARA - peso próprio do veículo, acrescido dos pesos da carroçaria e equipamento, do combustível – pelo menos 90% da capacidade do(s) tanque(s), das ferramentas e dos acessórios, da roda sobressalente, do extintor de incêndio e do fluido de arrefecimento, expresso em quilogramas; Ao trafegar pelas rodovias nacionais, os veículos não podem ultrapassar certos limites de peso e geometria. O DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) fornece padrões para o projeto de estradas e para os limites admissíveis nos veículos rodoviários. Para o transporte de passageiros, os maiores veículos de transporte rodoviário são encontrados no sistema BRT (Bus Rapid Transit), chegando na casa dos 200 passageiros por veículo. O BRT é um sistema de transporte de massa com implantação mais rápida do que sistemas sobre trilhos, ao passo que oferece alta capacidade de transporte por faixa. As cidades de Bogotá, na Colômbia e a cidade de Curitiba possuem este tipo de sistema implantado e servem de referência. 4.3 Modal Rodoviário: Características As seguintes características são destacadas em (BRASIL, 2016): ➢ Possui a maior representatividade entre os modais existentes no Brasil; ➢ Adequado para curtas e médias distâncias; ➢ Baixo custo inicial de implantação; ➢ Alto custo de manutenção; ➢ Muito poluente com forte impacto ambiental; ➢ Segurança no transporte comprometida devido à existência de roubos de cargas; ➢ Serviço de entrega porta a porta; ➢ Maior flexibilidade com grande extensão da malha; ➢ Transporte com velocidade moderada; ➢ Os custos se tornam altos para grandes distâncias; ➢ Baixa capacidade de carga com limitação de volume e peso; e ➢ Integra todos os estados brasileiros. Disciplina: TRA-57 - Operações em Aeroportos. Modais de Transporte. Prof. Evandro. ITA. 2018. Versão 1 P á g i n a 27 | 31 4.4 Modal Rodoviário: Estatísticas A agência reguladora – ANTT apresenta uma série de dados: link: As tabelas a seguir apresentam alguns dados sobre a frota brasileira: Tabela 8 – Idade Média da frota brasileira (anos) Idade Média dos Veículos (anos) Tipo de Veículo Autônomo Empresa Cooperativa Total CAMINHÃO LEVE (3,5T A 7,99T) 20,8 9,8 10,4 13,6 CAMINHÃO SIMPLES (8T A 29T) 24,3 10,8 15,9 17,0 CAMINHÃO TRATOR 18,3 8,2 14,0 13,5 CAMINHÃO TRATOR ESPECIAL 16,1 6,1 10,9 11,1 CAMINHONETE / FURGÃO (1,5T A 3,49T) 10,3 7,2 7,3 8,3 REBOQUE 19,9 11,0 14,5 15,1 SEMI-REBOQUE 15,1 9,0 11,5 11,9 SEMI-REBOQUE COM 5ª RODA / BITREM 10,4 8,1 7,2 8,5 SEMI-REBOQUE ESPECIAL 16,8 8,0 13,0 12,6 UTILITÁRIO LEVE (0,5T A 1,49T) 13,3 8,5 9,8 10,5 VEÍCULO OPERACIONAL DE APOIO 26,8 19,2 24,0 23,3 Total 17,5 9,6 12,6 13,2 Atualizado em: 02/07/2016 às 05:15:00 FONTE: (ANTT, 2013) Tabela 9 – Empresas brasileiras habilitadas para TRIC País Destino Empresas Frota ARGENTINA 435 35.201 BOLÍVIA 108 8.140 CHILE 275 24.103 PARAGUAI 231 22.376 PERU 54 2.872 URUGUAI 277 23.817 VENEZUELA 12 1.412 TOTAL 649 48.958 Obs.: Uma mesma empresa e um mesmo veículo podem ser habilitados para mais de um país. FONTE: (ANTT, 2013) Tabela 10 – Empresas estrangeiras habilitadas para TRIC País de Origem Empresas Frota ARGENTINA 530 19.311 BOLÍVIA 156 5.306 CHILE 226 5.899 PARAGUAI 176 12.729 PERU 19 1.425 URUGUAI 173 3.976 VENEZUELA 2 2 TOTAL 1282 48.671 FONTE: (ANTT, 2013) http://www.antt.gov.br/ Disciplina: TRA-57 - Operações em Aeroportos. Modais de Transporte. Prof. Evandro. ITA. 2018. Versão 1 P á g i n a 28 | 31 4.5 Modal Rodoviário: Análise de Capacidade Destaca-se o Highway Capacity Manual, que é editado pela TRB (Transportation Research Board) e que se encontra na sexta edição atualmente. Por basear-se nas condições presentes nos Estados Unidos, seu uso requer adaptações. 5 MODAL DUTOVIÁRIO Compreende toda a forma de transportes através de dutos, sendo muito utilizado internamente às plantas industriais. Mas também pode ligar pontos distantes, como é o caso de gasodutos, minerodutos, oleodutos, etc. Sua regulação está a cargo da ANTT, mas pode estar vinculado também a outras agências, como é o caso dos combustíveis (ANP – Agência Nacional do Petróleo), já que os combustíveis utilizam muito este modal. Por exemplo, o gasoduto Brasil Bolívia é o maior da América Latina com 3.150 km de extensão. Este tipo de transporte permite que o trânsito de veículos seja reduzido ou eliminado, diminuindo acidentes e poluição. Se por um lado o custo fixo da implantação é elevado, para altos volumes, o menor custo variável o torna recompensador. Uma desvantagem é que é impossível vigiar a rede como um todo, o que leva a problemas com vandalismo e terrorismo. Conforme aponta Ballou (2004, p. 175), a velocidade nos dutos é lenta, cerca de 5km/h, mas se dá ao longo das 24 horas do dia. Uma potencial vantagem deste modal do ponto de vista da infraestrutura é a sua adaptação a regiões de terreno acidentado, barateando custos com obras de terra. Exemplos de alguns oleodutos no Brasil, conforme (PETROBRAS, 2016) : O Terminal de Guarulhos recebe derivados de petróleo e álcool da Refinaria Vale do Paraíba, da Refinaria de Paulínia, de Guararema, de São Caetano do Sul, da Refinaria de Capuava e de São Sebastião. Também armazena (e realiza carregamento rodoviário pela base operada pela Petrobras Distribuidora) gasolina, diesel, álcool anidro e hidratado e QAV-1, visando ao atendimento do mercado consumidor da região. Além disso, transfere querosene de aviação para abastecimento de aviões no Aeroporto Internacional de São Paulo (Cumbica). Oleoduto OSVAT 16 Origem e destino: Recap (Mauá/SP) - Terminal de Guarulhos/SP - Terminal de São Caetano do Sul/SP Produtos: claros Extensão: 66 Km Diâmetro: 16” Intermediário: Suzano/SP Oleodutos OSVAT 22 e 24 Origem e destino: Revap (São José dos Campos/SP) - Terminal de São Caetano do Sul/SPProdutos: claros e óleo combustível Extensão: 2 dutos com cerca de 120 Km cada Diâmetro: 22” e 24” Intermediários: Guarulhos/SP e Guararema/SP (EMBRAER, 2005) (ANAC , 2016) (ATR, 2011) (FAA. FEDERAL AVIATION ADMINISTRATION, 2017) (EMBRAER, 2006) (AIRBUS, 2005) Disciplina: TRA-57 - Operações em Aeroportos. Modais de Transporte. Prof. Evandro. ITA. 2018. Versão 1 P á g i n a 29 | 31 Bibliografia ADMINISTRAÇÃO DOS PORTOS DE PARANAGUÁ E ANTONINA. Dicionário básico portuário. Editado por Samar Razzak. [S.l.], p. Segunda Edição. AGERSCHOU, H. PLanning and Design of Ports and Marine Terminals. Second. ed. London: Thomas Telford, 2004. AIRBUS. A380 Aircraft Characteristics Airport and Maintenance Planning. Rev. Dez. 2016. Blagnac. 2005. ANAC. TYPE CERTIFICATE DATA SHEET Nº EA-9312. ATR - GIE Avions de Transport Régional. Brasília. 2016. ANAC. Agência Nacional de Aviação Civil. Anuário do Transporte Aéreo 2016. Brasília. 2017. ANAC. Agência Nacional de Aviação Civil. RBAC 119. Emenda nº4 - Certificação: Operadores Regulares e Não Regulares. Brasília: [s.n.], 2018. ANAC. Agência Nacional de Aviação Civil. RBAC 154 - Projeto de Aeródromos. Inclui Emenda 04. ed. Brasília: [s.n.], 2018a. ANAC. Agência Nacional de Aviação Civil.Aeródromos, 2018b. Disponivel em: <http://www.anac.gov.br/assuntos/setor-regulado/aerodromos>. Acesso em: 19 Julho 2018. ANTF. Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários - Material Rodante, 2016. Disponivel em: <http://www.antf.org.br/index.php/informacoes-do-setor/material-rodante>. Acesso em: 1 Jun 2016. ANTT. Agência Nacional de Transportes Terrestres, 2013. Disponivel em: <http://www.antt.gov.br>. Acesso em: 1 Jul 2016. ANTT. Acompanhamento das concessões ferroviárias: Relatório anual 2013 / GEROF/SUFER. Agência Nacional de Transportes Terrestres.. [S.l.]. 2014. ATR. ATR 200-210 brochure. Blagnac. 2011. BALLOU, R. H. Logística: Administración de la cadena de suministro. Quinta. ed. [S.l.]: Pearson Educación. Tradução, 2004. BRASIL. LEI Nº 9.432, DE 8 DE JANEIRO DE 1997. Presidência da República, Brasília, v. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9432.htm. Acesso em 26 de Jun de 2016, 1997. BRASIL. LEI Nº 11.442, DE 5 DE JANEIRO DE 2007. Brasília. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11442.htm. Acesso em 2 de Jun de 2016. 2007. BRASIL. CONTRAN -Conselho Nacional De Trânsito. Resolução nº 290, de 29 de agosto de 2008. Brasília. 2008. BRASIL. LEI Nº 12.815, DE 5 DE JUNHO DE 2013. Presidência da República, Brasília, v. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/Lei/L12815.htm. Acesso em 26 de Jun de 2016, 2013. Disponivel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- 2014/2013/Lei/L12815.htm>. Disciplina: TRA-57 - Operações em Aeroportos. Modais de Transporte. Prof. Evandro. ITA. 2018. Versão 1 P á g i n a 30 | 31 BRASIL. Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. Transporte Aquaviário, 2015. Disponivel em: <http://www.transportes.gov.br/transporte-aquaviario.html>. Acesso em: 2016 Jun 26. BRASIL. ANTAQ. Agência Nacional de Transportes Aquaviários, 2016. Disponivel em: <http://www.antaq.gov.br/Portal/Institucional.asp>. Acesso em: 26 Jun 2016. BRASIL. Marinha do Brasil. Capitania dos Portos do Espírito Santo, 2016. Disponivel em: <https://www1.mar.mil.br/cpes/node/26>. Acesso em: 2016 Jun 26. BRASIL. Ministério dos Transportes. Banco de Informações e Mapas de Transportes, 2016. Disponivel em: <http://www2.transportes.gov.br/bit/01-inicial/index.html>. Acesso em: 2 Jul 2016. DEN HELDER AIRPORT, 2018. Disponivel em: <https://www.denhelderairport.nl>. Acesso em: 21 Jul 2018. EMBRAER. Embraer 190 Airport Planning Manual. REVISION 13 - 09 OCTOBER 2015. APM- 1901. São José dos Campos. 2005. EMBRAER. Embraer 195 Airport Planning Manual. REVISION 11 - 09 OCTOBER 2015. APM- 1997. São José dos Campos. 2006. EMBRAER. Embraer Defesa, 2018. Disponivel em: <https://defense.embraer.com>. Acesso em: 22 Jul 2018. FAA. FEDERAL AVIATION ADMINISTRATION. FAA Type Certificate Data Sheet No. A58nm. Type Certificate Holder: Airbus SAS. Washington. 2017. GLOBAL SECURITY. Container Ship Types, 2011. Disponivel em: <http://www.globalsecurity.org/military/systems/ship/container-types.htm>. Acesso em: 30 Jun 2016. GUIA DO TRC. Tipos de veículos e suas capacidades de carga, 2016. Disponivel em: <http://www.guiadotrc.com.br/guiadotransportador/veiculos_carga.asp>. Acesso em: 2 Jul 2016. HELIPARK, 2018. Disponivel em: <http://www.helipark.com.br/>. Acesso em: 21 Jul 2018. HORONJEFF, R. et al. Planning and Design of Airports. [S.l.]: McGraw-Hill Education, 5 Edition, 2010. HYUNDAI HEAVY INDUSTRIES. Ship Building 2015. Dong-gu. 2015. INFRAERO. Tarifas Aeroportuárias. Infraero Aeroportos, 2016. Disponivel em: <http://www.infraero.gov.br/index.php/outros-servicos/tarifas-aeroportuarias.html>. Acesso em: 29 Jun 2016. JAEHN, F. Positioning of loading units in a transshipment yard storage area. OR Spectrum, v. 35, n. 2, p. 399-416, 2013. ISSN ISSN: 1436-6304 DOI: 10.1007/s00291-012-0281-8. Disponivel em: <http://dx.doi.org/10.1007/s00291-012-0281-8>. KAZDA, A.; CAVES, R. E. Airport Design and Operation. Bingley : Emerald Group Publishing, 2 Edição, 2007. Disciplina: TRA-57 - Operações em Aeroportos. Modais de Transporte. Prof. Evandro. ITA. 2018. Versão 1 P á g i n a 31 | 31 NABAIS, R. J. D. S. (Organizador). Manual básico de engenharia ferroviária. ISSN: 978-85- 7975-131-8. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2014. PETROBRAS. Principais Operações: Terminais e Oleodutos: Terminal Guarulhos, 2016. Disponivel em: <http://www.petrobras.com.br/pt/nossas-atividades/principais-operacoes/terminais- e-oleodutos/terminal-guarulhos.htm>. Acesso em: 2 Jul 2016. REVISTA FERROVIÁRIA. Estudo de mercado, Abril/Maio 2012. RODRIGUE, J.-P. The geography of transport systems. Hofstra University, 2016. Disponivel em: <https://people.hofstra.edu/geotrans/index.html>. Acesso em: 30 Jun 2016. RUMO. Frota, 2015. Disponivel em: <http://pt.rumolog.com/conteudo_pti.asp?idioma=0&conta=45&tipo=27060>. Acesso em: 1 Jun 2016.
Compartilhar