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Raquel Fontenele – 5º Período - Medicina Ter ansiedade é normal. É uma situação difusa, desagradável, e vaga de apreensão, por vezes acompanhada de sintomas como cefaleia, palpitações etc. A ansiedade é quem previne prejuízo ao alertar o individuo a realizar certos atos que bloqueiam o perigo. EX: estudar muito para um apg pensando no seu desempenho. Ansiedade: é uma resposta a uma ameaça desconhecida, interna, vaga e conflituosa Medo: é uma resposta a uma ameaça conhecida, externa, definida e sem conflitos. - Percepção do estar nervoso ou assustado. - Percepção das sensações fisiológicas: diarreia, vertigem, hiperidrose (suor excessivo), reflexos aumentados, hipertensão, dilatação da pupila, inquietação, síncope, taquicardia, extremidades formigantes, tremores, irritação estomacal, frequência urinária, hesitação, urgência. Teoria psicanalítica Freud diz que é como um sinal da presença de perigo no inconsciente. O objetivo do tratamento aqui é aumentar a tolerância à ansiedade e não a eliminar. Teoria comportamental Aqui a ansiedade é uma resposta condiciona a estímulos específicos do ambiente. A terapia cognitivo-comportamental é uma forma eficiente de lidar com transtornos de ansiedade. Teorias existenciais Indivíduos se tornam conscientes de sentimento de profundo niilismo (redução ao nada) em suas vidas, sentimentos que podem ser até mais desconfortáveis do que a aceitação de sua morte inevitável. Sistema Nervoso Autônomo A ansiedade do sistema nervoso central precede as manifestações periféricas desta condição, EXCETO quando uma causa periférica específica está presente, como quando o paciente tem feocromocitoma (tumor que normalmente se origina das células cromafins das glândulas adrenais, o que provoca a superprodução de catecolaminas, hormônios potentes que causam hipertensão arterial e outros sintomas). A estimulação do sistema nervoso autônomo causa sintomas como: Taquicardia, cefaleia, diarreias, dispneia. Raquel Fontenele – 5º Período - Medicina O SNA de pessoas com transtorno de ansiedade, em especial síndrome do pânico, exibe aumento do tônus simpático, adapta-se lentamente a estímulos repetidos e responde com grande intensidade a estímulos moderados Neurotransmissores 1. Norepinefrina (humor, concentração, atenção, memória) É encontrada tanto no SNSimpático como no cérebro. Pacientes afetados podem ter um sistema noradrenérgico com problemas de regulação, com surtos ocasionais de atividade. - Os corpos celulares estão no locus ceruleus (Cerúleo) e projetam-se de seus axônios para o córtex cerebral, o sistema límbico, o tronco cerebral e a medula espinal. - Experimentos em macacos mostraram que a estimulação do locus ceruleus produz uma resposta de medo e que a ablação dessa área inibe ou bloqueia a capacidade dos animais de sentirem medo. - Estudo com humanos verificaram que em pacientes com transtorno de pânico os agonistas dos receptores B-adrenérgicos (isoproterenol ) e antagonistas dos receptores a2-adrenérgicos(ioimbina) podem provocar ataques de pânicos frequentes e graves. 2. Serotonina (humor, apetite, FC) - Os corpos celulares da maioria dos neurônios serotonérgicos estão localizados nos núcleos da rafe do tronco cerebral rostral e se projetam para o córtex cerebral, o sistema límbico (em especial, amigdala e o hipocampo) e o hipotálamo. - Antidepressivos serotonérgicos têm efeitos terapêuticos em alguns transtornos – como a clomipramina (Anafranil) no transtorno obsessivo- compulsivo. Raquel Fontenele – 5º Período - Medicina - O bupropiona (antagonista dos receptores 5-HT1a para serotonina), no tratamento dos transtornos de ansiedade também sugere a possibilidade de uma associação entre a serotonina e a ansiedade. 3. GABA (sensação de calma, relaxamento, sono) O GABA é produzido nas células cerebrais a partir do glutamato, que é um neurotransmissor excitatório. - Receptores metabotrópicos. - Uma rota origina-se no neoestriado e termina no globo pálido interno (2). Outra deixa o neoestriado e projeta-se para o globo pálido externo (4). Outra rota GABA começa no neoestriado e termina na substância negra reticulada (6). - Aqui fica gostoso. Os benzodiazepínicos ao se ligar com um receptor GABA agem aumentando a frequência de abertura onde íons passam e geram a hiperpolarização, diminuindo sua capacidade de excitação. Reduz a ansiedade, agressão, sedação e indução do sono, redução da tensão muscular e coordenação da ação anticonvulsivante. Lembrar do Alprazolam (frontal) <3 Sistema Límbico Estudos apontam que o sistema límbico na geração de respostas de ansiedade e medo obtiveram aumento da atividade na via septo- hipocampal, que pode levar à ansiedade, e o giro do cíngulo, implicando na fisiopatologia do transtorno obsessivo- compulsivo. ➔ O córtex frontal se conecta com região para-hipocampal, o giro do cíngulo e o hipotálamo e, dessa forma, pode estar envolvido na produção dos transtornos de ansiedade. Raquel Fontenele – 5º Período - Medicina Evidências sólidas indicam que pelo menos algum componente genético contribui para o desenvolvimento de ansiedade. - 50% dos pacientes com transtornos de pânico, possuem uma parede afetado. - O transtorno de ansiedade está relacionado a pelo menos seis variantes genéticas do DNA, segundo American Journal of Psychiatry. Pesquisas sugerem que fatores genéticos, geralmente aliados e interagindo com fatores ambientais, apresentam-se como fatores de risco para o surgimento de um transtorno de ansiedade. Fatores específicos incluem: - Timidez ou inibição comportamental na infância; - Ser mulher; - Possuir poucos recursos econômicos; - Ser divorciado ou viúvo; - Exposição a eventos estressantes, tanto na infância como na vida adulta; - Histórico de transtornos mentais na família; - Níveis elevados de cortisol na saliva durante o período da tarde (especificamente para os casos de transtornos de ansiedade sociais). - Álcool e drogas: o abuso desse tipo de substância pode desencadear quadros de ansiedade. Lista 12 transtornos de ansiedade: 1. Transtorno de pânico com agorafobia 2. Transtorno de pânico sem agorafobia 3. Agorafobia sem história de transtorno de pânico 4. Fobia específica 5. Fobia social 6. Transtorno obsessivo -compulsivo 7. Transtorno de estresse pós-traumático 8. Transtorno de estresse agudo 9. Transtorno de ansiedade generalizada 10. Transtorno de ansiedade devido a uma condição médica 11. Transtorno de ansiedade induzido por substâncias 12. Transtorno de ansiedade sem outra especificação. Raquel Fontenele – 5º Período - Medicina A classificação para tratamento dos transtornos mentais se divide em ansiolíticos e hipnóticos, antidepressivos, antipsicóticos e estabilizadores de humor. 1. Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS ou SSRI) Mecanismo :Aumentam a concentração extracelular da serotonina no corpo e cérebro porque inibem a recaptação da serotonina na fenda sináptica e com isso há mais neurotransmissores disponíveis. Ex: Citalopram, escitalopram, fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina, sertralina e vilazodona. 2. Inibidores seletivos de recaptura de 5-HT/NE (ISRSN) Ex: Venlafaxina e minalciprano 3. Inibidores de recaptura de 5-HT e antagonistas ALFA-2 (IRSA) Ex: Nefazodona e trazodona 4. Estimulantes da recaptura de 5-HT (ERS) Ex: tianeptina 5. Benzodiazepínicos Mecanismo: Aumento da transmissão de GABA, que é o principal neurotransmissor inibitório do SNC. Ex: clonazepam, Diazepam, alprazolam. Raquel Fontenele – 5º Período - Medicina 6. Inibidores da monoaminoxidase (IAMOs) Mecanismo: permitem o aumento da concentração de neurotransmissores na fenda sináptica, o que leva a umaumento da serotonina e noradrenalina. - Não seletivos e irreversíveis: iproniazida, isocarboxazida, tranilcipromina e fenelzina - Seletivos e irreversíveis: clorgilina (MAO-A) - Seletivos e reversíveis: brofaromina, moclobemida, toloxatona, belfloxatona. 7. Inibidores não seletivos de recaptura de monoaminas (ADTs) – ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS Mecanismo: Bloqueio/inibição de recaptura de monoaminas, principalmente norepinefrina (NE) e serotonina (5-HT), em menor proporção dopamina (DA). Ex: Amitriptilina, clomipramina, desapramina, imipramina, nortriptilina, doxepina, amitriptilina 8. Inibidores seletivos de recaptura da noradrenalina DA (ISRD) Ex: Aminepritina, buproprion, minaprina. Terapia Cognitivo-comportamental (TCC) é a técnica com maior corpo de evidência disponivel para tramamento de ansiedade. Mostra melhora em sintomas depressivos, sintomas de medo, precoupação, funcionamento social e sintomas da ansiedade. Trabalha psicoeducação, relaxamento muscular progressivo, respiração diafragmática, treinamento em habilidades sociais, exposição imaginátia e ao vivo, feedback e reestruturação cognitiva. Condições clínicas que indicam a necessidade de encaminhamento: - caso refratário: ausência de resposta ou resposta parcial a duas estratégias terapêuticas efetivas (psicoterapia e/ou psicofármacos em dose terapêutica e por pelo menos 8 semanas); ou - caso associado a transtorno por uso de substâncias grave (ver quadro 1 no anexo); ou - Paciente com ideação suicida persistente. Conteúdo descritivo mínimo que o encaminhamento deve ter: 1. descrição do quadro psiquiátrico atual (evolução dos sintomas, características que sugerem diagnóstico 2. hipótese diagnóstica (pânico, agorafobia, ansiedade social, ansiedade generalizada, TOC, fobia específica, TEPT ou outro transtorno de ansiedade); Raquel Fontenele – 5º Período - Medicina 3. presença de sintomas psicóticos atuais ou no passado ? (sim ou não). Se sim, descreva; 4. presença de ideação suicida/tentativas de suicídio atuais ou no passado? (sim ou não) Se sim, descreva; 5. apresenta prejuízo funcional associado à condição (sim ou não). Se sim, descreva; 6. histórico psiquiátrico: a. outros transtornos psiquiátricos atuais e/ou passados? (sim ou não) Se sim, descreva; b. internações psiquiátricas anteriores? (sim ou não). Se sim, número de internações e ano da última internação; 7. tratamento em uso ou já realizado para a condição (psicoterápico - tipo e duração - ou farmacológico -dose e posologia); 8. número da teleconsultoria, se caso discutido com TelessaúdeRS-UFRGS Raquel Fontenele – 5º Período - Medicina É necessário uma análise clínica com o psiquiatra. Depende do tipo de ansiedade, sintomas, paciente... Transtorno de ansiedade generalizada, por exemplo, devem estar presentes por pelo menos seis meses e causar desconforto ou prejudicar a rotina da pessoa. Na crise de pânico, os ataques devem ser recorrentes. Na fobia social, o paciente apresenta medo marcado de ser foco de atenção, ou medo de comportar-se de maniera que será embaraçosa ou humilhante. Na CID-10 e DSM-V existe critérios diagnósticos para cada transtorno. EXEMPLO:
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