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ASSISTENCIA DE ENFERMGEM EM CUIDADOS INTENSIVOS POS GRAD UNICA

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Núcleo de Educação a Distância
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO
Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. 
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas 
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são 
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo 
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de 
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) 
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. 
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professora: Adriana Penna
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela 
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profisisional.
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 CAPÍTULO 01
INTRODUÇÃO
15O Cuidado Progressivo do Paciente (CPP) _______________________
 CAPÍTULO 02
AS NECESSIDADES E CUIDADOS BÁSICOS DO PACIENTE
Intervenções para Garantir a Segurança do Paciente na UTI _____ 13
As Necessidades Básicas do Paciente ___________________________ 18
17A Unidade de Cuidados Intermediários _________________________
Os Sinais Vitais ________________________________________________ 21
 CAPÍTULO 03
ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA
Evolução e Objetivos do Suporte Ventilatório __________________ 23
O Ciclo Respiratório ____________________________________________ 24
O Papel da Enfermagem na Assistência Ventilatória _____________ 26
 CAPÍTULO 04
PACIENTE COM AFECÇÃO CARDÍACA
Avaliação do Paciente Cardíaco _______________________________ 29
A Assistência de Enfermagem _________________________________ 30
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 CAPÍTULO 05
SETOR DIGESTIVO
 CAPÍTULO 06
MONITORAÇÃO HEMODINÂMICA
42Pneumonia Nosocomial _______________________________________
 CAPÍTULO 07
ASSISTÊNCIA ODONTOLÓGICA
Doença Periodontal ___________________________________________ 40
Procedimentos de Higiene Bucal na UTI e outros Processos _____ 44
43Relações entre Microbiota Bucal e Doença Periodontal _________
 CAPÍTULO 08
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM - SAE
 CAPÍTULO 09
EVENTOS ADVERSOS, ERRO MÉDICO E OS INDICADORES DE QUA-
LIDADE
Glossário ______________________________________________________ 54
Referências ____________________________________________________ 61
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A Unidade de Terapia Intensiva (UTI), conforme a RDC 07 de 
24 de fevereiro de 2010, é um conjunto de aglomerados funcionalmen-
te destinado a atender clientes em estado crítico ou grave. Estes são 
classificados quando há comprometimento de um ou mais de seus prin-
cipais sistemas fisiológicos perdendo sua autorregulação, necessitando 
de assistência contínua (BRASIL. 2010).
Vários autores, dentre eles, Pombo, Almeida e Rodrigues 
(2010), ressaltam que as UTIs garantem a sobrevida dos clientes críti-
cos nas suas mais diversas situações, principalmente pela existência da 
alta tecnologia especializada e complexa.
Realmente, a UTI é uma unidade que demanda elevado in-
vestimento tecnológico, e que apresenta grande impacto emocional, de 
modo que é necessário garantir a qualidade da utilização dos recursos, 
INTRODUÇÃO
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implantando estratégias administrativas eficientes. Portanto, o conheci-
mento do conceito de risco do paciente admitido na UTI é um indicador 
que pode fornecer dados para garantir a melhor utilização das ativida-
des e estimar, durante o curso do tratamento, o tempo adequado para 
alcançar a alta ou para decidir por quanto tempo seria mantido o trata-
mento (KNAUS et al., 1991 apud DIAS, MATTA, NUNES, 2006).
Manter sob vigilância os sinais vitais, conhecer a dinâmica da 
assistência ventilatória, a monitorização hemodinâmica, monitorização 
respiratória, monitorização renal, o balanço de líquidos e sangue são 
apenas algumas das ordens que devem ser seguidas pela equipe de 
profissionais que atua em Unidades de Terapia Intensiva.
Pois bem, as necessidades e cuidados básicos ao paciente da 
UTI, monitoração cardíaca, monitorização hemodinâmica, monitoriza-
ção respiratória, temperatura, coagulação,avaliação do paciente com 
afecção cardíaca, cuidados com o setor digestivo são alguns dos conte-
údos que veremos ao longo do módulo. Daremos ênfase nas unidades 
finais para dois temas muito importantes:
Primeiro, a Sistematização da Assistência de Enfermagem 
(SAE) que é uma atividade privativa do(a) enfermeiro(a), utilizando mé-
todo e estratégia de trabalho, baseados em princípios científicos, para a 
identificação dos problemas do processo de saúde/doença, subsidiando 
ações de assistência de Enfermagem que possam contribuir para a pro-
moção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde do indivíduo, 
família e comunidade.
Na prática nada mais é que o gerenciamento do cuidado. Portan-
to, o profissional deve apoiar-se em conhecimentos científicos e práticos e 
aliá-los a noções de gerenciamento. Cabe a ele conhecer sua unidade, sua 
equipe e o perfil de seus clientes. Deve priorizar o atendimento e planejar 
sua assistência e embasados nas referências de NANDA (North American 
Nursing Diagnosis Association). O primeiro passo para a implementação 
da SAE é a escolha de uma teoria de enfermagem, que é usada para di-
recionar as demais etapas da sistematização da assistência. Após isto, é 
implementado o processo de enfermagem que é constituído por 5 etapas:
1) Investigação.
2) Diagnósticos de enfermagem.
3) Planejamento dos resultados esperados.
4) Implementação da assistência de enfermagem.
5) Avaliação da assistência de enfermagem.
Segundo tema que consideramos essencial, relaciona-se com 
a assistência odontológica em UTI, partindo do entendimento que vários 
estudos têm apontado para a colonização do biofilme bucal por patóge-
nos, em especial os respiratórios, que pode ser uma fonte específica de 
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infecção nosocomial importante em UTI, afinal, bactérias presentes na 
boca podem ser aspiradas e causar pneumonias de aspiração.
Portanto, a higiene bucal pode ser aquela linha tênue para pre-
venção da pneumonia em pacientes de UTI.
Antes das referências utilizadas e consultadas, temos um glos-
sário de termos comuns ao ambiente das Unidades de Terapia Intensiva.
Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmi-
ca tenha como premissa ser científica, baseada em normas e padrões 
da academia, fugiremos um pouco às regras para nos aproximarmos 
de vocês e para que os temas abordados cheguem de maneira clara e 
objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, deixamos claro 
que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, in-
cluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, 
de uma redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não 
serão expressas opiniões pessoais.
Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, en-
contram-se outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, 
mas que, de todo modo, podem servir para sanar lacunas que por ven-
tura venham a surgir ao longo dos estudos.
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INTERVENÇÕES PARA GARANTIR A SEGURANÇA DO PACIENTE 
NA UTI
Segundo Pedreira e Peterlini (2011), a Aliança Mundial para Se-
gurança do Paciente da Organização Mundial de Saúde (OMS), desde a 
sua criação, em 2004, vem elaborando programas para mobilizar profis-
sionais de saúde e a população na busca de soluções que promovam a 
segurança do paciente, divulgando conhecimentos e desenvolvendo ferra-
mentas capazes de resultar em mudança da realidade no cenário mundial.
As soluções para a segurança do paciente propostas pela OMS 
têm por finalidade demonstrar quais projetos ou intervenções apresen-
tam a propriedade de prevenir ou amainar eventos adversos e danos 
aos pacientes, decorrentes dos processos de cuidados à saúde.
AS NECESSIDADES E CUIDADOS
BÁSICOS DO PACIENTE
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Algumas dessas soluções são relativas a:
• melhorar os cuidados com cateteres centrais para prevenir 
infecção associada à assistência;
• reconhecer e responder pelo agravo dos pacientes;
• comunicar resultados críticos de exames aos pacientes;
• prevenir queda do paciente;
• prevenir úlceras por pressão;
• controlar soluções injetáveis concentradas;
• assegurar a acurácia na medicação nos momentos de trans-
ferência/mudança de cuidado;
• realizar o procedimento adequado no local correto;
• prover comunicação durante a transferência do paciente;
• prover comunicação durante a passagem de plantão;
• melhorar a higienização das mãos para prevenir infecções 
associadas ao cuidado;
• distinguir medicamentos com nome e pronúncia semelhantes 
(AVELAR, 2010).
No contexto da terapia intensiva, várias dessas soluções reque-
rem intervenções simples que podem promover a segurança do paciente, 
destacando-se a prevenção de erros decorrentes de uso de medicamen-
tos com nome e pronúncia de nomes semelhantes, prevenção de erros 
de conexão entre sondas e cateteres e melhor identificação do paciente.
Uma alternativa de implementação rápida e prática são os check 
lists. Estes são utilizados na aviação para que se façam checagens fre-
quentes e sempre iguais de determinadas funções. Para evitar o erro de 
memória, são bastante úteis, desde que tenham a capacidade de chamar a 
atenção do profissional em momentos críticos, sejam posicionados o mais 
perto possível (em tempo e espaço) do local de realização da ação, for-
neçam informação de quando e como o item deve ser lembrado, tenham 
suficiente informação sobre o que deve ser feito e permitam ao profissional 
calcular o número de ações que devem ser realizadas (PEDREIRA, 2010).
Para a introdução de evidências de pesquisa, estudos vêm es-
timulando o uso na prática de bundles, termo em inglês que designa pa-
cote, e que tem sido denominado em alguns grupos de pesquisa como 
conjunto de boas práticas. Tais conjuntos de boas práticas são eficazes 
conforme o nível da evidência utilizada para sustentá-los e o uso de um 
método de execução consistente.
As intervenções incluídas nesse conjunto não são necessaria-
mente novas, mas devem ser bem definidas, realizadas de maneira uni-
forme e representar as melhores práticas disponíveis. Deve-se ressaltar 
que, mediante a supressão de uma dessas intervenções, os resultados 
poderão ser diferentes daqueles alcançados frente à implementação 
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completa do conjunto. Desse modo, para que o sucesso esperado seja 
alcançado, não podem ser admitidas utilizações parciais do conjunto: este 
deve ser aplicado em sua totalidade (PEDREIRA; PETERLINE, 2011).
Segundo apontamento das autoras acima, várias são as pes-
quisas que buscam identificar novas formas de atenção à saúde com 
vistas à promoção da segurança do paciente. Muito conhecimento en-
contra-se disponível na literatura e muito se tem falado sobre o tema na 
academia, em eventos científicos e em fóruns de discussão. Contudo, 
pouco tem sido identificado para promover tais mudanças de modo con-
sistente no sistema de saúde nacional.
Enfermeiros intensivista da prática, do ensino e da pesquisa de-
vem se unir na busca de novas formas de prestação de cuidados a pa-
cientes e seus familiares, com vistas a fornecer um cuidado de enferma-
gem mais qualificado, afável e seguro. É preciso transformar e fortalecer 
nossas relações e nossas ações. Evidenciar à população a importância, 
a complexidade e a influência dos cuidados de enfermagem na saúde é 
um componente crucial para promover novas formas de prestar assistên-
cia que fortaleçam a enfermagem e resultem em maior segurança parao 
paciente e seus familiares (PEDREIRA; PETERLINI, 2011).
O CUIDADO PROGRESSIVO DO PACIENTE (CPP)
Segundo Gomes (2008), a criação das Unidades de Terapia In-
tensiva e a busca de novos meios de atendimento ao paciente foi a cau-
sa de tentativas várias de mudanças estruturais em alguns hospitais.
As características do atendimento em UTI muitas vezes suge-
rem ou propiciam o aparecimento de outras áreas de assistência, onde 
a vigilância de enfermagem se reveste de um aspecto de prevenção de 
danos, recuperação do paciente e identificação precoce de anormalida-
des. De maneira geral, cria-se uma área de atendimento com caracte-
rísticas próprias, destinada a receber o paciente que deixa a UTI e que 
ainda precisa de cuidados bastante específicos.
É o processo de criação de uma área de apoio ou retaguarda, 
para o atendimento ao paciente que se beneficiou do tratamento intensi-
vo, mas que ainda não pode estar numa unidade comum. A procura de 
unidades estruturais que atendam ao paciente segundo suas necessida-
des, vem de encontro ao preconizado Cuidado Progressivo do Paciente 
(CPP), próprio de um hospital com objetivos mais amplos. Em sua pleni-
tude, compreende a organização de facilidades, serviço e pessoal, tendo 
como centro as necessidades médicas e de enfermagem dos pacientes.
O CPP nasceu com a classificação de pacientes segundo as 
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suas necessidades, já há algumas décadas, mas recentemente foi in-
corporado como filosofia de trabalho na assistência hospitalar. Alguns 
elementos básicos se fazem presentes no conceito de Cuidado Pro-
gressivo do Paciente, o que permite variações segundo as característi-
cas do hospital que o adota como forma de trabalho.
O objetivo principal do CPP é proporcionar melhor cuidado e 
tratamento, podendo ser descrito como “serviços do hospital, sob medi-
da, para atender às necessidades do paciente” ou “o paciente certo, no 
leito certo, com o serviço certo, na hora certa”.
O Cuidado Progressivo do Paciente é um conceito dinâmico 
viável em hospitais de qualquer tipo, onde as unidades de atendimento 
são planejadas e organizadas de modo a facilitar a assistência a grupos 
de pacientes, segundo o grau de enfermidade e as necessidades que 
apresentam. São seis os elementos básicos na organização do Cuidado 
Progressivo do Paciente:
I. Cuidado intensivo: para pacientes de alto risco, que exigem 
cuidados e observações constantes. Tem o propósito dirigido para a ob-
servação e tratamento de situações fisiológicas sérias ou críticas, que 
possam surgir, serem reconhecidas e colocadas sob um programa de 
tratamento dirigido.
II. Cuidado intermediário (ou semi-intensivo): para pacientes que 
exigem vigilância moderada. Os pacientes encaminhados para a unidade 
de cuidados intermediários são tanto os de moderada gravidade como os 
que necessitam apenas de tratamento paliativo (fase terminal).
III. Autocuidado: para pacientes em convalescença ou em fase 
de diagnóstico.
IV. Cuidado a longo prazo: para pacientes que necessitam de 
cuidados especializados prolongados (crônicos).
V. Cuidado a domicílio: para pacientes que podem receber as-
sistência em casa através da extensão de serviços hospitalares.
VI. Cuidado ambulatorial: para pacientes que necessitam de 
serviços de diagnóstico, tratamento, prevenção e reabilitação.
O Cuidado Progressivo do Paciente oferece vantagens que 
têm sido descritas pelos hospitais que o adotam. Entre elas, destacam-
-se as seguintes:
• o paciente, recebe atendimento exato no momento certo;
• o planejamento de cuidados acompanha o paciente nos dife-
rentes estágios da sua enfermidade;
• o hospital tem possibilidade de melhorar a qualidade de aten-
dimento, com melhor utilização de pessoal e recursos materiais.
Em relação ao serviço de enfermagem, o Cuidado Progressivo 
do Paciente propicia as seguintes vantagens:
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• designação de enfermeiros para áreas específicas, onde as ati-
vidades individuais atendem com maior rigor às necessidades do paciente;
• não há necessidade ou preocupação de se atender a vários 
pacientes graves em áreas distintas do hospital;
• os enfermeiros têm mais tempo para se dedicar aos seus pa-
cientes, proporcionando-lhes cuidados de enfermagem e, como mem-
bros da equipe de saúde, ajudando-os e a seus familiares a resolverem 
seus problemas de saúde;
• o enfermeiro tem oportunidade de utilizar sua capacidade 
mais eficientemente e, portanto, de adquirir maior satisfação no desem-
penho de suas tarefas.
Como diz Gomes (2008), a introdução do programa de Cuida-
do Progressivo do Paciente num hospital implica mudanças radicais e o 
seu planejamento deve estar a cargo de uma equipe multidisciplinar, já 
familiarizada com o mesmo.
Embora se tenha a certeza de que o Cuidado Progressivo do 
Paciente provê melhor cuidado e tratamento, organizando os serviços do 
hospital, muitos fatores têm contribuído para que não seja implantado. A 
experiência mostra que a maioria dos hospitais cria a Unidade de Cuida-
dos Intensivos, um dos elementos do Cuidado Progressivo do Paciente, 
sem se preocupar com a organização de outras áreas. Medidas harmôni-
cas para o atendimento do paciente deixam de ser adotadas e a Unidade 
de Terapia Intensiva se torna um reduto de pacientes que eventualmente 
poderiam desfrutar de um atendimento moderado e menos agressivo.
A realidade de se criarem apenas as Unidades de Terapia In-
tensiva nos hospitais deixa muito a desejar. Enquanto nessas áreas o 
pessoal de enfermagem se desenvolve e passa a colaborar de forma 
decisiva na recuperação do paciente, há nas unidades comuns de inter-
nação um simples desenrolar de atividades predeterminadas.
A presença de uma Unidade de Cuidados Intensivos deve levar 
o hospital ao estabelecimento de objetivos institucionais que cerquem o 
paciente de segurança e certeza de um melhor atendimento. Uma análise 
e avaliação das necessidades do hospital podem levar a mudanças: ino-
vações nos padrões de prática médica ou nos processos operacionais.
Sabe-se, comprovadamente, que o valor de cada unidade no 
Cuidado Progressivo do Paciente é diretamente relacionado ou reforça-
do pela disponibilidade de outras.
A UNIDADE DE CUIDADOS INTERMEDIÁRIOS
Em não se estabelecendo no hospital a filosofia do Cuidado 
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Progressivo do Paciente, é necessário que se crie, pelo menos, a Uni-
dade de Cuidados Intermediários.
Alguns dados evidenciam a importância da existência desta área, 
para onde são encaminhados os pacientes que deixam a Unidade de Cui-
dados Intensivos, mas que ainda necessitam de assistência específica.
A existência de uma Unidade de Cuidados Intermediários con-
tribui para a modificação de alguns indicadores da Unidade de Cuida-
dos Intensivos:
• queda na média de permanência do paciente na UTI;
• porcentagem de ocupação diminuída;
• diminuição do número de pacientes que retornam à UTI após 
alta da mesma;
• queda do coeficiente de óbitos, uma vez que os pacientes 
com prognóstico fechado ou em fase final podem ser atendidos conve-
nientemente fora da UTI.
A Unidade de Terapia Intensiva, dadas as suas características, 
é uma área dinâmica dentro do hospital e quase sempre gera algumas 
necessidades, que só podem ser satisfeitas se criadas condições estru-
turais básicas para apoiá-la (GOMES, 2008). Isto requer a organização 
de serviços que ofereçam condições seguras de atendimento ao pacien-
te que deixa a UTI ou vai para ela, sendo, consequentemente, razoável 
estabelecimento de um programa de Cuidado Progressivo do Paciente.
Em função da Unidade de Cuidados Intensivos, alguns serviços 
devem ser mantidos em condição de utilização a qualquer momento:• serviços diagnósticos – laboratório clínico, imagem;
• serviços não médicos – nutrição, serviço social, farmácia, etc.
Qualquer serviço do hospital que possa ser solicitado deve es-
tar familiarizado com a unidade para desenvolver uma operação segura 
e com sucesso.
Constituindo-se a Unidade de Cuidados Intensivos numa res-
posta ao problema do paciente grave, traz consigo repercussões que se 
estendem a todas as áreas da instituição que a abriga.
Gomes (2008) acredita que a tendência para o atendimento às 
necessidades do paciente esteja realmente centrada no Cuidado Pro-
gressivo do Paciente, onde dedicação, conhecimento e equipamento se 
equilibram e oferecem soluções harmônicas no desenvolvimento das 
atividades terapêuticas.
AS NECESSIDADES BÁSICAS DO PACIENTE
As influências internas e externas a que está constantemente 
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submetido o paciente na UTI podem levá-lo a uma condição de estres-
se, na qual o indivíduo perde a sua capacidade natural de adaptação. 
Este fato constitui uma ameaça à manutenção da sua homeostase e 
interfere grandemente na satisfação das suas necessidades básicas.
Nas conceituações de assistência de enfermagem, pode-se ob-
servar a constante preocupação dos profissionais no atendimento das 
necessidades do ser humano. Tendo como responsabilidade o atendi-
mento do indivíduo em suas necessidades básicas, torna-se necessário 
conhecê-las, para poder identificar e interpretar as suas manifestações e, 
assim, traçar um plano para o restabelecimento do equilíbrio do indivíduo.
No ser humano, existem forças inconscientes que independem 
de qualquer influência cultural, educacional ou ambiental. Essas forças 
são os instintos, também chamados impulsos, tendências ou necessi-
dades básicas.
As necessidades básicas são aquelas relacionadas com a so-
brevivência física, psíquica e espiritual (necessidades psicobiológicas, 
psicossociais e psicoespirituais) (MASLOW, 1954).
Muitas dessas necessidades estão afetadas no paciente de 
UTI. Removido para lá, quase sempre por ter uma afecção primária 
na área biológica, tem todo o seu complexo psicobiológico-socioespi-
ritual envolvido. O paciente gravemente enfermo tem uma grande de-
pendência em relação à satisfação dessas necessidades e, como todo 
ser humano que se vê dependente, responde a este fato de uma forma 
característica, individual. Ele se torna concentrado em si mesmo, seus 
interesses e sua atenção se limitam ao momento presente, sua preocu-
pação primária é o funcionamento do seu corpo.
Segundo Maslow, as necessidades inferiores (fisiológicas) são 
preponderantes; e as superiores (psíquicas e espirituais) só emergem 
uma vez que as inferiores tenham sido satisfeitas. É indiscutível, porém, 
que todas elas precisam ser atendidas em nível adequado, para que o 
indivíduo possa manter-se em equilíbrio.
Muitas vezes, a própria circunstância de sua internação nas 
Unidades de Terapia Intensiva constitui um problema para o paciente. 
Talvez não tenha sido consultado sobre a sua internação, talvez não 
saiba que tudo e todos estão ali para atendê-lo e protegê-lo.
Frequentemente ele se acha mais doente do que realmente 
está e pode até achar que está morrendo. Assim, o ambiente e o pes-
soal especialmente preparados para dar-lhe o máximo de segurança 
podem representar agentes agressores. Sua necessidade de seguran-
ça física se acentua, ainda, pelo fato de se sentir ameaçado por falhas 
mecânicas e, talvez, por falhas humanas.
Em relação à necessidade de se comunicar, acontece frequen-
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temente que o paciente de UTI está impossibilitado de fazê-lo verbal-
mente ou mesmo através de escrita, por motivos como: entubação, 
afasia ou efeito de drogas. O fato de não poder se expressar conve-
nientemente, muitas vezes o faz adotar os mais variados comportamen-
tos, desde a passividade e a indiferença até a agressividade (KOIZUMI, 
1975). A comunicação é um processo interativo que envolve canais sen-
soriais para receber ou transmitir mensagens.
Nesse contexto, intervenções específicas para promover a co-
municação devem existir, como: um ouvir atento, empatia, atitudes reais 
e verdadeiras, esforço pleno para vencer ou não criar barreiras sociocul-
turais, falar pausadamente usando palavras simples e frases curtas, etc.
Sua ansiedade cresce quando vê seu corpo exposto, manuse-
ado pelo pessoal médico e de enfermagem, que, no afã de atendê-lo 
pronta e eficazmente, se esquece de lhe dar uma explicação prévia 
ou de atuar com maior cuidado. É atingido em sua autoestima quando 
se vê subjugado por todos que se aproximam do seu leito e que, sem 
pedirem seu consentimento, executam suas tarefas, introduzindo-lhe 
sondas e cateteres, expondo seu corpo sem considerarem seu pudor.
A verdade é que esse paciente é o centro das atenções de 
toda a equipe que atua em uma UTI e sabendo que desde a internação 
até a sua alta desta unidade, são muitos os fatores que podem afetar o 
paciente em suas necessidades, nos vários níveis, toda a equipe deve 
estar apta a detectá-las e atendê-las dentro de suas áreas específicas, 
tomando cuidado para não se constituir ela própria em causa de ten-
sões adicionais para o indivíduo.
O paciente tem o direito de ser o centro de atenção da equipe, 
pois sua recuperação é o objeto de toda a metodologia de trabalho da 
Unidade de Terapia Intensiva. Ele merece um atendimento perfeito, onde 
cada elemento desenvolve um papel definido; porém, mantendo entrosa-
mento, coordenação e equilíbrio com os demais profissionais, resultando 
numa somatória de conhecimentos e experiências (GOMES, 2008).
Além disso, o paciente espera que os profissionais em contato 
com ele sejam competentes e sente-se inseguro quando alguém de-
monstra pouco conhecimento, tanto na execução de procedimentos téc-
nicos como no controle operacional de equipamentos, ou mesmo nas 
informações prestadas.
A interação paciente-enfermeiro na UTI tem como objetivo prin-
cipal promover uma atmosfera caracterizada por um mínimo de medo, 
ansiedade, desconfiança e tensão.
Em pesquisa realizada com pacientes que permaneceram em 
média 58 horas em UTI, Koizumi et al. (1977) confirmam, entre outras 
conclusões, que as expectativas dos pacientes em relação à enferma-
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gem são predominantemente da área expressiva, ou seja, o atendimen-
to das necessidades básicas afetadas pela doença.
O fator expressivo na interação paciente-enfermeiro refere-se 
a um estado emocional que pode ser representado por palavras, infle-
xões no tom de voz, aperto de mão ou apenas por um sorriso.
A assistência de enfermagem deve estar baseada na individu-
alização do ser humano e na satisfação de suas necessidades básicas, 
através da aplicação do processo de enfermagem.
Nem sempre a presença da família ao lado do leito do paciente 
é recomendável, pelo fato de os métodos de tratamento, na maioria das 
vezes agressivos, poderem provocar nos familiares reações inespera-
das no sentido de protegê-la.
Mas, o estabelecimento de um plano de visitas para atender 
as necessidades do paciente e da família é apropriado e desejado. É 
importante descobrir como a família pode ajudar o paciente!
Enfim, o enfermeiro deve ter muita habilidade para assumir o im-
portante papel de elo no relacionamento do paciente com a família. Usan-
do bom senso, comunicará aos familiares as ocorrências, com demons-
tração de respeito e consideração para com o sofrimento, dando palavras 
de apoio ou participando da alegria no momento da alta da unidade.
A cortesia e a segurança com que os familiares e amigos forem 
tratados podem contribuir muito para reduzir sua tensão, fazendo-os 
sentir que o seu parenteenfermo está em “boas mãos”.
OS SINAIS VITAIS
A despeito das facilidades oferecidas por sistemas automatizados 
de monitorização, a verificação, por métodos convencionais, dos clássicos 
“Sinais Vitais”: Pressão Arterial, Pulso, Respiração e Temperatura, deve ser 
incluída nas ordens pós-operatórias (PRADO FORTUNA, 2000).
Em se tratando de um período pós-operatório imediato, a pres-
são arterial sistêmica verificada com manguito e estetoscópio, permitin-
do a detecção dos sons de Korotkoff, é mais significativa que a obtida 
através de transdutores de pressão. Da mesma forma, a palpação de 
uma artéria periférica é mais expressiva que a observação do traçado 
pressórico exibido no visoscópio.
Em relação à frequência respiratória, convém lembrar que a indi-
cada por monitores eletrônicos pode não corresponder à real. No pacien-
te em respiração mecânica, a frequência respiratória deve ser verificada 
pela ausculta pulmonar. A prática de se colocar a mão sobre o abdome 
do paciente e se contar o número de elevações da parede abdominal por 
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minuto, pode induzir a erros, uma vez que a entrada de ar nos pulmões 
não é necessariamente síncrona com o esforço respiratório abdominal.
Embora a temperatura retal verificada por teletermometria seja 
mais precisa e mais prática, entre nós está arraigado o uso da tempera-
tura axilar verificada por meio do termômetro de mercúrio convencional. 
No período pós-operatório, entretanto, os dois métodos devem ser utili-
zados, pois o gradiente térmico entre a temperatura retal e a axilar cons-
titui importante dado diagnóstico na síndrome de baixo débito cardíaco.
Os “Sinais Vitais” são tradicionalmente registrados pela enfer-
magem na forma de gráficos lineares. O intensivista determinará os li-
mites esperados para cada um dos referidos parâmetros, fora dos quais 
deverá ser notificado (PRADO FORTUNA, 2000).
Basicamente, teremos a assistência ventilatória; monitorização 
hemodinâmica, respiratória e renal; balanço de líquidos e sangue.
Como cuidados complementares, Prado Fortuna (2000) define 
aqueles exigidos no manuseio de acessórios como cateteres, sondas, 
drenos, frascos, eletrodos, e aparelhos que, direta ou indiretamente, 
possam estar ligados ao paciente. Nesse setor, as ordens pós-operató-
rias devem determinar, por exemplo, a fixação da cânula endotraqueal, 
a ordenha dos drenos torácicos, a troca dos frascos de drenagem, a 
irrigação das linhas de pressão.
Devem ser especificados, também, os cuidados necessários 
com a irrigação das linhas de pressão intravascular ou cardíaca e res-
pectivos transdutores, destacando-se as técnicas de controle de infec-
ção relacionada ao manuseio das mesmas, e o risco de tramboembolis-
mo na irrigação da linha de pressão em átrio esquerdo.
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EVOLUÇÃO E OBJETIVOS DO SUPORTE VENTILATÓRIO
Assistência ventilatória pode ser entendida como a manuten-
ção da oxigenação e/ou ventilação dos pacientes portadores de insu-
ficiência respiratória aguda, de maneira artificial, até que eles estejam 
capacitados a reassumi-las (PÁDUA; MARTINEZ, 2001).
O moderno uso clínico dos respiradores mecânicos iniciou-se 
com os ventiladores à pressão negativa, em pacientes com paralisia 
dos músculos respiratórios, por poliomielite, através dos pulmões de 
aço. Muito embora a ideia de insuflar os pulmões mediante a utilização 
de uma pressão positiva da boca até a traqueia fosse antiga, essa práti-
ca somente começou a ser aplicada a partir da década de 1920, com o 
advento da anestesia geral e a entubação endotraqueal.
ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA
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Posteriormente, as dificuldades em se ventilar pacientes com 
lesões parenquimatosas e graves levaram ao desenvolvimento de apa-
relhos que aplicassem uma pressão positiva diretamente nas vias aé-
reas, os ventiladores à pressão positiva, que tiveram seu uso difundido 
e acabaram por ganhar uma posição de destaque no tratamento da 
insuficiência respiratória. Os objetivos principais do uso de suporte ven-
tilatório, mecânico, em pacientes, encontram-se listados abaixo:
a) Melhorar as trocas gasosas:
• reverter a hipoxemia;
• atenuar a acidose respiratória aguda.
b) Atenuar a dificuldade respiratória:
• diminuir o consumo de oxigênio relacionado à respiração;
• reverter a fadiga muscular respiratória.
c) Alterar as relações pressão-volume:
• evitar ou reverter atelectasias;
• melhorar a complacência pulmonar;
• evitar a progressão da lesão pulmonar.
d) Permitir a reparação dos pulmões e vias aéreas.
e) Evitar complicações.
 
O CICLO RESPIRATÓRIO
Didaticamente, o ciclo respiratório, durante ventilação com 
pressão positiva, nas vias aéreas, pode ser dividido em quatro fases.
I - Fase inspiratória: o respirador deverá insuflar os pulmões 
do paciente, vencendo as propriedades elásticas e resistivas do siste-
ma respiratório. Ao final da insuflação pulmonar, uma pausa inspiratória 
poderá, ainda, ser introduzida, prolongando-se a fase, de acordo com o 
necessário para uma melhor troca gasosa.
II - Mudança da fase inspiratória para a fase expiratória: o ven-
tilador deverá interromper a fase inspiratória (após a pausa inspiratória, 
quando ela estiver sendo utilizada) e permitir o início da fase expiratória; 
é o que se chama de ciclagem, dispondo-se hoje de ciclagem por crité-
rios de pressão, fluxo, volume e tempo.
III - Fase expiratória: o ventilador deverá permitir o esvazia-
mento dos pulmões, normalmente, de forma passiva.
IV - Mudança da fase expiratória para a fase inspiratória: essa 
transição pode ser desencadeada pelo ventilador ou pelo paciente. É o 
que se chama de ciclo respiratório, dispondo-se, hoje, de mecanismos 
de disparo por tempo, pressão ou fluxo.
Na observação do ciclo respiratório mecânico, uma série de 
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parâmetros ventilatórios podem ser identificados, como por exemplo: 
volume corrente (VT); frequência respiratória (f); volume Minuto (Ve); 
Tempo inspiratório (Ti); Tempo expiratório (Te); Tempo total (Ttot); fluxo 
inspiratório (Vi); Pico de Pressão Inspiratória (PIP); Pausa inspiratória; 
Pressão de “Plateau”; Pressão Expiratória (PE); Pressão Expiratória 
Positiva Final (PEEP); Fração Inspirada de Oxigênio (FIO2).
É unanimidade que um dos principais recursos de manutenção 
à vida utilizados em UTIs é a ventilação mecânica (VM). Ela é entendida 
como uma máquina avançada capaz de substituir a atividade ventilató-
ria do cliente, de forma total ou parcial (DREYER; ZUNIGÃ, 2005).
Carvalho, Toufen Junior e Franca (2007) acrescentam que a 
VM consiste em um método de suporte para o tratamento de clientes 
com insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada. 
A ventilação consiste em duas modalidades: a invasiva e a 
não-invasiva.
• A ventilação não-invasiva implica na colocação de dispositivos, 
como máscaras nasais ou faciais, suportes orais, prongas-nasais, selos 
bucais, para o fornecimento da ventilação mecânica, de modo intermitente 
ou contínuo; ela é indicada quando há insuficiência respiratória aguda, au-
xílio fisioterápico e pós-extubação (CALDEIRA FILHO; WESTPHAL, 2006).
• Na ventilação mecânica invasiva utiliza-se uma prótese na 
qual é introduzida na via aérea, podendo ser um tubo oro ou nasotra-
queal (menos utilizado), ou uma cânula de traqueostomia (CARVALHO; 
TOUFEN JUNIOR; FRANCA, 2007). 
Quando há indicação de suporte ventilatório, este mantém a 
oxigenação e ou ventilação do cliente contribuindopara a recuperação 
do mesmo, garantindo a ele suporte a vida (POMBO; ALMEIDA; RO-
DRIGUES, 2010). Neste sentido, Dreyer e Zunigã (2005) ressaltam e 
acrescentam que o suporte ventilatório não é método curativo.
A VM tem por objetivos:
• manter as trocas gasosas, corrigindo a hipoxemia e a acidose 
respiratória associada à hipercapnia;
• aliviar o trabalho da musculatura respiratória, diminuindo a 
demanda metabólica;
• reverter ou evitar a fadiga da musculatura respiratória;
• diminuir o consumo de oxigênio, dessa forma reduzindo o 
desconforto respiratório; e,
• permitir a aplicação de terapêuticas específicas (CARVALHO; 
TOUFEN JUNIOR; FRANCA, 2007). 
A definição dos clientes com ventilação espontânea prejudica-
da e estando fazendo uso de VM, pela North American Nursing Diag-
nosis Association - NANDA (2008) é a seguinte: “reservas de energias 
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diminuídas, resultando em uma incapacidade do indivíduo, de manter 
respiração adequada para a sustentação da vida”.
Este diagnóstico é sustentado pelas seguintes características 
definidoras: agitação aumentada, apreensão, cooperação diminuída, 
dispneia, frequência cardíaca aumentada, pCO2 aumentada, pO2 dimi-
nuída, SaO2 diminuída, taxa metabólica aumentada, uso aumentado da 
musculatura acessória e volume corrente diminuído. Sendo os fatores 
relacionados, a fadiga da musculatura respiratória e fatores metabólicos 
(ALMEIDA; MARTINS, ASSIS, 2012).
O PAPEL DA ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA
Na assistência ventilatória, a enfermagem deve manter o do-
mínio de técnicas relativas à aspiração das vias aéreas, à troca da fixa-
ção do dispositivo ventilatório (traqueostomia ou tubo orotraqueal), às 
medidas preventivas de infecção associada à ventilação mecânica e ao 
manejo do paciente no leito (FILHO et al., 2011).
As medidas preventivas em sua maioria são realizadas pela 
equipe multiprofissional, em especial pela enfermagem, que se respon-
sabiliza por vários mecanismos de prevenção, seja em atividades admi-
nistrativas, de supervisão e de treinamento de pessoal. 
Em uma visão holística, a enfermagem busca a excelência no 
atendimento, competência profissional e, consequentemente, a minimi-
zação da incidência de eventos associados à falta de ventilação (FREI-
RE; FARIAS; RAMOS, 2006). 
O uso de clorexidina, em sua forma tópica, para higiene oral, é 
utilizada em UTI’s e em clientes sob ventilação mecânica, pois segun-
do Beraldo e Andrade (2008), seu uso diminui a incidência da PAVM. 
Ainda neste contexto, Cruz et al. (2011) descrevem que para diminuir a 
probabilidade de colonização da orofaringe é utilizado algumas formas 
farmacológicas que implicam o uso de agentes antimicrobianos e a clo-
rexidina duas vezes ao dia. 
Os cuidados com os circuitos respiratórios, presentes nos ven-
tiladores, também auxiliam na prevenção, pois podem ser uma fonte de 
patógenos devido ao acúmulo de condensado ou líquido contaminado 
do próprio cliente, o que pode ser uma fonte de infecção para o mesmo 
(CRUZ et al., 2011). 
Em relação a estes circuitos, deve-se atentar ao fato de que 
não há vantagens, a cada 48 horas, trocar os circuitos do ventilador. 
Porque os ventiladores possuem umidificadores e podem ter aumenta-
da condensação da tubulação. Contudo, deve-se prevenir o refluxo do 
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líquido condensado na traqueia do cliente (CRUZ et al., 2011). 
Os clientes com via aérea artificial requerem um cuidado essen-
cial que é a aspiração traqueal para manter a permeabilidade das vias aé-
reas. Existem dois tipos de aspiração traqueal: o sistema aberto, em que 
o cliente é desconectado do circuito ventilatório, usando um único cateter 
e uma técnica estéril. E o sistema fechado, que não exige a desconexão 
dos circuitos ventilatórios, em que usa-se um cateter de múltiplo uso co-
berto por uma envoltura transparente, flexível e estéril, para evitar a con-
taminação, que fica conectado por meio de um tubo T, localizado entre a 
via aérea artificial e o circuito do ventilador (LOPES; LÓPEZ, 2009).
A técnica de aspiração das secreções requer algumas reco-
mendações para diminuir a incidência de infecções. Dentre elas desta-
cam-se as básicas: lavagem das mãos antes da aspiração dos clientes, 
quando for em sistema de aspiração aberto as sondas devem ser es-
téreis. O líquido utilizado para a remoção das secreções também deve 
ser estéril. O frasco do aspirador utilizado para a colheita de secreções 
deve ser trocado entre clientes (CRUZ et al., 2011). 
Os clientes críticos sob VM apresentam depressão do nível de 
consciência e reflexo de vômito prejudicado, ocasionando agregação 
de secreção contaminada na orofaringe, sua porção posterior. O uso de 
cabeceira elevada a 30 – 45° é benéfico na redução do risco de refluxo 
e aspiração do conteúdo gástrico nos clientes (SILVA et al., 2011).
Os clientes com PAVM apresentam fatores de risco para o au-
mento da colonização orofaríngea, gástrica e, posteriormente, traqueal, 
para estes fatores, destacam-se o uso de fármacos que podem alterar o 
padrão de colonização, os chamados protetores gástricos (KUSAHARA 
et al., 2012). 
O uso de fármacos como os bloqueadores de H2 e os inibido-
res da bomba de prótons (IBP) pode contribuir para a redução dos ca-
sos de PAVM. E também as sondas gástricas, que devem ter seu tempo 
de uso reduzido ao mínimo (SANTOS, 2010).
Não há dúvida que as medidas preventivas são a base para que 
a qualidade no atendimento seja alcançada, prevenindo, por exemplo, a 
pneumonia associada à VM e auxiliando na homeostasia do cliente. É de 
extrema importância que o enfermeiro atue de forma coerente com sua 
equipe e demais profissionais, pois a assistência prestada ao cliente de-
verá ser de forma intermitente e contínua, abrangendo todo o complexo 
de riscos que este cliente possa ter, principalmente o de infecções.
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O coração possui um significado muito grande na vida de todo 
e qualquer indivíduo, pois é um órgão de importância vital. No Brasil, as 
doenças cardiovasculares infelizmente ainda representam a principal 
causa de mortalidade.
Em se tratando de encontrarmos números expressivos, o siste-
ma de saúde necessita cada vez mais de profissionais qualificados para 
este tipo de atendimento crítico, visto que a população brasileira ainda 
não aderiu totalmente aos serviços de prevenção disponíveis através 
dos programas fornecidos pelo Ministério da Saúde.
Os cuidados dispensados ao paciente hospitalizado são uma 
das formas pelas quais o enfermeiro contribui para a assistência ao pa-
ciente cardíaco. Em geral, as patologias cardíacas clínicas ou cirúrgicas 
– são aquelas que comprometem de tal forma a integridade física do pa-
ciente que o colocam entre aqueles de alto risco. Assim, frequentemente, 
PACIENTE COM AFECÇÃO 
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encontram-se indivíduos com cardiopatia em Unidade de Terapia Inten-
siva, onde recebem assistência constante de uma equipe especializada.
O enfermeiro desempenha funções de grande responsabilidade 
dentro dessa equipe. É indispensável, pois, que possua conhecimentos 
técnico- científicos, capacidade de avaliação e atuação diante do poten-
cial estado de emergência em que se encontra o paciente cardíaco.
A crescente utilização de recursos técnicos especializados na 
assistência cardiológica exige do profissional de enfermagem conhe-
cimentos cada vez mais profundos e sólidos. Contudo, Gomes (2008) 
ressaltaa importância do julgamento inteligente, da observação e do 
contato direto à beira do leito, os quais nunca devem ser substituídos 
por qualquer equipamento.
Além do aspecto técnico, cabe ao enfermeiro o atendimento 
às necessidades emocionais do paciente cardíaco, que, como se sabe, 
tem características peculiares.
A identificação e o atendimento das necessidades físicas e 
emocionais do paciente o tornam melhor preparado para superar o es-
tresse do tratamento a que deverá ser submetido. O enfermeiro, assim 
como cada membro da equipe, deve estar apto a executar suas funções 
com segurança e eficiência, visando ao objetivo comum de reabilitar o 
indivíduo incapacitado pela afecção cardíaca (GOMES, 2008).
AVALIAÇÃO DO PACIENTE CARDÍACO
O coração, um dos principais órgãos que regem o bom funciona-
mento orgânico, pode ser afetado por alterações de outros órgãos, como 
também por lesões próprias, congênitas ou adquiridas. Tal ocorrência 
pode significar uma situação de ameaça à vida. Nessa ocasião, a pre-
sença de um profissional de enfermagem competente e responsável pro-
porcionará uma efetiva ajuda para a recuperação do indivíduo afetado.
Uma das primeiras medidas para a atuação de enfermagem é 
a identificação precoce dos sinais e sintomas ocasionados pela doença 
cardíaca. Através do seu reconhecimento, o enfermeiro obterá dados 
importantes para o planejamento dos cuidados de enfermagem e para 
o auxílio no diagnóstico e tratamento médicos.
Há uma tendência em se estabelecer que o papel do enfer-
meiro na assistência ao paciente com afecção cardíaca – mais do que 
ter uma ação decisiva e rápida nas situações de emergência –, centra-
liza-se na vigilância preventiva constante e, até mesmo, no tratamento 
profilático imediato.
Quanto aos sinais vitais que lhe compete monitorar, temos o pulso 
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arterial; pressão arterial; estase jugular; coloração e temperatura das extre-
midades; deformidades; edema periférico; cianose; sinais auscultatórios.
Os sintomas se reportam a dor, dispneia, fadiga, síncope, palpi-
tação, hemoptise, embolias sistêmicas, insônia e sintomas emocionais.
A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
Em se tratando de assistência a pacientes cardíacos, onde a 
ansiedade é uma constante, o enfermeiro deve utilizar-se tanto de suas 
qualidades pessoais quanto das habilidades técnicas. A sua interação 
com o paciente e a família deve dirigir-se no sentido de auxiliá-los a 
expor suas expectativas para, assim, poder assisti-los de forma global e 
individualizada, minimizando o impacto da doença e da hospitalização.
Um paciente apreensivo e temeroso, sujeito a um grande nú-
mero de dolorosas e desconhecidas experiências, é o que encontra-
mos, frequentemente, no ato da internação. Através do diálogo ou da 
simples observação, o enfermeiro perspicaz identifica os fatores causa-
dores de estresse emocional, sejam eles advindos da própria doença ou 
do ambiente onde o paciente se encontra.
Após a hospitalização, a maior parte do tempo é utilizada em 
vários procedimentos diagnósticos e exames laboratoriais, para um es-
tudo mais apurado da afecção que o paciente apresenta. É um perío-
do que requer do paciente uma solicitação intensa. O enfermeiro deve 
promover um ambiente terapêutico tal que possibilite o máximo de par-
ticipação do paciente, ajudando-o a integrar-se nas diversas etapas do 
seu tratamento. As orientações e os esclarecimentos dados pelo enfer-
meiro quanto aos equipamentos, procedimentos técnicos e tratamento 
torná-lo-ão mais familiarizado com tudo, contribuindo grandemente para 
diminuir a tensão (GOMES, 2008).
A maioria dos pacientes com patologia cardíaca clínica inter-
nados em UTI precisa ter sua atividade física limitada; porém, não é 
necessário que fiquem restritos exclusivamente ao leito. Devem constar 
do planejamento de cuidados de enfermagem, desde que permitido, pe-
quenos períodos fora do leito, algumas vezes ao dia, com o objetivo de 
manter uma boa função pulmonar e também conservar, em nível satis-
fatório, a autoimagem do paciente.
A possibilidade de complicações tromboembólicas decorrentes 
da cardiopatia não deve ser esquecida. Assim, a fisioterapia e o uso 
de bandagens elásticas nos membros inferiores podem contribuir para 
promover um retorno venoso adequado.
Uma das importantes funções do enfermeiro é a observação e 
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o controle frequentes dos sinais vitais, principalmente quando se trata 
de pacientes em estado de choque, com insuficiência aguda ou porta-
dores de arritmas.
Esclarecimentos quanto ao tratamento dietético e medicamen-
toso também devem ser dados. A administração de alimentos hipossódi-
cos, hipocalóricos e hipogordurosos deve ser controlada pelo enfermeiro, 
a fim de evitar um aumento de retenção hídrica e do trabalho cardíaco.
Certas patologias cardíacas são eminentemente cirúrgicas e 
muitos pacientes são internados para serem submetidos à cirurgia car-
díaca. No período pré-operatório, os cuidados dispensados ao paciente 
visam a promover as melhores condições possíveis para a cirurgia e a 
obter uma boa recuperação pós-operatório.
A educação do paciente para a fase pós-operatória deve ini-
ciar-se no período pré-operatório, através de um planejamento de cui-
dados individualizados. Uma explanação geral, antes da cirurgia, pre-
para o paciente quanto aos procedimentos a que será submetido após 
a mesma e como deverá participar a fim de conseguir uma melhor re-
cuperação. O paciente deverá ser orientado quanto à importância do 
preparo da pele (banhos diários, tricotomia), do preparo intestinal (la-
vagens, enemas), da necessidade de repouso, de uma dieta e de um 
tratamento medicamentoso adequados às suas condições.
Outras orientações incluem o uso do respirador (ventilador) com 
a cânula endotraqueal, os cateteres arteriais e venosos, a sonda vesical, 
a monitorização eletrocardiográfica, os tubos de drenagem torácica, os 
exames clínicos e laboratoriais, assim como os controles de sinais vitais 
frequentes, que serão necessários no pós-operatório imediato.
Certos pacientes não desejam saber, com detalhes, o que lhes 
acontecerá. Assim, a profundidade das informações variará de indivíduo 
para indivíduo; porém, todos deverão ser informados dos aspectos bá-
sicos, para que possam encarar os procedimentos e equipamentos uti-
lizados na UTI como meios de auxílio, e não como agentes agressores.
O medo da dor é uma das preocupações frequentes do pa-
ciente. Por isso, deve ele saber que receberá toda a atenção por parte 
da equipe no sentido de aliviá-la, recebendo medicação analgésica a 
intervalos prescritos, ou sempre que for necessário.
A assistência espiritual não deve ser relegada, dentro do pla-
nejamento individualizado de cuidados. De acordo com o credo do pa-
ciente, o enfermeiro deverá providenciar meios para que receba o apoio 
espiritual desejado.
Após a cirurgia cardíaca, o objetivo primordial da assistência 
de enfermagem é a prevenção e a detecção precoce de possíveis com-
plicações, assim como a atuação pronta e eficaz frente às emergências. 
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Nas primeiras horas após a cirurgia, é absolutamente indispensável que 
o paciente seja observado contínua e rigorosamente por uma equipe 
especializada, razão pela qual é assistido em UTI (GOMES, 2008).
O enfermeiro é, em geral, o primeiro a detectar qualquer alte-
ração nas condições do paciente. Através de cuidados como controles 
rigorosos dos parâmetros vitais, dos fluidos administrados, observação 
contínua do traçado eletrocardiográfico, avaliação frequente do nível de 
consciência, atuação na prevenção de complicações respiratórias e cir-
culatórias, torna-se possível umaassistência no sentido de dar o máxi-
mo de segurança ao paciente durante o período crítico pós-operatório.
Além de uma observação intensiva de enfermagem, o paciente 
depende também de cuidadosa monitoragem clínica e laboratorial, tra-
tamento medicamentoso efetivo e utilização de recursos técnicos espe-
cíficos, medidas estas que visam a evitar a instalação de complicações. 
Os problemas pós-operatórios podem, frequentemente, ser evitados 
através de um preparo adequado no período pré-operatório.
Entretanto, a maioria das complicações está relacionada, dire-
ta ou indiretamente, ao próprio trauma cirúrgico, não dependendo das 
condições prévias do paciente.
Algumas das complicações possíveis são: hemorragia, tampo-
namento cardíaco, arritmias, insuficiências cardíaca, renal e respiratória, 
embolização e aquelas que afetam o sistema nervoso central. Detectadas 
a tempo, elas, geralmente, são passíveis de correção, devolvendo-se o 
equilíbrio ao paciente. Eis por que é tão importante o papel do enfermeiro 
em relação ao paciente em estado crítico pós-cirúrgico (GOMES, 2008).
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Segundo Prado Fortuna (2000), complicações no setor do 
aparelho digestivo são raras no período pós-operatório imediato, prin-
cipalmente quando se trata de cirurgia cardíaca. A dilatação aguda do 
estômago é uma complicação benigna, mas que ocasionalmente pode 
causar arritmias cardíacas ou intervir na ventilação pulmonar.
A disfunção hepatobiliar, quando presente, manifesta-se pelo 
aparecimento de icterícia e está, em geral, associada à hemólise exces-
siva ou a hipoxia hepática decorrente de hipofluxo durante a circulação 
extracorpórea, ou a períodos prolongados de hipotensão arterial. O san-
gramento digestivo pode ocorrer em consequência do stress cirúrgico e 
do jejum prolongado, particularmente em pacientes portadores de úlce-
ras pépticas. O abdome agudo, assim como a trombose mesentérica, 
a ruptura de aneurismas, e outras complicações vasculares, estão, em 
SETOR DIGESTIVO
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geral, associadas ao processo de ateroesclerose.
A dilatação aguda do estômago, elevando o hemidiafragma 
esquerdo, intervindo na ventilação pulmonar e provocando o apareci-
mento de arritmias, é mais frequente em crianças, podendo, entretanto, 
ocorrer em adultos. O diagnóstico é, em geral, dado pela constatação 
de timpanismo exagerado no quadrante esquerdo superior do abdome, 
ou pela presença, às vezes até inesperada, de enorme bolha gástrica, 
no raio X de tórax pós-operatório. A descompressão do estômago pela 
aspiração da sonda gástrica, e a manutenção da mesma aberta, resol-
vem esse problema na quase totalidade dos casos.
A disfunção hepatobiliar manifesta-se pelo aparecimento de 
icterícia, a partir das primeiras 12 horas pós-operatórias. Quando pre-
sente, a icterícia está, em geral, associada às seguintes condições: he-
mólise excessiva, hipoxemia hepática, e a sepse, podendo ou não estar 
agravada pela presença concomitante de insuficiência renal.
Clinicamente podemos diferenciar a icterícia pré-hepática (he-
mólise excessiva) da hepatocelular (hipoxemia hepática), embora, na 
maioria das vezes, ambas as condições possam estar associadas. A ic-
terícia pós-hepática, isto é, a decorrente de obstruções das vias biliares, 
não é vista como complicação pós-operatória habitual à cirurgia cardíaca.
Icterícia Pré-Hepática trata-se de icterícia ocasionada por hemó-
lise associada a transfusões de sangue ou ao trauma das hemácias em 
decorrência de perfusões prolongadas. É mais frequente nos pacientes 
politransfundidos, quando as chances de reações hemolíticas são maio-
res, ou quando sangue estocado há mais de cinco dias foi usado.
A destruição excessiva de hemácias resulta na produção exa-
gerada de hemotoidina, que no sistema reticuloendotelial se transforma 
em bilirrubina, na forma de proteinato. O fígado, embora normal, não 
consegue excretar esse excesso de proteinato de bilirrubina, que extra-
vasa na circulação, produzindo a icterícia. O proteinato de bilirrubina, 
por ser uma molécula pesada, não é eliminado pelos rins, passando 
a urina, nessas condições, a não apresentar pigmentos biliares ou ser 
acolúrica. Este fato pode ser facilmente verificado, à beira do leito, se 
agitarmos uma amostra de urina em um tubo de ensaio. A espuma so-
brenadante, formada na superfície da urina, permanecerá clara ou aco-
lúrica, falando assim a favor de icterícia pré-hepática.
Na icterícia pré-hepática as provas de função hepática, como 
a transaminase e a fosfatase alcalina, podem estar normais, ou ligeira-
mente alteradas em consequência a certo grau de depressão da função 
hepática, associada à circulação extracorpórea.
Nessas circunstâncias, a bilirrubina total, cujos valores normais 
vão até 1,5 mg%, poderá estar aumentada, não ultrapassando porém 
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a 3,5 mg%. Casos leves não necessitam de maiores cuidados. Quan-
do a hemólise for intensa, haverá necessidade de se manter um fluxo 
urinário adequado, pela administração de líquidos e manitol (PRADO 
FORTUNA, 2000).
Icterícia Hepatocelular ou depressão da função hepática pode 
ocorrer em consequência de hipoperfusão durante a circulação extracorpó-
rea, períodos prolongados de hipotensão arterial ou hipoxia, ou ainda como 
consequência de uso prolongado de drogas vasoconstritoras ou hepatotó-
xicas. Nessas circunstâncias, podem ocorrer lesões parenquimatosas de 
intensidade variável. Dependendo do maior ou menor grau de comprometi-
mento hepático, as manifestações clínicas e laboratoriais se tornarão mais 
evidentes. A espuma sobrenadante na urina, quando agitada em um tubo 
de ensaio, apresentará a cor amarela, caracterizando icterícia colúrica. A 
bilirrubina apresentará valores, em geral, superiores a 3,5%. A fosfatase 
alcalina estará aumentada (normal, no adulto, de 3-13UKA, e na criança, 
de 11-20UKA). Da mesma forma, estarão elevadas as transaminases, glu-
tâmico-oxalacética (SGOT, valores normais de 6 a 40UK), e a glutâmico-pi-
rúvica (SGTP, valores normais de 6 a 36UK) (PRADO FORTUNA, 2000).
O mecanismo da icterícia na sepse, em geral, é multifatorial e 
de difícil caracterização. Há evidência de que a endotoxina possa, por si 
só, comprometer a secreção biliar. O paciente séptico, em insuficiência 
renal, apresentará acentuação da hiperbilirrubinemia.
A hemorragia digestiva alta é complicação que pode ocorrer, 
no período pós-operatório imediato à cirurgia cardíaca, devido à presen-
ça de uma úlcera gastroduodenal aguda ou reativada ou a lesão aguda 
da mucosa. Ambas as situações podem estar relacionadas ao estres-
se cirúrgico, a sepse ou a coagulação intravascular difusa associada à 
falência de múltiplos órgãos. A presença de sangue “vivo” ou “borra de 
café” na secreção gástrica, através da sonda nasogástrica, ou a consta-
tação de melena, são dados suficientes para o diagnóstico.
A administração de antiácidos, como Mylanta Plus ou similar, na 
dose de 20 a 30 ml/hora, pela sonda nasogástrica, constitui a primeira me-
dida terapêutica. O pH da secreção gástrica, obtida por aspiração, deve 
ser mantido acima de 5. Concomitantemente, antagonista do receptor 
H2, como a cimetidina ou a ranitidina, deve ser empregado. A ranitidina é 
apresentada sob o nome comercial de Zylium, em ampolas de 5ml, con-
tendo 50mg. A dose habitual, para o paciente adulto, é de 50mg a 100mg, 
cada 6 ou 8 horas, endovenosamente (PRADO FORTUNA, 2000).
Na dependência da intensidade do sangramento, o exame en-
doscópico, através de endoscopia por fibra ótica, se torna obrigatóriopara fins diagnósticos e terapêuticos.
O controle efetivo de um sangramento ativo pode ser facilmente 
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conseguido, na maioria dos casos, por eletrocoagulação bipolar à beira do 
leito. Mais recentemente, a fotocoagulação por laser tem sido empregada 
com sucesso, principalmente nos casos com lesões multifocais. O uso do 
laser requer, com as técnicas atuais, a remoção do paciente para salas 
especiais, exigindo que o mesmo esteja hemodinamicamente estável.
O tratamento com vasopressina por perfusão regional, ou de 
embolização arterial seletiva, através de cateteres colocados sob con-
trole radiológico, pelos mesmos motivos, tem pouca praticidade no pe-
ríodo pós-operatório imediato. O uso endovenoso da vasopressina é de 
valor questionável e tem o risco de induzir arritmias cardíacas.
Sangramento digestivo baixo pode ocorrer como complicação 
em pacientes portadores de doença diverticular, ou mais frequente-
mente em pacientes idosos, devido à presença de vasculopatia ate-
roesclerótica. Dependendo sempre das condições hemodinâmicas do 
paciente, a retossigmoidoscopia ou o estudo angiográfico devem ser 
realizados com o objetivo de se identificar o local exato do sangramento 
e estabelecer o tratamento, que em geral é cirúrgico.
Um quadro abdominal agudo pode eventualmente aparecer 
como complicação no período pós-operatório imediato. Na maioria das 
vezes, trata-se de complicações isquêmicas ou tromboembólicas, como 
a isquemia mesentérica, com ou sem trombose, a obstrução da aorta 
terminal ou rupturas de aneurismas abdominais. A perfuração de úlce-
ra gastroduodenal, a pancreatite aguda, a colecistite aguda, o íleo pa-
ralítico, são, entre muitas, complicações que eventualmente poderão 
surgir como intercorrência em um pós-operatório, até então tranquilo. 
Fora o estudo ultrassônico do abdome, a indicação de outros exames 
invasivos, como a peritonioscopia e a angiografia seletiva, bem como 
a indicação de eventual tratamento cirúrgico, deve ser exaustivamente 
discutida com o especialista da área, tendo sempre em vista as condi-
ções hemodinâmicas do paciente, o prognóstico do caso e os riscos/
benefícios do tratamento proposto (PRADO FORTUNA, 2000).
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Monitorizar é realizar observações ou medidas repetidas e fre-
quentes de variáveis clínicas de um paciente, com o propósito de guiar 
medidas terapêuticas para uma melhor evolução. Quanto mais sujeita a 
variações em um intervalo de tempo, mais frequente uma variável deve 
ser monitorizada (GUTIERREZ, 2009).
O aparecimento das unidades de terapia intensiva (UTI) e co-
ronariana se confunde com o exercício da monitorização de pacientes 
críticos. A observação e os cuidados mais intensos promovidos por estas 
unidades tiveram um impacto significativo nas taxas de mortalidade. O 
grande desenvolvimento tecnológico iniciado nas décadas de 1960 e 70 
deflagrou uma avalanche de equipamentos para monitorização nas UTIs. 
Entretanto, apesar da monitorização atualmente se fundamentar no de-
senvolvimento de novos equipamentos, ela depende essencialmente da 
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observação e da interpretação adequada de dados. Pode-se monitorizar 
um paciente apenas com a observação clínica, desprovida de qualquer 
equipamento. No entanto, por mais avançados que sejam um equipa-
mento ou uma tecnologia, sem o fator humano ele perde qualquer valor.
Podemos afirmar que a evolução da monitorização hemodinâ-
mica confunde-se com a evolução da medicina intensiva!
A monitorização hemodinâmica nas UTIs tem início a partir do de-
senvolvimento do cateter de artéria pulmonar (CAP) ou cateter de Swan 
Ganz. Ainda hoje, esta tecnologia é considerada o “padrão-ouro” de moni-
torização hemodinâmica. Todas as outras tecnologias mais modernas fo-
ram validadas com estudos de acurácia e precisão comparativos ao CAP.
A necessidade de se estudar pacientes com síndromes coro-
narianas agudas, através do cateterismo cardíaco direito, determinou 
o desenvolvimento do cateter fluxo dirigido. A utilização de um balão 
inflável, na extremidade de um cateter de estudo hemodinâmico, permi-
tiu a utilização deste método de maneira segura à beira de leito sem a 
necessidade de fluroscopia. Rapidamente, o que foi inicialmente desen-
volvido para um estudo diagnóstico passou a ser usado para monitorar 
alterações na hemodinâmica do paciente crítico.
O CAP que hoje é utilizado na prática médica fornece funda-
mentalmente medidas de pressão e fluxo. Ele fornece de maneira con-
tínua a pressão da artéria pulmonar (PAP), a pressão do átrio direito 
(PAD) e a pressão de oclusão da artéria pulmonar (POAP). Com a técni-
ca de termodiluição, pode-se obter, ainda, o débito cardíaco (DC) e, com 
o sangue obtido da extremidade distai do cateter, a saturação venosa 
mista de oxigênio (SV02). Associado ao monitor de frequência cardíaca 
e uma monitorização de pressão arterial sistêmica, o CAP pode calcular 
vários outros parâmetros hemodinâmicos.
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A assistência odontológica em UTI é um tema que já vem alguns 
anos suscitando estudos mais aprofundados devido à pneumonia nosoco-
mial ser responsável por altas taxas de morbidade, mortalidade e aumento 
expressivo dos custos hospitalares, sendo que seu estabelecimento se dá 
mais comumente pela aspiração do conteúdo presente na boca e faringe.
A preocupação com a cavidade oral tem relatos desde Hipó-
crates (460- 377 a.C.), que já anunciavam sobre a importância de se 
remover os depósitos da superfície dentária, para a manutenção da 
saúde. Segundo Camargo, Queluz e Palumbro (2000), a Odontologia 
hospitalar pode ser definida como uma prática que visa os cuidados das 
alterações bucais que exigem procedimentos de equipes multidiscipli-
nares de alta complexidade ao paciente. A saúde bucal, como estado de 
harmonia, normalidade ou higidez da boca, só tem significado quando 
ASSISTÊNCIA ODONTOLÓGICA
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acompanhada, em grau razoável, de saúde geral do indivíduo.
Na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o paciente está mais 
exposto ao risco de infecção, é destacado que os pacientes têm um au-
mento de cinco a dez vezes de contrair infecção. Estes pacientes estão 
com o estado clínico comprometido, ou seja, apresentam alterações no 
sistema imunológico, exposição a procedimentos invasivos, desidrata-
ção terapêutica (prática comum para aumentar a função respiratória e 
cardíaca), o que leva a xerostomia (redução do fluxo salivar). Ainda é 
ressaltado que são suscetíveis ao ressecamento da secreção salivar, 
tornando-se muco espessado, especialmente devido à incapacidade de 
nutrição, hidratação e respiração (TOLEDO; CRUZ, 2009). 
O desenvolvimento da Odontologia hospitalar na América co-
meçou a partir da metade do século XIX, com os empenhos dos Drs. 
Simon Hullihen e James Garretson. Ao longo de seu estabelecimento, 
grandes esforços foram voltados para obtenção de reconhecimento da 
Odontologia no âmbito hospitalar. Posteriormente, a Odontologia hos-
pitalar viria ter o apoio da Associação Dental Americana e o respeito da 
comunidade médica (CILLO, 1996 apud GOMES; ESTEVES, 2012). 
Segundo o artigo 18 do Código de Ética Odontológico (BRA-
SIL,2006), capítulo IX, que trata da Odontologia hospitalar, compete ao 
cirurgião-dentista internar e assistir pacientes em hospitais públicos e 
privados, com e sem caráter filantrópico, respeitadas as normas técni-
co-administrativas das instituições. No artigo 19, dispõe-se que as ati-
vidades odontológicas exercidas em hospitais obedecerão às normas 
do Conselho Federal e o artigo 20 estabelece constituir infração ética, 
mesmo em ambiente hospitalar, executar intervenção cirúrgica fora do 
âmbito da Odontologia (BRASIL, 2005).
DOENÇA PERIODONTAL
A doença periodontal na atualidade já é reconhecida como doen-
ça de origem infecciosa e de natureza inflamatória, que envolve a destrui-
ção dos tecidos de suporte do dente por meio da ação direta de bactérias 
e de seus produtos, ou por ação indireta, onde as reações de destruição 
tecidual são mediadas pelo hospedeiro (LOTUFO; PANNUTI, 2004).
As bactérias envolvidas com a doença periodontal são espé-
cies Gram-negativas representadas por:
• Actinobacillus actinomycetemcomitans – capacidade de invadir 
células epiteliais bucais e células endoteliais vasculares humanas. Além de 
induzir a morte celular por apoptose (SOCRANSKY; HAFFAJEE, 2005);
• Porphyromonas gingivalis – capaz de invadir células epiteliais 
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e células endoteliais humanas e potencial para colaborar com fenôme-
nos de agregação plaquetária (SOCRANSKY; HAFFAJEE, 2005);
• Tanerella forsythensis – invade células epiteliais e induz a 
morte celular por apoptose (SOCRANSKY; HAFFAJEE, 2005);
Essas bactérias também têm sido identificadas em infecções 
extrabucais. Vejamos o quadro abaixo:
Infeções sistêmicas causadas por microrganismos bucais
A doença periodontal é considerada como resultado de um pro-
cesso interativo entre o biofilme e os tecidos periodontais por meio de 
respostas celulares e vasculares. Seu início e progressão envolvem um 
conjunto de eventos imunopatológicos e inflamatórios, com a participa-
ção de fatores modificadores locais, sistêmicos, ambientais e genéticos 
(SALLUM; MARTINS; SALLUM, 2004).
Apesar do longo caminho que as pesquisas têm para percorrer, 
esta nova compreensão da periodontia já permite integrar a periodonto-
patia ao elenco de causas relacionadas a doenças capazes de levar o 
paciente ao óbito. Além disso, oferecem condições de suspeitar que as 
doenças periodontais e as sistêmicas apresentem relações diretas e bi-
direcionais, gerando necessidade no envolvimento das especialidades 
da área de saúde, para devolver o equilíbrio a essa unidade sócio-bio-
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lógica indivisível, o ser humano.
PNEUMONIA NOSOCOMIAL
A literatura tem demonstrado, de maneira clara e vigorosa, a 
influência da condição bucal na evolução do quadro dos pacientes in-
ternados. Estudos indicam que pacientes de UTI apresentam higiene 
bucal deficiente, principalmente à quantidade e à complexidade do bio-
filme bucal, doença periodontal que aumenta com o tempo de interna-
ção que pode ser uma fonte de infecção nosocomial, uma vez que as 
bactérias presentes na boca podem ser aspiradas e causar pneumonias 
de aspiração (MORAIS et al., 2006).
A pneumonia é uma infecção debilitante, em especial, no paciente 
idoso e imunocomprometido. Nos hospitais, a pneumonia nosocomial exi-
ge atenção especial. É a segunda causa de infecção hospitalar e a respon-
sável por taxas significativas de morbidade e mortalidade em pacientes de 
todas as idades. Engloba de 10% a 15% das infecções hospitalares, sendo 
que de 20% a 50% dos pacientes afetados por este tipo de pneumonia 
falecem (SCANNAPIECO, 2002; SCANNAPIECO; ROSA JUNIOR, 2004). 
A impossibilidade do autocuidado é outro fator que favorece a 
precariedade da higienização bucal, acarretando o desequilíbrio da mi-
crobiota residente, com consequente aumento da possibilidade de aquisi-
ção de diversas doenças infecciosas comprometendo a saúde integral do 
paciente. Os pacientes mais vulneráveis a esta importante infecção são 
os internados em unidades de terapia intensiva (UTI), em especial os que 
estão sob ventilação mecânica, pois o reflexo da tosse, a expectoração 
e as barreiras imunológicas estão deficientes (TOLEDO; CRUZ; 2009). 
Vários agravos, como cárie dental, doença periodontal, endocar-
dite bacteriana, pneumonia, entre outros, têm sido associados aos micror-
ganismos da boca. As infecções nosocomiais, portanto, além de causar 
números significativos de óbito, provocam impacto expressivo aos custos 
hospitalares, podendo atuar como fator secundário complicador, prorrogan-
do em média de 7 a 9 dias a hospitalização. O risco de desenvolvimento 
de pneumonia nosocomial é de 10 a 20 vezes maior na unidade de terapia 
intensiva, sendo que o seu desenvolvimento em pacientes com ventilação 
mecânica e/ou umidificador varia de 7% a 40% (TOLEDO; CRUZ; 2009). 
Se o paciente intubado não receber higiene bucal eficaz, o tár-
taro dentário, formado por depósitos sólidos de bactérias, se estabelece 
dentro de 72 horas. Isso é seguido de gengivite emergente, inflama-
ção das gengivas, infecção e subsequente mudança de Streptococcus 
e Actinomyces para um número crescente de bacilos gram-negativos 
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aeróbicos (BERRY; DAVIDSON, 2006 apud GOMES; ESTEVES, 2012).
RELAÇÕES ENTRE MICROBIOTA BUCAL E DOENÇA PERIODONTAL
Segundo Morais et al. (2006), todas as superfícies do corpo hu-
mano são continuamente expostas à colonização por grande variedade 
de microrganismos que geralmente vivem em harmonia com o hospe-
deiro. Contudo, a descamação fisiológica que ocorre nas superfícies 
impede que se acumule grande quantidade de microrganismos.
A boca também sofre contínua colonização apresentando uma 
vasta microbiota. Nela se encontra praticamente a metade da micro-
biota presente no corpo humano, representada por várias espécies de 
bactérias, fungos e vírus (LOTUFO; PANNUTI, 2004). Entretanto, no 
ambiente bucal, são encontradas superfícies duras, não descamativas, 
como esmalte, cemento, próteses, entre outros, que favorecem o de-
senvolvimento de grandes depósitos de microrganismos, denominados 
placa bacteriana (LANG; MOMBELLI; ATTSTROM, 2005).
A placa, através das bactérias e de seu metabolismo, demons-
trou ser capaz de produzir elementos irritantes como ácidos, endoto-
xinas e antígenos que, com o tempo, dissolvem os dentes e destroem 
os tecidos de suporte (SALLUM; MARTINS; SALLUM, 2004; LANG; 
MOMBELLI; ATTSTROM, 2005), por isto, é considerado o principal mo-
tivo para o estabelecimento da cárie, doença periodontal de infecções 
preiimplantares e de estomatites. Além disso, a placa bacteriana pode 
servir de reservatório permanente de microrganismos, ocasionando in-
fecção à distância como relatado na literatura (SANNAPIECO, 2002).
No contexto bucal, a placa bacteriana representa um biofilme 
verdadeiro, pois consiste de bactérias em matriz composta principal-
mente de polímeros extracelulares de origem bacteriana e produtos do 
exsudato do sulco gengival e/ou saliva. O acúmulo bacteriano na boca 
será denominado biofilme.
O biofilme forma-se virtualmente sobre as superfícies imersas 
em meio aquoso, natural e, particularmente de maneira rápida em sis-
temas fluidos em que fonte regular de nutrientes é fornecida às bac-
térias (LANG; MOMBELLI; ATTSTROM, 2005). Além disso, o biofilme 
fornece às bactérias proteção, inclusive contra agentes antimicrobianos 
(SALLUM; MARTINS; SALLUM, 2004).
A microbiota bucal sofre influência de fatores externos (taba-
gismo, alcoolismo, antibioticoterapia ou corticoterapia, permanência em 
ambientes hospitalares, estado nutricional e higiene bucal) e intrínsecos 
ao paciente (idade), pela possibilidade de alterar a imunidade

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