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Prévia do material em texto

Epidemiologia e
Saúde Pública
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Sérgio Ricardo Boff
Profa. Ms. Gizela Faleiros
Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
Conceito de Epidemiologia – Introdução, Histórico, Estudos Epidemiológicos
• Um Breve Histórico da Epidemiologia
• Introdução a Epidemiologia
• Perguntas que movem a Epidemiologia
• As Utilidades da Epidemiologia
• Estudos Epidemiológicos
 · Nesta unidade você irá aprender um pouco sobre a epidemiologia, 
história, conceitos básicos. 
 · Perceba como a Epidemiologia é presente em nosso cotidiano 
e como os conhecimentos gerados por seus estudos são usados 
constantemente por todos nós ou por profissionais da saúde 
ajudando na resolução de problemas e com isso contribuindo para 
boas condições de saúde e qualidade de vida. 
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Conceito de Epidemiologia – Introdução, Histórico, 
Estudos Epidemiológicos
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Conceito de Epidemiologia – Introdução, Histórico,
Estudos Epidemiológicos
Um Breve Histórico da Epidemiologia
O conceito de epidemiologia é dependente do contexto histórico, baseia-se nos 
conhecimentos acumulados na área de saúde, e na interpretação que se tem em 
determinada época, apresenta forte relação com a história da medicina, sendo 
também atribuído a Hipócrates o início dos estudo epidemiológicos.
 » Hipócrates (460 a.C - 377 a.C), sugere que as causas das doenças não 
eram intrínsecas à pessoa nem aos desígnios divinos, estando relacionada às 
características ambientais, lançou as bases para a procura da causalidade das 
doenças e agravos à saúde. Trouxe a ideia de que poderia predizer a evolução 
de uma doença a partir da observação de um número suficiente de casos.
 » John Graunt, Londres, 1662, fez estudos sobre a mortalidade baseando-se em 
nascimentos e óbitos semanais, observou o padrão de doença na população e 
apontou características importantes nesses eventos, como as diferenças entre 
os sexos, diferenças na distribuição urbano-rural; elevada mortalidade infantil; 
variações sazonais. Seus estudos serviram como bases para a observação da 
distribuição de frequência de dados populacionais de mortalidade.
 » John Snow, em 1855 apresentou um trabalho sobre a maneira de trans-
missão da cólera, baseando-se em duas epidemias de cólera ocorridas em 
Londres em 1849 e 1854, o que levou a desenvolver a ideia de que a epi-
demia da cólera era ocasionada por parasitas invisíveis, associou a qualidade 
da água como meio principal de contágio.
 » No século XX, a melhoria do nível de vida nos países desenvolvidos e 
com a diminuição na incidência das doenças infecciosas, surgem outras 
enfermidades de caráter não transmissível como doenças cardiovasculares e 
câncer, passando estas a ter importância epidemiológica.
 » Ao final da Segunda Guerra Mundial temos um intenso desenvolvimento da 
metodologia epidemiológica, com a incorporação do uso da estatística e o 
aparecimento dos computadores.
 » Doll e Hill (1954), estabelecem a associação entre o tabagismo e o câncer 
de pulmão, e também estudam doenças cardiovasculares na população de 
Framingham, Estados Unidos, mostrando a utilidade do método epidemioló-
gico em doenças crônicas.
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Introdução a Epidemiologia
Etmologicamente epidemiologia tem origem na língua grega, significa epi, 
sobre; demio, povo e logo, estudo. Foi definida por Last (1995), como o estudo 
da distribuição e dos determinantes de estado ou eventos relacionados à saúde em 
populações específicas, e sua aplicação na prevenção e controle dos problemas de 
saúde. Seu principal objeto de estudo são os fatores que determinam a frequência 
e a distribuição das doenças nas coletividades humanas” (ALMEIDA FILHO e 
ROUQUAYROL, 1992).
Tomando como base a definição de epidemiologia, usaremos alguns de seus 
termos para entender seu objetivo. 
A distribuição da doença, diz respeito em como a doença se comporta em relação 
ao tempo e ao lugar, ou seja pode ser entendida como uma forma de não-aleatoria 
na distribuição da doença em um determinado local, desta forma podemos entender 
que eventos próximos no tempo oferecem um padrões sazonal, endêmicos ou 
epidêmicos, o que contribui para o esclarecer os mecanismos responsáveis pela 
geração da doença. 
Ao estabelecermos a relação entre o local-temporais entre eventos temos um 
importante componente para a investigação de processos saúde e doença, o que 
é dinâmicos, assim surgem mecanismo que podem ser visto com clareza nos 
processos de doenças infecciosas ou decorrentes de fatores ambientais transitórios.
Com isso conseguimos compreender a uma doença, prevendo sua ocorrência, 
buscando sua causa, fazendo a prevenção e o diagnóstico precoce, avaliando os 
efeitos das intervenções em saúde, observando sua frequência, ocorrência e variação.
Como exemplo usamos a dinâmica sazonal do vetor da dengue está comumente 
associada às mudanças e flutuações climáticas, que incluem: aumento da 
temperatura, variações na pluviosidade e umidade relativa do ar, condições estas 
que favorecem maior número de criadouros disponíveis e consequentemente o 
desenvolvimento do vetor. (VIANA, 2013)
A figura 1 mostra os casos de dengue no país no período entre os dias 3 de 
janero a 17 de setembro dos anos de 2014, 2015 e 2016, podemos observar um 
aumento de casos no período que compreende o início dos anos.
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UNIDADE Conceito de Epidemiologia – Introdução, Histórico,
Estudos Epidemiológicos
 Figura 1 – Casos prováveis, por semana epidemiológica de início de sintomas, Brasil, 2014, 2015 e 2016
Fonte: Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde
Com relação aos determinantes de saúde, segundo Buss (2007) são os fatores 
sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que 
influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população.
Já a Organização Mundial da Saúde (OMS), adota como definição de Deter-
minantes de saúde como sendo as condições sociais em que as pessoas vivem e 
trabalham, ou seja são os fatores através dos quais as condições sociais afetam a 
saúde, existindo assim, relações entre como a sociedade se organiza e se desenvol-ve e a situação de saúde de sua população, permitindo desta maneira observarmos 
desigualdades de saúde entre grupos populacionais.
Para exemplificar esta condição citamos o processos de urbanização e industria-
lização, contaminação da água e dos alimentos, riscos ocupacionais, exemplos de 
fatores ambientas que diretamente interferem nas condições de saúde da população. 
Outro exemplo, o Japão é o país com a maior expectativa de vida ao nascer, 
pois apresenta elevado o grau de equidade na distribuição de renda, sendo um dos 
países mais igualitários do mundo.
O modelo de Dahlgren e Whitehead (GUNNING-SCHEPERS, 1999), mostra as 
relações entre características do indivíduo e outros fatores sociais e ambientais que 
quando associados permitem influenciar sobre as condições de saúde.
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Figura 2 - O modelo de Dahlgren e Whitehead
Fonte: GUNNING-SCHEPERS, L. J. Models: instruments for evidence based policy.
J Epidemiology Community Health, n. 53, p. 263, 1999
Na epidemiologia é importante a relação entre doença e população. Esta relação 
permite a avaliação dos acontecimentos básicos e essenciais ao estudo de uma 
doença, oferece a descrição detalhada da ocorrência de eventos relacionados à 
saúde nas populações, ou seja, fornece subsídios para conhecer padrões gerais no 
comportamento de doenças e identificar subgrupos populacionais mais vulneráveis. 
Dando assim condições para elaboração de estratégias que têm como principais 
elementos a distribuição espacial e segundo atributos pessoais. Então pretende-se 
designar as características epidemiológicas da doença na coletividade, e analisar se as 
doenças têm sua incidência aumentada em decorrência ao crescimento dos grupos 
expostos, tais como, imunossuprimidos, idosos, pacientes institucionalizados, 
moradores de rua, migrantes, crianças em berçários, escolas maternais, etc.
Importante!
Para exemplifi car esta situação temos a epidemia de uma doença hemorrágica que aparece em 
1975 no Zaire e em seguida no Sudão. A investigação epidemiológica conduzida por pesquisadores 
da Organização Mundial de Saúde (OMS) concluiu tratar-se de uma nova doença, produzida por 
um vírus que recebeu a denominação de Ebola, nome do rio existente na região, onde a doença 
apareceu. Outras epidemias ocorreram em 1986 e 1995 no continente africano. A investigação 
realizada permitiu a caracterização da doença, do agente etiológico, do mecanismo de transmissão 
e a identifi cação dos grupos de risco. (BARRADAS, 1999)
BARATA, Rita de Cássia Barradas. O desafi o das doenças emergentes e a revalorização da 
epidemiologia descritiva. Rev. Saúde Pública, São Paulo , v. 31, n. 5, p. 531-537, out. 1997. 
Você Sabia?
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UNIDADE Conceito de Epidemiologia – Introdução, Histórico,
Estudos Epidemiológicos
Outro exemplo ocorre entre julho de 1979 e abril de 1981 quando foram 
registrados 11 casos graves de pneumonia por Pneumocystis carinii em New 
York, sem referência de imunodeficiência. Estes indivíduos eram usuários de drogas 
injetáveis e/ou homossexuais. Entre novembro de 1980 e novembro de 1981 foram 
comunicados cinco casos de pneumonia por P. carinii em indivíduos homossexuais 
não relacionados entre si, em São Francisco. Esses casos chamam a atenção 
para a possibilidade de que uma nova doença estivesse atingindo a população de 
homossexuais masculinos, e dá início a investigação que levará à caracterização da 
síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). (BARRADAS, 1999). 
Conceitos e Ferramentas da Epidemiologia - https://youtu.be/BwQ2AhPC-ek
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Perguntas que movem a Epidemiologia
Baseado nestes conceito para um bom entendimento do processo saúde-doença 
e da aplicação da epidemiologia, preciso responder aos seguintes questionamentos:
Onde ocorreram os agravos?
Assim podemos entender a relação das variáveis referentes ao local, como 
exemplo o País, a região, o Estado e Município, bairro, uma instituição, população 
urbana ou rural e o tamanho da comunidade.
Estudando a variável “local”, ou seja onde ocorre o agravo, podemos indicar 
riscos a que a população está exposta, assim conseguimos determinar os locais 
de risco para febre amarela no Brasil, são as regiões de matas e rios, como toda a 
Região Norte e Centro-Oeste, parte das Regiões Nordeste, Sudeste e Sul. Como 
intervenção de saúde para esta condição, sugere a vacinação para todos os viajantes 
que vão para estas áreas ou para determinados países. Além disso é possível 
acompanhar a disseminação de eventos, fornecer subsídios para explicações 
causais, definir as prioridades de intervenção, avaliar o impacto das intervenções e 
até fazer comparações geográficas.
Saúde do Viajante (ANVISA) - https://goo.gl/zXuPp9
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A epidemiologia fornece informações sobre condições de saúde das comunidade, mostrando 
o comportamento da doença na população, desta forma conseguimos identificar populações 
e locais de risco para determinadas doenças, ou seja, locais onde as doenças se manifestam 
mas. Conseguimos assim identificamos uma utilidade para a epidemiologia ao mostrar 
áreas de risco para determinadas doenças, isso permite ações preventivas, como proposto 
ao viajarmos para locais de risco realiza-se a vacinação do viajante.
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Quem Adoeceu?
Neste caso o objeto de estudo é a distribuição das doenças em grupos específicos 
da população, ou seja, conseguimos expor a situação das pessoas, permitindo que 
tenhamos subsídios para avaliar a situação de saúde de subgrupos da população e 
definir prioridades para proteger grupos com maior risco. Podemos estudar grupos 
relacionados a idade, como crianças em idade pré escolar e escolar, adolescentes, 
idosos, sexo, grupos étnicos.
Na campanha de vacinação contra Infl uenza são imunizados grupos de risco específi cos, o que 
indica maior chance de desenvolver a doença. Imuniza-se indivíduos com 60 anos de idade ou 
mais, crianças na faixa etária de seis meses a menores de cinco anos de idade (quatro anos, 
11 meses e 29 dias), as gestantes, as puérperas (até 45 dias após o parto), os trabalhadores 
de saúde, os povos indígenas, os grupos portadores de doenças crônicas não transmissíveis 
e outras condições clínicas especiais, os adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob 
medidas socioeducativas, a população privada de liberdade e os funcionários do sistema 
prisional. O público alvo, portanto, será aproximadamente 49,8 milhões de pessoas.
 » https://goo.gl/rDWVo0
 » https://goo.gl/wLr25O
As VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão consideram a prevalência global de HAS entre 
homens e mulheres é semelhante, embora seja mais elevada nos homens até os 50 anos, 
invertendo-se a partir da 5ª década. Em relação à cor, a HAS é duas vezes mais prevalente em 
indivíduos de cor não-branca. Estudos brasileiros com abordagem simultânea de gênero e cor 
demonstraram predomínio de mulheres negras com excesso de HAS de até 130% em relação 
às brancas. Não se conhece, com exatidão, o impacto da miscigenação sobre a HAS no Brasil.
https://goo.gl/lD07vw
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Quando adoeceu?
A resposta desta pergunta aos olhos da epidemiologia, permite prever a 
ocorrência de uma doença, uma vez que acompanhamos a doença ao longo do 
tempo, isso dá a possibilidade para aplicação diagnóstico precoce e de medidas 
preventivas. Oferece condições para registrar um evento ao longo do tempo, 
observando sua frequência e mostrar sua variação, se é um evento sazonal ou não.
As Utilidades da Epidemiologia
 » Analisar a situação de saúde;
 » Identificar perfis e fatores de risco;
 » Proceder à avaliação de serviços de saúde e como atendem as necessidades 
da população;
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UNIDADE Conceito de Epidemiologia – Introdução, Histórico,
Estudos Epidemiológicos
 » Entender a causa dos agravos à saúde;
 » Descrever o espectro clínico das doenças e sua história natural;
 » Testar a eficácia, a efetividade e o impacto de estratégias de intervenção de 
saúde na comunidade;
 » Identificar fatores de risco de uma doença e grupos de indivíduosque 
apresentam maior risco de serem atingidos por determinado agravo;
 » Definir os modos de transmissão;
 » Identificar e explicar os padrões de distribuição geográfica das doenças;
 » Estabelecer os métodos e estratégias de controle dos agravos à saúde;
 » Estabelecer formas de tratamento e medidas preventivas;
 » Gerar dados para a administração e avaliação de serviços de saúde;
 » Estabelecer critérios para a Vigilância em Saúde
Noções Básicas da Epidemiologia - https://goo.gl/CTBGyV
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Importante!
A epidemiologia fornece informações sobre condições de saúde das comunidade, mostrando o 
comportamento da doença na população, desta forma conseguimos identificar populações e 
locais de risco para determinadas doenças, ou seja, locais onde as doenças se manifestam mas. 
Conseguimos assim identificamos uma utilidade para a epidemiologia ao mostrar áreas de risco 
para determinadas doenças, isso permite ações preventivas, como proposto ao viajarmos para 
locais de risco realiza-se a vacinação do viajante.
https://goo.gl/zXuPp9
Você Sabia?
Estudos Epidemiológicos
Como a epidemiologia analisa a distribuição, os determinantes das doenças e as 
condições relacionadas à saúde em populações especificadas, utiliza para isso uma 
metodologia bastante específica e são os estudos epidemiológicos, que podem ser 
classificados em experimentais e observacionais. 
Estudo experimental é a investigação em que o pesquisador, estuda os efeitos 
da exposição ou da sua ausência de um determinado fator, decidindo quais são os 
elementos da pesquisa (pessoas, animais, cidades etc.) que serão expostos ou não. 
Perceba que existe uma intervenção deliberada do pesquisador, o que possibilita 
comparar indivíduos expostos com outros não expostos. 
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Já nos estudos observacionais a informação é colhida, e o método experimental 
não é utilizado, pois não há intervenção do pesquisador, as observações são feitas 
ao longo do tempo e permitem a conclusão da causa. Estudos observacionais 
podem ser classificados em descritivos e analíticos.
Estudos descritivos descrevem uma situação ou condição de saúde em relação ao 
tempo, o lugar e ao indivíduo, podendo por exemplo, relacionar a distribuição da 
doença na população em relação ao sexo, idade, ao local ou outras características. 
Modelos de estudos descritivos são os estudos populacionais, onde pesquisa- se 
a ocorrência de doença entre populações, com diferentes graus de exposição a um 
determinado fator, e os relato de caso, apresentação de um ou mais eventos clínicos 
observados, sendo estes importante para a descrição de doenças e possivelmente 
dão origem a outras pesquisas, dentre as quais as experimentais.
Estudos analíticos examinam a associação entre uma exposição e uma doença 
ou condição relacionada à saúde.
Fazem parte deste grupo de estudos o estudo experimental, ou de intervenção, 
onde o pesquisador é o responsável pela exposição dos indivíduos, ou seja, ele 
decide qual a melhor intervenção. Assim pode-se estudar por exemplo os efeitos de 
uma ação terapêutica, uma dieta, um medicamento, uma medida preventiva, como 
a vacina. Um exemplo desse tipo estudo é o ensaio clínico controlado randomizado, 
onde se compara o efeito e uma intervenção (preventiva ou tratamento) em um 
grupo, utilizando também grupo controle. O pesquisador distribui o fator de 
intervenção analisado pela técnica de randomização, ou seja o grupo experimental 
e controle são constituídos de forma aleatória.
Outros tipos de estudos analíticos são: ecológico, seccional, caso-controle e coorte.
Nos estudos ecológicos, não existem informações sobre a doença e exposição 
do indivíduo, mas do grupo populacional como um todo, como populações de 
países, regiões ou municípios, possibilitando examinar associações entre exposição 
e doença e condição relacionada a coletividade.
Importante!
Como exemplo de estudo ecológico, veja o estudo da causas de óbitos por causas mal defi nidas 
entre idosos e a taxa de pobreza (proporção da população com renda per capita inferior a meio 
salário mínimo), segundo a macrorregião brasileira. Sabe-se que, para o conjunto da população 
idosa brasileira, cerca de 65% dos óbitos sem causa básica conhecida ocorrem sem assistência 
médica. Assim, a maior proporção de mortes por causas mal defi nidas nas regiões com maior 
proporção de habitantes com renda familiar per capita inferior a meio salário mínimo sugere 
que a falta da assistência médica ao idoso está associada à pobreza.
Lima-Costa MFF, Guerra HL, Barreto SM, Guimarães RM.. Diagnóstico de saúde da população 
idosa brasileira: um estudo da mortalidade e das internações hospitalares públicas. Informe 
Epidemiológico do SUS 2000;9(1):23-41.
Você Sabia?
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UNIDADE Conceito de Epidemiologia – Introdução, Histórico,
Estudos Epidemiológicos
Nos estudos seccionais a exposição e a condição de saúde do participante são 
determinadas simultaneamente. Em geral, esse tipo de investigação começa com 
um estudo para determinar a prevalência de uma doença ou condição relacionada 
à saúde de uma população especificada por exemplo, habitantes idosos de uma 
cidade. As características dos indivíduos classificados como doentes são comparadas 
às daqueles classificados como não doentes.
Um estudo seccional foi feito para determinar a prevalência e os fatores sociodemográficos 
associados à depressão. Um questionário foi aplicado para identificar os indivíduos com 
depressão em uma amostra representativa da população da cidade com 18+ anos de 
idade (1.041 participantes). Os episódios depressivos atuais estavam associados ao sexo 
(maior prevalência no sexo feminino, em comparação ao sexo masculino), à idade (maior 
prevalência nos mais velhos, em comparação aos mais jovens) e à condição atual de 
trabalho (maior prevalência entre aqueles que não estavam trabalhando, em comparação 
aos que estavam),
Vorcaro CMR, Lima-Costa MFF, Barreto SM, Uchoa E. Unexpected high prevalence of 
1-month depression in a small Brazilian community: the Bambui Study. Acta Psychiatrica 
Scandinavica 2001;104:257-263.
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Nos estudos caso-controle identificam-se indivíduos com a doença (casos) e, 
compara com indivíduos sem a doença (controles). Depois, determina-se qual é a 
exposição entre casos e controles, espera-se que a da exposição entre casos seja 
maior que a observada entre controles, além da variação esperada devida ao acaso. 
Estes estudos partem do efeito (doença) para a investigação da causa (exposição).
Importante!
Um estudo de caso-controle avalia a associação entre quedas em idosos e uso de 
medicamentos. Os casos são de pessoas com mais de 60 anos de idade, internadas em 
seis hospitais por fratura decorrente de queda. Os controles são pacientes dos mesmos 
hospitais internados por outras causas. Os resultados sugerem um maior risco de quedas 
e fraturas entre aqueles que fazem uso de benzodiazepínicos
Coutinho ESF, Silva SD. O uso de medicamentos e quedas entre idosos – um estudo 
de caso-controle na cidade do Rio de Janeiro. Anais do XII Congresso Brasileiro de 
Geriatria e Gerontologia e I Encontro Brasil-França de Geriatria; 2000 jun 21-24; 
Brasília, Brasil. Rio de Janeiro; 2000. p.74
Trocando ideias...
Em estudos de coorte usa-se uma população de estudo dividindo os participantes 
em grupos de expostos e não expostos fator. Os dois grupos são acompanhados 
para verificar a incidência da doença e a condição relacionada à saúde. A exposição 
estando associada à doença, os casos entre expostos serão maior do que entre não 
expostos. Não há seleção de indivíduos que desenvolvem a doença ou não, mas 
são identificados dentro dos grupos de expostos e não expostos. Estudos de coorte 
permitem determinar a incidência da doença e conhecer a sua história natural.
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Um estudo de Coorte está sendo desenvolvido na cidade de Bambuí, Minas Gerais, onde 
estão sendo acompanhados todos os residentes na comunidade com mais de 60 anos de 
idade (aproximadamente 1.700 pessoas). Este tipode estudo permite: a) determinar a 
incidência de eventos adversos de saúde entre idosos, orientando estratégias de prevenção 
adequadas à realidade nacional; b) contribuir para o entendimento da etiologia de algumas 
doenças; e c) estudar fatores culturais, comportamentos e estilos de vida que podem variar 
entre comunidades e países, associados a xesses eventos.
Lima-Costa MFF, Uchôa E, Guerra HL, Firmo JOA, Vidigal PG, Barreto SM. The Bambuí Health and 
Ageing Study (BHAS). Methodological approach and preliminary results of a population-based 
cohort study of the elderly in Brazil. Revista de Saúde Pública 2000;34:126-135.
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Na Roma antiga, o termo Coorte era a denominação um grupo de soldados que marchavam 
juntos numa batalha. Na epidemiologia Coorte é um grupo de indivíduos que são investigados 
juntos através do tempo.
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UNIDADE Conceito de Epidemiologia – Introdução, Histórico,
Estudos Epidemiológicos
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Cai o número de brasileiros que joga futebol no lazer
Nesta reportagem você tera infomações que possibilitam a você relacionar a condição de saúde da 
população, sedentarismo e atividade física.
https://goo.gl/5wGeBN
 Leitura
Novo Século, Novos Desafios: Mudança no Perfil da Carga de Doença no Brasil de 1990 a 2010
Este artigo é interessante pois descrever a carga de doença no Brasil de 1990 a 2010, mostrando como 
as políticas de saúde devem se adequar às constantes mudanças no perfil de saúde das populações.
MARINHO, Fatima; PASSOS, Valéria Maria de Azeredo; FRANCA, Elisabeth Barboza. Novo sécu-
lo, novos desafios: mudança no perfil da carga de doença no Brasil de 1990 a 2010. Epidemiol. 
Serv. Saúde, Brasília, v. 25, n. 4, p. 713-724, dez. 2016
https://goo.gl/HdELTp
Descrição dos primeiros casos de febre pelo Vírus Zika investigados em Municípios da Região Nordeste do Brasil
FANTINATO, Francieli Fontana Sutile Tardetti et al. Descrição dos primeiros casos de febre pelo vírus 
Zika investigados em municípios da região Nordeste do Brasil, 2015. Epidemiol. Serv. Saúde, Bra-
sília, v. 25, n. 4, p. 683-690, dez. 2016 
https://goo.gl/tqyPgk
Estudo descritivo do perfil das vítimas com ferimentos por projéteis de arma de fogo e dos custos assistenciais 
em um hospital da Rede Viva Sentinela
A violência é responsável por mais de cinco milhões de mortes anuais no mundo, este artigo descreve 
o perfil das vítimas com ferimentos causados por projéteis de armas de fogo (PAF) e o custo dos atendi-
mentos em uma instituição hospitalar.
MACIEL, Paulo Roberto; SOUZA, Marta Rovery de; ROSSO, Claci Fátima Weirich. Estudo descritivo do 
perfil das vítimas com ferimentos por projéteis de arma de fogo e dos custos assistenciais em um hospital 
da Rede Viva Sentinela. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v. 25, n. 3, p. 607-616, set. 2016. 
https://goo.gl/3hpNEj
Epidemiologia, Atividade Física e Saúde
O objetivo deste estudo foi fazer uma revisão dos principais aspectos, paradigmas, conceitos e definições 
da epidemiologia, atividade física e saúde. Inicialmente, foi feita uma retrospectiva desses conceitos. Em 
seguida, fizemos uma revisão dos principais estudos epidemiológicos que fundamentam a relação entre 
atividade física e saúde. Para finalizar, apontamos as atuais propostas para o estudo da epidemiologia da 
atividade física, indicando modelos de investigação que podem ser aplicados no Brasil. Pitanga, F. J. G. 
Epidemiologia, atividade física e saúde. Rev. Bras. Ciên. e Mov. 10 (3): 49-54, 2002
https://goo.gl/Ca7S9T
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Referências
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