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Turismo, hospitalidade e patrimônio

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31/03/24, 21:15 MI_HOS_HISPAT_19_E_4
https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/HOS_HISPAT_19/unidade_4/ebook/index.html#Intro 1/18
Unidade 4 - Turismo,
hospitalidade e patrimônio
Christiane Alves Faria
Iniciar
Introdução
Como podemos associar nosso patrimônio cultural com turismo e hospitalidade sem
cair em ideias utópicas sobre o assunto? A princípio, essas três palavras se encaixam
perfeitamente pois já temos em mente o que é um patrimônio, o que é o turismo e
automaticamente do que se trata hospitalidade.
Entender que a complexidade que cada um desses termos carrega é fundamental
para o avanço da sociedade, pois sem esse entendimento não é possível atribuir um
signi�cado para a manutenção de um patrimônio e, conclusivamente, não teremos o
interesse do turismo sobre o mesmo.
O material apresentado é justamente para que o aluno tenha interesse em conhecer
mais sobre o que cada um dos termos, tanto pelo olhar histórico quando pelo
avaliador de oportunidades, para a área do turismo.
31/03/24, 21:15 MI_HOS_HISPAT_19_E_4
https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/HOS_HISPAT_19/unidade_4/ebook/index.html#Intro 2/18
Portanto, leia o material teórico, mas também assista aos vídeos, leia o material
complementar, conheça o olhar de diferentes autores sobre o assunto para ter o
aprofundamento necessário para a realização dos exercícios propostos.
Bons Estudos!
1. Hospitalidade e imaginário
do patrimônio cultural
Vamos nos lembrar do conceito de Patrimônio e hospitalidade? “Patrimônio: conceito
de conjunto de bens materiais, imateriais (intangíveis), cultos (religiosos ou não)
manifestações populares, de determinada região ou país.  Hospitalidade: é o conceito
hospedar, receber ser an�trião, dar acolhida, alojamento.
Se pensarmos em hospitalidade juntamente com o patrimônio, imaginamos que se
trata da acolhida dada aos turistas, com educação, prestatividade de serviços, sermos
amáveis e tudo o mais que representa o povo brasileiro. Esse é o imaginário na
maioria das pessoas quando se fala nos dois termos. Porém é mais complexo que
isso, pois nem tudo o que imaginamos faz parte da realidade.
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Figura 1 - Santuário de Bom Jesus de Matosinhos - Fonte: DICIONÁRIO, 2019
O conceito de hospitalidade é complexo, bem como o conceito de patrimônio cultural
pois abrange mais que o nosso imaginário. Existem regras, não escritas em
hospedagem para acompanhar leis de�nidas para o turismo cultural.
Como alinhar esses dois conceitos de forma que se estabeleça uma coesão de ideias
e que ambos os conceitos de alinhem em uma ação comum?
“os mitos da hospitalidade: o imaginário presente no ato humano de receber pessoas é
povoado, em todas as culturas, de mitos que explicam o ritual da recepção. Héstia, a deusa da
hospitalidade, está em permanente interação com Hermes, o deus da viagem, e cuida do fogo
acesso do lar para iluminar e aquecer os moradores e hóspedes. Na bíblia, Abraão foi
obsequiado com um �lho da sua idosa e estéril Sara como recompensa a um gesto de
hospitalidade, o mesmo gesto que salvou Lot da destruição de Sodoma e Gomorra”.
(CAMARGO, 2004, p.36) .
Tratemos o assunto com mais detalhes através dos estudiosos que se dedicaram a
estudar a hospitalidade sob um olhar mais crítico que ajude a entender a história
deste conceito.
1.1. Fundamentação teórica
Segundo Camargo (2004), “O termo hospitalidade é pleno de ambiguidades. A busca
de um entendimento unívoco do termo, comum às diferentes acepções em que é
tomado e que permita o enunciado de um conceito é, assim, cheia de armadilhas”.
O que ele quer dizer com isso? Então a hospitalidade não é apenas receber e tratar
bem alguém que nos procura, mas sim que se trata de um termo carregado de
possibilidades ocultas nas ações de receber e bem tratar.
“Hospitalidade evoca a ideia de algo desejável, mas um tanto fora de moda: algo como uma
atitude positiva em qualquer código ético, mas que, nas prateleiras do nosso imaginário,
parece estar relegada ao lado dos antigos livros de boas maneiras. Há, assim, sempre um tom
nostálgico que perpassa a compreensão do termo, mas essa nostalgia apenas nos desvela o
sentimento de pesar por sua perda. Assim, mais do que uma realidade observável,
hospitalidade soa como algo que se perdeu. Serve às gerações mais antigas como signo da
decadência das novas ou do esgarçamento do vínculo social nas grandes cidades, em
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expressões como "hoje os jovens nem sabem conversar" ou " gente nem mais conhece os
vizinhos”. ( CAMARGO, 2004, p.24 ).
Figura 2 – A arte da hospitalidade – Fonte: Hospedin.blog
Conforme o trecho acima, podemos identi�car um grande desa�o para a teoria da
hospitalidade, pois devemos fazer uma re�exão profunda da realidade social oculta
no gesto de receber, pois é através da hospitalidade que podemos manter o
apaziguamento entre estranhos e evitarmos a hostilidade uma vez que estamos
tratando e recebendo pessoas de diferentes culturas e costumes.
Entenda primeiro como se dá o conceito de hospitalidade para alinhar o mesmo
pensamento, porém de forma mais consciente quando tratamos de turismo.
1.2. O ciclo da dádiva
O que seria a Dádiva? Do ponto de vista da hospitalidade, segundo Camargo (2004),
“A dádiva não é um ato isolado, eis uma grande descoberta. Inscreve-se num
processo que compreende três momentos que se repetem inde�nidamente: dar,
receber e retribuir [...] Dar, receber e retribuir são também os 3 deveres que ele
(Marcel Mauss, autor de Ensaios sobre a Dádiva e o Dom de 1974) entendeu como
uma chave explicativa das relações sociais nas sociedades arcaicas. O contato
humano não se estabelece como uma troca, mas como um contrato. Começa com
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uma dádiva que parte de alguém. A retribuição é uma nova dádiva que implica um
novo receber e retribuir gerando dons e contra dons, num processo sem �m”.
Figura 3 - O ciclo da dádiva - Fonte: Endeavor
Nos estudos sobre a Dádiva, podemos citar como referência o antropólogo e
sociólogo francês Marcel Mauss. Ele é o considerado o “pai” da antropologia francesa
e é o autor da obra Ensaio sobre a Dádiva. A maioria dos estudos de Mauss foram
baseados na hospitalidade humana.
"Não conheço quem receba que não goste de ser recebido". A abertura deste antigo poema
escandinavo é o primeiro dentro os muitos fatos da hospitalidade observados por Mauss.
(CAMARGO, 2004, p.16) .
Figura 4: Marel Mauss - Fonte: Citacoes.in
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Através da citação acima, podemos observar que a hospitalidade ressalta uma
necessidade de ritual contínuo, uma vez que você foi an�trião deseja também ser
bem recebido, com a mesma horária ou pompa. Esse é o nicho da maioria dos textos
estudados por Mauss.
Através do dar-receber-retribuir, podemos perceber um entendimento melhor de
liderança e solidariedade humana. Este processo é o que podemos atribuir para a
inibição da hostilidade, uma vez que se reforça entre os indivíduos um vínculo
amigável e de retribuição, e caso esse processo não respeite essas “leis não escritas”
da hospitalidade, teremos uma sociedade pautada na hostilidade.
Mas quais são essas leis? Em seu trabalho, Camargo (2004), tenta de forma didática
explicar com detalhes cada uma. No seu contexto são seis:
1ª - A hospitalidade começa com uma dádiva
2ª - A dádiva implica sacrifício
3ª - Toda dádiva traz implícito algum interesse
4ª - O dom deve ser recebido,aceito
5ª - Receber implica aceitar uma situação de inferioridade diante do
doador
6ª - Quem recebe, deve retribuir
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Um exemplo que nos traz Camargo (2004) é que “quando há dinheiro ou objeto
material envolvido no processo, o constrangimento do pesquisador é grande”.
Utilizemos o caso das gorjetas (vamos retirar, nesse caso, o gesto do empregado que
estende a mão como que a�rmando que quer retribuição em dinheiro). O sujeito
recebe o serviço de um funcionário e grati�ca o outro com uma gorjeta. Isso não
seria feito se o serviço fosse prestado pelo dono do estabelecimento, mas o processo
de dar-receber-retribuir continua em marcha. Essa dádiva/retribuição torna o
receptor que a aceitou imediatamente disponível para retribuir.
Você quer ler?
Saiba mais sobre os temas abordados neste tópico. Leia o Livro Ensaio
Sobre a Dádiva , de Marcel Mauss.
2. Hospitalidade e imaginário
do patrimônio cultural (cont.)
Entendendo que tudo o que imaginamos sobre hospitalidade está vinculado a leis
que não foram escritas conforme é possível desmisti�car algumas ideias como: todo
italiano é alegre, todo parisiense é mal-educado, etc. A hospitalidade, principalmente
na questão de turismo, é acompanhada de várias regras. Não se vai para outro país
ou local diferente da sua cultural sem antes estudar um pouco os costumes do local.
O que ofende ou não, como se dirigir às pessoas com respeito ou como entrar em
um local. Tudo isso implica no processo de hospedagem e para que o an�trião possa
executar o processo de dádiva de forma que se dê continuidade no dar-receber-
retribuir.
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Figura 5: Recepção hospitaleira - Fonte: DA AGÊNCIA BRASIL BRASÍLIA, 2015
2.1. Fundamentação teórica
Temos a visão de que a hospitalidade está associada a receber bem. Podemos até
mesmo identi�car alguns povos como sendo os mais hospitaleiros como os
brasileiros, mexicanos, marroquinos, italianos entre outros. Um e outro sentido
levam a crer que a hospitalidade é um traço isolado de uma cultural ou uma questão
privada.
Falando em termo de turismo, a hospitalidade é fundamental para que seja dado o
acolhimento cordial quando se recebe um turista. O ponto de partida é então as
boas-vindas. O processo de recebimento do turismo, quando dissecado pela ótica da
hospitalidade, deve ser tratado com cuidado já na forma da recepção.
O trabalho é tratado de forma metódica e padronizada pelas empresas de turismos e
suas parcerias, mas os detalhes, devem ser trabalhados em grupos, sendo cada um
em sua especialidade e setor, para que a acolhida e orientação deste turista seja a
mais agradável e receptiva, gerando assim, o desejo de retorno. Existe alguns casos
em que as pessoas preferem se hospedar em uma pousada onde tem uma recepção
calorosa, ao invés de alguns hotéis de luxo.
A pergunta que deve-se fazer, levando em conta toda a história do turismo, é: Por
que devemos ser hospitaleiros?  Porque através da hospitalidade se exercita a
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tolerância, a compaixão pelo outro, o respeito, e mantêm-se os princípios de
convivência humana.
2.2. Hospitalidade
O ato de hospitalidade não é apenas o de receber e alimentar o outro, mas sim de
ver o outro como um indivíduo que merece respeito e dignidade, é alimentar não
somente o corpo, mas a alma e o conhecimento também.
Figura 6: Hospitalidade Brasileira - Fonte: (SINDICATOHRBS, 2016)
Uma postura hospitaleira consiste em algumas obrigações implícitas no termo como
o ato de acolher, proteger, alegrar, alimentar e entreter, como se fosse uma regra
sagrada da hospitalidade. Essa postura é atribuída a hospitalidade desde os tempos
mais remotos até hoje.
No momento podemos dizer que o sucesso do turismo depende da hospitalidade em
que os clientes são recebidos. O estabelecimento, a cidade, o país que tem a fama de
ser hospitaleiro geralmente é aquele que mais recebe visitantes no decorrer do ano
da melhor forma possível.  Não se trata apenas de paisagens, bens e patrimônios
culturais e atrativos, mas também a forma como são recebidos e tratados durante
sua estadia, é o que leva os turistas a desejarem voltar a um mesmo lugar.
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3. Turismo, hospitalidade e
patrimônio
Ao pensarmos no turismo na atualidade, temos que pensar na velocidade como as
cidades contemporâneas se desenvolvem, e, portanto, repensar o termo
“hospitalidade” e a sua relação com o patrimônio, cultura e o turismo.
Ao repensarmos na hospitalidade diante do turismo, temos que associar a visão do
turista com a visão dos moradores do local. É importante que os moradores tenham
condições de ver a sua cidade sob o mesmo prisma que um turista, e para isso é
necessário que o local dê essa estrutura aos moradores. A ideia é que a cidade que
acolhe os turistas de forma hospitaleira, também seja considerada da mesma forma
para os moradores que vivem no local.
Para associarmos essa hospitalidade no turismo e o patrimônio cultural devemos
considerar que a maioria prefere centros urbanos devido aos serviços diversi�cados
e as acessibilidades. A cidade tem a função de acolhimento e esse acolhimento
depende da integração com o nativo local. Por isso cabe a cidade promover uma
estabilidade nos recursos sociais, dentre eles, transporte, saúde, conhecimentos,
alimentação de forma uniforme.
3.1. Patrimônio cultural
Conforme estabelecido pela Unesco na Convenção para Proteção de Patrimônio
Mundial, Cultural e Natural de 1972, foi estabelecido em seu art. 1º que Patrimônio
Cultural é considerado, como: Monumentos que são as obras arquitetônicas, os
elementos arqueológicos, pinturas monumentais e ou esculturas, inscrições, grutas e
grupos de elementos com valor universal excepcional, do ponto de vista da história,
da arte e da ciência.
No Brasil temos como exemplo: A Igreja de São Miguel que é a memória da Província
Jesuítica do Paraguai.
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Figura 7: Vista Noturna da Igreja de São Miguel - Fonte: SPOLON, MORAES, ROSA, SILVA, 2011, p.149
Temos também os conjuntos que são grupos de construções isoladas ou reunidas ou
que fazem parte de uma integração da paisagem do ponto vista histórico ou artístico.
Os locais de interesse também incluem parques nacionais, e arqueológicos.  No Brasil
podemos entender que o patrimônio é valorizado de uma forma que represente a
nacionalidade do país.
Uma vez que é identi�cado qual o patrimônio de um local, como associá-lo a turismo
e a hospitalidade? Sabendo que a hospitalidade está ligada ao urbano e suas
estruturas, chegamos à conclusão de um todo. A cidade e seus habitantes precisam
alinhar-se em estruturas de conservação e conscientização para terem condições de
receberem turistas ou novos moradores dentro do conceito de hospitalidade.
3.2. Hospitalidade
Estabelecer um relacionamento social amigável e imprescindível para a manutenção
do processo de hospitalidade. O relacionamento social é a base para toda a
sociedade humana, portanto, deve-se ter conhecimentos e orientações claras a
serem seguidas de forma que não gerem problemas de leitura por parte de quem as
recebe.
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“A hospitalidade comercial tem suas raízes do provimento aos viajantes,através do mercado,
das necessidades básicas de alimentos, bebidas, abrigos e repouso. De diversos modos e em
diferentes cenários ornou-se esse núcleo de serviços com provisão de (por exemplo) opções
médicas, sexuais, e de entretenimento aos clientes. Todas essas características da
hospitalidade percorrem um longo caminho, �uíram e re�uíram ao longo do tempo, e vieram
de lugar para lugar”. (LASHLEY; MORRISON, 2004, p. 80) .
Figura 8: Hospice De Beaune, Borgonha, França. Vista do pátio interior - Fonte: SPOLON, MORAES,
ROSA, SILVA, 2011, p.9
Você sabia?
O mais antigo Hospice que existe �ca na França, o Hospice De beaune, ou
Hotel-Dieu de Beaune, foi fundado por Nicolas Rolin em 1443 para
funcionar como um misto de casa de acolhimento e instituição de caridade.
Atualmente o edifício é um museu chamado Le Musée des Hospices Civils
de Beaune.
Para ver o Museu acesse aqui .
http://hospices-de-beaune.com/
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4. Hospitalidade, turismo e
patrimônio: finalização
Quando voltamos para a questão da hospitalidade no turismo, é preciso entender
que a cidade só é agradável de se visitar quando ela se torna agradável para se viver
nela.  Logo os moradores, quando bem estruturados, por si já representam o
signi�cado de hospitalidade. O fator que leva uma cidade a ser ou não hospitaleira
também se deve a três fatores: acessibilidade; que constitui ao acesso igualitário das
pessoas a serviços, atividades e recursos da cidade. Legibilidade; que seria a
visibilidade da cidade e dos seus moradores, sendo um re�exo do outro e identidade
que trata-se justamente da formação do indivíduo transformado ao longo do tempo,
porém mantendo suas características do passado, alinhando-as com o
contemporâneo.
Ao pensarmos no nosso patrimônio cultural e na diversidade que o Brasil possui, é
possível identi�car uma preocupação com relação ao receber os turistas de forma
hospitaleira. Devido ao nosso histórico de migração e miscigenação, é importante
que o morador tenha uma interpretação e identi�cação com o patrimônio de onde
vive para que, assim, os visitantes ao interagirem com os moradores consigam
entender o sentido coletivo do que é material e imaterial, e assim se sentir em uma
cidade hospitaleira.
O fato do turista vir de uma cidade diferente da sua, com costumes e tradições
muitas vezes oposta, gera grande ansiedade de compreender o que engloba os
patrimônios do local visitado e para atender essa demanda, as empresas de turismo
devem compreender e estudar o que o turista espera encontrar, qual sua
interpretação do local, a sua perspectiva quanto a sua viagem.
Toda essa análise vem de estudar a sua própria história, agências de turismo
precisam sempre se atualizar não apenas com relação às leis, regras e tudo que se
diz respeito de um local, mas também precisa se inteirar sobre o per�l do turista que
vem para esse determinado local. Assim é possível oferecer um tratamento
hospitaleiro aos visitantes.
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Patrimônio Cultural
A ação de interpretar o patrimônio cultural de indivíduos é tão antiga quanto o próprio ser
humano. Desde os primórdios das formações coletivas a história dos povos é transmitida
oralmente de geração em geração. E para transmiti-la os homens interpretam sinais do
passado através de um sem número de objetos que são documentos daquilo que se passou. Os
adventos da escrita, da imprensa, das telecomunicações e da informática, articulam essa
interpretação com formas e velocidades de informação que são históricas e que ampliam as
possibilidades interpretativas mais e mais. (MENESES, 2006, p.48) .
O patrimônio cultural não se restringe a imóveis o�ciais, igrejas ou palácios, na
análise contemporânea, o conceito de patrimônio cultural estende-se aos trechos
urbanos, paisagísticos, utensílios e bens móveis. Também podemos incluir bens
artísticos, culturais, expressões, costumes e práticas e tudo que constrói a identidade
individual ou mesmo coletiva de uma sociedade.
Justamente essa sociedade, quando detém o acesso e conhecimentos aos seus bens,
relacionando-se com ele e se identi�cando, sentindo-se representados por aquele
bem, gera automaticamente o cuidado e a necessidade de mostrar o quanto ele é
importante. Esse cuidado ao ser compartilhado com os turistas, de forma
hospitaleira, leva o visitante a querer retornar ao local. Porém precisa-se ter cuidado
pois o ato de apresentarmos uma cultura para outra de forma errônea pode gerar
também a hostilidade. Por isso a necessidade da acolhida.
Uma população sem patrimônio cultural é uma população sem história, portanto, é
necessário que, ao uso do patrimônio para o turismo, também precisa-se de
cuidados da manutenção do mesmo em prol de não correr risco de perder esse
patrimônio.
O turismo cultural é um dos indicativos de maior busca pelos viajantes, nacionais e
internacionais, e essa busca por conhecimento requer um planejamento em grande
escala para o recebimento de pessoas de todos os lugares, para atender essa
demanda e ainda prover a demanda local, dos nativos, em suas devidas situações
socioculturais.
4.1. Hospitalidade
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Existe um mito na antiga Grécia que é contado para se entender o signi�cado e
importância da hospitalidade. Conta-se que os deuses Zeus e, seu �lho, Hermes,
certa vez, quiseram vir à Terra para ver como estava o espírito da Hospitalidade entre
os mortais. Se vestiram de pobres e andaram sobre as terras buscando abrigo
durante sua peregrinação. Foram tratados por alguns com indiferença, maltratados
por outros e até mesmo expulsos por alguns.  Porém, ao passar por uma casa
humilde, de dois velhinhos, foram acolhidos. Conta-se que o casal Filemon e Báucius
lavaram os pés dos hóspedes, alimentaram-nos e os deixaram dormir em suas
próprias camas.
Durante a noite caiu uma tempestade que estava inundando todo o povoado e os
velhinhos queriam sair para ajudar seus vizinhos. Nesse momento, Júpiter e Hermes
transforma a humilde casa em um templo e pararam a chuva. Explicam ao casal que
devido a sua hospitalidade eles, como deuses, atenderiam a qualquer pedido do
casal. O casal então pede para sempre servirem a Júpiter e que desejam morrer
juntos quando chegasse a hora. Os pedidos foram atendidos e quando o casal veio a
falecer, transformaram-se em árvores; um carvalho e uma tília, que tiveram suas
copas entrelaçadas, mantendo-os unidos.
Figura 9: Júpiter e Mercúrio na casa de Filemon e Baucis, Pintura de Adam Elsheimer (1578–1610) -
Fonte: ELSHEIMER, 2017
Ao sabermos mais sobre a história da hospitalidade e seus conceitos podemos
entender que esse conceito sempre esteve presente no contato humano, bem como
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a hostilidade. E para evitarmos a hostilidade se faz necessário a manutenção
constante do dar-receber-retribuir.
De residências, tavernas, hospedarias, cervejarias e a�ns, ao longo da história é
possível observar que em comparação com a evolução do ser humano, a
hospitalidade sempre se fez necessária para o seu desenvolvimento populacional,
produtivo e claro, intelectual.
Os estudos referentes a hospitalidade até hoje abrangeram mais as relações
humanas que o turismo propriamente dito.  Mas é importante relacionarmos
hospitalidade com as ações do turismo pois não é somente pelas paisagens e
atrativos culturais que uma pessoa procura viajar.
Você quer ver?
Conheça um pouco mais sobre hospitalidade e turismo.
Clique aqui e assista.
https://www.youtube.com/watch?v=_YJrrahETKA31/03/24, 21:15 MI_HOS_HISPAT_19_E_4
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O cenário de nossa atual sociedade é de uma vida tão estressante que leva o
indivíduo a fugir de seu cotidiano e buscar no turismo uma forma de relaxar. E em
busca desse relaxamento, o visitante espera ser não só bem tratado, mas que tenha
suas necessidades supridas durante sua estadia. Da paz e tranquilidade do turismo
das áreas naturais até mesmo uma visita a Disney, não existe viagem agradável e
compensadora que a recepção e estadia não for acompanhada de uma hospitalidade
acolhedora.
Síntese
Em vista dos argumentos apresentados nesta unidade, é possível perceber a
importância de termos uma população orientada e conhecedora de sua origem e
história para que se compreenda de forma ampla o signi�cado de hospitalidades.
Apesar do termo ser de senso comum, poucas pessoas têm a verdadeira noção do
seu signi�cado e sua importância. Através dos estudos apresentados, é possível
identi�car que através da hospitalidade é que se constrói uma sociedade igualitária
no sentido de dar-receber e retribuir.
Com base nos estudos apresentado, também foi possível a análise de forma mais
simpli�cada de como:
● Relacionar a atratividade turística e os Patrimônios Culturais contemporâneos;
● Conhecer a teoria da Hospitalidade e seus pormenores bem na percepção do
Patrimônio Cultural;
● Analisar os conceitos teóricos da Hospitalidade,
● Compreender a relação Hospitalidade, turismo e identidade do Patrimônio
Cultural;
● Compreender o que é Memória Coletiva e a atuação em conjunto da
Hospitalidade.
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● Compreender e analisar aspectos do Patrimônio Material e Imaterial à luz dos
teóricos da Hospitalidade;
● Entender os conceitos teóricos do Patrimônio Cultural como uma dimensão da
Hospitalidade.
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Bibliografia
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