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Globalização e hospitalidade_ Cristiane Faria

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História e Patrimônio - Unidade 3 - Turismo, Globalização e Hospitalidade 
 
 
 
História e 
Patrimônio 
 
 
Unidade 3 - Turismo, 
Globalização e Hospitalidade 
 
 
 
 
Christiane Alves Faria 
 
História e Patrimônio - Unidade 3 - Turismo, Globalização e Hospitalidade 
 
 
Introdução 
Hoje, atuar na área de turismo, engloba uma gama de conhecimentos que o 
profissional deve ter e se especializar como por exemplo: ser bilíngue. 
Conhecimento sobre a área que atua é importante, e também devemos ampliar 
esse conhecimentos para os conceitos do que usamos para exercermos o nosso 
trabalho. Deve-se conhecer outras culturas, entendê-las, e para tanto, não basta 
apenas ir no local e voltar com um relatório. 
É necessário ter-se a compreensão do que é uma outra cultura, como ela se 
relaciona, conhecer os patrimônios do local e entender o que são esses 
patrimônios, sua importância, sua história, para compreender suas restrições 
identificando os cuidados necessários para a devida preservação do patrimônio. 
Com esses conhecimentos, é possível desenvolver um trabalho com excelência. 
Nesta unidade iremos compreender os conceitos de Turismo, Globalização, 
Proteção e Hospitalidade. 
Para cada item existe uma história que será necessário o aprofundamento do 
aluno para que compreenda a complexidade que é, hoje, tratarmos de turismo. 
Portanto, leiam o E-book com atenção, leiam o material complementar, façam os 
exercícios e anotem as dúvidas que surgirão ao longo do curso sempre buscando 
seus tutores para auxiliá-los 
Bom Estudo! 
1. A turistificação do patrimônio(cont.). 
Conforme as unidades anteriores, a definição de turismo é baseada no 
deslocamento de pessoas que desejam conhecer e usufruir os atrativos e serviços 
de lugares diferentes de onde moram. Deve-se levar em conta o tempo de 
permanência, as atratividades e atividades locais entre outro fatores, mas 
costuma-se dizer que o turismo moderno iniciou a partir da Revolução industrial 
pois com a produção de máquinas a vapor o transporte propiciou rapidez a 
viagem. A revolução industrial não apenas gerou os meios para o 
História e Patrimônio - Unidade 3 - Turismo, Globalização e Hospitalidade 
 
desenvolvimento do turismo mas também os motivos uma vez que as viagens em 
máquinas mais rapidez levavam as pessoas a desejarem essa experiência. 
Depois da criação de animais, descoberta da agricultura, a humanidade 
repensa sobre o trabalho, o que faz com que reorganizem a vida inteira, que 
refletem consequentemente na estrutura de poder, sociedade e por sequência a 
necessidade de viagens. 
Segundo Silveira e Madaglia (2015), em comparação com o século XVII o 
turismo, que hoje conhecemos, é resultado de evolução na tecnologia e nos 
transportes, que favoreceram as classes mais baixas a conseguir viajar seja com 
enfoque cultural ou para tirar férias. Conforme sua escrita..”o turismo com 
enfoque cultural, permaneceu restrito a uma pequena parcela da sociedade até 
os de 1970 e 1980, de acordo com Kohler e Durand(2007), quando deixou de ser 
atividade exclusiva de uma elite rica e educada, no século XIX…[ ]. As evoluções 
tecnológicas e a transformação do trabalho propiciam paulatinamente o acesso 
da recém-estabelecida classe média ao mundo das viagens. Iniciou-se, assim, a 
atuação de pessoas "normais", ou da grande massa da população, no cenário do 
turismo, e esse cenário vem se reinventando e se configurando em um novo 
mosaico resultante das novas estruturas sociais”. 
Desta forma podemos dizer que não somente através da revolução 
industrial, mas também com a mudança na economia, houve uma maior abertura 
para que o povo comum tivesse a oportunidade de viajar. Silveira e Medaglia 
(2010, p.161) explicam que o “período de incremento nas possibilidades de 
viagens coincide com a evolução do capitalismo industrial e, dessa forma, "o 
turismo aconteceu seguindo o fluxo natural das civilizações, acompanhado de 
evolução econômica e industrial". 
 
Você quer ler? Saiba mais sobre a influência da Segunda Guerra no Turismo. 
Acesse o artigo disponível aqui. 
 
Devido a Primeira Guerra Mundial, as viagens pela Europa diminuíram, pois 
em consequência da guerra houve mudanças no mapa do velho continente, 
http://www.eca.usp.br/turismocultural/8.02_Mariana_e_MJPires.pdf
História e Patrimônio - Unidade 3 - Turismo, Globalização e Hospitalidade 
 
porém nem todos os países foram prejudicados. Com o exploração do automóvel 
entre 1920 e 1940, o transporte terrestre viabilizou muito as viagens de turismo, 
no período entre guerras, a Alemanha e a Itália promoveram o turismo social, que 
segundo citações de Secall (1983,p.82) destacaram as iniciativas: a adoção de 
medidas sociais, favorecendo o turismo nacional, restringiu-se liberdade dos 
turistas nacionais para viajar ao exterior(o que limitou o turismo internacional) o 
que levou os governos a repensarem sobre os efeitos econômicos do turismo. 
Se o turista é visto como um visitante, geralmente 
estrangeiro, que viaja a determinado local por lazer, é 
possível que sua imagem seja associada à de um indivíduo 
adventício que gasta dinheiro nos lugares que frequenta, e 
esse acaba sendo o fator que mais estimula os destinos a 
fomentar a atividade turística. (SILVEIRA; MADAGLIA, 2015, 
p.48). 
Imagem 1 - Motivações turísticas
 
Fonte: (SILVEIRA; MEDAGLIA, 2015) 
Além do fator econômico, um dos pontos que se justifica o investimento 
em turismo, defendido inclusive por órgãos como o Conselho Internacional de 
Monumentos e Sítios (ICOMOS) é que o turismo é um grande aliado a conservação 
dos bens. Porém o que mais se destaca hoje na atividade turísticas são os 
atrativos e as motivações para a visitá-los. 
Vamos analisar o que são atrativos: 
“Atrativos são recursos naturais ou culturais que, como o próprio 
nome sugere, atraem a atenção de turistas e levam pessoas a visitá-los. 
Entre esses recursos incluem-se desde manifestações climáticas e de 
História e Patrimônio - Unidade 3 - Turismo, Globalização e Hospitalidade 
 
natureza intocada até parques e paisagens naturais e culturais, atrações 
artificiais como parques temáticos, museus e construções, manifestações 
folclóricas, artísticas e culturais, costumes, personalidades e uma 
infinidade de itens que podem motivar uma viagem. Esses atrativos que 
compõem a oferta turística original (Beni, 2001) e serão classificados em 
naturais ou culturais de acordo com a intervenção que tenham sofrido 
pelas mãos humanas” … (SILVEIRA; MADAGLIA, 2015, p.48). 
Ou seja, pode-se afirmar que através da exploração responsável de um 
patrimônio como recurso turístico e a utilização de suas localizadas para visitação 
turística é que determina que tipo de turismo será realizado. 
Habitualmente, o vínculo do turismo com o patrimônio se dá por meio do 
turismo cultural, do ecoturismo ou, ainda, pela combinação destes, dependendo 
do sítio visitado e dos interesses da demanda. 
Segundo Barreto (2000, p.29): 
"Na língua inglesa existe a possibilidade de ampliar o conceito de turismo 
histórico para a expressão heritage based tourism, que deve ser traduzida como 
"turismo com base no legado cultural", mas que pode ser simplificada para 
"turismo de tradição", embora tradição e herança cultural não sejam exatamente 
a mesma coisa. o turismo com base no legado cultural é aquele que tem como 
principal atrativo o patrimônio cultural". (Barreto, 2000, p.29) 
Na literatura ainda não existe a afirmação que o ecoturismo seja 
considerado patrimônio, mas, pode-se considerar o patrimônio natural 
representante de um legado, assim como o cultural. 
Seja pela natureza ou pela cultura, os motivos para o turismo são vários e 
as necessidades ou desejos que impelem pessoas a viajar são o ingrediente para 
que se faça bom uso dos bens culturais e dos patrimônios para o 
desenvolvimento turístico e, dentro do contexto do patrimônio, há especialdestaque às motivações culturais, em virtude da própria classificação do 
patrimônio e sua relação com determinado grupo, local ou cultura. 
1.1 Globalização e Cultura 
O fenômeno da globalização foi pensado por muitos como 
o fim da produção das diversidades. Esse termo, sempre associado 
à ideia de modernização - ou, ainda, "americanização"-, trouxe 
consigo a perspectiva de um mundo que estaria rumando a um 
processo de homogeneização cultural: as diversidades seriam 
História e Patrimônio - Unidade 3 - Turismo, Globalização e Hospitalidade 
 
solapadas por essa nova ordem colocada em escala mundial. 
Desde o final da Segunda Guerra Mundial e, em especial, após a 
Queda do Muro de Berlim, um mundo "sem fronteiras" e 
interligado difundiu o imaginário de uma "aldeia global”. (SALAINI; 
SANTOS; ROMERO, 2012, p.15). 
A dinâmica cultural ganha mais velocidade com a globalização e a diferença 
é a multiplicação de identidades, o que criou desafios para interpretar e tratar os 
fenômenos culturais contemporâneos do ponto de vista antropológico. 
“Segundo a socióloga Maria Cecília Londres Fonseca (2001), a 
recente ampliação da noção de patrimônio cultural pode ser considerada 
mais um dos efeitos da globalização, na medida em que aspectos de sua 
cultura, tais como arquitetura e as manifestações artísticas - muitas vezes 
considerados por olhares externos como toscas, primitivas ou exóticas, 
porém, reconhecidas como patrimônio mundial - contribuem para inserir 
um país ou grupo social na comunidade internacional, com benefícios 
políticos e econômicos”. (SALAINI; SANTOS; ROMERO, 2012, p.130). 
De acordo com a citação acima, o antropólogo indiano Arjun Appadurai 
(1990), explica que o principal problema das interações globais atuais é a tensão 
entre a homogeneização e a heterogeneização cultural. O autor explica em seus 
estudos que a americanização e – ainda– a mercantilização dão respaldo às forças 
homogeneizantes provenientes de várias metrópoles, criando, assim, novas 
associações. Como exemplo, podemos citar o Brasil; temos um povo que 
aparentemente teria uma cultura homogeneizada (país de uma cultura), porém, 
como mostra nossa própria história, através da heterogeneização, pequenas 
comunidades ainda lutam para impor seus costumes e valores locais, como os 
índios por exemplo. 
É possível perceber que o acúmulo de conhecimento sobre a vivência na 
cultura popular e tradicional, foi o responsável pela aplicação do conceito de 
patrimônio cultural em escala mundial. Os estudos sobre o tema renderam frutos 
e permitiu que a preservação do patrimônio se tornasse uma prática de 
proporções planetárias, mesmo sendo diferente de uma país para outro. Foram 
adotadas medidas para a salvaguarda de patrimônio como o inventário de 
referências culturais, no Brasil, por exemplo, essa é uma prática que garante 
salvaguardar o patrimônio imaterial ou intangível . 
1.2 Diversidades Culturais 
História e Patrimônio - Unidade 3 - Turismo, Globalização e Hospitalidade 
 
O povo brasileiro tem origem principalmente nos índios, europeus e 
africanos, e, além disso, também é uma civilização que ultrapassa a chamada 
"descoberta" portuguesa, já que podemos encontrar vestígios de presença 
humana datadas de 100 mil anos. Há ainda sinais de ocupação civilizatória em 
territórios de norte a sul do país passando por ruínas encontradas no Amazonas 
até sambaquis no litoral do Estado de São Paulo. Desse modo, podemos perceber 
uma conexão clara entre patrimônio cultural e natural brasileiro e o papel das 
comunidades locais. Darcy Ribeiro, quando analisa a formação do povo brasileiro 
e o cotidiano do qual esse povo é formado destaca: 
"Surgimos da confluência do entrechoque e do 
caldeamento do invasor portugueses, com índios silvícolas 
e campineiros e com negros africanos, uns e outros 
aliciados como escravos. Nessa confluência, que se dá sob 
a regência dos portugueses, matrizes raciais díspares, 
tradições culturais distintas, formações sociais defasadas 
se enfrentam e se fundem para dar lugar a um povo novo 
num novo modelo de estruturação societária. (Ribeiro, 
1995, p 19)".(FINAZZI PORTO, 2015, p.174). 
O primeiro recenseamento no Brasil foi em 1873. Existiam nessa data 10 
milhões de habitantes. Hoje, 142 anos depois, temos uma população 20 vezes 
maior. Mesmo assim devemos considerar que esse aumento não foi baseado em 
um único tipo de habitante e sim de vários imigrantes que fazem parte da história 
e da formação de um povo novo. 
 Conforme E-book da unidade 2, o povo brasileiro é realmente novo, tanto 
numérica quanto socialmente, traços das etnias que o formam são recentes 
devido ao sincretismo e a miscigenação que ocorreram no século XIX, formando 
em pleno século XX um povo novo: 
"Novo porque surge como uma etnia nacional, diferenciada 
culturalmente de suas matrizes formadoras, fortemente 
mestiçada, dinamizada por uma cultura sincrética e singularizada 
pela redefinição de traços culturais oriundos. Também novo 
porque se vê a si mesmo e é visto como uma gente nova, um novo 
gênero humano diferentes de quanto existem. Povo novo, porque 
é um novo modelo de estruturação societária, que inaugura uma 
forma singular de organização socioeconômica, fundada num tipo 
renovado de escravismo e numa servidão continuada ao mercado 
mundial. Novo, inclusive, pela inverossímil alegria e espantosa 
História e Patrimônio - Unidade 3 - Turismo, Globalização e Hospitalidade 
 
vontade de felicidade, num povo tão sacrificado, que alenta e 
comove a todos os brasileiros." (FINAZZI PORTO, 2015, p.176). 
Conforme explicado na unidade anterior, a miscigenação, apesar de criar 
uma nova etnia, não desfaz o homem de sua diversidade nacional. Essa nova 
etnia se dá por três fatores: o ecológico, pois para se adaptar a terra em que vive 
a pessoa muda não somente a aparência mas também os hábitos; o econômico, 
que criou formas diferentes de modos de produção, e o migratório, que ajudou a 
completar essa miscigenação, especialmente com a presença de europeus, 
japoneses e árabes. 
Podemos dizer que houve grande resiliência do povo brasileiro. Seu 
cotidiano, costumes, cultura, foram adaptados com a miscigenação a ponto de se 
tornar parte única de uma nova cultura. As comunidades desenvolveram em seu 
crescimento modos de vida gerando um patrimônio imaterial de acordo com a 
sua vivência. 
Desse ponto de partida, vemos que há uma variedade imensa de 
comunidades nos entornos do que chamamos de patrimônio da 
humanidade, que se adaptaram e moldaram uma forma de vida na qual 
matérias-primas, ferramentas equipamentos e meios de tração fazem 
parte do cotidiano...[ ] Por ter sido um fenômeno que se estabeleceu 
principalmente no campo, com ocupações agrícolas de regiões 
interioranas - assim ocorreu com os italianos em São Paulo e no Rio 
Grande do Sul e com os alemães em Santa Catarina e no Rio Grande do 
Sul, estejam presentes até hoje nos mais diversos rincões brasileiros. O 
fato de a imigração ter ocorrido no interior aumenta o pesa dela na 
ocupação do país. (FINAZZI PORTO, 2015, p.178). 
Se usarmos somente o Brasil, para centralizarmos a ideia de turismo, 
baseando nas diversidades culturais, podemos dizer que temos um país rico 
justamente devido a sua formação. Cada Estado, cidade ou comunidade tem a 
miscigenação como origem, e com isso muito a oferecer ao turismo, seja ele 
ecológico, cultural, gastronômico, entre outros. Em se tratando de diversidade 
cultural, temos outros países como exemplos que podem ser avaliados do ponto 
de vista cultural. 
Segundo Silveira; Madaglia (2015), vamos pensar como exemplo a China, 
mesmo sendo menos procurada pelos turistas ocidentais, o mundo asiático vem 
se desenvolvendo exponencialmente no mundo do turismo e se torna um grande 
receptores de turistas hoje. Já o Japão é um grande emissor no ramo do turismo. 
História e Patrimônio - Unidade3 - Turismo, Globalização e Hospitalidade 
 
Imagem 2 - A Grande Muralha da China 
 
Fonte: (BORDIGNON, 2016) 
A Ásia, possui os dois países mais populosos do mundo (Índia e China). A 
China equilibra o turismo entre atrativos naturais e culturais, com predominância 
destes últimos, resultantes da riqueza histórica do Império Chinês e a cultural 
milenar da China – mesmo sendo pouco difundida e com algumas restrições no 
país. Segundo Silveira e Madaglia (2015) mesmo assim atraí muitos turistas para 
cidades, como Shangai, Xian e a própria Pequim. Já o Japão é possuidor de 
atrativos únicos e uma riqueza cultural magnífica, sendo um dos países com a 
gastronomia mais difundida internacionalmente por ser mais concentrada na 
alimentação provinda do mar, segundo Silveira; Madaglia (2015). 
 
Imagem 3 – Pontos Turísticos do Japão 
História e Patrimônio - Unidade 3 - Turismo, Globalização e Hospitalidade 
 
 
Fonte: (KAWANAMI, 2013) 
Um país que também é destaque é a Índia. País com uma grande 
população, conta com mais de 20 idiomas oficiais e centenas de religiões – entre 
as mais importantes estão o hinduísmo e o budismo, sendo o budismo o 
responsável pelo vínculo entre muitos países da Ásia, além de adeptos 
espalhados por todos os continentes segundo os autores SILVEIRA e MADAGLIA 
(2015). 
 
 
 
 
Imagem 4 - Taj Mahal 
História e Patrimônio - Unidade 3 - Turismo, Globalização e Hospitalidade 
 
 
Fonte: (TAJ..., 2016) 
2. Turismo Globalização e Proteção. 
Com a globalização houve o aumento do turismo devido às facilidades de 
conexão e deslocamento, e também fomentou a curiosidade e o interesse pelos 
"outros" graças ao fluxo de informações e conhecimento. Com a globalização 
também os passageiros mudariam pois antes os que não poderiam viajar como 
os emergentes e os mais jovens, agora com as facilidades à disposição existia essa 
possibilidade. A exemplo, antigamente viajavam para fora do país apenas as 
pessoas consideradas maduras e ou com dinheiro ou profissão garantida. Idoso 
e crianças ficavam em casa, porém o turismo mudou e hoje todos viajam, “dos 
bebês à "terceira idade", dos intelectuais às novas classes médias e aos 
empresários, muitas vezes em excursões temáticas especialmente desenhadas 
para acomodar distintos ritmos e expectativas” conforme explica Nogueira (2011). 
 Há pacotes turísticos para todos os gostos e interesses: 
gastronomia, artes, compras, parques infantis, futebol, cinema, moda, 
decoração, ciência. Todo grande evento internacional inclui uma invariável 
"agenda social", com a qual arrasta acompanhantes não diretamente 
envolvidos nas pautas principais. (NOGUEIRA, 2011, p. 1). 
Vejamos a seguinte ideia: ao viajarmos para a praia não estamos apenas 
em busca de sol, água e descanso. Existe todo um contexto por trás desse 
aparente motivo que levam as pessoas a praia. Funari e Pinsky (2015) explicam 
História e Patrimônio - Unidade 3 - Turismo, Globalização e Hospitalidade 
 
que o turismo ainda é visto de forma estreita no campo de estudos. O motivo de 
irem para a praia é na verdade a busca por um todo que a cerca: a água de coco, 
os quitutes feitos a mão, o bate papo com os nativos, a casa de praia e sua 
arquitetura rústica, a paisagem e a história do lugar. Essa visão já é entendida nos 
países de língua inglesa pois já consta como pauta e motivos de estudos para o 
segmento do turismo. 
Pode-se dizer que o turismo é cultural. Do ponto de vista teórico parece 
simples, mas é justamente por parecer óbvio que não damos certa atenção a 
amplitude do que é o turismo cultural. O turismo em massa é um dos exemplos 
em que a pessoa pode fazer visitas sem sair do lugar, a questão não é o que se 
vê, mas como se vê o turismo cultural. A exemplo temos o seguinte trecho da 
análise realizada por Funari e Pinsky (2015). 
“Será que um grupo que propõe a ver a Europa toda em duas semanas, às 
pressas, em ônibus nos quais fala-se apenas o português, as paisagens 
vistas apenas através dos vidros (que funcionam quase como escudo 
contra os cheiros, gostos e cores das ruas), faz algum tipo de turismo 
cultural? Nas rápidas paradas, as pessoas são avisadas que daquele 
cartão-postal deve-se tirar fotos, seja ele a torre Eiffel, a torre de Londres, 
a muralha da China ou a sereiazinha de Hans Christian Andersen, em 
Copenhague. Dispara-se o obturador, perpetua-se a imagem e prova-se 
aos amigos e familiares que lá se esteve, o que, de resto, é testemunhado 
pelas lembranças made in Taiwan dos mesmo estereótipos fotografados 
(oh, quantas miniaturas de torre Eiffel adornam geladeiras ao lado de 
pinguins) e generosamente dados de presente a quem ficou”.(FUNARI; 
PINSKY, 2015, p.7). 
 Justamente por conta das formas de turismo, se faz necessário, é claro, que 
se tenha um comprometimento com o local, enquanto as instituições precisam 
cuidar dos patrimônios, pois são deles que o turismo “mais prolongado” pode 
gerar mais renda e consequente mais cuidados com o patrimônio. 
2.1. A proteção do Patrimônio e o mundo contemporâneo. 
A prática da preservação histórica contribuiu para a representação 
simbólica da "identidade" e da " memória" da nação, reforçando o sentimento de 
nacionalidade por meio de uma narrativa histórica, bem como a valorização de 
determinada produção artística. (SALAINI; SANTOS; ROMERO, 2012, p.124). 
Ainda segundo Salaini, Santos e Romero (2012), a ideia de combinar a 
conservação dos sítios culturais com os sítios naturais foram dos Estados Unidos. 
História e Patrimônio - Unidade 3 - Turismo, Globalização e Hospitalidade 
 
Foi criado em 1965, a Fundação do Patrimônio Mundial, através de uma 
conferência na Casa Branca, onde seus representantes pediram essa medida para 
estimular a cooperação internacional e proteger áreas paisagísticas e sítios 
históricos. 
Os museus mais imponentes precisam de preparar e se adaptar para um 
público cada vez maior e muitas vezes não conhecem a etiqueta de visita padrão 
do local e da mesma forma os restaurantes, bares, lojas ajustam seus preços para 
atender o novo público muitas vezes curioso em conhecer algo novo. São essas 
mudanças, associadas com a rotina do local que podem passar por adaptações, 
mas nunca mudanças para serem compartilhadas com os estrangeiros. Como 
exemplo, temos uma explicação de Nogueira (2011), sobre esse fato: 
“Nenhum romano deixa de beber seu cappuccino, nenhum 
parisiense deixa de comprar sua baguette, nenhum nova-iorquino deixa 
de se estender para tomar sol na grama do Central Park, mas todos devem 
conviver com bandos de curiosos e imitadores. Muitos reagem com 
irritação, outros viajam para longe ou não saem de casa. Lugares menos 
conhecidos, fora dos roteiros, vinculados ao dia a dia que os turistas não 
veem, convertem-se assim em refúgios dos moradores, fortalezas de onde 
tentam defender suas cidades. Seja como for, é uma experiência coletiva 
de interação, ao sabor da qual o mundo se vai integrando culturalmente”. 
(NOGUEIRA, 2011, p.1). 
Portanto essa preservação deve ser constante, não somente para o turismo 
estrangeiro, mas também para conforto de quem vive no local, uma vez que os 
“nativos” precisam conviver com o turista, também se faz necessário o 
atendimento de suas necessidades locais e habituais. 
2.2. Estratégias de preservação 
"O projeto de inserir o Ceará na globalização delineou-se 
timidamente, com a inclusão do turismo entre os setores prioritários, que 
seria beneficiado com melhorias na infraestrutura física - inclusive a 
construção de um novo aeroporto e de uma "rodovia estruturante", 
ligando Fortaleza ao litoral oeste. Este programa foi esforço dirigido 
principalmente pelo Programa de desenvolvimento do turismo do 
Nordeste, Prodetur-NE, criado pelo governo federal, com financiamento 
do BID, por meio do Banco do Nordeste, e da contrapartida dos governos 
estaduais". (VARGAS; CASTILHO, 2009, p.252).História e Patrimônio - Unidade 3 - Turismo, Globalização e Hospitalidade 
 
Conforme os textos de Nogueira (2011), o turismo tornou-se, de fato, uma 
indústria pois emprega centenas de milhares de pessoas, cria em torno de si 
inúmeras atividades, movimenta os negócios em escala global, produz riqueza 
material e intercâmbio cultural. Ainda que quase sempre centrado no lazer e no 
entretenimento, tem múltiplas implicações. Portanto podemos dizer que um 
turismo consciente e que tenha interesse na preservação local é benéfico para a 
população que dele faz parte. 
Hoje, no Brasil, temos como modo de preservação, o tombamento 
histórico, os recursos disponibilizados pelas entidades como Iphan, para tratar da 
preservação dos bens culturais e patrimônios históricos. Porém devemos 
repensar o modo de cuidado e ampliar seu conceito e entendimento para as salas 
de aula. Uma população consciente de sua história, se sensibiliza e entende 
melhor a necessidade de cuidar de um patrimônio. 
“O Brasil é um dos países mais urbanizados do mundo. Em 1964, 
50% do território já tinha sido tomado. Hoje, a nação está à frente dos 
Estados Unidos. Isso faz com que o país sofra com alguns problemas, já 
que abriga muitas pessoas em pequenas áreas. Um deles é o tráfego 
intenso. O outro, a moradia”, diz Edward Glaeser, professor de economia 
na Universidade Harvard. Com a demanda crescente por espaço urbano, 
os patrimônios históricos entram em cheque: até que ponto é relevante 
mantê-los intocáveis? Ao preservar uma área, o metro quadrado se torna 
caro e expulsa pessoas da região. (CULTURA..., 2017). 
 
Você quer ver? Para saber mais sobre o assunto assista o vídeo “Patrimônio em 
Debate” Políticas públicas de preservação de Washington Fajardo. Clique aqui e 
assista. 
 
 
3. Turismo Globalização e Proteção(cont.) 
O turismo globalizado, nos faz entender a vida hoje; pois através do 
turismo podemos ver que os locais se equilibrando entre a reprodução de ritos e 
https://www.insper.edu.br/conhecimento/politicas-publicas/patrimonio-historico-brasileiro/
História e Patrimônio - Unidade 3 - Turismo, Globalização e Hospitalidade 
 
tradições e a reinvenção diária do cotidiano, mostra que a crise não perdoa 
ninguém, e portanto obriga o plano econômico-social a ver os problemas de 
estabilidade financeira e segurança. O turismo globalizado também mostra a 
necessidade de novas práticas e condutas nas rotinas e tradições para se manter. 
FUNARI E PINSKY(2015, P.7), nos explica o deslocamento em si pode ser 
discutido como um fato cultural, como por exemplo, ao viajarmos, o visitante 
conhecer mais do cotidiano e vida dos nativos fazendo parte de seus hábitos que 
visitar locais pré determinados, por um curto período ou apenas fazer compras e 
voltar para seu hotel. 
“Deve-se, portanto, discutir se o fato em si do deslocamento já 
constitui um fato cultural. Talvez seja mais adequado observar o turismo 
cultural efetiva-se quando da apropriação de algo que possa ser 
caracterizado como bem cultural, seja o que for. Antes que nos entendam 
mal, não estamos nos referindo a apropriar-se de um cinzeiro num café 
parisiense, um coral em Fernando de Noronha ou um santo barro 
sobrevivente em uma igreja de Ouro Preto. Uma caminhada demorada 
pelo Quartier Latin, em Paris, pode ser culturalmente mais expressiva que 
uma visita burocrática ao Museu do Louvre ( e seguramente mais 
expressiva que uma visita no Magazine Printemps), da mesma forma que 
o simples feijão com arroz num pequeno restaurante frequentado por 
baianos, na Baixa do Sapateiro, em salvador, pode nos ajudar a entender 
mais a cidade do que um vatapá saboreado na companhia de uma legião 
de turistas”. (FUNARI; PINSKY, 2015, p.7). 
Com a globalização, podemos dizer, de certo modo, que patrimônio 
cultural e tudo aquilo que constitui um bem apropriado pelo homem. Para 
exemplificarmos: o McDonald's faz um sanduíche cuja receita é seguida à risca 
em qualquer lugar do mundo, praticamente sem modificações. Conforme explica 
Funari e Pinsky (2015), da mesma forma, um pescado pode ser preparado de 
diferentes maneiras por diferentes cozinheiros: embrulhados em folha de 
banana, no litoral paulista; com leite de coco e azeite de dendê no litoral baiano; 
como filé, na manteiga, acompanhado de molho de alcaparras em restaurantes 
elegantes e simplesmente frito "à doré", na beira da praia.Tanto o hambúrguer 
quanto o peixe podem ser vistos como bens culturais. O Mcdonald's representa 
um bem cultural global padronizado onde as pessoas que estão viajando tem a 
sensação de não sair do lugar, enquanto o peixe é uma iguaria local do qual 
buscamos quando viajamos. 
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Manter a proteção de um sanduíche parece absurdo, mas a verdade é que 
este sanduíche, ou peixe, o que for, é a representação física e materializada da 
necessidade do homem se sentir pertencente ao mundo. Independente de onde 
esteja. Este é o papel de um bem cultural e o motivo pelo qual existe a 
necessidade de o protegermos. 
3.1. A proteção do Patrimônio e o mundo contemporâneo 
O turismo oferece a seus praticantes a oportunidade rara de 
apreciar in loco aquilo de que se ouve falar ou com o que se fantasia. 
Diminui a distância entre filmes, livros e vida real. É uma ferramenta de 
desmitificação. Devolve à realidade certos lugares-comuns dos relatos e 
conversas sobre os "outros". O turista descobre, surpreso e extasiado, que 
os argentinos adoram os brasileiros, que os franceses não são mal-
humorados (embora alguns o sejam), nem os italianos são alegres e 
receptivos (embora muitos o sejam), que não há somente glamour em 
Nova York nem tristeza em Lisboa. A depender da profundeza social que 
alcança em sua viagem, pode descobrir também que o cotidiano é tão 
desgastante em Barcelona e na Filadélfia quanto em São Paulo ou no Rio 
de Janeiro, sobretudo para os grupos sociais menos favorecidos, 
obrigados a experimentar dissabores de todo tipo. Descobre, enfim, que 
os brasileiros não são melhores nem piores que os outros povos, que 
nossa economia não está tão racional e eficiente quanto dizem, que não 
somos os únicos a gostar fanaticamente de música e futebol, que nossas 
garotas de Ipanema são tão lindas quanto milhões de holandesas, 
tailandesas, espanholas, mexicanas, húngaras e chinesas.(NOGUEIRA, 
2011, p.1) 
A criação de instituições e instrumentos direcionados para a tarefa de 
cuidar e manter locais e recordações do passado, busca contribuir para evitar o 
esquecimento de nossas histórias em um tempo tão globalizado e em que as 
necessidades são tão fugazes. Essa forma de se relacionar com o passado é 
Ocidental, precisamos cuidar de objetos e lugares para nos lembrarmos do 
passado, diferente dos Orientais que fazem do passado tradições vividas no seu 
cotidiano. 
 “No Japão, os templos são mantidos novos por meio de reconstruções 
idênticas, periódicas e rituais, trata-se de uma preservação muito diversa da 
ocidental, que não enfatiza a permanência do objeto e a noção de autenticidade, 
mas do saber fazer, refazer e reproduzir fielmente, sejam monumentos ou 
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escritos, seja uma expressão cênica ou plástica de celebração”, conforme nos 
explica SALAINI; SANTOS e ROMERO, (2012) p.127). 
O Patrimônio Cultural deve ser valorizado por todos e sua proteção 
deve ser pensada para e pelos sujeitos que detém o conhecimento do 
valor de um patrimônio. A sensibilização e conscientização do por que e 
como preservar deve ser realizada através de políticas públicas que 
envolvam as comunidades e os agentes que se relacionam com os bens 
portadores da memória coletiva e da identidade cultural dos diversos 
grupos sociais. (SECRETARIA DO ESTADO DA CULTURA, 2006). 
 3.2. Estratégias de preservação. 
A política de preservaçãodeve ser 
efetivamente apropriada, enquanto produção 
simbólica e enquanto prática política, pelos 
diferentes grupos que integram a sociedade 
brasileira (FONSECA, 1997). 
O turista quando sai de em viagem, muitas vezes não percebe que nem 
tudo é o que parece. A princípio, a festa de rua a qual participa é diária, mas 
quando acaba e ele visita a periferia ou bairros menos nobres, percebe que tudo 
é mera aparência e ao voltar para casa, tem uma possibilidade de refletir sobre o 
mundo em que vive. 
MARCUSE, (1998) citado por VARGAS e CASTILHO (2009, p.30) explica que 
"Seguindo na mesma direção, a contribuição da preservação da história será 
muito limitada para a cidade como um todo, se a intervenção nos centros for 
somente física e direcionada ao turismo. Essa preservação não será histórica, pois 
refletirá somente a arquitetura e não o ambiente urbano ou sua memória. A 
qualidade arquitetônica é apenas um dos itens que devem ser considerados na 
preservação histórica”. 
 Para a preservação de um bem cultural, segundo a Secretária do Estado e 
Cultura (2006), é importante saber da existência desse bem, se uma manifestação 
cultural é praticada pela população local, se não, por qual motivo, de que forma 
essa tradição é transmitida, se transmitida que mudanças causa nas pessoas que 
trabalham na manutenção dessa tradição, ter essas questões trabalhadas e 
ajudadas é o que ajuda a manter a existência desse determinado bem cultural. 
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Conforme exposto anteriormente, a preservação do patrimônio cultural, 
de bens culturais materiais e imateriais depende de entidades públicas que são 
destinadas a este trabalho para justamente cuidar da Educação Patrimonial, do 
Inventário, da Salvagar e do Tombamento, que segue posteriormente as 
manutenções diárias, dependo do local. 
4. Turismo, Globalização e Hospitalidade. 
A globalização pode ser definida como o processo de interação e 
integração entre as pessoas, as empresas e os diversos governos. É, pois, 
um processo promovido pelo comércio internacional, pelas 
movimentações do capital e acelerado pelas tecnologias de informação. A 
conjugação destas variáveis torna o processo uma realidade incontornável 
e imparável. Como qualquer ação dinâmica, esta tem impactos nos 
sistemas ambientais, culturais, políticos, assim como ao nível do 
desenvolvimento e da prosperidade económico-social e do bem-estar 
humano no planeta. (DUARTE; FONTES; FRANCO; ALMEIDA et al., 2009). 
Se pensarmos no Brasil como um exemplo, temos um país em 
desenvolvimento constante e crescimento expressivo no setor turístico, não 
somente devidos as suas belezas naturais ou culturais, mas também pela marca 
registrada do brasileiro: a hospitalidade. 
O brasileiro tem por característica marcante a arte de receber bem. É 
amistoso, convidativo e com isso os turistas estrangeiros sempre voltam, não 
apenas pelas belezas do país mas também pela hospitalidade brasileira. Segundo 
o Ministério do Turismo (2015)...”Tida pelos estudiosos como um traço cultural 
genuíno do povo brasileiro, ela (a arte de receber bem) é hoje uma das principais 
motivações dos estrangeiros que escolhem o Brasil como destino de viagem”. 
Ainda segundo o Ministério do Turismo (2015) “A hospitalidade pode ser 
notada em todas as atividades relacionadas ao setor, desde a facilitação ao 
ingresso e permanência no país, até a educação e capacitação dos profissionais. 
Para o turismo, a hospitalidade é um item capaz de aumentar a competitividade 
dos destinos e dos serviços. Esta é uma das razões pelas quais as três maiores 
redes de hotéis internacionais com presença no Brasil elegeram a boa recepção 
como um dos itens de maior valor da companhia e premissa institucional”. 
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Mas não devemos simplificar o significado de hospitalidade a apenas 
receber bem o turista. Devemos entender que hospitalidade é algo complexo e 
varia o entendimento de uma cultura para outra. 
4.1. Hospitalidade e Turismo 
De acordo com a história, o termo hospitalidade pode ser identificado em 
meados de século XVIII, na Europa, quando viajantes eram acolhidos de forma 
caridosa e gratuita por pessoas de vilarejos. Com o aumento do troca de 
produtos, aumenta-se a necessidade de viagens e também de estabelecimentos 
que recebam esses viajantes. Temos na Grécia e em Roma, a construção de 
tavernas e estalagens para abrigar os viajantes. 
Houve um avanço da hospitalidade na Idade Média pois crescem os 
números de hospedarias e a Inglaterra se destaca com pousadas de melhor 
qualidade. Na Idade Média também surgem os restaurantes, e o meio de 
transporte mais rápido da época era a carruagem. 
A origem da hospitalidade surge, pois, não de alguém que convida, 
mas de pessoas que necessitam de abrigo e buscam calor humano ao 
receber o estranho. A hospitalidade, como resultado de um convite, é 
provavelmente uma inovação mais tardia da civilização e suas primeiras 
manifestações são registradas entre os gregos, para quem visitar e ser 
visitado constituía uma obrigação, carregada de rituais, de alguma forma 
coordenados pela sombra de Héstia. De qualquer forma, seja num caso 
ou no outro, a expectativa de resgate do calor humano ao receber o outro 
é o substrato de uma ética especial, a ética da hospitalidade. Esta talvez 
seja uma pista importante para os estudos de ética nos cursos de lazer, 
turismo e hotelaria. Mais que uma ética aplicada, dever-se-ia falar da 
hospitalidade e suas leis não escritas como uma ética em si mesma. 
(CAMARGO, 2004, p.30). 
 
 Você Sabia? “Filha de Cronos e Reia, Héstia era, na mitologia grega, a 
deusa virgem do lar, da família e da arquitetura. Era uma das 12 divindades gregas 
que habitava o Monte Olimpo. Era irmã de Zeus, Hades, Hera e Deméter. Héstia 
representava o fogo que ficava acesso nos lares dos gregos. O símbolo desta deusa 
grega era o fogo de uma lareira. Este fogo sagrado simbolizava a luz e a paz que 
deveria reinar nos lares gregos”. Para saber mais acesse aqui. 
https://www.suapesquisa.com/mitologiagrega/hestia.htm
https://www.suapesquisa.com/mitologiagrega/hestia.htm
História e Patrimônio - Unidade 3 - Turismo, Globalização e Hospitalidade 
 
 
Na idade Moderna, as viagens passam a fazer parte da vida profissional, 
surgem orientações sobre viagens, o Grand Tour como rito de passagem e com 
isso temos algumas mudanças no cenário: enquanto a revolução francesa 
influência na hospitalidade através da culinária a Europa passa a ter hospedarias 
que desempenham o papel social e político da sociedade igual a Inglaterra. 
Atualmente, um estudo do Ministério do Turismo (2015), reforça essa 
teoria. A hospitalidade é hoje o item mais bem avaliado pelos visitantes 
estrangeiros que visitam o Brasil, com 97,4% de aprovação…[ ] o dia 29/01, dia em 
que se comemora a hospitalidade, o MTur(Ministério do Turismo) saúda 
camareiras, garçons, monitores, recepcionistas de meios de hospedagem e tantos 
outros profissionais intimamente ligados ao setor e ao turista. Na linha de frente, 
eles são responsáveis pela boa imagem que se tem do país e pela alta taxa de 
intenção de retorno (95,3%). 
4.2. Caracterização da Hospitalidade 
Para ingressarmos no assunto hospitalidade, se faz necessário definir o 
termo. Conforme nos descreve os autores Dalpiaz; Dagostini; Giacomini e 
Giustina (2019)...”Hospitalidade é uma palavra originária do Latim hospitalitate e 
significa o ato de hospedar; a qualidade de quem é hospitaleiro; a liberalidade 
que se pratica, alojando gratuitamente alguém; e por extensão acolhimento 
afetuoso”. 
A hospitalidade no Turismo evidencia-se muito mais ampla do que 
primeiramente se imaginava, ela deverá estar presente em todas as 
atividades relacionadas com o turismo, desde a facilitação(ingresso, 
permanência, deslocamentos internos e saída dos visitantes), o 
desenvolvimento da infraestrutura (rodovias, portos, aeroportos, obras 
viárias, saneamento, energia, equipamentos sociais), os transportes e 
comunicações (terrestres, aéreos, marítimos, fluvial e telecomunicações), 
a educação e capacitação (formação de recursos humanos para o setor em 
níveis distintos) e prestação de serviços (alojamentos hoteleiros, 
transportadores, restaurantes e similares, diversão e entretenimento, 
agências de viagens e locadoras). (DALPIAZ; DAGOSTINI; GIACOMINI; 
GIUSTINA et al., 2019). 
Segundo Lashley; Morrison (2004), se faz necessário uma amplitude na 
definição de hospitalidade, é preciso ampliar os campos onde a hospitalidade 
História e Patrimônio - Unidade 3 - Turismo, Globalização e Hospitalidade 
 
atua de forma que possam ser pontuados e definidos de forma mais didática. 
Segundo o autor, as atividades relacionadas com a hospitalidade seriam 
separadas por "social", "privado" e "comercial". 
Colocando de modo simples, cada domínio representa um aspecto 
da oferta de hospitalidade, que é tanto independente como sobreposto. O 
domínio social da hospitalidade considera os cenários sociais em que 
hospitalidade e os atos ligados à condição de hospitalidade ocorrem junto 
com os impactos sociais sobre a produção e o consumo de alimentos, 
bebidas e acomodação. O domínio privado considera o âmbito das 
questões associadas à oferta de trindade no lar, assim como em 
consideração ao impacto do relacionamento entre anfitrião e hóspede. O 
domínio comercial diz respeito à oferta de hospitalidade enquanto 
atividade econômica e inclui as atividades dos setores tanto privado 
quanto público. (LASHLEY; MORRISON, 2004, p.6). 
Portanto conforme proposto, falar sobre hospitalidade sem detalhá-la em 
sua complexidade se torna inapropriado, pois podemos confundir o seu real 
significado. É necessário um estudo mais aprofundado sobre o tema uma vez que 
este é um dos grandes atrativos de se planejar uma viagem é ser tratado com 
hospitalidade. 
Síntese 
Por todos esses aspectos apresentados ao longo da matéria, é possível 
concluirmos que o estudos do turismo é mais complexo do que se imagina. 
Entender sobre a cultura do outro é se aprofundar na história humana, 
escolhendo os aspectos com os quais se deseja trabalhar. O estudo do patrimônio 
não é apenas um fator isolado, envolve política, economia, e principalmente 
respeito. Existe grande facilidade hoje na busca de materiais pois devido a 
globalização, hoje temos acesso rápido a informações. 
Através do conhecimento que adquiridos, é possível, hoje pesquisarmos 
sobre um país, conhecer seu idioma e estudar sua língua em cursos online, fazer 
amizades através de redes sociais, estudar uma cidade e até suas ruas por mapas 
virtuais, conhecer um museu via internet, saber sobre a comida e as festividades 
locais tudo sem sair de casa. Porém, para o profissional de turismo, já não é tão 
simples, pois ele vai além desses conhecimentos, ele tem mais sensibilidade, pois 
sabe o que é um patrimônio e reconhece o valor que ele representa, conhece a 
complexidade de sua manutenção – o que faz com que seja responsável, não 
História e Patrimônio - Unidade 3 - Turismo, Globalização e Hospitalidade 
 
somente pela diversão do seu cliente, mas também responsável indiretamente 
pela manutenção do local ao desenvolver um tour responsável. 
Portanto, dentro do tema abordado nesta unidade, podemos concluir que 
compreendemos sobre: 
● Os impactos do turismo sobre o patrimônio. 
● Entender o que significa a Globalização no geral e para o turismo. 
● Identificar as características da preservação do Patrimônio Cultural. 
● Compreender o funcionamento dos instrumentos de Preservação 
do Patrimônio Cultural. 
● Compreender como se deu a história da hospitalidade e sua 
importância no processo de turismo. 
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Anhembi Morumbi. 
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centros urbanos Objetivos, estratégias e resultados. 2ª edição. Manole: Barueri-
SP, 2009. Disponível em: Biblioteca Virtual de Consulta; Universidade Anhembi 
Morumbi. 
Bibliografia Complementar: 
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Biblioteca Virtual de Consulta; Universidade Anhembi Morumbi. 
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em: Biblioteca Virtual de Consulta; Universidade Anhembi Morumbi. 
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