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ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) Resumo Esquematizado - Memorex Jurídico 4 0 - para OAB e Concurso

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julho/2023
Licensed to - - 
P á g i n a 1 
 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 2 
Evolução histórica .......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 2 
Base principiológica...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 3 
Dispositivos constitucionais ......................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 3 
ECA – PARTE GERAL ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 7 
Introdução...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 7 
Direitos fundamentais............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 8 
Direito à convivência familiar e comunitária ..................................................................................................................................................................................................................................... 15 
Colocação em família substituta ................................................................................................................................................................................................................................................................................ 19 
Prevenção .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 28 
ECA – PARTE ESPECIAL ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 32 
Política de atendimento ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 32 
Medidas de proteção ...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 34 
Medidas socioeducativas.......................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 37 
Medidas pertinentes aos pais e responsáveis ....................................................................................................................................................................................................................... 46 
Conselho Tutelar ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 47 
Acesso à Justiça ......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 51 
Crimes.................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 57 
Infrações administrativas ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................66 
 
 
 
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P á g i n a 2 
 
 
FASE DA ABSOLUTA 
INDIFERENÇA
FASE DA MERA 
IMPUTAÇÃO CRIMINAL
FASE TUTELAR
FASE DA PROTEÇÃO 
INTEGRAL
INTRODUÇÃO 
Evolução histórica 
No Brasil, a evolução histórica do tratamento jurídico dado à criança e ao adolescente passa por alguns 
marcos importantes até chegar à situação atual. Vejamos: 
 
 
 
 
 
 
 
Destrinchando cada uma dessas fases, temos o seguinte: 
FASE DA ABSOLUTA 
INDIFERENÇA 
o Não havia diploma legislativo específico (até o final do séc. XVIII). 
o Ausência de preocupação tanto com a proteção quanto com a 
responsabilização de crianças e adolescentes. 
FASE DA MERA 
IMPUTAÇÃO CRIMINAL 
o Ordenações Afonsinas e Filipinas, Código Criminal do Império de 1830 e 
Código Penal de 1890. 
o Havia a preocupação apenas com a responsabilização de crianças e 
adolescentes pela prática de ilícitos. 
FASE TUTELAR 
o Código Mello Mattos e Código de Menores. 
o Havia a preocupação com a responsabilização e com a proteção de 
“menores” em situação irregular (art. 2º do Código de Menores). 
FASE DA PROTEÇÃO 
INTEGRAL 
o Estatuto da Criança e do Adolescente (editado em atendimento ao disposto 
no art. 24, XV, da CRFB/88 – competência legislativa concorrente para 
dispor sobre proteção à infância e à juventude). 
o Há a preocupação com a proteção integral de TODAS as crianças e 
adolescentes (e não apenas dos que se encontrem em situação irregular). 
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P á g i n a 3 
 
 
Base principiológica 
O ECA se fundaem uma tríplice base principiológica: 
PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO 
INTEGRAL 
As crianças e os adolescentes são considerados sujeitos de direitos (e 
não mais simples objetos de tutela), possuindo os direitos fundamentais 
inerentes a qualquer ser humano, bem como direitos específicos em 
razão de sua peculiar condição de pessoas em desenvolvimento. 
PRINCÍPIO DA PRIORIDADE 
ABSOLUTA 
Esse princípio abrange a formulação de políticas públicas e a destinação 
de recursos para a área da infância e da juventude. 
Na prática, é possível exigir judicialmente a observância desse princípio 
(ex.: ACP ajuizada em face da prestação precária de serviços 
essenciais decorrente da não priorização de recursos). 
PRINCÍPIO DO MELHOR 
INTERESSE 
A utilização dos institutos ou instrumentos de proteção à criança e ao 
adolescente deve atender ao seu melhor interesse. Nesse sentido, 
deve-se conferir a esses sujeitos o direito à voz, promovendo a 
progressiva participação destes nas decisões que lhes digam respeito. 
Dispositivos constitucionais 
Preliminarmente 
Os arts. 227 a 229, da CRFB/88 estabelecem: 
DIREITOS FUNDAMENTAIS Das crianças e adolescentes. 
DEVERES CORRESPONDENTES Da família, da sociedade e do Estado. 
Maíra Zapater entende que os direitos constitucionais de crianças e adolescentes são cláusulas pétreas, 
sendo vedada a deliberação de PEC tendente a aboli-los. Os fundamentos são diversos: 
1 
São normas que reproduzem os direitos previstos no art. 5º, observando a peculiaridade de se tratar 
de pessoas em condição de desenvolvimento. 
2 O poder constituinte optou pela primazia dos Direitos Humanos. 
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P á g i n a 4 
 
 
3 
A supressão desses direitos configuraria violação ao princípio da vedação ao retrocesso, previsto 
tanto no Pacto de Direitos Civis e Políticos, quanto no Pacto de Direitos Econômicos Sociais e Culturais, 
ambos ratificados pelo Brasil. 
Artigo 227 
É dever da FAMÍLIA, da SOCIEDADE e do ESTADO assegurar à CRIANÇA, ao ADOLESCENTE e ao 
JOVEM, com ABSOLUTA PRIORIDADE, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de 
colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. 
Nos parágrafos seguintes, a CRFB/88 estabelece obrigações estatais específicas relacionadas à 
garantia do exercício dos direitos por crianças e adolescentes. Vejamos: 
ASSISTÊNCIA À 
SAÚDE 
O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança, do 
adolescente e do jovem, admitida a participação de entidades não governamentais, 
mediante políticas específicas e obedecendo aos seguintes preceitos: 
o Aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde na 
assistência materno-infantil. 
o Criação de programas de prevenção e atendimento especializado para as 
pessoas com deficiência física, sensorial ou mental, bem como de integração 
social do adolescente e do jovem com deficiência, mediante o treinamento 
para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e 
serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de todas 
as formas de discriminação. 
TRABALHO 
No tocante ao trabalho, o direito à proteção especial abrange o seguinte: 
- Idade mínima de 14 anos para admissão ao trabalho (como aprendiz). 
o Menor de 18 → proibido o trabalho noturno, perigoso ou insalubre. 
o Menor de 16 → proibido qualquer trabalho (salvo como aprendiz). 
- Garantia de direitos previdenciários e trabalhistas. 
- Garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola. 
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DIREITOS 
PROCESSUAIS 
- Garantia de pleno e formal CONHECIMENTO da atribuição de ato infracional, 
IGUALDADE na relação processual e DEFESA TÉCNICA por profissional habilitado, 
segundo dispuser a legislação tutelar específica. 
- Obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição 
peculiar de pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida 
PRIVATIVA DA LIBERDADE. 
PROTEÇÃO EM 
SITUAÇÕES DE 
RISCO 
- Estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e 
subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou 
adolescente órfão ou abandonado. 
- Programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente 
e ao jovem dependente de entorpecentes e drogas afins. 
NORMAS 
PROGRAMÁTICAS 
São comandos da CRFB/88 para que o Estado produza normas para a efetivação 
de direitos de crianças e adolescentes, em especial: 
o A punição do abuso, da violência e da exploração sexual. 
o A adoção assistida pelo Poder Público. 
o A proibição discriminações relativas à filiação (ex..: filho biológico e filho 
adotivo, filho havido na relação do casamento ou não). 
PROTEÇÃO À 
JUVENTUDE 
A CRFB/88 determina o estabelecimento: 
o Do estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos jovens. 
o Do plano nacional de juventude, de DURAÇÃO DECENAL, a fim de articular 
esferas do poder público para a execução de políticas públicas. 
Artigo 228 
A Constituição Federal estabelece, em seu art. 228, a inimputabilidade penal aos menores de 18 anos, 
sujeitando-os às normas da legislação especial. Assim, criança e adolescente não praticam crime, mas ato 
infracional, sendo a inimputabilidade aferida NO MOMENTO DA CONDUTA. 
ATO INFRACIONAL 
Entende-se por ato infracional a conduta descrita como CRIME OU CONTRAVENÇÃO PENAL praticada 
por criança ou adolescente, passível de medida socioeducativa (e não de pena). 
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Artigo 229 
Por fim, o art. 229 da Constituição Federal, dispõe: 
OS PAIS têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e OS FILHOS MAIORES têm o dever 
de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade. 
 
 
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ECA – PARTE GERAL 
Introdução 
Definição de criança e adolescente 
Segundo o ECA, considera-se CRIANÇA a pessoa até doze anos de idade incompletos, e 
ADOLESCENTE aquela entre doze e dezoito anos de idade. Assim 
CRIANÇA Pessoa com até 12 anos de idade, incompletos. 
ADOLESCENTE Pessoa entre 12 e 18 anos de idade. 
Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente o ECA às pessoas entre 18 e 21 anos. Isso 
ocorre quando o adolescente pratica ato infracional, caso em que, segundo o STF, se eventualmente a medida 
socioeducativa superar o limite dos 18 anos, ela poderá ser executada até os 21 anos, quando a liberação 
tornar-se-á compulsória (info. 547). No mesmo sentido, dispõe a Súmula 605 do STJ 
SÚMULA 605 DO STJ 
A superveniência da maioridade penal NÃO INTERFERE na apuração de ato infracional nem na aplicabilidade de 
medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade assistida, ENQUANTO não atingida a idade de 21 anos. 
Consequências da definição 
Dentre outras consequências, a definição de criança e de adolescente define a aplicação ou não de 
medida socioeducativa. Além disso, o adolescente deverá, necessariamente, ser ouvido no processo de adoção, 
enquanto a criança será ouvida sempre que possível. Assim 
CRIANÇA ADOLESCENTE 
Não se sujeita a medida socioeducativa. Sujeita-se a medida socioeducativa. 
Será ouvida sempre que possível na adoção. Será necessariamente ouvido na adoção. 
 
 
 
 
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0 - 6 anos
(criança na 1ª infância)
6 - 12 anos
(criança)
12 - 15 anos
(adolescente)
15 - 18 anos
(adolescente jovem)
Outras definições importantes 
Além das definições estudadas anteriormente, outras normas também estabelecem definições 
importantes com base no critério etário. São elas: 
LEI DA PRIMEIRA INFÂNCIA 
Considera-se primeira infância o período que abrange os primeiros 6 
anos completos ou 72 meses de vida da criança. Nesseperíodo, a 
criança deverá receber proteção especial. 
ESTATUTO DA JUVENTUDE 
São consideradas jovens as pessoas com idade entre 15 e 29 anos 
de idade. Assim, entre os 15 e 18 anos, aplica-se ao adolescente o 
ECA e o Estatuto da Juventude (quando não conflitar com as 
normas de proteção integral). 
CONVENÇÃO INTERNACIONAL 
SOBRE OS DIREITOS DA CRIANÇA 
A referida Convenção considera criança a pessoa menor de 18 anos 
de idade, não havendo diferença entre criança e adolescente. 
Entretanto, havendo conflito entre a Convenção e a legislação 
interna, prevalece a última. 
Esquematizando: 
 
 
 
Direitos fundamentais 
Preliminarmente 
O ECA elenca uma série de direitos fundamentais das crianças e dos adolescentes, típicos de segunda 
dimensão de direitos humanos, exigindo uma prestação positiva do Estado. 
Direito à vida e à saúde 
Introdução 
A criança e o adolescente têm direito à proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas 
sociais públicas que permitam o NASCIMENTO e o DESENVOLVIMENTO sadio e harmonioso, em condições 
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dignas de existência. Assim, o direito à vida, inerente a todo ser humano, abrange, evidentemente, as crianças 
e adolescentes. Já o direito à saúde qualifica do direito à vida (= vida com saúde). 
Direito à vida 
Em relação ao direito à vida, alguns pontos merecem destaque: 
NASCITURO 
O nascituro (ente já concebido, mas ainda não nascido) tem direito de nascer e de 
permanecer com vida, ressalvadas as exceções nas quais se permite a interrupção 
da gravidez. São elas: 
o Aborto necessário (risco de vida à gestante) – art. 128, I, CP. 
o Aborto humanitário (gravidez decorrente de estupro) – art. 128, II, CP. 
o Aborto de feto anencefálico (devido à ausência de potencialidade de 
sobrevida) – ADPF 54. 
Além disso, o STF, em sede de CONTROLE DIFUSO (HC 124.306), entendeu que a 
interrupção da gravidez no primeiro trimestre da gestação provocada pela própria 
gestante ou com o seu consentimento não é crime, sendo a criminalização, nessa 
hipótese, violadora de direitos fundamentais da mulher (info. 849). O plenário ainda 
não se manifestou sobre o caso. 
CÉLULAS-TRONCO 
EMBRIONÁRIAS 
As células-tronco podem se transformar em qualquer tecido do corpo, por isso a 
comunidade científica pesquisa o seu potencial para tratar diversas doenças. 
A extração de células-tronco de embriões, faz com que estes deixem de existir, 
por isso discutia-se se isso configuraria uma hipótese de interrupção da vida. 
A partir da Lei de Biossegurança, cuja constitucionalidade foi confirmada pelo STF, 
passou a ser autorizada a pesquisa e a terapia com células-tronco de embriões 
humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizadas, desde que atendidas as 
condições legais (art. 5º, da Lei n. 11.105/2005). 
Direito à saúde 
Conforme vimos, a proteção à criança e ao adolescente não se inicia apenas com o nascimento. Por isso, 
a proteção à saúde abrange as mulheres e as gestantes: 
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TODAS AS 
MULHERES 
É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e às políticas de saúde da mulher 
e de planejamento reprodutivo. 
GESTANTES 
- São assegurados: 
o Nutrição adequada. 
o Atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério. 
o Atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no âmbito do SUS. 
- Atendimento profissional: 
o Pré-natal → por profissionais da atenção primária. 
o Último trimestre da gestação → os profissionais de saúde de referência da gestante 
garantirão sua vinculação ao estabelecimento em que será realizado o parto, 
garantido o direito de opção da mulher. 
- É garantida a alta hospitalar responsável e a contrarreferência na atenção primária, bem 
como o acesso a outros serviços e a grupos de apoio à amamentação. 
- A assistência psicológica será garantida: 
o À gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou 
minorar as consequências do estado puerperal. 
o A gestantes e mães que queiram entregar seus filhos para adoção. 
o A gestantes e mães que se encontrem em situação de privação de liberdade. 
- A gestante deverá receber orientação sobre: 
o Aleitamento materno, alimentação complementar saudável e crescimento e 
desenvolvimento infantil. 
o Formas de favorecer a criação de vínculos afetivos e de estimular o desenvolvimento 
integral da criança. 
- A atenção primária à saúde fará a BUSCA ATIVA da gestante que não iniciar/abandonar 
as consultas de pré-natal e da puérpera que não comparecer às consultas pós-parto. 
- Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher com filho na 1ª infância que se 
encontrem sob custódia em unidade de privação de liberdade, ambiência que atenda às 
normas sanitárias e assistenciais do SUS para o acolhimento do filho, em articulação com o 
sistema de ensino competente, visando ao desenvolvimento integral da criança. 
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A Lei n. 13.798/2019 instituiu a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, a ser 
realizada anualmente na semana que incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de disseminar informações 
sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da incidência da gravidez na 
adolescência. Essas ações ficarão a cargo do poder público + organizações da sociedade civil. 
É assegurado acesso integral às linhas de cuidado voltadas à saúde da criança e do adolescente, por 
intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS, observado o princípio da equidade no acesso a ações e serviços 
para promoção, proteção e recuperação da saúde. 
A criança e o adolescente com deficiência serão atendidos, sem discriminação ou segregação, em suas 
necessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e reabilitação. 
É OBRIGATÓRIA a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias. Nesse 
sentido, a jurisprudência admite que o Poder Público obrigue os pais por meio de ordem judicial ou do Conselho 
Tutelar. Além disso, o STF já decidiu que essa obrigatoriedade NÃO VIOLA a liberdade de consciência e de 
convicção filosófica, nem o exercício do poder familiar (info. 1003). 
Direito à l iberdade, ao respeito e à dignidade 
Introdução 
A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em 
desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis. 
Direito à liberdade 
O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos: 
1 Ir, vir e estar em espaços públicos e comunitários, salvo restrições legais. 
2 Opinião e expressão. 
3 Crença e culto religioso. 
4 Brincar, praticar esportes e divertir-se. 
5 Participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação. 
6 Participar da vida política, na forma da lei. 
7 Buscar refúgio, auxílio e orientação. 
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Em relação ao direito à liberdade, há duas importantes discussões: 
TOQUE DE 
RECOLHER 
É VEDADA a instituição de toque de recolher por portaria judicial ou lei municipal a fim de 
restringir o direito de ir e vir de crianças e adolescentes em espaços públicos 
desacompanhados dos pais ou responsáveis. Isso porque ↴ 
o Trata-se de uma retomada da doutrina da situação irregular. 
o O ECA veda as determinações de caráter geral, sendo possível edição de portarias 
e determinação de alvarás apenas para casos concretos e específicos. 
ROLEZINHOS 
Também não é possível a proibição dos chamados “rolezinhos” (encontros de jovens 
combinados pela internet). Nesse sentido, o STJ, em sede de liminar no HC 320.938/SP, 
anulou uma portaria editada pelo juiz, que proibia a circulação de crianças e adolescentes em 
shoppings. Assim, ficou restabelecido o direito de ir e vir destes. 
Direito ao respeito 
O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criançae do 
adolescente, abrangendo a preservação da IMAGEM, da IDENTIDADE, da AUTONOMIA, dos VALORES, 
IDEIAS e CRENÇAS, dos ESPAÇOS E OBJETOS pessoais. 
Em relação à proteção da imagem da criança e do adolescente, o STJ estabeleceu, no REsp 509968-
SP, que é VEDADA a veiculação de material jornalístico com imagens que envolvam criança em situações 
vexatórias ou constrangedoras, AINDA QUE não se mostre o rosto. 
Direito à dignidade 
É dever de TODOS velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer 
tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. 
A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de 
tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, 
por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. 
CASTIGO FÍSICO TRATAMENTO CRUEL OU DEGRADANTE 
Pressupõe contato físico. Não é necessário o contato físico. 
 
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Direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer 
A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, 
preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: 
1 Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola. 
2 Direito de ser respeitado por seus educadores. 
3 Direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores. 
4 Direito de organização e participação em entidades estudantis. 
5 
Acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência, garantindo-se vagas no mesmo 
estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da educação básica. 
É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente: 
1 
Ensino fundamental, obrigatório e gratuito, INCLUSIVE para os que a ele não tiveram acesso na idade 
própria. Nesse sentido: 
o O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. 
o O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular importa 
responsabilidade da autoridade competente. 
o Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a 
chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela frequência à escola. 
2 Progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio. 
3 
Atendimento educacional especializado às pessoas com deficiência, PREFERENCIALMENTE na rede 
REGULAR de ensino. 
4 Atendimento em creche e pré-escola às crianças de ZERO A CINCO ANOS de idade. 
5 
Acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade 
de cada um. 
6 Oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador. 
7 
Atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-
escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. 
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P á g i n a 1 4 
 
 
Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino. 
Nesse sentido, o STJ fixou o entendimento no sentido de que a Justiça da Infância e da Juventude (e não o 
juízo da Fazenda Pública) tem competência para julgar causas envolvendo matrículas de crianças e adolescentes 
em creches ou escolas (info. 685). 
 HOMESCHOOLING (ENSINO DOMICILIAR) 
Em relação ao homeschooling, o STF decidiu NÃO ser possível atualmente no Brasil, uma vez que NÃO há 
legislação que regulamente os preceitos e as regras aplicáveis a essa modalidade de ensino. 
“Assim, o ensino domiciliar somente pode ser implementado no Brasil após uma regulamentação por meio de lei 
na qual sejam previstos mecanismos de avaliação e fiscalização, devendo essa lei respeitar os mandamentos 
constitucionais que tratam sobre educação” (info. 915). 
Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar: 
1 Maus-tratos envolvendo seus alunos. 
2 Reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares. 
3 Elevados níveis de repetência. 
Em relação ao direito à cultura, ao esporte e ao lazer, o ECA prevê o seguinte: 
CULTURA 
No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e históricos 
próprios do contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a 
liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura. 
ESPORTE E LAZER 
Os MUNICÍPIOS, com apoio dos Estados e da União, estimularão e facilitarão a 
destinação de recursos e espaços para programações culturais, esportivas e de 
lazer voltadas para a infância e a juventude. 
Direito à profissional ização e à proteção no trabalho 
O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no trabalho, observados: 
o O respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. 
o A capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho. 
 
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A leitura combinada do ECA e da CRFB/88 permite identificar os seguintes limites etários: 
FAIXA ETÁRIA TIPO DE TRABALHO PERMITIDO 
ATÉ 14 ANOS INCOMPLETOS Proibido qualquer tipo de trabalho. 
ENTRE 14 E 18 ANOS INCOMPLETOS Permitido o trabalho na condição de aprendiz. 
ENTRE 16 E 18 ANOS INCOMPLETOS 
Permitido o trabalho executado fora do processo de 
aprendizagem (salvo perigoso, insalubre e noturno). 
Direito à convivência famil iar e comunitária 
Preliminarmente 
Devido à importância desse assunto para as provas, ele foi deslocado do tópico de direitos fundamentais 
para este tópico, no qual serão detalhados os aspectos mais relevantes. 
Disposições gerais 
Convivência familiar 
É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e, 
EXCEPCIONALMENTE, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente que 
garanta seu desenvolvimento integral. Deste modo, é possível concluir o seguinte: 
REGRA Criação e educação no seio da própria família. 
EXCEÇÃO Inserção em família substituta (guarda, tutela ou adoção). 
Programa de acolhimento familiar ou institucional 
A inserção da criança ou do adolescente em programa de acolhimento familiar ou institucional é medida 
excepcional e deve observar as seguintes regras: 
PERMANÊNCIA 
o REGRA → o tempo de permanência no programa é de NO MÁXIMO 18 meses. 
o EXCEÇÃO → comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, 
devidamente fundamentada pela autoridade judiciária. 
REAVALIAÇÃO 
A situação será reavaliada, NO MÁXIMO, a cada 3 meses, devendo o juiz decidir 
fundamentadamente pela reintegração familiar OU pela colocação em família substituta. 
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Situações especiais 
A convivência familiar é garantida, ainda, nas seguintes situações: 
SITUAÇÃO GARANTIA 
MÃE OU PAI PRIVADO 
DE LIBERDADE 
Visitas periódicas promovidas: 
o Pelo responsável 
o Pela entidade responsável (nas hipóteses de acolhimento institucional) 
INDEPENDENTEMENTE de autorização judicial. 
MÃE ADOLESCENTE EM 
ACOLHIMENTO 
INSTITUCIONAL 
Convivência integral da criança com a mãe adolescente, a qual será assistida por 
equipe especializada multidisciplinar. 
Igualdade entre os filhos 
Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os MESMOS DIREITOS E 
QUALIFICAÇÕES, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. Contudo, em relação a 
fixação de alimentos em valores ou percentuais diferenciados, o STJ (info. 628) decidiu o seguinte: 
REGRA 
Pelo princípio da igualdade entre os filhos, não é possível fixar alimentos em 
valores ou percentuais diferenciados entre os filhos. 
EXCEÇÕES 
Excepcionalmente, é possível a fixação diferenciada por razões ligadas: 
o A necessidades diferenciadas entre os filhos (ex.: um dos filhos com 
doença que demanda necessidades específicas). 
o À capacidade de contribuição diferenciadaentre genitores (ex.: 
alimentante com filhos de relacionamentos distintos sendo que a genitora 
de um deles não possui renda e a outra possui um emprego estável). 
Reconhecimento de filhos 
Acerca do reconhecimento do vínculo de filiação: 
O PAI Tem o DIREITO de reconhecer o filho. 
O FILHO Tem o DIREITO de ter o vínculo (estado de filiação) reconhecido. 
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O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser 
exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça. Nesse 
sentido, o STF possui o seguinte entendimento sumulado: 
SÚMULA 149 DO STF 
É IMPRESCRITÍVEL a ação de investigação de paternidade, mas NÃO O É a de petição de herança. 
O ato é IRREVOGÁVEL, salvo se o pai foi induzido a erro e, após o registro, tomou conhecimento de 
uma traição e rompeu o vínculo afetivo (info. 555 do STJ). 
Entrega para adoção 
Com o objetivo de diminuir os casos de abandono, a Lei n. 13.509/2017 estabelece que a gestante ou 
mãe que manifeste interesse em entregar seu filho para adoção, antes ou logo após o nascimento, será 
encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude, devendo ser observado o seguinte procedimento: 
1 
OITIVA ↴ 
A gestante ou mãe será ouvida pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude. 
2 
RELÁTÓRIO ↴ 
A equipe interprofissional apresentará relatório à autoridade judiciária, considerando inclusive os 
eventuais efeitos do estado gestacional e puerperal. 
3 
ENCAMINHAMENTO ↴ 
De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá determinar o encaminhamento da gestante ou 
mãe, mediante sua expressa concordância, à rede pública de saúde e assistência social para 
atendimento especializado. 
4 
BUSCA PELO GENITOR OU PELA FAMÍLIA EXTENSA ↴ 
o Se a mãe indicar o genitor, deve ser feita a tentativa de que este assuma a criança. 
o Se a mãe não o fizer, busca-se a família extensa (por no máx. 90 dias, prorrogável por + 90). 
5 
DECRETAÇÃO DA PERDA DO PODER FAMILIAR ↴ 
Não havendo pai ou família extensa, decreta-se a perda do poder familiar. 
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6 
ENCAMINHAMENTO DA CRIANÇA ↴ 
Com a perda do poder familiar, coloca-se a criança sob a guarda provisória: 
o De quem esteja habilitado a adotá-la. 
o De entidade de acolhimento familiar ou institucional. 
7 
AÇÃO DE ADOÇÃO ↴ 
Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 dias para propor a ação de adoção, contado do dia 
seguinte à data do término do estágio de convivência. 
Na hipótese de desistência pelos genitores - manifestada em audiência ou perante a equipe 
interprofissional - da entrega da criança após o nascimento, a criança será mantida com estes, e será 
determinado pela Justiça da Infância e da Juventude o acompanhamento familiar pelo prazo de 180 dias. 
Programa de apadrinhamento 
A criança e o adolescente em programa de acolhimento institucional ou familiar poderão participar de 
programa de apadrinhamento, que tem por objetivo estabelecer e proporcionar a estes vínculos externos à 
instituição para fins de convivência familiar e comunitária e colaboração com o seu desenvolvimento nos aspectos 
social, moral, físico, cognitivo, educacional e financeiro. Podem ser padrinhos ou madrinhas: 
1 
Pessoas maiores de 18 anos não inscritas nos cadastros de adoção, desde que cumpram os requisitos 
exigidos pelo programa de apadrinhamento de que fazem parte. 
2 Pessoas jurídicas que queiram colaborar para o desenvolvimento de criança ou adolescente. 
O perfil do apadrinhado será definido por cada programa de apadrinhamento, com PRIORIDADE para 
crianças ou adolescentes com remota possibilidade de reinserção familiar ou colocação em família adotiva. 
 
 
 
 
 
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M
O
D
A
LI
D
A
D
E
S
 D
E
 F
A
M
ÍL
IA
FAMÍLIA NATURAL Formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.
FAMÍLIA EXTENSA
Estende-se para além da unidade pais e filhos ou da 
unidade do casal, sendo formada por parentes 
próximos com os quais a criança ou adolescente 
convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade.
FAMÍLIA SUBSTITUTA A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção.
Modalidades de famíl ia 
O ECA traz as seguintes modalidades de família: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No próximo tópico, serão detalhadas as formas de colocação em família substituta (guarda, tutela e 
adoção), tema extremamente relevante para as provas. 
Colocação em famíl ia substituta 
Introdução 
Na impossibilidade, mesmo temporária, de permanência da criança ou do adolescente no seio de sua 
família, é feita a colocação em família substituta, de forma excepcional. Nesse contexto: 
A CRIANÇA O ADOLESCENTE 
Será previamente OUVIDA, sempre que possível, e 
terá sua opinião devidamente considerada. 
Terá, necessariamente, seu CONSENTIMENTO 
colhido em audiência. 
Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentesco e a relação de afinidade ou de 
afetividade, a fim de evitar ou minorar as consequências decorrentes da medida. 
Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda da mesma família substituta, 
RESSALVADA a comprovada existência de risco de abuso ou outra situação que justifique solução diversa, 
procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos fraternais. 
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Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou proveniente de comunidade remanescente de 
quilombo, é ainda OBRIGATÓRIO: 
1 
Que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e cultural, os seus costumes e tradições, 
bem como suas instituições, desde que não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais 
reconhecidos pelo ECA e pela Constituição Federal. 
2 
Que a colocação familiar ocorra PRIORITARIAMENTE: 
o No seio de sua comunidade. 
o Junto a membros da mesma etnia. 
3 
A intervenção e oitiva: 
o De representantes do órgão federal responsável pela política indigenista, no caso de crianças 
e adolescentes indígenas. 
o De antropólogos. 
Guarda 
Definição 
A guarda é uma modalidade de colocação em família substituta que se destina a regularizar a posse de 
fato (ou seja, regularizar uma situação já consolidada), podendo ser deferida: 
EM REGRA 
Nos procedimentos de TUTELA E ADOÇÃO (liminar ou incidentalmente), exceto no 
procedimento de adoção por estrangeiros. 
EXCEPCIONALMENTE 
FORA DOS CASOS DE TUTELA E ADOÇÃO, para atender a situações peculiares 
ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o direito 
de representação para a prática de atos determinados. 
Efeitos 
A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente, 
conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, INCLUSIVE aos pais. 
A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitos de 
direito, INCLUSIVE previdenciários. Nesse sentido, o STF se posicionou no sentido de que o “menor” sob guarda 
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P á g i n a 2 1 
 
 
é dependente previdenciário, desde que demonstre dependência econômica, a despeito de a Lei n. 8.213/91 não 
o elencar como dependente (ADI’s 4.878 e 5.083). 
Poder familiar 
A concessão da guarda é uma medida de natureza provisória e não acarreta a destituição do poder 
familiar, sendo possível, inclusive, que a mãe biológica se oponha à ação de guarda de sua filha, AINDA QUE esta 
já tenha perdido o poder familiar (info. 661 do STJ). 
No mesmo sentido, o STJ já decidiu que a concessão de guarda do menor não implica automática 
destituição do poder-dever familiar dos pais para representá-lo em juízo (info. 664). 
Além disso, em regra, o deferimento da guarda não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, 
assim como o dever de prestar alimentos, que serão objeto deregulamentação específica, a pedido do 
interessado ou do MP. São exceções a essa regra: 
1 Decisão judicial fundamentada em contrário. 
2 Medida aplicada em preparação para adoção. 
Revogação 
A guarda poderá ser revogada A QUALQUER TEMPO, mediante ato judicial fundamentado, ouvido o MP. 
Isso não significa dizer que a decisão proferida em ação de guarda faça apenas coisa julgada formal, havendo 
tanto a coisa julgada formal, quanto a material. O que ocorre é que, como se trata de relação jurídica continuada, 
ela está sujeita à cláusula rebus sic stantibus, podendo ser alterada sempre que houver alteração da situação 
fática que fundamentou a sentença. 
Tutela 
Definição 
A tutela, assim como a guarda, é uma modalidade de colocação em família substituta que se destina a 
regularizar a posse de fato da criança/adolescente, conferindo ao tutor, ainda, o direito de representação do 
tutelado, permitindo a administração de bens e interesses deste. Entretanto, ao contrário da guarda, a tutela 
PRESSUPÕE a perda ou a suspensão do poder familiar e IMPLICA o dever de guarda. 
A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até 18 anos incompletos. 
 
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Tutela testamentária 
O tutor nomeado por testamento ou qualquer documento autêntico deverá, no prazo de 30 dias após 
a abertura da sucessão, ingressar com pedido destinado ao controle judicial do ato. Entretanto, o pedido só 
será deferido se restar comprovado ↴ 
1 Que a medida é vantajosa ao tutelando. 
2 Que não existe outra pessoa em melhores condições de assumi-la. 
Adoção 
Definição 
A adoção é modalidade de colocação em família substituta na qual há o afastamento definitivo da família 
biológica, estabelecendo-se um parentesco civil entre adotante e adotado. 
Características 
Para a maioria da doutrina, a adoção é um ato jurídico em sentido estrito, ou seja, é uma simples 
manifestação de vontade que determina a produção de efeitos legalmente previstos (mera intenção de praticar 
o ato prescrito na lei). Além disso, o ECA estabelece que a adoção é medida: 
EXCEPCIONAL 
Deve ser adotada apenas quando esgotados os recursos de manutenção da 
criança ou adolescente na família natural ou extensa. 
IRREVOGÁVEL 
Uma vez estabelecido o vínculo de filiação, este não pode ser desfeito. 
Contudo, essa característica pode ser mitigada em favor do melhor interesse do 
adotando (info. 608 do STJ). 
Vedações 
É vedada: 
1 A adoção por procuração (a adoção é ato PERSONALÍSSIMO). 
2 
A adoção por tutor ou curador, enquanto não der conta de sua administração (a partir da prestação 
de contas, cessa o impedimento). 
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3 
A adoção por ascendentes e irmãos do adotando. 
Contudo, o STJ (info. 678) já decidiu que esta regra pode ser mitigada em favor do melhor interesse 
do adotando, desde que: 
o O pretenso adotando seja menor de idade. 
o Os avós (pretensos adotantes) exerçam, com exclusividade, as funções de mãe e pai do neto 
desde o seu nascimento. 
o A parentalidade socioafetiva tenha sido devidamente atestada por estudo psicossocial. 
o O adotando reconheça os adotantes como seus genitores e seu pai (ou mãe) como irmão. 
o Inexista conflito familiar a respeito da adoção. 
o Não se constate perigo de confusão mental e emocional a ser gerada no adotando. 
o Não se funde a pretensão de adoção em motivos ilegítimos, a exemplo da predominância de 
interesses econômicos. 
o A adoção apresente reais vantagens para o adotando. 
Em suma, oficializa-se uma situação consolidada. 
Requisitos 
Os requisitos para a adoção são divididos em: 
SUBJETIVOS 
o Idoneidade do adotante. 
o Animus (vontade) de adotar. 
o Reais vantagens para o adotando. 
OBJETIVOS 
o Idade ↴ 
➢ Idade mínima do adotante → 18 anos. 
➢ Diferença de idade entre adotante e adotado → 16 anos (a regra pode ser 
mitigada em favor do melhor interesse do adotando – info. 658 do STJ). 
o Consentimento dos pais (salvo se desconhecidos ou destituídos do poder familiar) e 
do adolescente (é indispensável – já a criança deve ser ouvida). 
o Precedência do estágio de convivência ↴ 
➢ Adoção nacional → prazo máximo de 90 dias (+90). 
➢ Adoção internacional → prazo mín. de 30 e máx. de 45 dias (prorrogáveis). 
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o Prévio cadastramento, salvo ↴ 
➢ Pedido de adoção unilateral. 
➢ Pedido por membro da família extensa ou ampliada. 
➢ Pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de criança maior de 3 anos ou 
adolescente, observados os demais requisitos legais. 
Adoção internacional 
A adoção internacional ocorre quando o domicílio do adotante é fora do Brasil, independentemente da 
nacionalidade deste. Entretanto, os brasileiros residentes no exterior têm preferência aos estrangeiros. 
Essa modalidade só deverá ocorrer se restar comprovado: 
1 Que a colocação em família adotiva é a solução adequada ao caso concreto. 
2 
Que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação em família adotiva brasileira, com a 
comprovação, certificada nos autos, da inexistência de adotantes habilitados residentes no Brasil com 
perfil compatível com a criança ou adolescente. 
3 
Que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi consultado, por meios adequados ao seu 
estágio de desenvolvimento, e que se encontra preparado para a medida, mediante parecer elaborado 
por equipe interprofissional. 
Adoção à brasileira 
A adoção à brasileira ocorre quando uma pessoa registra filho alheio como próprio, o que é tipificado 
como crime pelo art. 242 do Código Penal. Apesar disso, trata-se de uma espécie de filiação socioafetiva, que 
produz efeitos jurídicos (direitos e deveres). Nesse sentido, o STJ tem os seguintes entendimentos: 
REGRA 
Não são admitidos pedidos de anulação de registros civis decorrentes de adoção à brasileira, 
devendo prevalecer a filiação socioafetiva e o melhor interesse da criança. 
EXCEÇÃO 
Se o adotado à brasileira deseja recuperar o estado de filiação biológico, é possível 
desconstituir o vínculo. 
 
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Procedimento 
A adoção deve observar o seguinte procedimento: 
 
1
• PETIÇÃO INICIAL AO JUÍZO DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE
• Deve conter a qualificação do adotante e os documentos exigidos por lei, devendo ser
informado o perfil da criança/adolescente que se pretende adotar.
2
• HABILITAÇÃO - PRAZO MÁXIMO DE 120 DIAS (+120)
• Nessa fase, são exigidas diversas formalidades do interessado, inclusive a participação em
programa oferecido pela Justiça da Infância e da Juventude (com cursos, palestras etc).
3
• PARECER DO MP + DECISÃO JUDICIAL
• Aqui é deferida (ou não) a habilitação do interessado.
4
• INSCRIÇÃO NO CADASTRO DE INTERESSADOS
• Com a inscrição no cadastro, a convocação para a adoção será feita em ordem
cronológica (em regra) e de acordo com a disponibilidade de adotáveis.
5
• AVISO AO INTERESSADO
• A Vara da Infância e da Juventude avisa o candidato inscrito que há pessoa apta à adoção.
6
• ENCONTRO COM O ADOTANDO E OITIVA DESTE
• O candidato se encontra com a criança/adolescente a fim de conhecê-lo(a), devendo
haver a oitiva deste(a) após o encontro.
7
• CONVIVÊNCIA MONITORADA + AÇÃO DE ADOÇÃO
• Após a convivência monitorada (com visitas ao abrigo e passeios), há o ajuizamento da
ação de adoção.
8
• GUARDA PROVISÓRIA + INSTRUÇÃO PROCESSUAL + SENTENÇA
• Concede-se a guarda provisória da criança/adolescente, procede-se à instrução processual
e, ao final, há a sentença (se favorável, há um novo registro de nascimento do adotado).
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Poder famil iar 
Definição 
O poder familiar é um conjunto de direitos e deveres dos pais em relação aos filhos menores. Nesse 
sentido, aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no 
interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.Igualdade entre genitores 
O poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser 
a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordância, recorrer à autoridade 
judiciária competente para a solução da divergência. 
Do mesmo modo, a mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais e deveres e responsabilidades 
compartilhados no cuidado e na educação da criança, devendo ser resguardado o direito de transmissão familiar 
de suas crenças e culturas, assegurados os direitos da criança previstos no ECA. 
Perda e suspensão 
A negligência dos pais em relação aos deveres decorrentes do poder familiar pode acarretar, a perda 
ou a suspensão deste. Ambas são medidas excepcionais e dependem de autorização judicial. 
HIPÓTESES 
SUSPENSÃO 
o Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes 
ou arruinando os bens dos filhos, o juiz – quando provocado – pode suspender o poder 
familiar, quando convenha. 
o Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à mãe condenados 
por sentença irrecorrível, por crime cuja pena exceda a 2 anos de prisão. 
PERDA 
Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que: 
o Castigar imoderadamente o filho. 
o Deixar o filho em abandono. 
o Praticar atos contrários à moral e aos bons costumes. 
o Incidir, reiteradamente, nas faltas que podem acarretar a suspensão. 
o Entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção. 
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Perderá também por ato judicial o poder familiar aquele que: 
o Praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar ↴ 
➢ Homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, 
quando se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou 
menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
➢ Estupro ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão. 
o Praticar contra filho, filha ou outro descendente ↴ 
➢ Homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, 
quando se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou 
menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
➢ Estupro, estupro de vulnerável ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito 
à pena de reclusão. 
A falta ou a carência de recursos materiais NÃO CONSTITUI motivo suficiente para a perda ou a 
suspensão do poder familiar. 
Legitimidade ativa 
Podem propor a ação de perda ou suspensão do poder familiar: 
1 
O Ministério Público. 
O MP, se não for autor, deve atuar no processo como fiscal da lei. 
2 
Quem tenha legítimo interesse. 
O STJ já decidiu ser possível, no caso concreto, que pessoa que não tenha vínculo de parentesco 
requeira a destituição do poder familiar. 
Conclusão 
A sentença que decretar a perda ou a suspensão do poder familiar será averbada à margem do registro 
de nascimento da criança ou do adolescente. 
O prazo máximo para a conclusão do procedimento será de 120 dias. 
 
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Prevenção 
Disposições gerais 
É dever de TODOS prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do 
adolescente. Além disso, UNIÃO, ESTADOS, DF E MUNICÍPIOS deverão atuar de forma articulada na 
elaboração de políticas públicas e na execução de ações destinadas a ↴ 
1 Coibir o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante. 
2 Difundir formas não violentas de educação de crianças e de adolescentes. 
Para tanto, o ECA elenca, exemplificadamente, as seguintes ações ↴ 
1 
A promoção de campanhas educativas permanentes para a divulgação do direito da criança e do 
adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou 
degradante e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos. 
2 
A integração com os órgãos do Poder Judiciário, do MP e da Defensoria Pública, com o Conselho 
Tutelar, com os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente e com as entidades não 
governamentais que atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança/adolescente. 
3 
A formação continuada e a capacitação dos profissionais de saúde, educação e assistência social e 
dos demais agentes que atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança/adolescente 
para o desenvolvimento das competências necessárias à prevenção, à identificação de evidências, ao 
diagnóstico e ao enfrentamento de todas as formas de violência contra a criança e o adolescente. 
4 
O apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de conflitos que envolvam violência contra a 
criança e o adolescente. 
5 
A inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a garantir os direitos da criança e do adolescente, 
desde a atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais e responsáveis com o objetivo de promover 
a informação, a reflexão, o debate e a orientação sobre alternativas ao uso de castigo físico ou de 
tratamento cruel ou degradante no processo educativo. 
6 
A promoção de espaços intersetoriais locais para a articulação de ações e a elaboração de planos 
de atuação conjunta focados nas famílias em situação de violência, com participação de profissionais 
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de saúde, de assistência social e de educação e de órgãos de promoção, proteção e defesa dos 
direitos da criança e do adolescente. 
7 
A promoção de estudos e pesquisas, de estatísticas e de outras informações relevantes às 
consequências e à frequência das formas de violência contra a criança e o adolescente para a 
sistematização de dados nacionalmente unificados e a avaliação periódica dos resultados. 
8 
O respeito aos valores da dignidade da pessoa humana, de forma a coibir a violência, o tratamento 
cruel ou degradante e as formas violentas de educação, correção ou disciplina. 
9 
A promoção e a realização de campanhas educativas direcionadas ao público escolar e à sociedade 
em geral e a difusão do ECA e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos das crianças e 
dos adolescentes, incluídos os canais de denúncia existentes. 
10 
A celebração de convênios, de protocolos, de ajustes, de termos e de outros instrumentos de 
promoção de parceria entre órgãos governamentais ou entre estes e entidades não governamentais, 
com o objetivo de implementar programas de erradicação da violência, de tratamento cruel ou 
degradante e de formas violentas de educação, correção ou disciplina. 
11 
A capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros, 
dos profissionais nas escolas, dos Conselhos Tutelares e dos profissionais pertencentes aos órgãos e 
às áreas referidos no tópico 2, para que identifiquem situações em que crianças e adolescentes 
vivenciam violência e agressões no âmbito familiar ou institucional. 
12 
A promoção de programas educacionais que disseminem valores éticos de irrestrito respeito à 
dignidade da pessoa humana, bem como de programas de fortalecimento da parentalidade positiva, da 
educação sem castigos físicos e de ações de prevenção e enfrentamento da violência doméstica e 
familiar contra a criança e o adolescente. 
13 
O destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, dos conteúdos relativos à 
prevenção, à identificação e à resposta à violência doméstica e familiar. 
As entidades, públicas e privadas, que atuem nas áreas da saúde, da educação e em segmentos voltados 
ao atendimento do público infantojuvenil (ex.: cultura, lazer e esportes), entre outras, devem contar, em seus 
quadros, com pessoas capacitadas a RECONHECER e a COMUNICAR ao Conselho Tutelar suspeitas ou casos 
de crimes praticados contra a criança e o adolescente. 
 
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Prevenção especial 
Da informação, cultura, lazer, esportes, diversões e espetáculos 
DIVERSÕES E 
ESPETÁCULOS 
O PODERPÚBLICO, através do órgão competente, regulará as diversões e espetáculos 
públicos, informando sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, 
locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada. 
Os RESPONSÁVEIS pelas diversões e espetáculos públicos deverão afixar, em lugar visível 
e de fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação destacada sobre a natureza 
do espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de classificação. 
TODA criança ou adolescente terá acesso às diversões e espetáculos públicos 
classificados como adequados à sua faixa etária. 
As crianças menores de 10 anos somente poderão ingressar e permanecer nos locais de 
apresentação ou exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável. 
EMISSORAS 
DE RÁDIO E TV 
As emissoras de rádio e TV somente exibirão, no horário recomendado para o público 
infanto juvenil, programas com finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas. 
Nenhum espetáculo será apresentado ou anunciado sem aviso de sua classificação, antes 
de sua transmissão, apresentação ou exibição. 
REVISTAS E 
PUBLICAÇÕES 
As revistas e publicações contendo material impróprio ou inadequado a crianças e 
adolescentes deverão ser comercializadas em embalagem LACRADA, com a 
ADVERTÊNCIA de seu conteúdo. 
As editoras cuidarão para que as capas que contenham mensagens pornográficas ou 
obscenas sejam protegidas com EMBALAGEM OPACA. 
As revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil NÃO PODERÃO conter 
ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, 
armas e munições, e deverão respeitar os valores éticos/sociais da pessoa e da família. 
 
 
 
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Dos produtos e serviços 
É proibida a venda à criança ou ao adolescente de: 
1 Armas, munições e explosivos. 
2 Bebidas alcoólicas. 
3 Produtos que possam causar dependência física ou psíquica AINDA QUE por utilização indevida. 
4 
Fogos de estampido e de artifício, EXCETO aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de 
provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida. 
5 Revistas e publicações com material impróprio ou inadequado. 
6 Bilhetes lotéricos e equivalentes. 
É proibida a hospedagem de criança ou adolescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere, 
SALVO se autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável. 
O estabelecimento que desobedece a essa norma comete infração administrativa (art. 250, do ECA). 
Da autorização para viajar 
Quanto à autorização para viajar, vigoram as seguintes normas: 
VIAGEM 
NACIONAL 
REGRA 
Criança e adolescente até 16 anos precisam de: 
o Autorização judicial, OU 
o Estar acompanhados dos pais/responsáveis. 
EXCEÇÕES 
o Comarca contígua ou incluída na mesma região metropolitana. 
o Se acompanhado de ascendente ou colateral maior até o 3º grau. 
o Se acompanhado de pessoa maior autorizada pelos pais/responsáveis. 
VIAGEM 
INTERNACIONAL 
REGRA Criança e adolescente precisam de autorização judicial. 
EXCEÇÕES 
o Se acompanhado de ambos os pais/responsáveis. 
o Se acompanhado de um dos pais e autorizado pelo outro (com firma). 
o Se desacompanhado ou acompanhado de 3os maiores, for autorizado 
por ambos os pais com firma reconhecida (Resolução 131 do CNJ). 
A firma reconhecida pode ser dispensada se um ou ambos os pais estiverem 
presentes no momento do embarque (Lei n. 13.726 de 2018). 
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ECA – PARTE ESPECIAL 
Política de atendimento 
Disposições gerais 
A política de atendimento dos direitos da criança/adolescente será feita por um conjunto articulado de 
ações governamentais e não-governamentais, da U, E, DF, M (descentralização político-administrativa). 
São linhas de ação da política de atendimento: 
1 Políticas sociais básicas. 
2 
Serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social de garantia de proteção social e de 
prevenção e redução de violações de direitos, seus agravamentos ou reincidências. 
3 
Serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às vítimas de negligência, maus-
tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão. 
4 
Serviço de identificação e localização de pais, responsável, crianças e adolescentes desaparecidos. 
o OBS.: em cooperação com o Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas, o Cadastro 
Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos e os demais cadastros, sejam eles 
nacionais, estaduais ou municipais (Lei n. 14.548/23). 
5 Proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da criança e do adolescente. 
6 
Políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o período de afastamento do convívio familiar 
e a garantir o efetivo exercício do direito à convivência familiar de crianças e adolescentes. 
7 
Campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de guarda de crianças e adolescentes afastados 
do convívio familiar e à adoção, especificamente inter-racial, de crianças maiores ou de adolescentes, 
com necessidades específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de irmãos. 
São diretrizes da política de atendimento: 
1 Municipalização do atendimento. 
2 
Criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do adolescente, órgãos 
deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, assegurada a participação popular 
paritária por meio de organizações representativas. 
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3 Criação/manutenção de programas específicos, observada a descentralização político-administrativa. 
4 
Manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados aos respectivos conselhos dos 
direitos da criança e do adolescente. 
5 
Integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Segurança Pública e 
Assistência Social, preferencialmente em um mesmo local, para efeito de agilização do atendimento 
inicial a adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional. 
6 
Integração operacional de órgãos do Judiciário, MP, Defensoria, Conselho Tutelar e encarregados 
da execução das políticas sociais básicas e de assistência social, para efeito de agilização do 
atendimento de crianças e de adolescentes inseridos em programas de acolhimento familiar ou 
institucional, com vista na sua rápida reintegração à família de origem ou, se tal solução se mostrar 
comprovadamente inviável, sua colocação em família substituta. 
7 Mobilização da opinião pública para a indispensável participação dos diversos segmentos da sociedade. 
8 
Especialização e formação continuada dos profissionais que trabalham nas diferentes áreas da atenção à 
primeira infância, incluindo os conhecimentos sobre direitos da criança e sobre desenvolvimento infantil. 
9 
Formação profissional com abrangência dos diversos direitos da criança/adolescente que favoreça a 
intersetorialidade no atendimento da criança e do adolescente e seu desenvolvimento integral. 
10 Realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento infantil e sobre prevenção da violência. 
Entidades de atendimento 
Definição 
As entidades de atendimento são responsáveis pelo planejamento e execução de programas de proteção 
e socioeducativos destinados a crianças e adolescentes, em regime de: 
1 Orientação e apoio sociofamiliar. 
2 Apoio socioeducativo em meio aberto. 
3 Colocação familiar. 
4 Acolhimento institucional. 
5 Prestação de serviços à comunidade. 
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6 Liberdade assistida. 
7 Semiliberdade. 
8 Internação. 
Fiscalização 
As entidades de atendimento governamentais e não-governamentais serão fiscalizadas pelo Judiciário, 
pelo Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares. 
Prestação de contas 
Os planos de aplicação e as prestações de contas serão apresentados ao estado ou ao município, 
conforme a origem das dotações orçamentárias. 
Medidas de proteção 
Disposiçõesgerais 
As medidas de proteção são aplicáveis à criança e ao adolescente em SITUAÇÃO DE RISCO, ou seja, 
quando seus direitos forem AMEAÇADOS OU VIOLADOS: 
1 Por ação ou omissão da sociedade ou do Estado. 
2 Por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável. 
3 Em razão de sua própria conduta. 
Princípios norteadores 
Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se as que 
visem ao fortalecimento dos vínculos familiares/comunitários. Também serão observados os seguintes princípios: 
1 
Condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos → crianças e adolescentes são os 
titulares dos direitos previstos no ECA e em outras Leis, bem como na Constituição Federal. 
2 
Proteção integral e prioritária → a interpretação e aplicação de qualquer norma do ECA deve ser 
voltada à proteção integral e prioritária dos direitos de que crianças e adolescentes são titulares. 
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3 
Responsabilidade primária e solidária do poder público → a plena efetivação dos direitos assegurados 
a crianças e a adolescentes pelo ECA e pela CRFB/88 é, em regra, de responsabilidade primária e 
solidária das 3 esferas de governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e da possibilidade 
da execução de programas por entidades não governamentais. 
4 
Interesse superior da criança e do adolescente → a intervenção deve atender prioritariamente aos 
interesses e direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da consideração que for devida a 
outros interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso concreto. 
5 
Privacidade → a promoção dos direitos e proteção da criança e do adolescente deve ser efetuada 
no respeito pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada. 
6 
Intervenção precoce → a intervenção das autoridades competentes deve ser efetuada logo que a 
situação de perigo seja conhecida. 
7 
Intervenção mínima → a intervenção deve ser exercida exclusivamente pelas autoridades e instituições 
cuja ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção. 
8 
Proporcionalidade e atualidade → a intervenção deve ser a necessária e adequada à situação de 
perigo no momento em que a decisão é tomada. 
9 
Responsabilidade parental → a intervenção deve ser efetuada de modo que os pais assumam os seus 
deveres para com a criança e o adolescente. 
10 
Prevalência da família → na promoção de direitos e na proteção da criança e do adolescente deve 
ser dada prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem na sua família natural ou extensa 
ou, se isso não for possível, que promovam a sua integração em família adotiva. 
11 
Obrigatoriedade da informação → a criança e o adolescente, respeitado seu estágio de 
desenvolvimento e capacidade de compreensão, seus pais ou responsável devem ser informados dos 
seus direitos, dos motivos que determinaram a intervenção e da forma como esta se processa. 
12 
Oitiva obrigatória e participação → a criança e o adolescente, em separado ou na companhia dos pais, 
de responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsável, têm direito a ser 
ouvidos e a participar nos atos e na definição da medida de promoção dos direitos e de proteção, 
sendo sua opinião devidamente considerada pela autoridade judiciária competente. 
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Medidas de proteção em espécie 
Verificada a situação de risco, a autoridade competente poderá determinar (isolada ou cumulativamente), 
dentre outras (o rol é exemplificativo), as seguintes medidas: 
1 Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade. 
2 Orientação, apoio e acompanhamento temporários. 
3 Matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental. 
4 
Inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da família, 
da criança e do adolescente. 
5 Requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial. 
6 Inclusão em programa de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos. 
7 Acolhimento institucional. 
Cláusula de RESERVA DE JURISDIÇÃO (somente 
o Juiz da Vara da Infância e da Juventude pode 
aplicar – o Conselho Tutelar NÃO pode). 
8 Inclusão em programa de acolhimento familiar. 
9 Colocação em família substituta. 
O acolhimento institucional (em instituição de acolhimento) e o acolhimento familiar (em família acolhedora) 
são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como transição para reintegração familiar ou, não sendo esta 
possível, para colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade. 
Competência para apl icação 
São autoridades competentes para determinar as medidas de proteção: 
JUIZ DA INFÂNCIA E JUVENTUDE Pode aplicar TODAS as medidas de proteção. 
CONSELHO TUTELAR 
Pode aplicar somente as medidas que NÃO acarretem o afastamento 
da criança ou adolescente do convívio familiar. Ou seja, o Conselho 
Tutelar NÃO PODE determinar: 
o Acolhimento institucional. 
o Acolhimento familiar. 
o Colocação em família substituta. 
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Em situações EXCEPCIONAIS a criança pode ser colocada em acolhimento institucional pelo Conselho 
Tutelar (sem autorização judicial), caso se trate de situação de violência ou de abuso sexual. Nesse caso, o fato 
deve ser comunicado em até 24 horas ao Juiz da Infância e da Juventude, sob pena de responsabilidade. 
Medidas socioeducativas 
Ato infracional 
O ECA conceitua ato infracional como a conduta descrita como crime ou contravenção penal praticada 
por criança (sujeita a medida protetiva) ou adolescente (sujeito a medida socioeducativa). 
Significa dizer que criança e adolescente não praticam crime ou contravenção, mas ato infracional, uma 
vez que são penalmente inimputáveis os menores de 18 anos (presunção absoluta de inimputabilidade). 
 IMPORTANTE 
Deve ser considerada a idade do adolescente à data DO FATO. 
Tipicidade delegada 
É possível perceber, então, que o ECA utilizou a técnica de tipificação delegada, de modo que este 
diploma legal não tipifica atos infracionais, mas remete às figuras típicas do ordenamento penal. 
Assim, não é correto dizer, por exemplo, que uma criança praticou um roubo, mas um ato infracional análogo 
ao crime de roubo. 
Atualmente, é pacífico no STF e no STJ que a tipicidade delegada abrange tanto a tipicidade formal 
(subsunção do fato à norma), quanto à tipicidade material (relevante lesão ou ameaça de lesão ao bem jurídico 
tutelado). Desse modo, é cabível a invocação do princípio da insignificância para ato infracional. 
Medidas socioeducativas 
Conceito 
São medidas aplicáveis a ADOLESCENTES que praticam ATO INFRACIONAL. Elas possuem um caráter 
sancionatório e retributivo, mas também pedagógico, visando a reinserção social. 
 
 
 
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Espécies 
Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar as seguintes medidas: 
1 Advertência. 
Exige PROVA da MATERIALIDADE, mas 
apenas INDÍCIOS suficientes de AUTORIA. 
2 Obrigação de reparar o dano. 
Exigem PROVAS suficientes da AUTORIA e 
da MATERIALIDADE da infração. 
3 Prestação de serviços à comunidade. 
4 Liberdade assistida. 
5 Inserção em regime de semiliberdade. 
6 Internação em estabelecimento educacional. 
7 
Qualquer das medidas protetivas, EXCETO as que impliquem afastamento do adolescente do convívio 
familiar (acolhimento institucional, acolhimento familiar e colocação em família substituta) – aqui, as medidas 
protetivas são chamadas de medidas socioeducativas atípicas. 
A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a 
gravidade da infração. 
A partir daqui, serão estudadas cada uma das medidas socioeducativas. 
Advertência 
É a admoestação (repreensão) verbal,que será reduzida a termo e assinada. 
Segundo o STJ, é função INDELEGÁVEL do Juiz aplicar a advertência. A medida deve ser aplicada em 
audiência própria (audiência de admoestação verbal), presidida pelo Juiz da Infância e da Juventude. 
Na audiência, o Juiz deve informar: 
AO ADOLESCENTE As consequências da reincidência. 
AOS PAIS OU RESPONSÁVEL A possibilidade de perda do poder familiar ou destituição da tutela/guarda. 
 
 
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Obrigação de reparar o dano 
Em caso de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso: 
1 A restituição da coisa. 
2 O ressarcimento do dano. 
3 Por outra forma, a compensação do prejuízo da vítima. 
Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por outra (de meio aberto) adequada 
(por exemplo, advertência e prestação de serviços à comunidade). 
Prestação de serviços à comunidade 
Consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral – conforme as aptidões do adolescente 
– junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em 
programas comunitários ou governamentais. Além disso, deve-se observar o seguinte: 
PERÍODO MÁXIMO 6 meses. 
CARGA HORÁRIA SEMANAL 8 horas. 
Pode ser cumprida aos sábados, domingos, feriados e dias úteis, não podendo atrapalhar a frequência 
escolar ou o trabalho do adolescente. 
Liberdade assistida 
Com o objetivo de promover a reinserção do infrator, a liberdade assistida será adotada sempre que 
se afigurar a medida mais adequada para o fim de o acompanhar, auxiliar e orientar. Assim, o adolescente 
permanece em convívio familiar e comunitário, mas sujeito a acompanhamento, auxílio e orientação. 
PERÍODO 
MÍNIMO 6 meses. 
MÁXIMO 3 anos (entendimento do STJ, por analogia ao prazo máximo da internação). 
 
 
 
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Semiliberdade 
O regime de semiliberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de transição para o 
meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas, INDEPENDENTEMENTE de autorização judicial. 
Assim, na semiliberdade é possível que o adolescente: 
1 Trabalhe e estude durante o dia e se recolha à unidade durante a noite. 
2 
Permaneça internado durante o dia (recebendo educação e profissionalização) e volte para sua casa 
durante a noite. 
A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as disposições relativas à 
internação (assim, deve-se aplicar o prazo máximo de 3 anos previsto para a internação). 
Internação 
A internação é a medida socioeducativa mais severa, podendo ser aplicada quando: 
1 Tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa. 
2 Por reiteração no cometimento de outras infrações graves. 
3 Por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta. 
Por constituir medida privativa da liberdade, ela se sujeita aos princípios de: 
1 
Brevidade → duração máxima de 3 anos, devendo haver a reavaliação a cada 6 meses para verificar 
se é o caso de manter, substituir ou extinguir a medida. 
2 Excepcionalidade → deve ser aplicada somente quando não houver outra medida adequada. 
3 
Respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento → o adolescente deve ser recolhido em 
unidade de internação própria à sua condição. 
Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica da entidade, SALVO 
expressa determinação judicial em contrário. Entretanto, a Lei n. 12.594/2012 (Lei do Sinase) prevê hipóteses 
de saídas autorizadas por lei, que independem de manifestação judicial, dada a emergência e a relevância das 
situações (ex.: atendimento médico e enterro de familiar). 
 
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Existem 3 modalidades de internação: 
INTERNAÇÃO 
PROVISÓRIA 
- É determinada ANTES da sentença. 
- Exige indícios suficientes de autoria e materialidade. 
- Possui prazo máximo de 45 dias. 
INTERNAÇÃO 
COM PRAZO 
INDETERMINADO 
- É determinada APÓS a sentença do procedimento de apuração do ato infracional. 
- Possui prazo máximo de 3 anos. 
- Hipóteses: 
o Violência ou grave ameaça à pessoa (Súmula 492 do STJ → O ato infracional 
análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente à imposição 
de medida socioeducativa de internação do adolescente – isso porque deve 
haver violência ou grave ameaça à pessoa). 
o Reiteração de outras infrações graves (para o STJ é suficiente a reiteração 
de pelo menos uma infração anterior grave). 
INTERNAÇÃO 
COM PRAZO 
DETERMINADO 
- É determinada no contexto da execução de medida socioeducativa. 
- Possui prazo máximo de 3 meses. 
- Pressupõe descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta. 
Liberação compulsória 
A idade máxima para o cumprimento de medida socioeducativa de internação é de 21 anos, sendo essa 
uma hipótese excepcional na qual o ECA é aplicado a pessoas maiores de 18 anos. 
Entretanto, há divergência doutrinária no seguinte sentido: 
1ª CORRENTE Apenas a medida socioeducativa de internação pode ser aplicada até os 21 anos. 
2ª CORRENTE 
Podem ser aplicadas até os 21 anos tanto a internação, quanto a semiliberdade, uma vez 
que as disposições da internação podem ser aplicadas, no que couber, à semiliberdade. 
3ª CORRENTE 
Todas as medidas socioeducativas podem ser aplicadas até os 21 anos. 
É a corrente majoritária, consagrada pela Súmula 605 do STJ. 
 
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Ação socioeducativa 
Definição 
A ação socioeducativa é o instrumento por meio do qual o Ministério Público requer ao Poder Judiciário 
a apuração da autoria e da materialidade do ato infracional. 
Apreensão do adolescente 
A apreensão do adolescente pode ocorrer de duas formas: 
POR ORDEM JUDICIAL Devendo o adolescente ser apresentado à autoridade judiciária. 
POR FLAGRANTE Devendo o adolescente ser apresentado à autoridade policial. 
Nesse sentido, parte da doutrina entende que essa diferença de tratamento é inconstitucional e 
inconvencional, devendo o adolescente ser apresentado, em qualquer caso, à autoridade judiciária. 
Apreensão da criança 
Acerca da apreensão da criança, há 2 correntes: 
1ª CORRENTE 
Não é possível, uma vez que a criança não é submetida à medida socioeducativa, 
mas à medida de proteção, devendo ser encaminhada ao Conselho Tutelar. 
2ª CORRENTE 
Quando se tratar de delito de maior gravidade, é possível a apreensão de 
criança, até para a sua própria proteção. 
Repartição policial especializada 
Havendo repartição policial especializada para atendimento de adolescente e em se tratando de ato 
infracional praticado em coautoria com maior, PREVALECERÁ a atribuição da repartição especializada, que, 
após as providências necessárias e conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição policial própria. 
 
 
 
 
 
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Atuação da autoridade policial 
Em caso de ato infracional cometido: 
COM VIOLÊNCIA 
OU GRAVE 
AMEAÇA À 
PESSOA 
A autoridade policial deverá: 
o Lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente. 
o Apreender o produto e os instrumentos da infração. 
o Requisitar os exames ou perícias para provar materialidade e autoria da infração. 
SEM VIOLÊNCIA 
OU GRAVE 
AMEAÇA À 
PESSOA 
A autoridade policial deverá: 
o Lavrar boletim de ocorrência substanciado, ouvidos as testemunhas e o adolescente. 
o Apreender o produto e os instrumentos da infração. 
o Requisitar os exames ou perícias para provar a materialidade e autoria da infração. 
De qualquer modo, comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será prontamente 
liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresentação ao 
representante do MP, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato. 
 EXCEÇÃO 
Quando, pela gravidade do ato infracional

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