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Prévia do material em texto

Fotografia Social, 
Corporativa e de Eventos 
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Luiz Vicente de Lima Lazaro 
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
O Que é Fotografia Social
• Origens: a Pintura de Costumes e a Fotografia;
• Registro de Eventos Sociais: Entre Amadores e Profissionais;
• Fotografia Social Hoje.
• Apresentar o tema e inserir o aluno no universo da fotografi a social, partindo do retrato 
e da pintura de costumes, além de tratar a fotografi a digital como fator emancipador da 
prática do grande público; 
• Apresentar as oportunidades que o Mercado oferece ao profi ssional dessa área específi ca 
nos dias atuais.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
O Que é Fotografi a Social
UNIDADE O Que é Fotografia Social
Origens: a Pintura de 
Costumes e a Fotografia
Hoje, a fotografia social é um tema bastante conhecido. Não que seja tema 
simplista ou, ainda, um conhecimento que se tornou ao longo do tempo banal ou 
corriqueiro. Muito pelo contrário. As técnicas fotográficas e a arte de documentar 
um evento social ou de realizar um ensaio nesse campo continuam tão complexas 
quanto sempre foram.
A fim de tratar desse tema, logo de início, há aqui dois aspectos que devem ser 
considerados e que têm como objetivo a introdução do tema.
Em primeiro lugar, é necessário lembrar de que, apesar de a fotografia ter se tor-
nado, nos dias atuais, uma “mania” ainda mais popular que aquela provocada pela 
diminuição dos equipamentos iniciada pela Eastman-Kodak no início do século XX, 
e a posterior febre das pequenas câmeras analógicas automáticas nos anos 1970 
e 1980, ela ainda é, do ponto de vista da técnica e da estética, um desafio àquele 
que decide penetrar essa senda repleta de mistérios, e que tem encantado gerações, 
desde meados do século XIX.
Em segundo lugar, aparentemente, todos são fotógrafos, pois portam telefones 
celulares com câmeras. Historicamente, no entanto, sabemos que possuir uma câ-
mera jamais outorgou a alguém esse título. Nada disso. É claro que é importante 
possuir um bom equipamento, mas é mais importante, ainda, dominá-lo com ma-
estria. Além disso, não é fácil entender a fotografia em seu íntimo e um pouco de 
cada vez. Isso acontece com o tempo, com a experiência e com a forma como 
observamos o mundo ao nosso redor pelo visor da câmera ou, ainda, fora dele. 
Há uma vivência que parece ser comum a muitos fotógrafos: o desenho e a pintura. 
Um caso clássico é o do grande fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson (1908-
2004), um dos fundadores da agência Magnum, no ano de 1947. 
Cartier-Bresson inicia o seu processo de construção de imagens pelo desenho e 
pela pintura e, depois de legar à Humanidade belíssimas imagens documentais e foto-
jornalísticas, retorna às telas, tornando-as novamente sua forma de expressão visual.
Saiba mais sobre Henri Cartier-Bresson no endereço: https://bit.ly/23qgb7w
Ex
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Os telefones celulares, que transformam o grande público em “especialistas” não 
são capazes de revelar os segredos mais profundos da fotografia, pois, como vimos, 
o entendimento dela depende de tempo, experiência e dedicação.
Resumindo: vivemos um tempo no qual a fotografia é extremamente popular. 
Isso acontece por conta da tecnologia presente nos telefones móveis, de modo que 
todos podem tirar fotografias a qualquer momento e, de fato, isso é o que fazemos.
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Seria possível pensar que, nesse cenário, a figura do fotógrafo se tornasse coisa 
do passado. E alguns chegaram a pensar assim lá pelos idos anos 2000, quando 
as câmeras digitais compactas das mais diferentes marcas e preços (ainda fora do 
aparelho de telefone celular) começaram a se espalhar pelo Mercado. 
Quem não se lembra da Câmera que possuía nove funções, entre elas produzir 
vídeos e exibir fotos, alardeada como “a Câmera mais vendida do Brasil”?
Com a possibilidade de não gastar com a revelação do filme e a ampliação das 
fotos (para aqueles que ainda por algum tempo mantiveram esse hábito, cada vez 
mais raro atualmente), rapidamente as câmeras compactas digitais se tornavam um 
bom investimento no médio prazo (talvez não a já citada “Câmera mais vendida do 
Brasil”, que era extremamente cara). 
Esse poderia ser um cenário apocalíptico para aqueles que, durante anos ou 
décadas, dedicaram-se ao estudo da fotografia de maneira mais profunda, e assim 
pareceu por certo tempo. 
Quando a poeira baixou, no entanto, percebeu-se que a parte mais importante 
das coisas permanecia em seu lugar. Os meios de comunicação de massa continu-
avam e estampar em jornais, revistas e, é claro, na Internet, fotos maravilhosas de 
produtos, notícias etc. 
Aqueles que tinham por hábito contratar fotógrafos para eventos sociais continu-
aram a fazê-lo – e aqui chegamos a um ponto de extrema relevância nessa grande 
virada provocada pelas Tecnologias da Informação e da Comunicação (as TICs, 
como costumeiramente as chamamos). 
Um público maior teve acesso a processos que antes estavam bastante restritos, 
às vezes sob o domínio de Empresas e Corporações que podiam pagar caro por 
Equipamentos de edição e captação de vídeo, por exemplo. 
Isso provocou uma revolução estética no Mercado. Os filmes produzidos para 
eventos sociais e corporativos em geral passaram a ter uma qualidade muito próxi-
ma ao material publicitário veiculado na grande mídia.
Quem tinha o hábito de contratar fotógrafos continuou fazendo isso. Vamos vol-
tar um pouco às câmeras compactas automáticas que fizeram sucesso nos anos se-
tenta e oitenta. Elas foram responsáveis, nas mãos do amador, por uma importante 
documentação familiar, tradicional numa Sociedade tão nostálgica como a nossa.
Quem nunca se interessou em “fuçar” numa gaveta desorganizada cheia de fotos 
de família. Verdadeiro trabalho de Arqueologia que nos diverte, enquanto rimos de 
penteados de época das feições sérias dos antigos retratados. 
Antigamente, era raro e caro aparecer numa imagem fotográfica, o que fazia 
desse momento uma verdadeira solenidade, hoje banalizada em selfies feitas muitas 
vezes ao dia.
Fazer um evento social hoje implica, portanto, trabalhar com uma qualidade 
muito grande. Atualmente, esses eventos nada devem a coberturas veiculadas na 
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UNIDADE O Que é Fotografia Social
grande mídia e cabe aos profissionais, inclusive aos fotógrafos, trabalhar com essa 
alta expectativa dos contratantes, que desenvolveram gosto mais apurado, sobre-
tudo, pela qualidade técnica. Um retorno não é mais possível. Um filme negativo 
35mm obtido por uma câmera analógica compacta provavelmente não provocará 
o êxtase de uma imagem com a qualidade que a contemporaneidade exige.
Assim, foi-se o tempo em que um álbum espiralado standard com vinte ou trinta 
fotos 18x24 resolviam a documentação de um Casamento, um Batizado ou uma 
Festa de quinze anos. 
Hoje, esses eventos recebem cobertura em vídeo de altíssima qualidade e cen-
tenas de fotos editadas, parte impressa e parte que ficará depositada em HDs ou 
mesma na “nuvem”. Esse material não deve, geralmente, nada a materiais produzi-
dos pela grande mídia de massa.
O desenho e a pintura continuam sendo a base. As artes plásticas são respon-
sáveis por dar início a esse processo. A pintura, provavelmente a mais tradicional 
maneira de expressão artística, inicia-se com a retratação da natureza, mediante 
sua observação e posterior cópia. 
Com o passar do tempo, artistas desenvolveram suas técnicas enormemente, 
tornando essas pinturas bastante próximas à realidade. As técnicas do chiaroscuro, 
do sfumato e da perspectiva, heranças legadas pelo renascimento italiano, colabo-
raram para dar mais “realidade” às obras pictóricas. 
A iluminação criada pelo estilo Barroco, que veio logo depois, pode ser conside-
rada a inspiração para o ambiente controlado de luz, que é o estúdio.
Um dos gêneros mais notórios, tanto da pintura quanto da fotografia, é o retrato, 
que se tornou no decorrer da história da arte aquilo que se considera um “grande tema”. 
Pessoasimportantes e abastadas contratavam pintores retratistas (um dos ter-
mos que também podem significar fotógrafo) para que realizassem seus retratos, 
que geralmente traziam, ainda, símbolos de sua nobreza ou de seu negócio ou suas 
características. 
Esse processo se iniciou nas Cortes, quando os reis possuíam seus pintores 
favoritos, ou oficiais, como era o caso de Diego Velázquez (1599-1660), para o 
rei Filipe. 
Curiosamente, graças a um ideal clássico de beleza, sobretudo, visto nas obras 
de David, não havia a necessidade de uma retratação pormenorizada e fiel. A re-
alidade podia ser moldada pelo artista, na tentativa de atender às expectativas 
do retratado e contratante da obra. Qualquer semelhança com a atual era digital 
não é mera coincidência, já que mudaram as técnicas, mas o objetivo de alterar 
uma fotografia, ou mais genericamente uma imagem, nasce praticamente com a 
própria imagem.
É fácil imaginar, portanto, como se estabeleceram as relações entre fotografia e 
pintura, nos primórdios da primeira, por volta de 1840. 
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Tratava-se de uma coqueluche, uma moda atrelada a um comportamento mo-
derno, que prometia deixar de lado a pintura, sobretudo, aquela figurativa, idealiza-
da e ligada a uma realidade objetiva.
Historicamente, costuma-se atribuir ao pintor Paul Delaroche (1797-1856) uma 
frase que teria sentenciado à morte a pintura: “De hoje em diante, a pintura está 
morta”, teria dito Delaroche ante um dos primeiros daguerreótipos. 
Ainda não havia a ideia de um negativo que poderia dar origem a diferentes 
cópias; portanto, a ideia de reprodução ainda estava por nascer. De qualquer ma-
neira, Delaroche (se é que a frase foi mesmo dita) estava diante de uma imagem 
fotográfica, gravada e fixada em uma superfície. Por séculos, essa havia sido a 
utilidade da pintura.
Embora o “fato” seja uma história não comprovada, é fácil acreditar que o “es-
pírito do tempo” dessa segunda metade do século XIX nos mostre que, de verdade, 
havia essa questão que seria, bem mais tarde, melhor exposta por Benjamin, em 
seu clássico texto “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica”. 
Figura 1 – Paul Delaroche
Fonte: Wikimedia Commons
É certo dizer, ainda, com o devido distanciamento histórico, que a fotografia 
chegou para ocupar um lugar que era da pintura. A fotografia era mais rápida, mais 
precisa, mais “perfeita” e mais importante: era uma novidade. 
A Revolução Industrial, que corria na velocidade das locomotivas, viu na fotogra-
fia uma oportunidade de “vender” a técnica por meio de um produto industrializado 
(e de seus insumos, é claro), algo que era absolutamente impossível com a pintura.
A despeito dessa substituição, é necessário dizer que muito do que se fala sobre 
as técnicas de composição de um retrato é herança das artes plásticas. 
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UNIDADE O Que é Fotografia Social
Da cena idealizada, como uma batalha clássica ou uma representação da “última 
ceia” até um baile retratado por um Pierre Auguste Renoir (este já influenciado pela 
fotografia, que o fez tomar outros rumos), a pintura de costumes também colaborou 
com a construção de uma forma de preservar a memória de um evento, a ausência 
de um ente querido ou, ainda, de satisfazer um ego rico e inflado. 
Pensando bem, as preocupações humanas não mudaram da invenção do da-
guerreótipo ao século XXI, e a condição humana parece permanecer a mesma, 
tendo se modificado apenas as técnicas envolvidas na produção dessas imagens.
Como dito, a evolução da fotografia tomou de assalto o século XX. A Eastman 
Kodak utilizou as mudanças promovidas pela Revolução Industrial (que também 
afetaram a pintura com a produção de novos pigmentos e a tinta industrializada) 
para tornar o equipamento fotográfico mais portátil e menos hermético, ou seja, 
mais fácil de utilizar.
Uma das Empresas mais lembradas no mundo quando o assunto é fotografia é a 
Kodak ou, mais precisamente, a Eastman Kodak Company. A Empresa traz, des-
de a sua fundação, por volta de 1890, o nome de seu fundador: George Eastman. 
Eastman, um aficionado por fotografia, abandonou os estudos e, a partir da 
fundação da Eastman Kodak, promoveu uma grande revolução, levando a fotogra-
fia ao usuário comum. Tornou a Empresa conhecida por meio do slogan: “Você 
aperta o botão, nós fazemos o resto”.
É interessante pensar a partir dessa expressão que todo o processo passaria 
a ser, ao menos para alguns usuários, um mistério e, para outros, uma alienação 
desnecessária, já que os processos fotográficos de exposição e, principalmente, de 
revelação e de ampliação, podem ser bastante divertidos e instigantes. E para os 
primeiros, que visavam a um uso mais facilitado, a tranquilidade de obter rapida-
mente e de forma precisa as lembranças da família, dos amigos, das viagens...
Importante lembrar que temos de um lado um artista que estuda por anos a fim 
de dominar uma série de técnicas de desenho, anatomia, composição, materiais 
etc. e de outro temos uma caixa simples, a um preço razoável, que traz a promessa 
de imagens instantâneas e fiéis.
A fotografia, portanto, teria ocupado o lugar que antes fora da pintura, ao menos 
no que concerne ao retrato e a outros registros similares. Num segundo momento, 
tornou-se melhor, mais facilitada pela influência da Kodak, de George Eastman 
que, aproveitou-se de uma série de inovações promovidas pela Revolução Industrial 
para diminuir o tamanho do equipamento e produzi-lo em série. 
Isso barateou os custos e construiu, ao longo do século XX, um nome e uma 
reputação que foram praticamente sinônimos de fotografia, ao menos até a década 
de 1990, quando se começa a ouvir falar numa Câmera que fotografava sem filme.
Saiba mais sobre a Kodak no endereço: https://bit.ly/2UUUfUY
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Figura 2
Fonte: Wikimedia Commons
Veja que as mudanças provocadas pelas TICs encontram um antepassado na 
Revolução Industrial: a própria fotografia, que substituiu a pintura como meio de 
expressão social, suprindo uma série de necessidades. 
Se alguém for levado ao falso pensamento de que em tempos digitais é “mais fácil” 
ser fotógrafo, lembre-se de que lá pelos idos do século XIX, provavelmente, também 
se pensou que dada à nova tecnologia – a fotografia – era mais fácil ser um retratista. 
Se alguém percebeu precocemente a mudança que a fotografia provocaria na So-
ciedade e que é notória nos dias atuais, esse alguém foi Walter Benjamin (1892-1940). 
Filósofo ligado à Teoria Crítica da Escola de Frankfurt, de orientação marxista, 
Benjamin, na década de 1930, tratava em seu clássico texto “A obra de arte na 
era de sua reprodutibilidade técnica” do impacto que a fotografia teve nas Artes a 
partir da segunda metade do século XIX. Mais do que uma “richa”, entre pintores 
e fotógrafos, Benjamin nos aponta algo maior:
A polêmica que se desenvolveu no decurso do século XIX, entre os pinto-
res e os fotógrafos, quanto ao valor respectivo de suas obras, dá-nos hoje 
a impressão de responder a um falso problema e de se basear numa con-
fusão. Longe de, nisso, contestar sua importância, tal circunstância só faz 
enfatizá-la. Essa polêmica traduzia de fato uma perturbação de significado 
histórico na estrutura do universo e nenhum dos dois grupos adversários 
teve consciência dela. Despregada de suas bases ritualísticas pelas técni-
cas de reprodução, a arte, em decorrência, não mais podia manter seus 
aspectos de independência. Mas o século que assistia a essa evolução foi 
incapaz de perceber a alteração funcional que ela gerava para a arte. E tal 
consequência, até durante longo tempo, escapou ao século XX, que, no 
entanto, viu o cinema nascer e se desenvolver. (BENJAMIN, 1980, p. 13)
Como destaca o autor, mais do que uma disputa entre fotógrafos e pintores (e 
alguns transitaram pelos dois universos), o que não se percebeu à época foi que a 
fotografia provocaria uma mudança extremamente radical no modo como acontece 
o consumo das imagens. 
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UNIDADE O Que é Fotografia Social
Ainda sobre essetema, o artista e professor da Escola Bauhaus Lázló Moholy-Nagy 
(1895-1946) declarou: “Os ignorantes do futuro vão ignorar tanto o uso da caneta 
quanto o da câmera”. 
Moholy-Nagy fez essa declaração em 1937, antevendo uma revolução que vive-
mos hoje em dia, em nosso cotidiano. O futuro de algo que começou com o adven-
to da fotografia e que foi preconizado tão bem por mentes como as de Benjamin e 
Moholy-Nagy é o nosso presente, marcado tão fortemente pela presença da ima-
gem em seus mais diferentes suportes.
É certo que a fotografia, no final dos anos 1890, levou a pintura para outros 
rumos. O Impressionismo, a primeira vanguarda histórica, ainda no final do século 
XIX, é o primeiro de uma série de movimentos da Arte que busca uma libertação 
dos cânones oficiais de uma Arte conhecida como acadêmica, baseada em fórmu-
las rígidas que eram ensinadas e que se tornaram referência para a seleção nos 
grandes salões.
Trazendo, de forma prática, essas Teorias para uma realidade mais próxima do 
nosso cotidiano como fotógrafos profissionais de eventos sociais, é oportuno lem-
brar as palavras de Roland Barthes (1915-1980). 
Em seu livro A câmara clara, o semiólogo e crítico francês fala de um retrato de 
sua mãe, que encontrou logo após a morte dela: “Sozinho no apartamento em que 
ela há pouco tinha morrido, eu ia assim olhando sob a lâmpada, uma a uma, essas 
fotos de minha mãe, pouco a pouco remontando com ela o tempo, procurando a 
verdade da face que eu tinha amado. E descobri” (BARTHES, 1984, p. 101).
A fotografia na qual ele reconhece sua mãe, no entanto, é de um período muito 
diferente, muito anterior, já que sua mãe é, na imagem, uma menina de cinco anos.
Barthes passa a discorrer, assim, de forma bastante poética, sobre o valor da-
quela imagem como registro de um tempo no qual ele próprio não existia, mas 
que reconhece, depois de passar por uma série de fotografias, na imagem de uma 
menina junto com seu irmão, a sua mãe:
A fotografia era muito antiga. Cartonada, os cantos machucados, de um 
sépia empalidecido, mal deixava ver duas crianças de pé, formando gru-
po, na extremidade de uma pequena ponte de madeira em um Jardim 
de Inverno com teto de vidro. Minha mãe tinha na ocasião cinco anos 
(1898), seu irmão tinha sete. Ele apoiava as costas na balaustrada da pon-
te, sobre a qual estendera o braço; ela, mais distante, menor, mantinha-
-se de frente; sentia-se que o fotógrafo lhe havia dito: “Um pouco para 
frente, para que a gente possa te ver”; ela unira as mãos, uma segurando 
a outra por um dedo, como com frequência fazem as crianças, num gesto 
desajeitado. O irmão e a irmã, unidos entre si, eu o sabia, pela desunião 
dos pais, que se divorciariam pouco tempo depois, tinham posado lado 
a lado, sozinhos, no espaço aberto entre as folhagens e palmas da estufa 
(tratava-se da casa em que minha mãe tinha nascido, em Chennevières-
-sur-Marne) (BARTHES, 1984, p. 101).
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O próprio Benjamin, em seu já citado texto, discorre também sobre a especi-
ficidade do retrato do ente querido ausente. Para ele, esse tipo de retrato seria o 
último resquício daquilo que ele chamou de aura na fotografia, já que desde a ideia 
de reprodução (graças ao negativo fotográfico) na fotografia e, é claro, no Cinema, 
essas “novas” formas de expressão seriam, desde a sua gênese, desprovidas de 
aura, característica da obra de arte única, conforme prega o autor: “Observei a 
menina e enfim reencontrei minha mãe”, diz Barthes. 
Ela, ou algo dela, continuava a existir no registro daquela imagem. Uma foto-
grafia aparentemente corriqueira, mas que o toca de alguma maneira. Um registro, 
como tantos outros que guardamos em gavetas desorganizadas, em álbuns metódi-
cos ou em suportes virtuais.
Registro de Eventos Sociais: 
Entre Amadores e Profissionais
Nosso objetivo, nesse segundo item, é tentar montar uma espécie de panorama 
da fotografia amadora e profissional, sobretudo a partir dos anos 1970 e 1980. 
A escolha de marcas é modelos é certamente pessoal, mas acreditamos que se 
trate de uma amostragem válida, para sustentar um argumento que há a fotografia 
amadora e há a fotografia profissional. 
Há espaço para as duas, assim como sempre houve. De fato, nos dias de hoje, 
há espaço até para o pintor retratista. Talvez a fotografia profissional se sustente 
como tal justamente pelo fato de existir uma fotografia amadora. 
O equipamento faz diferença, é claro, seria de uma ingenuidade atroz não reconhe-
cer isso. Se não fosse assim, as grandes fabricantes de câmeras e materiais fotográficos 
não investiriam e lucrariam tanto com o Mercado profissional no mundo todo.
Após seu aparecimento, rapidamente se percebeu o interesse do grande público 
pela fotografia. É claro que o processo não poderia ser o dos primórdios e, de fato 
há, desde então, uma série de “facilitações” para os potenciais fotógrafos amado-
res, oferecidas até os dias atuais. 
Um exemplo razoavelmente atual disso são as câmeras “descartáveis”. O mo-
delo, já bem antigo, era muito simples: ao comprar uma dessas câmeras, ela já 
vinha com um filme carregado. Estava pronta para usar. Ao término desse filme, 
enviava-se a câmera com o filme exposto para o laboratório (isso poderia ser feito, 
inclusive, via Correio) e, alguns dias depois, a Empresa enviava ao cliente as fotos 
ampliadas e outra câmera carregada, pronta para disparar, como a primeira. 
Entre nós, a câmera Love, alardeada como “a primeira máquina fotográfica 
descartável”, da Empresa Sonora, é um exemplo desse modelo de negócio que 
persiste, com certas variações, até os dias de hoje. 
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UNIDADE O Que é Fotografia Social
Modelos simples de câmeras instamatic como a Kodak Instamatic 11, mais co-
nhecida como “Tira Teima”, ou a Kodak Instamatic i77x (modelos que utilizavam 
filmes 126 em cartucho, mais fáceis de colocar que os filmes comuns), e as câme-
ras baseadas no sistema Polaroid são exemplos de processos que chegaram para 
beneficiar o amador em sua missão de retratar os momentos especiais em família.
Interessante ressaltar que essas foram, em muitos casos, as primeira câmeras de 
muitos que tomaram gosto pela fotografia amadora e, eventualmente, pela fotogra-
fia profissional.
Os modelos Instamatic foram desenvolvidos pela Eastman Kodak no início dos 
anos 1960. A ideia era de baratear o hobby da fotografia e facilitar o processo, 
desde a colocação do filme até as regulagens, que são extremamente básicas nesses 
modelos. O sistema utiliza um filme num cartucho próprio (110 ou 126). Bastava 
abrir o compartimento, colocar o cartucho, fechar e sair fotografando.
Figura 3
Fonte: Wikimedia Commons
Esse tipo de iniciativa, aparentemente anacrônica, ainda persiste. A Kodak 
Funsaver, uma single use câmera, fotografa com filme e pode, por exemplo, ser 
comprada por pouco mais de dez dólares. 
Alguns noivos têm inserido a ideia de deixar sobre as mesas da festa uma série 
de câmeras descartáveis desse tipo, e incentivam os próprios convidados a fazerem 
as fotos que quiserem do evento. 
As câmeras são recolhidas e o casal tem lembranças produzidas pelos próprios 
convidados. Essa é uma ideia criativa que, geralmente, produz fotos descontraídas e 
pouco usuais, raramente dispensa, entretanto, a contratação de um fotógrafo para 
as fotos clássicas e tradicionais, aquelas das quais ninguém quer ou pode prescindir. 
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Para essas, sobretudo para os noivos (e as famílias) mais tradicionais, a qualidade 
de uma fotografia profissional é imprescindível.
O Mercado amador ainda previa, é claro, equipamentos para quem possuía um 
interesse um pouco menos instrumental pela fotografia, como a clássica Olympus 
Trip 35 ou, um pouco mais recentemente, a Yashica MF3, que mereceu, nos anos 
1980, ostensiva campanha publicitária na mídia. 
Os modelos são muitos, impossível tratar de todos aqui. Isso valeria uma pesqui-
sa. Uma coisa é certa: nos anos 1980 não faltavam modelos para o amador que 
quisesse apenas apertar o botão ou para aquele que, mais“corajoso” se deliciasse 
com as regulagens de uma câmera um pouco mais complexa.
Bem mais avançadas, alcançaram sucesso modelos das marcas Praktica, de 
fabricação alemã, e Zenit, de fabricação russa. 
A K1000, outro exemplo nesse segmento, fabricada pela japonesa Pentax, apre-
sentava uma câmera com excelente custo benefício, por ser essencialmente mecâ-
nica como as anteriores, mas, aparentemente, de qualidade superior. 
Depois do advento da fotografia digital, o Mercado ganhou novos competidores, 
como a Sony, responsável pelo clássico modelo Mavica (Magnetic Video Camera) 
MVC-FD5, lançado em 1997, e Cyber-shot, com início em 1996. 
No segmento profissional, Nikon e Canon construíram, ao longo do tempo, 
uma hegemonia que dura até hoje.
Figura 4 – Pentax K1000 – Excelente custo benefício e durabilidade
Fonte: Wikimedia Commons
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UNIDADE O Que é Fotografia Social
Figura 5 – A câmera Sony DSC-F1 foi a primeira da série Cyber-shot, lançada em 1996
Fonte: Wikimedia Commons
Hoje em dia, as tentativas de facilitação estão nos telefones celulares e nos mo-
dos automáticos, presentes em praticamente todas os modelos de câmeras, inde-
pendentemente do público ao qual elas se destinam.
Um dos clássicos modelos Polaroid: rapidez na medida da pressa do amador, disponível em: 
https://goo.gl/QFwNe4Ex
pl
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Se considerarmos as câmeras dos aparelhos celulares, elas seriam um estudo à 
parte. Alardeia-se aos quatro ventos a quantidade cada vez maior de câmeras (16, 
num protótipo recente da LG) e mega pixels. 
Ora, sabemos que o número de pixels, hoje medidos em muitos milhões de uma 
imagem, é um dos elementos a ser considerado; não o único, como a publicidade 
desses telefones nos faz supor. 
Os modos automáticos sempre presentes nas câmeras analógicas, tanto voltadas 
ao público amador quanto aos profissionais, migraram também para as câmeras 
dos celulares. Neles, o nível de facilitação é quase ofensivo, se considerarmos que 
os modelos da Apple, por exemplo, não trazem as opções de equilíbrio de branco 
(White Balance), por exemplo, já que a regulagem é feita de maneira automática.
Não existe aqui crítica sob qualquer ponto de vista. Os modos automáticos, pre-
sentes inclusive nas câmeras DSLR (Digital Single-Lens Reflex) atuais podem ser 
bastante úteis, como veremos futuramente. 
O que se defende aqui é que sempre houve grande curiosidade pela fotogra-
fia, sobretudo, por amadores, e o Mercado da imagem fotográfica soube lidar 
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muito bem com esse público, oferecendo materiais e equipamentos de custo e 
benefícios variados.
A Câmera compacta analógica deu lugar à Câmera compacta digital que, por 
sua vez, deu lugar às câmeras presentes nos telefones celulares. É por essas últimas 
que se interessam os amadores de hoje. Sabemos que, com o aumento do número 
de celulares, cresce também o número dos fotógrafos amadores. 
As Redes Sociais seriam também objeto de um estudo à parte, sobretudo, se 
consideradas questões econômicas, como o Instagram, por exemplo.
Quando se está em uma festa de aniversário, ou num jogo de futebol, quando da 
cobrança de um pênalti, pode-se ver uma verdadeira profusão de luzes e da emula-
ção do som característico de um diafragma verdadeiro.
A verdade é que não dá para comparar coisas tão diferentes. Uma fotografia 
profissional tomada por uma Câmera profissional possui uma qualidade que olhos 
amadores grudados numa tela de telefone não conseguem alcançar. 
Há duas explicações para isso: literacia da imagem (ou alfabetismo visual, para 
alguns) e conhecimento técnico em fotografia. Até dá pra misturar os dois mundos 
e produzir coisas conceituais. Mas se você tivesse de levar uma opção apenas para 
casa, provavelmente seria a do fotógrafo preparado e uma câmera DSLR profissio-
nal. Simples assim.
Amadores continuarão a fazer fotos em festas e eventos em geral. Profissionais 
continuarão a fazer disso uma profissão e, dependendo da qualidade de seu tra-
balho, vivendo muito bem com essa decisão. Resumindo, na fotografia, sempre 
haverá o mundo dos diletantes, dos aficionados, aqueles ávidos por um par de dicas 
recolhidas aqui e ali. E isso serve muito bem para a maior parte das cenas do dia a 
dia que eles recolhem. 
E haverá também o mundo dos profissionais, aqueles que fazem da fotografia 
uma profissão e que produzem, a partir do domínio técnico dos equipamentos e do 
olhar treinado, imagens que valem dinheiro. 
Fotografia Social Hoje
Até aqui, tudo bem. Mas será que existe um perfil ideal para o fotógrafo de eventos?
Bem, é correto dizer que existe uma área cinza na fotografia que envolve várias 
subáreas. Pensando sob esse ponto de vista, um fotógrafo competente poderia 
transitar hora por um evento, hora por uma produção publicitária e, ainda, arru-
mar um tempo para projetos pessoais e uma linha de fotografia autoral. Sim, isso 
é possível!
No entanto, a experiência parece mostrar que quanto mais nos dedicamos, me-
lhor nos saímos. E é assim praticamente com todas as coisas. 
19
UNIDADE O Que é Fotografia Social
Um pouco de flexibilidade profissional nesse sentido é muito bom, mas se você 
deseja ser um fotógrafo de eventos sociais e corporativos, se teve essa inspiração, 
prepare-se, então, para os 99% de transpiração que vem por aí, pois não há outra 
forma. Só o estudo constante poderá levar um aprendiz ou mesmo um profissional 
que tenha outro foco no momento a se especializar e produzir um trabalho relevan-
te dentro desse campo de atuação específico. Mas será que você tem o perfil? Leia 
o artigo escrito por Flávia Pegorin, indicado ao final desta Unidade. Ele poderá 
esclarecer muitas dúvidas que podem estar rondando sua cabeça no momento.
A fotografia é uma grande Área do conhecimento, que tem interface com as 
Artes, com a Comunicação e com a História, entre outras. 
Não dá pra ligar um plug atrás da cabeça, como o Neo, de Matrix, e assimilar 
tudo de uma vez. Os muito jovens podem até pensar que algumas “dicas” darão 
conta do recado, mas só mesmo sendo muito jovem para pensar que esse não é um 
caminho tortuoso e cheio de obstáculos. 
Mas não desanime!
A recompensa está logo ali. O pote de ouro está no final do arco-íris. 
Esse conhecimento, no entanto, constrói-se aos poucos, tijolo por tijolo, nome 
por nome, técnica a técnica. Em algum momento, esses conhecimentos deverão se 
encontrar e, se houver dedicação, a recompensa chegará.
É certo que um bom incentivo para enveredarmos por uma nova carreira é o 
dinheiro. E onde ele está? Será que uma horda de amadores, que assistiu a “meia 
dúzia” de tutoriais no YouTube, vai cobrar barato e tirar o seu trabalho? 
Não. 
Se você realmente se diferenciar, é muito pouco provável que isso aconteça. E se 
algum cliente trocar você, profissional experiente e especializado, por um diletante 
qualquer, o problema não é você, mas sim o cliente. 
Você provavelmente estava oferecendo mais do que ele queria ou precisava.
Estaria o dinheiro com as Empresas? 
O mundo corporativo precisa se movimentar constantemente. Eventos são co-
muns e movimentam grandes somas de dinheiro. As Relações Públicas, as Redes 
Sociais e o senso de comunidade deverão forçar essas Empresas e registrar esses 
momentos e para uma Pessoa Jurídica a única solução é contratar um profissional 
estabelecido. Quanto maior a Empresa, mais certo deve estar o negócio. Sede, 
Nota Fiscal, conta de Pessoa Jurídica. Enfim, os grandes trabalhos serão oferecidos 
àqueles que estiverem preparados. 
Então, prepare-se.
Estaria o dinheiro com as pessoas ricas? 
Ah, sim. 
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Os ricos costumam ter bastante dinheiro e, portanto, não costumam fazer pe-
quenas economias, como, por exemplo, contratar um fotógrafo cujo trabalho é 
inferior ao invés de um especializado no tipo de evento que querem registrar. 
Eventos são oportunidades sociais importantes. Fecham-se negócios, comemo-
ram-se datas, aniversários, casamentos, viagens, retornos, enfim. Comemorar é 
sempre muito bom e pode ser uma oportunidade.
Entendemosque a fotografia amadora vai até certo limite. Se o que o cliente 
deseja é mais do que isso, não resta alternativa (ao menos no curto prazo) a não ser 
contratar um profissional de fato para o serviço.
Como vimos anteriormente, a qualidade desses registros, seja em foto, seja em 
vídeo, evoluiu muito. Você já tentou assistir um filme numa televisão de tubo de 
vinte polegadas depois de se habituar a tela grande em full HD? 
Não há retorno. 
Nós nos acostumamos facilmente com aquilo que é bom. As fotos obtidas por 
câmeras razoáveis não têm espaço nos grandes eventos. Sempre haverá aqueles 
que fazem as próprias fotos e não há nada de mal nisso. Eles não representam, de 
fato, concorrência para o fotógrafo profissional de eventos. Primeiro era a Polaroid, 
depois a cyber-shot, agora os celulares.
De fato, nos grandes eventos, ao lado dessa legião de amadores, estava o profis-
sional e sua parafernália (que não é pouca) fazendo o seu trabalho. Aplicando anos 
de estudo ao registro daquela atividade fugaz e que, na maioria das vezes não se 
repete. Registrar momentos de felicidade é um privilégio e, ao mesmo tempo, uma 
grande responsabilidade.
Você fez um bom networking, conseguiu o trabalho, reuniu o material necessá-
rio, chegou cedo, fez as suas fotos, despediu-se dos noivos que estavam ainda no 
clima de festa da cerimônia e felizes, é claro, pois esses doces momentos foram 
todos registrados por você para a posteridade.
A não ser que os noivos sejam fotógrafos (e, nesse caso, prepare-se para um altís-
simo nível de exigência) ou lidem no dia a dia com tratamento de imagem publicidade 
ou fotojornalismo, caberá a você a seleção, a edição e o tratamento do material. 
Aqui vai uma dica importante, óbvia, mas, ainda assim, importante. Quando 
você é contratado, talvez ninguém diga que quer boas fotos ou fotos de alta quali-
dade e resolução, porque isso é absolutamente óbvio. 
Você já viu alguém entrar num restaurante e pedir um prato limpo? 
Não. 
E por que isso nunca acontece? 
Porque o mínimo que se espera é que a louça esteja nos mais adequados pa-
drões de higiene. Não existe um prato mais ou menos limpo, assim como não existe 
uma fotografia mais ou menos boa. 
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UNIDADE O Que é Fotografia Social
Na verdade, elas até existem, mas são deixadas de lado no processo de edição 
e não chegam a ganhar destaque no álbum, ou na série de álbuns que serão en-
tregues aos noivos como uma recordação desse dia tão marcante na vida do casal. 
Qualidade técnica (e não estamos ainda falando aqui de estética e criatividade, ou 
mesmo de um estilo perceptível) é, assim, essencial. 
Cerimonialista. Acostume-se a essa palavra. Como o próprio nome já indica, 
é a(o) profissional que é contratada(o) pelo casal para organizar as coisas. Os ceri-
monialistas mais tradicionais cuidam de tudo, absolutamente de todos os detalhes 
da cerimônia. Algumas conversas com essa pessoa poderão ajudar muito com o 
protocolo. Existe um protocolo padrão para as cerimônias de casamento, então, 
você, à medida que ganha experiência nesse tipo de evento, já saberá onde ficar, as 
fotos clássicas (como a chegada da noiva, a hora das alianças, o momento do sim...) 
e não perderá nenhum detalhe. 
Nada impede, no entanto, que os noivos quebrem esse protocolo e cheguem 
juntos de balão (Ok! talvez o exemplo seja exagerado!). 
De qualquer maneira, entender o protocolo por meio de uma série de conversas 
com o profissional cerimonialista vai ajudar. É possível, inclusive, que você seja 
contratado por um desses profissionais. Faça um bom trabalho, ganhe a confiança 
dele. Fidelize o cliente. 
Quem não gosta de trabalhar com quem é confiável?
Existem, ainda, outros tipos de protocolo. Eventos ligados a certos Setores de 
Governo possuem protocolos específicos que devem ser obedecidos. Eventos cor-
porativos também. Por mais simples que o evento seja, há uma ordem natural em 
que as coisas acontecem. Se você vai fotografar um evento, qualquer que seja, en-
tenda o protocolo. E vá preparado.
Numa festa de aniversário, por exemplo, o bolo não é cortado na chegada dos 
convidados, que depois almoçam ou jantam, comem brigadeiros e depois cantam 
parabéns. Não! As coisas, por tradição, acontecem em certa ordem. Conhecer essa 
ordem, ou melhor, esse protocolo, fará você estar preparado para documentar, 
com competência, o evento. 
Um pouco de estilo, bastante qualidade técnica e voilá! Mais um evento registra-
do com sucesso.
Como logo veremos, as cerimônias de casamento representam um segmento 
importante da fotografia social. Ele, é claro, não é o único. Tratar de cobertura de 
eventos é algo amplo e até genérico, pois eventos podem ser extremamente dife-
rentes entre si. É provável que seja o caso de se especializar num tipo de evento, 
mas considerando-se, é claro, estar aberto a outros trabalhos. 
As possibilidades são muitas, desde a produção de ensaios, geralmente, celebran-
do uma etapa especial da vida dos fotografados, até datas comemorativas familiares. 
Não há regra. Afinal, quem não gosta de uma boa festa?
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Quais são as áreas da fotografia social?
Você sabe o que é um ensaio Boudoir? 
A seguir, apresentamos algumas das oportunidades que estão sempre abertas a 
fotógrafos que tenham, por vocação, o evento social. Que fique claro que não são 
as únicas, apenas as mais tradicionais. Mantenha a mente aberta, sempre. 
Figura 6
Fonte: Getty Images
Cerimônias de Casamento
Todo casamento começa com um noivado. Esse é o momento em que o casal 
anuncia oficialmente à família e aos amigos suas intenções de ratificar a união. 
Nesse caso, não há necessidade de uma cerimônia de grande pompa, embora 
exista espaço para todos os gostos, há preocupações com a comunicação e com a 
decoração do local, ainda que seja um restaurante, por exemplo. A maior parte dos 
noivos prefere algo mais íntimo e a lista costuma ser bem menor que a da cerimô-
nia de casamento propriamente.
A cerimônia de casamento é um clássico da fotografia social. Da câmera reflex 
de objetivas duplas até as produções audiovisuais mais complexas, trata-se de um 
dos eventos que mais chama a atenção, é objeto de preparação antecipada e gera 
muita expectativa nos noivos, obviamente.
O orçamento para esse tipo de produção costuma ser bastante elástico. A revista 
Exame divulgou pesquisa realizada pelo portal “Quem casa quer site”. 
Os dados são de 2015, e se estima que o valor médio de um casamento no Brasil 
seja de quarenta mil reais. A pesquisa avaliou cerca de quinhentos casamentos em 
diferentes regiões do Brasil. Falar de valores é sempre complicado, sobretudo se 
considerarmos as diferenças existentes pelo Brasil. 
De qualquer maneira, a pesquisa mostra que os valores pagos para fotografia e 
filmagem giram em torno de 11% do valor total da festa. Para uma cerimônia de 
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UNIDADE O Que é Fotografia Social
quarenta mil reais, portanto, o gasto médio seria de mais ou menos R$ 4.500,00. 
Esse valor é apenas de referência e outros fatores subjetivos devem ser considera-
dos: confiança, uma indicação, portfolio. 
Não há regra, mas é certo que os noivos, ao mesmo tempo em que costumam 
atribuir alto valor a esse trabalho, que ficará como registro, costumam também 
pesquisar bastante, pois o montante geral é sempre um valor considerável. 
Há, ainda, duas questões importantes sobre as quais precisamos tratar. Embo-
ra tenhamos em mente genericamente as cerimônias tradicionais do casamento 
cristão, existem cerimônias que fogem a esse roteiro, ou seja, que possuem dife-
rentes cerimoniais. 
As cerimônias pelo mundo vão do curioso ao bizarro mesmo. Esteja atento. 
A seguir, uma série de possibilidades de trabalho para quem quer se especializar na 
área da fotografia social. 
Qual será a sua preferida? 
De maneira geral, não há uma cultura sistematizada que nos possibilite oferecer 
uma média, pois ela depende de vários fatores.
Ensaios de casais
Não há momento certo. É realizado quando o casal sente vontade de registrar 
um poucode sua história. Não importa, nesse caso, se acabaram de se casar ou se 
estão fazendo cinquenta ou sessenta anos de união. Nesse caso, devem ser consi-
derados locais que são importantes para o casal, como, por exemplo, o local onde 
se conheceram ou, ainda, elementos que marcaram a passagem do tempo. 
O casal pode, simplesmente, estar noivo e realizar um tipo de ensaio que tem 
recebido o nome de pre-wedding. Aqui, os preços variam muito. 
Ensaio de gestante
Depois do casamento, costumam chegar os pequenos. E o papai e a mamãe, 
principalmente, de primeira viagem, têm adquirido cada vez mais o costume de 
registrar esse momento a partir da gravidez. 
Geralmente, a gestante tem quase que absoluto protagonismo nesse tipo de 
ensaio, mas é claro que o pai deve participar também. O mais importante é que o 
casal fique a vontade. Esse tipo de ensaio pode mostrar o futuro quarto do bebê, 
um parque, enfim, devem ser trabalhados elementos do universo infantil, a beleza 
e o encantamento que a chegada de um bebê traz. 
Delicadeza é a palavra. O fotógrafo deve ter muita sensibilidade ao tratar com 
os futuros pais, pois eles estão registrando o momento anterior à chegada de seu 
tesouro mais precioso.
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New born (Recém-nascido)
Chegou o bebê e, é claro, esse momento deve também ser eternizado. Evi-
dentemente, cunhados, tios, madrinhas, padrinhos etc. já terão feito todos os 
tipos possíveis de fotos ainda na maternidade. E é claro que esses registros 
são importantes.
Encerrados esses dias em que os pais e, sobretudo, a nova mamãe quer tran-
quilidade (afinal, um novo bebê muda radicalmente a dinâmica de um casal), é 
hora de documentar esse novo ser que chegou ao mundo. A opção é um ensaio 
de recém-nascido, ou como preferem alguns mais afeitos a estrangeirismos, um 
ensaio New born. 
Existem dos mais simples aos mais complexos, com fotos que contam com a 
presença dos pais e do bebê sozinho. Muita delicadeza é necessária, nada de luzes 
em demasia ou mesmo luz de flash, que deve ser evitada, principalmente, se o bebê 
acabou de chegar.
Batizados
Os batizados são frequentes, embora já tenham sido quase que uma obrigatorie-
dade do protocolo social. O Batismo pode ser de gente pequena, mas também de 
gente grande. 
Hoje, eles ainda acontecem em grande número, é claro, pois a Igreja Católica 
recomenda o Batizado como um Sacramento obrigatório para todo aquele cuja 
expectativa é ser criado no Catolicismo. 
As Igrejas evangélicas, por sua vez, recomendam o Batismo quando a pessoa já 
pode pensar por si. Registrar esse momento é muito importante para alguns pais 
e há um protocolo padrão que deve ser estudado. Geralmente, é uma cerimônia 
rápida, que pode ou não ser complementada por um almoço ou mesmo por um 
brunch, o que pode ser também documentado. Normalmente, esse tipo de evento 
social acontece pela manhã.
Festas de aniversário
Até um ano, os pais mais “corujas” costumam comemorar “mesversários”. 
Geralmente, o “mesversário” não rende muito mais que uma foto amadora (com 
alguns filtros padrão para que pareça mais “profissional”) numa Rede Social de 
grande amplitude. 
Finalmente, quando a criança completa um ano, muitas famílias fazem questão 
de realizar uma festa e, é claro, registrar esse momento. Nesse item, consideramos 
os aniversários infantis, enfatizando fortemente o primeiro aniversário, que geral-
mente é amplamente comemorado. 
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UNIDADE O Que é Fotografia Social
As festas de debutante, realizadas quando a menina completa quinze anos, são 
um evento social muito importante para algumas famílias, sobretudo, as mais tra-
dicionais, por tratar-se de uma “apresentação” social da menina, que passa a ser 
considerada adulta, mulher. 
A palavra “debutante” vem de début, uma palavra de origem francesa para “es-
treia”. A própria origem do termo dá ideia do tradicionalismo atribuído a esse tipo 
de acontecimento social.
Tal cerimônia, por conta de todos esses valores simbólicos, tem um protocolo 
bastante complexo, que deve ser registrado, sobretudo, com a apresentação da 
aniversariante. Os dados não são tão novos (2008), mas o site G1 dá conta que os 
pais gastem entre quinze e noventa mil reais nesse tipo de festa.
Importante frisar que festas de aniversário não tem idade. Costuma-se valorizar 
muito os primeiros anos, assim como os mais avançados.
Ensaio de família
Um costume de antigamente que guarda um charme fantástico. Quem não tem 
em casa uma foto de um bisavô mal-encarado, possivelmente, segurando uma en-
xada ou mesmo uma arma?
As pessoas eram muito mais sérias e protocolares antigamente, e isso se 
refletia na fotografia, primeiro pela formalidade do momento, que era raro e 
caro (diferente de hoje), e depois pela responsabilidade de se eternizar com a 
devida dignidade. 
O momento era especial, posado, enfatizando o patriarca e a matriarca da famí-
lia, juntamente com seus filhos e netos. Vale repetir nos dias atuais, de preferência 
com sorrisos, mas esse tipo de ensaio também pode ser realizado com o devido 
sabor nostálgico, e até roupas de época. 
Alguns fotógrafos se especializam em produzir o que chamam de álbuns de fa-
mília, costume raro nos dias de hoje, mas que é garantia de uma lembrança legada 
à posteridade.
Formaturas
As crianças crescem e cerimônias de formatura são várias, pelo menos até a 
Graduação, quando aparentemente muitos pais veem o dever como cumprido, es-
tando o formado apto a atuar na profissão escolhida. 
Geralmente, a Empresa que organiza esse tipo de evento trabalha com seu pró-
prio time de fotógrafos que já conhece, por experiência, os protocolos envolvidos.
No Ensino Fundamental e Médio, o padrão se repete. Há oportunidades aqui, 
pois as famílias têm interesse em registrar cada uma dessas etapas.
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Eventos corporativos
Empresas são grandes contratantes de fotógrafos para eventos. Esse tipo de 
evento é chamado de corporativo, pois tem como contratante uma Pessoa Jurídica, 
uma Empresa. 
As ocasiões são muitas e vão desde uma Festa de Confraternização, que pode 
variar muito de tamanho e orçamento, dependendo do número de funcionários, até 
ainda uma Convenção para tratar de volume de vendas e metas a atingir ou, ainda, 
cerimônias de premiação. As Convenções podem, inclusive, ser realizadas em ou-
tras cidades, estados, ou até mesmo países, no caso de Empresas multinacionais. 
Esses registros também são importantes, pois se reconhece, hoje, mais do que 
tempos atrás, o bom relacionamento com aqueles a quem as Relações Públicas 
chamam de público interno. 
Há, ainda, as famílias, frequentemente envolvidas nessas ocasiões, que fazem 
indiretamente parte da Empresa. São eventos mais racionais e menos emocionais 
(não que isso seja uma regra) e o tamanho pode variar conforme varia o tamanho 
da Empresa. Eventos corporativos podem, ainda, incluir fornecedores, parceiros e 
públicos de interesse da corporação.
Outras cerimônias e eventos
Segundo o Censo realizado pelo Governo brasileiro no ano de 2010, o Brasil é 
um país marcado pela diversidade religiosa. De acordo com Dados oficiais, há cerca 
de quarenta grupos religiosos registrados em nosso país.
Segundo o IBGE, a religião com maior número de praticantes é a católi-
ca, 64,6% da população, enquanto os evangélicos vêm em segundo lugar, 
22,2%. Os adeptos do espiritismo são 2,0% da população, enquanto os da 
umbanda e do candomblé representam 0,3%. Cerca de 107 mil pessoas 
seguem o judaísmo; 65 mil tradições indígenas; 35 mil o islamismo; e 5 mil 
o hinduísmo. (GOVERNO DO BRASIL, com informações do IBGE, 2018)
Esses dados podem ter mudado um pouco, mas é nítida a ideia de diversidade. 
A Religião é a responsável pela ideia de cerimônia, que entre nós adquiriu uma 
conotação menos religiosa e mais festiva. 
Os dados revelam ainda mais: tais festividades trazem elementos de diversas cultu-
ras, que devem ser consideradas e entendidas quando da documentação fotográfica. 
Um fotógrafo de eventos deve fazer o seu “dever de casa”, entendendoo tipo de 
evento, seus protocolos, seu significado ritual e saber se portar, para que não venha 
a cometer nenhuma gafe ou quebra de protocolo. Há espaço e Mercado, portanto, 
para a retratação de eventos dos mais variados tipos, desde que o profissional esteja 
disposto a se apropriar do cerimonial envolvido, de modo a produzir um material 
que atenda às expectativas dos contratantes.
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UNIDADE O Que é Fotografia Social
Há ainda nichos importantes, como a fotografia de shows, de teatro e de even-
tos esportivos. O fotógrafo paulista João Caldas, por exemplo, especializou-se em 
fotografia de grandes produções teatrais, e hoje fotografa o teatro mais tradicional 
e os grandes musicais que têm ganhado cada vez mais público no Brasil. Tanto a 
fotografia de shows como a de teatro demandam técnica apurada. 
Ao mesmo tempo em que há de se lidar com uma condição de luz geralmente 
adversa, o uso do flash deve ser comedido (ou proibido durante uma peça de teatro) 
e o profissional deve ser discreto, não chamando mais atenção que o próprio motivo.
Eventos esportivos, por sua vez, estão ligados mais fortemente ao Jornalismo 
esportivo e, geralmente, é trabalho realizado por fotojornalistas, dotados de gran-
des objetivas que captam o detalhe de um instante fugaz, mas que podem render 
imagens de uma poesia exuberante. Há uma questão importante aqui. 
Ao se documentar esses acontecimentos com público, temos pouca margem de 
movimentação e, portanto, estamos mais limitados. Isso não impede a tomada de 
grandes imagens, é claro, mas é muito mais interessante quando temos acesso a lo-
cais que o público não tem. Como profissionais especializados, podemos conseguir.
Até aqui, pudemos ver que a variedade é muito ampla. Além dos eventos cita-
dos acima, sempre é possível a realização de outros tipos de ensaios e o número 
de oportunidades não para de crescer. Há os já citados clássicos, mas sempre há 
abertura para novas ideias. 
Importante!
Há um fator ligado à moda e aos costumes que deve ser considerado aqui. Fique atento 
às tendências e se conseguir desenvolver uma visão estratégica, lance-a! Seja o precursor 
de um novo tipo de ensaio.
Importante!
Já descobriu o que significa Boudoir? 
O ensaio fotográfico conhecido como Boudoir não é exatamente uma novidade, 
mas tem ganhado grande repercussão e cada vez mais pessoas, a grande maioria 
mulheres, interessa-se em protagonizar esse tipo de ensaio. 
Boudoir é uma palavra francesa que remete ao quarto de vestir de uma mulher, 
e, portanto, à sua intimidade. Trata-se de um ensaio que mostra a intimidade de 
uma mulher, que protagoniza o ensaio e, eventualmente, dirige-o. Não se trata dos 
ensaios “comuns”, com os fetiches e costumes que preenchem a mente masculina. 
Trata-se de algo mais delicado, no qual a mulher se reconhece e se afirma. 
Um bom ensaio trabalha a autoestima, sem definições prévias ou ideais de bele-
za. É comum que noivas o façam a fim de presentear o noivo, mas há mulheres que 
o fazem apenas para satisfazer a si mesmas, o que é muito contemporâneo e opor-
tuno. A atmosfera depende do gosto da modelo, mas geralmente evoca uma época, 
um romantismo e uma delicadeza bastante peculiares desse tipo de fotografia.
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Em tempos de Redes Sociais, esse tipo de ensaio pode facilmente ir parar na 
Internet, e tudo certo, se essa for a vontade da modelo. Privado ou público, esse 
tipo de ensaio sensual é mais uma forma de trabalhar com a fotografia social. 
Mas cuidado! 
Há de se ter muita delicadeza e cuidado.
Uma das novidades introduzidas na fotografia social é o ensaio com pets.
Isso mesmo. 
Os bichos de estimação que, na verdade, sempre mereceram verdadeiros books 
fotográficos por parte de seus donos, fotógrafos amadores, hoje encontram as len-
tes dos profissionais. 
Afinal, são parte da família, é claro!
Sabe-se que é muito difícil fotografar crianças. Recém-nascidos não dão tanto 
trabalho, mas as crianças que já são “independentes”, a partir dos dois ou três anos, 
são difíceis de fotografar. Elas se entediam facilmente e já querem ir rapidamente 
“brincar” de outra coisa. 
Com os bichos, o desafio é ainda maior e é necessária muita paciência, ao 
menos nas fotos solo. No colo do dono ou da dona, eles se sentem mais à vonta-
de. Um lugar conhecido, brinquedos conhecidos e atividades corriqueiras, com as 
quais o pet já está acostumado ajudam muito no registro desses momentos. Sim, 
para alguns isso pode parecer inusitado, mas você se lembra que falamos de novas 
ideias, certo?
Encerramos por aqui essa primeira Unidade.
Esperamos, sinceramente, que essa introdução ao universo da fotografia social, 
corporativa e de eventos tenha sido útil como ponto de partida, sobretudo, proporcio-
nando a ampliação da percepção dos campos de atuação do fotógrafo profissional. 
Até a próxima Unidade.
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UNIDADE O Que é Fotografia Social
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Damon Tucci Photography
Visite o website de Damon Tucci, fotógrafo de casamentos em Nova York e autor de 
livros sobre o tema.
https://bit.ly/2PAQVwW
 Vídeos
Câmera Velha #19 Review Pentax K1000
Que tal saber mais sobre os recursos das câmeras analógicas? O vídeo a seguir, do 
canal Câmera Velha, mostra um review interessante da famosa Pentax K1000, citada 
anteriormente no texto.
https://youtu.be/5cgAaVIphUY
Cerimonialista de Casamento. O que ela faz?
Conheça a importância de se saber quais são as funções de um(a) cerimonialista e as 
decisões que foram tomadas para um melhor registro do evento.
https://youtu.be/BQyUn4z4jCg
 Leitura
Gostar de pessoas: condição para ser fotógrafo de eventos
Você gosta de pessoas? O artigo do vagas.com, escrito por Flávia Pegorin, trata dos 
requisitos para se registrar esse tipo de evento.
https://bit.ly/2WhlMRI
Oito fotógrafos de família e New born para seguir no Instagram
Vale à pena conhecer o trabalho desses profissionais.
https://bit.ly/2UM2QJr
Câmeras que revolucionaram a fotografia
Quer saber mais sobre as câmeras que revolucionaram a fotografia? Leia esse artigo 
escrito por Mário Bock para a revista Fotografe Melhor.
https://bit.ly/2sBxnB0
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Referências
ALMEIDA, M. Casamento no Brasil tem custo médio de R$ 40 mil. Disponí-
vel em: <https://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/casamento-no-brasil-tem-custo-
-medio-de-r-40-mil/>. Acesso em: 12 dez. 2018.
BARTHES, R. A câmara clara: nota sobre a fotografia. Tradução de Júlio Castañon 
Guimarães. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. 185p.
BENJAMIN, W. A obra de arte na época de suas técnicas de reprodução. 
Tradução de José Lino Grünnewald. São Paulo: Abril Cultural, 1980. (Coleção Os 
pensadores). v. XLVIII – Benjamin, Horkheimer, Adorno e Habermas.
BUSSELLE, M. Tudo sobre fotografia. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.
DONDIS, D. A.  Sintaxe da Linguagem Visual.  Tradução de Jefferson Luiz 
Camargo. 3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2015. 
KUBRUSLY, C. A. O que é fotografia. São Paulo: Brasiliense, 2006.
LUKOWER, A.. Cerimonial e Protocolo. São Paulo: Contexto, 2003.
PAULILLO, P. Cronograma de um noivado: um prático passo a passo. Dispo-
nível em: <https://www.casamentos.com.br/artigos/cronograma-de-um-noivado--
-c5525>. Acesso em: 12 dez. 2018.
TUCCI, D. Fotografe casamentos e eventos: manual passo a passo para profis-
sionais. 2.ed. Camboriú: Photos, 2013.
Sites Visitados
Pais gastam entre R$ 15 mil e R$ 90 mil em festas de debutantes. Disponível 
em: <http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL805675-5598,00-PAIS+GAST
AM+ENTRE+R+MIL+E+R+MIL+EM+FESTAS+DE+DEBUTANTES.html>. Aces-
so em: 12 dez. 2018.
PATENTE da LG prevê celular com dezesseis câmeras. Disponível em: <ht-
tps://www.techtudo.com.br/noticias/2018/11/patente-da-lg-preve-celular-com-de-
zesseis-cameras.ghtml>. Acesso em: 10 dez. 2018.
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Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Luiz Vicente de Lima Lazaro
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Técnicas e Equipamentos Específicos• Fora do Ambiente Controlado do Estúdio;
• Equipamento Básico e Avançado;
• Técnicas de Campo.
• Conhecer as possíveis adversidades e soluções quando se está fora do ambiente controla-
do do estúdio;
• Utilizar bem o pouco espaço e a mobilidade limitada de equipamentos de médio e grande 
porte, elencando os equipamentos estritamente necessários e as técnicas elementares 
para a atuação externa.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Técnicas e Equipamentos Específi cos
UNIDADE Técnicas e Equipamentos Específicos
Fora do Ambiente Controlado do Estúdio
Considere um universo em que controlamos praticamente todas as variáveis. 
Trata-se, certamente, de um universo confortável. O motivo inanimado pode ser 
manipulado a nosso bel-prazer. O modelo observa e atende prontamente às nossas 
orientações. Controlamos a iluminação, sua cor, sua potência. Controlamos a aber-
tura e a exposição. Enfim, somos os senhores de tudo. 
Figura 1 – O estúdio fotográfico, diferente de diligências externas, 
é um ambiente no qual controlamos as variáveis
Fonte: Getty Images
No ambiente controlado do estúdio fotográfico, tudo, ou quase tudo, pode acon-
tecer de maneira previsível. Se os resultados não saírem a contento, basta repetir 
com uma intensidade de luz diferente, um rebatedor, um flash a mais. Geralmente, 
tem-se tempo e todo o equipamento disponível para que o resultado alcance ou 
mesmo supere as expectativas de todos.
Podemos aqui traçar um paralelo interessante com a Unidade anterior. Nela, 
tratamos da “fotografia como registro” como a novidade que substituiu, em muitos 
aspectos, a pintura de costumes e o retrato. 
As relações entre esses dois saberes, a fotografia e a arte pictórica, não cessam 
por aí. Consideremos, por exemplo, o pintor em seu estúdio. Ele controla todas as 
variáveis, é o senhor de seu espaço, tal qual descrevemos acima. Esse é o fotógrafo 
em seu estúdio. Tanto o pintor em seu ateliê quanto o fotógrafo em seu estúdio 
moldam o universo que os cerca. Em certo sentido, esses “senhores” adaptam o 
universo à sua vontade, enquanto desenvolvem seu trabalho.
Sabemos que o Impressionismo foi a primeira vanguarda histórica do século 
XX. Provavelmente essa Escola, que inaugura o período que conhecemos como 
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Moderno nas Artes Plásticas, constitui também a primeira tentativa da pintura de se 
afirmar como algo distante da fotografia, que passou a cumprir com mais exatidão 
e velocidade as funções antes exercidas pela pintura, sobretudo a pintura de retrato 
e de costumes. 
Parte dessa nova empreitada, protagonizada por artistas como Claude Monet (1840-
1926), Pierre-Auguste Renoir (1841-1919) e Edgard Degas (1834-1917), era justamente 
a saída desse ambiente controlado do ateliê para que esses mestres pudessem pintar a 
beleza da luz natural. Dessa forma, abandonando o ambiente controlado, esses artistas 
corajosamente expunham suas fragilidades. Já não eram senhores absolutos de suas 
ações, estavam expostos a uma série de variáveis que não controlavam.
A mesma Revolução Industrial que legou à Sociedade do final do século XIX e início 
do século XX as técnicas mais acessíveis da fotografia, trouxe ainda a esses artistas os 
tubos de tinta em estanho, criados pelo inventor e pintor John Goffe Rand (1801-1873), 
que conservavam as tintas e ofereciam ainda uma nova gama de cores, o que colaborou 
enormemente para a saída segura de seus ambientes controlados, para que pudessem 
realizar trabalhos ao ar livre. Renoir, teria declarado, inclusive, que sem os tubos de 
tinta, inventados por Rand, o impressionismo não teria acontecido.
Enpleinair. Era assim que se chamava a novidade de abandonar a “segurança” 
do ateliê e ir ao encontro do motivo e de sua luz natural. De fato, tratava-se de uma 
lufada de vento fresco na pintura, que se caracterizava, até então, por uma longa 
lista de regras ensinadas de forma repetitiva pelas academias de Belas Artes.
Trazendo por comparação esse exemplo para a nossa realidade, trabalho seme-
lhante realiza o fotógrafo que abandona seu estúdio e fica exposto a uma série de 
elementos que não controla. Vai ao encontro de seu motivo. O fotógrafo social e 
de eventos, expõe-se assim, o tempo todo, e deve estar preparado para “enfrentar” 
um conjunto de desafios.
Para aqueles bravos que estiverem dispostos a esse risco, faz-se necessário co-
nhecer as possíveis adversidades e suas soluções quando se está fora do ambiente 
controlado do estúdio. Para as Artes, que têm no olhar um fator preponderante, 
o ato aparentemente banal da observação pode ser muito relevante na construção 
de um repertório do olhar. Importante notar que alguns artistas, ligados ao movi-
mento impressionista, utilizaram também a fotografia, que foi usada para registrar 
o momento e a luz, que mudava muito rapidamente. Posteriormente, na segurança 
de seu ateliê, o artista podia reproduzir a imagem a partir da foto ou mesmo de 
memória, usando sua técnica e seu estilo pessoal. A alternativa a “congelar” o mo-
mento era desenvolver uma técnica que fosse capaz de captar a imagem de forma 
detalhada e com a luz escolhida antes que ela se alterasse. 
Charles Baudelaire (1821-1867), o poeta e crítico francês, em seu texto “O pintor 
da vida moderna”, entende que a modernidade (aliás, termo cuja criação remete à 
sua obra) impõe uma série de novas situações ao artista, que deve modificar sua 
forma de pintar a fim de atender essa “velocidade” que a modernidade e a Revolu-
ção Industrial compartilham. 
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UNIDADE Técnicas e Equipamentos Específicos
Baudelaire elege, então, considerando uma certa visão romântica, o artista 
Constantin Guys, chamado no texto simplesmente de “G.” para representar esse 
pensamento moderno:
Agora, à hora em que os outros estão dormindo, ele está curvado sobre 
sua mesa, lançando sobre uma folha de papel o mesmo olhar que há 
pouco dirigia às coisas, lutando com seu lápis, sua pena, seu pincel, 
lançando água do copo até o teto, limpando a pena na camisa, apres-
sado, violento, ativo, como se temesse que as imagens lhe escapassem, 
belicoso, mas sozinho e debatendo-se consigo mesmo. (BAUDELAIRE, 
1997, p. 23-4)
Ao dizer que a modernidade e tudo que dela advém, como a velocidade, por 
exemplo, obrigava o artista a uma espécie de “luta”, entende-se que essa mesma 
tecnologia favoreceria o “congelamento” desse momento. 
Como já tratamos na Unidade I, Walter Benjamin escreveria, décadas mais tar-
de, sobre as mudanças que a imagem reproduzida tecnicamente, basicamente a 
fotografia e também o Cinema, provocariam na sociedade humana. 
O que um pintor levava (e ainda pode levar) para uma sessão de pintura ao ar livre? 
Pelo que se nota, os materiais artísticos levados pelo pintor à cena não parecem 
ter evoluído muito com o tempo, ou pelo menos não desde o final do século XIX, 
quando se podia adquirir no Mercado tintas em bisnagas de estanho. 
O equipamento fotográfico, por outro lado, jamais parou de evoluir e continua 
evoluindo a passos largos. Importante lembrar que a fotografia digital tem, entre 
nós, pouco mais de vinte anos (ao menos considerando seu uso como prática do 
Mercado), tendo provocado uma ruptura muito considerável no modo como capta-
mos, editamos e entregamos nossas fotografias. 
Além da evolução, as possibilidades 
são inúmeras, quando o assunto é equipa-
mento fotográfico, composto de verdadei-
ras “traquitanas” e “engenhocas”, que só 
os iniciados sabem como manusear. 
É preciso, então, escolher com parci-
mônia e sabedoria o que levar a campo.
Todas essas questões nos levam a um 
sério dilema. Diante da necessidade de 
abandonar o nosso território, o ambien-
te controlado do estúdio, o que devemos 
carregar conosco? 
O que um caçador, diante de sua cole-
ção de armas, escolhe para sua empreita-
da? (pedimos desculpas pela comparação 
Figura 2 – Rencontre à La Promenade. 
Pintura de Constantin Guys, de 1899
Fonte: Wikimedia Commons
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politicamente incorreta, mas a analogia possível do tiro com a arma e do clique 
coma câmera assim nos obrigaram). 
É impossível levar tudo e, por conta disso, provavelmente, o caçador avaliaria 
o terreno, o tipo de animal, o número de dias da empreitada e se prepararia com 
todas as provisões necessárias, incluindo aí comida, água e quaisquer outros ele-
mentos que lhe fossem necessários para que lograsse êxito em sua empreitada.
No caso de um evento ou ainda de uma saída fotográfica, que equipamentos 
deve-se levar? 
Na obra A arte da guerra, de Sun Tzu, famoso general e estrategista chinês 
(544 a.C.-496 a.C.), uma das preocupações por ele enumeradas é o conhecimento 
do terreno. Esse reconhecimento do terreno também é realizado por times que vão 
jogar “fora de casa”, quando visitam a Arena que será o palco de uma partida. 
Conhecer para onde se vai pode fazer uma diferença verdadeiramente estratégi-
ca na condução da sessão de fotos, pois pode munir o fotógrafo de informações tais 
como a existência (ou não) de tomadas, seu número de pinos, se são 110v ou 220v 
e isso pode se complicar quando se muda de estado, cidade ou país. A voltagem em 
São Paulo/SP, por exemplo, é 110v, enquanto em Brasília/DF é 220v. 
O cuidado com as tomadas também é importante quando se compra equipamen-
to fotográfico de fora do país, o que é muito comum, por conta dos carregadores.
O site do jornal Correio Brasiliense traz uma relação de formatos e dos países que os utili-
zam. Acesse: https://bit.ly/2GS51HuEx
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É importante verificar, portanto, se haverá necessidade de extensões, adaptado-
res (lembre-se no nosso controverso padrão de três pinos versus material importa-
do com toda sorte de plugs). 
É sempre saudável, portanto realizar o que é chamado de visita técnica, sobre-
tudo se o trabalho é grande e a nossa ação dependerá de variáveis ou fatores locais. 
É sempre bom saber, por exemplo, se as paredes são brancas, se o teto é branco 
e baixo ou preto e alto, para o caso de precisarmos rebater a luz de um ou mais 
flashes. Ao visitar um local, preste atenção ao seu pé-direito.
Pé-direito: Em Arquitetura, chama-se pé-direito a distância vertical do pavimento ao forro 
de um ambiente. Essa medida costuma ir de 2,50m a 2,70m, mas, em centros comerciais, de 
eventos ou, ainda, áreas de grande circulação de público, pode chegar a 3m ou mais.
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A vida real não é um episódio de série infantil. No seriado Batman, nos anos 
1960, em qualquer situação, o homem morcego e o garoto prodígio tinham sempre 
em seu cinto de utilidades um gadget para resolver o problema. 
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UNIDADE Técnicas e Equipamentos Específicos
Na vida real, evidentemente, não é assim e, embora alguns coletes que rapida-
mente identificam o profissional que está realizando a documentação fotográfica do 
evento se assemelhem a “cintos de utilidades”, ainda assim, é impossível carregar 
e prever tudo. 
Fico imaginando, ao escrever essas linhas, um Bruce Wayne indeciso diante de 
um guarda-roupa cheio de uniformes, armas e dispositivos que, de repente, pergun-
ta: “Alfred, você acha que levo mais algumas estrelas ninja ou um arpéu extra?”.
Figura 3 – Cintos de utilidades que resolvem tudo, iguais ao do Batman, não existem
Fonte: Wikimedia Commons
Trata-se de uma relação custo/benefício. Já que não se pode levar tudo, deve-se 
levar o que é essencial, que tenha múltipla função e, é claro, algum material para 
emergências (confira algumas dicas preciosas no final da Unidade). 
É sempre importante considerar que o estilo de fotografia também influencia 
fortemente essa decisão. Esse estilo, tão perseguido por alguns, leva tempo e geral-
mente é fruto de estudo, prática e desenvolvimento. Por exemplo: se um fotógrafo 
de casamentos se utiliza com muita frequência de uma luz suave (e a maioria cer-
tamente o faz) e direciona essa luz como numa pintura barroca, deve se preocupar 
em levar equipamentos de luz que proporcionem com qualidade esse efeito. Há 
uma diferença importante aqui, em se tratando das questões da fotografia jornalís-
tica e da fotografia social. 
O fotógrafo jornalista, sempre com sua câmera, está preparado para tudo. Não 
sabe onde estará o fato, a notícia e, por isso, leva sempre o básico, provavelmente 
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uma câmera, um bom cartão de memória, uma bateria extra e talvez um flash. Ele 
não sabe o que vai encontrar, nem quando. 
O fotógrafo de eventos sabe o que vai acontecer e pode (na verdade deve) an-
tever certas situações e estar preparado para elas. Aqueles que sabem escolher o 
equipamento a levar e que conhecem os protocolos envolvidos, sem dúvida têm 
uma séria vantagem. O general Sun Tzu ficaria orgulhoso. Não há regras. O bom 
senso deve prevalecer. 
O que segue são algumas diretrizes gerais: o tamanho da produção, as expec-
tativas do cliente, o peso do equipamento, o auxílio de um assistente, seguro do 
equipamento, backup das fotos e, finalmente, um plano B.
Qual o tamanho da produção?
Saber o tamanho da produção é essencial. E, por tamanho, deve-se entender 
também a sua extensão. Duas perguntas básicas devem ser respondidas: qual a 
metragem do espaço do evento? Qual a duração do evento? Se a metragem qua-
drada for muito grande, ou ainda, se esse espaço for dividido em muitos cômodos 
ou salas, será que um fotógrafo apenas será capaz de registrar os acontecimentos 
importantes em todo o evento? 
Dificilmente. Lembre-se de que ninguém pode estar em dois lugares ao mes-
mo tempo. 
Quanto à segunda questão, será que as baterias (tanto do flash, quando da câ-
mera) aguentarão um evento de seis horas? 
Entender, portanto, o tamanho da produção nesses dois sentidos fará total dife-
rença no que concerne à escolha de equipamentos, possíveis dificuldades e, é claro, 
à sua superação;
Alinhe as expectativas
É importante sempre alinhar as expectativas do cliente com o tipo de trabalho 
desenvolvido pelo profissional de fotografia. Ainda que não seja solicitado (o que é 
extremamente raro, se é que existe), o fotógrafo de eventos sociais, principalmente, 
deve apresentar seu portfólio. 
O formato é livre, indo da tradicional pasta preta com fotos ampliadas em papel 
até versões digitais como blogs, plataformas específicas ou mesmo um domínio 
“.com” na Internet. Isso é importante para alinhar com o cliente o tipo de material 
ou mesmo um estilo de preferência para as fotografias que serão realizadas. Essa 
conversa certamente irá poupar os dois lados de dissabores futuros. 
Seja qual for o tipo de evento: social, corporativo, musical etc., investe-se muito 
na preparação de um desses acontecimentos, como um show, uma cerimônia de 
casamento ou uma festa de debutante. Entender o tipo de trabalho a ser realizado 
e os resultados esperados na entrega são fatores importantes para as duas partes 
envolvidas, tanto a parte contratante quanto a parte contratada. 
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UNIDADE Técnicas e Equipamentos Específicos
Sobre essa questão, é importante lembrar-se de que um contrato formal padrão 
pode e deve ser utilizado a fim de deixar claras as responsabilidades de cada um 
no negócio. Peça um briefing detalhado, referências e, principalmente, faça as 
perguntas certas.
Briefing: O briefing é uma espécie de documento, ou conjunto de documentos, que contém 
as informações de um trabalho. O termo vem do universo da Publicidade, mas se espalhou 
rapidamente, primeiro pelas outras áreas da Comunicação Social e depois para áreas não 
correlatas. Tradicionalmente é feito pelo responsável pelo atendimento, depois de aceitar o 
desafio de um cliente para a resolução de um problema. O briefing traz informações detalha-
das sobre o trabalho, os agentes envolvidos e é utilizado para que se trace uma estratégia.
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Considere o peso
Como vimos, não se pode levar tudo. Pense que você estará com pelo menos 
uma câmera com corpo, lente e flash dedicado e um conjunto mediano disso, cer-
tamente, pesa mais de um quilo (e em muitos casos bem mais que isso). 
Alguns fotógrafos optam por portar duas máquinas (o dobro do peso, talvez), 
cada uma equipada com uma lente de diferentescaracterísticas. Isso tem por objetivo 
poupar o tempo de troca da objetiva, de modo que não se perca o clique perfeito 
ou, como diria Henri Cartier-Bresson, o “momento decisivo”. No entanto, isso pesa. 
Há de se levar, portanto, o que é essencial, sempre em função do tipo de traba-
lho e das fotografias que serão realizadas (isso foi alinhado junto ao cliente, quando 
do fechamento do trabalho). 
Cada fotógrafo tem o seu “kit básico”, que pode mudar pouco ou muito em função 
do briefing e do tipo de evento. Pense que você precisará se movimentar livremente e 
poderá trabalhar sozinho ou, eventualmente, com um ou mais assistentes devidamen-
te equipados, se assim for necessário. Leve o que já foi testado e aprovado.
Pense, caso sinta-se seguro, em um local para deixar o equipamento que não 
está sendo usado, como uma base nos bastidores do evento, onde você possa dei-
xar as coisas razoavelmente preparadas e de modo seguro;
Considere a necessidade de um ou mais assistentes
Você sabe ainda quantas vezes o Robin salvou o Batman? 
Inúmeras. 
Um assistente pode ser de extrema utilidade se possuir conhecimento e treina-
mento adequados e, em última análise, isso depende em grande parte de você, que 
contratou ou acertou, de alguma maneira, os serviços dele. 
Se puder contar com assistentes valorosos, que depois serão alçados à categoria 
de profissionais, você pode se transformar no maestro, que comanda a orquestra, 
no verdadeiro general em campo, comandando as suas tropas (mais detalhes adian-
te). Na dúvida, é bom contar com a mão amiga, ainda que para segurar um flash;
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Tenha o seguro em dia
Eis uma questão polêmica. Vivemos num país em que a violência urbana é uma 
realidade e a maioria dos profissionais se sente pouco ou pouquíssimo a vontade ao 
tirar um equipamento caro (principalmente se for recém comprado) da segurança 
de sua casa ou de seu estúdio. 
Historicamente, estúdios e residências nas quais se sabe da existência de mate-
rial fotográfico são alvos frequentes de ladrões. Por conta de tudo isso, é indicado 
que se tenha um bom seguro, tanto para as suas câmeras quanto para as lentes 
e outros acessórios mais caros e, portanto, mais difíceis de repor. O seguro custa 
cerca de dez por cento do valor do equipamento. Caso escolha colocar os equi-
pamentos no seguro, a opção é usar um equipamento que possa ser rapidamente 
substituído, sem stress, empréstimos etc., ou seja, um equipamento provavelmen-
te ultrapassado. Trata-se aqui de uma decisão difícil (ou não), pois fotógrafos são 
novidadeiros e, como tratamos na Unidade I, o universo das tecnologias não para 
de evoluir. Rapidamente, então, um equipamento se torna obsoleto, e logo nosso 
objeto de desejo se transforma;
Pense em seu backup
É certo que todos nós sabemos da importância do backup. Lidar com isso é mui-
to simples: faça backup agora, faça backup no ato e não deixe nunca para depois. 
Se você conseguir fazer disso um hábito, tudo ficará mais fácil e seguro. 
Um backup já poderia ser considerado suficiente, mas tragédias acontecem e 
sugerimos ao menos dois, em diferentes formatos. As Tecnologias Digitais nos per-
mitem a reprodução e a cópia dos arquivos de imagem de forma fácil, e isso tam-
bém é verdade com a questão de seu arquivamento e organização. Use a “nuvem” 
(há diferentes fornecedores de espaço aqui, entre gratuitos e pagos) ou faça cópias 
em HDs externos de qualidade. Um assistente pode fazer isso, ou você mesmo, ao 
final do evento, ainda no local. 
Caso opte por passar a tarefa a outra pessoa, lembre-se de conferir imediata-
mente se realmente as fotos foram salvas e a cópia de segurança está disponível. 
Perder as fotos de um trabalho é provavelmente o maior problema que pode acon-
tecer a um fotógrafo. Isso desgasta a reputação e cria sérios problemas, inclusive 
jurídicos, sobretudo se o tipo de trabalho não puder ser repetido. Todo cuidado é 
pouco e a responsabilidade é grande. Um ensaio de família pode ser repetido, mas 
um casamento não;
Tenha um plano B
Material profissional de fotografia, geralmente, tem alta durabilidade se utilizado 
de forma correta. Entretanto, contratempos acontecem e até profissionais muito 
bem qualificados têm histórias não muito divertidas de como deixaram cair um 
flash no chão ou quebraram uma lente bastante cara que precisou ser reposta. 
Sem grandes problemas se o equipamento está no seguro, ou se o profissional 
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UNIDADE Técnicas e Equipamentos Específicos
se preocupou em fazer uma espécie de “poupança” para com alguma frequência 
atualizar o equipamento. 
A obsolescência é algo que, sem dúvida, devemos levar em conta. No meio de 
um evento, não se pode sair e comprar uma câmera DSLR profissional em qual-
quer esquina e pagar no cartão de débito. Por isso, leve uma câmera sobressalente, 
mais de uma objetiva, baterias extras, pilhas, filmes (se estiver num ensaio autoral), 
cartões de memória extra. Enfim, seja Bruce Wayne. Ninguém sabe que você é o 
Batman, mas se o coringa aparecer, você estará preparado. 
Com a mais absoluta frequência, tudo correrá da maneira planejada, mas se um 
dia a sua bateria acabar, se o seu flash quebrar ou se a sua câmera “morrer” de 
repente, você não será a donzela em apuros, será o herói ou a heroína que salvará 
o dia. 
Mas enfim, o que levar especificamente? 
Trataremos disso no próximo item.
Equipamento Básico e Avançado
Nesse item, nosso objetivo é tratar dos equipamentos básicos necessários para que 
a sessão fotográfica seja um sucesso. Trata-se, sobretudo, de utilizar bem o espaço, 
seja ele amplo ou restrito, e a mobilidade de equipamentos de diferentes portes. 
Figura 4 – A seleção do equipamento é parte fundamental da preparação para um evento
Fonte: Getty Images
Ao final, tentaremos elencar os equipamentos que seriam estritamente neces-
sários para que, a partir desta lista, cada profissional, utilizando-a como ponto de 
partida possa, à medida que vai ganhando experiência e capacidade de investi-
mento em equipamentos fotográficos, possa desenvolver uma rotina de trabalho 
e seja capaz de, em função do tipo de evento social ou corporativo, escolher que 
equipamentos levar.
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Esse tema é assim proposto, pois não há uma regra específica para essa escolha, 
embora algumas delas sejam óbvias. 
Certamente, questões ligadas a estilo e preferências pessoais poderão pautar 
alguns tipos de equipamento que estarão presentes no kit de um fotógrafo e não no 
do outro. O trabalho e a prática do dia a dia farão decantar os problemas e novos 
equipamentos poderão surgir para resolvê-los, ou mesmo outros poderão ser supri-
midos a fim de aliviar o peso ou ceder seu espaço a equipamentos mais versáteis.
Como sabemos, a fotografia trata da luz. É a luz refletida pelos objetos que 
é captada por um sensor e quase que imediatamente gravada num dispositivo 
de armazenamento. 
O processo de fotografia analógica, como também é de amplo conhecimento, 
funciona da mesma maneira. A única diferença é o suporte final da imagem, o filme 
analógico, no segundo caso, e o cartão de memória digital, no primeiro. Sem luz, 
portanto, não há fotografia. 
A luz adquire, dentro de nosso estudo, importância bastante considerável. Se 
na fotografia jornalística o dia nublado no qual acontece uma greve ou o sol a pino 
do meio dia podem fazer parte da informação que se quer tratar, e na fotografia 
publicitária tudo parece acontecer num mundo à parte ideal, potencializado pela at-
mosfera artificial do estúdio, estamos aqui tratando do tipo específico da fotografia 
social e de eventos diante de um impasse. 
É certo que não podemos contar com a luz local; isso seria de extrema impru-
dência. Somos contratados para retratar um evento corporativo, um show ou um 
casamento e a luz oferecida no local basta somente à cerimônia. Ela cria uma at-
mosfera para os convidados e esta não necessariamente satisfaz as necessidades 
técnicas para que as fotografias sejam tomadas e produzam, além de uma docu-
mentação fiel,

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