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Faculdade de Tecnologia de Praia Grande Comércio Exterior Carlos Fábio Vasconcelos Batista Gabriel Alisson de Souza Geovanna Oliveira Santos Giulia Vitor dos Santos Juan Henrique Luiz de Almeida Laysa Vicente do Nascimento NAFTA North American Free Trade Agreement Tratado Norte-Americano de Livre-Comércio Praia Grande 2023 Carlos Fábio Vasconcelos Batista Gabriel Alisson de Souza Geovanna Oliveira Santos Giulia Vitor dos Santos Juan Henrique Luiz de Almeida Laysa Vicente do Nascimento NAFTA North American Free Trade Agreement Tratado Norte-Americano de Livre-Comércio Trabalho apresentado no curso de Comércio Exterior na Faculdade de Tecnologia de Praia Grande. Professor: Frederico Moreira. Praia Grande 2023 1. Breve análise histórica O NAFTA (North American free Trade Agreement) consiste em um acordo entre os países membros com o objetivo de facilitar e incentivar o livre comércio. Iniciou-se em 1998 com o Acordo de Liberdade Econômica entre Estados Unidos e Canadá. Em 1992, visando diminuir a incidência da entrada de imigrantes nos Estados Unidos, a instalação das empresas canadenses e americanas e mão de obra barata foi que o México ingressou no NAFTA. O acordo foi efetivado em 1994, com um prazo de 15 anos para a implantação de políticas de liberação comercial regional. Desde sua criação as trocas comerciais entre os três países expandiram e uma grande quantidade de produtos já circulava livremente sem taxação. Sob tal ótica, o NAFTA contribuiu para a fomentação e geração de empregos, renda e impostos para os países atuantes. Ademais, outros objetivos atrelados a esta zona comercial foi a diminuição de barreiras alfandegárias, desenvolvimento econômico, ampliação dos investimentos e trocas mais justas. Intensificar a circulação de mercadorias entre os países é um dos pontos centrais deste bloco econômico, porém como este acordo não prevê a livre circulação de pessoas a disparidade econômica é um grande problema. Principalmente para o México, sendo os Estados Unidos e o Canadá países desenvolvidos e o México emergente. Diversas empresas e indústrias migraram dos Estados Unidos e Canadá para o México devido a legislação trabalhista mais flexível, assim surgem as indústrias maquiladoras, cujo objetivo é apenas montar o produto aproveitando a mão de obra barata. Entretanto grande parte dessas empresas são estadunidenses e devido a isto o NAFTA não trouxe avanços tecnológicos para o México. Nesse sentido, a economia mexicana depende muito da americana estando sujeita as decisões das empresas e do governo dos Estados Unidos, como na crise envolvendo Donald Trump e o NAFTA (2017-2018), por pressão de Trump e utilizando como barganha a dependência econômica mexicana, os Estados Unidos forçaram a reformulação do NAFTA. Em 2018, um novo acordo foi promulgado, USMC (United States-Mexico-Canada Agreement). Acordo no qual os Estados Unidos obtiveram maiores vantagens econômicas nessas trocas, com o objetivo de recuperar empregos estadunidenses. 2. Países membros do NAFTA O bloco econômico NAFTA é composto pelos países Estados Unidos, México e Canadá. A principal característica entre esses países membros é a desarmonia econômica entre suas estruturas sociais. Os Estados Unidos sendo um país altamente desenvolvido, com a maior economia do mundo, o maior arsenal militar e a maior força política, o Canadá considerado um país desenvolvido com alta estrutura social, porém altamente dependente da economia estadunidense, e o México que se encontra em situação emergente e que se encontra prejudicado diante de sua enorme relação de dependência para com a economia estadunidense. Os Estados Unidos são o ponto central do Nafta, atuando como a principal economia do bloco e gerando uma relação de dependência para com os outros países membros. Portanto, a participação do país com o bloco econômico é aumentar suas exportações e utilizar um amplo mercado consumidor existente. Com o Nafta os Estados Unidos reduziram consideravelmente os seus custos com importações de matérias-primas e de produtos industriais de base. Existe uma pressão interna nos EUA com relação ao Nafta. Sendo a principal questão o aparente crescimento do desemprego no país, que seria ocasionado tanto pela crise econômica financeira quanto pela migração de indústrias nacionais para o México e o Canadá. Se referindo à participação do Canadá no Nafta, sua atuação ocorreu no sentido de ampliar o seu mercado em relação aos Estados Unidos. Atualmente cerca de 80% de tudo o que o Canadá exporta vai para os EUA, destacando-se as matérias-primas. Suas principais manchas industriais encontram-se ao sul de seu território, em um claro direcionamento para a economia e o mercado consumidor estadunidenses O México contando com uma igual dependência em relação ao país vizinho, os mexicanos não gozam das mesmas condições econômicas dos canadenses, além de possuírem mais restrições dentro do bloco tanto na economia quanto em outros temas, incluindo o demográfico. Mais de 70% das exportações e quase 60% das importações mexicanas são realizadas com os Estados Unidos. Apesar do volume positivo, o saldo desse comércio é negativo para os mexicanos, haja vista que as exportações correspondem às matérias-primas de baixo custo e a maioria das importações são de produtos tecnológicos de ponta, com alto custo. Um dos resultados mais notáveis da adesão do México ao Nafta é a migração de algumas indústrias norte-americanas para as regiões de fronteira entre os dois países. Tal migração é vantajosa para tais empresas porque, em território mexicano, encontram mão de obra mais barata, fácil acesso a matérias-primas, leis trabalhistas, ambientais e fiscalizações frouxas, além de uma proximidade territorial com o mercado consumidor americano. Essas indústrias são chamadas de “maquiladoras” por apenas montar o produto final a partir de peças trazidas de outro território. Apesar da ampla proximidade econômica, territorial e política entre México e Estados Unidos, existe uma barreira no que se refere à entrada de imigrantes mexicanos em território estadunidense. Isso ocorre em virtude do elevado protecionismo dos EUA para a entrada de mexicanos, com medo de que essas saturem ainda mais o mercado de trabalho do país prejudicando sua economia. Desde 1994, os Estados Unidos constroem um muro de alta segurança entre os dois países, mesmo muitas vezes não impedindo a entrada de milhares de mexicanos em seu território em busca de mais empregos e uma qualidade de vida melhor. 3. Problema atual do Bloco Econômico O principal problema do bloco econômico NAFTA (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio) é que ele tem sido criticado por muitos por agravar as desigualdades sociais e econômicas entre seus membros, especialmente para trabalhadores em setores que enfrentam a concorrência com os países parceiros. Os críticos argumentam que, desde que o NAFTA foi assinado em 1994, houve uma perda significativa de empregos nos Estados Unidos e no Canadá, pois as empresas mudaram a produção para o México, onde os salários são mais baixos e as regulamentações ambientais e trabalhistas são menos rigorosas. O NAFTA também é criticado por alguns pela sua abordagem em relação aos direitos dos trabalhadores, bem como aos regulamentos ambientais e à soberania dos estados membros. Algumas pessoas argumentam que o acordo foi projetado para beneficiar as grandes empresas e o capital financeiro, em detrimento dos interesses dos trabalhadores e dos cidadãos comuns. Outros desafios enfrentados pelo NAFTA incluem a crescente concorrência de outros blocos econômicos, como a União Europeia e a China, bem como a necessidade de atualizar e modernizar as disposições do tratado para se adequar aos desafios econômicos e políticos do século XXI. 4. Metodologia Em face a imensa velocidade em que a tecnologia avança em seus diversos seguimentos e, principalmente, no que diz respeitoa comunicação e difusão de informações, para apresentar o conteúdo obtido, utilizou-se o método de pesquisas via world wide web. Ao analisar a qualidade das informações apresentadas nos links fornecidos, é importante considerar a fonte e sua reputação, e também a atualidade das informações. As fontes utilizadas foram: 4.1 Câmara dos Deputados: O site oficial da Câmara dos Deputados é uma fonte confiável para informações sobre atividades legislativas. No entanto, é necessário verificar se o link fornece informações detalhadas e atualizadas sobre o NAFTA. 4.2 Brasil Escola: O site Brasil Escola é uma plataforma educacional que cobre diversos assuntos na área. Amplamente utilizado como referência em trabalhos acadêmicos. É um portal educacional com centenas de milhares de páginas e artigos, que são divididos em canais e disciplinas. 4.3 Todo Estudo: O site Todo Estudo é uma plataforma educacional que abrange vários tópicos. Presta um serviço de apoio estratégico para estudantes que buscam se aprofundar mais sobre as matérias estudadas no dia a dia, trazendo curiosidades, novas visões e informações, sempre considerando as diretrizes e orientações da Base Nacional Comum Curricular. 4.4 Mundo Educação: O Mundo Educação é um portal de conteúdo educacional abrangente. É um portal educacional com centenas de milhares de páginas e artigos, que são divididos em canais e disciplinas. Fazem parte da rede OMNIA. 4.5 Lucci, Elian Alabi, e Silva, Angela Corrêa da: Esses são livros de referência em geografia, que podem fornecer informações mais abrangentes e confiáveis sobre o NAFTA. Os dados coletados expressam o objetivo do acordo, que era facilitar e incentivar o livre comércio na região. O acordo começou em 1998 entre EUA e Canadá e em 1992 o México ingressou no NAFTA. Desde a sua criação, as trocas comerciais entre os países-membros do NAFTA se expandiram e uma grande quantidade de produtos já circulava livremente sem taxação. O acordo contribuiu para a geração de empregos, renda e impostos para os países envolvidos. Além disso, os objetivos do NAFTA incluíam a redução de barreiras alfandegárias, desenvolvimento econômico, ampliação dos investimentos e trocas mais justas. No entanto, a disparidade econômica entre os países-membros, com os Estados Unidos e o Canadá sendo países desenvolvidos e o México sendo um país emergente, é um desafio. Muitas empresas e indústrias migraram dos EUA e Canadá para o México devido à mão de obra mais barata e à legislação trabalhista mais flexível. O México depende fortemente da economia dos Estados Unidos, e a relação de dependência cria vulnerabilidade diante das decisões das empresas e do governo norte-americano. Houve ainda a pressão exercida por Donald Trump em relação ao NAFTA e a reformulação do acordo para beneficiar os Estados Unidos, resultando no United States-Mexico-Canada Agreement (USMCA) em 2018. O Canadá busca ampliar seu mercado em relação aos Estados Unidos, enquanto o México possui uma dependência econômica significativa dos EUA. Mais de 70% das exportações mexicanas são para os EUA, mas o saldo comercial é negativo para o México, com exportações de matérias-primas de baixo custo e importações de produtos tecnológicos de alto custo. Além disso, tem o tema da imigração mexicana para os Estados Unidos, com restrições e barreiras para a entrada de imigrantes. Embora exista uma proximidade econômica e territorial entre os dois países, o protecionismo dos EUA dificulta a entrada de mexicanos. 5. Resultados e Discussão Depois da entrada em vigor do NAFTA, o México passou por algumas dificuldades, porém, a existência do bloco é muito importante para a economia mexicana. O surgimento da crise do peso em 1994, logo no ano em que entra em vigor do NAFTA, causou diversos danos financeiros ao país, o que naturalmente leva a pensar que a causa foi o NAFTA, todavia, quando surgiu a crise, não houve tempo necessário para que as medidas estabelecidas no acordo fossem aplicadas, e, portanto, a crise surgiu como consequência das políticas econômicas estabelecidas no México nos anos anteriores. Assim, o NAFTA serviu para que o país tivesse uma recuperação rápida daquele período de recessão econômica. Em média, em todo o período analisado, o NAFTA/USMCA aumentou o comércio intrabloco e reduziu o extrabloco, o que se caracterizaria como desvio de comércio. No entanto, Cordeiro (2016) destaca que pode ter havido criação líquida de comércio, pois a criação de comércio intrabloco foi maior que a diminuição do comércio com o resto do mundo. Como o saldo entre os coeficientes é 0,100263, tem-se um ganho líquido no comércio mundial de bens agrícolas. Salienta-se que os trabalhos de Krueger (1999) e Morais e Bender (2018) vão ao encontro a esse resultado, visto que demonstraram tendência de desvio de comércio (apesar das estimativas de Krueger terem sido inconclusivas). Porém, os referidos trabalhos analisaram setores e períodos diferentes do presente estudo mostrando os efeitos do processo de transição NAFTA-USMCA no comércio intrabloco. O resultado é positivo e significativo para o comércio intrabloco, tanto em 2016 como em 2019, mas com menor valor em 2019. Isso pode ter ocorrido devido à turbulência do período de negociação do NAFTA para o USMCA, bem como o foco das discussões em relação ao setor agrícola, gerando redução do comércio desses bens entre EUA, Canadá e México no período. De acordo com a Istoé Dinheiro (2018), os produtores agrícolas norte-americanos temiam que a estratégia de negociação dura do governo Donald Trump acentuasse os prejuízos econômicos do setor. Porém, após a finalização das negociações do novo acordo, estes acreditam que o USMCA deve levar cada país a remover, ou pelo menos reduzir, as tarifas sobre as exportações entre os membros, que antes prejudicavam os preços da carne de porco, queijo, entre outros alimentos. Portanto, foi necessário analisar o comércio dos países membros do NAFTA com o restante do mundo, de modo a verificar se houve impacto no processo de transição para o novo acordo. Conforme esperado, em complemento à estimação anterior, os coeficientes para o impacto do acordo extrabloco foram negativos e significativos, representando um desvio do comércio de bens agrícolas em ambos os anos. Porém, em 2019, o valor do coeficiente foi inferior em comparação a 2016, mostrando que o desvio de comércio gerado pelo bloco foi menor em 2019, o que também pode ser efeito de conflitos ocasionados pela renegociação do NAFTA, redirecionando parte das transações para países de fora do APC. Os resultados encontrados estão em conformidade com o momento de incerteza política e econômica ocasionado pelo período de transição entre os dois acordos. Por fim, foi possível observar que, apesar das discordâncias acerca do funcionamento do acordo preferencial de comércio, ele mostrou-se benéfico no que tange o comércio de bens agrícolas ao considerar a criação liquida de comércio, apesar do período de turbulência gerado pela renegociação do acordo. Destaca-se, adicionalmente, vantagens adjacentes da integração regional para os membros, conforme descrito por Shiells (1995): extrair benefícios econômicos de uma estrutura de produção mais eficiente permitindo melhor exploração de vantagens comparativas; questões não-econômicas, como o fortalecimento dos laços políticos e o controle dos fluxos migratórios, maior acesso a mercados, e; aumento do poder de barganha em negociações multilaterais. Assim, apesar da transição tumultuosa, o APC continua mostrando-se vantajoso para EUA, Canadá e México. Portanto, o presente trabalho buscou realizar uma avaliação do NAFTA durante o processo de transição para o USCMA, sob a ótica da criação e do desvio de comércio. Buscou se verificar se o acordo contribui para um enriquecimento do comércio internacional, especificamente do setor agrícola dadas as peculiaridades do acordo com relação ao mesmo, através da criação de comércio, ou se gerou ineficiências alocativas, caracterizando desvio de comércio. Através da estimação de equaçõesgravitacionais com dados referentes às exportações bilaterais mundiais de bens agrícolas nos anos de 2016 e 2019, foi possível perceber que, primeiramente, o NAFTA/USMCA foi responsável por criação liquida de comércio no período; em segundo, que o comércio intrabloco reduziu de 2016 para 2019, supostamente devido às desavenças do processo de transição, e terceiro, elevação do comércio extrabloco, ao encontro do resultado anterior, mostrando redução do desvio comercial no comércio agrícola do bloco. 6. Considerações Finais 7. Referências CÂMARA DOS DEPUTADOS. Acordo de livre comércio da américa do Norte NAFTA. Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoesmistas/cpcms/historico/blocoseconomicos.html/nafta.html#:~:text=Membros%20do%20NAFTA%3A%20Estados%20Unidos%2C%20Canad%C3%A1%20e%20M%C3%A9xico.>Acesso em: 07 maio de 2023. PENA, Rodolfo F. Alves. Países-membros do Nafta; Brasil Escola. Disponível em: < https://brasilescola.uol.com.br/geografia/paises-membros-nafta.htm> Acesso em 07 de maio de 2023. TODOESTUDO NAFTA. Disponível em: <https://www.todoestudo.com.br/geografia/nafta#:~:text=Mesmo%20dentro%20dos%20Estados%20Unidos,que%20nos%20outros%20dois%20pa%C3%ADses.> Acesso em: 08 maio de 2023. NAFTA EM MUNDO EDUCAÇÃO. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/nafta.htm#:~:text=O%20NAFTA%20(North%20American%20Free%20Trade%20Agreement%20%2D%20Acordo%20de%20livre,e%20alfandeg%C3%A1rias%20entre%20esses%20pa%C3%ADses.> Acesso em: 08 maio de 2023. LUCCI, Elian Alabi (Org.). Território e sociedade no mundo globalizado: Geografia. Ensino Médio. V. 02. São Paulo: Saraiva, 2010. SILVA, Angela Corrêa da (Org.). Geografia: contextos e redes. São Paulo: Moderna, 2013 MUNDO EDUCAÇÃO, Nafta. Disponível em: https://www.google.com/amp/s/mundoeducacao.uol.com.br/amp/geografia/nafta.htm. Acesso em: 14/05/2023 BRASIL ESCOLA, A participação do México no Nafta. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/amp/geografia/nafta2.htm. Acesso em: 14/05/2023