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Aula - Defensoria Pública.pdf
DEFENSORIA 
PÚBLICA
INSTITUIÇÕES JUDICIÁRIAS E ÉTICA
Rafael Parisi Abdouch
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E 
ACESSO À JUSTIÇA
“CF, Art. 1º. A República Federativa do Brasil,
formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em
Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
(...) III – a dignidade da pessoa humana”.
18/05/2020
MAS O QUE É “DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA”?
-MÍNIMO EXISTENCIAL: conjunto de prestações materiais essenciais sem as quais o 
indivíduo se encontrará abaixo da linha de dignidade. 
-Para ANA PAULA DE BARCELLOS, compõe-se de quatro elementos:
- Educação Fundamental
- Saúde Básica
- Assistência aos Desamparados
- Acesso à Justiça
18/05/2020
ACESSO À JUSTIÇA COMO 
DIREITO FUNDAMENTAL
“CF, Art. 5º. (...)
LXXIV – o Estado
prestará assistência
jurídica integral e
gratuita aos que
comprovarem
insuficiência de
recursos;”
18/05/2020
DEFENSORIA PÚBLICA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (ART. 
134, CAPUT )
DEFENSORIA PÚBLICA
PERMANENTE
ESSENCIAL 
À FUNÇAO 
JURISDICIO
NAL DO 
ESTADO
INSTITUIÇÃO
INCUMBÊNCIAS
ORIENTAÇÃO JURÍDICA
PROMOÇÃO DOS DIREITOS 
HUMANOS
PROMOÇÃO E DEFESA 
DOS DIREITOS INDIVIDUAS 
E COLETIVOS, DE FORMA 
INTEGRAL E GRATUITA, 
AOS NECESSITADOS
JUDICIAL E 
EXTRAJUDICIAL
EXPRESSÃO E 
INSTRUMENTO DO 
REGIME DEMOCRÁTICO
ART. 134, CAPUT, DA CF
18/05/2020
“CF, Art. 134, caput. A Defensoria Pública é instituição permanente, 
essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão 
e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação 
jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, 
judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma 
integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º 
desta Constituição Federal”.
- Custos vulnerabilis = guardião dos vulneráveis
PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS DA DEFENSORIA 
PÚBLICA
UNIDADE
INDIVISIBILIDADE
INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL
“AUTONOMIAS” DA DEFENSORIA PÚBLICA NA 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 9ART. 134, §§ 1º E 2º, CF)
AUTONOMIA FUNCIONAL
• Não se submete a nenhum outro Poder. Só deve obediência às leis e à 
Constituição.
AUTONOMIA ADMINISTRATIVA
• Capacidade de se autogerir, de se autoadministrar.
AUTONOMIA FINANCEIRA
• Elabora sua própria proposta orçamentária dentro dos limites 
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. 
ART. 134, §§ 2º 
E 3º, DA CF.
“CF, Art. 134, § 2º. Às Defensorias Públicas Estaduais 
são asseguradas autonomia funcional e administrativa e 
a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos 
limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e 
subordinação ao disposto no art. 99, § 2º.
§ 3º. Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias
Públicas da União e do Distrito Federal”.
GARANTIAS DOS MEMBROS DO DEFENSORIA PÚBLICA 
(ART. 43 DA LC 80/94)
ESTABILIDADE Adquire-se após o três anos de efetivo exercício do 
cargo). Pode perder o cargo: (i) por sentença judicial 
transitada em julgado; (ii) via processo administrativo 
assegurada ampla defesa; (iii) por procedimento de 
avaliação periódica de desempenho, na forma de lei 
complementar, assegurada ampla defesa.
INAMOVIBILIDADE (ÚNICA GARANTIDA PELA 
CONSTITUIÇÃO – art. 134, § 1º, parte final)
Não é absoluta. O defensor público poderá ser
removido a pedido ou por permuta, sempre entre
membros da mesma categoria da carreira e, também,
compulsoriamente, na forma da lei complementar, que
prevê, para aplicação da penalidade, a necessidade
de prévio parecer do Conselho Superior, assegurando-
se a ampla defesa em processo disciplinar. A remoção
compulsória será aplicada sempre que a falta
praticada, pela sua gravidade e repercussão, tornar
incompatível a presença do faltoso no órgão de
atuação de sua lotação. Isso não significa a
possibilidade de remoção por motivo político ou
perseguição.
DEFENSORIA PÚBLICA: DA UNIÃO E DOS ESTADOS
18/05/2020
DEFENSORIA 
PÚBLICA
DA UNIÃO
DOS ESTADOS
EXISTE 
DEFENSORIA 
PÚBLICA 
MUNICIPAL?
NÃO.
Assim como não existe Judiciário nem Ministério 
Público municipais.
Existem, isso sim, núcleos da Defensoria Pública nos 
Municípios.
18/05/2020
PODE A LEI
ESTADUAL QUE
DISPÕE SOBRE A
CARREIRA DO
DEFENSOR
PÚBLICO
ESTADUAL
GARANTIR
VITALICIEDADE?
- FOI O CASO DA LEI DO RIO DE JANEIRO.
- O STF DECIDIU QUE É INCONSTITUCIONAL. A LEI
COMPLEMENTAR (QUE É GERAL) SÓ GARANTE
ESTABILIDADE. (ADI 230/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, j.
1º/02/2010, DJe 30/10/2014).
- É possível o reconhecimento da vitaliciedade para os
membros da Defensoria Pública por alteração na Lei
Complementar (LC 80/94) que dá normas gerais para
a carreira? Divergência.
18/05/2020
O DEFENSOR 
PÚBLICO PODE 
EXERCER A 
ADVOCACIA FORA 
DAS ATRIBUIÇÕES 
INSTITUCIONAIS?
NÃO.
“CF, Art. 134, § 1º. Lei complementar organizará a
Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos
Territórios e prescreverá normas gerais para a sua
organização nos Estados, em cargos de carreira,
providos, na classe inicial, mediante concurso público de
provas e títulos, assegurada a seus integrantes a
garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da
advocacia fora das atribuições institucionais”.
DEFENSORIA 
PÚBLICA DA 
UNIÃO
Defensoria Pública da União (Justiça Federal, Justiça
Militar, Tribunais Superiores e instâncias
administrativas da União).
LC 80/94, Art. 14, “caput”. A Defensoria Pública da
União atuará nos Estados, no Distrito Federal e nos
Territórios, junto às Justiças Federal, do Trabalho,
Militar, Tribunais Superiores e instâncias administrativas
da União.
Atenção: As Defensorias Públicas Estaduais também
podem atuar junto aos Tribunais Superiores
18/05/2020
OS DEFENSORES PÚBLICOS PRECISAM DE 
OAB PARA TRABALHAR?
Para o STJ, não: “... a carreira está sujeita a regime próprio e a estatutos 
específicos; submetem-se à fiscalização disciplinar por órgãos próprios, e não pela 
OAB; necessitam de aprovação prévia em concurso público, sem a qual não é 
possível exercer as funções do cargo, além de não haver necessidade da 
apresentação do instrumento de mandato em sua atuação” (STJ, 2ª Turma, REsp
1.710.155, j. 1º/03/2018). Mas não afastaram totalmente a aplicação do 
Estatuto da OAB.
A questão ainda está pendente de julgamento pelo STF: ADI 4.636 e ADI 5.334.
Questão: podem ocupar os cargos destinados a advogados no “quinto 
constitucional” se deixarem de ser inscritos nos quadros da OAB?
18/05/2020
SERIA A 
DEFENSORIA 
PÚBLICA UMA 
“CLÁUSULA 
PÉTREA”?
- Divergência.
- Quem defende que sim entende que se existe uma 
instituição permanente e essencial à função 
jurisdicional do Estado, destinada a assegurar o 
cumprimento do direito fundamental previsto no art. 
5º, LXXIV, este reconhecido como cláusula pétrea, a 
Defensoria Pública também seria. Assim, não seria 
possível uma proposta de emenda constitucional 
tendente a abolir, ou mesmo enfraquecer ou esvaziar 
a Defensoria Pública.
18/05/2020
CONVÊNIOS 
ENTRE 
DEFENSORIA 
PÚBLICA E OAB
- As Defensorias Públicas, como não conseguem 
atender a todos os casos que são trazidos a elas 
formam convênios com a OAB. Os advogados que 
quiserem, podem se inscrever como conveniados e 
passam a ser nomeados nas causas em que a 
Defensoria Pública “não dá conta” de fazer.
- Faz sentido? Não se admite a contratação 
temporária de juízes e promotores.
- Deve acabar gradualmente, com a melhor 
estruturação da Defensoria Pública?
18/05/2020
Aula - Ministério Público.pdf
MINISTÉRIO PÚBLICO 
Instituições Judiciárias e 
Ética
Professor Rafael Parisi
Abdouch
O Ministério Público: Função Essencial à 
Justiça 
• Na Constituição Federal, o MP está previsto entre os artigos 127 e 
130-A.
• O MP é:
• Instituição permanente
• Essencial à função jurisdicional do Estado
• Ao MP incumbe:
• A defesa da ordem jurídica
• A defesa do regime democrático
• A defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis
Princípios Institucionais do Ministério Público
Garantias do Ministério Público
Garantias dos membros do Ministério Público
VITALICIEDADE Adquire-se após o período probatório (dois anos de 
efetivo exercício do cargo). Assegura a perda do cargo 
somente por sentença judicial da qual não caiba mais 
recurso (com trânsito em julgado).
INAMOVIBILIDADE Não poderá ser removido ou promovido, 
unilateralmente, sem a sua autorização ou solicitação.
Exceção: caso de interesse público, por decisão da 
maioria absoluta do Conselho Superior do Ministério 
Público, assegurada ampla defesa, poderá ser 
removido do cargo em função.
IRREDUTBILIDADE (NOMINAL) DE SUBSÍDIOS Não se garante a corrosão da inflação.
O PROCURADOR-GERAL DA 
REPÚBLICA (PGR): Chefe do 
Ministério Público da União (MPU)
• O PGR é o Chefe do MPU.
• É nomeado pelo Presidente da República
dente os integrantes da carreira, maiores 
de 35 anos, após aprovação de seu nome 
pela maioria absoluta dos membros do 
Senado Federal, para mandato de 2 anos, 
permitida mais de uma recondução, sem 
qualquer limite (art. 128, §1º, CF).
• O PGR poderá ser destituído pelo próprio 
Presidente da República, dependendo, de 
prévia autorização da maioria absoluta do 
Senado.
O PROCURADOR-GERAL DE 
JUSTIÇA (PGJ) dos Estados e do 
Distrito Federal e Territórios
• Os Ministérios Públicos dos Estados e do Distrito 
Federal e Territórios formarão uma lista de 3 dentre 
os integrantes da carreira, na forma de sua lei, para a 
escolha de seus Procuradores-Gerais, que serão 
nomeados pelo Chefe do Executivo (Governador para 
os Estados e Presidente da República no caso do MP 
do DF e Territórios).
• O PGJ terá mandato de 2 anos, sendo permitida uma 
única recondução.
• A destituição do PGJ dos Estados será implementada 
pela Assembleia Legislativa local, por deliberação da 
sua maioria absoluta, na forma da lei orgânica do 
respectivo MP.
PGJ do MP/SP 
atual
IMPEDIMENTOS (VEDAÇÕES) AOS 
MEMBROS DO MINISTÉRIO 
PÚBLICO
• Os membros do MP não podem:
• Receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, 
honorários, percentagens ou custas processuais;
• Exercer a advocacia;
• Participar de sociedade comercial, na forma da lei;
• Exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra 
função pública, salvo uma de magistério;
• Exercer atividade político-partidária;
• Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou 
contribuições, de pessoas físicas, entidades públicas ou 
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.
“QUARENTENA DE 
SAÍDA”
• O membro do Ministério
Público que se afastar do
cargo por aposentadoria ou
remuneração, não poderá
exercer a advocacia no juízo
ou tribunal do qual se
afastou, antes de decorridos
três anos do afastamento
do cargo.
Funções institucionais do Ministério Público
CF, Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de
relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo
as medidas necessárias a sua garantia;
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do
patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos
e coletivos;
IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de
intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações 
indígenas;
VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua 
competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, 
na forma da lei complementar respectiva;
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei 
complementar mencionada no artigo anterior;
VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito 
policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações 
processuais;
IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que 
compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação 
judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.
O MP no Processo Civil
CPC, Art. 176. O Ministério Público atuará na defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses e direitos sociais e individuais indisponíveis.
Art. 177. O Ministério Público exercerá o direito de ação em conformidade com suas atribuições
constitucionais.
Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como fiscal da
ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que
envolvam:
I - interesse público ou social;
II - interesse de incapaz;
III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.
Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de intervenção
do Ministério Público.
O MP no Processo Penal (alguns artigos 
relevantes do CPP)
CPP, Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por
denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir,
de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido
ou de quem tiver qualidade para representá-lo. (...)
Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do
Ministério Público, nos casos em que caiba a ação pública, fornecendo-
lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o
tempo, o lugar e os elementos de convicção.
MÓDULO 1.pdf
23/03/2023, 20:52 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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1. PODER JUDICIÁRIO
A estrutura judiciária brasileira está prevista no texto constitucional de 1988, assim, antes
de tratar das Instituições Judiciárias cabe uma breve reflexão sobre os três Poderes da
União. De acordo com artigo 2º da Constituição Federal “São Poderes da União,
independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. 
Remonta da Antiguidade a primeira base teórica sobre a separação de poderes, sendo na
obra Política[1] de Aristóteles que se vislumbrou a existência de três funções distintas que
eram exercidas pelo poder soberano, quais sejam, edição de normas, aplicação das referidas
normas e a função de julgamento, a fim de dirimir conflitos oriundos da aplicação das
normas aos casos concretos.
Não obstante, Aristóteles idealizou a teoria das três funções distintas exercidas por um
mesmo soberano, que mais tarde, foi aprimorada por Montesquieu na sua obra O Espírito
das Leis[2]. O aprimoramento se deu em razão de que as três funções eram exercidas por
três órgãos distintos, autônomos e independentes entre si. Com base nesta teoria, cada
órgão exercia uma função típica, predominante, ou seja, inerente à sua própria natureza.
A teoria de Montesquieu teve grande aceitação entre os Estados modernos sendo ao final
abrandada, permitindo-se que um órgão tivesse além do exercício da sua função típica, o
exercício de funções atípicas (de natureza de outros órgãos) sem, contudo, macular a
autonomia e independência dos mesmos. É o que ocorre na atualidade, os três Poderes
previstos constitucionalmente (art. 2º CF/88) são exercidos de forma autônoma e
independente, porém, com o exercício de funções típicas e atípicas. Nos termos do texto
constitucional cabe ao Poder Legislativo em sua função precípua, ou seja, típica, legislar. No
entanto, o legislativo ao dispor sobre sua organização a fim de prover cargos, conceder
férias e licenças a seus servidores, atua de maneira atípica, a qual seria uma função
executiva, portanto, típica de outro poder.
O Poder Executivo tem como função típica a prática de atos de chefia de Estado e atos da
administração,
porém, quando o Presidente da República adota medida provisória, com
força de lei, estamos diante do exercício de uma função atípica, a qual seria legislativa.
Por fim, com maior interesse para nossos estudos, o Poder Judiciário tem como função típica
a função de julgar, também conhecida como função jurisdicional, ou seja, dizer o direito ao
caso concreto, dirimindo conflitos que lhe são levados, quando da aplicação das leis. Não
obstante, pode o Poder Judiciário exercer funções atípicas, tais como elaborar o regimento
interno de seus tribunais (legislativa) assim como, conceder licenças e férias a seus
magistrados e serventuários (executiva).
Para melhor visualização segue quadro com as funções típicas de cada Poder:
 
Poder Função Típica
Legislativo
a) Legislar
b) Fiscalização contábil, finenceira, orçamentária
e patrimonial do Executivo.
Executivo
Prática de Atos de Chefia de Estado, Chefia de
Governo e Atos de Administração.
 
23/03/2023, 20:52 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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Judiciário
Julgar (função jurisdicional).
Dizer o direito ao caso concreto, dirimindo os
conflitos de interesse, quando da aplicação da
norma.
 
Retomando o estudo sobre o Poder Judiciário, tem ele a função precípua de julgar, o mesmo
encontra-se regularmente estruturado para exercer a sua função jurisdicional através de
seus órgãos. O Poder Judiciário é o que detém o poder jurisdicional de forma que não pode
ele abster-se de analisar as demandas jurídicas que lhe são submetidas (art. 5º, XXXV da
CF/88), configurando o princípio da inafastabilidade da jurisdição que reza: "a lei não
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito".
No entanto, pelo princípio da inércia da jurisdição, o Poder Judiciário não atua de ofício nas
demandas, ou seja, deve ser ele provocado pelo interessado para poder intervir nas
relações conflituosas, é o disposto no artigo 2o do NCPC que dispõe:
"O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as
exceções previstas em lei".
A estrutura do Poder Judiciário está prevista no artigo 92 da Constituição Federal, qual seja:
“São órgãos do Poder Judiciário: O Supremo Tribunal Federal; o Conselho Nacional de
Justiça, o Superior Tribunal de Justiça, os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; os
Tribunais e Juízes do Trabalho, os Tribunais e Juízes Eleitorais; os Tribunais e Juízes Militares
e os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
Cabe ressaltar que o rol do artigo 92 acima transcrito é um rol taxativo, de forma que
quaisquer outros órgãos, mesmo que recebam a denominação de Tribunal não integram o
Poder Judiciário, como é o caso do Tribunal Marítimo, Tribunal de Contas e outros. Ademais,
qualquer outro juízo criado à margem da Constituição Federal poderá ser considerado
ilegítimo (art. 5º XXXVII).
Para melhor exemplificar, reproduzimos abaixo o organograma do Poder Judiciário brasileiro
(Lenza, Pedro):
 
23/03/2023, 20:52 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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A doutrina costuma fazer distinção entre os órgãos do Poder Judiciário dividindo-os entre
justiça comum ou ordinária e justiça especial ou especializada. Excetua-se o órgão de
cúpula do Poder Judiciário que é o Supremo Tribunal Federal também conhecido como órgão
de superposição, pois suas decisões se sobrepõem a todas as Justiças e Tribunais, não
pertencendo, portanto, a nenhuma Justiça específica (comum ou especial).
De acordo com a divisão doutrinária é a seguinte:
Justiça Especial ou Especializada: a) Justiça do Trabalho (composta pelo Tribunal Superior do
Trabalho – TST, Tribunais Regionais do Trabalho – TRT’s e pelos Juízes do Trabalho – Varas
do Trabalho); b) Justiça Eleitoral (composta pelo Tribunal Superior Eleitoral – TSE, Tribunais
Regionais Eleitorais – TRE’s, Juízes Eleitorais e Juntas Eleitorais); c) Justiça Militar da União
(composta pelo Superior Tribunal Militar – STM e Conselhos de Justiça, Especial e
Permanente, nas sedes das Auditorias Militares); d) Justiça Militar dos Estados, do Distrito
Federal e Territórios (composta pelo Superior Tribunal de Justiça – STJ[3], Tribunal de
Justiça – TJ, ou Tribunal de Justiça Militar[4], sendo em primeiro grau, pelos Juízes de
direito togados e pelos Conselhos de Justiça, com sede nas auditorias militares).
Com caráter residual, ou seja, o que não for da competência da justiça especializada, será
da justiça comum ou ordinária, assim estruturada: a) Justiça Federal (composta pelos
Tribunais Regionais Federais – TRF’s e Juízes Federais); b) Justiça do Distrito Federal e
Territórios (Tribunais e Juízes do Distrito Federal e Territórios); c) Justiça Estadual comum
(composta pelos Tribunais de Justiça e Juízes de Direito de 1º grau).
A discussão doutrinária gira em torno de pertencer o Superior Tribunal de Justiça – STJ a
uma justiça específica, no caso, a comum ou a especial. O entendimento majoritário da
doutrina está no sentido de que o STJ não pertence a nenhuma das duas justiças, sendo
considerado também um órgão de instância máxima da justiça brasileira. No entanto, faz-se
necessário uma breve reflexão sobre a estruturação do Poder Judiciário nos termos
prescritos pela Constituição Federal. Certo é que o STJ não recebe, em regra, recursos
advindos das justiças especializadas, quais sejam, trabalhista, militar[5] e eleitoral, sendo
que cada uma delas possui o seu próprio tribunal superior.
Desta forma, o STJ tem atuação em sede recursal no que toca aos recursos vindos da
justiça comum, ou seja, Federal e Estadual. Com base neste entendimento, poder-se-ia
dizer que cada justiça especializada tem o seu tribunal superior, sendo Tribunal Superior do
Trabalho, Tribunal Superior Eleitoral e Superior Tribunal Militar, sendo que a justiça comum
também teria o seu próprio tribunal superior, qual seja, o Superior Tribunal de Justiça. Mais
uma vez relembramos que o entendimento majoritário da doutrina está no sentido de que o
STJ não pertence a nenhuma das justiças específicas.
Cabe ressaltar mais uma divisão feita entre as justiças do Poder Judiciário. Temos órgãos
judiciários federais e órgãos judiciários estaduais. As Justiças que são organizadas pela
União são as chamadas Justiças Federais, são elas: Justiça Especializada do Trabalho,
Justiça Especializada Eleitoral, Justiça Especializada Militar da União, Justiça Comum Federal
e Justiça Comum do Distrito Federal e dos Territórios, além do Supremo Tribunal Federal e
do Superior Tribunal de Justiça.
As Justiças que são organizadas pelos Estados são as chamadas Justiças Estaduais, são
elas: Justiça Especializada Militar dos Estados e a Justiça Comum Estadual. A estrutura das
Justiças Federais está prevista no texto constitucional, enquanto que das Justiças Estaduais
no texto das respectivas Constituições Estaduais, respeitadas as diretrizes constitucionais.
No que toca ao Poder Judiciário há que se falar ainda do princípio do duplo grau de
jurisdição, tendo como significado que toda demanda apresentada ao Poder Judiciário para
apreciação está sujeita a um duplo exame, sendo o primeiro exame feito pelo juízo
monocrático (um só juiz) e o segundo exame, em caráter recursal, por um juízo colegiado
(vários juízes), com prevalência da segunda decisão em relação à primeira. Exceção a este
23/03/2023, 20:52 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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princípio ocorre nas causas que têm início diretamente nos Tribunais ou órgãos colegiados e
não no juízo monocrático, denominada competência original dos Tribunais.
[1] LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado, p. 199.
[2] Idem.
[3] Cabe aqui um esclarecimento sobre o assunto em tela, o STJ não é um
órgão da Justiça Militar Estadual, no entanto, poderá o mesmo julgar,
dependendo do assunto, recursos interpostos em face dos acórdãos do TJ ou TJM. Nestes casos, o STM não julgará matéria da justiça militar
estadual já que a sua competência está restrita à justiça militar federal (enquanto instância recursal).
[4] Nos Estados em que o efetivo militar for superior a 20.000 integrantes.
[5] Verificar nota de número 3.
2. ÉTICA
Conceito - Ética é a ciência do comportamento moral (costumes, regras, convenções
estabelecidas por cada sociedade), dos homens em sociedade. É uma reflexão sobre a
moral. [1]
Desta forma, a ética tem como objeto o comportamento moral do indivíduo através da
prática reiterada de seus atos livres, visando à realização do bem comum. Sabemos que a
reiteração de certos atos pode nos tornar virtuosos ou viciados.
Objeto – Comportamento moral humano.
A ação humana nada mais é do que uma movimentação de energias que se desenvolvem no
tempo e no espaço, tais como trabalhar ou roubar, elogiar ou ofender, construir ou destruir,
agradar ou desagradar.
Normas sociais - Podemos dizer que as normas morais decorrem na verdade das
experiências morais das práticas vivenciais sócio-humanas. Desta forma, as normas éticas
têm em vista o que a experiência sócio-humana registrou como sendo bom e como sendo
mau.
Direito - Complexo de normas e obrigações, para serem cumpridas pelos homens,
compondo o conjunto de deveres, aos quais não podem fugir, sem que sintam a ação
coercitiva da força social organizada.
As normas jurídicas em muito se assemelham às normas morais, que muitas vezes
antecedem àquelas. No entanto, as normas jurídicas caracterizam-se pela cogência,
imperatividade e sanção. As normas jurídicas decorrem de um procedimento formal,
complexo e rígido (processo legislativo), com o qual se dá publicidade aos mandamentos
jurídicos.
Lacuna legal - Há regras morais que balizam as condutas humanas em sociedade, porém,
não são consideradas relevantes para o ordenamento jurídico. Exemplo: incesto.
Há, no entanto, regras jurídicas que demonstram a importância da moralidade e dos bons
costumes. Exemplo: Art. 4° da LINDB, senão vejamos: Art. 4° Quando a lei for omissa, o
juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Justiça - Nada seria mais certo do que o entendimento de que o Direito que advém da
moral fosse justo. O conceito de justiça tem-se mostrado bastante relativo. Pode adotar o
conceito jurídico daquilo que se faz conforme o Direito, ou ainda, a realização do Direito, ou
mais, num ponto de vista de discussão ética, dar a cada um o que é seu [...] a impulsão
firme e consciente para o bem.
Códigos de Ética - A ética profissional, quando regulamentada, perde seu conteúdo de
espontaneidade, passando a ser um conjunto de prescrições de conduta. Portanto, não se
fala mais em normas puramente éticas, e sim, em normas jurídicas de direito administrativo
com sanções administrativas (perdas de cargo, advertências, suspensões etc.).
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Normas puramente éticas – livre arbítrio do cidadão.
Normas éticas – conduta prescrita pelas normas administrativas.
Normas jurídicas – conteúdo legal. Coerção do Estado.
[1] NALINI, José Renato. Ética geral e profissional. 5 ed. São Paulo: RT, 2006. 
3. MAGISTRATURA
Conceito: Derivado do latim magistratus, exprime o cargo ou dignidade de magistrado.
Assim, literalmente, quer significar uma função de mando ou designar aquele que a exerce
[...] que manda, que ordena, que dirige. [1] 
 
Requisitos para Ingresso: 
a) ser brasileiro nato ou naturalizado, 
b) ser diplomado em Curso de Direito por Instituição de Ensino oficial assim reconhecida
pelo Ministério da Educação, 
c) possuir 03 anos de atividade jurídica (incluindo exercício de cargos, empregos ou
funções, inclusive de magistério superior, que exija a utilização de conhecimento jurídico –
Resolução 75 do CNJ), 
d) regularidade com o serviço militar, 
e) estar em pleno gozo dos direitos políticos, 
f) integridade física e mental 
g) boa conduta social.
Ingresso na Carreira: O concurso público de provas e títulos para ingresso na carreira de
magistrado, em regra, é composto de fases, sendo todas eliminatórias. A Resolução 75 do
CNJ dispõe sobre as diretrizes para ingresso na carreira de Magistrado. Acesse abaixo o
arquivo com a íntegra da Resolução.
Ética do Magistrado: Ao se exigir do Magistrado, enquanto aplicador da lei e da justiça,
um comportamento ético, este virá revestido por uma ética da prudentia (o bem julgar
implica em exercício constante de faculdades garantidoras da higidez psíquica. A paciência,
a prudência, o interesse pelos dramas humanos, a sadia análise dos fatos e seu cotejo com
o fluir da história, convertem o juiz em eficaz redutor de conflitos). [2] 
O juiz é antes de tudo um agente público atuante na realização da justiça e na pacificação
dos conflitos. Para que ele possa exercer com liberdade e independência seu mister,
proferindo seus julgamentos com isenção e retidão de acordo com sua convicção racional,
faz-se necessária a existência de mecanismos reguladores e sustentadores da carreira.
Garantias Constitucionais: As garantias funcionais da magistratura são atributos que
permitem ao juiz agir com liberdade e imparcialidade. Não constituem simples privilégios ou
tampouco afrontam o princípio da igualdade (Art. 5°, caput da CF/88), pois existem em
favor do jurisdicionado.
São duas espécies de garantias funcionais: de liberdade e de imparcialidade.
• São garantias funcionais de liberdade de acordo com o artigo 95 caput da
CF/88: 
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Vitaliciedade: impossibilidade da perda do cargo por mero procedimento administrativo do
Tribunal ao qual o juiz estiver vinculado. Esta garantia é adquirida após 2 anos de efetiva
atividade do magistrado quando o ingresso na Magistratura se dá por meio de concurso
público, sendo considerado este período como estágio probatório, com a necessidade do
envio de relatórios periódicos à Corregedoria-Geral de Justiça. Uma vez vitaliciado, o
magistrado somente poderá perder o cargo através de processo judicial específico, mediante
sentença judicial transitada em julgado, sendo-lhe assegurados o contraditório e a ampla
defesa.
Inamovibilidade: garantia dada aos juízes titulares, que não poderão ser removidos de
seus respectivos cargos, ou até mesmo promovidos para entrância/instância superior, sem
seu consentimento. A inamovibilidade não é uma garantia absoluta, comportando exceção
que é o interesse público. Nestes casos, a decisão caberá ao respectivo Tribunal ao qual o
juiz estiver vinculado ou ao Conselho Nacional de Justiça, por voto da maioria absoluta de
seus membros, sempre assegurado o exercício da ampla defesa (art. 93, VIII CF/88).
Irredutibilidade de subsídio: refere-se à proteção do valor nominal dos subsídios, não
alcançando esta regra a reposição de eventuais perdas inflacionárias, bem como não
impedindo descontos previdenciários e tributos incidentes.
• São garantias funcionais de imparcialidade de acordo com o artigo 95 § único
CF/88:
As garantias funcionais de imparcialidade manifestam-se por meio de vedações
constitucionais à magistratura, e são elas:
I - Exercer ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
II - Receber a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III - Dedicar-se à atividade político-partidária;
IV - Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
V - Exercer a advocacia no juízo
ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos 3 anos
do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração (quarentena). (g.n).
O dever de imparcialidade é antes de tudo um dever ético, de dignidade, de paridade de
tratamento entre as partes e de justiça na aplicação correta da lei ao caso concreto. Para
assegurar esta imparcialidade, o legislador infraconstitucional também cuidou de algumas
situações, que uma vez verificadas poderão comprometer a imparcialidade do juiz na sua
atuação processual.
Estatuto da Magistratura: De acordo com a CF/88, lei complementar, de iniciativa do
Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura (art. 93, caput). Na
falta de uma nova lei que dispusesse sobre o Estatuto da Magistratura tem-se aplicado a Lei
Orgânica da Magistratura Nacional (LOMAN), lei complementar n. 35, de 14-3-1979,
recepcionada pela Carta Magna. 
A exemplo do que ocorre com outras carreiras jurídicas, o magistrado possui deveres
fixados em lei e deve cumpri-los à risca, uma vez que, da sua atuação decisória implicará no
destino material, moral, psicológico, familiar e profissional das pessoas. A LOMAN, por
exemplo, em seu artigo 35 faz a previsão dos deveres do magistrado:
Art. 35. São deveres do magistrado: 
I - cumprir e fazer cumprir, com independência, serenidade e exatidão, as disposições legais
e atos de ofício; 
II - não exceder injustificadamente os prazos para sentenciar ou despachar; 
III - determinar as providências necessárias para que os atos processuais se realizem nos
prazos legais; 
IV - tratar com urbanidade as partes, os membros do Ministério Público, os advogados, as
testemunhas, os funcionários e auxiliares da Justiça, e atender aos que o procurarem, a
qualquer momento, quando se trate de providência que reclame e possibilite solução de
urgência; 
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V - residir na sede da comarca, salvo autorização do órgão disciplinar a que estiver
subordinado; 
VI - comparecer pontualmente à hora de iniciar-se o expediente ou sessão, e não se
ausentar injustificadamente antes de seu término; 
VII - exercer assídua fiscalização sobre os subordinados, especialmente no que se refere à
cobrança de custas e emolumentos, embora não haja reclamação das partes; 
VIII - manter conduta irrepreensível na vida pública e particular. 
[1] SILVA, De Plácido e. Vocabulário jurídico. 25ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2004. 
[2] NALINI, José Renato. Ética e justiça. São Paulo: Oliveira Mendes, 1998.
4. STF (Supremo Tribunal Federal) e STJ (Superior Tribunal de Justiça)
Órgãos do Poder Judiciário → Art. 92 da CF/88 que reza:
São órgãos do Poder Judiciário: 
I – O Supremo Tribunal Federal;
I-A – O Conselho Nacional de Justiça;
II – o Superior Tribunal de Justiça.
III – os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV – os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V – os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI – os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
4.1 Supremo Tribunal Federal - STF
O Supremo Tribunal Federal é o órgão de cúpula do Poder Judiciário, isso quer dizer, é a
máxima instância da Justiça brasileira, cabendo-lhe especialmente a guarda da Constituição
Federal.
Nos termos do artigo 101 da CF/88 o STF é composto de 11 Ministros que são escolhidos e
indicados pelo Presidente da República, devendo esta escolha ser aprovada pela maioria
absoluta do Senado Federal. Uma vez aprovada a escolha e indicação, passa-se à nomeação
do Ministro, momento em que ele é vitaliciado.
São requisitos para ocupar o cargo de Ministro do STF:
a) ser brasileiro nato, 
b) ter mais de 35 e menos de 65 anos de idade,
c) ser cidadão (estar em pleno gozo dos direitos políticos),
d) ter notável saber jurídico,
e) reputação ilibada.
A competência do STF vem prescrita na Constituição Federal em seus artigos 102 a 103,
sendo competência:
a) originária, 
b) recursal ordinária, 
c) recursal extraordinária
d) competência para a edição de súmulas vinculantes.
(O STF poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus
membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a
partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais
órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal,
estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma
estabelecida em lei - artigo 103-A CF/88).
O Supremo Tribunal Federal tem sede na Capital Federal (Brasília) e jurisdição em todo o
território nacional.
4.2 Superior Tribunal de Justiça – STJ
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Composição → O Superior Tribunal de Justiça, nos termos do artigo 104 da CF/88 é
composto de pelo menos 33 Ministros, os quais serão escolhidos e nomeados pelo
Presidente da República, após aprovação pelo Senado Federal em maioria absoluta.
Requisitos → São requisitos para ocupar o cargo de Ministro do STJ: 
a) ser brasileiro nato ou naturalizado,
b) ter mais de 35 e menos de 65 anos,
c) notável saber jurídico,
d) reputação ilibada.
Regra do terço constitucional → A escolha dos Ministros do STJ segue a regra do terço
constitucional, ou seja, 1/3 de Desembargadores Federais dos Tribunais Regionais Federais,
1/3 de Desembargadores dos Tribunais de Justiça, 1/3 de Advogados e Membros do
Ministério Público (não especializado – regra do artigo 94 da CF/88).
Art. 94 – Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos
Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério
Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de
reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista
sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. (g.n).
Nota - Verifica-se uma limitação no poder de escolha do Presidente da República, uma vez
que necessariamente, o Ministro a ser escolhido será proveniente de um dos órgãos do
Poder Judiciário listados, da Advocacia ou do Ministério Público. No caso dos
Desembargadores Federais e dos Desembargadores dos Tribunais de Justiça, o STJ
elaborará lista tríplice, enviando-a ao Presidente da República que escolherá um nome e
depois o nomeará Ministro após a aprovação do Senado Federal.
No caso da escolha de Advogados e Membros do Ministério Público, os órgãos de
representação de cada classe farão a indicação em lista sêxtupla de seus membros.
Órgãos de representação → Colégio de Procuradores da República pela indicação de
membros do Ministério Público Federal. Conselhos Superiores de cada Ministério Público
Estadual e Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil com relação à Advocacia. 
Competência → A competência do STJ vem prescrita na Constituição Federal em seu artigo
105, sendo competência originária, recursal ordinária e recursal especial (guarda do direito
federal comum).
Jurisdição → O Superior Tribunal de Justiça tem sede na Capital Federal (Brasília) e
jurisdição em todo o território nacional. 
Há divergência na doutrina quanto à classificação do STJ como um órgão de superposição,
tal qual o STF, como visto acima.
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JUSTIÇA DO TRABALHO
Nesta aula daremos sequência aos órgãos que compõem o Poder Judiciário,
iniciando este módulo com o estudo da Justiça Especializada do Trabalho.
Justiça do Trabalho→ A Justiça do Trabalho exerce atividade especializada em
razão da matéria.
 
Previsão constitucional → Arts. 111 a 116.
 
Competência da Justiça do
Trabalho → A competência da Justiça do Trabalho
vem prevista no artigo 114 da CF/88. Dentre as alterações trazidas pela Emenda
Constitucional número 45, de 30 de dezembro de 2004, tem-se a ampliação da
competência da Justiça do Trabalho, inicialmente prevista como julgamento da
“relação de emprego” para “relação de trabalho” no novo texto constitucional
(competência processual), excetuando-se as ações instauradas entre o Poder
Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária
ou de caráter jurídico-administrativo (por força da ADI 3.395-6 em virtude de
liminar com efeito ex tunc que suspendeu toda e qualquer interpretação dada ao
inciso I do artigo 114 que inclua na competência da Justiça do Trabalho a
apreciação de causas que sejam instauradas entre o Poder Público e seus
servidores, a ele vinculados pela típica relação de ordem estatutária ou de caráter
jurídico-administrativo).
 
Ainda, de acordo com o artigo 114, compete à Justiça do Trabalho processar e
julgar:
• as ações que envolvam exercício do direito de greve;
• as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e
trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;
• os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato
questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
• os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista,
ressalvado o disposto no artigo 102, I, "o";
• as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da
relação de trabalho;
• as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores
pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho;
• a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no artigo 195,I, "a" e
II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
• outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.
 
Organização da Justiça do Trabalho
O art. 111 da CF/88 dispõe sobre os órgãos da Justiça do Trabalho:
 
I – o Tribunal Superior do Trabalho.
II – os Tribunais Regionais do Trabalho
III – Juízes do Trabalho.
Vejamos o organograma da Justiça do Trabalho:
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Tribunal Superior do Trabalho – TST 
É o órgão de cúpula da Justiça do Trabalho. Em regra, suas decisões são
irrecorríveis, salvo os casos previstos em lei, bem como as decisões que
contrariarem a Constituição Federal/88.
 
Composição → O Tribunal Superior do Trabalho, nos termos do artigo 111-A da
Constituição Federal, é constituído por 27 Ministros, escolhidos dentre brasileiros
com mais de 35 e menos de 65 anos, nomeados pelo Presidente da República
após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
 
- 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade
profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de
efetivo exercício, observado o disposto no art. 94 da CF/88.
 
- Os demais, ou seja, 4/5, dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho,
oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior do
Trabalho. Anote que o texto fala em magistratura da carreira, ou seja, os juízes
dos TRTs que ingressaram por meio da regra do quinto constitucional não poderão
integrar a lista desses 4/5 de Ministros do TST.
 
Tribunais Regionais do Trabalho – TRT’s
Os Tribunais Regionais do Trabalho estão divididos por Região, sendo ao todo 24
Regiões no território nacional. 
 
Composição→ Nos termos do artigo 115 da Constituição Federal os Tribunais
Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, 07 juízes, recrutados quando
possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre
brasileiros com mais de 30 e menos de 65 anos, sendo:
 
- 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade
profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de
efetivo exercício, observado o disposto no artigo 94 da CF/88.
 
- Os demais integrantes dos TRT’s, ou seja, 4/5 serão mediante promoção
de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento, alternadamente.
Cabe anotar que que como forma de efetividade do processo os TRTs instalarão a
justiça itinerante com a realização de audiências e demais atividades da função
jurisdicional, nos limites territoriais das respectiva jurisdição, podendo ainda
funcionar descentralizadamente, com a constituição de Câmaras regionais,
assegurando deste forma o pleno acesso à justiça.
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Os Tribunais Regionais do Trabalhos estão dividos por Região, conforme segue:
1a Região - Rio de Janeiro 13a Região - Paraíba
2a Região - São Paulo 14a Região - Acre e Rondônonia
3a Região - Minas Gerais 15a Região - Campinas (SP)
4a Região - Rio Grande do Sul 16a Região - Maranhão
5a Região - Bahia 17a Região - Espírito Santo
6a Região - Pernambuco 18a Região - Goiás
7a Região - Ceará 19a Região - Alagoas
8a Região - Pará e Amapá 20a Região - Sergipe
9a Região - Paraná 21a Região - Rio Grande do Norte
10a Região - Distrito Federal e Tocantins 22a Região - Piauí
11a Região - Amazonas e Roraima 23a Região - Mato Grosso
12a Santa Catarina 24a Região - Mato Grosso do Sul
Observação: Os Estados grafados em negrito indicam a sede do TRT respectivo.
Juízes do Trabalho
Dispõe a Constituição Federal que nas Varas do Trabalho, a jurisdição será
exercida por um juiz singular, com ingresso na magistratura do Trabalho,
mediante concurso público de títulos e provas. As Varas do Trabalho compõem a
primeira instância do Judiciário laboral e são instituídas por lei.
Em comarcas em que não houver Vara do Trabalho, a competência será atribuída
aos juízes de direito, com recurso para o Tribunal Regional do Trabalho da
respectiva Região.
 
De acordo com o artigo 668 da CLT “Nas localidades não compreendidas na
jurisdição das Juntas de Conciliação e Julgamento (JCJ), os Juízes de Direito são
órgãos de administração da Justiça do Trabalho, com a jurisdição que lhes for
determinada pela lei de organização judiciária local”.
 
Nota: A Emenda Constitucional n.o 24/99 extinguiu a representação classista da
Justiça do Trabalho, substituindo as Juntas de Conciliação e Julgamento (órgão
colegiado), composta por 1 juiz do trabalho e 2 juízes classistas pelos Juízes do
Trabalho (órgão singular) que exercem a jurisdição nas Varas do Trabalho. A
referida emenda assegurou o cumprimento dos mandatos dos então ministros
classistas temporários do TST e dos juízes classistas temporários dos TRTs e das
extintas JCJ. 
Casuística: O STF já se manifestou sobre alguns pontos trazidos pela Reforma do
Judiciário (EC 45/2004) a saber:
A Justiça do Trabalho não é competente para apreciar as causas instauradas
entre o Poder Público e seus servidores,a ele vinculados por típica relação de
ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo.
Ação de indenização por danos morais e materiais decorrentes de acidente de
trabalho - competência da Justiça do Trabalho.
Ação de indenização proposta por viúva e filhos de empregado morto em
serviço - Justiça do Trabalho.
A Justiça do Trabalho não tem competência para julgar ações penais.
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Segundo o STJ, a Justiça do Trabalho não tem competência para julgar ação
alusiva a relações contratuais de caráter eminentemente civil, diversa da
relação de trabalho.
Ação Possessória decorrente do exercício do direito de greve: Justiça do
Trabalho. 
 
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JUSTIÇA MILITAR
Trata-de se Justiça Especializada → Direito (Penal) Militar.
Organização → De acordo com o artigo 122 da CF/88 são órgãos da Justiça
Militar:
I – O Superior Tribunal Militar.
II – Os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.
 
Há dois tipos de servidores militares: integrantes das Forças Armadas (Marinha,
Exército e Aeronáutica) e militares dos Estados, Distrito Federal e Territórios, que
integram as Forças Auxiliares e reserva do Exército (Polícia Militar e Corpo de
Bombeiro Militar). 
 
Há, portanto, duas justiças militares: Justiça Militar da União (art. 124 da CF/88)
e Justiça Militar dos Estados (art. 125, §§ 3º, 4° e 5º da CF/88).
 
Competência da Justiça Militar da União
 
De acordo com o artigo 124 da CF/88 a Justiça Militar da União tem competência
exclusivamente penal, competindo-lhe processar e julgar os crimes militares
definidos em lei. Ainda dispõe referido artigo que lei disporá sobre a organização,
funcionamento e a competência da Justiça Militar. 
 
A lei 8457/92 organizou a Justiça Militar da União. De acordo com este diploma
legal o território brasileiro está dividido em 12 Circunscrições Judiciárias Militares
(CJM), sendo:
 
1ª - Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo;
2ª - Estado de São Paulo;
3ª - Estado do Rio Grande do Sul;
4ª - Estado de Minas Gerais;
5ª - Estados do Paraná e Santa Catarina;
6ª - Estados da Bahia e Sergipe;
7ª - Estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas;
8ª - Estados do Pará, Amapá e Maranhão;
9ª - Estados do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso
10ª - Estados do Ceará e Piauí;
11ª - Distrito Federal, Estados de Goiás e Tocantins;
12ª - Estados do Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia.
 
A primeira instância da Justiça Militar da União é composta pelo Juiz Federal da
Justiça MIlitar da União e pelos Conselhos de Justiça Militar (Especial e
Permanente – Órgãos Colegiados), os quais funcionarão nas sedes das Auditorias
Militares (mínimo de 1 Auditoria Militar por Circunscrição Judiciária Militar). Em
jurisdição superior pelo Superior Tribunal Militar (STM).
Vejamos o organograma da Justiça Militar da União:
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Juiz Federal da Justiça Militar da União
De acordo com a lei 13.774/2018 o Juiz Federal da Justiça MIlitar da União passa
a ter competência para processar e julgar civis no caso de prática dos crimes
previstos nos incisos I e III do art. 9o do Código Penal Militar, asism como os
militares, quando estes forem acusados conjuntamente com os civis em mesmo
processo.
 
Conselho Especial de Justiça
Este Conselho é competente para o julgamento dos Oficiais, exceto Oficiais-
Generais – cuja competência é originária do STM - nos delitos previstos na
legislação penal militar. 
A competência deste conselho se estende aos crimes praticados em coautoria com
oficiais, mesmo que por não oficiais. Cabe ressaltar que o Conselho Especial é
constituído para cada processo e dissolvido após a conclusão dos seus trabalhos.
 
Conselho Permanente de Justiça
Este Conselho é competente para julgamento das Praças (não Oficiais). É
renovado a cada 3 meses consecutivos.
 
Os Conselhos Especial e Permanente são compostos cada, do Juiz Federal e quatro
Juízes Militares.
 
Antes de prosseguirmos para melhor visualização segue quadro ilustrativo dos
postos e graduações das Forças Armadas:
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Superior Tribunal Militar – STM 
Composição
Compõe-se de 15 Ministros vitalícios, sendo 3 oficiais-generais da Marinha, da
ativa e do posto mais elevado da carreira, de 4 oficiais-generais do Exército, da
ativa e do posto mais elevado da carreira, de 3 oficiais-generais da Aeronáutica,
da ativa e do posto mais elevado da carreira e de 5 civis, dos quais, 3 serão
escolhidos dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais
de 10 anos de efetiva atividade profissional, 1 dentre juízes auditores e 1 membro
do Ministério Público da Justiça Militar. 
 
Requisitos
Oficiais – generais (brasileiros natos).
Civis – brasileiro (nato ou naturalizado), mais de 35 anos de idade, notório saber
jurídico, conduta ilibada com mais de 10 de efetiva atividade profissional para os
advogados.
 
Nomeação
Cabe ao Presidente da República apontar a indicação dos 15 Ministros, a qual deve
ser aprovada pela maioria simples do Senado Federal. Uma vez aprovada a
indicação, deve-se proceder à nomeação.
23/03/2023, 20:54 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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O STM tem competência originária e recursal de acordo com seu Regimento
Interno.
 
Notas:
a) A Justiça Militar da União poderá em alguns casos, julgar além dos Militares
integrantes das Forças Armadas, também o civil em crimes praticados contra as
instituições militares, como por exemplo, contra o patrimônio sob a administração
militar, ou contra a ordem administrativa militar, ou em lugar sujeito a
administração militar contra militar em situação de atividade ou assemelhado, ou
contra funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no exercício de função
inerente ao seu cargo e outras hipóteses previstas no artigo 9° do Código Penal
Militar.
b) No que toca aos crimes dolosos contra vida em que a CF/88 prevê como sendo
o julgamento da competência do Tribunal do Júri, para a Justiça Militar da União,
quando praticados contra civil serão da competência da justiça comum (Tribunal
do Júri) e não da especializada militar, salvo se praticado no contexto de ação
militar realizada na forma do artigo 303 da Lei 7.565/1986 (CBA - Código
Brasileiro de Aeronáutica), notadamente no abate de aeronave considerada hostil
(Lei 9.614/98), bem como, quando praticados no contexto:
a) de cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo Presidente da
República ou pelo Ministro de Estado da Defesa;
b) de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão militar,
mesmo que não beligerante; ou
c) de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei e da
ordem ou de atribuição subsidiária, realizadas em conformidade com o disposto no
art. 142 da CF/88 e demais diplomas legais pertinentes.
 
Competência da Justiça Militar dos Estados
 
De acordo com o artigo 125 da CF/88, §3°, a lei estadual poderá criar, mediante
proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, sendo:
 
1° grau – Juízes de Direito (Juiz Auditor) e Conselhos de Justiça (Permanente e
Especial).
 
2° grau – Tribunal de Justiça ou Tribunal de Justiça Militar em que o efetivo militar
seja superior a 20.000 integrantes (exemplos: São Paulo, Minas Gerais e Rio
Grande do Sul). No caso da inexistência de um TJM, o órgão recursal será o
próprio Tribunal de Justiça (TJ).
Vejamos o organograma da Justiça MIlitar dos Estados:
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Cabe ressaltar que é de competência da Justiça Militar dos Estados processar e
julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei, e as ações
judiciais contra atos disciplinares militares. Neste particular conclui-se que a
Justiça Militar Estadual não julga civis.
 
Conselhos de Justiça
a) Permanente
A este Conselho compete processar e julgar as Praças – soldados, cabos,
sargentos, subtenentes e aspirantes a oficial.
b) Especial
A este Conselho compete processar e julgar os tenentes, capitães, majores,
tenentes-coronéis e coronéis.
Os Conselhos de Justiça, compostos por 1 juiz de direito e 4 juízes militares
(Oficiais sorteados e temporários para o exercício
da função específica) têm
competência para processar e julgar os militares nos crimes militares, exceto
aqueles praticados contra civil.
Juiz de Direito do Juízo Militar Estadual
De acordo com o artigo 125 da CF, § 5º, compete aos juízes de direito do juízo
militar processar e julgar, singularmente (juízo monocrático), os crimes militares
cometidos por militares contra civis (exceto crime doloso contra a vida) e as ações
judiciais contra atos disciplinares militares.
MÓDULO 5.pdf
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JUSTIÇA COMUM
1. Justiça Federal comum
Excetuando-se a competência das justiças especializadas, a competência da
Justiça Federal é estabelecida em razão da matéria ou das pessoas envolvidas,
conforme disposto no artigo 109 da CF/88.
1.1 Organização
De acordo com o artigo 106 da CF/88:
São órgãos da Justiça Federal:
I – os Tribunais Regionais Federais.
II – os Juízes Federais.
2. Tribunais Regionais Federais (TRF’s)
A Justiça Federal, previsão constitucional se encontra estruturada em dois graus
de jurisdição, composta pelos Tribunais Regionais Federais e pelos Juízes Federais.
 
2.1 Criação
De acordo com o artigo 27, §6º, do ADCT:
Ficam criados cinco Tribunais Regionais Federais, a serem instalados no prazo de
seis meses a contar da promulgação da Constituição [...]
Os Tribunais Regionais Federais que integram o 2º grau de jurisdição compõem-se
de, no mínimo, 07 juízes, recrutados quando possível, na respectiva região; vale
dizer, não há um TRF para cada Estado da Federação, de forma que são cinco (05)
TRF’s ao todo, distribuídos por cinco Regiões no país.
O TRF da 1ª Região tem sede em Brasília e jurisdição sobre o Distrito Federal e
os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso,
Minas Gerais, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins (composição inicial – 18
Magistrados).
O TRF da 2ª Região tem sede no Rio de Janeiro com jurisdição sobre os Estados
do Rio de Janeiro e do Espírito Santo (composição inicial de 14 Magistrados).
O TRF da 3ª Região tem sede em São Paulo com jurisdição sobre os Estados de
São Paulo e Mato Grosso do Sul (composição inicial de 18 Magistrados).
O TRF da 4ª Região tem sede em Porto Alegre com jurisdição sobre os Estados
do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina (composição inicial de 14
Magistrados).
Por fim, o TRF da 5ª Região tem sede em Recife com jurisdição sobre os Estados
de Pernambuco, Alagoas, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe
(composição inicial de 10 Magistrados).
Por força da Emenda 73/2013 foram criados 4 novos Tribunais Regionais Federais,
da 6ª, 7ª, 8ª e 9ª Região, por meio da introdução do §11 ao artigo 27 do ADCT
que reza:
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São criados, ainda, os seguintes Tribunais Regionais Federais: o da 6ª Região,
com sede em Curitiba, Estado do Paraná, e jurisdição nos Estados do Paraná,
Santa Catarina e Mato Grosso do Sul; o da 7ª Região, com sede em Belo
Horizonte, Estado de Minas Gerais, e jurisdição no Estado de Minas Gerais; o da
8ª Região, com sede em Salvador, Estado da Bahia, e jurisdição nos Estados da
Bahia e Sergipe; e o da 9ª Região, com sede em Manaus, Estado do Amazonas, e
jurisdição nos Estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima.
No entanto, contra esta Emenda foi ajuizada ADI com concessão de liminar para
suspensão dos seus efeitos.
2.2 Requisitos 
De acordo com o artigo 107 da CF/88 são requisitos para o cargo de juiz do TRF:
a) ser brasileiro nato ou naturalizado;
b) ter mais de 30 e menos de 65 anos de idade.
2.3 Composição
De acordo com o artigo 94 da Constituição Federal, 1/5 dos lugares dos TRF’s será
composto por Membros do Ministério Público com mais de dez anos de carreira, e
de Advogados, de notório saber jurídico e reputação ilibada, com mais de dez
anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de
representação da respectiva classe. (Conselho Federal da OAB e Colégio de
Procuradores da República). Desta forma, os outros 4/5 serão compostos por
juízes de carreira com mais de cinco anos (ingressaram mediante concurso público
de provas e títulos). É a regra do quinto constitucional.
2.4 Competência
A competência dos TRF’s é originária e recursal, prevista no artigo 108 da CF/88. 
3. Juízes Federais
As Varas Federais que integram o 1º grau de jurisdição são compostas por juízes
que ingressaram na carreira por meio de concurso público de provas e títulos, com
competência originária prevista no artigo 109 da CF/88.
3.1 Competência Delegada
Nas ações previdenciárias em que a comarca não seja sede de vara do juízo
federal será competente a justiça estadual do foro do domicílio dos segurados ou
beneficiários.
4. Juizados Especiais
A lei 10.259/01 instituiu os juizados especiais cíveis e criminais no âmbito da
Justiça Federal (criminal → processamento e julgamento dos crimes de menor
potencial ofensivo; cível → causas de menor complexidade – até 60 salários
mínimos). 
5. Justiça Estadual comum
Compete à Justiça Estadual comum, por critério residual, o julgamento de causas
que não forem de competência das Justiças Especializadas e da Justiça Federal
(Art. 125 da CF/88).
CF- Art. 125 – Os Estados organizarão sua justiça, observados os princípios
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estabelecidos nesta Constituição.
CE – (Art. 54). São órgãos da justiça local do Estado de São Paulo o Tribunal de
Justiça, o Tribunal de Justiça Militar, os Tribunais do Júri, as Turmas de Recursos,
os Juízes de Direito, as Auditorias Militares, os Juizados Especiais e os Juizados de
Pequenas Causas. 
5.1 Organização
A justiça estadual comum é composta em regra por dois graus de jurisdição,
sendo o segundo grau integrado pelos Tribunais de Justiça (colegiados) e o
primeiro grau pelos juízes de direito (monocrático, exceção do Tribunal do Júri). 
6. Tribunais de Justiça dos Estados
6.1 Composição
Os Tribunais de Justiça compõem-se de 1/5 de membros da advocacia e do
Ministério Público e 4/5 de juízes de direito da carreira, na forma do artigo 94 da
CF.
6.2 Competência
Os Tribunais de Justiça de cada Estado da Federação estão localizados nas
Capitais, assim como no Distrito Federal com jurisdição em todo o território do
referido Estado. A competência recursal destina-se a reexaminar decisões
proferidas em 1º grau de jurisdição pelos juízes de Direito, ressalvada a
competência originária em alguns casos. Mediante promoção pelos critérios de
merecimento e antiguidade (alternadamente) é que o juiz de 1º Grau é promovido
para o Tribunal. Os juízes dos Tribunais de Justiça são denominados
Desembargadores.
7. Juizados Especiais
A lei 9.099/95 instituiu os juizados especiais cíveis e criminais no âmbito da
Justiça Estadual.
 
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 MINISTÉRIO PÚBLICO
1. Definição
A instituição do Ministério Público vem prevista no artigo 127 da CF/88, o qual
dispõe: 
O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do
Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis. 
2. Composição
Estruturalmente o Ministério Público divide-se em: Ministérios Públicos dos
Estados e Ministério Público da União, que por sua vez compreende os Ministérios
Públicos Federal, do Trabalho, Militar e do Distrito Federal (art. 128 da CF).
Não há na Constituição a previsão da carreira do Ministério Público Eleitoral.
Em
sendo assim, a função eleitoral do Ministério Público é desempenhada por
membros do próprio Ministério Público Federal junto aos TREs e TSE e membros
do Ministério Público Estadual junto aos Juízes e Juntas Eleitorais (previsão
normativa). 
A seguir quadro ilustrativo para melhor entendimento:
3. Carreira
O ingresso na carreira do Ministério Público se dá mediante concurso público de
provas e títulos. O concurso divide-se em prova preambular, prova escrita e
arguição oral pública, além da realização de exame psicotécnico e entrevista
pessoal do candidato. A apresentação dos títulos pelo candidato é classificatória e
não eliminatória. (art. 129, §3°).
4. Requisitos
São requisitos para ingresso na carreira do Ministério Público ser brasileiro nato ou
naturalizado, ser bacharel em Direito, comprovação do exercício de atividade
jurídica por três anos, regularidade com o serviço militar, ser cidadão, ter
integridade física e mental e boa conduta social.
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5. Atribuições funcionais
Podemos dizer, de acordo com a previsão legal do artigo 129 da CF/88 que são
atribuições do Ministério Público:
5.1 No âmbito penal: o inciso I do artigo 129 da CF/88 confere exclusividade ao
Ministério Público na propositura da ação penal pública. Exceção prevista no artigo
5º, LIX, onde se admite a ação privada nos crimes de ação pública, se esta não
for intentada no prazo legal (Ação penal privada subsidiária, sem retirar, contudo,
a titularidade do MP). Nos casos de ação penal privada exclusiva proposta pelo
particular o MP atuará como custos legis.
5.2 No âmbito civil: O Ministério Público poderá atuar como parte processual
(Ações Civis Públicas – ações de objeto não penal. Ex: defesa do patrimônio
público, meio ambiente, consumidor e outros, no entanto, sem exclusividade) ou
como órgão interveniente. Quando atuar como órgão interveniente o fará como
fiscal da lei (custos legis), atuando em causas em que houver incapazes, nas
relativas ao estado da pessoa, pátrio poder, tutela, curatela, casamentos e outros,
assim como nos casos em que houver o interesse público.
Cabe lembrar que o rol das atribuições do artigo 129 é meramente
exemplificativo, isso quer dizer, outras atribuições poderão surgir, desde que
compatíveis com as finalidades do Ministério Público.
6. Garantias
Assim como ocorre na magistratura, os membros do Ministério Público gozam de
algumas garantias constitucionais, sendo: (art. 128, §5°, I).
a) vitaliciedade (adquirida após 02 anos de estágio probatório).
b) inamovibilidade (salvo nos casos de interesse público, mediante votação da
maioria absoluta do órgão colegiado competente do MP, assegurada a ampla
defesa).
c) Irredutibilidade de subsídios (proteção do valor nominal dos subsídios).
7. Vedações
Também a exemplo do que ocorre com os magistrados, existem vedações
constitucionais para os Membros do Ministério Público previstas no artigo 128, II,
quais sejam: (art. 128, §5°, II).
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou
custas processuais.
b) exercer a advocacia.
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei. d) exercer, ainda que em
disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério.
e) exercer atividade político-partidária (ver art. 29, §3º do ADCT sobre a
possibilidade de o membro do MP optar pelo regime anterior).
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas
físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.
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g) quarentena (art. 95, parágrafo único, V).
8. Denominações
As denominações dos membros do Ministério Público variam de acordo com o grau
de jurisdição em que atuam. Em primeira instância o membro do Ministério
Público estadual recebe a denominação de Promotor de Justiça (substituto ou
titular). Já em segunda instância o membro do Ministério Público recebe a
denominação de Procurador de Justiça.
9. Chefia
O Chefe do Ministério Público da União é escolhido dentre os integrantes da
carreira com mais de 35 anos, nomeado pelo Presidente da República, após
aprovação de maioria absoluta dos membros do Senado Federal, sendo
denominado Procurador-Geral da República. Já o Chefe do Ministério Público
Estadual é escolhido dentre integrantes da carreira em lista tríplice e nomeado
pelo Governador do Estado respectivo, sendo denominado Procurador-Geral de
Justiça. (art. 128, §1° e 3º da CF).
10. Referências Legislativas
Lei Complementar nº 75/1993 – Lei Orgânica do Ministério Público da União. 
Lei nº 8.625/1993 – Lei Orgânica Nacional do Ministério Público. 
Observação: Cada Ministério Público do Estado tem a sua própria Lei Orgânica,
observadas as diretrizes da Lei Orgânica Nacional do Ministério Público.
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POLÍCIA 
1. Conceito
Corporação que engloba os órgãos e instituições incumbidos da prevenção e
repressão à prática de crimes, bem como responsáveis em impor ao cidadão o
respeito às leis e regras sociais, a fim de garantir a manutenção da ordem e da
segurança pública. ¹
2. Segurança Pública
A Constituição Federal trata em seu artigo 144 da Segurança Pública, que é dever
do Estado, direito e responsabilidade de todos, tendo como objetivo fundamental
a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. 
3. Organização
Art. 144 da CF – A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade
de todos, é exercido para a preservação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I – polícia federal.
II – polícia rodoviária federal.
III – polícia ferroviária federal.
IV – polícias civis.
V – polícias militares e corpos de bombeiros militares.
4. Organograma
Para que a Segurança Pública possa alcançar os seus objetivos, ela está
estruturada, de acordo com o artigo 144 da CF, com os seguintes órgãos: Polícia
Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal, Polícias Civis,
Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares.
 
Segue quadro ilustrativo para melhor visualização (Lenza, Pedro):
Por questões estruturais a atividade policial é dividida inicialmente em duas
grandes áreas: 
 
5. Polícia Administrativa
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É aquela polícia que atua preventivamente, buscando evitar que o crime aconteça.
Responsável pela manutenção da tranquilidade social, procura desestimular a
prática criminal. São exemplos da atividade policial administrativa, abordar
cidadãos, dissolver algazarras e outros (poder de polícia da autoridade policial).
 Podemos citar como exemplos da polícia administrativa: Polícia Rodoviária Federal
(União), Polícia Ferroviária Federal (União) e Polícias Militares (Estados).
 
5.1 Polícia Rodoviária Federal - vinculada à União, tem atribuição específica de
efetivar o patrulhamento ostensivo nas rodovias federais.
 
5.2 Polícia Ferroviária Federal - vinculada à União com atribuição específica de
patrulhar ostensivamente as ferrovias federais.
 
5.3 Polícias Militares - vinculadas aos Estados e ao Distrito Federal, com função de
polícia ostensiva, bem como a função de preservação da ordem pública. 
 
6. Polícia Judiciária
 
A Polícia Judiciária também é conhecida como polícia de investigação, tem função
de investigar a prática de infrações penais, a fim de apurar as respectivas
autorias. Ao lado da apuração
dos delitos, cabe também à polícia judiciária auxiliar
o Poder Judiciário na execução de medidas administrativas e processuais, tais
como: cumprimento de diligências, mandados de prisão e outros. Podemos citar
como exemplos de Polícia Judiciária a Polícia Federal (União) e as Polícias Civis
(Estados). 
 
6.1 Polícia Federal - vinculada à União, cabendo-lhe exercer as funções de polícia
marítima, aeroportuária e de fronteiras, e, em caráter de exclusividade, as
funções de polícia judiciária da União, além, de apurar infrações penais contra a
ordem política e social, ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União
ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, bem como outras infrações
que causem repercussão interestadual ou internacional. É também da
competência da polícia federal, por fim, a prevenção e a repressão ao tráfico ilícito
de entorpecentes, ao contrabando e ao descaminho, sem prejuízo da atuação de
outros órgãos públicos. 
 
6.2 Polícias Civis - vinculadas aos Estados e ao Distrito Federal, destinando-se ao
exercício das funções de polícia judiciária, incluindo a apuração de infrações
penais, ressalvada a competência da União. 
 
Cabe ressaltar que de acordo com CF/88 os Municípios poderão constituir guardas
municipais destinas à proteção de seus serviços e instalações, conforme dispuser
a lei (artigo 144,§8º). Trata-se de dispositivo constitucional que já foi
regulamentado pela Lei 13.022/2014 que dispõe sobre o Estatuto Geral das
Guardas Municipais e que está sendo questionada no STF, ainda pendente de
julgamento.
 
7. Corpo de Bombeiros
 
No que toca ao Corpo de Bombeiros, também considerado força auxiliar e reserva
do Exército, é igualmente vinculado aos Estados e ao Distrito Federal, com
incumbência principal de execução das atividades características de defesa civil,
além daquelas definidas em lei, tais como: prevenção e extinção de incêndios,
proteção, busca e salvamento de vidas humanas, prestação de socorros em casos
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de afogamento, inundações, desabamentos, acidentes em geral, catástrofes,
calamidades públicas e outros.
 
8. Carreira
 
O ingresso na Carreira de Delegado de Polícia Estadual e Delegado da Polícia
Federal se dá por meio de concurso público. São requisitos para o ingresso:
 
8.1 Delegado de Polícia Civil: nacionalidade brasileira; diploma de Bacharel em
Direito; não registrar antecedentes criminais; regularidade com o serviço militar,
estar em pleno gozo dos direitos políticos, capacidade física e mental, conduta
irrepreensível na vida pública e privada, comprovação de 2 anos de atividade
jurídica.
 
O concurso para Delegado prevê 07 fases: prova preambular com questões de
múltipla escolha, de caráter eliminatório e classificatório, constituída de questões
objetivas, consistentes em testes de múltipla escolha; prova escrita, de caráter
eliminatório e classificatório; exame oral, de caráter eliminatório e classificatório;
prova de aptidão psicológica - PAP, de caráter eliminatório; prova de aptidão física
- PAF, de caráter eliminatório; comprovação de idoneidade e conduta escorreita,
mediante investigação social, de caráter eliminatório e prova de títulos, de caráter
classificatório.
 
8.2 Delegado da Polícia Federal: nacionalidade brasileira ou portuguesa; diploma
de Bacharel em Direito; não registrar antecedentes criminais; regularidade com o
serviço militar e estar em pleno gozo dos direitos políticos. Três anos de atividade
jurídica ou policial. O concurso divide-se em etapas, quais sejam:
 
1ª etapa → consiste na admissão do candidato no Curso de Formação Profissional
de Delegado de Polícia Federal, o qual se divide em fases: prova objetiva; prova
discursiva; exame de aptidão física; exame médico; prova oral; avaliação
psicológica, apresentação de títulos e investigação social. 
 
2ª etapa → consiste em frequência e aproveitamento em Curso de Formação
Profissional de Delegado de Polícia, ministrado pela Academia Nacional de Polícia. 
 
MÓDULO 8.pdf
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ADVOCACIA
Introdução
Com a organização do Estado e o afastamento da justiça privada, para a solução
das lides, necessita-se da observância de um conjunto de regras, processuais e
materiais, que compõem o Direito. Tendo em vista que o leigo não domina a
sistemática definida por lei para que o exercício da função jurisdicional seja
provocado e tenha consequência até uma sentença, nasce a necessidade da
função do Advogado.
Previsão Constitucional
De acordo com o artigo 133 da Constituição Federal de 1988 “O Advogado é
indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e
manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”.
Natureza jurídica
Híbrida - aspectos de cunho privado (contrato de mandato) e aspectos públicos
(múnus público – busca da justiça e realização do direito). Na atualidade
considera-se como sendo de natureza pública.
Somente ao Advogado é dada a capacidade postulatória para que o mesmo possa
representar seu cliente em juízo, mediante a outorga de uma procuração (art. 104
CPC)
Denominação
Advogado (Bacharel em Direito habilitado nos quadros da OAB).
Requisitos
De acordo com o Estatuto da Advocacia e Ordem dos Advogados do Brasil –
EAOAB (Lei 8.906/94), artigo 8º, são requisitos para ingresso nos quadros da
Ordem dos Advogados do Brasil:
I – capacidade civil.
II – diploma ou certidão de graduação em Direito, obtido em instituição de ensino
oficialmente autorizada e credenciada.
III – título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro.
IV – aprovação em Exame de Ordem. (ver liberdade de profissão – Art. 5°, XIII da
CF).
V – não exercer atividade incompatível com a advocacia.
VI – idoneidade moral.
VII – prestar compromisso perante o Conselho.
Estagiário - No que toca aos requisitos para inscrição nos quadros da OAB como
Estagiário, o artigo 9º do referido diploma disciplina a questão determinando que
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deverão ser preenchidos os requisitos mencionados nos incisos I, III, V, VI e VII
do artigo 8º, bem como ter sido admitido em estágio profissional de advocacia. O
estagiário não pode isoladamente realizar qualquer ato próprio da atividade da
advocacia sem assistência do advogado, salvo nas hipóteses previstas em lei.
Exame da OAB
No que toca ao Exame de Ordem, podemos dizer que é a prova realizada pela
Ordem dos Advogados do Brasil para verificar a aptidão do candidato ao exercício
da função de advogado. Para o Exame Unificado, constitui-se de duas fases. A
primeira prova é objetiva, com oitenta (80) questões de múltipla escolha sobre
várias áreas do Direito (Direito Constitucional, Direito Civil, Direito Empresarial,
Direito Penal, Direito do Trabalho, Direito Administrativo, Direito Tributário, Direito
Processual Civil, Direito Processual Penal, Direito Ambiental, Código de Defesa
Consumidor, Direitos Humanos, Filosofia do Direito, ECA e também questões sobre
o Estatuto da OAB, seu Regulamento Geral e o Código de Ética e Disciplina).
Serão considerados habilitados para a 2ª fase os candidatos que tiverem, no
mínimo, 50% de acerto das questões da 1ª fase. A segunda etapa terá aplicação
de prova prático-profissional e compreenderá redação de peça profissional,
privativa de advogado, além de questões práticas sob a forma de situações-
problema, nas seguintes áreas de Direito: Administrativo, Civil, Constitucional,
Trabalho, Empresarial, Penal ou Tributário, bem como direito processual
respectivo.
Uma vez regularmente admitido nos quadros da OAB como advogado, o mesmo
sujeita-se a uma série de

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