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MINISTÉRIO DA MULHER, DA FAMÍLIA E DOS DIREITOS HUMANOS 2ª edição atualizada MANUAL DO FACILITADOR - Pais PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Jair Messias Bolsonaro VICE- PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Antônio Hamilton Martins Mourão MINISTÉRIO DA MULHER, DA FAMÍLIA E DOS DIREITOS HUMANOS Damares Regina Alves SECRETARIA NACIONAL DA FAMÍLIA Angela Vidal Gandra Martins DEPARTAMENTO DE FORMAÇÃO, DESENVOLVIMENTO E FORTALECIMENTO DA FAMÍLIA Marcelo Couto Dias COORDENAÇÃO-GERAL DE FORTALECIMENTO DOS VÍNCULOS FAMILIARES E SOLIDARIEDADE INTERGERACIONAL Jorge Luís Barreto Pereira Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Secretaria Nacional da Família Manual do Facilitador - Pais Brasília 2021 2021 Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial – Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte. O conteúdo desta obra pode ser acessado na página: <https://bibliotecadigital.mdh.gov.br/jspui/handle/192/950>. Versão brasileira adaptada do “Strengthening Families Programme for Parents and Youth10-14 – DVD Based Curriculum – Leader Guide 2006” – SFP 10- 14 UK. Copyright da obra original ©2006 Oxford Brookes University. SFP foi desenvolvido pelo Departamento de Serviço Social da Oxford Brookes University, Reino Unido. O SFP 10-14 UK foi traduzido e adaptado pelo Ministério da Saúde do Brasil, em parceria com o UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime). Em 2019 a gestão no Brasil foi transferida para o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. O Departamento de Serviço Social da Oxford Brookes University detém os direitos autorais da versão em língua inglesa. Para informações sobre permissão, entre em contato com a Escola de Saúde e Assistência Social, Oxford Brookes University, Oxford, Reino Unido, ou consulte: <www.mys-trongfamily.co.uk>. 1ª edição – 2017 – versão eletrônica Colaboração: Camila Morais Naiara Moreira Campos Greici Cristhina Justino Raquel Turci Pedroso Juliana Seidl Roberto Tykanori Karen Oliva Samia Abreu Oliveira Luiz Felipe Zago Ilustração: Revisão ortográfica e projeto gráfico: Felipe dos Reis Chaves AGCOM Elaboração de texto: Tradução: David R. Foxcroft José de Arimatéa Maciel Ferreira Debby Allen Lindsey Coombes Revisão técnica: Colaboração técnica: Joamara Mota Borges Secretaria Nacional de Políticas sobre drogas Marina de Souza Pedralho Ministério da Justiça Viviane Paula Santos Rocha Clarisse Moreira Aló Normalização e diagramação: Editora MS/CGDI 2ª edição – 2021 – versão eletrônica Equipe SNF/MMFDH: Revisão científica: Jorge Luís Barreto Pereira Lindsey Coombes – desenvolvedor da versão britânica Márcia Rocha de Aguiar Clarice Sandi Madruga Mayara Josevina de Oliveira dos Santos P964 Programa Famílias Fortes : Manual do Facilitador - Pais / Oxford Brookes University; tradução do Ministério da Saúde e UNODC; adaptação do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. - 2. ed. - Brasília: Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, 2021. 186 p. : il. color. - (Série Programa Famílias Fortes) 1. Família. 2. Relação familiar. 3. Pais e filhos. 4. Fortalecimento dos vínculos familiares. 5. Adolescentes. 6. Habilidades parentais. 7. Consumo de drogas. I. Brasil. Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. CDD 362.1 https://bibliotecadigital.mdh.gov.br/jspui/handle/192/950 Programa Famílias Fortes Olá! Você tem em suas mãos o Manual do Facilitador - Pais. Este material não é perecível e pode ser usado indefinidamente pelos facilitadores que irão conduzir os grupos de pais ou responsáveis. Cada unidade de serviço que realiza grupos deve receber ao menos um conjunto completo de manuais do Programa Famílias Fortes. O conjunto é composto de quatro manuais: Manual de Introdução do Programa Famílias Fortes, Manual do Facilitador - Pais, Manual do Facilitador – Filhos e Manual do Facilitador - Famílias. É importante que este material permaneça no serviço para futuro uso. Além dos manuais há dois cadernos: O Caderno de Atividades dos Pais e Responsáveis e o Caderno de Atividades dos Filhos. Esses são entregues aos participantes. Apenas pessoas que passaram por uma formação completa e específica do Programa Famílias Fortes estão aptas a aplicar o programa e conduzir os encontros. O Programa Famílias Fortes é uma ferramenta de fortalecimento de vínculos como caminho para a prevenção de comportamentos que possam gerar prejuízo social, físico e/ou emocional a crianças, adolescentes e suas famílias. O Manual do Facilitador - Introdução permite que você conheça melhor o que é o Programa Famílias Fortes, seu histórico, objetivos, estrutura, o processo de aplicação no Brasil, as funções e o perfil dos facilitadores, dentre outras informações. Seja bem-vinda ou bem-vindo ao grupo de facilitadores do Programa Famílias Fortes! Desejamos boa leitura e muito sucesso nos grupos! Unidade: ________________________________ Município: _______________________________ Data da formação: ___ /___ /_____ Facilitador que recebeu o material: _________________________________________________ SUMÁRIO Encontro 1 – Amor e limites ............................................................................................07 Encontro 2 – As regras da nossa casa ..............................................................................31 Encontro 3 – Incentivar boas atitudes .............................................................................49 Encontro 4 – Usar consequências ....................................................................................71 Encontro 5 – Construir pontes .........................................................................................87 Encontro 6 – Proteger contra o abuso de sustâncias .....................................................111 Encontro 7 – Ajudar e ser ajudado .................................................................................133 Acompanhamento 1 – Lidar com o estresse ..................................................................143 Acompanhamento 2 – Comunicar quando não concordar ............................................155 Acompanhamento 3 – Revisar as habilidades de amor e limites ...................................167 Acompanhamento 4 – Rever como ajudar com a pressão dos amigos ..........................175 Encontro 1 Pais AMOR E LIMITES Encontro 1 dos Filhos: TER METAS E SONHOS Encontro 1 das Famílias: APOIAR AS METAS E OS SONHOS Programa Famílias Fortes Sumário Boas-vindas e apresentação ......................... 10 Vamos nos conhecer? ................................... 11 Preocupações e problemas comuns entre adolescentes........................................ 12 Amor e limites ............................................... 15 Apoiando os sonhos e objetivos dos filhos… 25 Os sentimentos dos filhos ............................. 26 Prática em casa .............................................27 Preparação para o encontro de família ........ 28 Conclusão ...................................................... 29 Materiais Necessários: • Crachás (1 para cada participante) • Lista de presença dos pais • Televisão ou projetor • Computador com vídeo do Encontro 1 - Pais • Caixa de som • Cartolinas (3) e pincéis atômicos • Canetas para os participantes (1 para cada) • Desenho do contorno do jovem (desenhar em uma cartolina ou papel pardo ou lousa) • Caderno de Atividades dos Pais e Responsáveis • Cartaz “Lema das Mães, Pais e Responsáveis” (1 - KIT) Nota ao facilitador: nas atividades que tiverem uso da cartolina, o facilitador pode utilizar: papel pardo, quadro branco ou qualquer material similar. Poderá ainda optar por fazer a atividade de modo oral, sem utilizar nenhum destes materiais, ou tomando notas em um papel, caso seja necessário lembrar depois. Encontro 1 – Pais AMOR E LIMITES Objetivos Os pais irão: • Identificar motivos de estresse e alguns problemas comuns entre adolescentes. • Refletir sobre as qualidades que desejam ver em seus filhos. • Aprender a importância de amor e limites para o desenvolvimento saudável de seus filhos e de suas potencialidades. • Aprender como apoiar os objetivos e sonhos dos filhos. Nota ao facilitador: é importante combinar entre os facilitadores quem será o responsável por captar as imagens durante os encontros. Os facilitadores tiram fotos dos encontros dos pais, dos filhos, e em especial das atividades em família. Essas imagens ou filmagens serão utilizadas no Encontro 7, momento em que os pais e filhos reveem o que aprenderam durante as semanas anteriores. 09 Quando os participantes chegarem 1. Receba a todos com respeito e demonstre que a presença de cada um é importante. 2. Oriente o preenchimento dos crachás. 3. Oriente o preenchimento da lista de presença. Boas-vindas e apresentação .......................... 1 minuto Você pode dizer algo como: “Bem-vindos ao Programa Famílias Fortes. Estamos muito felizes por estarem aqui e sabemos que vão descobrir muitas formas de ajudar seus filhos a se prepararem para a adolescência. Os filhos estarão em outro grupo, com duração de uma hora, enquanto nós estamos aqui, no grupo dos pais, mães e responsáveis. Depois eles irão se juntar a nós para as atividades em família. Vocês irão se divertir com seus filhos, ensinar algumas coisas que serão muito úteis na criação de proximidade na família, ajudar seus filhos a se saírem melhor nas amizades (na escola e fora dela) sem entrarem em problemas. É importante que vocês não faltem. Mas, se precisarem faltar, podem me avisar, e não se esqueçam de voltar na próxima semana. ” Opcional: se no seu grupo houver itens a serem sorteados ao longo do programa, aproveite esse momento para esclarecer as regras e os critérios do sorteio, por exemplo: será semanal para aqueles que forem pontuais, ou será ao final do programa para todos que participarem de todos os encontros. 10 LEMBRE-SE O encontro é organizado em torno do tempo. Cuidado para não ultrapassar o prazo de cada atividade, caso contrário o grupo de filhos terminará antes e o encontro de famílias ficará prejudicado. Neste caso, as atividades de introdução devem durar ao todo 10 minutos. (“Boas vindas”, “Vamos nos conhecer? ” E “Regras do grupo” - total 10 minutos) 10 MINUTOS Observação: Para os casos que não há brindes disponíveis, incentivamos que os facilitadores promovam um momento de troca de talentos entre os participantes, que pode ser desde uma receita culinária a serviços mais complexos, como um conserto de roupa, manicure e outras habilidades de que o grupo disponha. Vamos nos conhecer? .......................... 4 minutos 1. Você, facilitador, se apresenta e diz algo que você gostaria de fazer em família. 2. Peça que cada responsável se apresente e diga algo que gosta de fazer em família. Oriente aos pais que sejam breves. Regras do grupo .......................... 5 minutos 1. Regras do grupo: conduza o grupo na escolha de regras básicas de convivência e anote na cartolina. Exemplo: respeitar a opinião de todos, sigilo no grupo, pontualidade e desligar os celulares, etc. 2. Informe aos participantes que serão usados vídeos em todos os encontros, e que haverá tempo para debates durante as atividades. Porém, terão um tempo para se expressarem, caso contrário não terminarão o encontro no horário combinado. Se sentirem necessidade de falarem mais sobre um assunto, que eles podem conversar no intervalo. Logo após, inicie o vídeo. Inicie o vídeo 11 Preocupações e problemas comuns entre adolescentes Fala do vídeo ............. 3 minutos 12 Narrador 1 Como a maioria dos pais ou responsáveis, você quer o melhor para seus filhos. Quer que eles passem pela adolescência sem problemas com cigarro, álcool e outras drogas, sem riscos sexuais e nem conflitos com a polícia. Você quer que eles sejam bons filhos, que cresçam para serem adultos responsáveis e cuidadosos. Você pode fazer a diferença. Sabemos que as crianças e os jovens vão melhor na escola e fora dela quando sabem que os seus pais ou responsáveis os amam, e, ao mesmo tempo, têm regras para seguir. Narrador 2 Por isso que este programa é sobre O AMOR E OS LIMITES. Você provavelmente já faz um monte de coisas com seus filhos que são certas, e vamos ajudá- lo a fazer mudanças nas áreas onde eles têm problemas. Lembre-se de que você é a influência mais importante sobre seus filhos. O que você faz com eles em casa, o modo como você mostra que se importa e as regras e consequências que você usa quando eles se comportam mal os ajudam a ir melhor na escola, escolher melhor os amigos e torna a vida mais fácil para a família. Kleber Sabe, Pedro, eu realmente invejo você agora com dois filhos nesta difícil fase de adolescente. Achava difícil quando eles eram pequenos, era difícil ficar sempre disponível e se preocupar com eles o tempo todo. Mas agora, meu Deus, essa foi a parte fácil. Os jornais só mostram gente dirigindo bêbada e drogada. Mês passado aquele rapaz quase morreu naquele acidente na estrada. Não sei como Lia e eu vamos passar pelos próximos 10 anos. Pedro É verdade. Achava difícil quando Joana e Antônio eram adolescentes, mas acho que tivemos sorte de eles não terem se metido com coisa errada. Tem tanta coisa ruim por aí agora, deve ser muito difícil para eles também. Esperamos que dê tudo certo para o Daniel e a Maria como deu com nossos dois filhos mais velhos. Problemas na adolescência Atividade 1.1 ............. 5 minutos 1. Leia as questões que aparecem na tela e peça ao grupo para falar das preocupações diárias típicas da adolescência na opinião de cada um. Anote na cartolina os itens identificados. 2. Em seguida, peça que eles tentem pensar e dizer alguns dos problemas realmente graves que podem acontecer na adolescência. Caso os pais não falem dos itens a seguir, é importante que você comente: Preocupações diárias e corriqueiras da adolescência: • Pressão dos amigos • Preocupação com a aparência • Fazer parte de um grupo • Problemas físicos • Problemas de namoro • Problemas com trabalhos escolaresou professores • Dificuldade em se relacionar com os amigos • Revolta contra as regras • Falta de dinheiro Problemas graves na adolescência: • Vandalismo na escola ou comunidade • Uso de álcool ou drogas • Fumo • Furtos em lojas • Comportamento sexual irresponsável • Largar/abandonar a escola • Imprudência ao volante Se sobrar tempo no cronômetro do vídeo, você pode fazer a seguinte pergunta: • Quando você era adolescente as preocupações eram as mesmas ou mudaram? Fim da atividade Fala do vídeo ............. 2 minutos Quais são as preocupações diárias dos adolescentes? Quais são os problemas mais graves na adolescência? 5 min. Cena 2 Narrador Com todos os problemas da adolescência, muitos pais ou responsáveis se perguntam o que eles podem fazer para manter os filhos longe dos problemas. Bem, a boa notícia que existem muitas coisas que os pais ou responsáveis podem fazer para ajudar os seus filhos. 13 Qualidades que você deseja no seu filho Atividade 1.2 ............. 7 minutos 1. Tenha próximo a você o desenho que fez do contorno de um jovem. 2. Peça a cada pai para pensar em uma qualidade ou característica que gostariam de ver nos filhos quando eles crescerem. Dê um exemplo, como “honestidade”. 3. Em seguida peça para comentarem as qualidades que escolheram com o colega que esteja próximo. Em duplas. Dê 2 minutos para que comentem uns com os outros. 4. Peça aos participantes que digam para todo o grupo as qualidades que escolheram e vá anotando no desenho do adolescente (dê 5 minutos para essa parte, discutindo por que cada qualidade é importante enquanto escreve na figura). Caso os participantes não mencionem os itens a seguir, você deve mencionar: • honestidade • ter um bom trabalho • responsabilidade • confiável • cuidar dos outros • respeitoso Fim da atividade 14 Kleber Sabe, às vezes, me pergunto o que posso fazer para que tudo dê certo com meus filhos. Lia e eu estávamos conversando sobre nossa frustração com o Roberto, o José e a Rosa. Só queremos que eles sejam responsáveis, façam o que dizem que vão fazer e nos respeitem. Fico tão aborrecido com o Roberto quando ele começa a me responder mal. Preciso orientá-lo porque ele é muito jovem! Imagine o que eu vou fazer quando ele for um adolescente? Pedro Ter um pouco mais de experiência com certeza ajuda. Eu me preocupo muito menos com o Daniel e a Maria do que me preocupava com os outros dois. Acho também que a gente viu que existem algumas coisas que você deve fazer para que não aconteça nenhum problema grave. Primeiro, eles sabem do que a gente é capaz e que a gente fala sério. Outra coisa que eu acho muito importante é eles saberem que a gente gosta e se interessa por eles. E essas são as duas coisas que queremos tentar e lembrar com o Daniel – AMOR E LIMITES. Kleber Amor e limites? (Ainda indeciso.) Eu acho que isso faz sentido. Todos os pais ou responsáveis querem que seus filhos sejam como eles sonharam. Investimos muito tempo e energia neles, cuidando deles quando ficavam doentes, os altos e baixos, o primeiro dia na escola. Só o que você realmente quer é que eles sejam boas pessoas. Ter um emprego decente e sua própria família. Quais qualidades você deseja para seu filho? 7 min. Amor e limites Fala do vídeo ............. 3 minutos • Criação severa, horários, notas escolares, aparência física. Narrador 1 Um dos pais disse que os adolescentes necessitam de duas coisas: do amor e dos limites. No Programa Famílias Fortes você vai ter algumas ideias de formas eficazes de definição de limites, regras, consequências, formas de se comunicar para que as crianças ou adolescentes escutem você. Ajudaremos também com algumas novas formas para fortalecer os laços familiares. Como um dos pais disse, quando os nossos filhos têm certeza que os amamos de verdade, eles querem nos agradar e fazer o que é certo. Narrador 2 É difícil para a maioria dos pais impor de modo firme os limites e ao mesmo tempo ser amável. Em vez disso, muitos familiares acabam passando dos limites, especialmente quando estamos lidando com nosso próprio estresse. Alguns pais ou responsáveis querem impor as regras à sua maneira e nunca cedem. Suas exigências sempre vêm em primeiro lugar. Esse pai é controlador e diz “não” sem sequer pensar se a resposta deve ser “sim”, “talvez” ou “não”. Esse pai tem muitas regras, ou talvez ele não tenha regras específicas, mas espera que seu filho seja perfeito e nunca cometa um erro. JEITO DO PAI JEITO DO FILHO • As exigências • Os desejos dos dos pais em filhos em primeiro primeiro lugar. lugar. • Pais no controle • Pais abrem mão. • Sempre diz não • Difícil dizer não. • Regras demais • Regras de menos. Narrador 1 Mas, também, fazer o contrário não é a melhor forma. Há pais ou responsáveis que acabam achando que tudo deve ser do jeito do filho. Eles pensam nos desejos de seus filhos sem considerar o que realmente é melhor para a criança ou a família. O pai muitas vezes desiste, tem dificuldade em dizer “não” e não tem regras suficientes. Eles não impõe limites básicos aos filhos. Narrador 2 Este programa irá ajudá-lo a encontrar um meio termo em que você será capaz de demonstrar amor e limites, estabelecerá regras e consequências, onde você terá certeza do que seu filho faz, o que se espera dele e onde você também dirá e fará coisas para construir um relacionamento amoroso e positivo para que ele perceba que você se preocupa com ele. Vejamos alguns exemplos de pais ou responsáveis que não sabem como dizer não e, por fim, acabam sendo muito duros. 15 Luísa (adolescente chega em casa à noite) – Rita! Venha aqui agora! Você passou dos limites! Você não tem responsabilidade, né? Você sabe que horas são? Você tinha que estar em casa há meia hora! Mateus – Agora você conseguiu, Rita! Pra mim, já chega. Você não vai poder sair depois da escola por um mês! Luísa – O que vamos fazer com ela? Mateus – Eu não sei. Kleber (Abrindo o boletim, falando com a Rosa) – Tá bom, vamos ver como você se saiu. Mesma coisa em inglês; você melhorou em ciências. Mas o que é isso?! (Falando alto e zangado). Suas notas em matemática são as mesmas da última vez. O que eu te disse, Rosa? Eu não te avisei? Você não tá nem aí, não é? Você deveria estudar mais e conseguir melhores resultados! Acho melhor seu próximo boletim melhorar ou você vai me pagar! Carol (Maria com maquiagem) – Maria, venha aqui para eu te ver. Você deve estar brincando! Quantas vezes tenho que dizer que você não pode se maquiar desse jeito? Você não tem idade para isso. Sobe e tira essa sujeira da cara. Você parece uma palhaça! Maria – A quem você acha que eu puxei? 16 Resultados de uma criação severa Atividade 1.3 ............. 2 minutos Discussão: 1. Leia as perguntas da tela e estimule o debate, lembrando que devem dizer o que os filhos aprendem sobre si e sobre os pais numa situação como a que foi mostrada. 2. Mantenha o foco no debate sem discutir o que os participantes teriam feito nas situações. Nota ao facilitador: se você preferir use apenas a pergunta opcional: “Que tipo de comportamento pode resultar da criação severa? ” Pergunta opcional, se tiver tempo: • Que tipo de comportamento pode resultar da criação severa? Fim da atividade Fala do vídeo ............. 2 minutos • Criação branda, dormir na casa de amigos • Criação branda, fazer a tarefa de casa AMOR E LIMITES O que um jovem pode aprendersobre si mesmo? O que um jovem pode aprender sobre os pais/responsáveis? 2 min. Narrador Você provavelmente concorda que os pais ou responsáveis que acabamos de ver foram muito rigorosos, controladores e bravos. Esses mesmos pais ou responsáveis poderiam ter definido os limites com calma e as atitudes poderiam ser diferentes de gritar e culpar seus filhos. Agora, vamos observar alguns exemplos de pais ou responsáveis que estão no outro extremo: extremamente compreensivos, mas na verdade gostariam de estabelecer o que seus filhos fazem ou deveriam fazer. Daniel – Pai, eu poderia passar a noite na casa do Jorge no sábado? Ele tem um novo videogame que eu quero jogar. Pedro (calmo) – Mas os pais do Jorge não viajarão neste fim de semana? Daniel – Sim, mas o irmão dele vai estar lá e ele tem 17 anos. Você não precisa se preocupar, não vamos ter problemas. Pedro pensa – Não sei, não. O irmão do Jorge não é muito confiável. Acho melhor não... mas sei que o Daniel vai encrencar. Ele tem um temperamento muito forte! 17 Pedro – Tá tudo bem. Mas prometa que vão se comportar. Daniel – Sim, vamos. Pedro – De verdade. Daniel – Sim, vamos ficar bem. Lia – Rosa, é hora de fazer a tarefa de casa. Rosa – Mas mamãe, este é o meu programa favorito. Eu vou fazer quando acabar. Lia – Ok. (O tempo passa) Lia – Rosa, seu programa acabou. É hora de fazer a tarefa de casa. Rosa – Tá, vou lá pegar. Vou fazer durante os comerciais. Lia pensa (parecendo “fraca”) – Eu deveria fazê-la desligar a TV, ir pro quarto e fazer a tarefa. Mas eu sei o quanto ela espera pela noite de quinta-feira para ver televisão. 18 Resultados da criação branda Atividade 1.4 ............. 2 minutos Discussão: 1. Comente sobre as perguntas na tela e estimule o debate. 2. Mantenha o foco no debate sem discutir o que os participantes teriam feito nas situações. Nota ao facilitador: o facilitador pode escolher fazer apenas a pergunta opcional. Pergunta opcional, se tiver tempo: • Que tipo de comportamento pode resultar da criação branda? Nota ao facilitador: Após a atividade 1.4, terá no vídeo uma tela AMOR e LIMITES, que ficará 1min30s. Ler a tela para o grupo. Fim da atividade Fala do vídeo ............. 11 / 2 minutos • Criação com amor e limites, dormindo fora • Criação com amor e limites, lição de casa AMOR E LIMITES O que um jovem pode aprender sobre si mesmo? O que um jovem pode aprender sobre os pais/responsáveis? 2 min. AMOR E LIMITES Crie e mantenha regras. Pense nos sentimentos e nas necessidades dos seus filhos. Pense nos seus próprios sentimentos e necessidades. Mostre amor e respeito. 1 1/2 min. Narrador Vimos exemplos de pais ou responsáveis excessivamente controladores e pais muito flexíveis, com dificuldades em impor regras e limites. Estudos de família mostram que os filhos se saem melhor quando os pais ficam no meio- termo, nem rígido e nem solto. É importante ter regras claras e elas serem seguidas, mas também é preciso considerar os sentimentos do filho e mostrar amor e respeito. Como consequência, observa-se que as crianças se saem melhor na escola, escolhem melhor os amigos e aprendem a ter responsabilidade quando os pais ou responsáveis mostram amor e limites. Agora, vamos observar alguns pais ou responsáveis que têm regras firmes e expectativas, e tratam seus filhos com imparcialidade e respeito. 19 Luísa (adolescente chega em casa à noite) – Rita, você pode vir aqui, por favor? Você disse que ia estar em casa às 5 horas e você está uma hora atrasada. Eu estou muito zangada para falar com você sobre isso agora. Vamos discutir isso mais tarde, quando eu estiver me sentindo mais calma. Mateus – Que bom, querida? Você estava calma. Daniel – Pai, eu poderia passar a noite na casa do Jorge no sábado? Ele tem um novo videogame que eu quero muito jogar. Pedro (calmo) – Os pais ou responsáveis do Jorge não viajarão neste fim de semana? Daniel – Sim, mas o irmão dele vai estar lá e ele tem 17 anos, então você não precisa se preocupar. Pedro (gentil, mas firme) – Nossa regra é que um dos pais ou responsáveis tem que estar em casa para que você possa dormir lá. Daniel – Sim, mas o irmão dele vai estar lá. Pedro – Olha, eu sei que você não vai gostar, Daniel, mas a resposta é “não”. (Daniel sai triste.) Lia – Rosa, é hora de fazer a tarefa de casa. Rosa – Mas mamãe, este é o meu programa favorito. Eu vou fazer quando acabar. Lia (firme, mas gentil) – Rosa, o programa acabou de começar, e a regra é fazer a tarefa antes da TV. Rosa (levantando-se para fazer a tarefa) – Não é justo! 20 Resultados da criação equilibrada com amor e limites Atividade 1.5 ............. 5 minutos Discussão: 1. Comente sobre as perguntas na tela e estimule o debate. 2. Mantenha o foco no debate sem discutir o que os participantes teriam feito nas situações. Nota ao facilitador: o facilitador pode escolher fazer apenas a pergunta opcional. Pergunta opcional, se tiver tempo: • Qual é a maior dificuldade em mostrar amor e limites ao mesmo tempo? Fim da atividade Nota: No vídeo - Assim que acaba o tempo da tela: “O que um jovem pode aprender sobre si mesmo? O que um jovem pode aprender sobre os pais/responsáveis? O que um jovem pode aprender sobre o mundo? ” da Atividade 1.5, na sequência já inicia a tela: “Coisas que faço bem como pai” com a contagem do tempo 8 min. O que um jovem pode aprender sobre si mesmo? O que um jovem pode aprender sobre os pais ou responsáveis? O que um jovem pode aprender sobre o mundo? 5 min. 21 Checklist: coisas que faço bem como pai/responsável Atividade 1.6 ............. 8 minutos 1. Peça aos pais para abrirem o Caderno de Atividades na página do “Checklist: Coisas que faço bem como pai/responsável – Atividade 1.6”. 2. Siga o roteiro abaixo. Lendo cada item em voz alta. OBS.: cuide para não ultrapassar o tempo da atividade. 3. Os itens ímpares são de “limites” e os pares de expressão de “amor”, mas não há itens bons ou ruins. Todos são importantes para uma criação saudável. Peça aos pais/responsáveis que marquem: “sempre, às vezes ou nunca” fazendo um “x” na coluna correspondente. 4. Lembre-os de que todos nós fazemos bem algumas coisas e que podemos melhorar em outras. Roteiro: Coisas que faço bem como pai/responsável (A seguir apresentamos uma sugestão de explicação dos itens) Atividade ............. Checklist 1. Esperar me acalmar para depois lidar com o problema; Você deixa a raiva passar antes de resolver o problema? 2. Dizer “eu amo você”; Você diz que ama seu filho/filha “raramente”, “às vezes” ou “sempre”? 3. Ajudo meu filho/filha a entender as regras: Você explica as regras? 4. Divertir-se em família; Quantas vezes vocês se divertem juntos em família? 22 Coisas que faço bem como pai 8 min. 5. Digo ao meu filho/filha as consequências de desobedecer às regras; Com que frequência você diz ao seu filho/filha o que vai acontecer se ele/ela fizer algo errado? 6. Elogio e dou recompensas especiais quando meu filho/filha segue as regras; Você “raramente”, “às vezes” ou “sempre” elogia seu filho /filha quando ele/ela faz o que deve fazer? 7. Aplicar as consequências quando ele/ela desobedece a uma regra; Com que frequência você aplica uma consequência se ele/ela fazalgo errado? 8. Abraçar; Você abraça seu filho/filha “raramente”, “às vezes” ou “sempre”? 9. Participar das reuniões de pais da escola; Quando há reuniões na escola você costuma ir? 10. Vejo as apresentações de datas comemorativas na escola do meu filho/filha; Você costuma ir às atividades e apresentações comemorativas da escola onde seu filho/filha estuda? 11. Explicar como fazer as tarefas domésticas e quando terminar; Quando você quer que seu filho/filha faça uma tarefa doméstica, quantas vezes você mostra como e quando fazer? 12. Passar tempo com meu filho/filha; Você “raramente”, “às vezes” ou “sempre” fica a sós com seu filho/filha conversando ou se divertindo? 13. Digo ao meu filho/filha o motivo das regras; Você explica o porquê das regras? 14. Apoiar meu filho/filha quando ele/a está chateado; Quando seu filho/filha tem um problema ou está triste, quantas vezes você ouve e ajuda ele/a se sentir melhor? 23 15. Ter horário para fazer a lição de casa; Você costuma dar a seu filho/filha um horário para fazer a lição de casa? 16. Digo ao meu filho/filha que tenho orgulho quando ele/a faz algo difícil; Você elogia seu filho/filha quando ele/a se esforça para fazer algo? 17. Ajudo meu filho/filha a resolver os problemas que surgem em casa; Quando existe um problema em casa você o ajuda a resolvê-lo? 18. Tento ver as coisas a partir do ponto de vista do meu filho/filha; Você pensa como seu filho/filha pode estar se sentindo e como ele/a vê a situação? 19. Digo ao meu filho/filha o que penso sobre álcool, tabaco e outras drogas; Você diz ao seu filho/filha quais são as suas regras sobre álcool, tabaco e outras drogas? 20. Ajudo meu filho/filha a lidar com uma situação difícil com os amigos/amigas ou na escola; Se seu filho/filha está irritado com algo ou um amigo/amiga ou na escola, com que frequência você conversa com ele/ela sobre como lidar com isso? Por último, peça para os pais/responsáveis pensarem em uma coisa da lista que eles gostariam de fazer mais. Diga que nas próximas semanas eles terão novas ideias de como fazer cada item da lista. Se tiver tempo, pergunta opcional: Diga uma coisa que você faz bem. Fim da atividade 24 Apoiando os sonhos e objetivos dos filhos O que você queria ser? Atividade 1.7 ............. 4 minutos 1. Diga ao grupo que no encontro de família vão falar com os filhos sobre os sonhos e objetivos deles para o futuro. Explique que um fator de proteção o jovem ter metas e objetivos. 2. Dê ao grupo 1 ou 2 minutos para lembrar os sonhos e objetivos de seus filhos. Dê o exemplo de algo que você queria fazer ou ser quando tinha entre 10 e 14 anos. Depois passe pelos grupos e peça aos pais para falarem dos seus próprios sonhos quando tinham a mesma idade. Fim da atividade Fala do vídeo ............. 1 1/2 minuto • Rosa quer ser cantora • Daniel quer ser jogador de basquete O que você queria ser quando tinha 10-14 anos? 4 min. Narrador 1 No início da adolescência, os jovens começam a pensar mais e mais sobre o que gostariam de ser quando crescerem. Os sonhos começam a ficar mais reais quando são jovens, mas eles ainda não conseguem ser realistas. Rosa – Oh, pai, eu decidi o que eu quero ser quando eu crescer! Kleber – Foi? Rosa – Cantora! Kleber – Oh, meu amor, eu sei que você gosta de cantar e que canta bem no coral da escola e com os amigos, mas eu não acho que você conseguiria ser uma cantora profissional. Eu acho melhor você continuar cantando por hobby. (Filha abaixa a cabeça) Pedro – Tá na hora de fazer a tarefa. Vamos, filho. Daniel – Pra que tarefa? Eu vou ser um jogador de basquete profissional quando eu crescer. Eu não vou precisar de matemática. Pedro – O quê? Claro que vai. Que chance você tem de realmente virar um jogador de basquete profissional? Uma em um milhão. 25 Os sentimentos dos filhos Atividade 1.8 ............. 1 minuto Discussão: 1. Comente sobre as perguntas na tela e estimule o debate. Fim da atividade. Fala do vídeo ............. 11/2 minuto • O pai apoia um objetivo. 26 O que a Rosa pode ter sentido? O que o Daniel pode ter sentido? Quais poderiam se os resultados? 1 min. Narrador 1 Às vezes, quando ouvimos nossos filhos falarem algo irreal, queremos protegê-los para que não ponham suas esperanças em algo que não vai acontecer. Mas dói quando os pais o deixam para baixo ou zombam dele. Sabemos que, quando os jovens têm objetivos e sonhos para o futuro, se saem melhor na escola e ficam mais propensos a permanecer longe dos problemas. Nós queremos que os filhos acreditem que podem vencer na vida. Devemos dizer “Você tem um futuro maravilhoso pela frente, com todos os tipos de possibilidades. Trabalhe para conseguir uma coisa que valha a pena. Busque seus sonhos”. Narrador 2 Tente ajudar seus filhos a ver o que eles precisam fazer para atingir seus objetivos em vez de zombar quando falam sobre as metas que você acha que podem ser bastante irrealistas. José – Eu estou cansado de nunca ter dinheiro suficiente para as coisas que eu preciso. Pelo menos, quando eu for mais velho isso não vai ser um problema. Eu vou ser um famoso e rico cirurgião. Kleber – Sim, é frustrante ter pouco dinheiro. E os médicos ganham um bom salário. O que você acha que vai precisar para ser um cirurgião? José – Bem, acho que boas notas, especialmente em ciências. E eu sou muito bom em ciências. O Sr. Jorge disse que meu projeto foi um dos melhores da sala. Prática em casa .......................... 2 minutos 1. Observe um momento durante a semana que você estabelece limites. 2. Observe um momento durante a semana que você mostra amor. Caderno de atividades 3. Peça para abrirem na página do Caderno dos Pais, onde tem o cartão: “Amor e limites” e “Lema das Mães Pais e Responsáveis”. Nota ao facilitador: Incentive os pais/responsáveis a colocarem o cartão em um lugar visível, por ex. na geladeira, na parede. OBS.: eles podem recortar o cartão AMOR e LIMITE e o Lema do caderno para pregar em algum lugar da casa. 27 Preparação para o encontro das família .......................... 2 minutos 1. Se você for utilizar as fotos tiradas fora do grupo, peça aos pais para assinarem um “Formulário de Autorização de Imagem”, que está no Caderno de Atividades dos Pais e Responsáveis. 2. Diga aos participantes que, no encontro de família, eles tentarão adivinhar qual é o cartaz (Mapa dos Sonhos) do seu filho/filha. E quando acharem, para ficarem em frente ao cartaz e conversarem com o filho/filha sobre as figuras que estarão no cartaz. Caderno de atividades 3. Abra o Caderno de Atividades dos Pais e Responsáveis, na parte “Os pais procuram e debatem o Mapa dos Sonhos dos filhos – Atividade 1.1”, leia em voz alta as “Questões para o Mapa dos Sonhos” e explique que as perguntas do caderno os ajudarão a descobrir os sonhos e objetivos dos filhos/filhas e a criar um diálogo com eles. Nota ao facilitador: Se o tempo para terminar o encontro dos pais tiver acabado, vá direto para a leitura do lema, e explique a atividade acima, no encontro de família. 28 Conclusão .......................... 1 minuto 1. Fixe o cartaz do “Lema das mães, pais e responsáveis”. 2. Falem o lema em grupo. Nota ao facilitador: Explique que eles irão repetir o Lema dospais para o grupo todo no encontro de família. O Lema dos pais pode ser ajustado de acordo com a composição do grupo. Por exemplo, se o grupo for composto apenas por mães, ou elas forem maioria, podem adaptar o lema para “Somos mães fortes e amorosas, que mostram amor e estabelecem limites. Estamos ajudando nossos filhos e filhas a se tornarem adultos responsáveis”. Caso o grupo seja composto por avós, tios, irmãos mais velhos ou outros, também é possível adaptar o lema para “Lema dos Pais”, ou um que satisfaça a preferência de todos. 29 Encontro 2 Pais AS REGRAS DA NOSSA CASA Encontro 2 dos Filhos: ADMIRAR AS MÃES, PAIS E RESPONSÁVEIS Encontro 2 das Famílias: ADMIRAR OS MEMBROS DA FAMÍLIA Programa Famílias Fortes Sumário Revisão da prática em casa............................... 34 Como são os filhos nesta idade ........................ 35 Regras em casa? Por quê? ................................ 37 Decidindo sobre regras e responsabilidades .... 38 Usando frases que começam com “Eu”: “Eu fico…” .........................................................40 Usando frases que começam com “Eu”: “Quando…” .......................................................41 Usando frases que começam com “Eu”: “Porque…” ........................................................42 Usando frases que começam com “Eu”: “Eu quero que você” ........................................43 Prática em casa .................................................46 Preparação para o encontro das famílias .........46 Conclusão ..........................................................47 Materiais necessários: • Crachás (1 para cada participante) • Lista de presença dos pais • Televisão ou projetor • Caixa de som • Computador com vídeo do Encontro 2 - Pais • Cartolina • Pincéis atômicos (1 por pai/responsável); • Papel cortado e fita adesiva (5-6 por pai/responsável) • Caderno de Atividades dos Pais e Responsáveis • Cartaz “Frases que começam com Eu” (1 - KIT) • Cartaz “Árvore da Família” (1 - KIT) • Cartaz “Tipos de Árvores” (1- KIT) • Cartaz “Lema das Mães, Pais e Responsáveis” (1 - KIT) Encontro 2 – Pais AS REGRAS DA NOSSA CASA Objetivos Os pais irão: • Compreender as mudanças que os filhos passam no período da adolescência. • Entender por que as regras são necessárias e importantes. • Aprender como lembrar seus filhos e filhas sobre as regras de forma positiva sem criticá-los. Nota ao facilitador: nas atividades que tiverem uso de cartolina, o facilitador pode usar papel pardo, quadro branco ou qualquer material similar, poderá ainda optar por fazer a atividade de modo oral, sem usar nenhum destes materiais ou tomando notas em um papel, caso seja necessário lembrar depois. 33 Os participantes estão chegando .......................... 1 minuto 1. Receba a todos com respeito e demonstre que a presença de cada um é percebida. 2. Peça para cada pai/responsável colocar o seu crachá. 3. Organize o preenchimento da lista de presença. Revisão da prática em casa .......................... 9 minutos 1. Faça as seguintes perguntas e discuta com o grupo: • Que limite você definiu para seu filho durante a semana? • Como você demonstrou amor em casa para o seu filho? • O que está funcionando bem em casa? 34 AVISO Tenha cuidado para não gastar mais de 10 minutos com a introdução. Do contrário, o encontro se atrasará, os filhos terminarão primeiro e o encontro da família ficará prejudicado. 10 min. Inicie o vídeo Como são os filhos nesta idade Fala do vídeo .............3 minutos Narrador 1 Nesta sessão, vamos conversar sobre como os jovens dessa idade são e o que você deve esperar deles. Alguns pais ou responsáveis sentem que seus filhos, na fase da adolescência, esqueceram tudo o que foi ensinado para eles. É bom ouvir o que outros pais ou responsáveis estão percebendo em seus filhos, saber o que é normal para essa idade e descobrir que tipo de regras outras famílias estabelecem. Narrador 2 Os filhos precisam de AMOR E LIMITES. Eles precisam saber que nós os amamos e eles precisam de limites, regras e consequências quando não fazem o que deveriam fazer. Vamos começar pensando como os filhos nessa idade são e que tipos de regras funcionam. Vamos assistir a um casal de pais ou responsáveis falando sobre seus filhos. Lia – Sabe, Júlia, eu não tenho certeza se estou pronta para essa fase da adolescência. Mal posso acreditar o quanto o Roberto mudou no último ano. Ele era um garoto descontraído. Ele seguia as regras na maioria do tempo. Mas, agora ele questiona quase tudo que eu digo, como se eu estivesse maltratando ele. Júlia – Fico feliz em saber que a Ana não é a única. Ela nunca fazia cara feia pra mim. Mas, outro dia, fomos ao centro fazer algumas compras e encontramos alguns amigos dela. E ela agiu como se não quisesse ser vista comigo, e isso me deixou muito mal. E as roupas! Só quer de marca. Bem, eu não tenho condições. Sinto muito por ela, mas não dá. Lia – Acho que estão crescendo, né? Não vão ser criancinhas para sempre. Não dá pra acreditar! Roberto sempre precisa de novas calças jeans e os seus pés parecem coisa de outro mundo! (As mães riem.) Oh! Eu não sei, mas não é apenas o tamanho que está mudando, a sua atitude também. Outro dia ele parecia tão crescido. Ele me disse: ‘Olha, mãe, vamos ter que começar a reciclar, senão vamos acabar vivendo em cima de um aterro sanitário’. Aí o humor dele muda. Uma hora ele está no topo do mundo e depois age como se ele não tivesse nenhum amigo. Júlia – Ah, meu Deus. É realmente bom poder falar com você sobre isso… porque eu não sei o que está acontecendo! Na verdade, talvez os adolescentes tenham que mudar, não sei. Mas isso me faz lembrar de quando Ana tinha 2 anos, ela era linda, doce e agradável, e depois virou uma monstra! É gritar “não! “E sair correndo. Narrador Como os pais dizem, existem muitas mudanças em seus filhos nessa idade. Os corpos mudam, e também seu estado de espírito e a forma como se relacionam com a família e amigos. Eles são mais independentes, e suas atividades mudam também. Eles ficam mais tempo sozinhos. Pense um pouco nas mudanças que você percebeu em seu próprio filho ou filha. 35 Como são os filhos Atividade 2.1 ............. 10 minutos 1. Peça ao grupo que pense que tipos de mudanças podemos perceber nessa fase. 2. Escreva você mesmo três categorias numa cartolina, deixando espaço para acrescentar as respostas. Dê exemplos de cada tipo de mudança. Por exemplo: • Física (pés maiores); • Relacionamento com a família (mais independentes); • Atividades (mais envolvido com os amigos). 3. Divida os pais em 3 grupos: • Grupo 1: alterações físicas; • Grupo 2: mudanças na forma como os filhos se relacionam com a família; • Grupo 3: mudanças nas atividades. 4. Oriente que cada grupo deve dizer entre si as alterações que acontecem naquela categoria. Peça que tentem encontrar pelo menos 5 mudanças naquela categoria. 5. Depois de 5-6 minutos peça que os grupos comentem as mudanças que pensaram enquanto você as escreve na cartolina. Certifique-se de que esses itens foram mencionados: • Físico: Tamanho, mais alto, problemas de pele, suor, características sexuais; • Atividades: Mais temposozinho, mais tempo com os amigos, querem usar o telefone, fazer o que os outros fazem; • Relacionamento em casa: Instabilidade emocional, mais adulto em seu modo de pensar, questiona mais as regras e passa menos tempo com os pais. 36 Que mudanças você vê no seu filho? 10 min. Dicas: Se o grupo for pequeno, faça as perguntas a todo grupo, sem dividi-lo. Se todos os participantes do encontro souberem ler e escrever, você pode distribuir papel cortado e fita adesiva para os grupos e pedir que colem na cartolina depois. ATENÇÃO! Este exercício concentra-se no desenvolvimento saudável. Se os pais colocaram no desenho coisas que não são saudáveis (como problemas com a lei, roubar, mentir, fazer sexo muito cedo), chame a atenção aos itens listados que são saudáveis. Diga a eles que vão aprender formas de ajudar a mudar o comportamento que eles não gostam e mais à frente teremos tempo para conversar sobre os problemas. Regras em casa? Por quê? Fala do vídeo ............. 2 minutos • Necessidade de regras da casa Narrador 1 Você provavelmente já viu que os outros pais ou responsáveis estão percebendo algumas das mesmas alterações em seus filhos que você também vê nos seus filhos. É normal que eles questionem suas regras, se aborreçam e até mesmo respondam. Não é de estranhar que ser pai possa ser tão frustrante! Mas saber o que é normal ajuda. Se você ainda não notou muitas dessas coisas, você vai saber o que esperar quando seus filhos ficarem mais velhos. Os jovens precisarão crescer muito para se tornarem adultos responsáveis. Narrador 2 Só porque é normal não significa que você deva sentar- se e deixar que as coisas aconteçam. Agora que ele está ficando mais velho, mais do que nunca é importante que o seu filho aprenda a ouvir e tratá-lo com respeito. Se você deixar para lá quando seu filho o ignora, responde, ou se recusa a fazer o que você pede, as coisas podem ficar realmente fora de controle. Júlia – Eu preciso de alguém para conversar. Eu realmente não sei o que fazer com a Ana. Ela está se tornando tão mal-educada. Ela até bateu boca com a avó outro dia. E quando ela não é mal-educada, ela me ignora eu realmente não sei o que fazer. Carol – Parece que a Ana precisa de algumas regras em casa. Júlia – Ela sabe das regras muito bem! Eu digo as regras até ficar roxa. Mas não faz diferença. Carol – Aposto que ela sabe que não deveria falar assim. Na nossa casa ajudou quando fizemos uma lista de regras. De alguma forma, quando escrevemos entra melhor na cabeça. A meu ver, é como um jogo de futebol. Se ela está jogando futebol e não sabe muito bem as regras, ela vai pegar um cartão amarelo ou vermelho. Há muita confusão em nossa casa, mas quando se trata das regras não há desculpa. Júlia – Por onde eu começo? Tem hora pra ir dormir, não deverá chegar tarde, tem que fazer as tarefas, não poderá ser mal-educado, não brigar com o irmão. Por onde eu começo? Carol – Oh! Você só precisa começar com alguma coisa. Se você colocar tudo de uma vez fica muito difícil. Júlia – Certo. 37 Como estabelecer regras e responsabilidades Fala do vídeo ............. 1 minuto • Regra do jantar • Regra da lição de casa Regras e responsabilidades para meu filho Atividade 2.2 ............. 4 1/2 minutos 1. Auxilie o grupo a localizar a atividade no caderno dos pais onde se encontra a lista de tarefas. 2. Circule entre os pais para ajudá-los durante a próxima narração, se necessário. Narrador Começar com apenas algumas regras é uma boa ideia. E, para as regras funcionarem, você tem que dizer aos seus filhos exatamente quais são. Júlia (para João) – João, você veio jantar tarde nas últimas noites. De agora em diante a regra é: “Chegue em casa às 6 h da tarde, a menos que você me ligue”. Pedro – Maria, você ficou chateada ontem à noite porque era hora de dormir e você não tinha terminado a tarefa? Agora vamos ter uma nova regra: “Sem televisão ou jogos de computador antes do jantar, e só os terá quando terminar sua tarefa”. E nós vamos colocar isso na sua nova lista de regras e colar na geladeira. Combinado? Maria – OK. “Fazer regras específicas para seu filho” 30 seg. Narrador 1 Fazendo uma lista de regras da casa, das quais seus filhos precisam lembrar, ajuda a acompanhar o que eles devem fazer. Como o pai disse, “Assim eles não podem dizer que não sabiam”. O que você espera que o seu filho faça, ou não faça, dentro e fora de casa? Pense nas regras para fazer os afazeres domésticos, a tarefa, as refeições e dormir. Narrador 2 Que pequenos afazeres você espera que seu filho faça em casa? Escreva um ou dois afazeres–como arrumar a cama, a mesa, tirar o lixo, ou ajudar com a louça. “Que tarefas domésticas seu filho faz?” 50 seg. Narrador 1 Em seguida, pense que horas você quer que seu filho faça a tarefa todos os dias. Depois da escola? Após comer? Antes da TV? Anote as suas respostas. 38 “Quando seu filho deve fazer a lição de casa?” 15 seg. Narrador 1 Agora pense que horas seu filho deve estar em casa para a janta, ou, se vocês não comem juntos, que horas devem chegar em casa à noite? “Que horas seu filho deve estar em casa para jantar?” 15 seg. Narrador 1 Por último, que horas você acha que seu filho deve estar na cama se tiver escola no outro dia? Eles devem ir dormir 20h30, 21h ou que horas? Anote suas respostas. “Que horas seu filho deve ir dormir?” 15 seg. Narrador 2 Nesta atividade só vimos quatro coisas que poderiam ser responsabilidades ou regras. Provavelmente, há coisas que você pode querer como regras, como não mentir, ou roubar, não responder, não brigar com os irmãos e irmãs. O que é importante é que você pense sobre o que você realmente deseja que o seu filho faça ou não faça sobre cada uma dessas coisas e, em seguida, diga para eles. Narrador 1 Se concentre nas coisas que seu filho tem problemas. Não adianta fazer uma regra que já é seguida. Mas não comece com os problemas graves que o preocupam muito. É melhor começar com as regras que você pode aplicar facilmente. Naturalmente, algumas crianças têm mais problemas com regras que outras. Se o seu filho segue as regras facilmente agora, é bom lembrar que mais regras podem ser necessárias depois, se surgirem problemas diferentes. 39 Frases que começam com “Eu” ETAPA 1 – “EU FICO” Fala do vídeo ............. 1 1/2 minutos Narrador 2 Temos ouvido sobre regras para definir limites – para que os filhos saibam o que devem fazer. Mas também sabemos que precisamos do amor, bem como dos limites. Em outras palavras, temos que ajudar os filhos a seguirem as regras sem gritar, criticar ou culpá-los. Porque, quando se grita ou crítica, eles podem sentir- se mal sobre si próprios ou tornarem-se ainda mais rebeldes. Vamos começar com a frase com “Eu” para que vocês tenham a oportunidade de lembrá-los sobre uma regra sem deixá-los tristes. A frase que começa com ‘Eu’ tem quatro partes. Na primeira parte você descreve como você está se sentindo, usando palavras que expressam sentimentos reais – como frustrado, decepcionado, magoado ou irritado. A frase que começa com ‘Eu’ pode ser usada para expressar sentimentos positivos e elogios, mas, por hora, vamos nos concentrar em usá-la para quando você está chateado, ou quando você vir seu filho fazendo algo errado. Vejamos como alguns pais permitem que seus filhos saibam como estão se sentindo sobre o problema. Kleber (para a Rosa, calmo, mas firme) – Rosa, eu estou triste. Luísa (mãe na cozinha para Rita, calma, mas firme) – Rita,eu estou muito chateada. Pedro (para Daniel, no parque, calmo, mas firme) – Estou decepcionado. Narrador 1 Às vezes as pessoas fazem mau uso dizendo algo como “Eu acho que você deve estar trabalhando demais”. O “eu acho” deve ser seguido do seu real sentimento. Agora você terá a chance de ensaiar o que o pai pode estar sentindo em algumas situações típicas. “Eu fico…” Atividade 2.3 ............. 2 minutos 1. Ajude os pais a localizarem a atividade no caderno para que possam continuar a lição. Use o cartaz “Frases que começam com Eu” para fixar o exercício. 2. Leia as situações sugeridas e pergunte aos participantes o que sentiriam em cada uma delas. Pode facilitar se usar a expressão “Eu fico” ou “Eu me sinto”. Reforce que se trata de um sentimento. Diga ao grupo para não apresentar soluções agora, apenas para expressar seus sentimentos nessas situações: “Responda as situações dizendo: Eu fico…” 2 min. Se você perceber que o grupo tem dificuldade de identificar o que são sentimentos, faça uma lista rápida no quadro, cartolina ou mesmo falada, dando alguns exemplos de sentimentos. 40 a. sua filha continua ao telefone, e já passou da hora de dormir; b. apesar de pedir, seu filho não realizou sua tarefa doméstica de levar o lixo para fora; c. sua filha respondeu mal quando você disse que não podia ir ao cinema. Fim da atividade Usando frases que começam com “Eu”: ETAPA 2 – “QUANDO …” Fala do vídeo ............. 1 minuto “Eu fico … quando você ...” Atividade 2.4 ............. 3 minutos 1. Leia as mesmas situações do cartaz (da atividade anterior), peça que os participantes repitam o que sentiriam e descreva a ação do filho. 2. Diga ao grupo que ainda não vão apresentar soluções, apenas expressar seus sentimentos e a situação que os causaram: a. Sua filha continua conversando ao telefone, e já passou da hora de dormir. Por exemplo, “Fico frustrado (decepcionado, irritado) quando você continua falando ao telefone após a hora de dormir” b. apesar de pedir, seu filho não terminou sua tarefa doméstica de levar o lixo para fora; Por exemplo, “Fico irritado (aborrecido, frustrado) quando vejo que o lixo ainda está na pia”; c. sua filha respondeu quando você disse que não podia ir ao cinema. Por exemplo, “Fico magoado (decepcionado, com raiva) quando você me responde mal”. Fim da atividade Narrador 1 A próxima parte de uma frase que começa com “Eu” é para descrever a situação, sendo o mais específico possível. Vamos ver como os pais ou responsáveis descrevem o seu sentimento em relação à ação dos seus filhos. Kleber (para Rosa) – Rosa, eu me sinto triste quando vejo você assistindo televisão antes de terminar sua tarefa. Luísa (para Rita) – Rita, eu fico chateada quando a pia ainda está cheia de louça suja. Pedro (para Daniel) – Daniel… fiquei decepcionado quando descobri que você mentiu para mim sobre onde você estava depois da escola. Narrador 2 É importante que você descreva o comportamento indesejado evitando culpar, dar sermões ou broncas. Apenas descreva o comportamento específico ou situação. Agora, o facilitador irá ler as mesmas situações que você praticou antes e você reformulará o seu sentimento e descreverá o comportamento ou situação. “Responda as situações dizendo: Eu fico... quando você…” 3 min. 41 Usando frases que começam com “EU” ETAPA 3 – “POR QUE …” Fala do vídeo ............. 1 1 / 2 minutos 42 Narrador 2 Assim como na frase começando com “Eu sinto” ou “Eu fico” é importante não culpar ou criticar quando você estiver descrevendo uma situação. Detenha-se aos fatos específicos. Isso evita que a discussão se torne uma luta pelo poder, e faz com que seja menos provável que o seu filho se irrite ou fique na defensiva. Narrador 1 Na próxima parte você diz por que você se sente assim. Depois você diz como se sente e que determinada coisa é um problema, você dá uma razão por que é importante que eles satisfaçam suas expectativas. Os filhos desta idade são mais suscetíveis a fazer o que pede se você lhes der um bom motivo. Quando eles são pequenos, não tem problema em dizer “porque é a regra”, mas na idade de 10 ou 11, eles precisam saber a razão. Kleber (para Rosa) – Rosa, eu fico triste quando vejo você assistindo televisão antes de terminar sua tarefa, porque a tarefa é importante. Luísa (para Rita) – Rita, eu fico muito chateada quando a pia está cheia de louça suja, porque é muito difícil fazer comida quando ela ainda está cheia. Pedro (para Daniel) – Daniel, fiquei decepcionado quando descobri que você mentiu para mim sobre onde foi depois da escola, porque eu quero poder confiar em você. Eu fico ... quando ... porque ... Atividade 2.5 ............. 4 minutos 1. Leia as mesmas situações do cartaz e peça que os participantes repitam o que sentiriam descrevendo a situação e dizendo por quê. 2. Diga ao grupo que ainda não é para encontrar soluções: a. Sua filha está conversando ao telefone meia hora depois da hora de dormir; Por exemplo, “Fico frustrado (decepcionado, com raiva) quando vejo você falando ao telefone depois das 21h, porque amanhã terá dificuldade para acordar. ” b. Seu filho também não tem feito sua tarefa doméstica de levar o lixo para fora; Por exemplo, “Fico irritado (aborrecido, frustrado) quando vejo que o lixo ainda está na pia, porque fica com mau cheiro. ” c. Sua filha respondeu mal quando você disse que não podia ir ao cinema. Por exemplo, “Fico magoado (decepcionado, com raiva) quando você me responde mal, porque eu mereço respeito. ” Fim da atividade Usando frases que começam com “EU” ETAPA 4 – “EU QUERO QUE VOCÊ ...” Fala do vídeo ............. 2 minutos Narrador 1: Agora pratique suas situações dizendo “Eu fico... quando... porque...” Responda às situações dizendo: “Eu fico... quando... porque...” 4 min. Narrador 2 A última parte é afirmar aquilo que você gostaria que seu filho fizesse agora ou no futuro. Nessa parte é importante ser específico. Por exemplo, dizer: “No futuro eu quero que você seja mais responsável” não é específico o suficiente. Você precisa dar um nome especificamente ao que você quer que o filho faça. Os pais de nossos exemplos agora vão dar toda a mensagem aos seus filhos: “Eu fico, quando, porque, e, da próxima vez, por favor... ou eu quero que você...”. Kleber (para Rosa) – Rosa, eu fico triste quando vejo você assistindo televisão antes de terminar sua tarefa, porque a tarefa é importante. Eu quero que você desligue a TV e vá fazer o exercício. 43 “Eu fico ... quando ... porque ... quero que você ...” Atividade 2.6 ............. 5 minutos 1. Leia as mesmas situações e peça aos participantes que façam as 4 etapas das frases que começam com “Eu”. 2. Oriente o grupo para não apresentar soluções ainda, apenas acrescentar o que o filho deve fazer: a. Sua filha está conversando ao telefone, e já passou da hora de dormir. Por exemplo, “Fico frustrado (decepcionado, com raiva) quando vejo você falando ao telefone depois das 21h, porque amanhã terá dificuldade para acordar. Quero que você desligue e vá dormir. ” b. Seu filho também não tem feito sua tarefa doméstica de levar o lixo para fora; Por exemplo, “Fico irritado (aborrecido, frustrado) quando vejo o lixo ainda na pia, porque fica com mau cheiro. Eu quero que você leve para fora agora. ” c. Sua filha respondeu mal quando você disse que não podiair ao cinema. Por exemplo, “Fico magoado (decepcionado, com raiva) quando você me responde mal, porque eu mereço respeito. Eu quero que você fale agora sem responder mal”. Pergunta opcional, se tiver tempo: Quais situações em casa você poderia usar frases começando com “Eu”? Fim da atividade 44 Luísa (para Rita) – Rita, eu fico muito chateada quando a pia está cheia de louça suja, porque é muito difícil fazer comida aqui desse jeito. Eu quero que você lave a louça agora mesmo. Pedro (para Daniel) – Daniel, fiquei decepcionado de você ter mentido para mim sobre onde você estava depois da escola, porque eu quero poder confiar em você. Eu quero que você me diga o que aconteceu. Narrador 1 Lembre-se de que as frases que começam com “Eu” permitem que você diga ao seu filho como se sente quando eles fazem uma coisa errada. E o que você deseja que eles façam e por quê. A parte mais importante é que você possa se comunicar sem culpar ou criticar. Você pode mostrar amor e respeito ao mesmo tempo em que estiver dando limites. Narrador 2 Agora, a frase que começa com “Eu” está completa. Você pode estar pensando que os pais ou responsáveis em nossos exemplos devem dar consequências ao mau comportamento, como um castigo ou mais afazeres. As consequências são importantes e depois vamos falar dos castigos do mau comportamento. Mas, agora, vamos terminar com a aprendizagem para deixar claro as frases que começam com “Eu”. “Eu fico... quando... porque... eu quero que você...” 5 min. Praticando frases que começam com “EU” Atividade 2.7 ............. 6 minutos 1. Auxilie o grupo a localizar a atividade “Praticando frases que começam com “Eu” no Caderno de Atividades. 2. Leia cada situação e peça aos pais para praticarem cada etapa: a. Você ouve seu filho dizer um palavrão no telefone com um amigo. Depois que ele desligar, você diz... b. Seu filho ou filha pegou uma roupa sua emprestada e deixou caída no chão do quarto. Você diz ... c. Já passou meia hora do seu filho/filha ir dormir e ele/ela ainda está assistindo TV. Você diz ... 3. Peça aos pais para voltar para atividade anterior, “Regras e Responsabilidades para Meu Filho”. Discussão: 4. Peça que escrevam ou digam uma frase que começa com “Eu” que poderiam usar com o filho (se eles desobedecerem a uma dessas regras). 5. Em seguida, diga para compartilharem suas frases que começam com “Eu” com o grupo. 6. Circule para oferecer ajuda no que for necessário. Pergunta opcional, se tiver tempo: • Peça a vários pais para lerem a frase que escreveram ou comentarem a que pensaram. • Peça para um pai/responsável dizer um problema em casa para o qual podem usar uma frase que começa com “Eu”. Fim da atividade “Praticando frases que começam com “Eu” 6 min. 45 Prática em casa .......................... 1 minuto 1. Use uma frase que começa com “Eu” em casa com seu filho se ele se comportar mal. 2. Veja como seu filho segue uma regra que você escreveu no Caderno de Atividades durante a próxima semana. Observe quando seu filho segue a regra ou não. 3. Lembre aos participantes do grupo que eles têm as etapas das frases no Caderno de Atividades e que podem consultar quando quiserem. Preparação para o encontro das famílias – Fazendo a árvore da família .......................... 3 minutos 1. Diga aos pais que no encontro das famílias eles vão construir a árvore da família. Mostre o cartaz da árvore da família e as “Diferentes árvores da família” (KIT). 2. Informe que cada galho é um membro da família, com os galhos dos adultos sendo maiores. Os pais irão escrever qualidades ou elogios nas folhas para os filhos e os filhos vão escrever qualidades do responsável nas folhas. 3. Se der tempo, eles vão escrever coisas boas sobre os avós nas raízes e coisas boas sobre toda a sua família no tronco. 4. Eles podem adicionar galhos para outros membros da família se der tempo. 5. Explique as diferenças de formato das árvores para estruturas familiares diferentes. Mostre o cartaz com os diferentes tipos de árvores familiares. 6. Diga aos pais para incluir um galho principal para o pai, um menor para o filho e uma raiz para cada avô. As famílias monoparentais podem decidir incluir ou não um galho para o pai ou mãe. 46 Prática em casa 1 min. Preparação para o encontro das famílias Fazendo a árvore da família 3 min. Sugestão Talvez seja melhor fazer duas árvores, uma em cada lado do quadro. As famílias mistas podem incluir mais raízes para os avós de ambos os lados. As crianças podem fazer uma segunda árvore com o outro pai. Nota ao facilitador: a atividade da árvore destina-se a desenvolver autoestima e identidade familiar; no entanto, isso pode causar alguma confusão, embaraço ou constrangimento se o simbolismo não for explicado. O formato da árvore reflete o tipo de família, primeiro casamento, pai solteiro e misto. O galho do filho deve ser menor que o dos pais, em especial em uma família monoparental, para que a criança não pense que está assumindo o papel de pai. Conclusão .......................... 30 segundos 1. Leiam o “Lema das Mães, Pais e Responsáveis” em grupo. 47 Encontro 3 Pais INCENTIVAR BOAS ATITUDES Encontro 3 dos Filhos: LIDAR COM O ESTRESSE Encontro 3 das Famílias: MOMENTOS DE FAMÍLIA Programa Famílias Fortes Sumário Revisão da prática em casa............................. 52 O valor de elogio ............................................. 55 Elogiando ........................................................ 58 Sistema de pontos para incentivar boas atitudes............................................................59 Construindo um relacionamento positivo ...... 66 Prática em casa ............................................... 69 Preparação para o encontro das famílias ....... 69 Conclusão ........................................................ 69 Materiais necessários: • Crachás (1 para cada participante) • Lista de presença dos pais • Televisão ou projetor • Caixa de som • Computador com vídeo do Encontro 3 – Pais • Papel para anotações do facilitador (1) • Caneta (1 para o facilitador e 1 para cada participante) • Pedaços de papel (papel A4 dividido em 4 pedaços) (2 para cada responsável) • Pincel atômico (1) • Fita adesiva • Cartolina (1) • Caderno de Atividades dos Pais e Responsáveis • Cartaz “Sistema de Pontos” (1 - KIT) • Cartaz “Lema das Mães, Pais e Responsáveis” (1 - KIT) Encontro 3 – Pais INCENTIVAR BOAS ATITUDES Objetivos Os pais irão: • Reconhecer bons comportamentos e fazer elogios. • Usar recompensas para ensinar novas atitudes. • Usar um sistema de pontos para incentivar boas atitudes. • Construir um relacionamento positivo. Nota ao facilitador: nas atividades que tiverem uso da cartolina, o facilitador pode utilizar: papel pardo, quadro branco ou qualquer material similar. Poderá ainda optar por fazer a atividade de modo oral, sem utilizar nenhum destes materiais ou tomando notas em um papel, caso seja necessário lembrar depois. 51 Quando ospais e responsáveis começarem a chegar... 1. Receba a todos com respeito e demonstre que a presença de cada um é percebida. 2. Peça para cada pai/responsável colocar o seu crachá. 3. Organize o preenchimento da lista de presença. Revisão da prática em casa .......................... 10 minutos Faça aos pais as seguintes perguntas e discuta com o grupo: • Qual regra seu filho obedeceu nessa semana? Teve alguma regra que ele não obedeceu? • Alguém usou uma frase que começa com “Eu” com o filho em casa? Se usou, o que você falou? Como seu filho reagiu? • O que está indo bem com seu filho em casa? Inicie o vídeo 52 AVISO Se a introdução levar mais de 10 minutos, os pais não terão terminado quando os filhos se juntarem ao grupo no final do encontro. 10 min. Elogiando os acertos Fala do vídeo ..........2 minutos • Elogio; grama; quadro; louça; filhos ajudando. Narrador 1 Os filhos se saem melhor em casa, na escola e com os amigos quando os pais usam tanto amor quanto limites. Os filhos precisam ter limites e se saem melhor quando sabem exatamente o que você espera deles. Narrador 2 Existem muitas formas de ensinar os seus filhos a fazerem o que eles devem fazer – seguirem as regras, se tornarem mais responsáveis e tratarem os pais com respeito. Você precisa dar consequências e castigos quando os filhos não seguem as regras. Falaremos sobre isso mais tarde, mas outra boa maneira dos seus filhos fazerem o que deve ser feito é encorajá-los e elogiá-los. Elogios não são só para mostrar a eles que você se importa, mas também para que façam o que devem fazer. Narrador 1 Pessoas de todas as idades aprendem melhor quando os outros dizem que eles estão fazendo o certo. Imagine que você está tendo problemas para chegar ao trabalho no horário. Que tipo de comentário do seu chefe o encorajaria a ser pontual? (Chefe, rabugento) – “Você tem se atrasando muito ultimamente. Tenho que cortar o seu salário para que você chegue na hora? ” OU (Chefe, agradável) – “Eu reparei que você chegou pontualmente às 8h esta manhã. Eu gosto quando você chega no horário”. Se você é como a maioria das pessoas, quando o chefe comentar sobre o que você fez direito vai ajudá-lo a se esforçar para chegar no horário. Isso significa que ele o elogiou por ter chegado no horário. Vejamos alguns pais fazendo observações boas e específicas de incentivo. Kleber (para Roberto) – Ei, a grama tá ótima, Roberto. Gostei do jeito que você aparou ao redor das árvores, fantástico. Parabéns, cara! Vanessa (para Ester) – Ficou ótimo, Ester. Sua cama está toda arrumada, as roupas todas guardadas e seus CDs arrumados. Estou impressionada. Lia (para José–feliz) – Ei, obrigada por lavar a louça esta manhã. E você o fez na hora certa. Assim vou poder começar a fazer o jantar na hora que chegarmos em casa. Pedro (Daniel e Maria vendo o guia da TV) – É bom ver vocês se dando bem. Vocês ficam muito mais agradáveis quando não estão brigando. Não acham? 53 Debate dos elogios Atividade 3.1.............2 minutos Discussão: 1. Comente sobre a pergunta na tela e estimule o debate. 2. Ajude os pais a verem que os elogios foram específicos e que os pais no vídeo comentaram sobre o que gostaram no comportamento dos filhos. Além disso, os pais não usaram o elogio como o início de um sermão, por exemplo, “Obrigado por lavar a louça. Você deveria fazer isso sempre. ” Fim da atividade Nota: não há narrativas nem falas do vídeo entre a atividade acima e as seguintes. Quando sou deixado de lado, eu... Atividade 3.2.............4 minutos Discussão: 1. Divida o grupo em duplas (se houver dois responsáveis pelo mesmo jovem, separe-os). 2. Peça a cada pessoa para dar um exemplo de uma situação em que ela se sente ignorada ou desvalorizada (em dupla). 3. Ainda em duplas, pergunte aos pais o que eles fazem quando as pessoas os ignoram e peça que descrevam como se sentem. 4. Pergunta opcional, se tiver tempo: • O que você gostaria de ouvir da pessoa que ignora você? • Há algo que seu filho faz bem que você ignora? Fim da atividade 54 O que você percebeu sobre os elogios? 2 min. Você já foi ignorado? 4 min. Fala do vídeo............. 2 1/2 minutos. • Ninguém repara O valor do elogio Narrador 1 – Não é bom ser ignorado. Nos sentimos melhor quando fazemos coisas que são notadas e apreciadas. Os nossos filhos também se saem melhor quando elogiamos o que estão fazendo direito. Por outro lado, é desencorajador para eles quando tentam fazer o que pedimos e nem percebemos. José (lembrando dos pais dando ordens) Lia: – “Rápido ou você vai perder o café. ” Kleber: – “Não se esqueça de escovar os dentes. ” Lia: – “Lembre- se da sua tarefa. ” Kleber: – “Pare de brigar com a sua irmã. ” José (pensando): – “Ninguém nem notou que eu me levantei no horário hoje”. Narrador 1 Provavelmente o José não vai se levantar no horário amanhã. Você se lembra de como notava e incentivava seu bebê a dar os primeiros passos? Você o elogiou percebendo, sorrindo, segurando seus braços. Isso o incentivou a continuar tentando mesmo que fosse difícil. Narrador 2 Pense em algo que realmente gosta de fazer e no qual é bom. Você gosta de cozinhar ou de jardinagem? Algumas coisas são naturalmente elogiadas, ou seja, nos sentimos bem só em fazê-las ou ver os resultados. Se você fizer uma comida realmente boa, você é elogiado porque sua família gostou, e você também vai gostar. O elogio pela jardinagem é de que você tem deliciosos legumes ou flores maravilhosas. Narrador 1 Mas, se você não é bom no boliche, ou se ninguém repara na comida que você fez, ou se suas plantas não produzem muitos legumes ou flores, você não recebe o elogio para continuar tentando. Narrador 2 Muitas das coisas que queremos que nossos filhos façam não são naturalmente ou imediatamente elogiadas. Pode não importar ao jovem José se seu quarto parece arrumado. E a jovem Joana talvez não se interesse se sua tarefa é feita ou não. Que menino de 12 anos é elogiado por colocar o lixo pra fora? Narrador 1 É por isso que precisamos elogiar as coisas que estamos tentando ensinar aos nossos filhos. Quando seus filhos ouvem elogios, “Obrigado por ajudar com a louça”, ou “Obrigado por levar o lixo”, ou “Eu gosto quando você faz a tarefa antes da TV”, eles ficam mais propensos a fazê-lo na próxima vez. 55 Transformando coisas negativas em positivas Atividade 3.3 .............6 minutos 1. (1 minuto). Peça para os pais dizerem, com uma palavra, coisas que gostam de fazer em casa ou no trabalho, que são elogiadas (por exemplo, uma habilidade, um hobby, uma tarefa). 2. (5 minutos). Peça para cada responsável dizer uma coisa que o filho tem feito de errado (atitude ruim). 3. Em seguida, peça para dizer o que ele espera que o filho faça no lugar desta atitude ruim (comportamento esperado). Por exemplo, “Meu filho deixa o quarto todo bagunçado. Eu quero que ele arrume a cama e guarde suas coisas no armário”; “Meu filho me responde. Eu quero que ele me ouça até o final e fale baixo ao responder”; “Meu filho passa o dia com a roupa do colégio. Eu quero que ele troque de roupa assim que chegar da escola”. Anote os comportamentos esperados em um papel para lembrá-los na atividade 3.5. Pergunta opcional, se tiver tempo: Por que é bom falar aquilo que você espera, ao invés de falar o comportamento ruim? Possíveis respostas: porque fica