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MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa Capacitação a distância Direitos da Pessoa Idosa Realização Patrocínio SECRETARIA NACIONAL DE PROMOÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS DA PESSOA IDOSA Apoio Capacitação a Distância – Direitos da Pessoa Idosa MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa Copyright 2019: Instituto brasileiro de Administração Municipal – IBAM Ficha Catalográfica elaborada por Cinthia Pestana Viana CRB-7/6431 - Biblioteca do IBAM CENSO EXPERIMENTAL 2019 I59 Instituto Brasileiro de Administração Municipal Capacitação a distância: direitos da pessoa idosa. / IBAM/SNPDDPI; [conteudistas] Louise Storni e Rosimere de Souza. [Colaboração: Ricardo Cesar Figueiredo de Moraes] – Rio de Janeiro: IBAM, 2019. 4 v. Inclusão e Diversidade Humana; Modulo. 1 Princípios e marcos normativos dos direitos da pessoa idosa; Modulo. 2 Acessibilidade e autonomia da pessoa idosa; Modulo 3 Políticas públicas e a pessoa idosa; Modulo. 4 1. Idosos. Cuidado e tratamento. Manuais, guias, etc.. 2. Idosos. Estatuto legal, leis, etc.. Brasil. 3. Envelhecimento. Brasil. 4. Saúde pública. Brasil. I. Storni, Louise. II. Souza, Rosimere de III. Instituto Brasileiro de Administração Municipal. IV. Brasil. Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, V. Título. CDU 613.98 Página | 2 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa República Federativa do Brasil Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa Idosa Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Presidente da República Jair Messias Bolsonaro Ministra de Estado da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Damares Alves Secretário Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa Idosa Antônio Costa Secretário Adjunto de Promoção dos Direitos da Pessoa Idosa Paulo Fernando Melo da Costa Coordenadora-Geral do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso Eunice da Silva Instituto Brasileiro de Administração Municipal - IBAM Escola Nacional de Serviços Urbanos – ENSUR Superintendente Geral Paulo Timm Diretora da ENSUR Tereza Cristina B. Baratta Coordenação de Ensino Márcia Costa Alves da Silva Gestão Acadêmica Silvia Kelly Leão Silva de Freitas Administrativo e Financeiro Andréia Azevedo Silva Anderson da Silva e Silva Normalização Bibliográfica Cinthia Pestana Capacitação à Distância - Direitos da Pessoa Idosa Supervisão Técnica Tereza Cristina B. Baratta Coordenação Pedagógica Márcia Costa Alves da Silva Gestão Acadêmica Silvia Kelly Leão Silva de Freitas Colaboração: Andréia Azevedo Silva e Tito Ricardo de Almeida Tortori Profissional de TI Roberto da Silva Gonçalves Assistente Administrativa Selma Rodrigues de Lacerda Teixeira Comunicação Ewerton da Silva Antunes Conteudistas Louise Lima Storni Rocha Rosimere de Souza Colaboração: Ricardo Moraes Página | 3 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa APRESENTAÇÃO Seja bem-vindo(a) ao Módulo 4! O envelhecimento da população e o aumento da longevidade têm sido objeto de debates em diversos países. Organismos internacionais como ONU, OMS e OEA recomendam que os países desenvolvam políticas que garantam um envelhecimento ativo, saudável e sustentável; promovam a inclusão social, cultural e econômica; fomentem a integração intergeracional e a participação dos idosos nos espaços de decisão. Sugerem ainda que sejam observadas as especificidades de mulheres e homens; as questões culturais, territoriais e étnicas; além da importância de se planejar ações que protejam a pessoa idosa de toda forma de violência e opressão. A Política Nacional do Idoso (1994), o Estatuto do Idoso (2003) e o Terceiro Programa Nacional de Direitos Humanos (2010) representam conquistas importantes no campo da proteção aos direitos da pessoa idosa, e, nos últimos anos, a temática da garantia de direitos desse grupo tem sido ponto central na agenda das políticas sociais no Brasil. Este módulo apresenta na primeira unidade, uma análise do contexto no qual estão inseridos os idosos, com a introdução de alguns indicadores socioeconômicos e institucionais que expressam as condições de vida da população no mundo e no Brasil e revelam as pressões exercidas sobre diversas áreas setoriais. A segunda unidade, aborda políticas públicas com ações voltadas ao idoso, à luz do que dispõe a normativa brasileira. Em cada política será apresentado o que dispõe a CF/88 e o Estatuto do Idoso, que orientam a estruturação das ações, bem como as responsabilidades dos municípios e as sugestões de iniciativas que podem ser implementadas. A terceira unidade, trata dos Conselhos de Direitos e seu papel no controle social da política de proteção à pessoa idosa. E a quarta e última unidade aborda os mecanismos e instrumentos de defesa de direitos da pessoa idosa, quando este são ameaçados ou violados. Página | 4 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa OBJETIVO Ao final deste módulo, espera-se que você seja capaz de: analisar o contexto no qual a população idosa se insere por meio de indicadores socioeconômicos e institucionais; reconhecer que esses indicadores se revelam como pressões sobre diversas áreas setoriais; identificar conjuntos de políticas públicas com ações voltadas ao idoso; examinar o que dispõe a normativa nacional a respeito do tema. Página | 5 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ................................................................................................. 3 OBJETIVO ............................................................................................................ 4 UNIDADE 1 - Indicadores de qualidade de vida e bem-estar ...............................6 1.1. População residente no Brasil .................................................................. 10 1.2. Longevidade e expectativa de vida .......................................................... 11 1.3. Renda, participação, ocupação e desocupação ..................................... 12 1.4. Segurança alimentar e carências de saúde ............................................ 13 1.5. Segurança pessoal ..................................................................................... 14 1.6. Aspectos urbanos ....................................................................................... 16 UNIDADE 2 - Políticas públicas para as pessoas idosas ..................................... 17 2.1. Saúde ........................................................................................................... 17 2.2. Proteção e Assistência Social .................................................................... 23 2.3. Educação ..................................................................................................... 29 2.4. Trabalho....................................................................................................... 34 2.5. Previdência social ....................................................................................... 35 2.6. Cultura ......................................................................................................... 37 2.7 Esporte .......................................................................................................... 38 2.8. Lazer ............................................................................................................. 39 2.9. Turismo ........................................................................................................ 40 2.10. Política urbana: habitação e mobilidade .............................................. 43 UNIDADE 3 - Conselhosdo Idoso .......................................................................... 51 3.1. O que diz o Estatuto do Idoso sobre a participação em conselhos?... 51 UNIDADE 4 - Defesa dos direitos e segurança dos idosos ................................. 53 Conclusão ......................................................................................................... 56 Referências ...................................................................................................... 57 Lista de sites e redes sociais .......................................................................... 60 Página | 6 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa UNIDADE 1 Indicadores de qualidade de vida e bem- estar Nesta unidade serão analisadas informações que mostram as condições sociais, econômicas, políticas e institucionais que incidem sobre toda a população e as políticas públicas no Brasil e no mundo. São abordadas em especial àquelas relacionadas ao processo de envelhecimento, a partir do exame de conjunto de indicadores sociais, econômicos e urbanos, tendo também como referência o que é definido como direito da pessoa idosa na legislação brasileira. Sobre os recortes e as dimensões da análise: Os dados serão apresentados em recortes e dimensões diferenciados. Iniciaremos com uma breve apresentação de dados sobre indicadores que medem a qualidade de vida entre os países amparada por informações do Relatório Global AgeWatch (2015), e do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). No contexto brasileiro, a análise das variáveis sociais, econômicas e institucionais será recortada segundo as Grandes Regiões (GRs), as Unidades da Federação (UFs), as Regiões Metropolitanas (RMs) e os Municípios, na medida do possível para os idosos. As fontes dos dados são as Pesquisas Nacionais por Amostragem Domiciliar (PNAD) dos anos de 2013, 2015 e 2017 e a Síntese de Indicadores Sociais – Uma análise das condições de vida da população brasileira de 2017. As variáveis atualizadas a partir dos dados da PNAD Contínua 2017 foram utilizadas com vistas a demonstrar uma realidade mais próxima do contexto atual. Esse olhar para os indicadores é indispensável para o planejamento de políticas de atenção ao idoso que levem em consideração as especificidades que caracterizam as populações e as regiões nas quais se intervém. Há indicadores cuja expressão numérica revela situações de significativa vulnerabilidade ou risco, cuja solução indica a necessidade de se elevar os padrões gerais da população, para além da pessoa idosa que certamente é mais impactada nessas circunstâncias. Como se pode observar na Figura 1, a população mundial de idosos representará mais de 20% em diversos países dos hemisférios sul e norte. Página | 7 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa Figura 1: Proporção da população com idade igual ou superior a 60 anos em 2015 e 2050. Fonte: Índice da Global AgeWatch 2015: Sumário executivo. Síntese Global, p. 2 No plano internacional, o Relatório Global AgeWatch, que analisa as condições de vida do idoso em aspectos como garantia de rendimento, estado de saúde, capacidade de trabalho e acessibilidade ambiental e elenca o Brasil em 56° lugar entre 96 nações avaliadas, atrás de países mais pobres como Bolívia, Equador e El Salvador. O estudo mostra um descompasso entre os avanços em termos de longevidade e atraso nas políticas públicas de atenção às pessoas mais velhas. Para ver os dados sobre envelhecimento, clique no ícone. Uma importante medida utilizada para avaliar e comparar os países no que diz respeito ao grau de desenvolvimento econômico e ao bem-estar ou à qualidade de vida oferecida à população é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O IDH que é obtido pela média geométrica dos três subíndices das dimensões que o compõem: longevidade, educação e renda. http://www.ensur.ibam.org.br/cursos/pluginfile.php/2980/mod_book/chapter/484/pdf_1_fig2.pdf http://www.ensur.ibam.org.br/cursos/pluginfile.php/2980/mod_book/chapter/484/pdf_1_fig2.pdf� Página | 8 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa Saiba mais! Sobre o cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) No cálculo do IDH são computados os seguintes fatores: educação (anos médios de estudos), longevidade (expectativa de vida da população) e renda (Produto Interno Bruto per capita). A dimensão longevidade do IDH pondera a esperança de vida ao nascer, ou seja, o número médio de anos que as pessoas viveriam a partir do nascimento, mantidos os mesmos padrões de mortalidade observados em cada período. O IDH vai de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido é o país. Esse índice também é usado para apurar o desenvolvimento de cidades, estados e regiões. No Brasil, tem-se o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), que segue as mesmas três dimensões do IDH Global, mas vai além porque adéqua a metodologia global ao contexto brasileiro e à disponibilidade de indicadores nacionais. Embora mensurem os mesmos fenômenos, os indicadores levados em conta no IDHM são mais adequados para avaliar o desenvolvimento dos municípios brasileiros. Segundo a Fundação João Pinheiro, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), no período de 2016 a 2017, o IDHM no Brasil passou de 0,776 para 0,778. É o que revelam os dados do Radar IDHM. Esse crescimento se deve aos avanços em educação e longevidade, mas o encolhimento da renda do brasileiro puxou o índice para baixo. Além disso, as disparidades entre negros e brancos diminuíram, mas continuam altas, e as mulheres vivem mais e estudam mais que os homens, mas renda ainda é mais baixa (GRAVIA, 2019). Outro importante índice que aborda especificamente o tema do aumento dos anos de vida no Brasil, associado ao bem-estar e à qualidade de vida, é o Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade (IDL), desenvolvido pelo Instituto de Longevidade Mongeral Aegon em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), o qual identifica ambientes de vida mais amigáveis aos idosos, a partir de metodologia multidimensional e ponderada, referente a fatores de qualidade de vida em 498 cidades brasileiras. Segundo este índice, “o bem-estar gerado pelos ambientes pode mitigar a deterioração mais intensa da qualidade de vida, conforme se chega a idades mais avançadas” (IDL/FGV, 2017, p. 3) e os municípios têm um papel importante na implementação de ações que podem aumentar a qualidade de vida urbana, construindo um bom lugar para a população de idosos. “A literatura científica a respeito de bem-estar e felicidade estabelece que os ambientes físico e social podem promover ou deteriorar o estado de saúde das pessoas, a sua disposição para engajar-se em atividades, a sua produtividade e os seus propósitos de vida conforme envelhecem” (IDL/FGV, 2017, p. 15). Página | 9 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa Pausa para refletir Você sabe o que significa qualidade de vida? Quais são os aspectos que configuram a qualidade de vida urbana? A figura a seguir apresenta critérios de análise da qualidade de vida utilizados por boa parte da literatura que discorre sobre o envelhecimento. Esses indicadores são aproveitados pelo Instituto de Desenvolvimento Urbano para a Longevidade para a composição do seu índice. Fonte: Adaptado de IDL/FGV. Página | 10 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa Saiba mais! Vale a pena conhecer o estudo realizado pelo Instituto de Longevidade Mongeral. Visite o site e conheça a metodologia de construção do Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade. Veja como a sua cidade está no ranking do IDL, além de das suas melhores característicase o que precisa ser melhorado. Acesse: https://idl.institutomongeralaegon.org/ 1.1. População residente no Brasil No ano de 2015 contava-se um total de 204.860 milhões de pessoas residentes no país (IBGE, 2015), sendo que 70% da população brasileira vive nas regiões Sudeste e Nordeste do país, onde a população de idosos também se destaca em relação as demais (Norte, Centro Oeste e Sul). Nessas regiões realçam-se os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro (Sudeste) e Pernambuco, Ceará e Maranhão (Nordeste) com os maiores contingentes populacionais. As mulheres são maioria no país e também são mais da metade da população em quase todas as grandes regiões, exceto na região Norte. Nesta região quase todos os estados contam com população masculina maior do que a feminina. Esse dado de quantidade da população por sexo já indica a necessidade de se pensar as especificidades das demandas das mulheres em diversas áreas setoriais, em especial na velhice. Nos quesitos cor e sexo, revelam que os pretos e pardos predominam entre a população. Contudo, entre homens e mulheres acima dos 60 anos, nota-se um predomínio maior de brancos (IBGE, 2015). A escolaridade tem um peso importante sobre a velhice e no Brasil há um quantitativo significativo de idosos que possuem entre 4 a 8 anos de estudo (mais de um terço) e de analfabetos (quase um terço). Os idosos representam mais de 10% da população em nove (09) regiões metropolitanas onde estão os 20 municípios mais populosos do país (mais de 500 mil habitantes), distinguindo-se as RMS do Rio de Janeiro, de Porto Alegre https://idl.institutomongeralaegon.org/ Página | 11 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa e de Recife. Esta informação remete a uma maior complexidade nesses territórios em termos de demandas por serviços públicos. Saiba mais! A PNAD 2015 abrangeu somente 9 (nove) das 73 regiões metropolitanas existentes no país: Região Metropolitana de Fortaleza, Região Metropolitana de Recife, Região Metropolitana de Salvador, Região Metropolitana de Belém, Região Metropolitana de Belo Horizonte, Região Metropolitana de São Paulo, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, Região Metropolitana de Curitiba e Região Metropolitana de Porto Alegre. A região Centro Oeste não figura entre as demais porque não possui uma RM examinadas na citada PNAD. Deste universo da população brasileira, 10% está concentrada na região metropolitana de São Paulo, cuja população residente representa 47% da população do estado, 25% de toda a população da grande região Sudeste e 10% de toda a população residente no país. Em seguida, desperta atenção a região metropolitana do Rio de Janeiro, cuja população representa 73% da população do estado e 14% em relação ao Sudeste. 1.2. Longevidade e expectativa de vida No que diz respeito à longevidade, o número de pessoas com 60 anos ou mais no Brasil, somou 30,2 milhões no ano de 2017 (IBGE, 2017) e estima-se que o envelhecimento da população acelere de forma a superar o número de crianças e adolescentes de 0 a 14 anos até o ano de 2031 (COSTA, 2018). Isto significa que a longevidade, ou seja, a duração da vida aumentou, está mais longeva, mais duradoura, mais longa. Por outro lado, é importante salientar que a expectativa de vida do brasileiro ao nascer passou de 75,5 em 2015 para 75,8 em 2016. A população no Norte e no Nordeste vive menos do que a média nacional, chamando a atenção para os estados do Maranhão e do Piauí, com as menores expectativas de vida. E, entre as mulheres e os homens, elas vivem mais do que eles. Saiba mais! Entre as unidades da federação brasileira destacam-se, Santa Catarina que apresenta a maior expectativa de vida (79,1 anos), seguida do Espírito Santo (78,2 anos), Distrito Federal (78,1 anos), São Paulo (78,1 anos), Rio Grande do Sul (77,8 anos), Minas Gerais (77,2 anos), Paraná (77,1 anos) e Rio de Janeiro (76,2 anos); as únicas que possuem indicadores superiores à média nacional. Os estados com as menores expectativas de vida são o Maranhão (70,6 anos) e o Piauí (71,1 anos) (IBGE, 2017). Em Alagoas, Bahia e Sergipe as mulheres vivem mais 8 anos do que os homens. E nos estados de Santa Catarina, Espírito Santo, Distrito Federal, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais a expectativa de vida das mulheres ultrapassou os 80 anos. Página | 12 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa Quanto ao estado conjugal e natureza da união conjugal, os homens são a maioria quando se trata de união estável, casamento civil ou religioso. Esta informação é importante para se planejar os programas de seguridade social para ambos os sexos, bem como os programas sociais (IBGE, 2017). Para ver o infográfico sobre a população idosa no Brasil, clique no ícone: 1.3. Renda, participação, ocupação e desocupação Os aspectos socioeconômicos sobre a população, em especial no caso de pessoas acima dos sessenta anos aqui analisados, compreendem variáveis relativas à razão de dependência demográfica, renda, participação, ocupação e desocupação, quantidade de aposentados e/ou pensionistas. Conceito de razão de dependência demográfica no Brasil A razão de dependência demográfica no Brasil significa o peso da população considerada inativa, ou economicamente dependente, entre 0 a 14 anos e a partir dos sessenta e cinco anos, sobre a população potencialmente e economicamente ativa, entre os 15 e os 64 anos de idade. Este dado pressupõe que jovens e idosos de uma população são dependentes economicamente dos demais. No Brasil, realça-se uma dependência econômica maior entre os jovens do que entre os idosos, respectivamente nas regiões Nordeste, na RM de Fortaleza e Sudeste, na RM do Rio de Janeiro. Quanto à renda, observa-se um expressivo número de idosos na pobreza, sobrevivendo com até um salário mínimo, ou seja, abaixo da linha da pobreza. Um levantamento realizado em todas as capitais pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), no ano de 2018, revela que desde 2015 vem aumentando a participação dos idosos na economia doméstica, em especial dos homens (53%). Eles são os principais responsáveis pelo pagamento de contas e despesas da casa. Contudo, para mais da metade, o dinheiro da aposentadoria não é suficiente para pagar todas as despesas. Importante lembrar que a necessidade de apoio para a complementação da renda por meio de programas sociais também pode ser analisada a partir deste indicador. Quanto às variáveis participação, ocupação e desocupação, a pesquisa Síntese dos Indicadores Sociais (IBGE) aponta que em 2016 o nível de ocupação foi menor entre os mais jovens e entre os mais idosos no país. Os mais idosos, naturalmente, estão em maior proporção na condição de aposentados ou pensionistas, portanto, fora da força de trabalho, além de também sofrerem discriminação no mercado de trabalho. http://www.ensur.ibam.org.br/cursos/pluginfile.php/2980/mod_book/chapter/486/mod_4_infog_1.pdf http://www.ensur.ibam.org.br/cursos/pluginfile.php/2980/mod_book/chapter/486/mod_4_infog_1.pdf� Página | 13 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa Vídeo No vídeo A revolução da longevidade o médico gerontólogo Alexandre Kalache afirma que idosos não estão envelhecendo como os pais ou os avós de antigamente e que não vão ficar arrastando chinelo de pijama dentro de casa. Disponível em: https://fehoesp360.org.br/iepas/noticia/5452/a-revolucao-da-longevidade/ Veja os dados do infográfico Brasil: renda, participação e ocupação, aposentados e pensionistas. Clique no ícone: 1.4. Segurança alimentar e carências de saúde A noção de segurança alimentar compreende o acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais. Neste tópico, trataremos de dois temas relacionadosentre si, a segurança e a insegurança alimentar entre a população residente por situação de domicílio, rendimento mensal percapita e as carências de pessoas com mais de 60, no que diz respeito à saúde. Entre a população residente no Brasil, no ano de 2013, a maioria dos idosos de ambos os sexos estavam em situação de segurança alimentar, sendo o quantitativo de brancos residentes em áreas urbanas mais expressivo do que os pretos, pardos e amarelos (IBGE, 2013). Entre os que estão em situação de insegurança alimentar, a maioria está entre as classes de rendimento mensal domiciliar per capita até 1/2 salário mínimo. A análise da PNAD sobre proporção concernida por carências de pessoas com mais de 60 anos de idade nos mostra que mais da metade considera o seu estado de saúde regular, ruim ou muito ruim. Outra carência na área da saúde é a inexistência de plano de saúde. Vale lembrar que os idosos no Brasil dependem exclusivamente dos serviços prestados no Sistema Único de Saúde (SUS). https://fehoesp360.org.br/iepas/noticia/5452/a-revolucao-da-longevidade/ https://www.mdh.gov.br/informacao-ao-cidadao/disque-100� Página | 14 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa Saiba mais! O Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil) mostrou que 75,3% dos idosos brasileiros dependem exclusivamente dos serviços prestados no Sistema Único de Saúde (SUS), sendo que 83,1% realizaram pelo menos uma consulta médica nos últimos 12 meses do ano de 2018 (PENIDO, 2018). Identificou-se ainda que: 10,2% dos idosos foram hospitalizados uma ou mais vezes neste período. 40% dos idosos possuem uma doença crônica. 29,8% possuem duas ou mais doenças crônicas como diabetes, hipertensão ou artrite. 70% dos idosos sofrem alguma doença crônica. 30% dos idosos têm dificuldade para realizar atividades diárias. As doenças crônicas são responsáveis por mais de 70% das mortes do país. Estudos apontam que é fundamental cuidar da saúde desde a infância para que a população tenha uma vida cada vez mais saudável e ativa. Isso significa voltar a adotar alguns hábitos, tais como ter alimentação saudável, praticar atividades físicas, inibir o consumo do álcool e do tabaco e, ainda para as pessoas com idade acima de 60 anos, oportunizar o diagnóstico de doenças de forma cada vez mais precoce. É importante que o profissional da saúde ponha sua atenção na necessidade dos idosos, a partir do diagnóstico de vulnerabilidades sociais, nível de independência e autonomia e estilo de vida, considerando alimentação, prática de exercícios e prevenção de quedas, hábitos de saúde e histórico clínico. Veja o infográfico sobre segurança alimentar e carências de saúde. Clique no ícone: 1.5. Segurança pessoal Em relação às pessoas que sofreram alguma violência ou agressão, é maior a proporção de pessoas de 18 anos ou mais de idade que sofreu alguma violência ou agressão cometida por bandido, ladrão ou assaltante em comparação com a proporção de pessoas nas mesmas faixas de idade que sofreu alguma violência ou agressão de pessoa conhecida (pai, mãe, filho, cônjuge, parceiro, namorado, amigo, vizinho (IBGE, 2013). Entre os idosos acontece o mesmo, em especial na área urbana, das regiões Norte e na região Nordeste, salientando-se nesta última os estados de Alagoas, Ceará, Maranhão, Piauí e de Alagoas. https://www.mdh.gov.br/informacao-ao-cidadao/disque-100� Página | 15 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa Fique atento! Se você souber de alguma situação de violência contra um idoso, Disque 100! Acesse o site do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e veja mais informações sobre os serviços, bem como os dados estatísticos anuais: https://www.mdh.gov.br/informacao-ao-cidadao/disque-100. Nos levantamentos disponíveis, você poderá comparar os dados por ano, por mês e unidade da federação. Também poderá analisar as frequências das violações por tipo, caracterizadas como: abuso financeiro e econômico/ violência patrimonial; direito à memória e à verdade; discriminação; falta de acessibilidade ao meio físico (edificações ou veículos) etc. Você terá acesso a informações sobre o perfil das vítimas e dos suspeitos, a relação entre eles; entre os demandantes, ou seja, os que denunciam, e os locais mais frequentes nos quais são cometidas as violências contra a pessoa idosa. Fonte: https://www.mdh.gov.br/navegue-por-temas/pessoa-idosa Esse contexto indica a necessidade de ações de prevenção e proteção em relação à violência contra a pessoa idosa em articulação entre as diversas políticas públicas de atenção à saúde, assistência social, educação, segurança pública, entre outras. Vídeo Seguindo diretrizes do Plano Nacional de Combate à Violência Contra a Pessoa Idosa, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos lançou a Campanha Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Pessoa Idosa, cujo marco é o dia 15 de junho. Assista ao vídeo: https://www.youtube.com/watch?time_continue=11&v=FSLOPdxLh1A Observe o infográfico sobre Segurança Pessoal e o contato do Disque Denúncia. Clique no ícone: https://www.mdh.gov.br/informacao-ao-cidadao/disque-100 http://www.ensur.ibam.org.br/cursos/pluginfile.php/2980/mod_book/chapter/490/mod_4_infog_5.pdf� Página | 16 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa 1.6. Aspectos urbanos Em aspectos urbanos serão analisados, por região metropolitana, indicadores que revelam as condições gerais dos domicílios e as regiões que mais precisam de melhorias nos serviços urbanos. Os aspectos examinados informados pela PNAD 2015 dizem respeito à taxa de urbanização, à proporção de domicílios particulares permanentes com acesso a banheiro ou sanitário, ao abastecimento por rede geral de água, ao esgotamento sanitário por rede coletora, ao serviço de coleta de lixo (direta ou indireta) e à iluminação elétrica. Em todas as RMs, a taxa de urbanização é maior do que 90%. O processo de urbanização não é simétrico no Brasil, tampouco dentro de uma mesma região ou unidade da federação. O planejamento deste processo também nem sempre acontece, ainda que existam exigências em relação à elaboração dos planos diretores e planos setoriais relacionados à política urbana. Há que se ter atenção também à organização dos serviços nos territórios, os quais não raro se concentram nas capitais e nos grandes centros urbanos. Nesses casos, a insuficiência, ineficácia ou inexistência de formas de mobilidade urbana pode dificultar o acesso das pessoas idosas a esses serviços. Ao analisar os dados, observa-se uma boa cobertura de domicílios particulares permanentes com banheiro ou sanitário de uso exclusivo dos moradores, abastecidos por rede geral de água, esgotamento sanitário por rede coletora, serviço de coleta de lixo (direta ou indireta), abastecimento de água e iluminação elétrica, sendo as Regiões Sudeste e Sul as que apresentam as melhores condições, e as regiões Norte e Nordeste, as mais precárias. Veja o infográfico Brasil - aspectos urbanos. Clique no ícone: http://www.ensur.ibam.org.br/cursos/pluginfile.php/2980/mod_book/chapter/490/mod_4_infog_5.pdf http://www.ensur.ibam.org.br/cursos/pluginfile.php/2980/mod_book/chapter/490/mod_4_infog_5.pdf� Página | 17 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa UNIDADE 2 Políticas públicas para as pessoas idosas Serão tratadas, nesta unidade, as políticas que podem ser acessados para atender às demandas da população em relação às questões mensuradas anteriormente, tendo como fonte a CF/1988 e documentos diversos, como cartilhas sobre os direitos do idoso, os Planos Nacionais, Estaduais e Municipais temáticos ou direcionados para o idoso. As políticas de seguridade social e proteção social são aquelas que garantem salvaguardas importantes para a sobrevivência da população representando aproteção social do estado. Elas se somam às demais reconhecidas como direitos sociais, descritas no artigo 6° da CF/1988. O Estatuto do Idoso, estabelece em seu art. 3º que deve ser assegurado ao idoso, entre outros, o direito à cultura, ao esporte e ao lazer, tais políticas públicas serão aqui abordadas pela sua intersetorialidade nos processos de operacionalização na oferta dos serviços. 2.1. Saúde A saúde é uma das políticas de seguridade social reconhecida pela Constituição Federal de 1988, ao lado das políticas de previdência social e de assistência social, constituindo assim as bases de uma política de proteção social não contributiva. É direito de todos e dever do Estado. O Sistema Único de Saúde (SUS), por onde os serviços se organizam, é um modelo de prestação de serviços e ações de saúde em âmbito nacional, com concepção unificada, organizado de forma regionalizada e hierarquizada. O Sistema também abrange as ações de vigilância sanitária, fiscalização e controle das substâncias e produtos de interesse para a saúde, produção de medicamentos e de equipamentos, formação de recursos humanos na área de saúde, incremento ao desenvolvimento científico e tecnológico, colaboração na proteção ao meio ambiente e na formulação da política e execução das ações de saneamento básico. Por meio do SUS, todos os cidadãos têm direito a consultas, exames, internações e tratamentos nas Unidades de Saúde a ele vinculadas, em todas as esferas – municipal, estadual e federal –, sejam públicas ou privadas. Veja os três níveis de atenção da estrutura do SUS e sua definição: Página | 18 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa A saúde na Constituição Federal de 1988 Ao consolidar as demandas na área da saúde, a Constituição de 1988 definiu: A saúde é direito de todos (Art. 6°). É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência (Art. 23). Compete à União, aos Estados, ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre previdência social, proteção e defesa da saúde (Art. 24). Compete aos Municípios, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, prestar serviços de atendimento à saúde da população (Art. 30). A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos, ao acesso universal igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação (Art. 196). São de relevância pública as ações e os serviços de saúde, cabendo ao poder público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, sua fiscalização e seu controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também por pessoa física ou jurídica de direito privado (Art. 197). As ações públicas na área da saúde A Lei Orgânica da Saúde (Lei n°. 8.080/1990) é o instrumento que regula, em todo território nacional, as ações e os serviços de saúde e dispõe sobre as atribuições comuns às distintas esferas. Página | 19 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa Saiba mais! A Lei Orgânica da Saúde (Lei n°. 8.080/1990) define as seguintes competências para o município: Planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e executar os serviços públicos de saúde. Participar do planejamento, programação e organização da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde (SUS), em articulação com sua direção estadual. Participar da execução, controle e avaliação das ações referentes às condições e aos ambientes de trabalho. Executar serviços: a) de vigilância epidemiológica; b) vigilância sanitária; c) de alimentação e nutrição; d) de saneamento básico; e) de saúde do trabalhador. Dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e equipamentos para a saúde. Colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente que tenham repercussão sobre a saúde humana e atuar, junto aos órgãos municipais, estaduais e federais competentes, para controlá-las. Formar consórcios administrativos intermunicipais. Gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros. Colaborar com a União e os Estados na execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras. Celebrar contratos e convênios com entidades prestadoras de serviços privados de saúde, bem como controlar e avaliar sua execução. Controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços privados de saúde. Normatizar complementarmente as ações e serviços públicos de saúde no seu âmbito de atuação. Essa política pública conta ainda com a presença da instância do Conselho de Saúde, a quem compete formular políticas nessa área, convocando e organizando as conferências e monitorando e fiscalizando as ações no sistema. O envelhecimento populacional vem acompanhado de problemas de saúde que desafiam os sistemas setoriais nesse campo e a previdência social. Envelhecer não significa necessariamente adoecer. A menos que exista doença associada, o envelhecimento poderá estar associado a uma vida saudável. Adicionam-se a essa condição de saúde, fatores externos que podem agravar casos já vulneráveis, devido a mudanças socioecológicas nos padrões de vida e atividade física dos indivíduos, como aumento dos níveis de sedentarismo, consumo de tabaco e álcool, urbanização, degradação do meio ambiente, Página | 20 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa conflitos agrários, mudança de hábitos alimentares, falta de acesso a saneamento básico e serviços fundamentais de saúde. Mas como se observa em boa parte das cidades, os sistemas de saúde municipais não estão estruturados para atender com qualidade a população como um todo, tampouco as demandas dos idosos. É importante que o profissional da saúde dê atenção às necessidades dos idosos a partir do diagnóstico de vulnerabilidades sociais, nível de independência e autonomia e estilo de vida, considerando alimentação, prática de exercícios e prevenção de quedas, hábitos de saúde e histórico clínico. O Ministério da Saúde tem desenvolvido ações no sentido constituir uma linha de cuidados específicos para preparar o sistema público de saúde para as causas que geram maior vulnerabilidade dos idosos, a partir de um olhar mais humanizado (FRASÃO, 2017). Foi elaborado um documento com orientações técnicas direcionadas para gestores municipais e estaduais sobre procedimentos a serem adotados na construção e implementação dessa linha de cuidado da pessoa idosa. Espera- se que esse conjunto de orientações auxilie a organização da Rede de Atenção à Saúde, a qualificação do acolhimento, a prevenção de internações desnecessárias, a preservação da capacidade funcional do paciente, como também identificação precoce e monitoramento, controle e rastreio dos casos de doenças crônicas (hipertensão e diabetes) e de doenças e agravos, como depressão, demência e quedas. Saiba mais Conheça o documento Orientações Técnicas para a Implementação de Linha de Cuidado para Atenção Integral à Saúde da Pessoa Idosa no Sistema Único de Saúde. Acesse: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/linha_cuidado_a tencao_pessoa_idosa.pdf. Outra estratégia que vale a pena conhecer é a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa, cujas informações devem ser inseridas em um prontuário eletrônico. Acesse: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/27/CADERN ETA-PESSOA-IDOSA-2017-Capa-miolo.pdf. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/linha_cuidado_atencao_pessoa_idosa.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/linha_cuidado_atencao_pessoa_idosa.pdf https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/27/CADERNETA-PESSOA-IDOSA-2017-Capa-miolo.pdf https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/27/CADERNETA-PESSOA-IDOSA-2017-Capa-miolo.pdfPágina | 21 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa Dicas O aplicativo Saúde da Pessoa Idosa é outra importante ferramenta que pode ser utilizada se você for um profissional da área de saúde. Acesse o site e conheça: https://www.unasus.gov.br/noticia/una-sus-e- minist%C3%A9rio-da-sa%C3%BAde-lan%C3%A7am- aplicativo-sa%C3%BAde-da-pessoa-idosa. O que diz o Estatuto do Idoso sobre o direito à saúde? Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos. § 3o É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão da idade. § 4o Os idosos portadores de deficiência ou com limitação incapacitante terão atendimento especializado, nos termos da lei. § 6o É assegurado ao idoso enfermo o atendimento domiciliar pela perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, pelo serviço público de saúde ou pelo serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que integre o Sistema Único de Saúde - SUS, para expedição do laudo de saúde necessário ao exercício de seus direitos sociais e de isenção tributária. (Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013) § 7º Em todo atendimento de saúde, os maiores de oitenta anos terão preferência especial sobre os demais idosos, exceto em caso de emergência. (Incluído pela Lei nº 13.466, de 2017). Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as condições adequadas para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério médico. Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável pelo tratamento conceder autorização para o acompanhamento do idoso ou, no caso de impossibilidade, justificá-la por escrito. Art. 19. § 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra o idoso qualquer ação ou omissão praticada em local público ou privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico (Incluído pela Lei nº 12.461, de 2011). https://www.unasus.gov.br/noticia/una-sus-e-minist%C3%A9rio-da-sa%C3%BAde-lan%C3%A7am-aplicativo-sa%C3%BAde-da-pessoa-idosa https://www.unasus.gov.br/noticia/una-sus-e-minist%C3%A9rio-da-sa%C3%BAde-lan%C3%A7am-aplicativo-sa%C3%BAde-da-pessoa-idosa https://www.unasus.gov.br/noticia/una-sus-e-minist%C3%A9rio-da-sa%C3%BAde-lan%C3%A7am-aplicativo-sa%C3%BAde-da-pessoa-idosa Página | 22 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa Propostas de ações para a área da saúde Expandir e consolidar programas de serviços básicos de saúde e de atendimento domiciliar para a população de baixa renda, com enfoque na prevenção e diagnóstico prévio de doenças e deficiências. Implementar programas para prevenir a violência contra idosos. Garantir a atenção integral à saúde dos idosos. Reformular o marco regulatório dos planos de saúde, de modo a diminuir os custos para a pessoa idosa e fortalecer o pacto intergeracional, estimulando a adoção de medidas de capitalização para gastos futuros pelos planos de saúde. Fiscalizar os centros de atendimento a idosos. Realizar cadastramento da população idosa em base territorial. Prestar atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios. Estruturar unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas áreas de geriatria e gerontologia social. Prestar atendimento domiciliar, incluindo a internação, aos idosos que estejam impossibilitados de se locomover, inclusive para aqueles abrigados e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos, nos meios urbano e rural. Realizar a reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das sequelas decorrentes do agravo da saúde. Fornecer aos idosos, gratuitamente, medicamentos, especialmente os de uso continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação. Promover treinamento e a capacitação dos profissionais, assim como orientação a cuidadores familiares e grupos de autoajuda. Realizar notificação compulsória à autoridade sanitária, por parte dos profissionais e serviço de saúde e públicos e privados, sobre os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada contra idosos. Encaminhar para a autoridade policial; o Ministério Público; o Conselho Municipal do Idoso; o Conselho Estadual do Idoso e; o Conselho Nacional do Idoso os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada contra idosos. Como acessar os serviços? Aqueles que precisam de atendimento de saúde devem procurar os postos de saúde ou hospitais mais próximos de sua casa para obter informações. Caso não consigam ser atendidos e tenham sido violados em seus direitos, devem procurar a Defensoria Pública ou o Ministério Público do seu estado. Por vezes, em cidades de menor porte esses órgãos funcionam nos fóruns. Gestores devem procurar informações sobre programas que atendam aos municípios junto ao site do Ministério da Saúde. Página | 23 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa Saiba mais! Outra boa fonte de informação sobre recursos direcionados para as políticas públicas nas diversas áreas setoriais é a Plataforma + Brasil, sistema único on-line de âmbito nacional com potencial para integrar outros sistemas (módulos) para operacionalização de várias modalidades de transferências de recursos da União. Acesse: http://plataformamaisbrasil.gov.br/. 2.2. Proteção e Assistência Social Desde a CF/1988, a assistência social é alçada à condição de política pública. Em direção ao seu processo de institucionalização, as diversas ações e iniciativas de atendimento à população vão gradativamente deixando de ser meramente voluntárias e de caráter caritativo, benevolente e passam a ser operadas sob a estrutura de política pública de Estado, com recursos públicos. Saiba mais! A política de assistência social na CF 1988 Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes: I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social; II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis. A Lei Orgânica da Assistência Social (Lei n° 8.742/1993) regulamentou o artigo 203 e 204 da CF/1988 e tornou a assistência social um dever do Estado e um direito de cidadania, sem necessidade de contribuição prévia. http://plataformamaisbrasil.gov.br/ Página | 24 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa As formas como são ofertados os serviços e programas socioassistenciais e os benefícios estão definidas por meio do Sistema Único deAssistência Social (SUAS). O SUAS funciona em articulação com as outras políticas setoriais, o que é fundamental para lidar com os aspectos multidimensionais do envelhecimento. Por meio dos seus serviços, programas e projetos, a assistência social tem por finalidade garantir as seguranças socioassistenciais de: acolhida; convívio ou vivência familiar, comunitária e social; renda; desenvolvimento de autonomia e apoio e auxílio: Saiba mais! Seguranças socioassistenciais I - Acolhida: Serviços e espaços de curta, média e longa permanência que contenham: a) condições de recepção; b) escuta profissional qualificada; c) repasse de informações e orientações; d) estabelecimento de referência e contra referência; e) concessão de benefícios; f) aquisições materiais, econômicas, políticas, culturais e sociais; g) abordagem em territórios de maior vulnerabilidade e de incidência de situações de risco; II - Convívio ou vivência familiar, comunitária e social: Oferta de serviços que garantam oportunidades e ação profissional para: a) a construção, restauração e o fortalecimento de laços de pertencimento, de natureza geracional, intergeracional, familiar, de vizinhança e interesses comuns e societários; b) o exercício capacitador e qualificador de vínculos sociais e de projetos pessoais e sociais de vida em sociedade. III - Renda: Concessão de auxílios financeiros e da concessão de benefícios continuados, nos termos da lei, para cidadãos não incluídos no sistema contributivo de proteção social, que apresentem vulnerabilidades decorrentes do ciclo de vida e/ou incapacidade para a vida independente e para o trabalho; IV - Desenvolvimento de autonomia: Exige ações profissionais e sociais para: a) o desenvolvimento de capacidades e habilidades para o exercício do protagonismo, da cidadania; b) a conquista de melhores graus de liberdade, respeito à dignidade humana, protagonismo e certeza de proteção social para o cidadão e a cidadã, a família e a sociedade; c) conquista de maior grau de independência pessoal e qualidade, nos laços sociais, para os cidadãos e as cidadãs sob contingências e vicissitudes. V - Apoio e auxílio: Quando sob riscos circunstanciais, exige a oferta de auxílios em bens materiais e em pecúnia, em caráter transitório, denominados de benefícios eventuais para as famílias, seus membros e indivíduos. O SUAS organiza a rede de atendimento e a oferta dos serviços socioassistenciais, programas e projetos e benefícios em dois níveis de Página | 25 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa proteção, por meio dos Centros de Atendimento de Assistência Social (CRAS) e dos Centros de Atendimento Especializados de Assistência Social (CREAS). Os municípios são coparticipantes na implementação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). A Lei Orgânica de Assistência Social de 1993 dispõe sobre as suas competências na gestão do sistema em diversos aspectos. Uma das principais ações direcionadas para os idosos existentes hoje no Brasil é a Estratégia Brasil Amigo da Pessoa Idosa (instituído pelo decreto Nº 9.328, de 3 de abril de 2018), que envolve a atuação integrada do governo federal junto aos estados, aos municípios e ao Distrito Federal, mais os conselhos de direitos e os idosos, para ofertar ambientes e serviços mais amigáveis aos idosos nas políticas de assistência social, de saúde, de desenvolvimento urbano, de direitos humanos, de educação e de comunicação. Fonte: http://mds.gov.br/assuntos/brasil-amigo-da-pessoa-idosa A Estratégia, sob a coordenação do Ministério da Cidadania, conta com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), da Organização Pan-americana da Saúde (OPAS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS). Com foco nos idosos inscritos no Cadastro Único dos Programas Sociais, a Estratégia prepara os municípios para desenvolverem políticas públicas que garantam melhor qualidade de vida para a população idosa com envelhecimento ativo e saudável, notadamente nas áreas de saúde, mobilidade urbana, segurança, inclusão digital. http://mds.gov.br/assuntos/brasil-amigo-da-pessoa-idosa Página | 26 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa Fonte: http://mds.gov.br/assuntos/brasil-amigo-da-pessoa-idosa/dimensoes Saiba mais! Conheça mais sobre o Estratégia Brasil Amigo da Pessoa Idosa no site do Ministério da Cidadania. Acesse: http://mds.gov.br/assuntos/brasil-amigo-da-pessoa-idosa/ No site existem guias elaborados especialmente para orientar os estados e municípios que participam da iniciativa a percorrerem os passos necessários à sua implementação. Vídeo Assista ao vídeo sobre a Estratégia Brasil Amigo da Pessoa Idosa: https://www.youtube.com/watch?v=SrI6F6VMVtA/ O que diz o Estatuto do Idoso sobre o direito à assistência social? O idoso pode exigir na Justiça o direito de visitar os netos, pois lhe é assegurado o convívio familiar. Para garantir seus direitos ou para se defender em um processo, o idoso pode procurar um advogado ou, caso não tenha condições financeiras, a Defensoria Pública. http://mds.gov.br/assuntos/brasil-amigo-da-pessoa-idosa/dimensoes http://mds.gov.br/assuntos/brasil-amigo-da-pessoa-idosa/ https://www.youtube.com/watch?v=SrI6F6VMVtA/ Página | 27 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa O idoso pode requerer à autoridade judiciária o afastamento de casa daquele familiar que o agride. É garantida ao idoso prioridade de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social locais. Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de forma articulada, conforme os princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, na Política Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde e demais normas pertinentes. Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS. (Vide Decreto nº 6.214, de 2007). Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar, são obrigadas a firmar contrato de prestação de serviços com a pessoa idosa abrigada. § 1o No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é facultada a cobrança de participação do idoso no custeio da entidade. § 2o O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho Municipal da Assistência Social estabelecerá a forma de participação prevista no § 1o, que não poderá exceder a 70% (setenta por cento) de qualquer benefício previdenciário ou de assistência social percebido pelo idoso. Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de risco social, por adultos ou núcleo familiar, caracteriza a dependência econômica, para os efeitos legais. (Vigência) Art. 48. Parágrafo único. As entidades governamentais e não governamentais de assistência ao idoso ficam sujeitas à inscrição de seus programas, junto ao órgão competente da Vigilância Sanitária e Conselho Municipal da Pessoa Idosa, e em sua falta, junto ao Conselho Estadual ou Nacional da Pessoa Idosa, especificando os regimes de atendimento, observados os seguintes requisitos: I – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança; II – apresentar objetivos estatutários e plano de trabalho compatíveis com os princípios desta Lei; III – estar regularmente constituída; IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes. Propostas de ações para a área da saúde Apoiar a criação de centros de convivência de idosos. Desenvolver ações de valorização e socialização da pessoa idosa. Criar, fortalecer e descentralizar programas de assistência aos idosos, contribuindo para sua integração à família e à sociedade e o seu atendimento no seu próprio ambiente. Realizar a busca ativa para garantir o direito do idoso em situação de vulnerabilidade ao Benefício da PrestaçãoContinuada (BPC). Realizar diagnóstico territorial que contemple o protagonismo e a participação da população idosa, no levantamento e avaliação de informações sobre a gestão das ações, dos programas, dos benefícios e dos serviços ofertados à este segmento. Página | 28 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa Elaborar plano que contemple as ações a serem executadas pelos Municípios para a população idosa. Realizar ações de avaliação e o monitoramento. Reconhecer as políticas públicas, programas, ações, serviços ou benefícios, implementados pelos Municípios, que promovam o envelhecimento ativo, saudável, cidadão e sustentável da população idosa, por meio da concessão de certificados, selos ou congêneres. Fomentar programas de voluntariado de pessoas idosas, valorizando e reconhecendo sua contribuição para o desenvolvimento e bem-estar da comunidade. Realizar capacitações presenciais sobre atenção ao idoso de servidores e lideranças comunitárias nos Municípios. Instituir o Conselho Municipal de Direitos da Pessoa Idosa ou, quando já instituído, mantê-lo ativo, de forma a garantir as condições para o exercício de suas competências legais. Firmar parcerias com órgãos e entidades públicas ou privadas para a implementação de ações voltadas para o idoso. Adotar medidas para estimular o atendimento prioritário às pessoas idosas nas instituições públicas e privadas. Desenvolver política de humanização do atendimento ao idoso, principalmente em instituições de longa permanência. Realizar a fiscalização e o controle social dos centros de atendimento a idosos. Prover sustento ao idoso ou seus familiares caso não possuam condições econômicas de prover o seu sustento. Prestar o Serviço de Acolhimento Institucional, nas seguintes modalidades: abrigo institucional; Casa-Lar; Casa de Passagem e; Residência Inclusiva. Como acessar os serviços? Aqueles que precisam de alguma assistência de acolhida, renda, apoio ou auxílio para famílias, crianças, idosos, deficientes, seja residente em área urbana ou rural, devem procurar os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) ou os Centros de Referência Especializadas de Assistência Social (CREAS) de suas cidades ou da cidade mais próxima de sua casa. Caso não consigam ser atendidos e tenham sido violados em seus direitos, devem procurar a Defensoria Pública ou o Ministério Público do seu estado. Por vezes, em cidades de menor porte, esses órgãos funcionam nos fóruns. Hoje em dia é fácil encontrar os telefones de contato CRAS e CREAS nos sites das prefeituras municipais, do governo do estado ou mesmo do Ministério da Cidadania. Gestores devem procurar informações sobre programas que atendam aos municípios junto ao site do Ministério da Cidadania – http://mds.gov.br/ – e mesmo do governo do estado. http://mds.gov.br/ Página | 29 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa 2.3. Educação A educação é um direito de todos e um dever do Estado, uma política inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, de valorização profissional, da gestão democrática do ensino público. Saiba mais! A CF/1988 define as diretrizes para a efetivação da educação pelo Estado nos seguintes aspectos: O Ensino Fundamental é obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria, ou seja, também à pessoa idosa. O Ensino Médio também é gratuito. O atendimento educacional especializado às pessoas com deficiência deverá ser prestado preferencialmente na rede regular de ensino. O direito à educação básica estende-se como o atendimento em creche e pré-escola até os seis anos de idade. O direito de acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística segundo a capacidade de cada um. O direito de ensino regular noturno. A educação, tal como é definida na Lei de Diretrizes e Bases – LDB (Lei nº 9.394/1996), tem como finalidade o desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o mundo do trabalho. A LDB define que a educação escolar compõe-se de Educação Básica e Educação Superior. A Educação Básica vai da creche até o Ensino Médio e, entre elas existem algumas modalidades especiais, como a Educação Especial, voltada para educandos com deficiência; a Educação de Jovens e Adultos (EJA), ofertada para aqueles que não tiveram acesso à escolarização na idade adequada ou que não deram continuidade ao estudo por diversas razões e; a Educação Profissional, cuja finalidade é desenvolver aptidões para a vida produtiva, de forma integrada às demais modalidades de ensino, ao trabalho e à tecnologia. Saiba mais! Ao município cabe com prioridade: Ofertar educação infantil – creche e pré-escola – para crianças de zero a seis anos de idade. Ofertar atendimento educacional especializado às pessoas com deficiência na rede regular de ensino. Organizar os seus sistemas de ensino em regime de colaboração com a União, os Estados, o Distrito Federal, de modo a assegurar a universalização do ensino obrigatório. Página | 30 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa A longevidade e a melhoria na qualidade de vida da pessoa idosa e a oferta de serviços para esse segmento trouxeram também o interesse pela escolarização e o aumento do conhecimento. Os idosos iniciaram ou retomaram a alfabetização, cursos profissionalizantes, de atualização ou acadêmicos, como graduação e pós-graduação. Pausa para refletir Você sabia que os maiores de 60 anos também têm direito à educação? Na sua cidade existe alguma universidade voltada para o idoso? Para a qualificação dos idosos, além da educação básica (Ensino Fundamental e Médio), várias instituições de Ensino Superior mantêm atualmente cursos de educação permanente para os mais velhos, a exemplo das Universidades da Terceira Idade ou UNATIs. Muitas dessas iniciativas receberam apoio do Fundo Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (FNDPI), por meio do Programa Universidade Aberta. Vídeo Veja depoimentos de idosos e especialistas sobre escolarização e formação após os sessenta anos. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=D2aweDTRsgg O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, por meio da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (SNDPI), iniciou no ano de 2019 o Programa Viver Envelhecimento Ativo e Saudável, que tem como foco inserir a Pessoa Idosa no contexto atual da ampliação das habilidades necessárias à qualidade de vida para um Envelhecimento Ativo e Saudável. Página | 31 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa Fonte: https://www.mdh.gov.br/todas-as- noticias/2019/marco/ProgramaViver.pdf Segundo a SNDPI “a proposta do programa é ser referência no processo de otimização de oportunidades para inclusão digital e social, assegurando a participação da pessoa idosa para elevar a qualidade de vida”. Nesta direção a SNDPI inicia a implementação do Programa nos seguintes campos de ação, que podem ser ampliados de acordo com a necessidade e peculiaridade de cada município: Tecnologia Educação Promover a inclusão tecnológica e contribuição a todas as áreas da vida, como acesso de forma segura às redes sociais, aos caixas eletrônicos da rede bancária, totens de aeroportos, sistema eletrônico de catraca no transporte público, entre outros. Dirigida com foco na pessoa idosa para qualificar sua convivência familiar e comunitária, como alfabetização para a pessoa idosa, favorecendo os aspectos biológicos, psíquicos, cognitivos, físicos e sociais; educação financeira, proporcionando a pessoa idosa a capacidade para gerir seus recursos financeiros com responsabilidade e compreensão das consequências do excesso de oferta de crédito disponibilizadas pelas instituições financeiras. https://www.mdh.gov.br/todas-as-noticias/2019/marco/ProgramaViver.pdfhttps://www.mdh.gov.br/todas-as-noticias/2019/marco/ProgramaViver.pdf Página | 32 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa Saúde Mobilidade física Disseminar informações, conhecimentos, mediante palestras, debates e campanhas (relacionada a nutrição, prevenção de doenças crônicas entre outras), na perspectiva do processo de envelhecimento, com ênfase na prevenção, como instrumentos alternativos para evitar cuidados paliativos. Disponibilizar à pessoa idosa prática de atividades físicas no cotidiano e lazer; atividades recreativas, com o objetivo de propiciar um envelhecer com bem-estar físico e psicossocial. Vídeo Assista ao vídeo Programa Viver – Envelhecimento Ativo e Saudável e saiba mais sobre o que o Programa oferece a partir do depoimento de idosos. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=C-WDh06xv-Q. O que diz o Estatuto do Idoso sobre o direito à educação? Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade. Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à educação, adequando currículos, metodologias e material didático aos programas educacionais a ele destinados. Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal serão inseridos conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito e à valorização do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matéria. Art. 23. A participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será proporcionada mediante descontos de pelo menos 50% (cinquenta por cento) nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem como o acesso preferencial aos respectivos locais. Art. 25. As instituições de educação superior ofertarão às pessoas idosas, na perspectiva da educação ao longo da vida, cursos e programas de extensão, presenciais ou a distância, constituídos por atividades formais e não formais. (Redação dada pela lei nº 13.535, de 2017). https://www.youtube.com/watch?v=C-WDh06xv-Q Página | 33 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa Propostas de ações para a área de educação Desenvolver ações que contribuam para o protagonismo da pessoa idosa na escola. Potencializar ações com ênfase no diálogo intergeracional, valorizando o conhecimento acumulado das pessoas idosas. Estimular a educação continuada e permanente de idosos. Apoiar a implantação de programas ‘voluntário idoso’. Estimular o atendimento prioritário às pessoas idosas nas instituições públicas e privadas. Adequar os currículos, a metodologia e o material didático aos programas educacionais destinados à pessoa idosa. Incluir nos cursos especiais para idosos conteúdo relativo às técnicas de comunicação, computação e demais avanços tecnológicos, para sua integração à vida moderna. Realizar comemorações de caráter cívico ou cultural, para transmissão de conhecimentos e vivências às demais gerações, no sentido da preservação da memória e da identidade culturais. Garantir a participação dos idosos em atividades culturais e de lazer mediante descontos de pelo menos 50% (cinquenta por cento) nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem como o acesso preferencial aos respectivos locais. Manter nos meios de comunicação espaços ou horários especiais voltados aos idosos, com finalidade informativa, educativa, artística e cultural, e ao público sobre o processo de envelhecimento. Apoiar a criação da universidade aberta para as pessoas idosas Incentivar a publicação de livros e periódicos, de conteúdo e padrão editorial adequados ao idoso, que facilitem a leitura, considerada a natural redução da capacidade visual. Ofertar a Educação para Jovens e Adultos. Promover a inclusão tecnológica dos idosos. Oferecer cursos de educação financeira. Como acessar os serviços? Aqueles que se interessam em iniciar ou retomar a alfabetização devem procurar a Secretaria de Educação de sua cidade e se informar sobre a oferta de ensino nessa modalidade. Caso não consigam ser atendidos e tenham sido violados em seus direitos, devem procurar a Defensoria Pública ou o Ministério Público do seu estado. Por vezes, em cidades de menor porte, esses órgãos funcionam nos fóruns. Gestores devem procurar informações sobre programas que atendam aos municípios junto ao site do Ministério da Educação ou dos Direitos Humanos. Página | 34 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa 2.4. Trabalho O trabalho é um valor social que fundamenta a República Federativa do Brasil (Art. 1° da CF/ 1988) e é um dos direitos sociais do cidadão (Art. 6°). Além de ser uma das formas de reprodução da vida e sobrevivência material (habitação, alimentação, saúde, assistência etc.), é também meio de realização pessoal. Há pessoas que mesmo que se aposentem continuam trabalhando, seja por necessidade, para complementar a renda e manter ou apoiar o sustento familiar, seja por prazer de trabalhar. Existem outros casos de pessoas que não tiveram acesso à aposentadoria e que precisam trabalhar para se manter. O idoso que se mantém no mercado de trabalho deve ser protegido da mesma forma que os demais em idade economicamente ativa, que estão nas idades entre os 10 e os 65 anos (IBGE, 2017). Do mesmo modo, deve receber capacitação para o exercício de uma nova função, considerando as suas limitações, e inserido em atividades ocupacionais adequadas às suas características. Ou seja, o idoso tem direito de exercer atividade profissional, observadas as limitações decorrentes do envelhecimento. Vídeo Assista ao vídeo da EBC, Número de idosos no mercado de trabalho cresceu no último ano A necessidade de complementar a renda também aumentou e saiba mais informações sobre a participação dos idosos no mercado de trabalho. Disponível em: http://tvbrasil.ebc.com.br/reporter-brasil/2018/06/numero-de-idosos-no- mercado-de-trabalho-cresceu-no-ultimo-ano O que diz o Estatuto do Idoso sobre o direito ao trabalho? O Estatuto veda a discriminação da pessoa idosa em qualquer trabalho ou emprego, em cargo público ou particular, e proíbe expressamente a fixação de Página | 35 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa limite máximo de idade, inclusive para concursos públicos, exceto nos casos em que a natureza do cargo exigir a contratação de pessoa mais jovem. Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade profissional, respeitadas suas condições físicas, intelectuais e psíquicas. Art. 28. O Poder Público criará e estimulará programas de: I – profissionalização especializada para os idosos, aproveitando seus potenciais e habilidades para atividades regulares e remuneradas; II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com antecedência mínima de 1 (um) ano, por meio de estímulo a novos projetos sociais, conforme seus interesses, e de esclarecimento sobre os direitos sociais e de cidadania; e III – estímulo às empresas privadas para admissão de idosos ao trabalho. Propostas de ações para a área de educação Apoiar programas de estímulo ao trabalho do idoso, inclusive por meio de cooperativas de produção e de serviços. Criar e estimular programas de profissionalização especializada para os idosos, aproveitando seus potenciais e suas habilidades para atividades regulares e remuneradas. Criar e estimular programas de preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com antecedência mínima de 1 (um) ano, por meio de estímulo a novos projetos sociais, conforme seus interesses, e de esclarecimento sobre os direitos sociais e de cidadania. Criar e estimular programas de estímulo às empresas privadas para admissão de idosos ao trabalho. Como acessar os serviços? Aqueles que precisam de oportunidades de trabalho devem procurara secretaria de trabalho ou de assistência social do seu município, para saber de programas de incentivo à inclusão do idoso no trabalho. Caso não consigam ser atendidos e tenham sido violados em seus direitos, devem procurar a Defensoria Pública ou o Ministério Público do seu estado. Por vezes, em cidades de menor porte esses órgãos funcionam nos fóruns. Gestores devem procurar informações sobre programas que atendam aos municípios junto ao site do Ministério da Cidadania. 2.5. Previdência social A previdência social é uma das primeiras áreas que acolheu as necessidades da pessoa idosa no Brasil, desde a Lei Elói Chaves, datada de 1923, que criou as Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs). Página | 36 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa Após a CF/1988, a Previdência Social tornou-se a única modalidade de proteção social que exige contribuição dos segurados, como condição para ampará-los de futuros infortúnios sociais e de outras situações que merecem amparo (riscos sociais). Desde o início do ano de 2019, entrou em curso um amplo debate, coordenado pela Câmara Legislativa Federal, sobre a reforma da previdência social. Foram meses de discussões e negociações entre os parlamentares e a sociedade, com previsão de conclusão ainda no ano de 2019. O resultado desse processo impacta diretamente a população mais idosa, tanto os que já estão aposentados como os que virão a se aposentar no futuro. De forma justificada, entre os assuntos em pauta, estavam as preocupações dos idosos com as prováveis mudanças na aposentadoria e no Benefício de Prestação Continuada (BPC). Fique atento! Você sabe quais são as discussões em debate sobre a previdência social que estão acontecendo no Brasil e na sua cidade? Acompanhe as discussões sobre a reforma da previdência no site da Câmara Federal - https://www.camara.leg.br/ - e do senado - https://www12.senado.leg.br/hpsenado, como também as discussões sobre o tema que acontecem na câmara de vereadores do seu município. O que diz o Estatuto do Idoso sobre o direito à previdência social? O Estatuto trata dos benefícios de aposentadoria e pensão do Regime Geral da Previdência Social, seus critérios de cálculo e reajustes de valores e das condições para a concessão da aposentadoria por idade. Garante os seguros sociais previstos na CF/1988, conforme previstos no artigo 201. a) cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; b) proteção à maternidade, especialmente à gestante; c) proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; d) salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; e) pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes. Página | 37 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa Propostas de ações para a área da previdência social Cobrir os eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada. Proteger a maternidade, especialmente à gestante. Proteger o trabalhador em situação de desemprego involuntário. Destinar o pagamento de salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda. Destinar o pagamento de pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes. Como acessar os serviços? Aqueles que precisam de benefícios do INSS devem procurar um posto do INSS ou um Centro de referência de Assistência Social mais próximo de sua casa para obter informações. Caso não consigam ser atendidos e tenham sido violados em seus direitos, devem procurar a Defensoria Pública ou o Ministério Público do seu estado. Por vezes, em cidades de menor porte esses órgãos funcionam nos fóruns. Gestores devem procurar informações sobre programas que atendam aos municípios junto ao site do Ministério da Cidadania e da Previdência Social. 2.6. Cultura A cultura compreende conjunto de expressões sociais que podem ser manifestadas por meio dos costumes, da língua, dos comportamentos, da alimentação, manifestadas por grupos sociais ou povos tradicionais de diversas realidades regionais, como as culturas populares, indígenas e afro-brasileiras. A cultura perpassa a diversidade regional, territorial, econômica, educacional, de sexo, cor, etnia. Compreende o passado e o presente. É apreendida por meio de formas de expressão diversas, tais como a dança, o cinema, a arquitetura, as artes, entre outras. Por isso, pela sua multidimensionalidade, a cultura nos ajuda a compreender e a poder nos comunicar com diversas realidades. No que diz respeito à cultura como um campo das políticas públicas no Brasil, a CF/1988 define que “o Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos Página | 38 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais” (Art. 215). Note que a cultura é um direito, o que o Estatuto do Idoso reforça no Capítulo V. No texto da CF/1988, o Estado brasileiro se compromete a desenvolver a cultura de forma integrada no país por meio de ações organizadas em Plano Nacional de Cultura de duração plurianual (de quatro em quatro anos), que conduzam à defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro; à produção, promoção e difusão de bens culturais; à formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múltiplas dimensões; à democratização do acesso aos bens de cultura e; à valorização da diversidade étnica e regional. O patrimônio cultural brasileiro protegido pela CF/1988 é constituído “pelos bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira” (Art. 261 da CF 1988). Entre os bens materiais e imateriais protegidos estão as formas de expressão; os modos de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. A organização, a gestão e a promoção conjunta de políticas de cultura no Brasil acontecem por meio do Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime de colaboração, de forma descentralizada e participativa com o objetivo de promover o desenvolvimento humano, social e econômico com pleno exercício dos direitos culturais. Esse sistema fundamenta-se na política nacional de cultura e nas suas diretrizes, estabelecidas no Plano Nacional de Cultura. 2.7 Esporte É inegável que nos dias atuais a prática do esporte é atividade importante para assegurar um envelhecimento ativo e saudável. Há diversas evidências de impactos positivos sobre as condições de saúde da pessoa idosa. A CF/1988 no seu art. 217 diz que é dever do Estado fomentar práticas desportivas (ou esportivas) formais e não formais, como direito de cada um. Em seguida dispõe sobre a autonomia das entidades desportivas, quanto à sua organização e funcionamento; a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional; o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não profissional; e a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional. Página | 39 MÓDULO 4 Políticas públicas e a pessoa idosa Saiba mais! Mas o que são práticas desportivas formais e não formais? De acordo com a Lei nº 9.615/1998, que institui normas gerais sobre desporto: Prática desportiva formal: é regulada por normas nacionais e internacionais e pelas regras de prática desportiva de cada modalidade, aceitas pelas respectivas entidades nacionais de administração do desporto. Prática desportiva não formal: é caracterizada pela liberdade lúdica
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