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Centro Universitário Leonardo da Vinci 
Curso Bacharelado em Serviço Social 
 
 
Centro Universitário Leonardo da Vinci 
Curso Bacharelado em Serviço Social 
 
 
Centro Universitário Leonardo da Vinci 
Curso Bacharelado em Serviço Social 
 
 
Centro Universitário Leonardo da Vinci 
Curso Bacharelado em Serviço Social 
 
 
JULIANA JACINTO SILVA 
 
SES0492 
 
 
 
 
PROJETO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO: 
SAÚDE DO IDOSO NA ÁREA HOSPITALAR 
 
 
 
 
 
 
 
PORTO ALEGRE 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
CIDADE 
ANO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JULIANA JACINTO SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ACOMPANHAMENTO ASSISTENCIAL À SAÚDE DO IDOSO 
 
 
 
 
 
O Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado à disciplina de Projeto de TCC – do 
Curso de Serviço Social – do Centro 
Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI, 
como exigência parcial para a obtenção do título 
de Bacharel em Serviço Social. 
 
Nome do Tutor – Tatiana Leal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4 
 
2 SAÚDE DO IDOSO .................................................................................................. 5 
2.1 Como era a Saúde Pública no Brasil antes do SUS .......................................... 5 
2.2 O processo da Reforma Sanitária no Brasil: 1975 a 1988 ................................ 6 
2.3 Constituição Federativa do Brasil de 05 de outubro de 1988 ............................ 8 
 
3 REGULAÇÕES INFLUENTES À SAÚDE DO IDOSO ........................................... 09 
3.1 O Sistema único de Saúde – Lei 8080 ............................................................. 09 
3.2 A Lei Orgânica 8.142........................................................................................ 11 
3.3 Política Nacional do Idoso - Lei 8.842 .............................................................. 12 
3.4 Política Nacional de Saúde do Idoso (PNSI) .................................................... 13 
3.5 Estatuto do Idoso - Lei nº 10.741 ..................................................................... 15 
 
4. JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 20 
 
5. OBJETIVOS DA PESQUISA ................................................................................... 22 
5.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 22 
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................... 22 
 
6. METODOLOGIA DE PESQUISA ......................................................................... 23 
 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 23 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho visa apresentar o Projeto de Intervenção realizado no 
campo de estágio de Serviço Social executado no Hospital São Lucas Da PUCRS 
na Avenida Ipiranga 6690, Bairro: Jardim Botânico, na cidade de Porto Alegre/RS. 
no setor de internação de convênios, com os usuários internados no 8º e 9º andar 
desta instituição, tendo como proposta o acompanhamento assistencial à saúde do 
idoso e garantia de direitos. 
A escolha do projeto direcionado para a população idosa surgiu a partir das 
experiencias que presenciei durante o estágio I e II, por identificar a ausência de 
informações sobre as garantias de direitos assistenciais, as demandas socias 
trazidas pelos pacientes e familiares. Durante o estágio supervisionado, foi possível 
observar as dificuldades enfrentadas pelos familiares, durante o processo de 
internação, devido a necessidade de acompanhamento seja em tempo integral ou 
parcial e com o cuidado domiciliar. Tendo em vista que existe todo um contexto, 
socioeconômico que está diretamente relacionada ao cuidado e bem estar do 
paciente. 
A finalidade de abordar o acompanhamento assistencial à Saúde do Idoso foi 
pensada por ser a faixa etária que mais apresentou demandas para o Serviço Social 
no setor de internação, com o intuito de organizar alta hospitalar. Durante a 
internação além do Serviço Social tem toda uma equipe de multiprofissionais à 
disposição para auxiliar o paciente, sendo que a domicílio as necessidades muitas 
vezes são múltiplas. 
 Analisando em como intervir para manter a assistência integral as 
necessidades do paciente, após desospitalização elaborei o projeto de entrevista por 
contato telefônico e através dos meios de comunicação, contatar com os pacientes e 
familiares com intenção de supervisionar se as orientações, encaminhamentos, 
apoio da rede intersetorial se funcionaram de fato, assegurando a atenção integral à 
saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS, em conjunto 
articulado e contínuo, resultando na proteção e recuperação da saúde, incluindo a 
atenção especial às doenças que afetam os idosos, garantias conquistadas na 
Constituição Federal de 1988. 
 
 
5 
 
 
2. SAÚDE DO IDOSO 
O conceito de saúde do idoso é uma associação de múltiplos fatores, 
experiências e condições de vida que cada uma teve ao longo de sua história de 
vida, associados a questões de dependência-autonomia, mas deve-se destacar que 
cada idoso sofre os “efeitos da idade” de diferentes maneiras, pois algumas pessoas 
apresentam declínio no estado de saúde e nas competências cognitivas 
precocemente enquanto outras vivem sem apresentar estas alterações. 
A saúde do Idoso se apresenta na capacidade de determinar e executar seus 
próprios desígnios com capacidade de gerir sua própria vida e determinar quando, 
onde e como se darão suas atividades de lazer, convívio social e trabalho (produção 
em algum nível). O bem estar físico, mental e social, muitas vezes são privilégio de 
poucos, para todos esses efeitos, independentemente de ter ou não uma doença, 
este muitas vezes é o resultado de um tratamento bem sucedido. 
De acordo com Lima-Costa et al. (2007): 
“Destacam que saúde para idosos é um conceito multidimensional, pois depende da 
situação socioeconômica, da rede social de apoio, da condição de saúde 
(destacando-se a saúde mental) e do acesso e uso de serviços de saúde”. 
A saúde é um processo vivenciado ao longo da história de cada um, percebe-
se a importância do cuidado com a saúde em seu aspecto integral, para assim 
chegar a uma idade mais avançada saudável. 
 
2.1 Como era a Saúde Pública no Brasil antes do SUS 
Antes de existir o SUS, a saúde pública era responsabilidade do Instituto 
Nacional de Assistência Médica e Previdência Social, o Inamps. 
Criado em 1977, o Inamps era ligado ao Ministério da Previdência e Assistência 
Social, e fornecia atendimento com uma ressalva: somente era atendida a 
população formada por aqueles que trabalhavam em empregos formais e 
contribuíam com a Previdência Social (ou, seja, aqueles que tinham carteira 
assinada). Pessoas que não estavam em empregos formais não tinham acesso a 
serviços de saúde, essa parcela da população, que representada a maioria, era 
obrigada a recorrer ao sistema privado ou aos poucos serviços municipais, estaduais 
e de instituições assistencialistas, como Santas Casas de Misericórdia ou hospitais 
universitários. 
6 
 
 
Essa saúde “exclusiva” para os trabalhadores surgiu de uma pressão de 
indústrias e grandes empresas do País para que seus funcionários não perdessem 
dias de trabalho e que, caso doentes, pudessem retornar ao serviço com mais 
agilidade. Ou seja, era uma política com viés econômico, e não pelo bem-estar do 
cidadão. O Inamps dividia os gastos com saúde entre o empregador, o governo e a 
população. Em 1993, o Inamps foi extinto com a Lei n° 8.689, em meio a um 
processo gradual de implementação da saúde pública integral e universal que vinhasendo construída antes mesmo da criação do SUS. 
 
 
2.2 O processo da Reforma Sanitária no Brasil: 1975 a 1988 
Historicamente, a saúde no Brasil sempre se caracterizou por seu caráter 
curativo e imediatista, centrado na figura do médico e tutelado pela burocracia 
estatal que determinava quem, como e onde seria atendido. 
Diante desse contexto surgem intensas manifestações por mudanças 
políticas, econômicas e sociais no país ganhando destaque o Movimento de 
Reforma Sanitária que articulou-se a diversos atores sociais entre eles a 
universidade que passou a ser o principal meio de contestação devido ao 
fechamento de grande parte dos canais de expressão política, juntamente com o 
movimento sindical e experiências dos profissionais de saúde. Na pauta das 
reivindicações estavam à saúde como direito de todo cidadão e dever do Estado, a 
participação da sociedade nas decisões sobre as políticas governamentais, ações 
preventivas, fim da Lei de segurança nacional (onde previa exílio e a pena de morte 
aos manifestantes contrários ao Regime. Tortura e pressões psicológicas à 
professores que tivessem tendências esquerdistas. Proteção à população de 
vandalismo e ataques terroristas), da ditadura militar e por uma constituinte livre e 
soberana. 
Entre esses diversos atores do movimento sanitário, destacam-se ainda os 
médicos residentes, que na época trabalhavam sem carteira assinada, com uma 
carga horária excessiva, reivindicavam por melhores condições de trabalho, 
melhores condições nos hospitais públicos para atender a população, divulgaram a 
situação sanitária de atendimento e, assim como, as primeiras greves realizadas 
depois de 1968, os sindicatos médicos também estavam em fase de transformação. 
7 
 
 
Esse movimento entra também nos conselhos regionais, no Conselho 
Nacional de Medicina e na Associação Médica Brasileira – as entidades médicas 
começam a ser renovadas. A criação do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde 
(Cebes), em 1976, também é importante na luta pela reforma sanitária. A entidade 
surge com o propósito de lutar pela democracia, de ser um espaço de divulgação do 
movimento sanitário, e reúne pessoas que já pensavam dessa forma e realizavam 
projetos inovadores. Em 1977, a revista ‘Saúde em Debate’, vinculada ao Cebes, 
defendeu a saúde como ‘direito de cada um/a e de todos/as os/as brasileiros/as’, 
apontando para a importância da reestruturação da atenção à saúde e que esta 
fosse comprometida com a modificação das reais condições de saúde da população. 
O Cebes, desde sua fundação, problematizava alguns aspectos fundamentais da 
reforma, como: a unificação dos serviços de saúde, a participação social das/os 
cidadã/os e a ampliação do acesso a serviços de qualidade1. 
A Reforma Sanitária brasileira nasceu na luta contra a ditadura, com o tema 
Saúde e Democracia. Esse movimento social consolidou-se em 1986, um ano após 
o término da ditadura militar na 8ª Conferência Nacional de Saúde, na qual, pela 
primeira vez, mais de cinco mil representantes de todos os seguimentos da 
sociedade civil discutiram um novo modelo de saúde para o Brasil, referindo-se ao 
conjunto de ideias que se tinha em relação às mudanças e transformações 
necessárias na área da saúde, e melhores condições de vida para a população. 
Evento emblemático para o movimento sanitário, em seu relatório final, consta o que 
se compreendia como Reforma Sanitária: 
Em primeiro lugar, ficou evidente que as modificações necessárias ao setor 
de saúde transcendem os limites de uma reforma administrativa e 
financeira, exigindo-se uma reformulação mais profunda, ampliando-se o 
próprio conceito de saúde e sua correspondente ação institucional, revendo-
se a legislação no que diz respeito à promoção, proteção e recuperação da 
saúde, constituindo-se no que está convencionado a chamar Reforma 
Sanitária. (SILVEIRA, PAIM, ADRIÃO. 2020). 
 
Dessa forma pode-se dizer que a saúde como um direito social universal 
incidiu em um quadro de luta de classes, cujo enfoque implica na percepção da 
saúde como responsabilidade do conjunto das instituições governamentais, das 
políticas públicas, inclusive da política econômica. 
 
8 
 
 
A VIII Conferência Nacional de Saúde teve participação de cerca de 5 mil 
pessoas, a metade oriunda de movimentos sociais, uma festa popular multicultural 
democrática/republicana. Num clima de efervescente criatividade e compromisso, 
povos indígenas, movimento feminista, grupos de pacientes, movimentos 
comunitários, trabalhadores rurais e urbanos, debatem durante cinco dias em cento 
e trinta e cinco grupos de trabalho, e numa assembleia final que durou mais de 24 
horas, aprovam o projeto político da Reforma Sanitária Brasileira, que foi base do 
capítulo da saúde na Constituição de 1988. A partir da conferência, surgiu o 
movimento pela emenda popular, a primeira emenda constitucional que nasceu do 
movimento social. “O resultado foi garantir na Constituição, por meio de emenda 
popular, que a saúde é um direito do cidadão e um dever do Estado." (AROUCA, 
1998). 
De modo geral, os movimentos sociais podem ser definidos como ações 
sociopolíticas de caráter conservador ou progressista, construídas por coletivos de 
distintos segmentos que surgem em um determinado momento sócio-histórico da 
sociedade civil e que têm a potência para desencadear transformações sociais. 
Assim, nesse período, a consolidação da democracia era o objetivo político principal, 
sendo esta entendida como o pilar para a construção de uma nova sociedade. 
 
2.3 Constituição Federativa do Brasil de 05 de outubro de 1988 
 
A Constituição de 1988 é o texto-base que determina os direitos e os deveres 
dos entes políticos e dos cidadãos do nosso país e expressa bem os anseios da 
sociedade no período em que foi promulgada, após vinte anos de ditadura e violação 
aos direitos humanos, a Carta Política de 1988 consagrou em especial os direitos 
individuais, dando atenção especial ao princípio da dignidade da pessoa humana 
(art. 1º, III) e aos direitos conexos a este princípio, como a proibição da tortura (5º, 
III) e a prática de racismo como crime inafiançável (5º, XLII), entre outros. 
 
O novo texto constitucional tinha a missão de encerrar a ditadura, o 
compromisso de assentar as bases para a afirmação da democracia no 
país, e uma dupla preocupação: criar instituições democráticas sólidas o 
bastante para suportar crises políticas e estabelecer garantias para o 
reconhecimento e o exercício dos direitos e das liberdades dos brasileiros. 
(SILVA, 2020). 
 
9 
 
 
O texto produzido do debate realizado pela Constituinte foi resultado de uma 
ampla mobilização social, a qual teve participação ativa no processo de elaboração 
da Constituição, onde a participação popular ocorreu a partir da atuação de 
“associações, comitês pró-participação popular, plenários de ativistas, sindicatos” 
etc. 
Dentre os direitos fundamentais previsto na Constituição Federal está o direito 
à Saúde, no título destinado a ordem social e tem como objetivo o bem estar e a 
justiça social, nesta perspectiva no seu artigo 6º estabelece como direitos sociais 
fundamentais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o 
transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à 
infância, a assistência aos desamparados. 
No artigo 196 reconhece a Saúde como direito de todos e dever do Estado, 
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de 
doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços 
para sua promoção, proteção e recuperação, artigo 197 – que declara serem de 
relevância pública essas ações e serviços, cabendo ao poder público dispor sobre 
sua regulamentação, execução e fiscalização e 198 – que determina a organização 
das ações e serviços públicos de saúde por meio de uma rede regionalizada e 
hierarquizada,constituindo um sistema único, sob diretrizes de descentralização, 
atendimento integral e participação da comunidade. 
Esse sistema decorre de uma concepção de saúde como um direito 
fundamental e universal do ser humano e que atribui ao Estado o dever de prover as 
condições necessárias ao seu pleno exercício. 
 
 
3 PRINCIPAIS REGULAÇÕES INFLUENTES À SAÚDE DO IDOSO 
 
3.1 O Sistema único de Saúde – Lei 8080 de 19 de Setembro de 1990. 
No Brasil, a saúde pública está prevista na Constituição Federal como um 
dever do Estado (artigo 196) e como um direito social (artigo 6º), ou seja, um direito 
que deve ser garantido de forma homogênea aos indivíduos a fim de assegurar o 
exercício de direitos fundamentais. O Sistema Único de Saúde – SUS, foi criado pela 
Constituição Federal de 1988 e é regulamentado pela Lei n° 8.080/90 (Lei Orgânica 
da Saúde), uma conquista da sociedade brasileira e foi criado com o firme propósito 
10 
 
 
de promover a justiça social e superar as desigualdades na assistência à saúde da 
população, tornando obrigatório e gratuito o atendimento a todos os indivíduos. 
O Sistema Único de Saúde, o SUS, é formado pelo conjunto de todas as 
ações e serviços de saúde prestados por órgãos e instituições públicas federais, 
estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas 
pelo Poder Público. À iniciativa privada é permitido participar desse Sistema de 
maneira complementar. 
O SUS pode ser considerado uma das maiores conquistas sociais 
consagradas da Constituição de 1988. Seus princípios pontam para a 
democratização nas ações e nos serviços de saúde que deixam de ser restritos e 
passam a ser universais, da mesma forma, deixam de ser centralizados e passam a 
nortear-se pela descentralização. Representa a materialização de uma nova 
concepção acerca da saúde em nosso país. A saúde passa a ser relacionada com a 
qualidade de vida da população a qual é composta pelo conjunto de bens que 
englobam a alimentação, o trabalho, o nível de renda, a educação, o meio ambiente, 
o saneamento básico, a vigilância sanitária e farmacológica, a moradia, o lazer, etc. 
O SUS está em constante processo de aperfeiçoamento, por outro lado a 
promoção da saúde à população nunca deixará de sofrer transformações, pois, 
como as sociedades são dinâmicas, a cada dia surgem novas necessidades que 
devem ser incorporadas para a melhoria dos serviços e das ações de saúde. 
A Lei Orgânica 8.080/90 regulamenta os artigos Constitucionais 196 ao 200 
da CF/88 e dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da 
saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras 
providências. 
A Lei já passou por diversas alterações e modificações em seu texto, 
ratificando a ideia de um Sistema Único em construção e que deve estar alinhado às 
Políticas Sociais e aos temas inerentes à promoção, proteção e recuperação da 
saúde. A consagração constitucional do SUS trouxe a previsão da necessidade de 
novas leis para regulamentação que ocorre por meio das Leis 8.080 e 8.142 ambas 
editadas em 1990 que juntamente formam a Lei Orgânica da Saúde. 
 
 
11 
 
 
3.2 A Lei Orgânica 8.142 de 1990 de 28 de Dezembro de 1990 - Dispõe sobre a 
participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) 
Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de 
Saúde - SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros 
na área da saúde e dá outras providências. 
A partir deste desta lei foram criados os Conselhos e as Conferências de 
Saúde como espaços vitais para o exercício do controle social do Sistema Único de 
Saúde (SUS) espaços de atuação da sociedade na lei para garanti-los na prática. Os 
Conselhos de Saúde foram constituídos para formular, fiscalizar e deliberar sobre as 
políticas de saúde. Deliberar acerca das políticas de saúde é uma grande conquista 
da sociedade. 
O controle social é uma diretriz e princípio do SUS. É o mecanismo de 
participação da comunidade nas ações de saúde em todas as esferas de governo. 
De forma institucionalizada temos: os conselhos e as conferências de saúde. 
A Conferência de Saúde reunir-se-á cada 4 anos com a representação 
dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes 
para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo 
Poder Executivo ou, extraordinariamente, por este ou pelo Conselho de Saúde. 
A Conferência de Saúde é um espaço de discussão das políticas de saúde 
em todas as esferas de governo. Acontecem, de forma ordinária, a cada 4 anos e, 
como fórum de discussão, avaliam e propõem mudanças ou novas políticas e 
programas de saúde para o país. Cada município deve realizar a conferência de 
saúde, onde serão eleitos os representantes que para participar da conferência 
estadual, onde serão eleitos os representantes que participarão, da Conferência 
Nacional de Saúde. 
 O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado 
composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de 
saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no controle da execução da 
política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e 
financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente 
constituído em cada esfera do governo. 
 
12 
 
 
3.3 Política Nacional do Idoso - Lei 8.842, de 4 de Janeiro de 1994 
A política nacional do idoso tem por objetivo assegurar os direitos sociais do 
idoso, criando condições para promover sua autonomia, integração e participação 
efetiva na sociedade. Considera-se idoso, para os efeitos desta Lei, a pessoa maior 
de sessenta anos de idade. 
A política nacional do idoso reger-se-á pelos seguintes princípios: 
 I - a família, a sociedade e o estado têm o dever de assegurar ao idoso todos os 
direitos da cidadania, garantindo sua participação na comunidade, defendendo sua 
dignidade, bem-estar e o direito à vida; 
II - o processo de envelhecimento diz respeito à sociedade em geral, devendo ser 
objeto de conhecimento e informação para todos; 
III - o idoso não deve sofrer discriminação de qualquer natureza; 
IV - o idoso deve ser o principal agente e o destinatário das transformações a serem 
efetivadas através desta política; 
V - as diferenças econômicas, sociais, regionais e, particularmente, as contradições 
entre o meio rural e o urbano do Brasil deverão ser observadas pelos poderes 
públicos e pela sociedade em geral, na aplicação desta Lei. 
Na implementação da política nacional do idoso, são competências dos 
órgãos e entidades públicos: 
 I - na área de promoção e assistência social: 
a) prestar serviços e desenvolver ações voltadas para o atendimento das 
necessidades básicas do idoso, mediante a participação das famílias, da sociedade 
e de entidades governamentais e não-governamentais. 
b) estimular a criação de incentivos e de alternativas de atendimento ao idoso, como 
centros de convivência, centros de cuidados diurnos, casas-lares, oficinas abrigadas 
de trabalho, atendimentos domiciliares e outros; 
c) promover simpósios, seminários e encontros específicos; 
d) planejar, coordenar, supervisionar e financiar estudos, levantamentos, pesquisas 
e publicações sobre a situação social do idoso; 
13 
 
 
 e) promover a capacitação de recursos para atendimento ao idoso; 
“É assegurado ao idoso o direito de dispor de seus bens, proventos, pensões e 
benefícios, salvo nos casos de incapacidade judicialmente comprovada. Nos casos 
de comprovada incapacidade do idoso para gerir seus bens, ser-lhe-á nomeado 
Curador especial em juízo”. (BRASIL, 1994). 
 
3.4 Política Nacional de Saúde do Idoso (PNSI) de 10 Dezembro de 1999 
A finalidade primordial da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa é 
recuperar, manter e promover a autonomiae a independência dos indivíduos idosos, 
direcionando medidas coletivas e individuais de saúde para esse fim, em 
consonância com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde. É alvo 
dessa política todo cidadão e cidadã brasileiros com 60 anos ou mais de idade. 
A Política Nacional de Saúde do Idoso (PNSI) visa à promoção do 
envelhecimento saudável, à prevenção de doenças, à recuperação da saúde, à 
preservação, reabilitação da capacidade funcional dos idosos com a finalidade de 
assegurar-lhes sua permanência no meio e sociedade em que vivem, 
desempenhando suas atividades de maneira independente, principalmente para 
aquela parcela da população idosa que teve, por uma série de razões, um processo 
de envelhecimento marcado por doenças e agravos que impõem sérias limitações 
ao seu bem-estar. 
A população brasileira envelhece de forma rápida e intensa, em sua maioria 
com baixo nível socioeconômico e educacional e com uma alta prevalência de 
doenças crônicas e causadoras de limitações funcionais e de incapacidades. Essa 
transição demográfica repercute na área da saúde, em relação à necessidade de 
(re)organizar os modelos assistenciais. 
O envelhecimento populacional desafia a habilidade de produzir políticas de 
saúde que respondam às necessidades das pessoas idosas. A proporção 
de usuários idosos de todos os serviços prestados tende a ser cada vez 
maior, quer pelo maior acesso às informações do referido grupo etário, quer 
pelo seu expressivo aumento relativo e absoluto na população brasileira. 
(Lima-Costa & Veras, 2003). 
 
14 
 
 
Além disso, os idosos diferem de acordo com a sua história de vida, com seu 
grau de independência funcional e com a demanda por serviços mais ou menos 
específicos. Todos necessitam, contudo, de uma avaliação pautada no 
conhecimento do processo de envelhecimento e de suas peculiaridades e adaptada 
à realidade sócio-cultural em que estão inseridos. Faz-se, portanto, necessário que 
os serviços que prestam atendimento a idosos respondam a necessidades 
específicas e distingam-se pela natureza da intensidade dos serviços que ofereçam. 
A promoção do envelhecimento ativo, isto é, envelhecer mantendo a 
capacidade funcional e a autonomia, é reconhecidamente a meta de toda ação de 
saúde. A abordagem do envelhecimento ativo baseia-se no reconhecimento dos 
direitos das pessoas idosas e nos princípios de independência, participação, 
dignidade, assistência e auto-realização. 
A regulamentação do SUS estabelece princípios e direciona a implantação de 
um modelo de atenção à saúde que priorize a descentralização, a universalidade, a 
integralidade da atenção, a eqüidade e o controle social, ao mesmo tempo em que 
incorpora, em sua organização, o princípio da territorialidade para facilitar o acesso 
das demandas populacionais aos serviços de saúde. Com o objetivo de reorganizar 
a prática assistencial é criado em 1994, pelo Ministério da Saúde, o Programa de 
Saúde da Família (PSF), tornando-se a estratégia setorial de reordenação do 
modelo de atenção à saúde, estabelecendo uma relação de vínculo com a 
comunidade, humanizando esta prática direcionada à vigilância na saúde, fazendo 
com que as equipes de saúde conheçam a população idosa da região e preste 
assistência preventiva à domicílio para pacientes acamados, domiciliados e com 
dificuldade de locomoção evitando agravos. 
A profissão de Serviço Social enfrenta alguns desafios na atualidade, é 
necessário decifrar a realidade e construir propostas de trabalho criativas e 
capazes de preservar e efetivar, a partir de demandas emergentes no 
cotidiano. (PEREIRA, OLIVEIRA, WEMER, 2015). 
 
O Estado deve assegurar à população a possibilidade de um atendimento de 
qualidade para os usuários do SUS e, nessa perspectiva, para o fortalecimento 
desse sistema, foi criado o Pacto pela Saúde, em 2006 – conjuntos de reformas 
institucionais do SUS pactuado entre as três esferas de gestão (União, Estados e 
15 
 
 
Municípios) com o objetivo de promover inovações nos processos e instrumentos de 
gestão, visando alcançar maior eficiência e qualidade das respostas do SUS (Brasil, 
2006). O Pacto pela saúde é dividido em três eixos: Pacto pela Vida, pacto pela 
gestão e defesa do SUS. Com o pacto pela Saúde, a saúde do Idoso surge como 
uma das prioridades, tendo oportunidade de se apresentar e discutir, junto aos 
gestores, profissionais da Rede de Serviços de Saúde e população em geral, a nova 
realidade social e epidemiológica que se impõe através da mudança do perfil 
demográfico e epidemiológico da população brasileira. Conforme o Ministério da 
Saúde (2006), o aumento do número de idosos deve impor mudanças nos modos de 
pensar e viver a velhice na sociedade e a saúde aparece como elemento 
fundamental para mudança, por exercer forte impacto sobre a qualidade de vida da 
população. 
O desafio da profissão é criar alternativas e possibilidades para a atuação 
no cenário atual e formular propostas para enfrentar as expressões da 
questão social. Entende-se que as propostas sejam solidárias a realidade 
daqueles que a vivenciam, não só como vítimas da sociedade capitalista, 
mas como sujeitos que buscam a preservação da vida. “Essa discussão é 
parte dos rumos perseguidos pelo trabalho profissional contemporâneo” 
(IAMAMOTO, apud SANTOS, 2008). 
 
3.5 Estatuto do Idoso - Lei nº 10.741 de 1 de Outubro de 2003 
O Estatuto do Idoso, destina-se a regular os direitos assegurados às pessoas 
com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, resgatando princípios 
constitucionais que garantem direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, 
sendo obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público 
assegurar ao idoso, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à 
educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à 
dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. Além dos princípios 
fundamentais o estatuto assegura medidas de proteção e políticas de atendimento 
ao idoso, sendo dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do 
idosos 
“Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, 
crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, 
será punido na forma da lei”. (BRASIL, 2003). 
16 
 
 
Envelhecer é um processo natural que caracteriza uma etapa da vida e 
acontece através das mudanças físicas, psicológicas e sociais que acometem de 
forma particular, a cada indivíduo com sobrevida prolongada. 
Aponto alguns direitos essenciais assegurados no Estatuto do Idoso: 
 
DO DIREITO À SAÚDE 
É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema 
Único de Saúde - SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto 
articulado e contínuo 12 das ações e serviços, para a prevenção, promoção, 
proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que 
afetam preferencialmente os idosos. 
Atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele 
necessitar e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos abrigados 
e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e 
eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos meios urbano e rural, 
reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das seqüelas 
decorrentes do agravo da saúde. 
 
DIREITO A REMÉDIO E PLANO DE SAÚDE IGUALITÁRIO 
Em decorrência do direito à saúde, incumbe ao Poder Público fornecer aos 
idosos, gratuitamente, medicamentos, especialmente os de uso continuado, assim 
como próteses, órteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou 
reabilitação. É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança 
de valores diferenciados em razão da idade. 
 
- DIREITO A ACOMPANHANTE 
Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a 
acompanhante,devendo o órgão de saúde proporcionar as condições adequadas 
para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério médico. Caberá ao 
profissional de saúde responsável pelo tratamento conceder autorização para o 
acompanhamento do idoso ou, no caso de impossibilidade, justificá-la por escrito. 
17 
 
 
 
- DA ASSISTÊNCIA SOCIAL 
A assistência social aos idosos será prestada, de forma articulada, conforme 
os princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, na Política 
Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde e demais normas pertinentes. 
Aos idosos que não possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-
la provida por sua família é assegurado o benefício mensal nos termos da Lei 
Orgânica da Assistência Social – Loas. O Benefício de Prestação Continuada esta 
previsto no art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. 
O benefício de Prestação Continuada é a garantia de um salário mínimo 
mensal à pessoa com deficiência e ao idoso, com idade de sessenta e cinco anos ou 
mais, que comprovem não possuir meios para prover a própria manutenção e nem 
de tê-la provida por sua família. 
 
O Benefício de Prestação Continuada integra a proteção social básica no 
âmbito do Sistema Único de Assistência Social - SUAS, instituído pelo 
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, em consonância 
com o estabelecido pela Política Nacional de Assistência Social - PNAS. 
(BRASIL, 1993). 
 
O Instituto Nacional do Seguro Social - INSS é o responsável pela 
operacionalização do Benefício de Prestação Continuada, nos termos deste 
Regulamento. 
Da concessão do benefício: 
 Para fazer jus ao Benefício de Prestação Continuada, o idoso deverá 
comprovar: 
I - contar com sessenta e cinco anos de idade ou mais; 
 II - renda mensal bruta familiar, dividida pelo número de seus integrantes, inferior a 
um quarto do salário mínimo; e 
III - não possuir outro benefício no âmbito da Seguridade Social ou de outro regime, 
salvo o de assistência médica. 
18 
 
 
São requisitos para a concessão, a manutenção e a revisão do benefício as 
inscrições no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e no Cadastro Único para 
Programas Sociais do Governo Federal - Cadastro Único, conforme previsto em 
regulamento, entre outros. 
O Benefício de Prestação Continuada será devido com o cumprimento de 
todos os requisitos legais e regulamentares exigidos para a sua concessão, devendo 
o seu pagamento ser efetuado em até quarenta e cinco dias após cumpridas as 
exigências. 
 
- DA HABITAÇÃO 
O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou substituta, 
ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em 
instituição pública ou privada. A assistência integral na modalidade de entidade de 
longa permanência será prestada quando verificada inexistência de grupo familiar, 
abandono ou carência de recursos financeiros próprios ou da família. De acordo com 
artigo 35 do Estatuto do Idoso: 
 
§ 1.º No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é facultada a cobrança 
de participação do idoso no custeio da entidade. 
§ 2.º O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho Municipal da 
Assistência Social estabelecerá a forma de participação prevista no § 1.°, 
que não poderá exceder a 70% (setenta por cento) de qualquer benefício 
previdenciário ou de assistência social percebido pelo idoso. (BRASIL, 
2003). 
 
- COMUNICAÇÃO DOS ABUSOS CONTRA OS IDOSOS 
 Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra idoso serão 
obrigatoriamente comunicados pelos profissionais de saúde a quaisquer dos 
seguintes órgãos: I – autoridade policial; II – Ministério Público; III – Conselho 
Municipal do Idoso; IV – Conselho Estadual do Idoso; V – Conselho Nacional do 
Idoso. Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente qualquer 
forma de violação que tenha testemunhado ou de que tenha conhecimento. 
- CRIMES CONTRA O IDOSO 
19 
 
 
São infrações penais as seguintes condutas dentre outras: omissão de socorro ao 
idoso; abandono de idoso em hospitais; exposição a perigo da integridade e da 
saúde física ou psíquica; retenção de cartão magnético de conta bancária; coagir, 
sob qualquer maneira, o idoso a doar, contratar, testar ou outorgar procuração. 
 
- O PAPEL DO MINISTÉRIO PÚBLICO NA TUTELA DOS DIREITOS DO IDOSO 
O Ministério Público terá importante atuação na defesa dos direitos da 
população idosa. Compete ao Ministério Público instaurar o inquérito civil e a ação 
civil pública para apurar eventuais lesões aos direitos dos idosos. O inquérito civil é 
uma investigação administrativa a cargo do próprio MP, que tem a finalidade de 
colher elementos de convicção para uma eventual propositura de ação civil pública. 
No Inquérito Civil pode-se promover diligências, requisitar documentos, informações, 
exames, perícias e tomar depoimentos úteis à propositura de uma futura ação 
judicial. 
O Ministério Público também será competente nas ações que versem sobre 
os alimentos, a interdição total ou parcial e à designação de curador especial. 
Também, é dever do Ministério Público intervir em ações nos casos em que houver 
situação de risco ao idoso. 
As medidas de proteção ao idoso são aplicáveis sempre que os direitos 
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados, com intervenções do 
Ministério Público ou o Poder Judiciário. As entidades governamentais e não-
governamentais de atendimento ao idoso serão fiscalizadas pelos Conselhos do 
Idoso, Ministério Público, Vigilância Sanitária e outros previstos em lei. 
O envelhecimento da população brasileira e a maior longevidade das pessoas 
idosas são, sem dúvida, um novo desafio que, também, aponta novas perspectivas 
de vida. O estatuto do idoso estabelece condições para promover autonomia, 
integração e participação efetiva do idoso na sociedade e bem estar, assegurando-
lhe todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e 
mental e social. 
 
 
 
20 
 
 
4. JUSTIFICATIVA 
No campo de estágio atendemos todas farias etárias de idade, tendo como 
maior demanda as intervenções a população idosa. O aumento da expectativa de 
vida, no Brasil, não significa que os idosos estão vivendo com qualidade de vida, o 
envelhecimento da população é um fenômeno que vem sendo observado 
mundialmente, isso está ocorrendo devido à redução da mortalidade, porém nem 
todos os idosos conseguem atingir o “envelhecimento ativo” e muitos têm 
progressivamente desenvolvido algum tipo de dependência (temporária ou 
permanente), estes necessitarão de cuidado familiar. 
A questão social trabalhada no campo de estágio está relacionada com o 
cuidado à pessoa idosa, para uma proteção mais qualificada, assegurando o 
direito à saúde de idosos e de seus acompanhantes, potencializando o cuidado 
humanizados, promovendo a qualidade de vida e o bem-estar, com respeito 
às necessidades físicas e emocionais do paciente. Assim, as propostas têm se 
voltado à articulação entre o Sistema Único de Saúde (SUS), a Política Nacional 
do Idoso (PNI) e a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI), com o 
intuito de reduzir as lacunas na assistência à saúde dos idosos. 
Nos casos de internação hospitalar, o papel do cuidador ou familiar ganha 
destaque porque ele se torna um colaborador da equipe assistencial, ao passo 
que estabelece uma interligação junto ao idoso, representando um elo de 
segurança e apoio psicológico, tendo em vista que são recorrentes situações de 
angústia, perda da autoestima, da autonomia, a partir de um sentimento de 
vulnerabilidade que está associado à internação. 
 Segundo a Política Nacional de Saúde do Idoso, o cuidador é definido 
como: 
 […] a pessoa, membro ou não da família, que, com ou sem remuneração, 
cuida do idoso doente ou dependente no exercício das suas atividades 
diárias, tais como alimentação, higiene pessoal, medicação de rotina,acompanhamento aos serviços de saúde e demais serviços requeridos 
no cotidiano […], excluídas as técnicas ou procedimentos identificados 
21 
 
 
com profissões legalmente estabelecidas, particularmente na área de 
enfermagem (BRASIL, 1999a, p. 20). 
Historicamente o papel de cuidar sempre foi direcionado aos familiares que 
se disponibilizam para prestar apoio, buscando atender as demandas oriundas da 
pessoa idosa, que necessita de auxílio devido à condição física ou mental. Tal 
atividade exige a importância do Estado oferecer condições assistenciais e 
proteção aos idosos, é também correto afirmar que tal responsabilidade foi 
estendida sobre as famílias, embora, observe-se que, em grande maioria, capaz 
ou não física, emocional e financeiramente, é sobre a família que tem recaído a 
responsabilidade pelo cuidado e bem-estar dos idosos brasileiros, num 
direcionamento de transferência de responsabilidades do Estado para as famílias 
. 
É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à 
saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam 
um envelhecimento saudável e em condições de dignidade. (BRASIL, 
2013) 
O projeto de intervenção proposto No Hospital São Lucas da PUC tem a 
intenção de manter esse cuidado após desospitalização através de um 
acompanhamento prolongado por contato telefônico articulando com familiares e 
rede de apoio, até que tenhamos a confirmação de que, o planejado, esteja 
ocorrendo de fato, assim conseguiremos identificar possíveis dificuldades de 
acesso as redes intersetoriais, se estão tendo as assistências os serviços 
disponíveis pelo seu convênio, como está a questão do vínculo familiar, 
informações desencontradas que possam surgir na rede de apoio, entre outras 
questões sociais que possam não estar de acordo com esperado, assim, 
poderemos intervir com brevidade e dar seguimentos aos procedimentos cabíveis 
ao Serviço Social prevenindo maiores impactos no agravo da saúde do paciente. 
 
Nessa perspectiva, a importância do trabalho do Assistente Social no 
âmbito hospitalar, um desafio de sensibilizar as famílias, realizar reflexões quanto 
a questão do envelhecimento e das doenças, o quanto a família representa para o 
22 
 
 
idoso, o quanto o idoso se sente seguro junto da família na fase do 
envelhecimento e durante a internação hospitalar e após a alta. O ambiente 
familiar pode determinar as características e o comportamento do idoso, em 
atmosfera saudável e harmoniosa entre as pessoas, favorece a reabilitação. 
. OBJETIVOS DA PESQUISA 
 
O objetivo desta pesquisa foi apresentar o tema, saúde da população idosa, 
devido progressivo aumento desta população e das demandas trazidas ao Serviço 
Social relacionadas ao cuidado durante a internação e após alta hospitalar. 
 
 
5.1 OBJETIVO GERAL 
Compreender a realidade social do paciente e seus familiares para intervir 
com precisão no objetivo de manter nas condições essenciais para a recuperação 
da saúde do paciente, buscando fortalecer vínculos, articular nos acessos 
assistenciais e aos materiais necessários para garantir condições dignas de vida. 
Contribuindo para garantir direitos básicos de cidadania no momento de 
fragilidade de saúde, com atendimento humanizado, acolhedor e livre de qualquer 
discriminação, dispondo de tratamento adequado, com respeito a sua pessoa, e 
seus valores, atuando em constante interação com as políticas públicas e os direitos 
sociais. 
 
 
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
Elaborar no setor de internação ações com objetivo de garantia de direitos, 
realizando, acolhimento, entrevistas para conhecer o contexto e vínculo familiar, 
estimulando a presença dos familiares durante a recuperação do paciente, 
acompanhar o quadro clínico para auxiliar familiares quanto a aquisição de insumos, 
estabelecendo ações conjunta com a equipe multidisciplinar para propiciar 
assistência necessária ao paciente, articular com a rede intersetorial para dar um 
suporte as famílias e garantir ao paciente o tratamento seguro e humanizado. 
Se espera através destes acompanhamentos identificar demandas sociais 
para mediação. As entrevistas são realizadas para compreender a realidade social 
dos pacientes, respeitando integridade física, psíquica e moral, preservando sua 
23 
 
 
identidade, autonomia, valores, e objetivos pessoais. O assistente social tem a 
pretensão de identificar onde pode agir para assim realizar ações que assegurem 
melhorias e qualidade de vida à pessoa idosa. Garantindo-lhe ações e serviços, para 
a prevenção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que 
afetam os idosos. 
 
6. METODOLOGIA DE PESQUISA 
 
A metodologia adotada para elaboração do Projeto TCC foi através de pesquisas de 
artigos e leis disponíveis na internet. Buscando conhecer quais são as leis que 
dispõem garantia de direito a saúde dos idosos e os direitos sociais, voltadas para 
envelhecimento saudável em condições digna, e cuidados necessários para seu 
bem-estar, qualidade de vida e proteção. 
 
 
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