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AVA 1 - A LÍNGUA PORTUGUESA E A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

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AVA 1 - ENUNCIADO
“A entrega da atividade deve ser realizada através do item Entrega da Avaliação – Fórum de Discussão [AVA 1], conforme o prazo estipulado em calendário acadêmico.”
A LÍNGUA PORTUGUESA E A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
 
Se pensarmos em linguagem como “instrumento de interação”, vamos compreender que a usamos, principalmente, para interagir com o outro, trocar ideias. Essa língua é viva, realizada em textos tanto falados quanto escritos. Considerando essa premissa, reflita sobre os questionamentos a seguir:
 
1. Pode-se dizer que uma variedade seja mais correta que outra do ponto de vista sociolinguístico? Traga exemplos que ilustrem seus pontos de vista.
2. Atualmente, tem-se um amplo uso da internet – para leituras diárias, pesquisas, acessos a redes sociais etc. Considere a questão da linguagem da Internet à luz da variação linguística: que tipo de linguagem podemos encontrar nos ambientes da Internet atualmente? Que características esses usos apresentam? Como você os considera diante da questão da variação linguística? Ilustre com exemplos retirados da própria Internet e inclua o link.
 
Indicação de leitura
BAGNO, Marcos. A língua de Eulália. 8ª ed. São Paulo: Contexto, 2000.(p. 13-24)
Os riscos da linguagem na/da Internet: disponível em http://www.novomilenio.inf.br/idioma/20050530.htm (Links para um site externo.).
Conteúdo das aulas 1, 2 e 3.
 
Atenção
- Verifique os critérios deste fórum e leia o documento ‘’Critérios do Fórum Avaliativo” disponível na abertura da disciplina.
- As postagens devem ser autorais, podendo utilizar citações de acordo com a norma da ABNT.
- Em caso de plágio o comentário não será considerado para nota.
- Respostas como concordo/discordo sem embasamento não serão consideradas para nota.
- No caso de postagens agressivas ou desrespeitosas com os demais participantes, o aluno será advertido e a postagem apagada.
Não, não podemos eleger uma variante como mais correta do que a outra, pela visão sociolinguística, todas as variantes são importantes, pois elas criam as diferentes características das quais se constitui a comunidade da fala. A variação pode sim se dar a nível do indivíduo respeitando sua pluralidade, como diz Fiorin em seu livro Introdução a linguística V I, 2010.
“Admitimos que a variação linguística pode chegar até o nível do indivíduo... Esse é o limite que temos que estabelecer... Embora o indivíduo possa utilizar variantes, é no contato linguístico com outros falantes da sua comunidade que ele vai encontrar os limites para a sua variação individual.” 
A sociolinguística ajuda a criar o uso descritivo da língua contrariando o uso normativo das gramáticas, na verdade, o uso normativo muitas das vezes dita o que é dito como “língua culta-padrão” – variante padrão. Tal variante é mais valorizada socialmente e é tida como “correta”. A variedade que vai de encontro à padrão é a não padrão, por não respeitar as regras tidas como normais como concordâncias, desinências, etc... A variedade padrão na percepção da linguística, não é a original. Ela resulta de uma das línguas não padrões existentes e pelas normas que são estabelecidas do que é correto ou não. 
Não usamos a língua da mesma forma, podemos ter as seguintes variações – com seus respectivos exemplos – : 
- Variações sociais – quando há diferença entre os grupos sociais, os de escolaridade, sexo, entre outros. A seguir temos o exemplo na linguagem usada entre um médico e seu paciente. 
Disponível em https://static.todamateria.com.br/upload/li/ng/linguagemmedica-cke.jpg. Acesso em: 06 mar. 2021
- Variações de registro – de acordo com o nível de formalidade/informalidade do ambiente. Não se pode dizer “e ai parceiro?! De boas?” em um ambiente de trabalho pois ali é exigida uma linguagem diferenciada. Assim como não se pode escrever um e-mail profissional utilizando o “internetês”. 
- Variação regional – Leva-se em conta as diferentes regiões que uma mesma palavra, seu significado ou uma parecida é pronunciada. O Sotaque também é levado em consideração. A “salsicha” – que no Rio de Janeiro recebe esse nome – em Curitiba é chamada de “Vina”, ou nas mesmas localidades temos “moleque” e “pia” – leia-se piá – para determinar um menino pequeno, geralmente na fase pré-adolescente. A seguir o exemplo da linguagem, tonicidade e velocidade do falante morador de Minas Gerais. 
Disponível em https://static.mundoeducacao.uol.com.br/mundoeducacao/conteudo/so-dando-gizada-djota.jpg. Acesso em: 07 mar. 2021.
Percebe-se que a língua e viva e não se pode tomar apenas uma como a “correta”. Sendo assim, podemos encontrar tanto variações – como os exemplos demonstrados – como variantes padrões e não padrões. Na internet podemos encontrar todo o tipo de linguagem, desde a dita “culta” até a coloquial, passando até por novos meios de escrever uma palavra específica como as abreviações.
Ao visitarmos o site LikedIn – um site profissional onde empresas e candidatos buscam uma melhor oportunidade de emprego – percebemos uma linguagem mais formal que combina com o ambiente proposto. O uso de linguagem informal acarreta em uma olhar despreparado daquele que a usa. Podemos reparar em como o economista Ricardo Amorim, em um post, aborda uma carta simples onde um filho encoraja o pai, com palavras simples, pelo fato deste ter perdido o emprego. Percebe-se o uso de um vocabulário mais formal por parte do economista. 
Amorim R. – 2021 – LinkedIn – Post – Disponível em https://www.linkedin.com/posts/ricardoamorimricam_o-everton-pode-ter-perdido-o-emprego-mas-activity-6900967323881078784-DVYM/ . Acesso em: 07 mar. 2021
Já em aplicativos de conversa, como o WhatsApp por exemplo, não é necessário utilizar uma linguagem mais formal, podendo o usuário estabelecer padrões mais informais, ainda sim, ambos indivíduos necessitam entender os mesmos códigos e seus significados para que seja estabelecida uma comunicação. Quando há divergências, a comunicação pode ser falha de diversas maneiras, como por exemplo, quando um indivíduo escreve “xau” e o outro não entende.
Nercolli E. L. – 2006 – Plataforma Meiobit – Escrevendo errado na internet – 28 out. 2006 – Disponível em https://www1.tecnoblog.net/meiobit/9310/escrevendo_errado_na_internet/. Acesso em: 11 mar. 2021.
Todas estas formas de se expressar através da língua são válidas, a linguagem da internet por si só conseguiu criar suas peculiaridades e também uma nova maneira de escrever. Alguns especialistas tendem a demonstrar preocupação com a adoção pelo público da linguagem do “Internetês” como sendo a única forma de comunicação, segundo palavras da professora Sylvia Bittencourt. Ela diz.
"As pessoas não lêem, não procuram ampliar seu vocabulário, erram na regência e na concordância das frases e das palavras; têm dificuldade de conectar ideias e de interpretar textos". Para Elenice, portanto, a preocupação é "adotar" o internetês como único recurso escrito alternativo, exatamente por ser simplificado e pobre de regras gramaticais e linguísticas.”
Os riscos da linguagem na/da Internet - Texto publicado no jornal santista A Tribuna. São Paulo, 30 mai. 2005. Disponível em: http://www.novomilenio.inf.br/idioma/20050530.htm
Podemos concluir que a Linguística permite a variação da linguagem e não define uma linguagem como específica, mas estuda as características que se apresentam em cada comunidade ressaltando assim as diferentes variantes dentro da língua/escrita. A internet é uma destas variantes e não pode ser excluída, uma vez que o mundo on-line já faz parte do nosso dia-a-dia, cabe aos profissionais de linguísticas e aos professores a tarefa de explicar os diferentes usos de acordo com cada situação.

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