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AVA 2 - VARIAÇÃO E ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
CURSO – LETRAS
POLO MADUREIRA - RJ
TRABALHO AVA 2 DA DISCIPLINA
LINGUAGEM, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO
Aluno: Edgard Viana de Souza
Matrícula: 20214302005
Rio de Janeiro 2022
AVA 2 – VARIAÇÃO E ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA 
Em nossas aulas, conversamos sobre a diversidade da Língua Portuguesa e os impactos que ela traz ao ensino. Vimos que uma das políticas linguísticas instituídas no Brasil em relação ao ensino foi a implantação dos Parâmetros Curriculares Nacionais.
Situação Problema - Observe as situações apresentadas a seguir.
Situação 1. - Uma professora do Ensino Médio usa a tirinha a seguir para trabalhar com seus alunos a questão da variação linguística. Ela aponta que na fala de Chico Bento há uma série de estruturas que não pertencem ao padrão da Língua Portuguesa: ‘fessora’, ‘castigá’, ‘pur’, ‘arguma’ , ‘qui’, ‘num’, ‘inda’, ‘pruque’, ‘di’, ‘hoji’.
 
(Disponível em http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=27231)
Situação 2. - Um aluno diz ao professor durante a aula: “_ Oi, professor! Vou pegar na biblioteca o livro que eu falei!” O professor efetua a correção imediatamente: “Vou pegar na biblioteca o livro de que eu falei! Essa é a forma correta”.
Com essas situações em mente, leias os textos:
1. O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA E OS PCN’S (Links para um site externo.), Leonor Werneck dos Santos (UFRJ). Disponível em http://www.filologia.org.br/viisenefil/06.htm (Links para um site externo.)
2. A LÍNGUA PORTUGUESA NOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS - UM CASO DE INCLUSÃO OU EXCLUSÃO DA LINGUAGEM COLOQUIAL? (Links para um site externo.) Lizane Pereira Becker2 e Célia Helena Pelegrini Della Méa3. Disponível em: https://periodicos.ufn.edu.br/index.php/disciplinarumALC/article/view/729 (Links para um site externo.)
Na situação 1 podemos verificar que o falante – a criança – utiliza uma ou umas das inúmeras variações que cabem a nossa língua portuguesa, ele de fato utiliza uma variante não padrão, sendo a variação regional – diatópica –, também percebemos outros aspectos que podem justificar a língua – os signos vocais – usada pelo falante como, grau de escolaridade, nível social, entre outros presentes na comunidade dentro do qual o indivíduo está inserido.
Na tirinha, professor e aluno constituem comunidades de fala distintas, não que isso os impossibilite de se comunicar, mas demonstra o quão plural pode ser a nossa língua e como ela pode oscilar de acordo com suas variações. Precisamos entender que a comunicação é plural, é feita por diferentes indivíduos de diferentes locais, níveis sociais, etc. Desde a democratização do ensino, diferentes comunidades ingressaram na escola e elas não devem ser diminuídas em destreza de outras mais etilistas, como diz Martelotta.
Não nos esqueçamos de que, nos dias atuais, com a democratização do ensino a nível nacional, as chamadas “classes populares” têm acesso à escolarização, e esses grupos se expressam por marcas linguísticas específicas, muitas vezes distantes e distintas da chamada normal culta da língua. A partir da experiencia educacional, deverão ser apresentadas as demais variantes sociolinguísticas do português, dentre as quais se destaca, como forma prestigiada de expressão, a normal culta, em sua modalidade falada e escrita, que cabe também à escola trabalhar, considerando sempre o caráter político e ideológico que recobre a questão.
Na situação 1, o indivíduo consegue se comunicar utilizando a linguagem padrão que é relacionada à sua comunidade, ou seja, do meio em que vive, criando assim sua própria realidade. A disparidade na comunicação da tirinha é evidenciada pela falta que o falante – a criança – tem em ter contato com pessoas de demais comunidades, isso acarreta no não conhecimento de outras regras e aspectos da fala e linguagem utilizadas em outras comunidades – cabe lembrar que este é um dos fatores que faz com que as características de sua comunidade sejam do jeito que é –. Podemos entender melhor com a explicação, – que também ocorre na tirinha – que demonstra as limitações da fala carioca e de sua linguagem utilizada com relação à outras comunidades.
“A fala do carioca é da maneira que é porque a comunicação, no sentido de contato linguístico, entre os membros da comunidade de fala carioca é muito mais intensa do que sua comunicação com os membros de outras comunidades. As chances cotidianas de um carioca falar com outro carioca são muito maiores do que suas oportunidades de falar com um paulistano ou com um gaúcho. Desse modo, ao mesmo tempo que a comunicação intensa entre membros de uma comunidade leva à manutenção de suas características linguísticas, a falta de contato linguístico entre comunidades favorece o desenvolvimento de diferenças linguísticas. Tendemos a falar como aquelas pessoas com quem mais falamos.”
O aluno nada mais fez do que utilizar os signos que juntos compõem o sistema de comunicação de onde vive, o papel do professor neste caso é entender que o aluno que chega na escola, muitas vezes, não possui conhecimentos de outros padrões de fala, o preconceito linguístico muitas vezes se aplica pelo próprio professor/educador que por falta de entendimento linguístico, acaba por ensinar apenas o que a gramática normativa entende como “a maneira correta” de ser falar e escrever.
Na situação 2, percebe-se que o professor reconhece o falante culto, porém dentro da perspectiva de uma única fala sendo considerada como culta – padrão da língua portuguesa de uso normativo - . Ao considerar apenas o uso padrão – entende-se aqui como normal culta – da língua, é visível o preconceito linguístico aplicado e a falta de conhecimento do profissional em questão para aplicar o uso das variações linguísticas em sala de aula que são abordadas e exigidas pelo PCN. 
Muitos profissionais não possuem conhecimento ou até possuem, mas não usam as propostas estabelecidas pelo PCN. Segundo Leonor Werneck em sua publicação “O ensino de língua portuguesa e os PCN’s”.
“Uma das críticas que são feitas aos PCN refere-se `a necessidade de professores atualizados para que as propostas sejam aplicadas em sala de aula. Nos cursos de Letras, nem sempre se discute o que é sugerido nos Parâmetros e, por vezes, as Licenciaturas abordam mais questões pedagógicas que linguísticas.”
Ao aplicar os parâmetros do PCN, este professor estaria valorizando o diferente falar de seus alunos e as diferentes expressões que usam, fazendo com que este aluno fosse parte da construção da linguagem usada pela sua comunidade. Ao analisar textos, praticar oralidades textuais e de fala, além da análise linguística, o profissional de ensino demonstra pro aluno uma reflexão de seu uso e de suas diferentes formas. Como podemos ver no extrato “o ensino de língua portuguesa e os PCN’s”.
“...a prática de escuta de textos orais / leitura de textos escritos , a prática de produção de textos orais e escritos e a prática de análise linguística formariam um tripé em cima do qual sustenta-se o ensino de língua portuguesa valorizando e destacando diferenças e semelhanças, fazendo com o aluno discuta o que vê / lê para conseguir se sentir usuário da língua e participante do processo de aprendizagem. m resumo, tem-se o princípio USO-REFLEXÃO-USO.
Muito deste não conhecimento está atrelado a má formação do corpo docente e de sua resistência em adotar as reflexões textuais e do princípio USO-REFLEXÃO-USO para lecionar em sala de aula, o que acarreta na não utilização do propósito linguístico dentro da língua portuguesa que é a base do PCN.
Na situação 2, o professor poderia, ao invés de apenas corrigir o aluno, se utilizar de exercícios para mostrar as variações e possibilidades que a língua pode adotar com o uso ou não da preposição “de”, poderia demonstrar onde e em que situações as preposições não precisariam ser usadas e o principal, que a não utilização delas em algumas falas não altera o sentido da comunicação, validando dessa maneira o ensino e incentivando o uso da língua padrão – independentementede ser a tida como certa ou errada – , segundo Liziane Pereira e Célia Helena nos mostram no extrato abaixo em “A língua portuguesa nos Parâmetros Curriculares Nacionais – Um caso de inclusão ou exclusão da linguagem coloquial?
“...os Parâmetros Curriculares Nacionais em vigor sinalizam para o entendimento de que o papel
da escola é promover a formação necessária a seus alunos, de forma que sejam usuários da língua padrão. Esse diagnóstico é alicerçado na ideia de que, com o uso dessa forma de linguagem, o indivíduo terá maior condição de ocupar posição de destaque na sociedade da qual faz parte. Conclui-se, então, que a questão não é falar certo ou errado, mas saber qual forma de fala utilizar.
A linguística ensina ao indivíduo e o empodera para usar a língua e suas variantes de acordo com as diferentes situações, ela permite o desenvolvimento social ao reconhecer que este ou aquele indivíduo é validado através da linguagem padrão dentro de seu meio. Em nosso país, a língua é plural, sendo claras as diferenças do falar de um baiano para um paulistano, de um carioca para um mato-grossense e assim por diante. 
Na situação 2, ao abordar o aluno sem um viés linguístico e através do ensino normativo, o professor anula as inúmeras possibilidades que este aluno tem de aprender, tem de variar e de se tornar plural em conhecimento, além de reforçar o desprestígio da linguagem nao padrão. Segundo Silva (1195, p. 13):
“...nas sociedades estratificadas em classes, as variantes não prestigiadas serão estigmatizadas e são o arame farpado mais poderoso para bloquear o acesso ao poder.”
Bagno diz que:
“A prática tradicional de ensino da língua portuguesa no Brasil deixa transparecer, além da crença no mito da ‘unidade da língua portuguesa’, a ideologia da necessidade de ‘dar’ ao aluno aquilo que ele ‘não tem’, ou seja, uma ‘língua’”.
O viés linguístico se faz necessário na língua portuguesa para que o sujeito possa escalar dentro de sua comunidade e conquistar diferentes falares, além de sua independência comunicativa seja qual for a situação em que este se encontra. 
Segundo Liziane Pereira e Célia Helena (2008, p. 123), ao mencionarem Bagno (1999), informam que os profissionais de educação devem ter em mente as variantes da língua e que a variante não padrão é igualmente lógica quando não paralisada pela educação tida como formal.
Após toda essa abordagem, temos então um exemplo claro de como os professores nas situações 1 e 2 poderiam agir para com seus alunos, através do incentivo de seus falares e de suas comunidades. Somente desta maneira poderemos ir em direção a uma educação pluralizada e sem preconceitos.
REFERÊNCIAS
BAGNO, M. A língua de Eulália: novela sociolinguística. 17. ed. São Paulo: Contexto, 2010. 62 p. Disponível em https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/1707/pdf/0?code=S2OCbG8Q+/sJyDlhxYs75eYMSh55h4h9lmKIrKqd0/NuLpR5H/2msiLhKnlaaCo+IxrPnWOyCuwAM8bgcpqrHw== Acesso em: 05 mar. 2022
FIORIN, José Luiz. Introdução a Linguística I. Objetos teóricos. 6. Ed. São Paulo: Contexto, 2010. 129 p. Disponível em https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/1547/pdf/0?code=iA6ZggY4TevQGUMa4bBpRtYpDCNtto9QSBbFNwGNuA7s66Q5mymVW7+nlroe1lrCdCjTdeePSJDtYsvCNf+6HA== Acesso em: 05 mar. 2022
MARTELOTTA, Mario E. (Org.). Manual de Linguística. São Paulo: Contexto, 2008. 239 p. Disponível em https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/1390/pdf/0?code=FplyD/YqEBjZXAtQZp9fLJ4o9LgwyFdBlB0vlujAartn1XxiXcMf2J3ydfIOypgTnsLQTCuiAvHZIMGpv1EZTg== Acesso em: 12 mar. 2022
PEREIRA, L; HELENA, C. A língua portuguesa nos Parâmetros Curriculares Nacionais – Um caso de inclusão ou exclusão da linguagem coloquial? 2008. 115 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Língua Portuguesa) – Centro Universitário Franciscano, Santa Maria, Rio Grande do Sul. Disponível em https://periodicos.ufn.edu.br/index.php/disciplinarumALC/article/viewFile/729/676 Acesso em: 12 mar. 2022
SILVA, R. V. M. Contradições no ensino de português: a língua que se fala x a língua que se ensina. São Paulo: Contexto, 1995. 13 p. 
WERNECK, L, S. O ensino de língua portuguesa e os PCN’s. Plataforma Filologia, Rio de janeiro, RJ. Disponível em http://www.filologia.org.br/viisenefil/06.htm Acesso em:12 mar. 2022.

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