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Prévia do material em texto

SEGURANÇA EM 
OPERAÇÕES SUBMARINAS 
E EQUIPAMENTOS 
SUBMARINOS
Elaboração
Samuel José Casarin
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ...................................................................................................................................................................................... 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA ................................................................................................. 5
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................................................. 7
UNIDADE I
SEGURANÇA EM OPERAÇÕES SUBMARINAS ........................................................................................................................................................ 9
CAPÍTULO 1
SISTEMAS SUBMARINOS: INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES GERAIS ................................................................................................. 10
CAPÍTULO 2
FORÇA DE TRABALHO ....................................................................................................................................................................................... 18
UNIDADE II
ASPECTOS DE MELHORIA E DESEMPENHO .......................................................................................................................................................... 33
CAPÍTULO 1
MONITORAMENTO ............................................................................................................................................................................................. 34
CAPÍTULO 2
AUDITORIA, ACIDENTES E RISCOS ............................................................................................................................................................. 44
UNIDADE III
OPERAÇÕES SUBMARINAS ........................................................................................................................................................................................... 55
CAPÍTULO 1
FABRICAÇÃO E INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS SUBMARINOS .............................................................................................. 56
CAPÍTULO 2
VIDA ÚTIL, REUTILIZAÇÃO E DESCOMISSIONAMENTO .................................................................................................................... 76
UNIDADE IV
NORMAS E ESTUDOS DE CASOS (EC) ...................................................................................................................................................................... 88
CAPÍTULO 1
NORMAS GERAIS, PROTOCOLOS DE SEGURANÇA ............................................................................................................................ 89
CAPÍTULO 2
ESTUDOS DE CASOS (EC) ............................................................................................................................................................................. 108
PARA (NÃO) FINALIZAR ................................................................................................................................................................... 126
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................................................................... 127
4
APRESENTAÇÃO
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como 
pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia 
da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos 
conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos 
da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional 
que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-
tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO 
DE ESTUDOS E PESQUISA
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de 
textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam 
tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta 
para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos 
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto 
antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para 
o autor conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma 
pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em 
seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas 
experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para 
a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do 
estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam 
para a síntese/conclusão do assunto abordado.
6
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/
conclusões sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando 
o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a 
aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo 
estudado.
7
INTRODUÇÃO
O avanço das tecnologias permitiu ao homem explorar diferentes tipos de ambiente. Os 
oceanos ocupam cerca de 70% da área do planeta, e embora as áreas costeiras sejam as 
mais urbanizadas, o acesso ao mar depende da possibilidade de transcender a dificuldade 
enfrentada em seu uso. A pesca e a navegação são consideradas as primeiras atividades 
realizadas nas águas e até hoje são realizadas, entretanto seu desenvolvimento cresceu, 
e novas áreas e técnicas foram sendo descobertas e implantadas.
Nesse sentido, novas possibilidades foram surgindo, como exemplo a exploração do 
petróleo, que atualmente ocorre em todos os oceanos do planeta e em áreas cada vez 
mais profundas. Essa atividade acarreta um conjunto de operações submarinas, tanto 
em sua implantação, como em sua manutenção. Além disso, áreas portuárias, que dão 
suporte à navegação, independentemente do objetivo, também estão se desenvolvendo 
cada vez mais e em diferentes áreas.
Esse desenvolvimento das atividades marítimas é inegável, e acarreta diversas etapas 
e diferentes tipos de operações, seja em área terrestre, seja em área marítima. Assim, 
a segurança nessas operações, por um determinado tempo, foi considerada gargalo 
tecnológico. Para solucionar essa questão, normas, leis e tratados foram sendo 
desenvolvidos com o objetivo de minimizar os riscos e acidentes decorrentes de tais 
atividades.
Cabe ressaltar aqui que as atividades em ambiente marinho requerem um conjunto 
de ações e protocolos para garantir ao profissional que atua nesse ambiente plena 
segurança. Dentreesses profissionais, destacamos os mergulhadores, bombeiros que 
fazem buscas em rios, lagoas etc., profissionais de portos que operam equipamentos 
de manutenção em diversas áreas portuárias submersas, aqueles que trabalham em 
plataformas offshore, entre outros. 
Há de se considerar, ainda, a necessidade de uso de equipamentos apropriados para 
as mais diversas tarefas, visto que há questões de insalubridade, sendo que há normas 
regulamentadoras para amparar o profissional, e serão apresentadas algumas ao longo 
dos conteúdos deste material.
Nesta disciplina, iremos conhecer um pouco mais sobre a segurança em operações 
submarinas e equipamentos submarinos. Ao final, você será capaz de reconhecer qual 
o nível de segurança com a qual uma operação está sendo realizada. Além disso, poderá 
entender quais equipamentos submarinos são utilizados.
Bons estudos!
8
INTRODUÇÃO
Objetivos
 » Conhecer os sistemas de segurança em operações submarinas.
 » Conhecer características da força de trabalho em ambientes submarinos.
 » Entender as técnicas de monitoramento, medição e alertas de segurança em 
operações no fundo oceânico.
 » Conhecer e identificar os elementos críticos de segurança, análise de risco 
e suas normas.
 » Conhecer as características dos equipamentos de segurança (EPI) e 
equipamentos de mergulho.
 » Saber aplicar técnicas de soldagem, de instalação e procedimentos operacionais.
 » Saber conceitos e aplicações de descomissionamento, desativação e 
reutilização.
 » Conhecer e saber aplicar as principais normas gerais referentes a protocolo 
de segurança.
9
UNIDADE I
SEGURANÇA 
EM OPERAÇÕES 
SUBMARINAS
Primeiramente, o que podemos entender por “segurança em operações submarinas”? 
Cabe aqui uma reflexão sobre o ambiente de trabalho e as condições oferecidas pelas 
empresas ao profissional para a realização das suas tarefas. Segurança é um requisito 
para as mais variadas atividades, desde uma simples caminhada na rua, na qual espera-
se que o poder público garanta um conjunto de sinalizações, conservação dos locais e 
normas que permitam ao pedestre um passeio seguro. Logo, isso passa também para 
praticamente todas as atividades profissionais.
Mas voltando ao entendimento de “segurança em operações submarinas”, há uma série 
de normas e regulamentações estabelecidas por empresas (Petrobras, por exemplo), por 
agências governamentais (ANP – Agência Nacional do Petróleo, por exemplo) e por 
entidades como o Corpo de Bombeiros, que estabelecem padrões a serem seguidos para 
salvaguardar todos os profissionais que trabalham em condições submersas em águas 
marítimas ou não. Não podemos nos esquecer também de programas de capacitação.
Nesta primeira unidade do seu Caderno de Estudos, você irá estudar os sistemas e 
dispositivos de segurança em operações submarinas. Será feita uma abordagem geral 
de sistemas submarinos focando conceitos importantes e aspectos relacionados ao 
ambiente de trabalho oceânico, fatores humanos (técnicos e psicológicos), dando ênfase 
à importância da qualificação, treinamento e desempenho de pessoal.
10
CAPÍTULO 1
Sistemas submarinos: introdução e 
definições gerais
Os sistemas submarinos são instalados para servir a diversos serviços e com diversos 
objetivos, seja como sustentação (estacas), canais condutores de fluidos (pipelines), sejam 
cabos submarinos (telecomunicações). Nesta seção, você irá conhecer um pouco mais 
sobre os tipos de sistemas submarinos e suas estruturas. A Figura 1 ilustra um esquema 
geral de um sistema submarino utilizado para atender à exploração de petróleo.
Figura 1. Visão geral de um sistema submarino. PLEM (PipeLine End Manifold) PLET (PipeLine End Termination).
Fonte: Mendes et al. (s/d, p.158). Disponível em: https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/1526/2/A%20set.35_Mercado%20e%20
aspectos%20t%c3%a9cnicos%20dos%20sistemas_P.pdf. 
Tais sistemas, como o conjunto apresentado na Figura 1, por exemplo, realizam a 
retirada e algumas etapas necessárias à produção do petróleo. De tal estrutura, temos 
alguns componentes principais, listados a seguir:
Cabeça de poço submarina
A cabeça de poço (Figura 2) gerencia o fluxo do óleo em direção ao sistema coletor, 
suporta e/ou fixa os equipamentos na coluna de produção. Possui a forma de carretel 
e permite o acesso na coluna ao longo da operação durante o ciclo de vida do poço. 
Pode estar instalado no leito marinho, na plataforma ou, ainda, em alguma estrutura 
terrestre, associado ou não à árvore de Natal.
11
SEGURANÇA EM OPERAÇÕES SUBMARINAS | UNIDADE I
Figura 2. Exemplo de cabeça de poço.
Fonte: Mendes et al. (s/d, p. 159). Disponível em: https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/1526/2/A%20set.35_Mercado%20e%20
aspectos%20t%c3%a9cnicos%20dos%20sistemas_P.pdf. 
Árvore de Natal molhada
A árvore de Natal molhada (Figura 3) é uma estrutura cuja finalidade é controlar a 
vazão de fluidos produzidos pelo poço até a plataforma de produção, e a vazão de água 
de injeção ou gás natural da plataforma para o reservatório. Dentro de sua constituição 
há válvulas, linhas de fluxo e elementos de controle, e normalmente está localizada no 
leito marinho, associada ou não à cabeça de poço. Além do controle de vazão, também 
é possível realizar medições de parâmetros tais como pressão do poço, temperatura 
e volume de areia produzida, informações imprescindíveis para mitigar os danos e 
minimizar possíveis riscos de vazamentos. Existem tipos diferentes de árvores de Natal 
molhada, cuja escolha dependerá de sua utilização, bem como das especificações de 
cada uma delas, o fato é que tanto as árvores de Natal horizontais quanto as verticais 
possuem vantagens e desvantagens, de acordo com cada projeto.
Uma curiosidade: os moradores de uma cidade norte-americana rica em petróleo, nos 
longínquos anos 1930, batizaram de “Árvore de Natal” um equipamento da plataforma 
offshore que se encontrava coberta pela neve e estava parecida a um pinheiro de Natal. 
Quando esse equipamento passou a ser instalado no fundo do mar, junto aos primeiros 
poços de petróleo submarinos, o termo “molhada” foi incorporado e ficou até hoje 
conhecido como “Árvore de Natal Molhada” (PETROBRAS, 2015).
12
UNIDADE I | SEGURANÇA EM OPERAÇÕES SUBMARINAS
Figura 3. Árvore de Natal molhada horizontal.
Fonte: Mendes et al. (s/d, p.161). Disponível em: https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/1526/2/A%20set.35_Mercado%20e%20
aspectos%20t%c3%a9cnicos%20dos%20sistemas_P.pdf. 
Manifold
O manifold é um conjunto de válvulas e acessórios que serve para direcionar a produção 
de vários poços para um duto coletor, o qual conduz a produção total para uma unidade 
de produção. Esse tipo de equipamento ajuda a reduzir o número de linhas (dutos) 
conectadas à plataforma, além de diminuir o comprimento total das linhas de poços 
usadas num sistema de produção. Pode também ser usado para permitir que um grupo 
de poços compartilhe sistemas de injeção de água e “gas lift” (elevação de óleo e gás até 
a superfície por meio de gás pressurizado). Um modelo de manifold segue ilustrado 
na figura 4.
Figura 4. Manifold.
Fonte: Petrobras (2015). Disponível em: https://petrobras.com.br/data/files/C7/33/34/1E/EB77D410A86DF1D461D2B8A8/Foto%20
Manifold%20Roncador_tratada.jpg. 
13
SEGURANÇA EM OPERAÇÕES SUBMARINAS | UNIDADE I
Linhas flexíveis
Ilustrada na figura 5, as linhas flexíveis são elementos que levam os fluidos produzidos 
nos poços de petróleo para unidades de produção. Essas linhas flexíveis são utilizadas 
em todos os tipos de sistema submarino que faz coleta de fluido. A principal aplicação 
desses dispositivos consiste em interligar unidades para que seja possível fazer operações 
de injeção ou de descarte desses fluidos em reservatórios específicos ou, ainda, para 
fins de exportação dessa produção para fora do ambiente submerso. Apesar do termo 
“linhas”, tem geometria tubular, alternando camadas de materiais metálicos e não 
metálicos. Nas suas extremidades, existem conectoresque permitem a união de outros 
equipamentos, tais como as árvores de Natal molhadas a manifolds ou risers.
Figura 5. Duto ou flexível.
Fonte: Mendes et al. (s/d, p.163). Disponível em: https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/1526/2/A%20set.35_Mercado%20e%20
aspectos%20t%c3%a9cnicos%20dos%20sistemas_P.pdf. 
PLET e PLEM – Equipamentos de interligação
 » PLETs (Pipeline End Termination): tais como as linhas flexíveis, os PLETs 
realizam a junção submarina entre dutos rígidos e flexíveis ou entre um 
duto e um equipamento submarino.
 » PLEMs (Pipeline End Manifold): também permitem a interligação entre dutos, 
porém são instalados nas extremidades de um trecho de duto.
A figura 6 dá uma ideia da dimensão desses equipamentos de interligação.
14
UNIDADE I | SEGURANÇA EM OPERAÇÕES SUBMARINAS
Figura 6. Equipamento de interligação do tipo PLEM.
Fonte: Petrobras, 2015. Disponível em: https://petrobras.com.br/data/files/61/96/4B/66/7C77D410A86DF1D461D2B8A8/PLEM_tratada.jpg.
Umbilicais
Os umbilicais eletro-hidráulicos (figura 7) são conjuntos de mangueiras e cabos elétricos, 
utilizados para operar remotamente equipamentos e válvulas submarinos, injetar 
produtos químicos e monitorar parâmetros operacionais (temperatura e pressão) de 
poços.
Figura 7. Umbilicais.
Fonte: Petrobras, 2015. Disponível em: https://petrobras.com.br/data/files/C4/07/64/8B/8C77D410A86DF1D461D2B8A8/Foto 
%20do%20Umbilical_tratada.jpg. 
Embora um tanto quanto óbvio, todos os equipamentos apresentados até aqui exigem 
profissionais capacitados e habilitados tanto para sua instalação como para sua inspeção 
e manutenção. Como se tratam de operações de risco, questões de segurança são cruciais 
e devem seguir normas rigorosas.
Todo o complexo de um sistema submarino deve estar sujeito a um sistema de controle 
(para que tal complexo funcione de acordo com suas funções previstas) e um sistema de 
alimentação que forneça a energia necessária para que todos os equipamentos instalados 
15
SEGURANÇA EM OPERAÇÕES SUBMARINAS | UNIDADE I
possam operar, pois sem energia nada funciona. Vamos conhecer, preliminarmente, 
o sistema de controle.
Sistema de controle submarino
Trata-se de um sistema complexo, que monitora e transmite para a plataforma variáveis 
associadas à produção: pressão, temperatura, areia no sistema etc., conforme mostra 
a figura 8. Além disso, o sistema de controle submarino serve para operar as válvulas 
das árvores de Natal molhadas, de manifolds e de tubulações submersas.
Figura 8. Esquema de um sistema de controle submarino.
Fonte: Mendes et al. (s/d, p.165). Disponível em: https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/1526/2/A%20set.35_Mercado%20e%20
aspectos%20t%c3%a9cnicos%20dos%20sistemas_P.pdf. 
O esquema da figura 8 é considerado o coração dos sistemas submarinos de produção. 
Mesmo tendo um custo relativamente baixo, impõe um alto padrão de confiabilidade 
e disponibilidade. O seu layout deve ser o mais adequado possível para que sejam 
realizadas economias nas instalações de tubos, conectores e cabeamento. Tal sistema 
de controle pode ser classificado em:
 » Hidráulico.
 » Elétrico.
 » Eletro-hidráulico (mais comum).
16
UNIDADE I | SEGURANÇA EM OPERAÇÕES SUBMARINAS
As principais partes de um sistema de controle envolvem:
 » Unidade hidráulica: responsável pelo fornecimento contínuo de fluido 
hidráulico desprovido de resíduos às válvulas remotamente operadas.
 » Unidade de alimentação elétrica: permite alimentação elétrica contínua 
aos consumidores do sistema submarino.
 » Estação de controle: possibilita a interface entre o operador da plataforma 
e os equipamentos do sistema submarino.
 » Módulo de controle submarino: realiza a comunicação entre a estação 
de controle e ANM/manifold do arranjo submarino.
Em se tratando de segurança do sistema e seus operadores, a unidade hidráulica deve 
ter um dimensionamento rigoroso, pois é por ela que as válvulas operadas de forma 
remota são acionadas para abrir e fechar.
Sistema de alimentação
A principal função do sistema de alimentação é gerar, transmitir e distribuir energia 
para os equipamentos do sistema submarino. Esse sistema de alimentação pode ser 
do tipo hidráulico ou elétrico. No caso específico do sistema de alimentação elétrico 
– o mais utilizado –, a energia é gerada por uma estação em terra ou por meio de 
turbogeradores instalados na plataforma. Considerando que não é desejável a interrupção 
do fornecimento de energia, uma UPS – fonte ininterrupta de energia – é empregada.
Os umbilicais são os responsáveis pela transmissão de energia, partindo da unidade 
de alimentação elétrica indo até o sistema submarino de distribuição. A distribuição 
de energia elétrica permite a interligação dos terminais submarinos aos umbilicais a 
cada um dos poços de produção. A alimentação de um elemento específico é garantida 
por cabos elétricos dedicados.
Os grandes produtores/extratores de petróleo, como a Noruega (Mar do Norte) e Brasil 
(Costa Atlântica Brasileira) utilizam modernos equipamentos para processamento 
primário de petróleo, os quais são desenvolvidos para as seguintes operações, segundo 
Mendes et al. (s/d):
 » Separação submarina água-óleo: separação da água livre produzida juntamente 
com o petróleo.
17
SEGURANÇA EM OPERAÇÕES SUBMARINAS | UNIDADE I
 » Desidratação supersônica submarina de gás natural: remoção de moléculas 
de água dispersas no gás natural.
 » Compressão submarina de gás natural: compressão do gás natural para 
exportação para terra.
 » Injeção submarina de água bruta ou de água produzida: captação e filtração 
de água do mar para posterior injeção em reservatórios de petróleo ou 
reinjeção de água produzida no reservatório do qual foi extraída.
A produção desses equipamentos ainda está em fase de testes em escala industrial, 
porém o desafio é adaptar tais equipamentos às condições de pressão, temperatura e 
contaminantes dos reservatórios localizados em águas profundas e ultraprofundas.
Para concluirmos este capítulo, a figura 9 ilustra todo o complexo de uma instalação 
submarina para extração de petróleo e as unidades de controle de todo esse sistema 
distribuídos em uma plataforma fixa, uma plataforma semissubmersível e um navio 
de produção e estocagem.
Figura 9. Sistema de produção submarino.
Fonte: Noguchi, 2014, p.19. Disponível em: http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/3643/1/CT_CEAUT_V_2014_07.pdf. 
18
CAPÍTULO 2
Força de trabalho
Ambiente de trabalho e fatores humanos
Trabalhar em alto-mar (figura 10), mais especificamente no fundo do mar, pode ser 
algo ao mesmo tempo fascinante e amedrontador. Fascinante devido ao desafio, à 
paisagem submarina; amedrontador devido ao alto risco característico desse tipo de 
atividade, pois envolve fatores físicos e emocionais (ou psíquicos) do profissional, 
além, é claro, de uma enorme capacitação para exercer tal atividade.
Figura 10. Mergulhador profissional.
Fonte: French, 2021. Disponível em: https://www.thedrinksbusiness.com/content/uploads/2021/03/iStock-1074854148-640x427.jpg. 
Quando se fala em trabalhar no fundo do mar, não podemos nos limitar a operações 
de instalações, manutenção e inspeção de equipamentos. Atividades instigantes como 
a de prospectar embarcações naufragadas a tempos, objetos e até bombas de guerras 
como algumas da Segunda Guerra Mundial que não explodiram e, vejam, até cervejas 
envelhecidas debaixo d’água atraem profissionais mergulhadores (vide em “Thieves 
steal 600-litres of beer that was ageing underwater”, disponível em: https://www.
thedrinksbusiness.com/2021/03/thieves-steal-600-litres-of-beer-that-was-ageing-
underwater/. Acesso em: 03 ago. 2021).
Quais as principais características da água do 
mar?
O ambiente marinho, com toda sua beleza e diversidade de espécies, pode ser considerado 
um local de alta periculosidade para se desenvolver uma tarefa, a mais simples que 
possamos imaginar. Em primeiro lugar, o trabalhador deve ser um exímio nadador, pois19
SEGURANÇA EM OPERAÇÕES SUBMARINAS | UNIDADE I
o movimento das águas marinhas pode ser um fator complicador. A água do mar tem o 
problema de elevada salinidade, temperatura variável (nesse caso depende, é claro, de 
questões geográficas), existência de peixes agressivos (tubarões e orcas, por exemplo, 
ou até mesmo algas tóxicas), luminosidade limitada, entre outros fatores adversos. À 
medida que o trabalho a ser realizado está localizado em maiores profundidades, o fator 
pressão da água é e deve ser considerado um problema crítico; na volta à superfície, 
existe a necessidade de uma despressurização lenta a fim de evitar problemas de embolia.
Conforme é definido pelo Manual MSD (s/d), embolia gasosa arterial é um processo de 
obstrução do fornecimento de sangue para os órgãos devido à ocorrência de bolhas na 
artéria. A perda de consciência do mergulhador pode ocorrer depois de algum tempo 
(minutos) após ser atingida a superfície; além desse problema, o mergulhador poderá 
ter sintomas similares àqueles que se observa em acidentes vasculares cerebrais.
Veremos, a seguir, algumas das principais propriedades/características da água dos 
mares que afetam o processo de trabalho nesse tipo de ambiente:
1. Propriedades moleculares.
2. Pressão.
3. Propriedades térmicas.
4. Salinidade e condutividade.
5. Densidade.
6. Som no mar – propriedades acústicas.
7. Luz no mar – propriedades óticas.
8. Gelo no mar.
Propriedades moleculares da água do mar
Na água doce, a máxima densidade ocorre a 4°C e não no ponto de congelamento. Por 
sua vez, na água salgada o ponto de congelamento ocorre abaixo de 0°C.
Calores de fusão e de evaporação são dois conceitos importantes para a água do mar, 
porque a água troca de estado de líquido (oceano) para vapor d’água (atmosfera) e para 
gelo nas regiões polares. À medida que a água do mar é aquecida, a atividade molecular 
aumenta, ocorre expansão térmica, e a densidade diminui.
20
UNIDADE I | SEGURANÇA EM OPERAÇÕES SUBMARINAS
Pressão
A pressão oceânica é geralmente expressa em dbar (decibar). Um decibar não é 
uma unidade de pressão SI, portanto é definido exatamente igual a 100.000 Pa. É 
aproximadamente igual à pressão atmosférica na Terra ao nível do mar.
A força do gradiente de pressão é orientada da alta para a baixa pressão. O gradiente de 
pressão é orientado na direção oposta. Vale dizer que a força do gradiente de pressão 
ocorre quando existe uma diferença de pressão entre 2 pontos.
Equilíbrio hidrostático pode ser entendido como sendo o balanço entre a força da 
gravidade e a força (ou gradiente) de pressão exercido na vertical. Sendo assim, segundo 
Cirano (2004), há um equilíbrio entre a força da gravidade e a força do gradiente 
de pressão: uma é direcionada para baixo (a da gravidade) e a outra para cima, se 
anulando mutuamente. Assim, de acordo com o volume de massa de água, a pressão 
em determinada profundidade é definida por esse volume.
A tabela 1 a seguir mostra uma comparação de pressão em [dbar] e a correspondente 
profundidade do mar em [m].
Tabela 1. Comparação de pressão em [dbar] e a correspondente profundidade do mar em [m].
Pressão [dbar] Profundidade [m] Diferença (%)*
0 0 0
100 99 1
200 198 1
300 297 1
500 495 1
1000 990 1
1500 1453 1,1
2000 1975 1,3
3000 2956 1,5
4000 3932 1,7
5000 4904 1,9
6000 5872 2,1
(*) (% diferença de pressão) = [(pressão – profundidade)/pressão]x100
Fonte: Adaptado de Cirano (2004, pp.8/79). Disponível em: http://www.mcirano.ufba.br/ftp/aulas/FISB24/ppt/fisb24_capitulo3.pdf. 
O transdutor é o aparelho usado para medir a pressão submarina e sua precisão é tal 
que suas indicações são usadas para definir outras propriedades que dependem dessa 
variável (pressão). Ao longo de centenas de quilômetros medidos na direção horizontal 
21
SEGURANÇA EM OPERAÇÕES SUBMARINAS | UNIDADE I
da superfície oceânica, nota-se diferenças de pressão de 1 dbar. São essas diferenças 
de pressão que geram as correntes oceânicas.
Propriedades térmicas da água do mar
Uma das características mais importantes das águas dos mares é a sua temperatura, que 
pode apresentar variações entre -1,7oC (temperatura de congelamento) até 30oC. Até o 
ano de 1990, usava-se a escala IPTS-68 (Escala Prática Internacional de Temperatura 
de 1968), mas a partir desse ano passou-se a usar o ITS-90 (Escala Internacional de 
Temperatura de 1990) para medir a temperatura da água do mar.
A temperatura da água do mar é medida através de termistores, que possuem precisão 
entre 0,0005°C a 0,001°C e possuem também uma acuracidade de 0,002°C. As radiações 
térmicas infravermelhas são detectadas através de satélites.
Uma temperatura que tem grande importância é a chamada “temperatura potencial”, 
que é a temperatura que uma parcela de água teria se ela fosse movida adiabaticamente 
para uma outra pressão. Uma parcela de água que se move de uma maior pressão para 
uma menor pressão se expande e tem sua temperatura reduzida. Essas alterações da 
temperatura não têm relação com fontes de calor, seja na superfície, seja no fundo do mar.
O gradiente de temperatura adiabático na atmosfera seca é cerca de 9,8°C/km. No 
oceano, esse gradiente é de 0,1 a 0,2°C/km. Quando definida em relação à superfície do 
mar, a temperatura potencial é sempre inferior à temperatura, exceto para a superfície 
do mar, onde o valor é igual.
Salinidade e condutividade
A água do mar é uma solução que contém a maioria dos elementos conhecidos. Os 
componentes mais abundantes, analisados em relação ao percentual da massa total 
de elementos dissolvidos, incluem os seguintes íons: cloro (55%), sódio (30,7%), 
sulfato (7,7%), magnésio (3,6%), cálcio (1,2%) e potássio (1,1%). Esses íons somados 
representam 99,3% da massa total. As diferenças na concentração dos sais dissolvidos 
nos oceanos resultam dos processos de evaporação e diluição devido ao aporte de água 
doce pelas chuvas e rios.
A salinidade pode ser determinada através da clorinidade, pela titulação com nitrato 
de prata. A relação empírica vigente entre salinidade e clorinidade é dada por:
Salinidade (S) = 1,80655 x clorinidade
22
UNIDADE I | SEGURANÇA EM OPERAÇÕES SUBMARINAS
Vale ressaltar que as definições de salinidade baseadas em análises químicas não são 
mais utilizadas pois foram substituídas pelas definições baseadas na condutividade 
elétrica da água do mar. A Escala Prática de Salinidade (PSS 78) é o atual algoritmo 
utilizado para calcular a salinidade. Segundo a PSS 78, o algoritmo é valido para as 
seguintes condições:
-2°C ≤ T ≤ 35°C
2 ≤ S ≤ 42
0 m ≤ profundidade ≤ 10000 m
Vale lembrar que a condutividade elétrica da água do mar depende do seu grau de 
salinidade e da temperatura.
O ano de 2010 marca uma nova definição para a salinidade do mar, denominada 
“salinidade absoluta” que, de uma forma geral, retoma a definição original de salinidade, 
baseada na relação entre a massa de substâncias dissolvidas e a massa total de uma 
parcela da água do mar.
Densidade
A densidade da água pura, sem salinidade, a 4°C e a pressão atmosférica é de 1000 kg/
m3. No oceano, esses valores variam de 1021 kg/m3 (pressão atmosférica) até 1070 
kg/m3 (pressão de 10000 db).
Uma ferramenta online para calcular a densidade fica disponível no link http://
fermi.jhuapl.edu/denscalc.html. Acesso em: 20 out. 2021.
O diagrama da figura 11 mostra como a densidade da água do mar varia com a 
temperatura e com a salinidade.
http://fermi.jhuapl.edu/denscalc.html
http://fermi.jhuapl.edu/denscalc.html
23
SEGURANÇA EM OPERAÇÕES SUBMARINAS | UNIDADE I
Figura 11. Variação da densidade com a temperatura e a salinidade da água do mar.
Fonte: Cirano (2004, pp.34/79). Disponível em: http://www.mcirano.ufba.br/ftp/aulas/FISB24/ppt/fisb24_capitulo3.pdf. 
No gráfico da figura 11, os valores de densidade da água do mar estão indicados nas 
linhas curvas. O gráfico mostra também a localização da máxima densidade (Temp. of 
max. density) e do ponto de congelamento (freezing point), a pressãoatmosférica para 
a água do mar em função da temperatura e da salinidade.
A densidade da água tende a aumentar com a elevação da pressão devido ao fato de a 
água ser uma substância compressível. Ressalte-se que a água fria é mais compressível 
que a água quente; sendo assim, quando duas porções de água de igual densidade, mas 
características termo-halinas diferentes, submergem à mesma pressão, a porção fria 
da água apresentará maior densidade.
Observação: águas com caraterísticas termo-halinas implicam em uma parcela quente 
e mais salgada e a outra fria e menos salgada de água.
Caso os oceanos não fossem constituídos de água salgada, o conceito de densidade 
potencial seria suficiente para definir uma superfície isentrópica que é uma superfície 
onde uma parcela de água pode se mover adiabaticamente, ou seja, sem o aporte de 
calor ou sal.
Um parâmetro associado a densidade é a estabilidade estática (E), que é a medida da 
tendência de uma coluna d’água retornar a sua posição original após uma perturbação. 
Essa propriedade está relacionada com a estratificação, em que a estabilidade é maior 
se a coluna d’água for mais estratificada. Uma coluna d’água é considerada estável se 
uma parcela de água que se move para cima/baixo por uma distância curta retorna a 
sua posição original. 
24
UNIDADE I | SEGURANÇA EM OPERAÇÕES SUBMARINAS
Uma coluna d’água pode ser classificada em:
 » Estável: E > 0
 » Neutra: E =0
 » Instável: E < 0
Som no mar – propriedades acústicas
No oceano, enquanto só podemos enxergar objetos num raio de 50 m (olho humano) 
a 1000 m (penetração da luz medida por instrumentos), a propagação do som pode 
ser detectada ao longo de vastas distâncias.
A velocidade do som (vs) na água do mar pode ser estimada segundo a relação:
vs = 1448,96 + 4,59 T – 0.053 T2 + 1,34 (S – 35) + 0,016 P
Em que:
 » vs = velocidade do som [m/s]
 » T = temperatura da água do mar [oC]
 » S = salinidade da água do mar [adimensional]
 » P = pressão [dbar]
A região da coluna d’água que apresenta as menores velocidades de propagação do 
som é denominada de canal SOFAR (Sound Fixing and Ranging Channel). Nesse canal, 
ondas direcionadas em ângulos moderados em relação à horizontal são refratadas 
para baixo e para cima e continuam a oscilar ao longo da região da profundidade de 
mínima velocidade.
Ondas direcionadas em ângulos mais acentuados não serão canalizadas, podendo ser 
refletidas no fundo ou na superfície. Ondas emitidas em baixas frequências podem 
viajar por distâncias consideráveis (milhares de quilômetros) ao longo do canal SOFAR, 
o que permite, por exemplo, a localização de submarinos.
Uma das técnicas para se localizar e observar objetos sólidos no mar é o uso do som. 
Um dos instrumentos mais utilizados para mensurar a profundidade dos oceanos são as 
ecossondas. Um dos tipos de ecossondas que permite detectar a profundidade e a direção 
25
SEGURANÇA EM OPERAÇÕES SUBMARINAS | UNIDADE I
de deslocamento de um submarino é o SONAR (Sound Navigation and Ranging), capaz 
de captá-lo a centenas de metros de profundidade. Vejamos alguns tipos de sonares:
 » Sonares sidescan: aplicados para determinar a estrutura do fundo oceânico 
e para localizar navios naufragados.
 » Swallow floats: são flutuadores de subsuperfície que podem ser rastreados 
acusticamente e fornecem informações importantes sobre as correntes 
profundas.
 » ADCP (Acoustic Doppler Currentmeter Profiler): servem para medir a velocidade 
das correntes. São do tipo perfiladores de correntes.
Luz no mar – propriedades óticas
Em profundidades de 100 metros (ou mais), que constitui uma das camadas superficiais 
dos oceanos, a luz visível é capaz de interagir com moléculas e substâncias dissolvidas 
ou suspensas na água do mar.
A radiação da luz emergente dos oceanos é medida por instrumentos acima da superfície 
do mar, dentre eles os satélites. A observação da cor dos oceanos por satélites pode 
então ser relacionada a processos como: abundância de fitoplâncton, carbono orgânico 
particulado, material em suspensão etc.
A região conhecida como zona fótica ou eufótica, que se destaca em uma profundidade 
de até 100 metros, é a parte oceânica onde ocorre o fenômeno da fotossíntese. Uma 
característica marcante dessa região é que, quando uma energia de onda curta penetra 
no oceano (o oceano absorve a luz em distâncias muito menores, quando comparado 
com a atmosfera) parte dela é espalhada e uma grande parte é absorvida, visto que a 
luz do sol apresenta comportamentos diferentes na água e no ar.
Para o olho, a cor do mar varia desde o azul escuro, passando pelo verde e chegando 
até o amarelo esverdeado. Em linhas gerais, o azul escuro é uma cor característica 
de regiões tropicais e equatoriais, principalmente onde a produção biológica é 
pequena. Em altas latitudes, a cor muda de azul-esverdeado para verde (regiões 
polares). Áreas costeiras são geralmente esverdeadas. Se existe fitoplâncton na água, 
a clorofila absorve a luz azul e também a vermelha, o que faz com que a água fique 
verde. Em regiões costeiras, os rios carregam substâncias orgânicas, o que enfatiza 
a tonalidade amarelo-esverdeada.
26
UNIDADE I | SEGURANÇA EM OPERAÇÕES SUBMARINAS
A cor da água do mar e a profundidade de penetração da luz eram avaliadas através 
do disco de Secchi. Atualmente, isso foi substituído por instrumentos que medem a 
penetração da luz e a transparência em vários comprimentos de onda, assim como a 
fluorescência (emissão de luz por uma substância que absorveu luz). A cor do oceano 
está relacionada à reflectância e pode ser utilizada para a avaliação de várias quantidades, 
tais como: clorofila, carbono orgânico particulado etc.
Algumas definições relativas à emissão de luz são importantes de se conhecer. 
Dentre elas, destacamos:
 » Radiância: é fluxo de energia da luz por unidade de área e por unidade de 
esterradiano (W/ sr.m2).
 » Irradiância: é o total de radiância que chega a um determinado ponto (W/
m2). Esta quantidade é dividida: i) na irradiância que vem de baixo do ponto 
de observação (upwelling irradiance) e; ii) na irradiância que vem de cima do 
ponto de observação (downwelling irradiance).
 » Reflectância: é a razão entre estas duas quantidades, ou seja, é a luz que 
emerge do oceano.
 » Photosynthetically Available Radiation (PAR): radiação disponível para a 
fotossíntese.
Gelo no mar
O gelo no mar tem duas origens: o congelamento da água do mar e o gelo que se quebra 
de glaciares. O gelo marinho é importante, pois:
 » altera as transferências de calor e momento entre a atmosfera e o oceano;
 » é um isolante térmico;
 » amortece as ondas superficiais;
 » altera a estrutura da temperatura e a salinidade da camada superficial em 
função do degelo/congelamento;
 » oferece um impedimento para a navegação;
 » a cobertura de gelo influencia o clima global por causa da sua alta refletividade, 
ou seja, seu alto albedo.
27
SEGURANÇA EM OPERAÇÕES SUBMARINAS | UNIDADE I
O processo inicial de congelamento é diferente entre a água doce/salobra e a água 
mais salgada, uma vez que a temperatura que a água atinge a sua máxima densidade 
varia com a salinidade.
No estágio inicial da formação dos cristais de gelo, o sal é rejeitado e aumenta a 
densidade da água que está nas vizinhanças. Parte desse sal tem uma tendência para 
afundar, mas uma outra parcela fica aprisionada nos cristais, formando as células de 
salmoura (brine cells).
Com a continuidade do congelamento, a salmoura vai ficando mais salgada e esse 
processo é chamado de rejeição da salmoura (brine rejection).
A densidade da água pura a 0°C é de 999,9 kg/m3, enquanto a do gelo puro é de 916,8 
kg/m3. No entanto, no caso do gelo marinho, a densidade pode ser maior (se a salmoura 
ficar armazenada nos cristais de gelo) ou menor (se a salmoura escapar e for substituída 
dor bolhas de gás) do que a densidade do gelo puro.
O gelo marinho geralmente flutua com cerca de 5/6 da sua espessura abaixo da superfície 
e apenas 1/6acima da superfície. Sendo assim, pequenas elevações que aparecem na 
superfície do gelo estão associadas a feições muito mais pronunciadas em subsuperfície.
O gelo marinho pode ser dividido nas seguintes categorias: 
 » Gelo rápido (associado ao litoral).
 » Bloco de gelo (sazonal a multianual, com alguns intervalos entre si).
 » Calota de gelo (mais espesso e na maioria multianual).
Várias forças atuam no gelo, entre elas:
 » A tensão do vento na superfície.
 » As forças de atrito em função do arrasto na parte inferior da plataforma 
de gelo.
 » O efeito da força de Coriolis.
 » As colisões.
Existem regiões de geleiras onde há determinadas faixas (vãos) entre os blocos de gelo 
por onde circula água. Essas faixas, a céu aberto, são locais de troca de calor entre o 
28
UNIDADE I | SEGURANÇA EM OPERAÇÕES SUBMARINAS
oceano e a atmosfera, visto que o gelo funciona como um bom isolante térmico. Por 
sua vez, os leads, pequenos espaços criados pelos movimentos do gelo, surgem de forma 
aleatória. As polínias são áreas abertas de água de tamanhos maiores que os leads e 
ocorrem com mais frequência.
Qualificação, treinamento e desempenho de pessoal
Por tudo que foi exposto no item anterior, pode-se notar que o ambiente de trabalho no 
meio submarino apresenta características peculiares — a água do mar em particular — 
que exigem do profissional um conjunto de qualificações, treinamento e desempenho.
A profissão de mergulhador profissional existe no mundo todo, mas para trabalhar 
no Brasil como mergulhador profissional, a sua certificação precisa ser reconhecida 
pela Marinha.
No caso de trabalhar em outro país, é necessário analisar se o curso feito no Brasil é 
reconhecido pelo IMCA – The International Marine Contractors Association, associação 
comercial formada por membros que operam nas indústrias de construção offshore. 
Mas, mesmo assim, para trabalhar em outro país é bem provável que seja obrigatório 
participar de treinamentos adicionais para validar a certificação de mergulhador 
profissional (PAIVA, 2017).
A profissão de mergulhador profissional é considerada pela ONU como a mais perigosa 
do mundo, principalmente o mergulho saturado, realizado em plataformas de petróleo.
Segundo a OSHA (Occupational Safety and Health Administration), ocorrem de 6 a 13 
acidentes fatais com mergulhadores profissionais por ano no mundo. Ainda segundo esse 
órgão, os mergulhadores profissionais de hoje estão expostos não apenas à possibilidade 
de afogamento, mas também a uma variedade de riscos para a segurança e saúde no 
trabalho, tais como riscos respiratórios e circulatórios, e ferimentos físicos decorrentes 
da operação de equipamentos pesados sob a água.
O mergulhador profissional raso é responsável por executar serviços debaixo d’água, 
como conectar tubulações, fazer soldas, realizar limpeza de estruturas subaquáticas 
como navios etc. Ou seja, a rotina de um mergulhador profissional lembra muito a 
rotina de um operário de fábrica, mas embaixo d’água.
O mergulhador está quase sempre com ferramentas na mão, apertando ou inspecionando 
alguma coisa, limpando um casco de um navio, ou até quebrando rochas e estruturas 
em concreto com um martelo pneumático.
29
SEGURANÇA EM OPERAÇÕES SUBMARINAS | UNIDADE I
A categoria de “mergulhador profissional raso” pode trabalhar até 50 metros de 
profundidade. Depois dessa profundidade, é considerado mergulho profundo e requer 
outros treinamentos. Um mergulhador raso pode chegar a ficar até mais de 6 horas 
submerso e geralmente trabalha em águas com uma baixa visibilidade ou até mesmo 
nula.
Como mergulhador raso, pode-se trabalhar em portos, seja limpando o casco e os 
hélices dos navios, seja em obras subaquáticas, como a construção de uma ponte ou 
uma barragem. No entanto, as ferramentas são pesadas e o trabalho requer um bom 
preparo físico.
Muitas vezes, o mergulhador profissional faz mergulhos descompressivos e, por 
isso, precisa fazer paradas de descompressão para eliminar o excesso de nitrogênio 
acumulado em seu corpo. Isso aumenta ainda mais o risco de acidente.
Segundo Paiva (2017), para se tornar um mergulhador profissional aqui no Brasil o 
candidato deve começar pelo curso de mergulhador profissional raso, que atualmente é 
ministrado por apenas duas (2) escolas: a Divers University (https://diversuniversity.
com.br/) e o Senai.
Para participar do curso, o candidato deve ter ensino médio completo e mais de 18 
anos, além de fazer um exame médico-hiperbárico específico para a atividade mergulho 
e diversas provas de resistência e apneia.
No curso de mergulhador raso, tem-se aulas sobre equipamentos de mergulho, teoria do 
mergulho, marinharia, RCP e primeiros socorros, medicina hiperbárica, planejamento 
de mergulho e uma introdução aos trabalhos subaquáticos. O curso tem uma duração 
média de 3 meses, mas para entrar no mercado de trabalho, ainda é necessário fazer 
alguns cursos de especialização nas áreas que deseja trabalhar como mergulhador. Por 
exemplo, o candidato pode optar por um curso de filmagem subaquática para os serviços 
de inspeção, cursos de corte e solda submersa, ou até de montagem e manutenção de 
estruturas oceânicas.
A Petrobras faz as seguintes exigências para contratar um mergulhador profissional 
para trabalhar em suas plataformas offshore, segundo o site CPG (2021):
 » Curso de Mergulhador Profissional.
 » Possuir CREA/ CFT (Conselho Federal dos Técnicos Industriais) ativo.
30
UNIDADE I | SEGURANÇA EM OPERAÇÕES SUBMARINAS
 » Curso Técnico em Eletrotécnica, Elétrica, Automação, Eletromecânica, 
Mecatrônica.
 » Qualificação Abendi EV, PE, PM e ACFM.
Algumas empresas do setor de exploração offshore de petróleo e gás (como é o caso 
da Petrobras) exigem que os profissionais tenham o Curso Básico de Segurança de 
Plataforma (CBSP), bem como o Treinamento de Escape de Aeronaves (HUET) e 
apresentem o ASO (Atestado de Saúde Ocupacional).
Embora possa parecer uma atividade masculina, o mergulho profissional é também 
uma atividade profissional feminina. No caso das mulheres, algumas características 
particulares do gênero podem afetar o desempenho nesse tipo de atividade, dentre 
os quais destacam-se: menstruação durante o mergulho, anticoncepção, tensão 
pré-menstrual, gravidez e implantes mamários.
Para saber mais sobre esses tópicos, consulte a seguinte bibliografia:
BRASIL. Corpo de Bombeiros Militar. Manual de Mergulho Autônimo. Bombeiros 
de Goiás. Cap. 3 – A mulher no mergulho (pp.76-85). Disponível em: https://www.
bombeiros.go.gov.br/wp-content/uploads/2012/09/mergulho.pdf. Acesso em: 5 
ago. 2021.
Vale a pena conferir esse assunto e outros temas interessantes abordados pelo 
Manual: alterações fisiológicas no mergulho, efeitos da pressão em ambientes 
subaquáticos, fisiologia do mergulho (ouvido, aparelho circulatório e respiratório, 
cavidades nasais e seios da face) etc.
Este capítulo foca, como conteúdo principal, o trabalho no fundo mar. No entanto, 
quando falamos de “força de trabalho” em operações oceânicas (submarinas ou não), há 
de se levar em conta aspectos da rotina de quem trabalha em uma plataforma offshore.
Uma rotina de quem trabalha em plataformas offshore é o termo “trabalho embarcado”. 
Essa atividade exige que o profissional trabalhe em uma espécie de rodízio, sendo que 
ele deverá permanecer na plataforma por um determinado tempo 30 dias seguidos, por 
exemplo — alternado com o mesmo período em terra. Um engenheiro de petróleo, por 
exemplo, antes de iniciar suas atividades profissionais em uma plataforma de produção 
de petróleo, precisará fazer cursos que são pré-requisitos globais: como sobreviver 
no mar, como apagar incêndio, primeiros socorros e até como sair de um helicóptero 
(meio de transporte até a plataforma). 
Nas semanas em que estiver embarcado, esse profissional terá que adaptar seu calendário 
diário: não haverá feriados, finais de semana etc., pois são dias de trabalho intenso, 
31
SEGURANÇA EM OPERAÇÕES SUBMARINAS | UNIDADE Isem folgas. Assim, um fator a ser superado está relacionado a passar tanto tempo longe 
dos familiares e amigos, nesta rotina de trabalho em alto-mar.
Nas sondas, trabalha-se em média 12 horas por dia, e para os cargos de coordenação, 
é preciso estar disponível 24 horas por dia. 
Treinamento e crescimento profissional
Como em diversos setores produtivos, observa-se no petroleiro um gap de profissionais 
entre os mais novos e os mais velhos, o que faz com que as empresas invistam em gente 
para cobrir as pessoas que vão se aposentar. Esse setor é um dos que mais investe na 
formação dos seus profissionais; além de engenheiros, há também geólogos, físicos, 
biólogos e tantos outros das mais diversas áreas.
Outra curiosidade no trabalho nas plataformas está no fato de poder trabalhar com 
pessoas de diferentes culturas, não ter medo de mudar de país e perceber que o trabalho 
em alto-mar nas plataformas de petróleo tem impacto na economia global. O setor 
está em evidência e aposta no desenvolvimento dos profissionais. É comum que as 
operadoras (como a Shell ou a Petrobrás, por exemplo) financiem os estudos das 
pessoas fora, além de ter uma quantidade imensa de cursos internos.
Para saber mais sobre a rotina e os desafios de se trabalhar em uma plataforma 
offshore, acesse o link do artigo “A dura rotina nas plataformas”, disponível em: 
https://www.portalviu.com.br/negocios/dura-rotina-nas-plataformas. Acesso 
em: 10 set. 2021.
Materiais NORM/TENORM
Um problema que muitas vezes é negligenciado nas plataformas offshore se refere ao 
acúmulo de material NORM/TENORM. Segundo Santiago (2021):
 » NORM = naturally occurring radioactive materials (materiais radioativos de 
ocorrência natural). 
 » TENORM = technologically enhanced naturally occurring radioactive materials 
(materiais radioativos de ocorrência natural tecnologicamente concentrados).
Com o passar do tempo, o material NORM/TENORM se acumula nas linhas, válvulas, 
filtros, vasos e tanques de carga de uma plataforma offshore. Esse material tem potencial 
para criar campos de radiação cujos valores de dose ultrapassam os limites seguros 
estabelecidos pela CNEN para IOEs – Indivíduos Ocupacionalmente Expostos (20mSv/
32
UNIDADE I | SEGURANÇA EM OPERAÇÕES SUBMARINAS
ano ou, 10,0 µSv/h) e, principalmente, para o público em geral (1mSv/ano ou, 0,5µSv/h). 
Isso pode trazer sérios danos à saúde, além de ser ilegal!
Para evitar correr esses riscos, existem alguns procedimentos de rotina em radioproteção 
a serem adotados, como apresentados a seguir.
Segundo Santiago (2019), é essencial que a planta seja monitorada, no mínimo, 
semestralmente. Existem empresas que realizam o serviço de inspeção para identificar 
não conformidades.
Além disso, as áreas controladas devem ser isoladas e sinalizadas para que apenas as 
pessoas autorizadas possam ter acesso. 
Deve ser fornecido também o controle de dose ocupacional para os envolvidos nas 
atividades da plataforma. Além disso, é fundamental realizar, periodicamente, o 
serviço de limpeza do ativo offshore e, se for o caso, a sua descontaminação! O material 
radioativo gerado após esse processo só deve ficar armazenado na plataforma pelo 
tempo necessário levado para encontrar a destinação final dele.
Chegamos ao final desta primeira unidade da disciplina de “Segurança Em Operações 
Submarinas E Equipamentos Submarinos”, na qual no primeiro capítulo foram 
apresentadas introduções e definições gerais de sistemas submarinos, com destaque 
para instalações de prospecção de petróleo em alto-mar. Você conheceu definições 
gerais introdutórias, tais como cabeça de poço submarino, árvore de Natal molhada, 
manifold, linhas flexíveis, equipamentos de interligação (PLET e PLEM) e umbilicais. 
Viu, ainda, sistemas de controle submarino (elétrico, hidráulico eletro-hidráulico) e 
sistemas de alimentação de energia aos equipamentos submersos.
No segundo capítulo, foram abordados aspectos importantes da atividade profissional 
de mergulhador, dando ênfase ao ambiente de trabalho (a água do mar) e aos requisitos 
de qualificação, treinamento e desempenho profissional.
33
UNIDADE II
ASPECTOS DE 
MELHORIA E 
DESEMPENHO
Nesta segunda unidade, serão apresentados tópicos relacionados a ações que visam 
à melhoria na segurança e melhor desempenho dos equipamentos instalados, que 
garantam segurança e eficiência. Para isso, aspectos relacionados a monitoramento 
do sistema de equipamentos submarinos, com alertas de segurança e atendimento 
a conformidades previstas em normas, são fatores indispensáveis à segurança dos 
equipamentos e dos trabalhadores que lá atuam. Além disso, questões de auditoria, 
investigação de acidentes, elementos críticos de segurança e análise de risco serão 
abordados aqui.
Uma das formas de se buscar melhoria e desempenho (no sentido de eficiência) está na 
constante aplicação de ferramentas de monitoramento de sistemas, equipamentos e as 
atividades dos profissionais envolvidos. Monitorar é o ato de acompanhar alguma coisa 
(objeto) ou pessoa para consideração. O monitoramento (ato de monitorar) envolve 
análise de informações fornecidas por instrumentos técnicos em uma operação.
Áreas de risco de acidentes ou incidentes, como parte de aspectos de melhoria 
e desempenho, também pedem ações de auditoria especializada, independente, 
realizadas por órgãos competentes, capaz de auditar sistemas submarinos de produção 
dentro de normas legais, buscando, através de relatórios técnicos, apontar pontos 
a serem melhorados em todos os sistemas e, consequentemente, melhorar aspectos 
de segurança geral.
34
CAPÍTULO 1
Monitoramento
Desempenho
Antes de tratarmos de monitoramento, vamos falar um pouco sobre desempenho, pois 
todo agente da área de Segurança e Saúde do Trabalho deve estar a par das práticas 
que elevem a eficiência e eficácia das atividades laborais e permitam dar suporte à 
tomada de decisão.
A On Safety (2016) estabelece sete práticas para gerenciar o desempenho da segurança 
do trabalho. São elas:
 » Folha de verificação: essa ferramenta permite a organização, simplificação 
e otimização dos registros das informações que são obtidas sobre instalações 
e operações industriais, máquinas e equipamentos, auditorias, inspeções 
visuais e checklists.
 » Diagrama de pareto: trata-se de uma ferramenta de desempenho que faz a 
divisão e torna prioritárias situações específicas em relação às peculiaridades 
do nível de riscos de acidentes, custos em SST, penalidades ou multas no 
ambiente de trabalho ou requisitos não conformes.
 » Diagrama de causa e efeito: o uso dessa ferramenta auxilia a identificação 
das causas e fontes dos principais riscos de acidentes de trabalho. Permite 
monitorar situações que possam promover feitos indesejados do ponto de 
vista da segurança do trabalho.
 » Histogramas: a prática do uso de histogramas permite realizar avaliações da 
distribuição de acidentes de trabalho, dos riscos ambientais e da exposição 
a agentes físicos (ruído, temperatura, iluminação etc.).
 » Diagrama de dispersão (correlação): por essa prática, é possível associar 
a exposição a agentes insalubres de qualquer natureza, com o tempo de 
realização dos serviços especiais, fixados pelas normas regulamentadoras.
 » Fluxograma: trata-se de um tipo de gráfico que sustenta a construção de 
Procedimentos Operacionais Padrão (POP) ou Instruções de Trabalho (IT) 
na área de SST. 
35
ASPECTOS DE MELHORIA E DESEMPENHO | UNIDADE II
 » Controle estatístico de processo: também conhecido por Cartas de 
Controle, por essa ferramenta pode ser possível monitorar o desempenho 
de uma determinada variável: ruídos, temperatura, iluminação etc., que 
estejam vinculados a um processo ou ambiente industrial.
Monitoramento
A figura 8, apresentada anteriormente, mostra um esquema de um sistema de controle 
submarino. Esse sistema de controle é vital para que todos os equipamentos possam 
funcionar de forma adequada, garantindo a operação regular do sistema.
Como já foi vistopreviamente, o sistema de controle de um sistema de produção 
submarino é responsável pela atuação das válvulas e monitoramento dos sensores de 
equipamentos submarinos, como manifold e árvore de Natal molhada. Para travar e 
destravar conectores e permitir o escoamento dos fluidos de produção e de injeção 
química, água e gás, existem as válvulas atuadoras. 
Para a obtenção de um sistema eficiente em um projeto de sistemas de controle, é 
muito importante a seleção da localização e distribuição dos seus dispositivos, pois esses 
fatores estão intimamente relacionados com os custos de operação e construção. Assim, 
para se conseguir reduzir a quantidade de cabos, tubulações, conectores, manobras 
de instalação e operações de recuperação para manutenção faz-se indispensável um 
projeto de qualidade.
Quando se trata de redução de custos, há de se considerar que apenas os cabos umbilicais 
alcançam cerca de 8% do custo do desenvolvimento de um sistema de produção. 
Estima-se que o custo final de desenvolvimento de um campo de produção está na 
casa de milhares (podendo chegar a bilhões) de dólares. Por isso seu monitoramento 
é algo indispensável.
Os tipos básicos de sistemas de controle de um sistema de produção submarino são, 
segundo Noguchi (2014, p. 20), os seguintes:
I. Hidráulico direto: este é o tipo mais antigo e, portanto, o menos complexo 
dos sistemas existentes. Para cada atuador, há uma linha de função hidráulica 
originada na superfície para acioná-la. Dois ou mais atuadores podem 
compartilhar a mesma linha, porém a atuação de ambos é simultânea. 
Por ser o tipo mais simples, sua aplicação é indicada para águas rasas; em 
campos complexos e profundos, sua aplicação não é recomendada, por 
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UNIDADE II | ASPECTOS DE MELHORIA E DESEMPENHO
causa do elevado tempo de atuação das válvulas que pode demandar horas. 
As principais vantagens desse tipo de sistema de controle são: baixo custo 
de implementação, alta confiabilidade (os componentes críticos ficam na 
superfície) e facilidade de manutenção. No Brasil, é o sistema mais utilizado 
com monitoramento direto (um par trançado de condutores para cada sensor 
do sistema). Por necessitar de cabos umbilicais com mais vias, esse sistema 
tem um forte impacto no custo de um projeto.
II. Hidráulico pilotado: trata-se de um sistema que possui uma linha dedicada 
para cada atuador, ou conjunto de atuadores com atuação simultânea. Apesar 
disso, trata-se de um módulo de controle submarino simples com válvulas 
piloto e acumuladores de pressão conectados aos circuitos hidráulicos 
para uma pressurização mais rápida, pois a pressão hidráulica armazenada 
encontra-se no leito marinho. Apresenta vantagens similares às do sistema 
de controle hidráulico direto, porém em um nível mais leve, e é considerado 
como sendo um sistema de atuação lenta.
III. Hidráulico sequencial: nesse modelo, observa-se uma sequência fixa de 
abertura de válvulas que são atuadas por uma única linha de pressão regulada. 
Assim que a pressão atinge um valor predeterminado, a primeira válvula, 
ou conjunto de válvulas, abrirá e as demais válvulas abrirão em valores 
superiores também predeterminados. Essa técnica permite um menor tempo 
de resposta comparado aos dos sistemas anteriores, e também a existência 
de menos mangueiras conectadas ao cabo umbilical. O fato de haver uma 
sequência fixa de abertura de válvulas torna-se sua principal desvantagem.
IV. Eletro-hidráulico multiplexado: esse tipo é ideal para ser utilizado em 
águas de grandes profundidades, daí sua aplicação em campos do pré-sal no 
Brasil. Seu módulo de controle submarino eletro-hidráulico é mais complexo 
do que o do sistema hidráulico pilotado. Esse sistema é responsável pelo 
monitoramento do sistema elétrico e realiza a atuação hidráulica das válvulas; 
o controle dessa atuação é executado por sinais elétricos multiplexados 
por meio de um único condutor elétrico. No cabo umbilical, existe um 
número mínimo de linhas elétricas e mangueiras hidráulicas, suficiente para 
transportar pressão hidráulica (normalmente linhas de alta e baixa pressão) 
e sinal e potência elétricos. O módulo de controle submarino armazena a 
pressão hidráulica em seus acumuladores e, com ela, atua as válvulas dos 
equipamentos submarinos em pouco tempo. O curto tempo de atuação 
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ASPECTOS DE MELHORIA E DESEMPENHO | UNIDADE II
das válvulas constitui uma das principais vantagens desse sistema. Porém 
o custo desse sistema é mais elevado, e somente se torna economicamente 
vantajoso quando opera com cabos umbilicais muito extensos. O fato de 
os equipamentos críticos ficarem no fundo do mar, o que torna reparos e 
manutenção mais difíceis, é um ponto desfavorável.
V. Elétrico: esse tipo de controle utiliza válvulas elétricas além do controle 
elétrico, o que o torna o mais complexo dentre os modelos vistos aqui. O 
sistema submarino recebe apenas sinal e potência elétrica. O custo do cabo 
umbilical e o tempo de atuação das válvulas é o menor de todos. Devido 
ao fato de ser um sistema relativamente novo, ainda é pouco utilizado. 
Apresenta também poucas alternativas de contornar um problema caso 
haja falha nos equipamentos.
Vejamos agora um elemento muito empregado para monitoramento de sistemas 
submarinos — o módulo de controle submarino.
Um Módulo de Controle Submarino (Subsea Control Module – SCM), apresentado na 
figura 12, é um equipamento submarino hermeticamente fechado em um único envelope 
com pressão compensada que é instalado em diversos equipamentos submarinos 
eletro-hidráulicos para controlá-los e monitorá-los. Dentre suas principais funções, 
tem-se atuação dos atuadores e monitoramento dos sensores de campo.
Figura 12. Módulo de controle submarino.
Fonte: Ouronegro (2019). Disponível em: https://ouronegro.com.br/wp-content/uploads/2019/04/AKER_perspectiva-branco_cortada.png. 
Os módulos de controle submarinos são utilizados principalmente para diminuir o 
tempo de abertura das válvulas dos equipamentos submarinos, pois, com esse módulo, 
parte do equipamento de controle que ficaria na superfície (no caso de sistemas que 
não utilizam módulos de controle submarinos) fica no fundo do mar. 
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UNIDADE II | ASPECTOS DE MELHORIA E DESEMPENHO
Por exemplo, em um sistema de controle multiplexado, pode-se armazenar pressão 
hidráulica dentro de módulos de controle submarinos no ambiente submarino para 
que eles atuem as válvulas do sistema submarino diretamente com esta, através de 
sinais elétricos vindos da cabine de controle mestre na superfície.
Algumas empresas, como a Ouro Negro (2019) desenvolveram sistemas de monitoramento 
de risers flexíveis utilizando sensores de fibra-ótica.
O monitoramento de risers flexíveis pode ser entendido através do vídeo 
institucional da Ouro Negro “MODA_port”, disponível em: https://www.youtube.
com/watch?v=VmXB5xl-Lbg&t=171s. 
Assista e confira!
A figura 13 ilustra como o monitoramento de risers flexíveis pode ser feito por meio 
de um navio.
Figura 13. Monitoramento de risers flexíveis.
Fonte: Ouro Negro. Disponível em: http://ouronegro.com.br/wp-content/uploads/revslider/monit-risers/ouronegro_still-01_recorte.jpg. 
Na figura 13, destacam-se: sistema de monitoramento analítico (1), retrofit (2), spy 
hole (3) e radar (4).
Vamos ver brevemente a função de cada um dos dispositivos indicados na figura 13.
1. Sistema de monitoramento analítico: a partir de análises de sinais dinâmicos 
captados, é possível monitorar e identificar problemas de rupturas de arames 
das armaduras externas de tração e na parte interna também. Faz análise 
de fadiga e análise de falhas.
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ASPECTOS DE MELHORIA E DESEMPENHO | UNIDADE II
2. Retrofit: o monitoramento é feito por um conjunto de hardware e software 
instalado na unidade offshore e permite identificar o estado dos arames da 
armadura externa de tração, indicando se houve ou não ruptura.
3. Spy hole: é instalado durante a fabricação do riser pelo fabricante. Os sensores 
são alocados entre o conectordo spy hole e o pull in do riser, levado então 
para o campo offshore e conectado à plataforma. Esse dispositivo envia os 
primeiros sinais que acusam os indícios iniciais de danos nos risers.
O monitoramento de operações submarinas realizadas por mergulhadores, ou mesmo 
aquelas tarefas realizadas por robôs, pode ter o acompanhamento com filmagens, apoio 
e fotos com mergulhadores e ROV.
O monitoramento via filmagens e fotos é de enorme importância e é muito empregado 
nas operações submarinas, dando suporte a inspeções de integridade de estruturas 
submersas, investigações geotécnicas para análise de superfície do fundo do mar, 
análise de riscos e perigos geológicos (falhas no fundo submarino, deslizamentos etc.), 
levantamento de rotas de dutos, resgate de embarcações naufragadas etc. Para esse 
tipo de monitoramento, o uso de ROVs (tripulado ou não) é muito comum. Vamos 
conhecer com um pouco mais de detalhes o ROV – remotely operated underwater vehicle 
(figura 14).
Figura 14. Veículo submarino operado remotamente ou ROV (remotely operated underwater vehicle).
Fonte: ECA Group. Disponível em: https://www.ecagroup.com/media-picture/5226-754-473-eca-group-rov-h800-or.jpg.
Entre as principais aplicações dos ROVs no meio submarino, destacam-se:
 » Observação, inspeção e vigilância submarina.
 » Recuperação de objetos.
 » Inspeção de destroços.
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UNIDADE II | ASPECTOS DE MELHORIA E DESEMPENHO
 » Levantamento do fundo do mar.
 » Busca e resgate.
 » Vigilância do porto: levantamento do fundo do mar.
 » Levantamento do fundo do mar costeiro.
 » Proteção offshore: pesquisa em águas rasas para proteção da plataforma.
 » Proteção do porto.
 » Proteção costeira.
 » Recuperação de caixa preta.
Os ROVs são ideais para avaliações das condições do solo submarino e no auxílio de 
inspeção em estruturas submersas. O que chama a atenção nesses equipamentos 
é a sua câmera de alta definição que, mesmo em elevadas profundezas de 
operação, proporcionam imagens de excelente qualidade, facilitando o trabalho 
de monitoramento. Isso pode ser conferido no vídeo “ECA Group - H800 Remotely 
Operated Vehicle”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=838mvNQ-
124&t=114s. 
Em se tratando de segurança em operações submarinas, o uso de ROVs não pode ser 
negligenciado, visto que são utilizados para realizar e supervisionar a montagem de 
equipamentos de exploração e produção em grandes profundidades, dispensando ao 
mergulhador, mesmo sendo profissional e habilitado, atuar em situação de alto risco.
Os ROVs são minissubmarinos de observação do fundo do mar à distância, equipados 
com câmeras de vídeo e sensores. Eles são operados por controle remoto. Em terra 
firme ou dentro de uma embarcação, o piloto vê por onde o robô submarino passa, 
através das imagens geradas pelo ROV, que são transmitidas em tempo real em um 
monitor de TV.
Os microssubmarinos são importantes por serem pequenos e proporcionarem 
movimentos perfeitos ao navegarem pelo fundo do mar, podendo chegar aonde os 
mergulhadores não alcançam, locais em que o espaço é restrito, como tubulações e 
partes de navios naufragados. Por isso, auxiliam no trabalho desses profissionais, 
principalmente em casos que ofereçam riscos.
Entre os maiores avanços tecnológicos, destacam-se o uso de umbilicais ultrafinos e de 
propulsores magneticamente acoplados, além dos acessórios adequados às operações 
offshore, como manilhas e ganchos ROV, resultando em maior facilidade e segurança 
de operação.
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ASPECTOS DE MELHORIA E DESEMPENHO | UNIDADE II
No Brasil, os ROVs podem ser aplicados no setor de petróleo e gás, com a exploração 
de recursos em águas profundas e ainda na área portuária, em inspeções de cascos de 
navios e do cais. O profissional, piloto de ROV, também pode atuar em operações de 
segurança, inspeção de obras de engenharia sob a água e missões de resgate subaquático 
(QUALITY FIX, 2021).
Já foram relacionadas as principais aplicações de ROVs no ambiente submarino. No 
entanto, a ECA Group (2018) elenca uma outra série de aplicações do ROV no setor 
marítimo em geral, a saber:
 » Inspeções e pesquisas subaquáticas: levantamento geológico do fundo do mar.
 » Limpeza de estruturas imersas (barragens hidrólicas, fazendas eólicas, 
fazendas de peixes, turbinas): levantamento durante a limpeza da tela ou 
operações de dragagem.
 » Cabos de energia e telecomunicações: inspeção e monitoramento de cabos.
 » Cabos de energia e telecomunicações: rastreamento de cabos e rastreamento 
de cabos enterrados.
 » Rastreamento de cabos e tubos.
 » Levantamento de tubos e cabos.
 » UWILD (underwater inspection in lieu of drydocking) (segundo Oceaneering, 
[20--]) em tradução livre “inspeção subaquática em vez de docagem seca”.
 » Levantamento de pipeline para desenvolvimento de campo.
 » Inspeção de tubulação para gerenciamento de integridade de ativos.
 » Detecção CBRN (Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais) 
para vigilância costeira.
 » Detecção CBRN para área CBRN.
A seguir, serão descritos, em conformidade com o que regula a ANP (Agência Nacional 
do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), os procedimentos de alerta de segurança 
e conformidades legais.
Compete ao operador do sistema submarino:
 » Estabelecer, implementar e documentar procedimentos e métodos para 
monitorar e medir regularmente as características principais das operações 
e atividades que possam causar acidentes.
42
UNIDADE II | ASPECTOS DE MELHORIA E DESEMPENHO
 » Os procedimentos deverão incluir o registro das informações, o método de 
acompanhamento do desempenho, os controles operacionais pertinentes, 
a conformidade com as metas e objetivos de segurança operacional e a 
periodicidade de medição e controle.
 » Deverá, também, designar um responsável pelo acompanhamento de cada 
Indicador de desempenho.
 » Avaliar periodicamente se os indicadores de desempenho estão atingindo 
as metas estabelecidas.
 » Quando o indicador estiver abaixo da meta estabelecida, devem ser tomadas 
ações para seu reestabelecimento, compatíveis com os riscos envolvidos.
 » O prazo estabelecido para cada ação deve ser compatível com o risco 
envolvido.
 » Deverá ser designado um responsável pelo acompanhamento de cada ação.
 » Comparar informações de desempenho entre sistemas submarinos, internos 
e externos à empresa, quando disponíveis.
Quanto a alertas de segurança, o operador do sistema submarino deverá:
 » Criar um banco de dados com os alertas de segurança recebidos e emitidos.
 » Avaliar a aplicabilidade dos alertas de segurança recebidos.
 » Implementar as ações pertinentes compatíveis com os riscos envolvidos.
Quanto à conformidade legal, o operador do sistema submarino deverá:
 » Estabelecer e implementar procedimentos para avaliação periódica da 
legislação e regulamentos pertinentes à segurança operacional e ao meio 
ambiente.
 » Acompanhar e garantir o cumprimento dos requisitos legais aplicáveis ao 
sistema submarino e pertinentes à segurança operacional e ao meio ambiente, 
bem como designar responsáveis pela implementação deles.
Ainda em relação a questões envolvendo ações de monitoramento dos sistemas 
submarinos, a fim de garantir aspectos de segurança, a ANP – Agência Nacional 
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ASPECTOS DE MELHORIA E DESEMPENHO | UNIDADE II
de Petróleo tem um papel importante no gerenciamento da integridade de dutos 
submarinos (Oliveira, 2019).
O sistema SGSS (Segurança Operacional de Sistemas Submarinos) opera dentro da 
seguinte abrangência:
 » Sistemas de coleta de produção offshore.
 » Sistema de escoamento da produção offshore.
 » Trechos submersos de dutos terrestres.
 » Umbilicais.
 » Unidades de processamento submarino.
No entanto, o sistema SGSS é excludente nas seguintes situações:
 » Trechos internos de unidades marítimas de perfuração e produção.
 » Mangotes.
 » Poços do sistema de coleta da produção.
 » Árvores de Natal molhada.
 » Risers de produção com completação seca.
 » Early productions risers (algocomo “risers de primeiras produções”).
Segundo Oliveira (2019), dentre os dutos abrangidos pela SGSS, cerca de 95% são da 
Petrobrás, como o ilustrado na figura 15.
Figura 15. Duto submarino de campo petrolífero.
Fonte: Nogueira (2019). Disponível em: https://clickpetroleoegas.com.br/wp-content/uploads/2019/03/Duto-Submarino- 
Petr%C3%B3leo-860x484.jpg.webp. 
44
CAPÍTULO 2
Auditoria, acidentes e riscos
Neste segundo capítulo desta unidade, serão apresentados alguns tópicos relacionados a 
procedimentos de auditoria quando se trabalha com questões de segurança, considerando 
eventuais ocorrência de acidentes, formas de investigação, análise de elementos críticos 
de segurança no ambiente submarino, análise de risco e normas pertinentes.
Em primeiro lugar, é preciso deixar claro que todos os procedimentos para a realização 
de atividades relacionadas no parágrafo anterior são regulamentados pelo “Regulamento 
Técnico do Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional de Sistemas Submarinos 
(SGSS)”, nos seus capítulos 12 a 16.
Auditoria
Segundo o Regulamento SGSS, o objetivo de uma auditoria é estabelecer e aplicar 
mecanismos para avaliar a eficácia da implementação e o funcionamento do sistema 
de gerenciamento da segurança operacional, determinando se os procedimentos são 
oportunos, completos, atualizados e aplicados em conformidade com a política da 
empresa, com as melhores práticas da indústria e com os requisitos contidos nesse 
regulamento técnico, através da execução de auditorias.
No caso das plataformas de petróleo da Petrobras, a ANP – Agência Nacional de 
Petróleo é o órgão oficial do governo federal responsável pela realização de auditorias 
e emissão de relatórios anuais de segurança operacional das atividades de exploração 
e produção de petróleo e gás natural.
Esses relatórios ficam disponíveis para consulta pública na internet. O relatório do 
ano de 2015, por exemplo, está disponível em: http://www.anp.gov.br/images/
Relatorios_SSM/Relatorio_-anual_2015.pdf. Acesso em: 9 ago. 2021.
 » Segundo o relatório citado acima, a ANP é o órgão responsável pela 
fiscalização das atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural, 
de acordo com o previsto na Lei n. 9.478/1997. Dentre suas atribuições, 
figura como competência da Superintendência de Segurança Operacional e 
Meio Ambiente (SSM) a fiscalização da execução das atividades de exploração 
e produção no que diz respeito à segurança operacional.
 » O regime de segurança operacional para as instalações de perfuração e 
produção de petróleo e gás natural foi instituído através da Resolução ANP 
45
ASPECTOS DE MELHORIA E DESEMPENHO | UNIDADE II
n. 43/2007, que introduziu o Sistema de Gestão de Segurança Operacional 
(SGSO). Posteriormente, foram elaborados outros instrumentos regulatórios, 
estabelecendo os respectivos regimes de segurança operacional para campos 
terrestres (Resolução ANP n. 02/2010), dutos terrestres (Resolução ANP 
n. 06/2011) e sistemas submarinos (Resolução ANP n. 41/2015), tornando 
mais robusta a estrutura regulatória estabelecida pela ANP e aumentando o 
escopo de atuação da ANP no âmbito da segurança operacional das atividades 
de exploração e produção.
Alinhada ao processo evolutivo do arcabouço regulatório, a anterior 
Coordenadoria de Segurança Operacional ganhou status de Superintendência 
em 2012, através da fusão com a Coordenadoria de Meio Ambiente, sendo 
atualmente estruturada em seis coordenações e um núcleo:
 » Coordenação de Perfuração (CPERF): responsável pelas atividades de 
fiscalização em sondas de perfuração, nas atividades de construção, intervenção 
e abandono de poços, bem como na gestão do projeto de poços relacionados.
 » Coordenação de Produção (CPROD): responsável pelas atividades de 
fiscalização das instalações de produção marítimas.
 » Coordenação de Dutos e Produção Onshore (CDPO): responsável pelas 
atividades de fiscalização das instalações de produção terrestre, dutos e 
sistemas submarinos.
 » Coordenação de Meio Ambiente (CMA): responsável pelas atividades de 
fiscalização das instalações de exploração e produção com base em requisitos 
ambientais.
 » Coordenação de Investigação de Incidentes e Análise de Desempenho 
(CIIAD): responsável pelas investigações de incidentes em instalações de 
exploração e produção conduzidas pela ANP e pela análise de desempenho 
dos agentes regulados.
 » Coordenação de Processos Administrativos e Sancionatórios (CPAS): 
responsável pela instrução dos processos sancionatórios.
 » Núcleo Administrativo (NADM): responsável pela organização do acervo 
processual e demais fluxos de apoio administrativos à Superintendência.
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UNIDADE II | ASPECTOS DE MELHORIA E DESEMPENHO
No cumprimento de sua missão institucional, a SSM atua preventivamente, através 
da análise documental e de ações de fiscalização no formato de auditoria, buscando 
aprimorar a aderência regulatória por parte dos agentes regulados que realizam 
atividades de exploração e produção, imprimindo a necessidade da melhoria contínua 
do gerenciamento da segurança operacional. Já as ações reativas da ANP são focadas 
na análise e na investigação dos incidentes ocorridos nas instalações, que produzem 
recomendações aos agentes regulados com a finalidade de prevenir a recorrência de 
situações indesejáveis e/ou indicam necessidades de melhoria do arcabouço regulatório 
por parte da agência.
No planejamento das ações de fiscalização, são utilizados critérios baseados em risco 
e informações das instalações em operação, utilizando indicadores de desempenho 
reativos e preventivos para fundamentar a tomada de decisão e orientar a escolha das 
instalações que serão fiscalizadas.
Os grandes fundamentos da ação da ANP em segurança operacional são a prevenção e 
melhoria contínua de sua indústria, privilegiando um ambiente onde todos os agentes 
compreendam seu papel no contexto do desenvolvimento da cultura de segurança. Nesse 
sentido, as não conformidades encontradas a bordo são prioritariamente apontadas 
em caráter orientativo e com prazo definido para saneamento, de acordo com o 
risco envolvido em cada caso. Somente quando são observadas situações em que as 
atividades realizadas por parte dos agentes regulados não estão adequadas ao esperado 
pela ANP é que se aplica o viés punitivo da ação regulatória, através da aplicação de 
multas. Medidas de interrupção das atividades de exploração e produção são adotadas 
nas situações críticas, nas quais um risco grave e iminente é evidenciado.
Ao identificar não conformidades críticas (desvios que possam gerar risco grave e 
iminente às pessoas, ao meio ambiente, à instalação ou às operações), a Superintendência 
de Segurança Operacional e Meio Ambiente, através dos seus auditores, lavra o auto 
de infração de interdição (total ou parcial, conforme o caso) da instalação ou unidade 
operacional auditada. Somente após a correção das não conformidades que ensejaram a 
interdição da unidade é que os operadores são autorizados a retornar com as atividades 
da unidade, sem prejuízo do processo administrativo para a aplicação de multas.
Dentre as principais causas da aplicação de multas, destacam-se:
 » O não atendimento aos prazos estabelecidos para o saneamento de não 
conformidades identificadas em ações de fiscalização realizadas pela ANP.
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ASPECTOS DE MELHORIA E DESEMPENHO | UNIDADE II
 » O descumprimento de notificações expedidas pela ANP.
 » A não comunicação à ANP sobre a ocorrência de incidentes operacionais.
 » Não conformidades evidenciadas durante as investigações de incidentes 
realizadas pela ANP.
Só a título de ilustração, o gráfico da figura 16 mostra os valores das multas aplicadas 
pela ANP e total pago pelos agentes fiscalizados, de 2009 a 2015.
Figura 16. Valores das multas aplicadas pela ANP e total pago pelos agentes fiscalizados, de 2009 a 2015.
‘
Fonte: Relatório Anual 2015 ANP (2015, p. 65). Disponível em: http://www.anp.gov.br/images/Relatorios_SSM/Relatorio_-anual_2015.pdf.

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